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Disciplina: Direito Administrativo

Professor(a): Celso Spitzcovsky


Aula: 04 | Data 20/02/2021
/03/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

SERVIDORES PÚBLICOS

SERVIDORES PÚBLICOS

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1. Ingresso
2. Estágio probatório
3. Estabilidade
4. Remuneração
5. Acumulação de cargos
6. Direito de greve
7. Aposentadoria

1. Ingresso

Art.37, inciso II, CF/88 – a investidura em cargos e empregos públicos depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou provas e títulos.

Investidura = provimento = titularização, preenchimento do cargo/emprego.

A investidura depende de aprovação prévia em concurso público.


Investidura originária e investidura derivada.

Investidura originária – é aquela em que o indivíduo está ingressando na estrutura da Administração Pública. Não
existe nenhuma relação jurídica anterior. Depende de aprovação prévia em concurso público.

Investidura derivada – pressupõe a existência de uma relação jurídica anterior junto à Administração.

Se apresenta sob duas modalidades: vertical ou horizontal.

Horizontal – o indivíduo passa de um cargo para outro sem progressão na carreira.


Vertical – o indivíduo passa de um cargo para outro com progressão na carreira. Exemplo: promoção.

Súmula vinculante 43 do STF – necessidade de concurso público de um cargo para outro, sobretudo quando
implica mudança de carreira.

O concurso público deve ser de provas ou de provas e títulos.

Em homenagem ao princípio da razoabilidade, a CF/88 afirma que só se legitimam provas e títulos que forem
compatíveis com a natureza e a complexidade do cargo (art.37, inciso II, CF/88).

Magistratura do Trabalho e MPT (fim de semana)


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
As exigências só serão legítimas se tiverem base em lei. O edital do concurso, sozinho, não se apresenta como
instrumento hábil a criar exigências para candidatos se não tiverem elas, respaldo em lei anterior (súmula
vinculante 44 do STF).

Para efeito de 3 anos de atividade jurídica, é possível computar cursos de pós graduação.

Em dezembro de 2020, o STF julgou inconstitucional o estabelecimento de limite de idade para o ingresso na
magistratura.

Art.7°, Lei 8112/90- Estatuto dos Servidores Públicos da União.

Candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no edital – terá direito à nomeação. A Administração
será obrigada a nomear.

Deverá nomeá-lo até o término do prazo de validade do concurso público.

O prazo de validade do concurso público é de até 2 anos.

A prorrogação é possível uma vez, por igual período (faculdade da Administração).

Se não for chamado, poderá buscar seu direito junto ao Judiciário.

A propositura da ação não pode ser viabilizada após o término do prazo do concurso.

Indivíduo aprovado além do número de vagas no edital – expectativa de direito.

Funcionário nomeado tem direito à posse, desde que atendidas as exigências estabelecidas nos arts.13 e 14 da Lei
8112/90.

Aprovação em avaliação médica, física, teste psicotécnico, apresentação de declaração de bens.

Recurso Extraordinário 960429 com repercussão geral reconhecida.

Ementa:
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 960.429
DIREITO DO TRABALHO. DISCUSSÃO SOBRE COMPETÊNCIA. ART. 114, INCISO I, DA CR/88. FASE PRÉ-
CONTRATUAL. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da competência para processar e julgar as
demandas ajuizadas (por candidato a emprego público e empregado público) em face de pessoa jurídica de
direito privado, na qual se discutem critérios para a seleção e admissão de pessoal nos seus quadros e eventual
nulidade do certame.

A exigência em aprovação em concurso se estende, na forma do art.37, inciso VIII para portadores de
necessidades especiais.

Candidatos afrodescendentes- Lei 12290/2014 – constitucionalidade confirmada pelo STF (ADC 41).

Livre nomeação: súmula vinculante 13 do STF proíbe ao administrador nomear para esses cargos, parentes seus
até o 3° grau, na linha reta ou colateral, para combater a prática de nepotismo.

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ADC 41 – ementa:
DIREITO CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE. RESERVA DE VAGAS PARA NEGROS EM
CONCURSOS PÚBLICOS. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI N° 12.990/2014. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO 1. É
constitucional a Lei n° 12.990/2014, que reserva a pessoas negra 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos
para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal direta e
indireta, por três fundamentos. 1.1. Em primeiro lugar, a desequiparação promovida pela política de ação
afirmativa em questão está em consonância com o princípio da isonomia. Ela se funda na necessidade de superar
o racismo estrutural e institucional ainda existente na sociedade brasileira, e garantir a igualdade material entre
os cidadãos, por meio da distribuição mais equitativa de bens sociais e da promoção do reconhecimento da
população afrodescendente. 1.2. Em segundo lugar, não há violação aos princípios do concurso público e da
eficiência. A reserva de vagas para negros não os isenta da aprovação no concurso público. Como qualquer outro
candidato, o beneficiário da política deve alcançar a nota necessária para que seja considerado apto a exercer, de
forma adequada e eficiente, o cargo em questão. Além disso, a incorporação do fator “raça” como critério de
seleção, ao invés de afetar o princípio da eficiência, contribui para sua realização em maior extensão, criando uma
“burocracia representativa”, capaz de garantir que os pontos de vista e interesses de toda a população sejam
considerados na tomada de decisões estatais. 1.3. Em terceiro lugar, a medida observa o princípio da
proporcionalidade em sua tríplice dimensão. A existência de uma política de cotas para o acesso de negros à
educação superior não torna a reserva de vagas nos quadros da administração pública desnecessária ou
desproporcional em sentido estrito. Isso porque: (i) nem todos os cargos e empregos públicos exigem curso
superior; (ii) ainda quando haja essa exigência, os beneficiários da ação afirmativa no serviço público podem não
ter sido beneficiários das cotas nas universidades públicas; e (iii) mesmo que o concorrente tenha ingressado em
curso de ensino superior por meio de cotas, há outros fatores que impedem os negros de competir em pé de
igualdade nos concursos públicos, justificando a política de ação afirmativa instituída pela Lei n° 12.990/2014. 2.
Ademais, a fim de garantir a efetividade da política em questão, também é constitucional a instituição de
mecanismos para evitar fraudes pelos candidatos. É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios
subsidiários de heteroidentificação (e.g., a exigência de autodeclaração presencial perante a comissão do
concurso), desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa. 3.
Por fim, a administração pública deve atentar para os seguintes parâmetros: (i) os percentuais de reserva de vaga
devem valer para todas as fases dos concursos; (ii) a reserva deve ser aplicada em todas as vagas oferecidas no
concurso público (não apenas no edital de abertura); (iii) os concursos não podem fracionar as vagas de acordo
com a especialização exigida para burlar a política de ação afirmativa, que só se aplica em concursos com mais de
duas vagas; e (iv) a ordem classificatória obtida a partir da aplicação dos critérios de alternância e
proporcionalidade na nomeação dos candidatos aprovados deve produzir efeitos durante toda a carreira
funcional do beneficiário da reserva de vagas. 4. Procedência do pedido, para fins de declarar a integral
constitucionalidade da Lei n° 12.990/2014. Tese de julgamento: “ É constitucional a reserva de 20% das vagas
oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da
administração pública direta e indireta. É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários
de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a
ampla defesa.

Artigos lei e súmulas vinculantes mencionados em aula:

“Art. 37, CF/88. A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (...)

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II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998) (...)

Art. 7º, Lei 8112/90. A investidura em cargo público ocorrerá com a


posse.

Art. 13, Lei 8112/90. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo


termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não
poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes,
ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação
do ato de provimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do
ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81,
ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b",
"d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do
impedimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por
nomeação. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e
valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao
exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não
ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.

Art. 14, Lei 8112/90. A posse em cargo público dependerá de prévia


inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado
apto física e mentalmente para o exercício do cargo.

SÚMULA VINCULANTE n°13 do STF:


A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.

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SÚMULA VINCULANTE n°43 do STF:
É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao
servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na
qual anteriormente investido.

SÚMULA VINCULANTE n°44 do STF:


Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de
candidato a cargo público.”

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