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Disciplina: Direito Administrativo

Professor(a): Celso Spitzcovsky


Aula: 03 | Data: 28/07/2020
/03/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
2. Modalidades
2.1.3. Moralidade
2.1.4. Publicidade
2.1.5. Eficiência

PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

2. Modalidades

2.1.3. Moralidade

Foi inserida com a emenda 19/98, ela indica que o administrador, ao representar os interesses da coletividade,
deve promover um governo honesto e probo.

O ato imoral é sinônimo de inconstitucional, por isso, qualquer ato imoral será objeto de apreciação do judiciário,
que fará o controle dos atos da administração.

A Constituição Federal fala sobre a moralidade administrativa, que está intimamente ligada ao interesse público,
não se tratando de moralidade aplicada ao particular. Há casos em que, para o setor privado não há nenhum
“problema”, mas para a Administração Pública sim.

Exemplo: Empresário na pandemia que está com dificuldade financeiras, com isso ele demiti vários
trabalhadores, chamando sua família para trabalhar na sua empresa. No Direito Privado, não há problema algum.
Se a mesma situação passasse na administração pública, não seria possível a família trabalhar, pois precisaria de
Concurso Público.

A mesma coisa acontece com o cargo em comissão, pois há limites constitucionais, para isso o STF editou a SV 13,
conhecida como súmula antinepotismo. Aqui não pode haver nomeação de parentes e nem nomeações cruzadas.

“Súmula Vinculante nº 13

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.”

PROCURADORIAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
Pode nomear parentes em mandatos se o parente ter currículo profissional que justifique essa nomeação

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (é uma espécie qualificada de moralidade): O termo improbidade indica


desonestidade, e para sua caracterização, EM REGRA, exige a qualificação de dolo (a intenção do agente de
praticar), mas também há um grupo que admite a variante da culpa (estudaremos futuramente). A improbidade
é uma imoralidade qualificada pelo dolo ou pela culpa e as sanções de improbidade são bem mais severas do que
para com aqueles que praticam imoralidade.

2.1.4 Publicidade

O administrador deve dar transparência em todos os seus atos.

Fundamento: Art. 37, §3º, II e 5º, XXXIII da Constituição Federal.

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na


administração pública direta e indireta, regulando especialmente:

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações


sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;”

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de


seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;”

Lei 12.527/11, lei de acesso a informações públicas, bem como a Lei Geral de Proteção de Dados que ainda está
em vacatio legis.

Destaques da lei:

 Quem pode pedir as informações: Qualquer interessado - Art. 10


 Prazo para transferir as informações: imediatamente ou, se não for possível fornecer de imediato, 20
dias, podendo ser prorrogado em caso de necessidade (art. 11 da 12.527/11).
 Se oferecer de forma tardia, defeituosa, ineficaz: pode haver uma advertência ou até demissão, mas
sempre haverá o contraditório e a ampla defesa.

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Há informações que poderão ser sigilosas, pois poderá comprometer a soberania do país. Tais informações foram
dividas pelo legislador em três grupos, sendo:

 Ultrassecretas – fica sobre sigilo até 25 anos;


 Secretas – até 15 anos;
 Reservadas – fica sobre sigilo até 5 anos.

 O legislador não definiu aqui os requisitos necessários para a informação se enquadrar como tal.

Para obter informações:

 Caráter personalizado: Habeas Data – Art. 5º, LXXII da Constituição Federal;


 Não é sobre você, mas é de interesse coletivo/geral: Mandado de Segurança – Art. 5º, LXIX da CF

Ex.: quer saber informações sobre a remuneração paga para servidores públicos, paradeiro de um parente seu
desaparecido, entre outros.

2.1.5. Eficiência

O administrador deve manter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta e das obras que executa sob pena
de responsabilidade.

- Eficiência para contratar serviços: A administração pública só pode contratar a proposta mais eficiente.

- Eficiência quanto ao ingresso da carreira pública:

Art. 37 parágrafo 4º da Constituição Federal: para ser aprovado no estágio probatório precisa ingressar através de
aprovação em Concurso Público.

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros


de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o
acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer
caso, o disposto no art. 37, X e XI.“

Estabilidade = 3 anos

Vitaliciedade = 2 anos -> Casos da Magistratura, Promotoria, Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas.

- Eficiência quanto a perda do Cargo Público:

Art. 41, parágrafo 1º da Constituição Federal: perderá o cargo quando o rendimento for baixo.

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“Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em
virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo
administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante
procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.”

- Eficiência quanto aos gastos públicos:

Artigo 37, XI, da Constituição Federal: O administrador está autorizado a exonerar servidores se ultrapassar os
previstos na lei de responsabilidade fiscal.

“Art.37 (...) XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,


funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder
o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito,
e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no
âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores
e aos Defensores Públicos; “

- Eficiência quanto a duração dos processos:

Art. 5º, LXXVIII da Constituição Federal.

“Art. 5 º (...) LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são


assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam
a celeridade de sua tramitação.”

Esfera administrativa: Lei 9.874/99, artigo 48: O administrador deve julgar em 30 dias após encerrada a fase de
instrução.

Lei 9.504/97, art. 97-A: Prazo de 1 ano para a tramitações daquelas ações em todas as instâncias da justiça
eleitora que impliquem perda de mandato, sob pena de responsabilidade.

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