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Qualquer dúvida, crítica ou sugestão, aqui seguem nossas redes sociais:


Carlos Sobrinho - @sobrinhoqc
Bruno Aguiar - @brunoaguiaaar
Jeferson Aguiar - @jefersondeaguiarsilva

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADM. PÚBLICA
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A Administração Pública é a estrutura por meio da qual o Estado organiza-se a fim de


atender aos interesses públicos. Dessa forma, pode-se dizer que a Administração Pública
integra o estado, sendo este um ente personalizado

Princípios:

PRINCÍPIOS BÁSICOS: o da supremacia e o da indisponibilidade do interesse público, os quais


fundamentam a bipolaridade desse ramo do Direito: as prerrogativas e as restrições
concedidas à administração.

A supremacia do interesse público sobre o interesse privado: fundamenta as prerrogativas


conferidas ao Estado nas suas relações com os particulares, desde que respeitados os direitos
e as garantias individuais, não sendo legítima a invocação deste princípio quando a
administração atua segundo um regime de Direito Privado.

A indisponibilidade do interesse público sobre o interesse privado: fundamenta as restrições


impostas à conduta administrativa, não podendo a administração abrir mão de alcançar o
bem comum (interesse público primário) nem de conservar o patrimônio público (interesse
público secundário).

PRINCÍPIOS EXPRESSOS NO TEXTO DA NOSSA CONSTITUIÇÃO FEDERAL:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência

Legalidade

• Legalidade para o agente público ou administrador público – somente pode fazer o que a
lei autoriza e determina; é chamado de critério de subordinação à lei;

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• Legalidade para o particular – pode fazer tudo o que a lei não proíbe. É o critério da não
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contradição à lei.

• princípio da reserva de lei – determinada matéria somente poderá ser disciplinada por meio
de determinada espécie normativa.

IMPORTANTE:

Contudo, existem situações previstas na Constituição que podem resultar em algum tipo de
restrição ao princípio da legalidade:

• Estado de defesa (Constituição Federal, art. 136);

• Estado de sítio (Constituição Federal, arts. 137 a 139);

• Medidas provisórias (Constituição Federal, art. 62).

Impessoalidade

Comumente, o princípio da impessoalidade admite seu exame sob os seguintes aspectos:

• dever de isonomia por parte da Administração Pública;

• dever de conformidade aos interesses públicos;

• vedação à promoção pessoal dos agentes públicos.

O administrador não poderá buscar interesses pessoais, mas sim o interesse público, ou
coletivo, devendo agir de forma abstrata e impessoal: ou seja, com ausência de
subjetividade.

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• a administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas
determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear seu
comportamento. Temos como exemplo os precatórios (artigo 100 da Constituição Federal).

Moralidade

Este princípio está relacionado à ideia de honestidade, de boa conduta, de obediência aos
princípios éticos e normas morais, à correção de atitude e à boa-fé.

Moralidade administrativa é mais rigorosa, está relacionada com as condutas de boa


administração. Há que ser um bom administrador, isto é, devem ser buscadas as melhores
políticas administrativas. Este conceito diz respeito à conduta interna do agente e
corresponde ao conjunto de regras tiradas da disciplina interna da administração.

O princípio da moralidade impõe a necessidade de atuação ética dos agentes públicos,


traduzida na capacidade de distinguir entre o que é honesto e que é desonesto. Liga-se à
ideia probidade e de boa-fé.

Publicidade

O princípio da publicidade impõe à administração pública o dever de dar transparência a


seus atos, tornando-os públicos.

A publicidade é necessária para que os cidadãos e os órgãos competentes possam avaliar e


controlar a legalidade, a moralidade, a impessoalidade e todos os demais requisitos que
devem informar as atividades do Estado, o que é óbvio, pois não se pode avaliar aquilo que
não se conhece.

Embora a transparência seja a regra, o texto constitucional prevê algumas situações em que
o princípio da publicidade poderá ser restringido, sejam elas:

• a segurança da sociedade e do Estado;


• exigência da intimidade ou do interesse social.

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todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.

IMPORTANTE: A publicidade não é elemento de formação do ato administrativo, mas


requisito de sua eficácia.

Alguns atos para ter eficácia devem ser publicados. Logo a publicidade é um ato que da
eficácia a certos atos.

Eficiência:
Somente com o advento da Emenda Constitucional n. 19/1998 –Emenda da Reforma
Administrativa –o princípio da eficiência passou a ser expressamente previsto no caput do
art. 37.

o princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza,
perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que
já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados
positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da
comunidade e de seus membros.

RESUMINDO: FAZER MAIS COM MENOS.

VIMOS OS MAIS IMPORTANTES, AGORA VAMOS PARA ALGUNS QUE CAEM TAMBÉM EM
CONCURSOS, ESSES NÃO ESTÃO EXPLICITOS NA CONSTITUIÇAO:

Razoabilidade e Proporcionalidade

O princípio da razoabilidade se destina a aferir a compatibilidade entre os meios


empregados e os fins visados na prática de um ato administrativo.

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Já o princípio da proporcionalidade se destina a conter o excesso de poder, isto é, os atos de
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agentes públicos que ultrapassem os limites adequados ao fim a ser atingido.

Autotutela  cai bastante

Súmula n. 473 do STF

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.

Continuidade da Prestação do Serviço Público

A prestação de serviços públicos é a forma pela qual o Estado desempenha funções essenciais
ou necessárias à coletividade. Pelo princípio da continuidade do serviço público, tal atividade
prestativa não pode sofrer solução de continuidade, ou seja, não pode parar.

Sindicabilidade

O princípio da sindicabilidade refere-se à possibilidade de se controlar as atividades da


administração.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

CENTRALIZAÇÃO: a pessoa política desempenha suas tarefas diretamente por meio de seus
órgãos. Nesse caso, a própria pessoa estatal (União, Estados, DF e Municípios) realiza
diretamente a atividade administrativa, sem a interferência de qualquer outra entidade.

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CONCEITO DE ORGÃO PÚBLICO: Os órgãos são centros de competência, sem personalidade
jurídica própria, instituídos para o desempenho de funções estatais, por meio de seus
agentes, cuja atuação é imputada à pessoa
a que pertencem. Assim, todos os atos praticados pelos órgãos são atribuídos à pessoa
jurídica da qual fazem parte.

A criação de órgãos decorre da desconcentração, que é uma distribuição interna de


competências, dentro da mesma pessoa jurídica. Isso é feito para desacumular, tirar do centro
um volume grande de atribuições. Na desconcentração, há o controle hierárquico, pois os
órgãos de menor hierarquia permanecem subordinados aos órgãos que lhes são superiores.

DICA!
DESCONCENTRAÇÃO  CRIAÇÃO DE ÓRGÃOS
DESCENTRALIZAÇÃO  CRIAÇÃO DE ENTIDADES

Lembre-se! Os conceitos de centralização e desconcentração (ou concentração) não se


excluem. Pelo contrário, se completam, porque a Administração centralizada deve criar
órgãos para prestar suas atividades.

Descentralização, a atividade é prestada por pessoa diversa. Ocorre a distribuição de


competências de uma para outra pessoa. Assim, pressupõe duas pessoas: o ente político e a
entidade descentralizada.

A descentralização pode ser por outorga, isto é, o Estado cria, por lei, uma pessoa jurídica
(entidade administrativa) que integra a Administração indireta (autarquias, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista).

A descentralização: também pode ocorrer por delegação e, nesse caso, o Estado transfere,
por contrato de concessão ou permissão de serviços públicos, ou ato administrativo de
autorização, a execução de um serviço, para que um particular o preste por sua conta e risco.

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ESQUEMATIZANDO:
Por outorga / técnica / por serviço: a Administração Direta descentraliza para a
Administração Indireta (por lei), podendo transferir a titularidade e a execução dos
serviços públicos.

Por delegação / por colaboração / negocial: através de concessão, permissão ou


autorização (por ato ou contrato), e só transfere a execução.

Dizemos que entre os órgãos (Administração direta) há relação de subordinação. No


entanto, entre a Administração direta e a indireta (descentralizada) não há relação de
hierarquia, mas de vinculação.

A transferência da execução do serviço público pode ser feita por OUTORGA ou por
DELEGAÇÃO. Entretanto, há diferenças relevantes entre os institutos. A outorga só pode
ser realizada por lei, enquanto a delegação pode ser por lei, por contrato ou por ato
administrativo.

Outorga significa, portanto, a transferência da própria titularidade do serviço da pessoa


política para a pessoa administrativa, que o desenvolve em seu próprio nome e não no
de quem transferiu. É sempre feita por lei e somente por outra lei pode ser mudada ou
retirada. Já na delegação, o Estado transfere unicamente a execução do serviço, para
que o ente delegado o preste ao público em seu próprio nome e por sua conta e risco,
sob fiscalização do Estado, contudo.

O controle finalístico visa evitar que a entidade descentralizada atue fora (além) das
finalidades que resultaram na sua criação.

É o tipo de controle exercido pela adm. direta sobre a indireta.

O controle finalístico: também é chamado de tutela ou controle administrativo ou, também,


de supervisão ministerial em nível federal. Cada entidade da Administração indireta fica
vinculada a um determinado Ministério, e este realiza o controle finalístico da entidade.

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Na descentralização administrativa, surgem novas pessoas, dotadas de personalidade
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jurídica própria, ou seja, com capacidade para responder por seus próprios atos e exercer
suas atividades com autonomia.

Na desconcentração, os órgãos criados não possuem personalidade


jurídica; assim, a pessoa jurídica que realizou a distribuição interna de competências
responderá pelos atos de seus órgãos.

IMPORTANTE:
As Organizações Sociais – OSs, e as Organizações Sociais Civis de Interesse Público – OSCIPs.
Essas entidades NÃO FAZEM PARTE da estrutura da Administração Pública.

Estudo dos Órgãos

INDEPENDENTES: são os originários da Constituição e representativos dos poderes do Estado,


sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional. São também chamados de órgãos
primários do Estado.

São exemplos:
• Corporações legislativas (Congresso Nacional, Câmara dos Deputados e Senado Federal,
Assembleias legislativas, Câmara de Vereadores);
• Chefias do Executivo (Presidência da República, Governadorias dos Estados,
• do DF e Prefeituras);

AUTÔNOMOS: na cúpula da Administração, são localizados imediatamente abaixo dos órgãos


independentes e diretamente subordinados aos seus chefes. Têm ampla autonomia
administrativa e financeira. São órgãos com funções de planejamento, supervisão,
coordenação e controle das atividades que estão na área de sua competência, executando,
com autonomia, suas funções específicas, mas segundo diretrizes dos órgãos independentes,
que expressam as opções políticas do Governo. Seus dirigentes, em regra, não são
funcionários, mas agentes nomeados em comissão.

São exemplos:
• Ministérios, Secretarias de Estado e Município;

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• Advocacia-Geral da União.
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SUPERIORES: detêm poder de direção, controle, decisão e comando de assuntos de sua


competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de
uma chefia mais alta. Não gozam de autonomia administrativa, nem financeira. Sua liberdade
funcional
restringe-se ao planejamento e soluções técnicas dentro da sua área de competência. O que
importa para caracterizá-los como superiores é a preeminência hierárquica na área de suas
atribuições.
Nessa categoria, estão as primeiras repartições dos órgãos independentes e dos autônomos:
• Gabinetes;
• Secretarias-Gerais;
• Inspetorias-Gerais;

Subalternos: são todos aqueles que se acham subordinados a órgãos mais elevados, com
reduzido poder decisório e predominância de atribuições de execução. Destinam-se à
realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos administrativos,
cumprimento de decisões etc.

Quanto à estrutura:
• Simples: são constituídos por um só centro de competência. Não foram divididos em outros
órgãos menores;
• Compostos: reúnem, na sua estrutura, outros órgãos menores, com função principal idêntica
(atividade-fim, realizada de maneira desconcentrada) ou com funções auxiliares diversificadas
(atividades-meio atribuídas a vários órgãos menores).

Os órgãos, integrantes de uma estrutura interna, não possuem:


• personalidade jurídica;
• patrimônio próprio;
• capacidade processual.

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Importantíssimo: Os órgãos classificados como independentes e os autônomos têm
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capacidade processual para defesa de suas prerrogativas institucionais.

EXEMPLO: impetração de mandado de segurança por órgãos de natureza constitucional.

Pela teoria do mandato, considerava-se o agente (pessoa humana) como mandatário do


Estado, assim como ocorre nas relações privadas, quando uma pessoa confere a outra um
mandato/procuração para a prática de determinados atos.

Pela teoria da representação, considerava-se o agente representante do Estado, à


semelhança do tutor e do curador dos incapazes existente no Direito Civil.

prevalece a teoria do órgão/imputação, formulada pelo alemão Otto Gierke, segundo a qual
as pessoas jurídicas expressam sua vontade por meio de seus próprios órgãos, titularizados
por seus agentes. Essa teoria é utilizada para justificar a validade dos atos praticados por
funcionário de fato. Considera-se que o ato do funcionário é ato do órgão e, portanto,
imputável à Administração.

ADMINISTRAÇÃO DESCENTRALIZADA

A Administração descentralizada resulta na criação de pessoas administrativas ou


transferência para particulares de execução de atividades administrativas que poderiam ser
prestadas, diretamente, por meio de órgãos, mas que o ente federativo resolve prestá-las de
forma descentralizada, por motivos de eficiência, qualidade e especialidade.

Criação das Entidades da Administração Indireta

O art. 37, XIX, da CF/1988, apresenta a forma de criação das entidades da Administração
indireta, estabelecendo que somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
reservando- se à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de atuação.

Lei específica é aquela lei que trata de um único assunto.

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Para as autarquias, a lei específica cria a entidade, ou seja: com a lei, a entidade já tem
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existência no mundo jurídico, adquirindo personalidade jurídica, sem depender de outros
atos secundários para que esteja totalmente constituída. Como consequência da criação
decorrente da lei, não é necessário registrar a autarquia em qualquer órgão.

Em relação à empresa pública e à sociedade de economia mista, a lei específica é apenas


autorizativa.

ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA:

AUTARQUIAS:
Autarquia é a pessoa jurídica de direito público, criada por lei específica para o desempenho
de atividades típicas de Estado, como fiscalização, regulação, assistência social, seguridade
social, poder de polícia.

Art. 5º, I – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

Não podem desempenhar atividade econômica, pois não é própria do Estado.

Existem autarquias atuando em diversas áreas: Incra, INSS, UFRJ, UnB, Inmetro, Banco
Central, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep)

E a OAB? O STF afirmou que a OAB NÃO É ENTIDADE DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA.

Regime jurídico dos servidores: ESTATUTÁRIO = CONCURSO PÚBLICO

PRERROGATIVAS DAS AUTARQUIAS:


 Impenhorabilidade de seus bens e suas rendas;
 Imprescritibilidade de seus bens;
 Prescrição quinquenal;
 Créditos sujeitos à execução fiscal;

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Responsabilidade objetiva, na forma do art. 37, § 6º, da CF/1988: a autarquia responde,
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independentemente de dolo ou culpa de seus agentes, pelos danos causados a terceiros na
realização de sua atividade. Tal responsabilidade encontra fundamento no art. 37, § 6º, da
CF/1988:

FUNDAÇÕES:

Podem ser PÚBLICAS ou PRIVADAS.

Atividade: presta atividades de interesse social, como saúde, educação, atividade cultural,
pesquisa científica, entre outras.

Regime de pessoal: ao regime de pessoal das fundações de direito público aplica-se o mesmo
regime dos servidores das autarquias (servidores estatutários, com garantia da estabilidade).
Já o regime de pessoal das fundações de direito privado deve sujeitar-se ao regime da
Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT,

AS DUAS QUE SÃO BASTANTE COBRADAS EM CONCURSOS:

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E EMPRESA PÚBLICA

Natureza jurídica (personalidade jurídica): tanto a empresa pública quanto a sociedade de


economia mista têm personalidade jurídica de DIREITO PRIVADO.

Apesar da personalidade de direito privado, o regime jurídico é híbrido (ou misto), porque o
direito privado é parcialmente afastado pelas normas de direito público.

Tanto a empresa pública quanto a sociedade de economia mista podem desempenhar as duas
atividades: EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE ECONÔMICA e PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
PÚBLICOS.

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Exemplos de empresa pública: BNDES; Terracap – DF; Caesb – DF; EBCT – Empresa Brasileira
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de Correios e Telégrafos; Serpro

Exemplos de sociedades de economia mista: BB – Banco do Brasil; Basa – Banco da Amazônia


S/A; Petrobras; Companhia Energética de Brasília

Forma de organização: as sociedades de economia mista devem ter a forma de sociedade


anônima, sendo reguladas, especialmente, pela Lei das Sociedades por Ações (Lei n.
6.404/1976).

A empresa pública pode apresentar qualquer forma admitida em direito, inclusive, pode ser
uma Sociedade Anônima.

COMPOSIÇÃO DO CAPITAL:
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA é formada por capital público e privado. Na composição
do capital, pode haver recursos de pessoas de direito público ou de outras pessoas
administrativas vinculadas ao Estado (Administração indireta). Entretanto, a maioria do
capital com direito a voto (maioria das ações com direito a voto) deve estar sob controle do
Estado ou de sua entidade da Administração indireta.

DICA!
Empresa PÚBLICA  capital PÚBLICO

Sociedade de economista MISTA  capital MISTO (público e privado)

EMPRESA PÚBLICA é formada por capital totalmente público, podendo haver participação de
entes federativos diversos. É admissível, também, que participem do capital, pessoas
administrativas, seja qual for seu nível federativo ou sua natureza jurídica (pública ou
privada).

AGÊNCIAS EXECUTIVAS
É uma qualificação dada à autarquia ou fundação que, por meio do contrato de gestão com o
órgão da Administração direta a que esteja vinculada, amplia sua autonomia para a melhoria
da eficiência e redução de custos

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Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou
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fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:

 I – ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em


andamento;
 II – ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.

Exemplo: Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial – Inmetro.

AGÊNCIAS REGULADORAS

Muita coisa sobre agências reguladoras nós já sabemos, pois foram criadas no Brasil como
autarquias, mas são autarquias em regime especial. Assim, tudo que foi dito sobre as
autarquias se aplicam a elas.

Agência reguladora: diretores têm mandato fixo.

EXEMPLO CLÁSSICO: ANVISA

CONSÓRCIOS PÚBLICOS

Os consórcios públicos são pessoas jurídicas formadas exclusivamente por entes da


Federação.

Quando é feito o consórcio, surge uma nova pessoa jurídica.

O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:


 I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das
leis de ratificação do protocolo de intenções;
 II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.

Setores:

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1º estado
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2º Mercado
3º Paraestatais
O Terceiro Setor pode ser definido como aquele composto por entidades privadas da
sociedade civil, que prestam atividade de interesse público, por iniciativa privada, sem fins
lucrativos. O Terceiro Setor coexiste com o Primeiro Setor, que é o próprio Estado, e com o
Segundo Setor, que é o mercado.
Entidades que compõe o 3º setor de acordo com Di Pietro:
1. Serviços socias autônomos (Sistema S) – Lei 9.637/98;
2. Entidades de apoio;
3. Organizações sociais;
4. Organizações da sociedade civil de interesse público – Lei 9.790/99;5.
5. Organizações da sociedade civil – Lei 13.019/14;

DICA!
A administração INDIRETA é composta pela FASE:

F - Fundação Pública
A - Autarquia
S - Sociedade de economia mista
E - Empresa pública

A administração DIRETA é composta pelo MEDU:

M - Municípios
E - Estados
D - DF
U – União
Lembre-se da frase: NÃO FIQUE COM MEDU, É SÓ UMA FASE!

AUTARQUIAS: atividades TÍPICAS da adm. pública.


FUNDAÇÕES PÚBLICAS: atividades ATÍPICAS (interesse social)
EMPRESAS PÚBLICAS: atividades ATÍPICAS
SOCIEDADE DE ECON. MISTA: atividades ATÍPICAS

Sociedade de Economia Mista / Somente S/A (Sociedade Anônima)

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ÓRGÃOS PÚBLICOS
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Os órgãos públicos são as repartições internas do Estado, criados a partir da


desconcentração administrativa, com a finalidade de desempenhar funções estatais, sendo
despidos de personalidade jurídica. Ou seja, é o compartimento na estrutura estatal a que
são cometidas determinadas funções, sendo integrado por agentes públicos que, quando
as executam, manifestam a própria vontade do Estado.

Nas palavras de Celso Antônio Bandeira de Mello, "os órgãos nada mais significam que
círculos de atribuições, os feixes individuais de poderes funcionais repartidos no interior da
personalidade estatal e expressados através dos agentes neles providos".
A principal característica dos órgãos públicos é a ausência de personalidade jurídica. Não
possuem vontade própria e estão ligados e submetidos a pessoa jurídica a que pertence.

Características dos órgãos públicos:

→ Não possui patrimônio e nem vontade própria;


→ Não possui personalidade jurídica (são unidades despersonalizas);
→ Os agentes atuam em imputação à pessoa jurídica que está ligada.

DESCENTRALIZAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO
Ambas são divisão do trabalho estatal.

A ADMINISTRAÇÃO DIRETA é composta de órgãos internos do Estado, se constitui dos


serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios (no âmbito federal).

A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA compreende entidades (pessoas jurídicas) dotadas de


personalidade jurídica própria (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
mista e fundações públicas).

A desconcentração administrativa ocorre quando o Estado (Administração direta) cria


órgãos públicos, por meio de lei, para desempenharem as funções típicas em benefício do
interesse público, é uma repartição interna de competências.

Assim, se determinada atribuição administrativa for outorgada a órgão público por meio de
uma composição hierárquica da mesma pessoa jurídica, em uma relação de coordenação e
subordinação entre uns e outros, esse fato corresponderá a uma desconcentração, pois essa
modalidade de divisão do trabalho estatal liga-se à hierarquia.

Por outro lado, a concentração administrativa é a situação em que o Poder Público extingue
os órgãos públicos que fazem parte de sua estrutura interna.

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Tanto a criação como a extinção de órgãos dependem de lei e, nesse sentido,
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a Constituição incluiu a exigência na relação das denominadas “reservas legais”, matérias
cuja disciplina é reservada à lei (art. 48, XI). Anteriormente era exigida lei para a criação,
estruturação e atribuições dos órgãos, todavia, com a nova redação dada ao dispositivo pela
EC nº 32, de 11.9.2001, a exigência passou a alcançar apenas a criação e a extinção dos
órgãos. Quanto a estruturação e as atribuições, podem ser processadas por decreto do
Chefe do Executivo, conforme consta no art. 84, inc. VI, alínea a, da CF/88.

A descentralização administrativa ocorre quando o Estado cria entidades ou transfere


poderes a uma pessoa jurídica distinta, que faz parte da administração indireta. Pode
ocorrer por meio de outorga legal ou por delegação/colaboração.

Na outorga, é transferida a titularidade e a execução do serviço público à pessoa jurídica


diversa do Estado, ao passo que, na colaboração, ocorre por contrato ou ato unilateral em
que apenas a execução do serviço público é transferida (para uma pessoa jurídica de direito
privado), permanecendo com o Estado a titularidade do serviço.

ÓRGÃO PÚBLICO – CNPJ


Os órgãos públicos embora não sejam entes personalizados, possuem o registro do CNPJ,
que serve apenas para fins fiscais de reconhecimento. Exemplo: Casas Legislativas
(Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais).

ENTIDADE, ÓRGÃO E AGENTE PÚBLICO.


• Entidade – Estado (pessoa jurídica de direito público).
• Órgão – unidade despersonalizada, instituída para desempenhar funções do
Estado que a criou.
• Agentes Públicos – são pessoas naturais que atuam nos órgãos públicos em
imputação a pessoa jurídica que está ligada.

ÓRGÃO PÚBLICO – PERSONALIDADE JUDICIÁRIA

“A regra geral é de que só os entes personalizados, com capacidade jurídica, têm capacidade
de estar em juízo, na defesa dos seus direitos. O entendimento doutrinário foi acolhido pela
jurisprudência no sentido de admitir que órgãos sem personalidade jurídica possam em
juízo defender interesses e direitos próprios, excepcionalmente, para manutenção,
preservação, autonomia e independência das atividades do órgão em face de outro Poder.
Isto é, o órgão público, em regra, não pode ter capacidade processual, esse foi o
entendimento do STF, acórdão proferido na Pet. 3.674-QO/DF, em que não conheceu uma
ação popular ajuizada em desfavor do Conselho Nacional do Ministério Público, por
entender que se trata de órgão e não de pessoa jurídica, como o exige a lei processual
(Informativo STF nº 443/2006).
Nesse sentido, os órgãos públicos só podem titularizar a chamada personalidade
(capacidade) judiciária, o que os permite atuar em juízo diretamente e não representado
pela pessoa jurídica instituidora. Esta característica é verificada nos órgãos públicos que
estejam, cumulativamente, situados na cúpula da hierarquia administrativa e atuem em

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juízo na defesa de suas prerrogativas institucionais, tais como as Assembleias Legislativas e
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Câmaras Municipais.”

TEORIA DO MANDATO, REPRESENTAÇÃO E DO ÓRGÃO PÚBLICO

• Teoria do mandato: segundo essa teoria, os agentes eram mandatários do


Estado. Não podia prosperar a teoria porque, despido de vontade, não poderia
o Estado outorgar mandato. Primeiramente, pelo fato de que a relação do
agente com o Estado não se reveste de natureza contratual, mas sim legal e,
também pela concepção de que o Estado não teria vontade própria para
celebração de contrato de mandato com o agente para outorgar-lhe os
poderes inerentes a este instrumento.

• Teoria da representação: o agente público, por força de lei, atuaria como


representante do Poder Público, como os curadores ou tutores de incapazes.
Novamente, a teoria peca por considerar a existência de duas vontades
independentes, ou seja, a do Estado e a do agente público que teria a
capacidade de representar a vontade estatal, em decorrência da
representação. Dessa forma, o Estado estaria sendo considerado como uma
pessoa incapaz, que precisa da representação. Depois, porque se o dito
representante exorbitasse de seus poderes, não se poderia atribuir
responsabilidade ao Estado, este como representado. A solução seria, à
evidência, iníqua e inconveniente.

• Teoria do órgão público (teoria da imputação volitiva): segundo ela, a


vontade da pessoa jurídica deve ser atribuída aos órgãos que a compõem,
sendo eles mesmos, os órgãos, compostos de agentes. Pode-se dizer que as
pessoas físicas integram órgãos públicos e a manifestação de vontade destes
órgãos apresenta a vontade da pessoa jurídica. Com efeito, a lei cria órgãos
públicos, compostos por pessoas físicas que manifestam a vontade do Estado
em sua atuação e, nestes casos, se torna indissociável a vontade do órgão e
da pessoa jurídica que ele integra.

A característica fundamental da teoria do órgão consiste no princípio da imputação volitiva,


ou seja, a vontade do órgão público é imputada à pessoa jurídica a cuja estrutura pertence.
Há, pois, uma relação jurídica externa, entre a pessoa jurídica e outras pessoas, e uma
relação interna, que vincula o órgão à pessoa jurídica a que pertence.
Nesse sentido, dispõe Maria Sylvia Zanella di Pietro, definindo que "enquanto a teoria da
representação considera a existência da pessoa jurídica e do representante como dois entes
autônomos, a teoria do órgão funde os dois elementos, para concluir que o órgão é parte
integrante do Estado".

A teoria do órgão foi elaborada na Alemanha, por Otto Gierke, adotada, até então, pelo
direito brasileiro e pela doutrina nacional. Conforme essa teoria, as pessoas jurídicas se
configuram uma ficção do direito e, por isso, não têm existência fática, a sua manifestação

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de vontade somente pode ser concretizada pela intenção de pessoas físicas. Dessa forma,
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a manifestação de vontade da pessoa jurídica se dá por meio da atuação da pessoa física e
essas vontades se confundem, ou seja, a vontade do Estado se exterioriza pela manifestação
de seu agente.

TEORIAS DE CARACTERIZAÇÃO DO ÓRGÃO

A primeira teoria é a subjetiva, em que os órgãos públicos são os próprios agentes públicos.
Tal pensamento não se coaduna com a realidade administrativa, tendo em vista que faz
desaparecer o agente público que, por via de consequência, deixará de existir o órgão.
Temos ainda a teoria objetiva (defendida pela doutrina italiana), que prevê no órgão
apenas um conjunto de atribuições, seriam unidades funcionais da organização
administrativa. A crítica à teoria objetiva também tem procedência: é que, prendendo-se
apenas à unidade funcional em si, repudia-se o agente, que é o verdadeiro instrumento
através do qual as pessoas jurídicas recebem a oportunidade de querer e agir. Assim, ela
não merece prosperar, já que despercebe o agente e, não estabelece o órgão com vontade
própria, da mesma forma que o Estado, não exemplifica a vontade e/ou finalidade, que seria
a mesma do Estado.

Por fim, temos a teoria eclética, em que o órgão é formado por dois elementos, o agente e
o complexo de atribuições a ele inerentes. O pensamento moderno reside em caracterizar-
se o órgão público como um círculo efetivo de poder que, para tornar efetiva a vontade do
Estado, precisa estar integrado pelos agentes. Ou seja, os dois elementos se reclamam entre
si, mas não constituem uma só unidade, no desaparecimento de um dos elementos,
também desaparecerá o outro, pois são necessários para existência do órgão.
A doutrina majoritária entende que prevalece no direito brasileiro o órgão com apenas um
feixe de atribuições, uma unidade inconfundível com os agentes.

Segundo Hely Lopes Meirelles, "cada órgão, como centro de competência governamental
ou administrativa, tem necessariamente funções, cargos e agente, mas é distinto desses
elementos, que podem ser modificados, substituídos ou retirados sem supressão da unidade
orgânica. Isto explica por que a alteração de funções, ou vacância dos cargos, ou a mudança
de seus titulares não acarreta a extinção do órgão".

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

Independentes – são os órgãos que estão expressos no texto constitucional. São


caracterizados por representarem os Poderes do Estado, sem qualquer subordinação
hierárquica ou funcional. Esses órgãos somente são controlados uns pelos outros, em
obediência ao princípio da separação dos poderes. Suas atribuições são exercidas por
agentes políticos, por tempo determinado.
Exemplo: Chefes do Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos), as Casas Legislativas
(Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores) e os Tribunais.

Os agentes políticos são aqueles que executam as diretrizes traçadas pelo Poder Público,
além de desenharem os destinos fundamentais do Estado e que criam as estratégias

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políticas por eles consideradas necessárias e convenientes para que o Estado alcance seus
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fins.

Autônomos (órgãos diretivos) – são órgãos imediatamente subordinados aos órgãos


independentes e diretamente subordinados aos seus agentes. Gozam de ampla autonomia
administrativa e financeira, são órgãos diretivos, com funções de coordenação e
planejamento, tem orçamento próprio para gerir o exercício da sua atividade.
Ex.: Ministério da Fazenda (União), Secretaria de Segurança Pública (Estado) e Secretarias
Municipais (Município).

Apenas os órgãos independentes e autônomos possuem o atributo da autonomia


administrativa e financeira.

Superiores – possuem apenas poder de direção e controle sobre assuntos específicos da


sua competência, não têm autonomia, não têm independência, dependem de controle
hierárquico de uma chefia superior, porém, conservam o poder de decisão, no que tange
aos atos praticados no exercício de suas atividades.
Exemplo: Secretaria da Receita Federal do Brasil, Procuradorias Estaduais e Municipais,
Polícias, Departamentos e etc,.

Subalternos – São órgãos com reduzido poder de decisão; constituindo-se, em verdade, em


órgãos de mera execução de atividades administrativas. Com efeito, esses órgãos atuam
diretamente no exercício da atividade estatal.
Exemplo: portaria, seção de pessoal, zeladoria e etc,.

O Ministério Público, embora não seja um poder, para fins de organização hierárquica, é
elevado ao status de Poder do Estado e, portanto, caracterizam-se como órgãos
independentes. Atualmente, a Lei 8.112/90, coloca o Ministério Público como poder
separado e independente, quando, por exemplo, estabelece, em seu art. 141, inc. I a
competência para aplicação de penalidade de demissão.

QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

a) Singular – É um órgão de único titular; aquele que atua pela manifestação de vontade de
um único agente que é o seu chefe e representante. Nesse caso, a manifestação deste
agente se confunde com a manifestação de vontade do órgão.
Exemplo: Presidência da República, na Chefia do Executivo Federal.

b) Colegiado – órgãos integrados por vários agentes, atuam e decidem pela manifestação
da vontade de seus membros, funcionando por um colegiado de agentes, em observância
ao seu estatuto ou regimento interno.
Exemplo: Assembleia Legislativa. Os órgãos coletivos são compostos por vários agentes.

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QUANTO À ESTRUTURA DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
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a) órgãos simples – são chamados de órgãos unitários e possuem uma estrutura formada
por única unidade orgânica, possuem um só centro de competência. Com efeito, não
existem outros órgãos agregados a sua estrutura para garantir uma maior desconcentração
das suas atividades. Importante ressaltar que não é relevante saber a quantidade de
agentes públicos que integram seus quadros, mas sim a inexistência de outros órgãos
compondo sua estrutura organizacional.
Exemplo: Presidência da República, Assembleia Legislativa (Estado).

• Órgãos de Representação Unitária: aqueles em que a exteriorização da


vontade do dirigente do órgão é bastante para consubstanciar a vontade do
próprio órgão.
É o caso, por exemplo, de um Departamento ou de uma Coordenadoria: a manifestação
volitiva do órgão é representada pela manifestação volitiva do Diretor ou do Coordenador;

b) órgãos compostos – reúnem outros órgãos ligados a sua estrutura, ensejando uma
desconcentração e divisão de atividades.
Exemplo: Congresso Nacional - é formado pelo Senado Federal e pela Câmara dos
Deputados.

• Órgãos de Representação Plúrima: aqueles em que a exteriorização da


vontade do órgão, quando se trata de expressar ato inerente à função
institucional do órgão como um todo, emana da unanimidade ou da maioria
das vontades dos agentes que o integram, normalmente através de votação.
É o caso de Conselhos, Comissões ou Tribunais Administrativos. Como a
manifestação do órgão resulta da vontade conjugada de seus membros, têm
sido denominados de órgãos colegiados.

QUANTO ÀS FUNÇÕES DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

a) ativos – são os órgãos que atuam diretamente no exercício da função administrativa,


exercem atos essenciais ao cumprimento dos fins desta pessoa jurídica. Dessa forma, têm
funções de prestação de serviços públicos, execução de obras ou exercício do poder de
polícia estatal, seja por meio de direção de atividades ou por meio da execução direta destas
atividades.
Exemplo: Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Saúde (Estado).

b) consultivos – são aqueles órgãos que atuam na emissão de pareceres jurídicos,


assumindo a função de aconselhamento da atuação dos demais órgãos estatais. Praticam
atos que dão suporte e auxílio técnico ou jurídico, por meio de atos opinativos, sejam de
legalidade ou de mérito, não agindo diretamente na prática de atos de execução. Isto é,
exercem uma atividade consultiva para outros órgãos.
Exemplo: o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União e etc.

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c) de controle – são órgãos que atuam na atividade de controle dos demais órgãos e agentes
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públicos, seja esse controle exercido internamente, no âmbito de um mesmo Poder do
Estado ou externamente, quando se manifesta entre Poderes estatais diversos.
Exemplo: Tribunal de Contas da União, Controladoria Geral da União e etc.

QUANTO À ATUAÇÃO

a) central – são aqueles que possuem atribuição em todo território nacional, estadual,
municipal. Enfim, têm competência em toda a área da pessoa jurídica que integram. Ex.:
Ministérios e Secretaria de Segurança Pública

b) local – atuam apenas em uma determinada localidade no exercício de suas atribuições.


Exemplo: Delegacia do Bairro de Santo Antônio – competência na região daquele bairro.

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AGENTES PÚBLICOS
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São todas as pessoas físicas incumbidas, definitivamente ou transitoriamente, do exercício


de alguma função estatal.

AGENTES POLÍTICOS: são os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, para o
exercício de atribuições constitucionais. Atuam com plena liberdade funcional,
desempenham suas atribuições com prerrogativas e responsabilidades próprias,
estabelecidas na CF e em leis esparsas.

Ex: Chefes do Executivo e seus auxiliares (Ministros e Secretários);

AGENTES ADMINISTRATIVOS: são os servidores públicos, com maior ou menor grau de


hierarquia, encargos e responsabilidades profissionais dentro do órgão ou da entidade a que
servem. São os servidores públicos concursados, servidores exercentes de cargo em
comissão, servidores temporários.

AGENTES HONORÍFICOS: são cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar,


transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica, sua
honorabilidade ou de sua notória capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo
empregatício ou estatutário e, normalmente, sem remuneração. Ex: função de jurado;
mesário eleitoral.

AGENTES DELEGADOS: são particulares que recebem a incumbência da execução de


determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio por sua conta
e risco, mas segundo as normas do Estado e permanente fiscalização do agente. Ex:
concessionários e permissionários de obras e serviços públicos; serventuários de ofícios e
cartórios;

AGENTES CREDENCIADOS: são aqueles que recebem a incumbência de representar a


Administração em prática de determinado ato ou para praticar determinada atividade
específica mediante remuneração.

Posição do STF: membros do MP e magistrados são agentes políticos.

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Função pública significa o exercício de atividades de competência da Administração, em
nome desta e de acordo com as suas finalidades, ou seja, para atender ao interesse público. 32

IMPORTANTE:

Segundo o STF, é possível a contratação de temporários para funções de caráter permanente


em órgãos públicos, desde que indispensáveis ao atendimento de necessidade temporária de
excepcional interesse público.

Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades, criado por lei, em número


determinado, com nome certo e remuneração específica.

Os cargos públicos podem ser isolados ou de carreira.

O ato administrativo que atribui a uma pessoa exercício inicial de um cargo é a NOMEAÇÃO.

O art. 37, II, da CF, exige o concurso público somente para a investidura em cargo ou
emprego. Nos casos de função, a exigência não existe, porque podem exercê-la os
CONTRATADOS TEMPORARIAMENTE PARA ATENDER ÀS NECESSIDADES EMERGENTES DA
ADMINISTRAÇÃO OU OS OCUPANTES DE FUNÇÕES DE CONFIANÇA, para as quais não se
exige a realização do certame.

CARGOS VITALICIOS: São os cargos que garantem a maior permanência a seus ocupantes. A
única hipótese de perda é por meio de processo judicial com decisão transitada em julgado.

A efetividade é alcançada com nomeação e posse, porém a ESTABILIDADE somente se


adquire após TRÊS ANOS de efetivo exercício (art. 41, CF). (E avaliação de desempenho).

A perda do cargo só poderá ocorrer, depois de adquirida a estabilidade, nos seguintes casos:

 Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;


 Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
 Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.

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Segundo o art. 37, XV, da CF, o subsídio e os vencimentos do servidor são irredutíveis.

Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos BRASILEIROS que preenchamos
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
Portanto, estrangeiro pode ocupar cargo público nas situações em que a lei permitir.

São requisitos básicos para investidura em cargo público:

 Nacionalidade brasileira;
 O gozo dos direitos políticos;
 Quitação com as obrigações militares e eleitorais;
 Nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
 Idade mínima de dezoito anos;
 Aptidão física e mental.

Concurso Público:
Nos termos do art. 37, II, da CF, a nomeação para CARGOS EFETIVOS (isolados ou de carreira)
deve ser necessariamente precedida de concurso público de provas ou de provas e títulos.

Conforme entendimento do STF, as provas de títulos não podem ter natureza


eliminatória.

O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo,


durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à
nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital.

Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público


surge nas seguintes hipóteses:
• Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;
• Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação;
• Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do
certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por
parte da administração nos termos anteriores.

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QUESTÃO RECORRENTE DE PROVA

O prazo de validade do concurso público (CF, art. 37, III) é de ATÉ dois anos, prorrogável uma
vez por igual período.
Concurso pode ter 1 ano prorrogável por + 1, 6 messes etc. Porém, o máximo é 2 anos
prorrogáveis por mais 2

A jurisprudência também entende que, em caso de DESISTÊNCIA de candidatos que foram


nomeados dentro do número de vagas, gera aos candidatos subsequentes direito subjetivo
à nomeação.

Decorrente do princípio da presunção de inocência, é VEDADA a eliminação de candidato em


concurso público em razão de inquérito policial instaurado ou ação penal em andamento,
sem o trânsito em julgado da sentença.

VAI CAIR:

O STF entendeu que o teto remuneratório de Procuradores Municipais é o subsídio de


Desembargador de TJ.

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

 Dois cargos de professor;


 Um cargo de professor com outro técnico ou científico;
 Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de SAÚDE, com profissões
regulamentadas.

Aposentadoria:

Inatividade é o gênero que comporta três espécies:

• Aposentadoria;
• Disponibilidade; e
• Licenças e afastamentos; as duas primeiras são sempre remuneradas. Provento é o valor
pago ao servidor aposentado (substitui a remuneração). Assim, servidor aposentado não
recebe vencimentos, subsídios nem remuneração, mas, sim, proventos.

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Aposentadoria é o benefício consistente em obrigação de pagar que assegura ao servidor o
recebimento de proventos durante a inatividade.

Os atuais regimes de previdência são três:

 Regime Geral da Previdência Social – RGPS, disciplinado pela Lei n. 8.213/91;


 Regime Próprio da Previdência Social – RPPS;
 Regime Próprio dos Militares.

Regime Próprio da Previdência Social – RPPS, art. 40, CF – é um regime de caráter contributivo
(somente participa quem efetivamente contribuir) e solidário (em que a contribuição de uns
serve também aos outros).

O custeio do Regime Próprio da Previdência Social – RPPS dá-se por fonte tríplice: a entidade
pública (União, estado, DF ou município), servidores ativos e inativos/pensionistas.

§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado


em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato
eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.

Modalidades de Aposentadoria:

A aposentadoria pode ser classificada quanto à vontade do servidor:

Voluntária, quando se dá por livre e espontânea vontade, cumpridos determinados


requisitos; e

Involuntária, quando se dá independentemente da vontade do servidor, em virtude de:

− Incapacidade permanente; ou
− Adimplemento de idade limite (aposentadoria compulsória);

40 da CF fixou as regras gerais para aposentadoria, estabelecendo, também, que é vedada a


adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime
próprio de previdência social,

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Redação da CF com a EC n. 88/2015: os servidores de cargos efetivos serão aposentados
compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos de
idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar.

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ATOS ADMINISTRATIVOS
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O QUE É UM ATO ADM?

São todas as manifestações de vontade da Administração Pública materializadas por meio de


decretos, resoluções, portarias, instruções, ordens de serviço, circulares etc.

Conceito mais profundo: ato administrativo é uma declaração unilateral de vontade do


Estado, ou de quem o represente, no exercício de função administrativa, de nível inferior à
lei, com a finalidade de atender ao interesse público, visando criar, restringir, declarar ou
extinguir direitos, e sujeita ao controle judicial.

IMPORTANTE: O ato tem que ser praticado sempre visando ao interesse público, pois não se
admite que o ato seja destinado para uma pretensão pessoal.

O ato tem que produzir esse efeito para ser um ato administrativo.

CONTROLE DO ATO:

O Poder Judiciário, se provocado, poderá realizar o controle dos atos administrativos. Esse
controle recai sobre os atos vinculados e discricionários.

CAÍ MUITO EM CONCURSO: No ato vinculado o controle é mais amplo já que o ato é regido
inteiramente pela lei. No ato discricionário, que é aquele que comporta análise de
conveniência e oportunidade (mérito administrativo), o Judiciário poderá analisar o mérito
administrativo para o controle de sua legalidade, não podendo verificar apenas a questão da
conveniência e oportunidade da decisão.

Os atos de direito privado praticados pela Administração Pública, também, não são atos
administrativos.

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FATOS ADMINISTRATIVOS:

HELY LOPES MEIRELLES: consubstanciam o exercício material da atividade administrativa, ou


atos materiais (ex.: apreensão de mercadorias, construção de uma escola). Nesta visão, os
fatos administrativos não têm de pôr fim a produção de efeitos jurídicos,
mas apenas a implementação material de atos administrativos, de decisões ou determinações
administrativas. Decorrem sempre destes;

MARIA SYLVIA DI PIETRO: eventos da natureza, não decorrentes de manifestação ou


declaração humana, que produzem efeitos no âmbito do direito administrativo (ex.: morte de
um servidor). Seriam espécies do gênero fatos jurídicos em sentido estrito.

CAI DEMAIS EM CONCURSO ENTÃO NÃO ESQUEÇAM ISSO: O silêncio, como regra, não é um
ato, não é uma forma de manifestar a vontade. Ele é um fato administrativo porque
provocará efeitos no Direito Administrativo.

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O silêncio só será manifestação de vontade (ato administrativo) quando a lei assim fixar.
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AGORA VAMOS AO QUE REALMENTE IMPORTA E CAI MUITO EM CONCURSO:

OS REQUISITOS OU ELEMENTOS SÃO:

 COMPETÊNCIA
 FINALIDADE
 FORMA
 MOTIVO
 OBJETO

MNEMÔNICO: COM FI FOR MO OB

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Competência ou Sujeito:

É o poder atribuído ao agente público para a prática de seus atos administrativos. A


competência resulta da lei, e por ela é delimitada.

Características:

Irrenunciável: Significa que o agente público não pode “recusar” a competência que a lei lhe
conferiu.

Improrrogável: Um agente que praticou um ato que não era de sua atribuição não se torna
competente pelo decurso do tempo.

Imprescritível: Significa que não se perde a competência pelo decurso do tempo. Só a lei dá
a competência, só a lei pode retirar.

Inderrogável: Significa que a competência não se transfere por acordo ou vontade das partes.

Vícios na Competência:
Vamos ver algumas situações em que o ato será praticado, mas com vício no requisito da
competência, uma vez que o agente não recebeu atribuição pela lei, seja porque ele atuou
fora dos seus limites, seja porque exerceu função púbica de modo irregular, ou porque dela
se apropriou indevidamente.

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Excesso de poder:
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O excesso de poder ocorre quando o agente público, embora inicialmente competente para
prática do ato, se excede no exercício de suas atribuições.
Ele vai além de suas atribuições legais

Finalidade:

Finalidade é o objetivo de interesse público buscado com a prática do ato.


Todo ato deve ser praticado sempre voltado para satisfazer o interesse público.

Finalidade em regra é vinculada, mas, quando se fala em finalidade específica, a lei poderá
estabelecer se a finalidade será X ou Y, sendo assim, também uma exceção à regra de
vinculação absoluta. Assim, em alguns casos, a finalidade pode ser discricionária, quando a
lei assim o permita.

IMPORTANTE: Se não for respeitada a finalidade pública do ato, ocorrerá o desvio de


finalidade que é uma forma de abuso de poder.

Forma:

É como o ato se materializa.


É a manifestação de vontade sendo concretizada, expedida.

IMPORTANTE: O vício de forma será passível de convalidação. Entretanto, se a lei exigir


formalidade essencial para a validade do ato, e esta estiver ausente, o ato será ilegal.

Convalidação: é a correção do ato, sem precisar anula-lo, desde que não cause prejuízo a
administração pública.

Motivo:
Motivo é a situação de direito ou de fato que autoriza a prática do ato administrativo.

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O motivo pode ser uma situação fática ou pode estar previsto em lei.

Motivo de direito é aquele que já está na lei. A lei já descreve a situação e quando ela ocorre
o ato é prática.

Exemplo é a aposentadoria compulsória. Diz a lei que o servidor será aposentado quando
fizer 75 anos (LC n. 152/2015). A lei já previu toda a situação.
.
Mas…cuidado…. Motivo não se confunde com motivação…

A motivação é a justificação, a explicação das razões (motivos) que levaram o agente público
a praticar o ato administrativo.

A motivação integra o elemento forma do ato administrativo.

teoria dos motivos determinantes. Por essa teoria, quando o ato for motivado, ele só será
válido se os motivos apresentados forem verdadeiros, caso contrário, o ato será ilegal e
passível de anulação.

Objeto:

O objeto são os efeitos imediatos decorrentes do ato administrativo. Corresponde ao efeito


prático pretendido com a edição do ato administrativo ou a modificação por ele trazida ao
ordenamento jurídico. É aquilo que o ato produz. É o seu resultado imediato.

Significa o fim IMEDIATO da vontade exteriorizada pelo ato.

Celso Antônio divide em elementos (conteúdo e forma) e pressupostos de existência e de


validade. Para o autor “Sem os elementos não há ato algum, administrativo ou não.”

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Sem os pressupostos de existência faltará o indispensável para a produção jurídica daquele
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objeto constituído pelos elementos, isto é, para o surgimento de um ato jurídico qualquer
(administrativo ou não, válido ou inválido), ou, então, faltará o requerido para a qualificação
de como ato administrativo (válido ou inválido).

AGORA VAMOS A UMA DAS PARTES MAIS IMPORTANTES:

Discricionariedade e Vinculação:

Atos vinculados: são aqueles em que todos os requisitos ou elementos são definidos pela lei,
não havendo liberdade para o agente público. Como exemplo clássico desse tipo de ato temos
a aposentadoria compulsória aos 75 anos, pois o sujeito que recebeu atribuição da lei para
fazer a aposentação de servidor que completou a idade limite não tem liberdade para decidir
se irá aposentar ou não o servidor, uma vez que ele deve determinar a aposentadoria.

Os atos discricionários: são aqueles em que a lei permite ao agente público realizar um juízo
de conveniência e oportunidade (mérito), decidindo o melhor ato a ser praticado. Nesses
atos, a lei confere ao administrador certa margem de liberdade para a escolha do ato mais
adequado ao caso concreto. A prorrogação de concurso público é ato discricionário, uma vez
que o sujeito
competente tem liberdade para analisar e decidir se irá prorrogar, ou não, o certame.

IMPORTANTE: Nos atos discricionários existe o MÉRITO administrativo, que é a valoração dos
motivos e do objeto (resultado final) do ato. O mérito é o exercício da discricionariedade.

Poder Judiciário NÃO PODE FAZER CONTROLE DE MÉRITO, porém pode anular atos
discricionários.

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ATRIBUTOS DO ATO ADM:
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Presunção de Legitimidade:

O ato administrativo nasce com a presunção de que está de acordo com a lei e que os fatos
apresentados são verdadeiros.

presunção de legitimidade é relativa (juris tantum

Imperatividade:

A imperatividade é o poder que tem a Administração de impor o ato ao administrado,


independentemente de sua concordância.

BASICAMENTE: Se o Estado vai aplicar uma multa de trânsito não tem que perguntar para o
cidadão se ele vai gostar, ou não, se vai aceitar, ou não.

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IMPORTANTE: Esse atributo não está presente em todos os atos!
Em alguns deles, como, por exemplo, certidões, atestados e pareceres (atos enunciativos),
bem como concessão de licença e autorização (atos negociais), não há essa necessidade.

O princípio da supremacia do interesse público justifica a coercibilidade dos atos


administrativos.

O atributo da imperatividade decorre do poder extroverso do Estado, que é o poder de


impor obrigações de modo unilateral na esfera do administrado.

O QUE MAIS TEM CAÍDO EM CONCURSO POLICIAL:

Autoexecutoriedade:

Significa a execução direta do ato administrativo pela própria Administração,


independentemente de ordem judicial.

Imagine só… se todo ato administrativo que fosse praticado a Administração Pública tivesse
que propor primeiro uma ação judicial para um juiz analisar a legalidade previamente e dar
uma ordem judicial autorizando a execução.
Nem a Administração Pública, nem o Poder Judiciário iriam funcionar se fosse assim…

EXEMPLOS: São exemplos desse atributo as interdições de atividades ilegais e obras


clandestinas e a inutilização de gêneros impróprios para o consumo.

Autoexecutoriedade: significa que dispensa controle PRÉVIO do Poder Judiciário, mas se um


ato administrativo for praticado e for ilegal, o particular pode provocar o Judiciário para
anular o ato. Em alguns casos, o particular pode até ingressar com uma ação para impedir que
o ato venha a ser realizado.

Administração Pública pode usar meios indiretos de coerção, para induzir ao cumprimento.
Isso é o que ele chama de exigibilidade.

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Executoriedade são meios diretos de execução sobre o particular.

Tipicidade:

De acordo com esse atributo, todo ato deve ter uma finalidade prévia e, precisamente,
definida em lei, ou seja, quando a lei cria determinado ato administrativo, já deve definir qual
será a sua finalidade.

Quantos aos destinatários dos ATOS ADM:

ATOS GERAIS: são aqueles que não possuem destinatário determinado, mas alcança todos
que estão em idêntica situação.

ATOS INDIVIDUAIS / ESPECIAIS: são aqueles que possuem destinatários certos.

Quanto ao Alcance:

ATOS INTERNOS: são atos destinados a produzir efeitos, como regra, dentro das repartições
administrativas, e que, por isso mesmo, incidem, normalmente, sobre os órgãos e agentes da
Administração que os expediram.

ATOS EXTERNOS: destinados a produzir efeitos, como regra, fora da Administração. São todos
aqueles que alcançam os administrados, os contratantes e, em certos casos, os próprios
servidores, provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios ou conduta perante a
Administração Pública.

Quanto ao Objeto:

ATOS DE IMPÉRIO: são todos aqueles que a administração pratica usando de sua supremacia
sobre o administrado ou o servidor e lhes impõe obrigatório atendimento.

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ATOS DE GESTÃO: são os que a Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os
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administrados. Tais atos, desde que praticados regularmente, geram direitos subjetivos e
permanecem imodificáveis pela Administração, salvo quando precários por sua própria
natureza.

ATOS DE EXPEDIENTE: são todos aqueles que se destinam a dar andamento aos processos e
papéis que tramitam pelas repartições públicas, preparando-os para a decisão de mérito final,
a ser proferida pela autoridade competente.

Quanto à Formação:

ATOS SIMPLES: é o que resulta da manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal


ou colegiado, ou de apenas um agente público.

Ex.: portaria expedida por Presidente de tribunal; aplicação de multa;

ATO COMPOSTO: é o que resulta da vontade única de um órgão ou agente, mas depende da
aprovação, ratificação ou confirmação por parte de outro para produzir seus efeitos.

Maria Sylvia entende que a nomeação do Procurador Geral da República é ato composto,

ATO COMPLEXO: é aquele que se forma pela conjugação de vontades de mais de um órgão
(dois ou mais órgãos) ou agentes. O ato complexo somente estará formado quando todas as
vontades exigidas forem declaradas.

investidura de Ministro do STF como exemplo de ato complexo,

Marque conforme o exemplo do autor. Se disser que a nomeação do PGR é ato composto,
marque que está correto. Se disser que a investidura de Ministro do STF é ato complexo,
marque que está correto.

O registro de aposentadoria pelo TCU é exemplo de ato complexo, de acordo com o STF.

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Quanto à Eficácia:
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VÁLIDO: é o ato que está em conformidade com a lei.

NULO: é o com vício insanável (finalidade, motivo e objeto). Não admite a convalidação, pois
apresenta defeito tão grave que não é possível a correção.

INEXISTENTE: é o que apenas tem aparência de manifestação regular da administração, mas


não chega a se aperfeiçoar como ato administrativo, não produzindo efeitos no Direito
Administrativo.

Quanto à Elaboração ou Exequibilidade:

PERFEITO: é aquele que já completou o seu ciclo necessário de formação, já percorreu todas
as fases necessárias para sua produção.

IMPERFEITO: é o que se apresenta incompleto na sua formação. Ato que não completou o
seu ciclo ou as suas fases necessárias de formação.

PENDENTE: é aquele que, embora perfeito, por reunir todos os elementos de sua formação,
não produz efeitos, por não ter sido verificado o termo ou condição de que depende sua
produção de efeitos.

CONSUMADO ou EXAURIDO: é aquele que já produziu todos os seus efeitos esperados. O


gozo das férias pelo servidor representa a consumação do ato.

Ato perfeito é aquele que já completou o seu ciclo necessário de formação, já percorreu
todas as fases necessárias para sua constituição.

Ato válido é aquele que está conforme a lei, não viola o ordenamento jurídico. Do contrário,
será ato inválido.

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Ato eficaz é o que produz ou tem condição de produzir efeitos. É o ato que se encontra apto
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para produção de efeitos.

a) perfeito, válido e eficaz


Completou o ciclo de formação, está de acordo com a lei e está produzindo efeitos.

b) perfeito, inválido e eficaz


Completou o ciclo de formação, NÃO está de acordo com a lei e mesmo assim está produzindo
efeitos.

c) perfeito, válido e ineficaz


Completou o ciclo de formação, está de acordo com a lei e AINDA NÃO está produzindo
efeitos. Depende de evento futuro para isso.

d) perfeito, inválido e ineficaz


Completou o ciclo de formação, NÃO está de acordo com a lei e NÃO está produzindo efeitos.

Quanto aos Efeitos:

ATO CONSTITUTIVO: é aquele por meio do qual a Administração cria, modifica ou extingue
um direito ou situação do administrado.

SÃO EXEMPLOS:
• a revogação = extingue um direito anterior;
• a autorização = cria um direito para o particular;

ATO DECLARATÓRIO: é aquele em que a Administração apenas reconhece um direito


preexistente.

IMPORTANTE: Revogação e autorização são atos constitutivos. Anulação e licença são atos
declaratórios.

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ATO ENUNCIATIVO: é aquele em que a Administração certifica, atesta uma situação ou
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profere opinião quando for consultada como, por exemplo, o atestado, a certidão e o parecer.

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS:

Atos normativos: São aqueles que contêm um comando geral, visando à correta aplicação da
lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal a ser observada pela
administração.

DECRETOS: são atos administrativos, da competência exclusiva dos Chefes do Executivo,


destinados a prover situações gerais ou individuais, abstratamente previstas de modo
expresso, explícito ou implícito, pela legislação.

REGIMENTOS: são atos administrativos normativos de atuação interna. Destinam-se a reger


o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas. Não obrigam os
particulares em geral, atingindo unicamente as pessoas vinculadas à atividade regimental.

RESOLUÇÕES: são atos administrativos normativos expedidos pelas altas autoridades do


Executivo (mas não pelo Chefe do Poder Executivo, que expede decretos) ou pelos
presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos, para disciplinar
matéria de sua competência específica.

Atos ordinatórios:

São atos que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de


seus agentes. São provimentos, determinações ou esclarecimentos que se endereçam aos
servidores públicos, a fim de orientá-los no desempenho de suas funções.

INSTRUÇÕES: são ordens escritas e gerais a respeito do modo e da forma de execução de


determinado serviço público, expedidas pelo superior hierárquico, com a finalidade de
orientar os subalternos no desempenho das atribuições que lhes estão destinadas e assegurar
a unidade de ação no organismo administrativo.

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CIRCULARES: são ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a determinados
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funcionários ou agentes administrativos, incumbidos de certo serviço ou do desempenho de
certas atribuições, em circunstâncias especiais.

PORTARIAS: são atos internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou serviços
expedem determinações gerais ou especiais a seus subordinados, ou designam servidores
para funções e cargos secundários. Também dão início a sindicâncias e a processos
administrativos.

AVISOS: são atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos referentes aos
respectivos ministérios.

ORDENS DE SERVIÇO: são determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou
serviços públicos autorizando seu início, ou contendo imposições de caráter administrativo
ou especificações técnicas sobre o modo de sua realização.

OFÍCIOS: são comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos e
superiores e entre a Administração e particulares, em caráter oficial.

DESPACHOS: são decisões que as autoridades executivas (ou legislativas e judiciárias, em


função administrativa) proferem em papéis, requerimentos e processos sujeitos à sua
apreciação.

Atos negociais  MAIS IMPORTANTES PARA CONCURSO

São atos praticados contendo uma declaração de vontade do Poder Público, coincidente com
a pretensão particular.

LICENÇA: é o ato administrativo vinculado e definitivo, por meio do qual o Poder Público,
verificando que o interessado atendeu a todas as exigências legais, possibilita o desempenho
de determinada atividade.

AUTORIZAÇÃO: é o ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder Público


torna possível ao pretendente a realização de certa atividade ou utilização de determinados
bens particulares ou públicos.

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É discricionária porque depende da análise de conveniência e oportunidade da Administração
Pública. E é precária porque caberá a revogação a qualquer momento, sem, em regra, gerar
direito à indenização.

PERMISSÃO: é o ATO administrativo discricionário e precário, pelo qual o Poder Público


faculta ao particular o uso especial de bens públicos, a título gratuito ou remunerado.

APROVAÇÃO: é o ato administrativo pelo qual o Poder Público verifica a legalidade e o mérito
de outro ato ou de situações e realizações materiais de seus próprios órgãos, de outras
entidades ou de particulares, dependentes de seu controle, e consente na sua execução ou
manutenção.

ADMISSÃO: é ato administrativo vinculado, por meio do qual o Poder Público, verificando a
satisfação de todos os requisitos legais pelo particular, defere-lhe determinada situação
jurídica de seu exclusivo ou predominante interesse, como ocorre no ingresso aos
estabelecimentos de ensino mediante concurso de habilitação.

HOMOLOGAÇÃO: é ato administrativo de controle, pelo qual a autoridade superior examina


a legalidade e a conveniência, ou somente aspectos de legalidade de ato anterior da própria
Administração, de outra entidade ou de particular, para dar-lhe eficácia.

Atos enunciativos

MNMÔNICO: CAPA

CERTIDÕES: são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes de


processo, livro ou documento que se encontre em repartições públicas.

ATESTADOS: são atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação de que
tenha conhecimento por seus órgãos competentes.

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PARECERES: são manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos submetidos à sua
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consideração. Tem caráter meramente opinativo, salvo quando tiver caráter vinculante, nos
casos previstos em lei.

APOSTILAS: são atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior criada por lei.
Equivale à averbação.

Atos punitivos:
Constituem uma sanção imposta pela administração em relação àquele que infringe as
disposições legais.

Extinção dos Atos Administrativos:

!!IMPORTANTÍSSIMO PARA CONCURSO!!

O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos


favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, SALVO COMPROVADA MÁ-FÉ.

a) Revogação:
É a extinção de um ato porque ele deixou de ser conveniente de ser mantido.
A revogação recai em um ato legal não é mais conveniente e oportuno. O agente que revoga
o ato pode ser tanto aquele que produziu o ato quanto a autoridade superior no exercício do
poder hierárquico.

IMPORTANTE: NÃO É POSSÍVEL A REVOGAÇÃO DE ATOS VINCULADOS!!

Os efeitos da revogação são EX NUNC  não retroagem.

Analisando: a regra da revogação é diferente porque ela trabalha com caráter de


oportunidade e conveniência da administração. Logo, um ato válido pode ser
revogado porque não é mais interessante para a administração, porém,
anteriormente, supõe-se que o era, por isso a revogação não retroagirá.

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A revogação somente é feita pela Administração Pública.
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Isso porque a revogação é um juízo de conveniência e oportunidade. E só quem pode fazer


isso é a Administração Pública;

ATOS IRREVOGÁVEIS (VC PODE DA):

V – Vinculados;
C – Consumados;
PO - Procedimento administrativo;
DE - Declaratório/Enunciativos (não posso revogar aquilo declarado e anunciado);
DA - Direitos Adquiridos.

OBS: Atos vinculados NÃO podem ser revogados porque NÃO POSSUEM MÉRITO, que é
o juízo de conveniência e oportunidade relacionado à prática do ato. Entretanto, podem
ser ANULADOS por vício de legalidade.

Anulação/invalidação:

É a extinção de um ato administrativo por motivo de ilegalidade.


A anulação é a análise da legitimidade do ato administrativo, podendo ser feita pela própria
administração, de ofício ou mediante provocação, ou pelo Poder Judiciário, desde que seja
provocado.

Caducidade:
Ato administrativo não caduca por causa de prazo.
A caducidade ocorre quando uma nova norma jurídica/lei torna inadmissível a situação antes
permitida.

Cassação:

Ocorre quando o particular descumpre as condições fixadas pela administração. A extinção


se dá porque o particular beneficiário do ato não atendeu às determinações da
Administração.

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Convalidação:
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A convalidação, também conhecida como sanatória (ou aperfeiçoamento), é a correção do


vício existente no ato administrativo, com efeitos retroativos.

três requisitos para a possibilidade de convalidação dos


atos administrativos.

a) Não acarretar lesão ao interesse público;

b) não acarretar prejuízo a terceiros;

c) apresentar vício sanável;

PODEMOS COVALIDAR: competência e forma.

Desde que a competência não seja exclusiva

Forma quando não for a única no objeto.

ESPÉCIES DE CONVALIDAÇÃO:

Ratificação  Correção da Competência ou Forma se não for competência exclusiva ou em


relação à matéria ou desde que a forma não for essencial à validade do ato

(FOCO NA CONVALIDAÇÃO = FORMA + COMPETÊNCIA).

Reforma  retira a parte ilegal e mantém a legal (tiro a parte ruim só).
Conversão  retira a inválida e acrescenta uma outra válida.

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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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ASSUNTO BEM SIMPLES E QUE, VIA DE REGRA, TÁ SEMPRE PRESENTE EM QUESTÕES:

PODER HIERÁRQUICO: É o que dispõe a Administração para distribuir e escalonar as funções


de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de
subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal.

Consequências da hierarquia:
• PODER DE FISCALIZAÇÃO E REVISÃO;
• PODER DE DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO; E
• PODER DE PUNIR.

Relações em que não há hierarquia:


• ENTRE OS PODERES DO ESTADO;
• ENTRE A ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA;
• ENTRE AS PESSOAS POLÍTICAS;
• NAS FUNÇÕES TÍPICAS DO PODER JUDICIÁRIO E LEGISLATIVO.

PODER DISCIPLINAR: é o poder de punir internamente as infrações funcionais dos servidores


e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. Esse poder
incide não só em relação aos servidores da Administração, mas também em relação àqueles
que mantêm algum tipo de vínculo mais próximo com a Administração, por exemplo,
concessionários e permissionários.

Importante: característica desse poder: discricionaridade

A discricionariedade do poder disciplinar está no sentido de que a Administração não está


vinculada à prévia definição da lei sobre a infração funcional.

PODER REGULAMENTAR: é o poder conferido aos chefes do Poder Executivo de editar


decretos para a fiel execução das leis.

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PODER NORMATIVO: é o poder da Administração de editar atos normativos para a execução
das leis, não apenas por meio de decretos, mas também por outros de conteúdo
regulamentar, por exemplo, resoluções, sendo mais abrangente do que poder regulamentar.

PODER DISCRICIONÁRIO: é a prerrogativa concedida aos agentes administrativos de eleger,


entre as várias condutas possíveis, a que traduz maior conveniência e oportunidade para o
interesse público.

PODER VINCULADO: significa a prática de atos estritamente definidos em lei. Por exemplo, a
aposentadoria compulsória.

PODER DE POLÍCIA: é a prerrogativa de que dispõe a Administração Pública para condicionar


e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos em benefício do interesse público.

Atributos ou prerrogativas ou características do poder de polícia:


• DISCRICIONARIEDADE;
• AUTOEXECUTORIEDADE;
• COERCIBILIDADE;
• IMPERATIVIDADE.

CICLOS DE POLÍCIA:
ORDEM DE POLÍCIA - Se refere à norma legal que estabelece a obrigação de fazer ou deixar
de fazer algum comportamento em razão do interesse público.
CONSENTIMENTO DE POLÍCIA - É o ato administrativo de anuência do Poder Público, que
possibilita a utilização da propriedade particular ou o exercício de alguma atividade privada,
em conformidade com a ordem de polícia.
FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA - Consiste em verificar se estão sendo cumpridas as normas
relativas aos bens e atividades que receberam o consentimento.
SANÇÃO DE POLÍCIA - Tem o objetivo de repreender o infrator que infringe as ordens de
polícia, com o fim de restabelecer o atendimento do interesse público.
FISCALIZAÇÃO - são delegáveis, pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do
poder de coerção do Poder Público.

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Obs: Segundo Matheus Carvalho, capitães de navios e aeronaves; entidades da Administração
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Indireta; agências reguladoras; concessionários, permissionários, delegatórios, também
possuem poder de polícia, mas de forma mais restrita.

Para o CESPE: Poder de polícia pode ser delegado!

Exceção - Ciclo de Polícia:


Normatizar: não cabe delegação.
Consentir: cabe delegação.
Fiscalizar: cabe delegação.
Sancionar: não cabe delegação.

DICA: CF pode delegar (C=Consentir e F=Fiscalizar)

Poder de polícia em sentido amplo compreende tanto os atos do Poder Legislativo quanto
do Executivo. Poder de polícia em sentido estrito compreende intervenções, gerais ou
abstratas, como os regulamentos, ou concretas e específicas, como autorizações e licenças
do Poder Executivo.

NÃO é possível delegar o poder de polícia aos particulares!

STF, ADI 1.717/DF.


Entretanto, certos atos materiais que precedem/anteriores ou posteriores aos atos de polícia
podem ser praticados por particulares.

A prescrição para o exercício do poder de polícia ocorre em CINCO ANOS, contados da data
da prática do ato ou, em se tratando de infração permanente ou continuada, do dia em que
tiver cessado.

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