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Disciplina: Direito Administrativo

Professor: Flávia Cristina


Aula: 02|Data: 04/02/2021
/03/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO


1. Princípio da Legalidade
1.1. Princípio da Legalidade Privada
2. Princípio da Impessoalidade
2.2. Atuação impessoal do administrador
3. Moralidade
4. Princípio da publicidade

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1. Princípio da Legalidade

Esse princípio traz o conceito do Estado cumprindo as leis que ele mesmo – Estado – criou.

Trata-se de um critério de subordinação à Lei, ou legalidade pública.

Para os particulares, é uma garantia.

O que a administração pública tiver de fazer vai ter de estar na Lei.

1.2. Princípio da Legalidade Privada

Os particulares também têm um princípio a obedecer.

O particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe – critério de não contradição à Lei. Ou, também, legalidade
privada (em contraponto à legalidade pública).

A ausência da lei para um determinado assunto, é uma proibição para a administração pública. Todavia, para os
particulares, é uma permissão.

Obs.: A lei deve ser pensada em sentido amplo – isso envolve medidas provisórias, leis delegadas, decretos
autônomos etc.

2. Princípio da Impessoalidade

Tem duas formas de ser entendido:


a) exigência a um tratamento igual aos administrados – todos nós devemos ser tratados pela administração pública
de forma igual. Isso significa que se deve exigir um tratamento sem favorecimentos e sem perseguições;

DELEGADO CIVIL/ FEDERAL


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
Pergunta: se já que esse princípio da impessoalidade veda o tratamento discriminatório, como se dá em concurso
público? É possível discriminar, sem violar o princípio? Sim. Desde que exista pertinência lógica entre o fator de
discriminação e o desempenho esperado para um determinado cargo.
Ex.: para o cargo de juiz, ter ou não o movimento das pernas? Não. Mas, para um salva-vidas, afeta.

Súmula 683 do STF (idade em concurso público):

“Súmula 683 do STF: O limite de idade para a inscrição em concurso


público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando
possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido.”

Ex.: Tatuagens – STF: Recurso Público 898450: “Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a
pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais.”
(grifos nossos)

2.2. Atuação impessoal do administrador

O administrador público em nome da administração pública – não pode usar suas obras, seus programas para se
promover.

Tem um dispositivo na Constituição Federal que trada do assunto: art. 37, § 1º

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas
dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.”

Se a propaganda for de caráter educativo, a lei permite. O que não pode é a publicidade pessoal do administrador
(autoridades ou servidores públicos).

3. Moralidade

A administração pública, além da atuação legal, precisa ter uma atuação moral. Não é a moralidade social. O que
se busca é uma moralidade jurídica, administrativa.

Essa moralidade é caracterizada por:


a) ética;
b) boa-fé;
c) honestidade;
etc.

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Além da Constituição Federal, no art. 37 caput, o art. 2º da Lei 9.784/99, também temos o termo moralidade:

“Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos


princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
[...]
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;”

Temos uma Súmula Vinculante nº 13 – veda o nepotismo, inclusive, o nepotismo cruzado:

“Súmula Vinculante nº 13, do STF: A nomeação de cônjuge,


companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública
direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.” (grifo nosso)

Exceção: cargos políticos – um governador que nomeia o irmão como secretário, por exemplo.

Lei 12.813/2013 1– trata do conflito de interesses.

Obs.: ato que viola o princípio da moralidade deve ser anulado e não revogado.

4. Princípio da publicidade

Ampla divulgação dos atos da administração pública, sem promoção pessoal.

Publicidade é diferente de publicação.


Publicar é uma forma de se dar publicidade. Mas, não é a única forma.

Por que precisa dar publicidade?


Vários são os efeitos que nascem da publicidade.
As pessoas precisam saber o que está acontecendo para que elas possam cumprir.

Também é necessária a publicidade para, quem sabe, as pessoas possam impugnar o ato da administração. Ou seja,
o efeito relativo ao prazo. Somente se conta o prazo a partir da publicidade, do conhecimento.

1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12813.htm

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