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SUMÁRIO
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO ........................................................................................................... 2
CONTEÚDO DO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO ............................................................................... 2
PRINCÍPIOS NORTEADORES .......................................................................................................................... 3
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO ............................................................................... 3
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO ..................................................................... 3
PRINCÍPIOS EXPRESSOS OU EXPLÍCITOS........................................................................................................ 3
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ...................................................................................................................... 4
1) EM RELAÇÃO AO PARTICULAR (LEGALIDADE LATO SENSU): .............................................................. 4
2) EM RELAÇÃO À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (LEGALIDADE STRICTO SENSU) ....................................... 4
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA X ADMINISTRAÇÃO PRIVADA.......................................................................... 4
LEGALIDADE X RESERVA LEGAL ................................................................................................................ 4
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ................................................................................................ 5
PRINCÍPIOS NORTEADORES
Entre os princípios IMPLÍCITOS, dois merecem destaque, por serem considerados como
NORTEADORES de toda atuação administrativa. Sendo estes:
• SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO
• INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
Vale ressaltar que esses princípios são aplicados aos três Poderes do Estado (Executivo,
Legislativo e Judiciário), de qualquer das esferas (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) e também à sua Administração Indireta.
Art. 37 da Constituição Federal:
A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte..."
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O princípio da legalidade impõe um dever de observância à lei. Entretanto, esse princípio
funciona de maneira diferente para os particulares e para a Administração Pública, podendo
ser visto sob duas perspectivas distintas.
1) EM RELAÇÃO AO PARTICULAR (LEGALIDADE LATO SENSU):
Art. 5º da Constituição Federal:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei.
Segundo esse dispositivo constitucional, o particular pode fazer tudo aquilo que a lei não
proíba. Nesse caso, a regra é a autonomia da vontade.
SUMÁRIO
PRINCÍPIOS EXPRESSOS ................................................................................................................................ 2
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE .......................................................................................................................... 2
1) EM RELAÇÃO AO PARTICULAR (LEGALIDADE LATO SENSU): .............................................................. 2
2) EM RELAÇÃO À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (LEGALIDADE STRICTO SENSU) ....................................... 2
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA X ADMINISTRAÇÃO PRIVADA.......................................................................... 3
LEGALIDADE X RESERVA LEGAL ................................................................................................................ 3
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ................................................................................................ 3
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE .................................................................................................................. 3
1) ISONOMIA: .......................................................................................................................................... 3
VEDAÇÃO AO NEPOTISMO ................................................................................................................... 3
2) FINALIDADE: ........................................................................................................................................ 4
3) VEDAÇÃO A PROMOÇÃO PESSOAL (OU PARTIDÁRIA) ........................................................................... 4
PRINCÍPIO DA MORALIDADE ........................................................................................................................ 4
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE ......................................................................................................................... 4
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA............................................................................................................................. 5
EFICIÊNCIA X EFICÁCIA X EFETIVIDADE ..................................................................................................... 5
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Recapitulando temos:
A Constituição Federal traz, de forma expressa, cinco princípios que regem a
Administração Pública: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
Sobre o princípio da Eficiência, é importante ressaltar que este só se tornou princípio
expresso com o advento da EC 19/98.
Desse modo, os cinco princípios expressos são:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
DICA – Lembre-se de “LIMPE”, sendo as iniciais de cada princípio.
Vale ressaltar que esses princípios são aplicados aos três Poderes do Estado (Executivo,
Legislativo e Judiciário), de qualquer das esferas (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) e também à sua Administração Indireta.
Art. 37 da Constituição Federal:
A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte..."
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O princípio da legalidade impõe um dever de observância à lei. Entretanto, esse princípio
funciona de maneira diferente para os particulares e para a Administração Pública, podendo
ser visto sob duas perspectivas distintas.
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Esse princípio reflete a impessoalidade na atuação dos agentes públicos, que devem agir
sempre embasados por critérios de interesse público, jamais com o intuito de favorecer
interesses próprios ou de terceiros, não podendo, inclusive, atrelar a atuação administrativa a
sua própria imagem, de forma a promovê-la.
Desse modo, o princípio da impessoalidade pode ser visto sob três perspectivas:
1) ISONOMIA:
O administrador público deve tratar os administrados de maneira isonômica, sem criar
distinções ou critérios de preferência entre eles, que devem ser tratados de maneira igualitária.
Contudo, em determinadas situações, poderá existir um tratamento diferenciado, embasado na
igualdade material (ou substancial).
VEDAÇÃO AO NEPOTISMO
Súmula Vinculante 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do
2) FINALIDADE:
A finalidade de toda atuação pública é o interesse social. A Administração sempre deve
agir objetivando fins públicos. Esse princípio veda que o administrador atue visando a
interesses próprios ou de terceiros. Nessa acepção, o princípio da impessoalidade representa
um sinônimo de princípio da finalidade.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Esse princípio torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da Administração,
isto é, nosso ordenamento jurídico expressamente exige que o administrador público tenha
uma conduta pautada por preceitos éticos e morais.
Assim, conforme rege inclusive o Decreto 1.171/94, que trata da ética profissional do
servidor público civil do Poder Executivo federal, o servidor deve decidir não somente entre o
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno,
mas principalmente entre o honesto e o desonesto. É necessário que se atenda não somente à
“letra fria” da lei, mas também ao espírito dela, juntando aquilo que é legal com aquilo que
também é ético, moral.
A moralidade administrativa é um dos pressupostos da validade de todo ato praticado
pela Administração Pública. Cabe ressaltar que não se trata da moral segundo o senso comum,
mas sim de uma moral jurídica, extraída do nosso ordenamento jurídico.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade também pode ser analisado sob dois aspectos. O primeiro
refere-se à obrigação que possui a Administração Pública de publicar seus atos em meio oficial
(Diário Oficial da União, por exemplo), como requisito de sua eficácia. Convém notar que não
se trata de um requisito de validade, mas sim de eficácia, que diz respeito à produção de
efeitos de um ato.
LEMBRE-SE – Publicidade é REQUISITO de Eficácia e Moralidade do Ato
Administrativo
Entretanto, nem todos os atos praticados pela Administração Pública devem ser
publicados em meio oficial, sendo que em determinadas situações prevalecerá o sigilo, como
nos casos em que for imprescindível para a segurança nacional ou em situações em que deverá
haver a preservação da intimidade dos administrados.
Uma segunda acepção desse princípio é o dever que possui a Administração Pública de
dar transparência a sua atuação, tornando as informações acessíveis aos administrados,
possibilitando, assim, o controle social de sua atuação.
Desse modo, não basta a mera publicação. Para que esse princípio seja realmente
observado, é necessário que essa publicação esteja acessível para os administrados. Como
exemplo, temos o direito à obtenção de certidões em repartições públicas.
Art. 5º da Constituição Federal:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
Com base nesse entendimento, o STF já entendeu que publicar a remuneração dos
servidores públicos em site próprio (portal da transparência) não viola a sua intimidade, pois
se trata de uma das maneiras de dar publicidade a esses gastos públicos.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
O princípio da eficiência, diferentemente dos outros princípios expressos, não foi
contemplado no texto original da Constituição Federal de 1988, sendo inserido posteriormente
por meio da EC 19/98, chamada de reforma administrativa.
Esse princípio impõe uma obrigação de que as atribuições públicas sejam prestadas com
presteza, perfeição e rendimento funcional, de modo a prestar um serviço público que atenda
de forma satisfatória às necessidades da coletividade, entretanto, sem onerar
desnecessariamente os cofres públicos, com gastos supérfluos ou desperdícios.
Para privilegiar esse princípio, a Constituição Federal estabeleceu as avaliações
periódicas de desempenho para os servidores públicos, sendo que, mesmo o estável pode ser
exonerado caso não tenha resultados satisfatórios.
Art. 37, § 1º, da CF: O servidor público estável só perderá o cargo:
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho,
na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
SUMÁRIO
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS ............................................................................................................................... 2
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA.................................................................................... 2
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE ................................................................................................................. 2
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA ..................................................................................................................... 3
CRITÉRIO DE LEGALIDADE .................................................................................................................... 3
CRITÉRIO DE MÉRITO ........................................................................................................................... 3
SÚMULA DA AUTOTUTELA ................................................................................................................... 3
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE ..................................................................... 3
SEGURANÇA JURÍDICA ............................................................................................................................. 4
SÚMULAS PERTINENTES............................................................................................................................... 4
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Além dos Princípios citados expressamente pela Constituição de 1988, existem outros
Princípios de Direito Administrativo, que são verdadeiramente importantes para uma
administração pública legal, impessoal, moral, pública e eficiente. Esses Princípios são
chamados de princípios constitucionais implícitos e possuem a mesma importância para o
estudo em questão apresentado.
Os Princípios implícitos da Administração Pública, que podem ser considerados como de
maior relevância, são:
Contraditório e Ampla Defesa
Continuidade
Autotutela
Razoabilidade
Proporcionalidade
Finalidade
Especialidade
Segurança Jurídica
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
Os serviços públicos têm como destinatário a coletividade, devendo a sua prestação ser
feita de modo contínuo e de maneira que atenda às necessidades da população.
Desse modo, os serviços públicos devem ser prestados de maneira adequada e
ininterrupta, somente podendo haver a paralisação da prestação dos mesmos em casos
excepcionais, como em situações de emergência ou havendo aviso prévio.
Esse princípio aplica-se tanto para os entes da Administração Pública como também para
os particulares delegatários de serviços públicos.
No caso de a Administração Pública descumprir sua parte, os serviços prestados pelo
delegatário não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em
julgado, não se aplicando a cláusula de exceção de contrato não cumprido (essa cláusula define
que a parte que não cumpriu sua parcela no contrato, não pode exigir que a outra parte cumpra
a sua).
Assim, o delegatário de serviço público não pode interromper a prestação alegando que a
Administração Pública não cumpriu sua parte no contrato, somente podendo rescindir o
contrato mediante decisão judicial com trânsito em julgado (aquela que não comporta mais
nenhum recurso tornou-se definitiva).
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
Esse princípio proporciona à Administração o poder para revisar seus próprios atos,
assegurando um meio adicional de controle de sua atuação, reduzindo o congestionamento do
Poder Judiciário.
A autotutela administrativa difere do controle judicial, sendo que a sua execução é feita
pela própria Administração que praticou o ato independente de provocação.
A autotutela autoriza o controle, pela Administração, sob dois aspectos: o da legalidade,
em que ela irá anular seus atos ilegais, e o de mérito, em que ela poderá revogar seus atos que,
embora válidos, se mostrarem inoportunos ou inconvenientes.
Assim, esse princípio permite que a Administração Pública exerça o controle sobre seus
próprios atos. Esse controle pode ser realizado sob dois aspectos:
ATENÇÃO – Esses critérios abaixo serão vistos com mais calma quando
tratarmos de ATOS ADMINISTRATIVOS
CRITÉRIO DE LEGALIDADE
Quando o ato for ilegal ou ilegítimo, a Administração Pública deve ANULAR esse ato (de
ofício ou quando provocada). Essa anulação do ato ilegal possui efeitos "ex tunc" (retroativos).
CRITÉRIO DE MÉRITO
Nesse caso, a Administração Pública pode REVOGAR seus próprios atos por conveniência
ou oportunidade. Na revogação, os atos válidos (ela é feita por razões de interesse público, e
não por ilegalidades) e gera apenas efeitos "ex nunc" (não retroagem).
SÚMULA DA AUTOTUTELA
A súmula 473 do STF também trata desse assunto:
"A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO
EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO
SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE
CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS
ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO
JUDICIAL."
SEGURANÇA JURÍDICA
Esse princípio protege as expectativas legítimas, impedindo que o administrado seja
surpreendido por uma situação inesperada.
Visa dar credibilidade e estabilidade nas relações travadas com o Estado, vedando que
seja aplicada retroativamente uma nova interpretação da lei. Esse princípio está intimamente
relacionado com aos princípios da boa-fé e da confiança.
Conforme já disse o STF, esse princípio reflete a necessidade de respeitar situações
consolidadas pelo tempo e amparadas pela boa-fé dos administrados.
SÚMULAS PERTINENTES
SÚMULA VINCULANTE 3 - Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-
se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de
ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
SÚMULA 346 - STF - A administração pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos.
SÚMULA 473 – STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.
SÚMULA 373 – STJ – É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso
administrativo.
SUMÁRIO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ..................................................................................................................... 2
PRINCÍPIOS DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ........................................................................................ 2
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE PÚBLICA ........................................................................................ 2
DESCENTRALIZAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO .................................................................................................... 3
DESCONCENTRAÇÃO E CONCENTRAÇÃO ...................................................................................................... 3
DESCENTRALIZAÇÃO E CENTRALIZAÇÃO ....................................................................................................... 4
DESCENTRALIZAÇÃO POR OUTORGA, SERVIÇOS OU FUNCIONAL ............................................................ 4
DESCENTRALIZAÇÃO POR DELEGAÇÃO OU COLABORAÇÃO ..................................................................... 5
DESCENTRALIZAÇÃO TERRITORIAL OU GEOGRÁFICA................................................................................ 5
HIERÁRQUIA ENTRE ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA .......................................................................... 5
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
A organização administrativa trata-se da própria estruturação do Estado, analisando os
órgãos e entidades que irão desempenhar a função administrativa. Nesse contexto, a principal
diferença entre entidade e órgão é que:
Para que o Estado funcione de maneira mais eficiente, alguns serviços são prestados
diretamente pelos ENTES FEDERATIVOS, já em outras situações, estes entes TRANSFEREM as
pessoas jurídicas a outros ENTES.
Estes princípios foram propostos pelo “Decreto-Lei 200/67”, decreto que foi
recepcionado como LEI ORDINÁRIA pela Constituição Federal de 1988, são estes princípios:
• Princípio do Planejamento
• Princípio da Coordenação
• Princípio da Descentralização Administrativa
• Princípio da Delegação de Competências
• Princípio do Controle
Quando as atividades são prestadas diretamente pelos entes políticos, seus órgãos ou
agentes, esta prestação é chamada de CENTRALIZADA. Formando a chamada
ADMINISTRAÇÃO DIRETA.
DESCENTRALIZAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO
São coisas diferentes, sendo muito importante para o estudante saber diferenciar estes
institutos, sendo:
DESCONCENTRAÇÃO E CONCENTRAÇÃO
Ocorre dentro de UMA MESMA ESTRUTURA. Sendo esta estrutura da Administração
Direta ou da Administração Indireta. Desconcentrar é apenas uma técnica administrativa de
distribuir competências.
Quando a UNIÃO distribui sua competência para um Ministério, por exemplo, está
DESCONCENTRANDO. Da mesma forma, a desconcentração pode acontecer dentro da
Administração Indireta. Dividir uma Autarquia (entidade descentralizada) em departamentos
(Departamento Financeiro, Departamento de Aposentadoria, Departamento de Perícias) é fruto
de desconcentração.
EXEMPLO – Imaginemos que a União, por meio de lei, concentre estes três
ministérios citados em apenas um, o Ministério “AGRO É POP”, estaria então
CONCENTRANDO as suas atividades.
DESCENTRALIZAÇÃO E CENTRALIZAÇÃO
Como já vimos, ocorre quando o Estado desempenha suas funções por meio de outros
entes PERSONALIZADOS (que possuem personalidade jurídica própria).
• OUTORGA LEGAL
• DELEGAÇÃO ou COLABORAÇÃO
• GEOGRÁFICA
DESCENTRALIZAÇÃO POR OUTORGA, SERVIÇOS OU FUNCIONAL
Ocorre quando o estado CRIA uma entidade e transfere a ela determinado serviço público.
Transferindo então a TITULARIDADE e a EXECUÇÃO do serviço público.
A doutrina se divide sobre as entidades que seriam descentralizadas por outorga, porém
a posição adotada pela CESPE/CEBRASPE preceitua esta espécie de descentralização ocorre
PARA TODAS AS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA. Dessa forma, será feita a
Descentralização por Outorga, Serviços ou Funcional para:
• Autarquias
• Fundações de Direito Público ou Direito Privado
• Empresas Públicas
• Sociedades de Economia Mista
Isso não significa que as Pessoas Jurídicas Descentralizadas podem agir com
arbitrariedade, pois existe uma relação de VINCULAÇÃO, o que difere de uma relação de
subordinação.
LEMBRE-SE – Essa vinculação é chamada também de CONTROLE FINALÍSTICO
ou TUTELA ADMINISTRATIVA.
SUMÁRIO
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................................................. 2
CONSTITUIÇÃO: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS .............................................................................................. 2
RESUMO .................................................................................................................................................... 2
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ..................................................................................................................... 2
NOÇÕES GERAIS......................................................................................................................................... 2
CARACTERÍSTICAS DO FEDERALISMO BRASILEIRO .................................................................................... 2
TIPOS DE FEDERALISMO ............................................................................................................................ 4
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO ...................................................................................................................................................... 8
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
CONSTITUIÇÃO: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Na nossa Constituição, esse cerne político materializa-se nos princípios fundamentais,
integrantes dos Arts. 1° a 4° da CF/88. Ali, vamos encontrar princípios definidores da forma
de Estado (Federação), da forma de governo (República), do regime político (Estado
Democrático de Direito), da titularidade do poder constituinte (Soberania popular) e da forma
de relacionamento entre os poderes (independência e harmonia entre os poderes).
Os princípios fundamentais estão apresentados logo no início da Constituição Federal
de 1988 (Arts. 1° ao 4°). Concluímos, desde já, que esse Título I da CF/88 apresenta as
características mais essenciais do nosso Estado.
No caput do artigo 1º encontramos os princípios materiais estruturantes que formam a
base fundamental para toda a ordem constitucional: a) princípio republicano; b) princípio
federativo; c) princípio do Estado democrático de direito.
RESUMO:
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:
NOÇÕES GERAIS:
O modelo federativo de Estado encontra-se previsto no Art. 1o da CF/88:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos: (grifo nosso)
Contudo, esse dispositivo deve ser analisado conjuntamente com o Art. 18 da CF, que
define a Organização Político-Administrativa do Estado brasileiro:
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.
Caráter indissolúvel do vínculo federativo: uma vez formalizado o Estado federal, não
mais é permitido a qualquer dos entes que fazem parte da Federação separar-se dela, tendo
em vista seu caráter permanente (não há direito de secessão).
Formalização por meio de uma constituição: o Estado federal é criado por uma
Constituição, a denominada Constituição Federal, que estabelece e formaliza o pacto
federativo.
Repartição de competências entre o poder central e os entes parciais: a
Constituição Federal estabelece as bases em que a mesma deve funcionar, inclusive fixando as
competências materiais e legislativas de cada um dos entes que fazem parte do Estado
Federal.
Direito de participação das vontades parciais na vontade central (bicameralismo
do Poder Legislativo da União): para que um Estado possa ser considerado efetivamente
uma Federação, os entes parciais também devem ter o direito de participar da formação da
vontade central, por meio de representantes no Parlamento.
Possibilidade de intervenção federal: o texto constitucional da Constituição Federal
deve prever a possibilidade de a União agir, em nome dos demais entes federativos, não só
para a garantia da indissolubilidade do vínculo federativo, como também para o respeito à
repartição de competências.
Controle Jurisdicional de Constitucionalidade, por intermédio do Guardião da CF =
STF (Tribunal Constitucional).
Os fundamentos devem ser compreendidos como os valores estruturantes do Estado
brasileiro, aos quais foi atribuído um especial significado dentro da ordem constitucional, sendo a
dignidade da pessoa humana considerada valor supremo do nosso ordenamento jurídico.
I. Soberania: pode ser definida como um poder político supremo e independente, por
não estar limitado por nenhum outro e por não ter de acatar, na ótica das relações
internacionais, a regras que não sejam voluntariamente aceitas.
II. Cidadania: enquanto conceito decorrente do Estado Democrático de Direito, consiste
na participação política do indivíduo na vontade do Estado. O conceito de cidadania
sempre esteve fortemente "ligado" aos direitos políticos, que permitem ao indivíduo
intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de modo direto ou
indireto na formação do governo e na sua administração, seja ao votar (direto), seja ao
concorrer a um cargo público (indireto).
III. Dignidade da pessoa humana: constitui o valor constitucional supremo que irá
informar a criação, interpretação e a aplicação de toda a ordem normativa
constitucional. A dignidade humana, então, é um valor fundamental que se viu
convertido em princípio jurídico de estatura constitucional, seja por sua positivação
em norma expressa seja por sua aceitação como um mandamento jurídico extraído do
sistema. Serve, assim, tanto como justificação moral quanto como fundamento
normativo para os direitos fundamentais.
IV. Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: como um dos fundamentos do
Estado brasileiro, reconhece-se que o trabalho é um dos valores imprescindíveis à
promoção da dignidade da pessoa humana. A partir do momento em que contribui
para o progresso da sociedade à qual pertence, o indivíduo se sente útil e respeitado. A
liberdade de iniciativa, que envolve a liberdade de empresa e a liberdade de contrato,
é um princípio básico do liberalismo econômico.
V. pluralismo político: decorre do princípio democrático, que impõe a opção por uma
sociedade plural na qual a diversidade e as liberdades devem ser amplamente
FORMAS DE GOVERNO:
A) REPÚBLICA:
• ELETIVIDADE – DIRETA OU INDIRETA
• TEMPORALIDADE NO EXERCÍCIO DO PODER
• NECESSIDADE DE LEGITIMIDADE DO POVO
• REPRESENTATIVIDADE POPULAR
• DEVER DO GOVERNO DE PRESTAR CONTAS
B) MONARQUIA:
• HEREDITARIEDADE
• VITALICIEDADE
• NÃO REPRESENTATIVIDADE POPULAR
• AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CONTA PELO GOVERNO
SISTEMA DE GOVERNO:
A) PRESIDENCIALISMO:
• Independência entre os poderes
• Chefia monocrática
• Mandato por prazo certo
• Responsabilidade do governo perante o povo
B) PARLAMENTARISMO:
• Cooperação entre os Poderes Executivo e Legislativo
• Chefia dual
• Mandato por prazo indeterminado
• Responsabilidade do governo perante o parlamentarismo
REGIME DE GOVERNO:
A) AUTOCRACIA: O destinatário da política governamental não participa de sua elaboração.
B) INDIRETA OU REPRESENTATIVA: O povo elege os representantes e esses elaboram as
políticas públicas.
C) DIRETA: O povo participa diretamente
D) SEMIDIRETA OU PARTICIPATIVA: Tanto Direta como Indireta (existem os dois
mecanismos)
FORMA DE ESTADO:
A) Unitário:
A1) Centralizado
A2) Descentralizado (Não há autonomia política)
B) Federação:
B1) Agregação/centrípeta
B2) Desagregação/Centrífuga
Referências Bibliográficas
BRASIL. Constituição Federal.
CANOTILHO, J.J. GOMES e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo:
Saraiva, 2014.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. Salvador: JusPodivm,
2016.
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 15
ed. São Paulo: Método, 2016.
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros,
2006.
EXERCÍCIOS
1. À luz do disposto na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir, acerca
dos princípios constitucionais e dos direitos fundamentais.
Conforme a CF, o poder emana do povo e é exercido por meio de representantes eleitos,
não havendo previsão do exercício do poder diretamente pelo povo.
Certo ( ) Errado ( )
ERRADO
Atenção:
Nosso regime de governo é
democrático SEMIDIRETO ou PARTICIPATIVO = DIRETO (povo) + INDIRETO ou
REPRESENTATIVO.
crimes de cunho político que não configuram delitos do direito penal comum.
A concessão de asilo político é ato de soberania estatal.
É de competência do Presidente da República. (O Presidente da República, à luz
de um caso concreto,
terá a discricionariedade de conceder ou não asilo político).
GABARITO
1. Errado
2. Certo
3. Certo
4. Certo
Errado
SUMÁRIO
princípios fundamentais .................................................................................................................................... 2
PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES – TRIPARTIÇÃO DOS PODERES ................................................... 2
OBJETIVOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – ART. 3º ...................................................................... 3
PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS – ART. 4º ............................................................................... 4
Exercícios ........................................................................................................................................................... 6
Gabarito ......................................................................................................................................................... 8
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES – TRIPARTIÇÃO DOS
PODERES
PODER É UNO E INDIVISÍVEL, o que se divide são as funções estatais básicas.
OBJETIVO: preservar a liberdade individual, combatendo a concentração de Poder, isto
é, a tendência absolutista de exercício de Poder político pela mesma pessoa ou grupo de
pessoas.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
de controle recíproco, em que um Poder controla as atividades dos outros, a fim de se evitar
desvios e excessos. Esse sistema de controle é denominado pela doutrina como sistema de
freios e contrapesos.
Assim, cada Poder possui competências típicas. Ao Poder Executivo, destacamos a
competência de administrar; ao Poder Legislativo, destacamos a competência de legislar e de
fiscalizar; e ao Poder Judiciário, destacamos a competência de julgar.
Contudo, em razão do sistema de controle recíproco adotado pela Constituição Federal,
os Poderes exercem, além das funções típicas, que foram mencionadas, as funções atípicas.
Nesse sentido, a título de ilustração, observamos que o Poder Legislativo desempenha
função jurisdicional quando o Senado Federal julga certas autoridades da República nos
crimes de responsabilidade (CF, Art. 52, I e II e parágrafo único). O Poder Legislativo e o
Poder Judiciário exercerem a função executiva atipicamente, ao realizar concurso público
para suprir seu quadro de pessoal, ou realizar uma licitação para compra de canetas, por
exemplo. O Executivo, por meio de um processo disciplinar administrativo, realização função
de julgamento. Enfim, a própria Constituição Federal estabelece uma série de competências
para os Poderes, que se distanciam de suas funções típicas/preponderantes.
do asilo diplomático ou político. A Declaração Universal dos Direitos do Homem já prevê essa
figura no seu Art. XIV. No continente americano, o asilo diplomático está tratado no
documento da convenção de Caracas, de 1954, onde se lê que todo Estado tem o direito de
conceder asilo, mas não se acha obrigado a concedê-lo, nem a declarar porque o nega.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.
CANOTILHO, J.J. GOMES e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva,
2014.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. Salvador: JusPodivm, 2016.
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 15 ed. São
Paulo: Método, 2016.
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006.
EXERCÍCIOS
1. No que se refere aos princípios fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988
(CF), julgue o próximo item.
A concessão de asilo político é um direito individual previsto no Art. 5.º da CF.
Certo ( ) Errado ( )
ERRADO
Trata-se de um princípio das relações internacionais, previsto no Art. 4º da
CF/88.
Questão fácil, mas é preciso prestar atenção nos detalhes.
Não é um direito fundamental, mas um princípio fundamental.
GABARITO
1. Errado
2. Certo
3. Errado
4. Errado
5. Errado
SUMÁRIO
DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................ 2
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 2
CONCEITO .................................................................................................................................................. 2
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS................................................................................... 2
EFICÁCIA HORIZONTAL E VERTICAL ........................................................................................................... 3
Eficácia vertical .......................................................................................................................................... 4
Eficácia HORIZONTAL................................................................................................................................. 4
Exercícios ........................................................................................................................................................... 4
Gabarito ......................................................................................................................................................... 6
DIREITOS FUNDAMENTAIS
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CONCEITO
Os direitos e as garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no
decorrer do desenvolvimento da humanidade e se constituem de normas protetivas que
formam um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição humana.
Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo diante do poder do Estado.
Mas não só do Estado. Os direitos e as garantias fundamentais também constituem normas de
proteção do indivíduo em relação aos outros indivíduos da sociedade.
O Título II da Constituição Federal, que estabelece o tema: Direitos e Garantias
Fundamentais, foi assim dividido (ART. 5° ao 17, CF):
Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Art. 5°.
Capítulo II – Dos Direitos Sociais – Art. 6o ao 11.
Capítulo III – Da Nacionalidade – Art. 12 e 13.
Capítulo IV – Dos Direitos Políticos – Art. 14 ao 16.
Capítulo V – Dos Partidos Políticos – Art. 17.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Características:
H 123I RUA (CONCORRÊNCIA)
H – Historicidade – possuem caráter histórico, passando pelas diversas revoluções até os
dias de hoje.
I – Indisponível (irrenunciável) – não podem ser renunciados.
Obs.: podem renunciar temporariamente, desde que não ofenda a dignidade da pessoa
humana.
I – Imprescritível – Não se perde pela falta de uso.
I – Inalienável – não podem ser comercializados.
R – Relativo – estão no mesmo nível de hierarquia.
U – Universal – destinam-se a TODOS, sem qualquer tipo de discriminação.
TODOS = pessoas físicas e jurídicas.
Brasileiros e estrangeiros.
A – Aplicação imediata - Art. 5º, § 1º, CF - As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.
Concorrência – podem ser exercidos cumulativamente.
Os direitos fundamentais dotam das seguintes características: VEDADO O
RETROCESSO.
a) HISTORICIDADE: possuem caráter histórico, passando por diversas revoluções e
movimentos sociais que batalhavam pela sua concretização, chegando aos dias atuais. Como
exemplo que pode ilustrar essa característica, temos a conquista do direito de voto pelas
mulheres e, mais recentemente, a liberação da marcha da maconha.
b) UNIVERSALIDADE: os direitos fundamentais se destinam, sem discriminação, a
todos os seres humanos, inclusive às pessoas jurídicas, como empresas, indústrias etc. A título
de exemplo, o artigo 5º da Constituição Federal observa o caráter universal dos direitos
fundamentais, mencionando, com efeito, que os direitos lá elencados estão garantidos a todos,
sejam brasileiros ou estrangeiros.
Anota aí!
EFICÁCIA VERTICAL
Relação entre Estado e pessoa (física ou jurídica):
ESTADO
PESSOA
EFICÁCIA HORIZONTAL
Relação entre Pessoas (física ou\e jurídica)
PESSOA PESSOA
EXERCÍCIOS
1. Acerca dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item subsequente.
Os direitos constitucionais da pessoa presa incluem o direito à identificação dos
responsáveis pela prisão, o direito ao silêncio e o direito à assistência da família e de
advogado.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
Trata-se de uma questão que traz um direito fundamental de primeira
geração.
Não exige muito do aluno, mas temos que ter cuidado, letra de lei também
derruba!
Então decora aí!
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou
por seu interrogatório policial.
Resposta: ERRADO
PRESTE MUITA ATENÇÃO: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE
(SOLIDARIEDADE)
Os direitos de 1ª dimensão (NEGATIVOS) - LIBERDADE.
Então, nessa dimensão o Estado não age (prestação negativa), ele deixa que
cada pessoa faça da sua liberdade o que bem entender (relativo), ele vai se abster.
Os direitos de 2ª dimensão (POSITIVOS-SOCIAIS) são prestacionais, de
modo que o Estado tem o dever de fazer (obrigação de fazer) e que também se
aplicam nas relações entre particulares (eficácia horizontal)
No constitucionalismo contemporâneo, o entendimento é de que os direitos
fundamentais obrigam também as relações entre particulares. Não podem os
particulares, com amparo no princípio da autonomia da vontade (que rege a
celebração dos negócios privados), afastar livremente os direitos fundamentais.
GABARITO
1. CERTO
2. ERRADO
3. CERTO
4. ERRADO
5. CERTO
SUMÁRIO
DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................ 2
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 2
DIMENSÃO DE DIREITOS:........................................................................................................................... 2
Exercícios ........................................................................................................................................................... 5
Gabarito ......................................................................................................................................................... 7
DIREITOS FUNDAMENTAIS
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
DIMENSÃO DE DIREITOS:
DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO– Foram os primeiros direitos conquistados pela
humanidade. São direitos relacionados à liberdade, em todas as suas formas.
Nasceram das revoluções liberais ocorridas no final do século XVIII, com a
burguesia, que exigia a limitação do Poder do Estado, à época absolutista, e o
respeito às liberdades individuais. Possuem um caráter negativo diante do Estado,
tendo em vista ser utilizado como uma verdadeira limitação ao poder estatal, ou
seja, o Estado, diante dos direitos de primeira dimensão, fica impedido de agir ou
interferir na sociedade. São verdadeiros direitos de defesa com caráter individual.
Estão entre esses direitos as liberdades públicas, civis e políticas. São os ligados ao
valor LIBERDADE. São os direitos CIVIS E POLÍTICOS. NÃO FAZER DO ESTADO.
Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos:
• Magna Carta de 1215 – João Sem-Terra;
• Paz de Westfália (1648);
• Habeas Corpus Act (1679);
• Bill of Rights (1688);
• Declaração Americana – 1776 (Revolução Americana);
• Declaração Francesa – 1789 (Revolução Francesa).
DIREITOS DE 2ª DIMENSÃO– Diante das péssimas condições de trabalho
decorrentes da Revolução Industrial (século XIX), aliadas à Primeira Grande
Guerra Mundial, tivemos o surgimento dos direitos de segunda geração. Por isso,
são conhecidos como direitos de igualdade. Agora, para reduzir as diferenças
sociais, o Estado precisa interferir na sociedade. E esta interferência reflete a
conduta positiva adotada por meio de prestações sociais. São direitos de segunda
dimensão os DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS.
Ligados ao valor IGUALDADE. Implicam um FAZER DO ESTADO – prestação em
favor dos menos favorecidos e dos setores economicamente mais fracos da
sociedade.
Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos:
• Constituição Mexicana - 1917;
• Constituição de Weimar – 1919;
• Tratado de Versalhes – 1919 (criação da OIT);
• Constituição Brasileira – 1934.
DIREITOS DE 3ª DIMENSÃO – Ligados ao valor FRATERNIDADE OU
SOLIDARIEDADE. Direitos da sociedade de massa, que atingem a todos. São
direitos difusos: indivisibilidade, ausência de individualização.
Alguns direitos de 3a geração:
• Direito ao meio ambiente;
• Direito à defesa do consumidor.
• Direito ao desenvolvimento ao progresso;
• Direito de comunicação;
Referências Bibliográficas
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional descomplicado – 15
ed. Método, 2016.
CANOTILHO, J.J. Gomes e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo:
Saraiva, 2014.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. 2016. Salvador:
JusPodivm.
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros,
2006.
EXERCÍCIOS
1. A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item.
Os direitos sociais, como dimensão dos direitos fundamentais do homem, são prestações
positivas proporcionadas pelo Estado, direta ou indiretamente, enunciadas em normas
constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que
tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA – CERTA
Os direitos fundamentais de segunda dimensão são, de fato, direitos
tipicamente de caráter positivo, isto é, exigem uma atuação positiva do Estado, em
favor dos desamparados. Entretanto, não se pode afirmar que todos os direitos de
segunda dimensão são de índole positiva, pois temos alguns direitos sociais que são
de natureza negativa, como o direito de sindicalização e de greve dos trabalhadores
(CF, artigos 8º e 9º, respectivamente). Como se observa, os direitos conquistados
com a 2ª geração correspondem aos direitos de IGUALDADE.
3. Com relação aos direitos humanos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF),
julgue o item que se segue. Na CF, a classificação dos direitos e garantias fundamentais
restringe-se a três categorias: os direitos individuais e coletivos, os direitos de
nacionalidade e os direitos políticos.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA ERRADA
Os direitos e as garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram
criados no decorrer do desenvolvimento da humanidade e se constituem de normas
protetivas que formam um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição
humana.
Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo diante do poder do
Estado. Mas não só do Estado. Os direitos e as garantias fundamentais também
constituem normas de proteção do indivíduo em relação aos outros indivíduos da
sociedade.
O Título II da Constituição Federal, que estabelece o tema: Direitos e
Garantias Fundamentais, foi assim dividido (ART. 5° a 17, CF):
Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Art. 5°.
Capítulo II – Dos Direitos Sociais – Art. 6o a 11.
Capítulo III – Da Nacionalidade – Art. 12 e 13.
Capítulo IV – Dos Direitos Políticos – Art. 14 a 16.
Capítulo V – Dos Partidos Políticos – Art. 17.
ROL MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO
4. Julgue o item seguinte, com relação aos direitos sociais e políticos. As ações afirmativas
do Estado na área da educação visam garantir o direito social do cidadão, direito
fundamental de segunda geração, e assegurar a isonomia material.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA- CERTA
São direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação positiva do Estado,
no sentido de assegurar o mínimo de (ISONOMIA MATERIAL) entre os homens
(importantíssimo este aspecto: os direitos fundamentais passaram a ter uma feição
positiva a partir da segunda dimensão).
Correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos (direito a condições
mínimas de trabalho, à previdência e assistência social, à habitação, ao lazer, a um
salário que assegure o mínimo de dignidade, à sindicalização e à greve dos
trabalhadores etc.).
GABARITO
1. CERTA
2. CERTA
3. ERRADA
4. CERTA
5. CERTA
SUMÁRIO
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................ 2
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS - EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................. 2
EFICÁCIA VERTICAL/HORIZONTAL e DIAGONAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS......................................... 3
Eficácia vertical .......................................................................................................................................... 4
Eficácia HORIZONTAL................................................................................................................................. 4
DIMENSÃO OBJETIVA E SUBJETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................ 4
Exercícios ........................................................................................................................................................... 5
Gabarito ......................................................................................................................................................... 6
Temos ainda a eficácia diagonal que trata da aplicação dos direitos fundamentais entre os
particulares nas hipóteses em que se configuram desigualdades fáticas (ex.: relações de trabalho).
EFICÁCIA VERTICAL
Relação entre Estado e pessoa (física ou jurídica)
ESTADO
PESSOA
EFICÁCIA HORIZONTAL
Relação entre Pessoas (física ou\e jurídica)
PESSOA PESSOA
EXERCÍCIOS
1. As normas constitucionais de eficácia contida possuem aplicabilidade imediata e plena,
e não são suscetíveis de restrição por lei infraconstitucional.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA ERRADA
Norma Constitucional de Eficácia Contida, Restringível ou Redutível: É
autoaplicável imediata e diretamente da forma como está no texto constitucional,
pois contém todos os elementos necessários a sua formação. Permite, entretanto,
restrição por lei infraconstitucional, emenda constitucional ou outro ato do poder
público.
RESPOSTA - ERRADA
Todas as normas programáticas são de eficácia limitada. São normas de
organização que estabelecem um programa constitucional definido pelo legislador.
Essas normas são comuns em Constituições dirigentes. Exemplos: artigo 196 e
artigo 215 da Constituição Federal.
GABARITO
1. Errado
2. Certo
3. Certo
4. Errado
5. Errado
SUMÁRIO
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS .......................................................................................... 2
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................. 2
DIREITO À VIDA .......................................................................................................................................... 2
DIREITO À IGUALDADE OU ISONOMIA ...................................................................................................... 3
IGUALDADE FORMAL X IGUALDADE MATERIAL ........................................................................................ 3
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO ...................................................................................................................................................... 9
Direitos raízes
SEGURANÇA
VIDA IGUALDADE LIBERDADE PROPRIEDADE
JURÍDICA
DIREITO À VIDA
O direito à vida, previsto de uma forma genérica no Art. 5° assegura tanto o direito de
não ser morto, direito de continuar vivo (acepção negativa), quanto o direito a ter uma vida
digna (acepção positiva).
natureza. É uma igualdade jurídica, que não se preocupa com a realidade, mas apenas atenta
que o Estado ou as pessoas estabeleçam tratamento diferenciado de forma arbitrária.
˃ IGUALDADE MATERIAL:
Contudo, o princípio da igualdade não impede que se estabeleça tratamento
diferenciado entre pessoas diferentes, quando há razoabilidade para essa discriminação, a fim
de estabelecer o que se chama de igualdade material, substancial ou efetiva. É a igualdade que
se preocupa com a realidade, com origens no modelo de Estado Social. Traduz-se na seguinte
expressão:
Tratar os iguais de forma igual, os desiguais de forma desigual, na
medida das suas desigualdades.
Esse tipo de igualdade confere um tratamento com justiça social para aqueles que não a
possuem.
Convém observar que a igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para conferir
um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por diversas vezes, um tratamento
igualitário não consegue atender a todas as necessidades práticas. Faz-se necessária a
utilização da igualdade em seu aspecto material para que se consiga produzir um verdadeiro
tratamento isonômico.
Dessa forma, podemos afirmar que o Estado pode dar tratamento diferenciado aos
indivíduos, seja por meio da lei, seja mediante políticas públicas, com a finalidade de atenuar
diferenças sociais.
Como formas de concretização da igualdade material, foram desenvolvidas políticas
públicas de compensação dirigidas às minorias sociais ou camadas menos favorecidas, por
intermédio das chamadas AÇÕES AFIRMATIVAS OU DISCRIMINAÇÕES POSITIVAS. São
verdadeiras ações de cunho social que visam compensar possíveis perdas que determinados
grupos sociais tiveram ao longo da história de suas vidas.
Podemos destacar como Ações afirmativas:
Lei Maria da Penha: Lei 11.340/2006 que estabelece uma proteção especial à
mulher, no sentido de coibir a violência doméstica e familiar e é exemplo de
tratamento discriminatório constitucional entre homens e mulheres.
Foro de residência da mulher: o Art. 100 do CPC/1973 estabelecia foro especial
para a mulher nas ações de separação judicial e de conversão da separação judicial
em divórcio. De acordo com o STF, essa disposição não ofende o princípio da
isonomia entre homens e mulheres ou da igualdade entre os cônjuges. [RE
227.114, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 14-12-2011, 2ª T, DJE de 22-11-2012.]
Importante!
O princípio da igualdade (ou isonomia), base de um Estado democrático de Direito, está
previsto em diversos dispositivos constitucionais, determinando a necessidade de tratamento
igualitário nas mais diferentes situações (Art. 3º, I, III e IV; Art. 4º, VIII; Art. 5º, caput, I, XLI e
XLII; Art. 7º, XX, XXX, XXXI, XXXII, XXXIII e XXXIV; Art. 12, §2, §3; art 14, caput; Art. 19, III; Art.
23, II e X; Art. 24, XIV; Art. 37, I e VIII; Art. 43, caput; Art. 150, II; Art. 203, IV e V; Art. 206, I;
Art. 208, III; Art. 226, §5; Art. 231, §2 etc.).
Em outras, é o próprio constituinte que estabelece as desigualdades, por exemplo, em
relação à igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações, nos termos da
Constituição, destacando-se as seguintes diferenciações: Art. 5º, L (condições às presidiárias
para que possam amamentar e permanecer com os seus filos durante o período de
amamentação); Art. 7, XVIII e XIX (licença maternidade e licença paternidade); Art. 143, §1º e
§2º (serviço militar obrigatório); Arts. 201, §7º, I e II; Art. 201, §8º; Art. 40 (regras de
aposentadoria).
EXERCÍCIOS
1. A respeito de direitos e garantias fundamentais, julgue o item.
Como efeito da consagração do direito à vida pela Constituição Federal, o Estado tem o
dever de assegurar o direito das pessoas de continuarem vivas e o direito a uma vida digna.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA CERTA
O direito à vida, previsto de uma forma genérica no Art. 5°, assegura tanto o
direito de não ser morto, direito de continuar vivo (acepção negativa), quanto o
direito a ter uma vida digna (acepção positiva).
3. De acordo com o disposto na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item seguinte
a respeito dos direitos e das garantias fundamentais.
A CF consagra que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
contudo deve-se buscar não apenas a aparente igualdade formal, mas, principalmente, a
igualdade material.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA CERTA
É importante observar que a igualdade formal é a regra utilizada pelo
Estado para conferir um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por
diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender a todas as
necessidades práticas. Faz-se necessária a utilização da igualdade em seu aspecto
material para que se consiga produzir um verdadeiro tratamento isonômico.
Dessa forma, podemos afirmar que o Estado pode dar tratamento
diferenciado aos indivíduos, seja por meio da lei, seja mediante políticas públicas,
com a finalidade de atenuar diferenças sociais.
Como formas de concretização da igualdade material, foram desenvolvidas
políticas públicas de compensação dirigidas às minorias sociais ou camadas menos
favorecidas por intermédio das chamadas AÇÕES AFIRMATIVAS OU
GABARITO
1. Certa
2. Certa
3. Certa
4. Errada
5. Errada
SUMÁRIO
CONSTITUIÇÃO: DIREITOS FUNDAMENTAIS ...................................................................................................... 2
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 2
TITULARES E DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: ......................................... 2
CLÁUSULAS PÉTREAS E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................. 2
DIREITOS X GARANTIAS ............................................................................................................................. 3
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL – TPI ................................................................................................... 3
FORÇA NORMATIVA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS .................................... 3
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5
GABARITO ...................................................................................................................................................... 7
Contudo, de acordo com a orientação do STF, esses direitos também devem ser
estendidos aos estrangeiros de passagem, aos turistas que estão no Brasil.
As Constituições mais modernas, como a brasileira, também consagram direitos
fundamentais às pessoas jurídicas, tanto de direito privado quanto de direito público, ou seja,
o Estado – entes estatais, também são titulares e destinatários de direitos fundamentais.
Evidentemente que só poderão exercer aqueles direitos que são compatíveis com a
personalidade jurídica desses entes.
Assim, podemos dizer que os titulares e destinatários dos direitos fundamentais são:
Ø brasileiros natos ou naturalizados (Art. 5o, caput);
Ø estrangeiros residentes no país (Art. 5°, caput);
Ø estrangeiros em trânsito no país (STF);
Ø pessoas jurídicas, privadas ou públicas, quando o direito for compatível com a sua
personalidade.
Ø apátridas.
CLÁUSULAS PÉTREAS E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS
O artigo 60, § 4o, da Constituição Federal traz o rol das chamadas cláusulas pétreas.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS. (GRIFO NOSSO)
As cláusulas pétreas são núcleos temáticos formados por institutos jurídicos de grande
importância, os quais não podem ser retirados da Constituição. Cumpre frisar que o texto
proíbe a abolição destes direitos e garantias, ou seja, a sua descaracterização, a violação de
seu núcleo essencial, contudo não impede que eles sejam modificados, relativizados, para
melhor.
É importante notar que o texto constitucional prevê, no inciso IV, como sendo cláusulas
pétreas apenas os direitos e as garantias individuais. Dessa forma, pela literalidade da
Constituição, não são todos os direitos fundamentais que são protegidos por este instituto,
mas apenas os de caráter individual.
Mas surge a seguinte questão: e se o Tratado Internacional for de Direitos Humanos e
não preencher os requisitos constitucionais previstos no § 3º do artigo 5º da Constituição?
Qual será sua força normativa? De acordo com o STF, caso o Tratado Internacional fale de
direitos humanos, e for aprovado no Congresso Nacional, mas não preencha os requisitos do §
3º do Art. 5º da CF, ele terá força normativa de NORMA SUPRALEGAL, é dizer, é uma norma
acima da lei (supra), mas que ainda está abaixo da Constituição Federal.
Dessa forma, frisa-se que os tratados internacionais de direitos humanos podem ter dois
status: ou de norma constitucional (emenda) ou de norma supralegal.
EMENDA À CONSTITUIÇÃO
NORMA SUPRALEGAL
Apenas para complementar: aqueles tratados que não falem de direitos humanos, se
aprovados pelo Poder Legislativo, terão força normativa de Lei Ordinária.
EXERCÍCIOS
1. Os direitos e as garantias fundamentais constitucionais estendem-se aos estrangeiros
em trânsito no território nacional, mas não às pessoas jurídicas, por falta de previsão
constitucional expressa.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta – Errado
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: (…)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: (…)
GABARITO
1. Errado
2. Errado
3. Certo
4. Errado
5. Certo
SUMÁRIO
DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................ 2
DIREITO À LIBERDADE.................................................................................................................................... 2
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E CRENÇA - RELIGIOSA ............................................................................... 2
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO..................................................................................................................... 5
LIBERDADE DE PROFISSÃO ........................................................................................................................ 7
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DE PENSAMENTO ................................................................................... 8
Exercícios ......................................................................................................................................................... 10
Gabarito ....................................................................................................................................................... 12
DIREITOS FUNDAMENTAIS
DIREITO À LIBERDADE
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E CRENÇA - RELIGIOSA
A CF assegura a liberdade de consciência e de crença às pessoas no Art. 5°, VI:
VI – É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e a suas liturgias; (grifo nosso)
Como estamos diante de uma norma de eficácia contida, caso o Estado não estabeleça a
prestação alternativa, aquele que deixou de cumprir a obrigação legal a todos imposta não
poderá ser privado dos seus direitos.
Podemos afirmar que a liberdade religiosa assegurada pela CF possui uma dimensão
positiva e uma negativa.
Negativa, na medida em que assegura aos indivíduos o exercício dessa liberdade
sem restrição de direitos pelo Estado, implicando para o Estado um não fazer;
Positiva, na medida em que determina ao Estado um comportamento positivo, um
fazer, como o de assegurar a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva.
A respeito da liberdade religiosa e da laicidade do Estado, podemos destacar algumas
questões relevantes:
PREÂMBULO DA CF
Quanto à laicidade do Estado, destacamos que o preâmbulo da CF contém a expressão -
sob a proteção de Deus-, no entanto, de acordo com o STF, o preâmbulo não tem força
normativa, é antes um norte, um guia para o povo e para os operadores do Direito, por isso a
sua previsão não implica violação à laicidade.
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. (grifo nosso)
Apesar de a facultatividade estar mencionada apenas nas escolas públicas, Pedro Lenza
entende que também deveria ser estendida às escolas particulares.
De acordo com o STF (27/09/2017), o ensino religioso prestado nas escolas públicas
poderá ter natureza confessional, ficando a critério da escola optar pelo ensino confessional
ou não confessional. Vejamos a decisão:
O Plenário (...) julgou improcedente pedido formulado em ação
direta na qual se discute o ensino religioso nas escolas públicas do
país. Conferiu interpretação conforme à Constituição ao art.
33, caput, e §§ 1º e 2º, da Lei 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional - LDB), e ao art. 11, § 1º, do acordo Brasil-
Santa Sé aprovado por meio do DL 698/2009 e promulgado por
meio do Decreto 7.107/2010, para assentar que o ensino religioso
em escolas públicas pode ter natureza confessional. Entendeu que o
poder público, observado o binômio laicidade do Estado (...) e
consagração da liberdade religiosa no seu duplo aspecto (...), deverá
atuar na regulamentação integral do cumprimento do preceito
constitucional previsto no art. 210, § 1º da CF, autorizando, na rede
pública, em igualdade de condições, o oferecimento de ensino
confessional das diversas crenças, mediante requisitos formais de
credenciamento, de preparo, previamente fixados pelo Ministério da
Educação. Dessa maneira, será permitido aos alunos se
matricularem voluntariamente para que possam exercer o seu
direito subjetivo ao ensino religioso como disciplina dos horários
normais das escolas públicas. O ensino deve ser ministrado por
integrantes, devidamente credenciados, da confissão religiosa do
próprio aluno, a partir de chamamento público já estabelecido em
lei para hipóteses semelhantes (...) e, preferencialmente, sem
qualquer ônus para o poder público.
[ADI 4.439, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 27-9-2017,
P, Informativo879.]
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
bens;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
Esse direito poderá ser restringido na vigência do estado de defesa, quando se cria a
possibilidade de prisão por crime de Estado, determinada pelo executor da medida (Art. 136,
§3º, inciso I da CF), excepcionando, portanto, a regra da prisão prevista no artigo 5º, inciso LXI
da CF.
No mesmo sentido ocorrerá restrição à liberdade de locomoção na vigência do estado de
sítio, nos termos do Art. 139, inciso I, podendo ser tomadas contra as pessoas medidas no
sentido de obrigá-las a permanecer em localidade determinada, bem como medidas
restritivas também em caso d guerra declarada.
Destaca-se que em situações excepcionais, de instabilidade institucional, como no estado
de sítio e no estado de defesa esse direito poderá ser restringido:
ESTADO DE DEFESA: ART. 136, § 3º Na vigência do estado de defesa: I - a
prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será
por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for
legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial.
LIBERDADE DE PROFISSÃO
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
do art. 5º, IV, IX, XIV, e do art. 220, da Constituição, que asseguram as liberdades
de expressão, de informação e de comunicação em geral. (...) No campo da
profissão de jornalista, não há espaço para a regulação estatal quanto às
qualificações profissionais. O art. 5º, IV, IX, XIV, e o art. 220 não autorizam o
controle, por parte do Estado, quanto ao acesso e exercício da profissão de
jornalista. Qualquer tipo de controle desse tipo, que interfira na liberdade
profissional no momento do próprio acesso à atividade jornalística, configura, ao
fim e ao cabo, controle prévio que, em verdade, caracteriza censura prévia das
liberdades de expressão e de informação, expressamente vedada pelo art. 5º, IX, da
Constituição. A impossibilidade do estabelecimento de controles estatais sobre a
profissão jornalística leva à conclusão de que não pode o Estado criar uma ordem
ou um conselho profissional (autarquia) para a fiscalização desse tipo de
profissão. (RE 511.961, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 17-6-2009,
Plenário, DJE de 13-11-2009.)
Em síntese, o referido direito deverá ser exercido de forma responsável, proporcional,
harmonizando-se com a honra, a privacidade e a intimidade da pessoa humana das demais
pessoas. Caso contrário, surge para o agravado o direito de resposta, além da indenização.
A vedação ao anonimato impede, como regra, DENÚNCIAS ANÔNIMAS, também
chamadas de delações apócrifas, como fundamento único para a instauração de
procedimentos criminais.
Contudo, o STF, entende como constitucionais as referidas denúncias (disque-
denúncia) como ferramenta de comunicação do crime, mas não podem servir como amparo
para a instauração do Inquérito Policial, muito menos como fundamento para a condenação
de quem quer que seja. Este posicionamento se aplica à instauração de qualquer tipo de
procedimento investigatório, seja administrativo, cível ou penal.
A vedação ao anonimato, além de ser uma garantia ao exercício da manifestação do
pensamento, possibilita o exercício do DIREITO DE RESPOSTA caso alguém seja ofendido, em
matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social, como prevê o
inciso v do Art. 5° da CF:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
EXERCÍCIOS
1. Julgue o item a respeito das liberdades na Constituição Federal de 1988 (CF).
Somente a liberdade religiosa pode funcionar constitucionalmente como autorização
para abstenção de cumprimento de obrigação legal a todos imposta, não servindo de
justificativa a simples crença moral ou filosófica.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA ERRADA
A ESCUSA DE CONSCIÊNCIA permite a qualquer pessoa que, em razão de
sua crença ou consciência, deixe de cumprir uma obrigação imposta sem que
com isso sofra alguma restrição em seus direitos, contudo, tal regra encontra um
limite.
No caso de uma obrigação imposta a todos, se o indivíduo se recusar ao seu
cumprimento, ser-lhe-á oferecida uma prestação alternativa, previamente
prevista em lei. Caso também não cumpra a prestação alternativa, a Constituição
permite que alguns direitos do indivíduo sejam restringidos.
Os direitos que serão restringidos serão os direitos políticos e haverá a
PERDA desses direitos, de acordo com a doutrina majoritária.
3. Com relação aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o item que se segue.
A CF assegura a liberdade de exercício profissional, não podendo a lei limitar tal direito.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA ERRADA
Estabelece o texto constitucional que é livre o exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer
(Art. 5º, XIII).
A regra é simples. Se não houver lei dispondo sobre determinada profissão,
trabalho ou ofício, qualquer pessoa, a qualquer tempo, e de qualquer forma, pode
exercê-la (por exemplo, artesão, marceneiro, carnavalesco, detetive particular, ator
de teatro). Ao contrário, se houver lei estabelecendo uma qualificação profissional
necessária, somente aquele que atender ao que exige a lei pode exercer esse
trabalho, ofício ou profissão (casos do advogado, do médico, do engenheiro, do
piloto de avião).
Cuida-se de norma de eficácia contida, isto é, que é dotada de aplicabilidade
imediata desde a promulgação da Constituição, mas que está sujeita à
imposição de restrições pelo legislador. Assim, enquanto não estabelecidas em
lei as qualificações profissionais para o exercício de determinada profissão, o seu
exercício será amplo; a partir do estabelecimento por lei das qualificações
profissionais somente poderão exercer tal profissão aqueles que as cumprirem.
GABARITO
1. ERRADA
1. ERRADA
2. ERRADA
3. ERRADA
4. ERRADA
SUMÁRIO
DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................ 2
LIBERDADE ..................................................................................................................................................... 2
DIREITO DE REUNIÃO (ART. 5º, XVI DA CF) ............................................................................................... 2
DIREITO DE ASSOCIAÇÃO (ART. 5º, XVII AO XXI DA CF)............................................................................. 3
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO ...................................................................................................................................................... 8
DIREITOS FUNDAMENTAIS
LIBERDADE
DIREITO DE REUNIÃO (ART. 5º, XVI DA CF)
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais
abertos ao público, independentemente de autorização, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente;
Extraem-se do referido direito alguns elementos:
• Elemento subjetivo: é necessário um conjunto de pessoas para o exercício
desse direito, que não pode ser realizado de forma individual. O seu exercício,
portanto, é necessariamente coletivo.
• Elemento temporal: refere-se à temporariedade do direito, a reunião deve ser
temporária, com início e fim predeterminados.
• Elemento espacial: deve ser realizada em local aberto ao público, de forma
estática ou em movimento.
• Elemento objetivo: a reunião deve ser realizada de forma pacífica, sem armas.
• Elemento formal: refere-se à necessidade de aviso prévio à autoridade
competente, para não frustrar outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local.
• Elemento teleológico: as pessoas em uma reunião devem ter um ideal em
comum, um mesmo propósito, mesma finalidade, que pode ser política,
religiosa, artística ou filosófica. Sabe-se que o direito de reunião é um direito-
meio, um instrumento para o exercício do direito-fim, que é a liberdade de
manifestação do pensamento.
O direito de reunião não exige autorização da autoridade competente, mas, tão somente,
prévio aviso a essa autoridade; esse aviso prévio, na verdade, tem por fim dar conhecimento à
autoridade competente sobre a realização da reunião, para que ela possa adotar as medidas
necessárias para a regular realização dessa reunião (adotar medidas de segurança, por
exemplo).
Ademais, a reunião deverá: (I) ser pacífica e sem armas (ofende a Constituição Federal,
por exemplo, a realização de uma reunião de servidores policiais portando armas de fogo); (I)
ocorrer em locais abertos ao público; (III) não frustrar outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local.
Eventuais ilegalidades ou arbitrariedades contra o direito de reunião deverão ser
reprimidas por meio de mandado de segurança, e não por habeas corpus.
STF E O DIREITO DE REUNIÃO:
MARCHA DA MACONHA: Cabível o pedido de ‘interpretação conforme à
Constituição’ de preceito legal portador de mais de um sentido, dando-se que ao
menos um deles é contrário à CF. A utilização do § 3º do art. 33 da Lei 11.343/2006
como fundamento para a proibição judicial de eventos públicos de defesa da
legalização ou da descriminalização do uso de entorpecentes ofende o direito
fundamental de reunião, expressamente outorgado pelo inciso XVI do art. 5º da Carta
Magna. Regular exercício das liberdades constitucionais de manifestação de
pensamento e expressão, em sentido lato, além do direito de acesso à informação (...).
Nenhuma lei, seja ela civil ou penal, pode blindar-se contra a discussão do seu
próprio conteúdo. Nem mesmo a Constituição está a salvo da ampla, livre e aberta
discussão dos seus defeitos e das suas virtudes, desde que sejam obedecidas as
condicionantes ao direito constitucional de reunião, tal como a prévia comunicação
às autoridades competentes. Impossibilidade de restrição ao direito fundamental de
reunião que não se contenha nas duas situações excepcionais que a própria
Constituição prevê: o estado de defesa e o estado de sítio (...). Ação direta julgada
procedente para dar ao § 2º do art. 33 da Lei 11.343/2006 ‘interpretação conforme à
Constituição’ e dele excluir qualquer significado que enseje a proibição de
manifestações e debates públicos acerca da descriminalização ou legalização do uso
de drogas ou de qualquer substância que leve o ser humano ao entorpecimento
episódico, ou então viciado, das suas faculdades psicofísicas. (ADI 4.274, Rel. Min.
Ayres Britto, julgamento em 23-11-2011, Plenário, DJE de 2-5-2012.) Vide: ADPF
187, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 15-6-2011, Plenário, Informativo 631.
DIREITO DE ASSOCIAÇÃO (ART. 5º, XVII AO XXI DA CF)
As associações pressupõem a união de pessoas, que se organizam, com caráter
permanente, em decorrência de uma ideia ou interesse em comum. Assim, podemos dizer
que o direito de associação depende do preenchimento de 3 requisitos:
• Pluralidade de pessoas - trata-se de direito individual, mas de exercício coletivo.
• Caráter permanente.
• Interesse em comum – ato de vontade.
A CF assegura o exercício desse direito de forma plena, mas não absoluta, vejamos:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
caráter paramilitar;
A CF proíbe a criação de associações que tenham finalidade ilícita, reforçando a
proibição de criação de associações com caráter paramilitar. Entende-se como associação de
caráter paramilitar, toda organização paralela ao Estado, sem legitimidade, com estrutura e
organização tipicamente militar. São as facções criminosas, milícias ou qualquer outra
organização que possua fins ilícitos e alheios aos do Estado.
A finalidade lícita de que trata o direito à associação não está ligada somente às normas
de Direito Penal, mas se estende ao Direito como um todo.
1
REPRESENTAÇÃO – ASSOCIADOS – ARTIGO 5º, INCISO XXI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ALCANCE. O disposto no
artigo 5º, inciso XXI, da Carta da República encerra representação específica, não alcançando previsão genérica do
estatuto da associação a revelar a defesa dos interesses dos associados. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL – ASSOCIAÇÃO –
BENEFICIÁRIOS. As balizas subjetivas do título judicial, formalizado em ação proposta por associação, é definida pela
representação no processo de conhecimento, presente a autorização expressa dos associados e a lista destes juntada à
inicial. (RE 573232, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal
Pleno, julgado em 14/05/2014, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-182 DIVULG 18-09-2014 PUBLIC 19-09-2014
EMENT VOL-02743-01 PP-00001)
CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. AUTORIZAÇÃO EXPRESSA:
DESNECESSIDADE. OBJETO A SER PROTEGIDO PELA SEGURANÇA COLETIVA. C.F., ART. 5º, LXX, b. MANDADO SE
SEGURANÇA CONTRA LEI EM TESE: NÃO CABIMENTO. SÚMULA Nº 266-STF. I - A legitimação das organizações
sindicais, entidade de classe ou associação, para a segurança coletiva, é extraordinária, ocorrendo, em tal caso,
substituição processual. CF, art. 5º, LXX. II - Não se exige, tratando-se de segurança coletiva, a autorização expressa
aludida no inc. XXI do art. 5º, CF, que contempla hipótese de representação. III - O objeto do mandado de segurança
Resumindo:
São vários os incisos do Art. 5º da Constituição Federal que versam sobre o direito de
associação, a partir do inciso XVII, que estabelece que é plena a liberdade de associação para
fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
No intuito de assegurar a autonomia de funcionamento das associações, determina a
Constituição que a sua criação independe de autorização, sendo vedada a interferência estatal
em seu funcionamento (Art. 5º, XVIII).
Ainda no intento de preservar o regular funcionamento das associações, estabelece a
Constituição Federal que elas só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão do Poder Judiciário. No caso da suspensão das atividades
não se exige o trânsito em julgado da decisão judicial. A dissolução compulsória, porém,
somente poderá ser determinada por decisão judicial transitada em julgado (Art. 5º, XIX).
Por força desses dispositivos, temos que o Poder Executivo não poderá interferir no
funcionamento das associações, tampouco determinar a sua dissolução compulsória, ou a
suspensão de suas atividades. Essa competência foi reservada ao Poder Judiciário, exigindo-
se, no caso da dissolução, decisão transitada em julgado.
coletivo será um direito dos associados, independentemente de guardar vínculo com os fins próprios da entidade
impetrante do writ, exigindo-se, entretanto, que o direito esteja compreendido nas atividades exercidas pelos
associados, mas não se exigindo que o direito seja peculiar, próprio, da classe. (...)"Nesse mesmo sentido: RMS nº
21.514, Rel. Min. Marco Aurélio (DJU 18/06/93, pág. 12111); e RE nº 175.401-0, Rel. Min. Ilmar Galvão.
Por outro lado, ao criar o mandado de segurança coletivo, a CF/88 permite que uma
associação legalmente constituída e em pleno funcionamento há pelo menos um ano impetre
essa ação para a defesa dos interesses de seus associados (Art. 5º, LXX). Nesse inciso LXX, ao
contrário do inciso XXI, não há menção à necessidade de autorização expressa dos respectivos
associados.
Em face dessa distinção de tratamento, o STF firmou o seguinte entendimento: (a) o
inciso XXI contempla hipótese de representação processual, sendo exigida a autorização
expressa dos associados; (b) o inciso LXX contempla hipótese de substituição processual,
sendo dispensada a autorização expressa dos associados.
A respeito da atuação das associações em defesa de seus filiados, merece destaque a
jurisprudência do STF, que entende que as associações não possuem legitimidade para
deduzir interpelação judicial como medida preparatória de ação penal em defesa da honra
de seus associados. Explica-se:
O Art. 144 do Código Penal trata da chamada interpelação judicial nos crimes contra a
honra. Esse instituto nada mais é do que um pedido de explicações em juízo solicitada por
aquele que se achar ofendido. Vejamos o dispositivo legal:
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia,
difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações
em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as
dá satisfatórias, responde pela ofensa.
A interpelação judicial tem caráter facultativo e preparatório para futura e eventual
ação penal decorrente de crimes contra a honra.
De acordo com o STF 2, a legitimidade para promover esse tipo de procedimento é
apenas daquele que se sente ofendido, uma vez que a medida tem caráter personalíssimo, e
não das associações ou de qualquer outro ente coletivo.
Referências Bibliográficas
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional descomplicado – 15 ed. Método, 2016.
CANOTILHO, J.J. Gomes e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2014.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. 2016. Salvador: JusPodivm.
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006.
EXERCÍCIOS
1. Caso um grupo de profissionais decida pela criação de uma associação, essa criação
independerá de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento.
Certo ( ) Errado ( )
2
Pet 1249 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 20/03/1997, DJ 09-04-1999 PP-00026
EMENT VOL-01945-01 PP-00041
RESPOSTA - CERTA
A CF dispõe que a criação dessas associações é livre, ou seja, para criar uma
associação não será preciso anuência ou autorização do Estado, sendo ainda
vedada interferência estatal no funcionamento e criação das associações. Ademais,
as associações não precisam de personalidade jurídica para que tenham a
proteção constitucional.
Já a criação de cooperativas também é livre, mas dependerá de lei.
RESPOSTA - CERTA
A CF dispõe que a criação dessas associações é livre, ou seja, para criar uma
associação não será preciso anuência ou autorização do Estado, sendo ainda
vedada interferência estatal no funcionamento e criação das associações. Ademais,
as associações não precisam de personalidade jurídica para que tenham a
proteção constitucional.
Já a criação de cooperativas também é livre, mas dependerá de lei.
GABARITO
1. Certa
2. Errada
3. Certa
4. Certa
5. Certa
SUMÁRIO
DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................ 2
LIBERDADE DE EXPRESSÃO: ........................................................................................................................... 2
STF E A LIBERDADE INTELECTUAL, ARTÍSTICA, CIENTÍFICA E DE COMUNICAÇÃO:.................................... 3
INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA VIDA PRIVADA, DA HONRA E DA IMAGEM DAS PESSOAS (ART. 5º,
X DA CF): ........................................................................................................................................................ 4
INVIOLABILIDADE DOMICILIAR (ART. 5º, XI DA CF): ...................................................................................... 4
STF E A INVIOLABILIDADE DOMICILIAR ..................................................................................................... 5
INVIOLABILIDADE DAS CORRESPONDÊNCIAS E COMUNICAÇÕES (ART. 5º, XII DA CF): ................................ 7
STF E A INVIOLABILIDADE DAS CORRESPONDÊNCIAS E DAS COMUNICAÇÕES:........................................ 8
EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 10
GABARITO .................................................................................................................................................... 12
DIREITOS FUNDAMENTAIS
LIBERDADE DE EXPRESSÃO:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e
de comunicação, independentemente de censura 1ou licença;
Dessa forma, no Brasil é assegurada a liberdade de expressão, sendo vedada a censura.
Essa vedação é confirmada pelo Art. 220, § 2°, da CF:
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão
qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 2° É vedada toda e qualquer censura de natureza política,
ideológica e artística.
A liberdade de expressão apresenta duas dimensões:
• a) substancial: que consiste no próprio direito de pensar (pluralismo político);
• b) instrumental: que consiste no direito de expor o seu pensamento, de
expressar suas ideias (ex.: direito de reunião).
A liberdade de expressão, assim como a manifestação do pensamento, não são absolutas,
devendo ser exercidas com responsabilidade, pois encontram limites em outros direitos
fundamentais, como, por exemplo, a privacidade e a intimidade das pessoas.
Ademais, de acordo com a jurisprudência do STF, a liberdade de expressão encontra
limites nos chamados discursos de ódio, a fim de se promover o combate ao preconceito e à
intolerância contra minorias estigmatizadas.
A respeito do exercício da liberdade de expressão e manifestação do pensamento, já
decidiu o STF:
• Decisão do STF que vale a pena ser mencionada é a que analisou a
constitucionalidade da “Marcha da Maconha”. De acordo com o Supremo, no
julgamento da ADPF 2 187, o movimento foi legítimo e encontra fundamento na
liberdade de manifestação do pensamento. De acordo com o STF, a mera
proposta de descriminalização de determinado ilícito penal não se confunde
com o ato de incitação à prática do crime, além disso não poderá ser feito o uso
da droga durante a manifestação e não poderá ter a participação de crianças e
adolescentes.
• O STF declarou inconstitucional a exigência de diploma de jornalismo para
ser jornalista, haja vista esta profissão ser um canal essencial para divulgação
do pensamento e da informação.
• Em respeito à liberdade de expressão, entendeu o STF 3 não ser exigível
autorização prévia 4, da pessoa biografada ou de seus familiares, para a
publicação de obras biográficas ou audiovisuais. Destaca-se o trecho do referido
julgado:
1
Art. 220, § 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
2
Ação de descumprimento de preceito fundamental - ADPF
3
ADI 4815 – MIN. CÁRMEN LÚCIA
4
Em consonância com os direitos fundamentais à liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e
de comunicação, independentemente de censura ou licença de pessoa biografada, relativamente a obras biográficas
literárias ou audiovisuais (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas).
5
RE 898450 – Rel. Min. Luiz Fux.
Estabelece a Constituição Federal que a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial (Art. 5º, XI).
Desse dispositivo, devemos observar algumas considerações. Vejamos
CONCEITO DE CASA: o vocábulo “casa” alcança não só a residência do indivíduo como
também recintos de ordem profissional, tais como o consultório do médico, o escritório do
advogado, as dependências da empresa não franqueadas ao público, os quartos de hotéis etc.;
HIPÓTESES QUE AUTORIZAM A VIOLAÇÃO DOMICILIAR: a penetração sem
consentimento do morador só poderá ocorrer nos casos de flagrante delito (prática atual de
um crime), desastre (incêndio, por exemplo), para prestar socorro (no caso de um acidente
com o morador no interior da casa, por exemplo) ou por ordem judicial (determinação de um
juiz para a execução de um mandado de busca e apreensão, por exemplo);
QUESTÃO TEMPORAL: no caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro, a
penetração poderá ser a qualquer hora do dia ou da noite; por ordem judicial somente se
permite a penetração durante o dia;
NECESSIDADE DE ORDEM JUDICIAL – CLÁUSULA DE RESERVA JURISDICIONAL: por
força desse dispositivo, não temos mais a possibilidade de determinação de busca e apreensão
administrativa (uma autoridade fiscal ou policial não poderá, sem o consentimento do
morador e sem autorização judicial, ingressar forçosamente no domicílio para a apreensão de
documentos; um Auditor Fiscal, por exemplo, diante de resistência do empresário, não poderá
adentrar forçosamente nas dependências de determinada empresa, sem ordem judicial, ainda
que tenha conhecimento da prática de graves ilícitos fiscais no interior de suas dependências).
STF E A INVIOLABILIDADE DOMICILIAR
BUSCA E APREENSÃO EM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA: O sigilo profissional
constitucionalmente determinado não exclui a possibilidade de cumprimento de mandado de
busca e apreensão em escritório de advocacia. O local de trabalho do advogado, desde que este
seja investigado, pode ser alvo de busca e apreensão, observando-se os limites impostos pela
autoridade judicial. Tratando-se de local onde existem documentos que dizem respeito a outros
detenção. (AI 626.214-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 21-9-2010, Segunda
Turma, DJE de 8-10-2010.) No mesmo sentido: HC 83.515, Rel. Min. Nelson Jobim, julgamento
em 16-9-2004, Plenário, DJ de 4-3-2005. Vide: HC 102.304, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgamento em 25-5-2010, Primeira Turma, DJE de 25-5-2011.
PROVA EMPRESTADA: Prova emprestada. Penal. Interceptação telefônica. Escuta
ambiental. Autorização judicial e produção para fim de investigação criminal. Suspeita de
delitos cometidos por autoridades e agentes públicos. Dados obtidos em inquérito policial. Uso
em procedimento administrativo disciplinar, contra outros servidores, cujos eventuais ilícitos
administrativos teriam despontado à colheita dessa prova. Admissibilidade. Resposta afirmativa
a questão de ordem. Inteligência do art. 5º, XII, da CF e do art. 1º da Lei federal 9.296/1996. (...)
Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais,
judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução
processual penal, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a
mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores
cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova. (Inq 2.424-QO-QO, Rel. Min.
Cezar Peluso, julgamento em 20-6-2007, Plenário, DJ de 24-8-2007). No mesmo sentido: Inq
2.424-QO, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 25-4-2007, Plenário, DJ de 24-8-2007.
INTERCEPTAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA PELA ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA:
A administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública, de disciplina
prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que
respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei 7.210/1984, proceder à
interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a cláusula tutelar da
inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas
ilícitas. (HC 70.814, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 1º-3-1994, Primeira Turma, DJ de
24-6-1994.)
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, SEM ORDEM JUDICIAL, COM POSTERIOR
CONSENTIMENTO DE UM DOS INTERLOCUTORES: Não é válida a interceptação telefônica
realizada sem prévia autorização judicial, ainda que haja posterior consentimento de um dos
interlocutores para ser tratada como escuta telefônica e utilizada como prova em processo
penal. A interceptação telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, sem o
conhecimento dos interlocutores, que depende de ordem judicial, nos termos do inciso XII do
artigo 5º da CF, regulamentado pela Lei n. 9.296/1996. A ausência de autorização judicial para
captação da conversa macula a validade do material como prova para processo penal. A escuta
telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos
interlocutores. A gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o
consentimento ou a ciência do outro. A escuta e a gravação telefônicas, por não constituírem
interceptação telefônica em sentido estrito, não estão sujeitas à Lei 9.296/1996, podendo ser
utilizadas, a depender do caso concreto, como prova no processo. O fato de um dos interlocutores
dos diálogos gravados de forma clandestina ter consentido posteriormente com a divulgação dos
seus conteúdos não tem o condão de legitimar o ato, pois no momento da gravação não tinha
ciência do artifício que foi implementado pelo responsável pela interceptação, não se podendo
afirmar, portanto, que, caso soubesse, manteria tais conversas pelo telefone interceptado. Não
existindo prévia autorização judicial, tampouco configurada a hipótese de gravação de
comunicação telefônica, já que nenhum dos interlocutores tinha ciência de tal artifício no
momento dos diálogos interceptados, se faz imperiosa a declaração de nulidade da prova, para
que não surta efeitos na ação penal. Precedente citado: EDcl no HC 130.429-CE, DJe
17/5/2010. HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 27/11/2012.
Referências Bibliográficas
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional descomplicado – 15 ed. Método, 2016.
CANOTILHO, J.J. Gomes e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2014.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. 2016. Salvador: JusPodivm.
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006.
EXERCÍCIOS
1. Acerca dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o disposto na Constituição
Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.
A expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação é livre, mas a
lei pode prever casos de censura ou de exigência de licença do poder público para o seu
exercício.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA - ERRADA
A liberdade de expressão apresenta duas dimensões:
a) substancial: que consiste no próprio direito de pensar (pluralismo
político);
b) instrumental: que consiste no direito de expor o seu pensamento, de
expressar suas ideias (ex.: direito de reunião).
A liberdade de expressão, assim como a manifestação do pensamento não
são absolutas, devendo ser exercidas com responsabilidade, pois encontram limites
em outros direitos fundamentais, como, por exemplo, a privacidade e a intimidade
das pessoas.
Ademais, de acordo com a jurisprudência do STF a liberdade de expressão
encontra limites nos chamados discursos de ódio, voltadas ao combate do
preconceito e da intolerância contra minorias estigmatizadas.
No Brasil é assegurada a liberdade de expressão, sendo vedada a censura.
5. De acordo com o disposto na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item seguinte
a respeito dos direitos e das garantias fundamentais.
É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, telefônicas e de
dados, salvo, no último caso, por ordem administrativa, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA - ERRADA
No caso das comunicações telefônicas, a sua violação só será possível se obedecidos
os seguintes requisitos: (I) autorização judicial; (II) nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer; (III) somente no âmbito penal, para o fim de instrução processual penal ou
investigação criminal;
Somente os membros do Poder Judiciário poderão autorizar a interceptação telefônica;
não há possibilidade dessa autorização por ato de autoridade policial, de membro do
Ministério Público, tampouco de comissão parlamentar de inquérito (CPI);
Ademais, o membro do Poder Judiciário não poderá autorizar a interceptação
telefônica no âmbito de um processo administrativo ou de um processo judicial de natureza
cível (ação popular, ação de improbidade administrativa, ação de indenização por dano moral
etc.); caso o magistrado o faça, estará desrespeitando a Constituição Federal, visto que esta
só permite a interceptação no âmbito penal, para o fim de investigação criminal ou instrução
processual penal.
GABARITO
1. ERRADA
2. ERRADA
3. ERRADA
4. ERRADA
5. ERRADA
SUMÁRIO
DIREITO À PROPRIEDADE................................................................................................................................... 2
DIREITO À PROPRIEDADE............................................................................................................................... 2
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE ............................................................................................................... 2
DESAPROPRIAÇÃO ......................................................................................................................................... 3
DESAPROPRIAÇÃO POR NECESSIDADE OU UTILIDADE PÚBLICA E INTERESSE SOCIAL ............................. 3
DESAPROPRIAÇÃO-SANÇÃO ...................................................................................................................... 4
DESAPROPRIAÇÃO CONFISCATÓRIA OU EXPROPRIAÇÃO ......................................................................... 5
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA ..................................................................................................................... 5
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO ...................................................................................................................................................... 9
DIREITO À PROPRIEDADE
DIREITO À PROPRIEDADE
A CF assegura o direito à propriedade de bens móveis, imóveis, materiais e imateriais,
impedindo a intervenção por parte do Estado e dos particulares de forma arbitrária.
Relembra-se que o direito de propriedade é um direito de natureza civil, ou seja, um direito de
primeira geração.
O Art. 1.228 do Código Civil dispõe a respeito dos atributos decorrentes do direito de
propriedade que são: (I) usar; (II) gozar; (III) dispor; (iv) reaver.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da
coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que
injustamente a possua ou detenha.
O texto constitucional garante este direito de forma expressa:
XXII - é garantido o direito de propriedade.
Para a maior parte da doutrina, o direito à propriedade, apesar de mesclar elementos de
direito privado, é instituto de DIREITO PÚBLICO, eis que seu fundamento é constitucional.
Esse direito, assim como os demais direitos fundamentais, não é absoluto possuindo
diversas restrições estabelecidas na própria CF e nas legislações infraconstitucionais.
Vejamos:
DESAPROPRIAÇÃO
Uma das formas de intervenção do Estado na propriedade se dá por meio da chamada
desapropriação, que ocorre quando o Estado, mediante procedimento específico, transfere
para si propriedade particular. É forma de aquisição originária da propriedade, porque não
decorre de um título anterior.
Existem três modalidades de desapropriação que merecem nossa atenção:
DESAPROPRIAÇÃO POR NECESSIDADE OU UTILIDADE PÚBLICA E
INTERESSE SOCIAL
Esta modalidade de desapropriação é utilizada pelo Estado quando o interesse social ou
a utilidade pública prevalecem sobre o direito individual. Neste tipo de desapropriação,
destaca-se que o proprietário nada fez para merecê-la, contudo, o interesse público exige que
determinada área seja desapropriada. É a aplicação pura e simples do princípio
administrativo da supremacia do interesse público sobre o interesse privado. É o caso, por
exemplo, da construção de uma rodovia que exige a desapropriação de várias propriedades
para o asfaltamento da via. Vejamos o que diz o texto da Constituição:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição. (grifo nosso)
Esse artigo traz três situações distintas: a) utilidade pública; b) necessidade pública; e c)
interesse social. Vamos ver a diferença entre elas:
utilidade pública: ocorre para atendimento ao interesse público, por conveniência
social, uma vez que sua utilização trará mais benefícios para a população de modo
geral;
DESAPROPRIAÇÃO-SANÇÃO
Nesta modalidade, o proprietário, por algum motivo, não observou a função social da
propriedade e por isso poderá ter sua propriedade desapropriada. Contudo, a desapropriação
só deve ser aplicada como última medida punitiva, quando outras medidas não foram
atendidas. Por este motivo, é chamada de desapropriação-sanção, haja vista ser uma
verdadeira punição. Segundo a CF, esta desapropriação gera direito à indenização, que deverá
ser prévia, com valor justo, mas não em dinheiro, e sim em títulos da dívida pública ou agrária.
Essa modalidade de desapropriação pode ser tanto da propriedade urbana quanto da
propriedade rural. Vejamos como ocorre cada uma delas:
A desapropriação-sanção do imóvel urbano é chamada de desapropriação urbanística
sancionatória e está prevista no Art. 182, § 4º, III, da CF e nesse caso o ente que vai
desapropriar deverá ser o Município, que indenizará a pessoa que foi desapropriada por meio
de títulos da dívida pública:
Art. 182, § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante
lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos
da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com
prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
(grifo nosso)
A desapropriação-sanção do imóvel rural, chamada de desapropriação rural
sancionatória, está prevista no Art. 184 da Constituição, e se dá por interesse social para fins
de reforma agrária, o ente que deve desapropriar será a União, que indenizará em títulos da
dívida agrária:
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para
fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo
sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real,
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de
sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. (grifo nosso)
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
O inciso XXV do artigo 5º prevê a chamada Requisição Administrativa.
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano;
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional descomplicado – 15 ed. Método, 2016.
CANOTILHO, J.J. Gomes e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2014.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. 2016. Salvador: JusPodivm.
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006.
EXERCÍCIOS
1. À luz do artigo 5.º da CF, julgue o item subsequente.
No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior se houver dano.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA - CERTA
A requisição é a ocupação ou uso temporário, por autoridades públicas, de
bens ou serviços, no caso de iminente perigo público.
Este instituto permite que o uso da propriedade seja limitado, em caráter
temporário, pela necessidade de se solucionar situação de perigo público. Não se
trata de uma forma de desapropriação, pois o dono da propriedade requisitada não
a perde, apenas a empresta para uso público sendo garantido posteriormente, em
havendo dano, direito à indenização. É medida direta e autoexecutória, pois não
depende de acordo ou procedimento judicial.
Observa-se que se assegura ao particular uma indenização na hipótese de
ocorrência de dano, não se indeniza o mero uso da propriedade, mas tão somente o
dano caso ocorra.
5. Apesar de a propriedade ser protegida pela CF, admite-se o uso pela administração
pública de propriedade particular em caso de iminente perigo público.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA - CERTA
A requisição é a ocupação ou uso temporário, por autoridades públicas, de
bens ou serviços, no caso de iminente perigo público.
Este instituto permite que o uso da propriedade seja limitado, em caráter
temporário, pela necessidade de se solucionar situação de perigo público. Não se
trata de uma forma de desapropriação, pois o dono da propriedade requisitada não
a perde, apenas a empresta para uso público sendo garantido posteriormente, em
havendo dano, direito à indenização. É medida direta e autoexecutória, pois não
depende de acordo ou procedimento judicial.
Observa-se que se assegura ao particular uma indenização na hipótese de
ocorrência de dano, não se indeniza o mero uso da propriedade, mas tão somente o
dano caso ocorra.
Ademais, a indenização será sempre posterior (ulterior) e nunca anterior, pois
não há como se antever o dano e a sua extensão.
GABARITO
1. Certa
2. Certa
3. Errada
4. Errada
5. Certa
6. Certa
SUMÁRIO
DIREITO À PROPRIEDADE................................................................................................................................... 2
IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA ................................................................................................. 2
RESUMO: ................................................................................................................................................... 2
PROPRIEDADE IMATERIAL – PROPRIEDADE INTELECTUAL............................................................................ 2
PROPRIEDADE AUTORAL ........................................................................................................................... 3
PROPRIEDADE INDUSTRIAL ....................................................................................................................... 3
RESUMO: ................................................................................................................................................... 4
DIREITO À HERANÇA ...................................................................................................................................... 4
RESUMO: ................................................................................................................................................... 6
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO ...................................................................................................................................................... 8
DIREITO À PROPRIEDADE
IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA
A Constituição, no Art. 5o, inciso XXVI, consagra uma forma de proteção à pequena
propriedade rural, chamada de bem de família, afirmando que ela não pode ser objeto de
penhora para garantia de dívidas, débitos decorrentes da atividade da propriedade. Vejamos:
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde
que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.
Cumpre observar que a proteção é para uma modalidade específica de propriedade, de
modo que para sua prova é preciso atentar aos requisitos estabelecidos no inciso, quais sejam:
Pequena propriedade rural – a propriedade para ser impenhorável deve ser
pequena e rural, não se trata de qualquer propriedade.
Trabalhada pela família – a propriedade deve ser explorada pelo agricultor e sua
família, sem empregados, ainda que seja possível a eventual ajuda de terceiros.
Débitos decorrentes da atividade produtiva – para que a propriedade não seja
penhorada, necessariamente o débito deve decorrer da atividade produtiva do
imóvel rural.
PEQUENA
SEM EMPREGADOS ATIVIDADE
PROPRIEDADE
HABITUAIS PRODUTIVA
RURAL
TRABALHADO PELA
FAMÍLIA
RESUMO:
O inciso XXVI abre uma exceção à regra da penhorabilidade dos bens dados em
garantia de financiamentos. Como o pequeno proprietário subsiste do que colhe e
produz em sua terra, tolerar a penhora desta para o pagamento de dívidas seria o
mesmo que condenar o pequeno colono à fome ou à marginalização das favelas nas
cidades.
Para isso, o constituinte fixou que a pequena propriedade rural não é penhorável,
pedindo, para isso, quatro requisitos: a) a propriedade deve ser classificada como
pequena nos termos da lei; b) deve ser produtiva; c) deve produzir a partir do
trabalho familiar, exclusivamente; d) finalmente, a origem da dívida deve ter sido
financiamento da atividade produtiva da propriedade. Como, nessas condições,
dificilmente um pequeno colono obteria crédito agrícola em bancos, manda o
inciso que a lei disponha sobre a forma como será viabilizado o financiamento da
produção nessas propriedades.
PROPRIEDADE AUTORAL
A propriedade autoral encontra-se protegida nos incisos XXVII e
XXVIII do artigo 5º:
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos
herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras
que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e
às respectivas representações sindicais e associativas.
Os incisos em análise garantem ao autor exclusividade de direitos de utilização,
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros. A possibilidade de
transmissão aos herdeiros qualifica o direito autoral como sendo VITALÍCIO, contudo, após o
falecimento do autor, o direito é limitado pela Lei 9.610/98 1, para os herdeiros, que
estabelece o prazo de 70 anos. Após esse prazo, o direito cai em domínio público, podendo
ser livremente explorado, ou seja, para o autor o direito autoral é vitalício, mas após a sua
morte, para os herdeiros, esse direito passa a ser temporário.
Ademais, caso o autor não tenha herdeiros, após o seu falecimento, o direito autoral
pertencerá ao domínio público 2.
Destaca-se a Súmula 386 do STF:
Pela execução de obra musical por artistas remunerados é devido direito
autoral, não exigível quando a orquestra for de amadores.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Já a propriedade industrial encontra-se protegida no inciso XXIX:
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
Diferentemente do direito autoral, a propriedade industrial é um privilégio
TEMPORÁRIO. A lei a que se refere o artigo é a Lei 9.279/1996 e, de acordo com ela, o prazo
do privilégio previsto na CF pode variar de 7 a 20 anos.
Uma relação muito interessante entre a propriedade autoral e a industrial está no tempo
de proteção previsto na Constituição.
Cumpre observar que na propriedade autoral, o direito do autor é vitalício, tendo em
vista a previsão de possibilidade de transmissão desses direitos aos herdeiros. Contudo,
quando nas mãos dos sucessores, a proteção será pelo tempo que a lei fixar, ou seja,
1
Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1° de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, obedecida a
ordem sucessória da lei civil.
Parágrafo único. Aplica-se às obras póstumas o prazo de proteção a que alude o caput deste artigo.
2
Art. 45. Além das obras em relação às quais decorreu o prazo de proteção aos direitos patrimoniais, pertencem
ao domínio público:
I - as de autores falecidos que não tenham deixado sucessores;
RESUMO:
O direito autoral é uma das formas de propriedade garantidas pela Constituição. O
resultado material da exploração da obra do autor é auferido por ele
vitaliciamente. Com a sua morte, esses direitos passam aos herdeiros (cônjuge,
pais ou filhos), caso em que serão desfrutados também de forma vitalícia. Se,
contudo, tais herdeiros forem distantes, a sucessão nesses direitos se dará por
prazo determinado, que a lei informa ser, hoje, de 70 anos, a contar de 1° de
janeiro do ano seguinte à morte do autor.
Obras coletivas quer dizer uma peça de teatro, um filme, uma novela, uma
atividade desportiva coletiva. As pessoas que participam da realização dessas
obras têm direito constitucional de receber remuneração por essa participação, na
medida dela. E extensão desse direito à reprodução da imagem e voz humanas
reconhece a importância dos trabalhos de certas pessoas na mídia, como os
narradores e locutores esportivos, cuja presença em um ou em outro canal
significa um aumento de qualidade e de arrecadação pelas emissoras. A segunda
alínea estabelece o direito de tais participantes de fiscalizar o resultado econômico
das obras de que participarem, de forma a não haver burla no cálculo do direito
autoral a que fazem jus.
A definição do que seja invento industrial ou criação industrial é matéria do Código
Nacional de Propriedade Industrial, em fase final de tramitação no Congresso
Nacional, pelo que não vamos tratar aqui desses conceitos. Apenas importa, para
os objetivos dessa obra, fixar que o que for invento industrial terá uma proteção
temporária, não vitalícia. Isso se justifica. Como o progresso tecnológico e sua
importância para a humanidade dependem, em grande medida, de se conhecer
determinados inventos e, partindo deles, obterem-se inventos melhores, o
constituinte resolveu impor uma proteção apenas temporária, para que o inventor,
por meio do recebimento de royalties, seja remunerado pelo seu talento e atividade
intelectual empregados na invenção.
Depois desse prazo, contudo, o invento cai no domínio comum, para acesso de
qualquer pessoa. O mesmo não acontece com as criações industriais, as marcas, os
nomes de empresas e seus símbolos, que são propriedade perene dos seus
detentores. É razoável a disciplina, já que o maior ou menor valor da marca ou do
nome de uma empresa tem relação direta com a qualidade de seus produtos, o que
justifica o interesse da empresa em aprimorá-los e o interesse do Estado em
proteger essa propriedade.
DIREITO À HERANÇA
O direito à herança permite a transferência - sucessão - dos bens acumulados em vida
aos herdeiros.
RESUMO:
Herança é o patrimônio do falecido, o conjunto de seus direitos e deveres. Com a
morte do titular, chamado por alguns de de cujus e por outros de autor da herança,
esse conjunto se transfere, no momento exato do falecimento, aos herdeiros
legítimos e testamentários do morto, segundo lição precisa de Sílvio Rodrigues.
Essa sucessão pode dar-se de duas maneiras: decorrendo de disposições de última
vontade (testamento), é chamada sucessão testamentária; decorrendo da lei, é dita
sucessão legítima.
Um bem (como um imóvel) de brasileiros, situado no Brasil, terá sempre a sua
sucessão regulada pela lei brasileira. Um bem de estrangeiro, contudo, situado no
Brasil, abre ao cônjuge sobrevivente e aos seus filhos, desde que brasileiros, o
direito de escolher entre a lei brasileira e a lei do País de origem do cônjuge
falecido para regular a sucessão, podendo aplicar aqui qualquer das duas,
escolhendo a que lhes seja mais favorável. Segundo Maria Helena Diniz, o termo
sucessão indica o fato de uma pessoa inserir-se na titularidade de uma relação
jurídica que lhe advém de uma outra pessoa, ou, de outra forma, fazer-se titular de
direitos e obrigações que não eram seus.
EXERCÍCIOS
1. O direito autoral sobre obras intelectuais cai em domínio público com o falecimento do
autor, ainda que ele deixe herdeiros.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA - ERRADA
O direito autoral é uma das formas de propriedade garantidas pela
Constituição. O resultado material da exploração da obra do autor é auferido por
ele vitaliciamente. Com a sua morte, esses direitos passam aos herdeiros (cônjuge,
pais ou filhos), caso em que serão desfrutados também de forma vitalícia. Se,
contudo, tais herdeiros forem distantes, a sucessão nesses direitos se dará por
prazo determinado, que a lei informa ser, hoje, de 70 anos, a contar de 1° de
janeiro do ano seguinte à morte do autor.
2. A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA - CERTA
Diferentemente do direito autoral, a propriedade industrial é um privilégio
TEMPORÁRIO. A lei a que se refere o artigo é a Lei 9.279/1996 e, de acordo com
ela, o prazo do privilégio previsto na CF pode variar de 7 a 20 anos.
Uma relação muito interessante entre a propriedade autoral e a industrial está
no tempo de proteção previsto na Constituição.
Cumpre observar que na propriedade autoral, o direito do autor é vitalício,
tendo em vista a previsão de possibilidade de transmissão desses direitos aos
herdeiros. Contudo, quando nas mãos dos sucessores, a proteção será pelo tempo
que a lei fixar, ou seja, temporário. Já na propriedade industrial, a proteção do
próprio autor já possui caráter temporário.
RESPOSTA CERTA
O direito autoral é uma das formas de propriedade garantidas pela Constituição. O
resultado material da exploração da obra do autor é auferido por ele vitaliciamente. Com a
sua morte, esses direitos passam aos herdeiros (cônjuge, pais ou filhos), caso em que serão
desfrutados também de forma vitalícia. Se, contudo, tais herdeiros forem distantes, a
sucessão nesses direitos se dará por prazo determinado, que a lei informa ser, hoje, de 70
anos, a contar de 1° de janeiro do ano seguinte à morte do autor. (LEI)
5. A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será sempre regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA - ERRADA
Um bem (como um imóvel) de brasileiros, situado no Brasil, terá sempre a
sua sucessão regulada pela lei brasileira. Um bem de estrangeiro, contudo, situado
no Brasil, abre ao cônjuge sobrevivente e aos seus filhos, desde que brasileiros, o
direito de escolher entre a lei brasileira e a lei do País de origem do cônjuge
falecido para regular a sucessão, podendo aplicar aqui qualquer das duas,
escolhendo a que lhes seja mais favorável. Segundo Maria Helena Diniz, o termo
sucessão indica o fato de uma pessoa inserir-se na titularidade de uma relação
jurídica que lhe advém de uma outra pessoa, ou, de outra forma, fazer-se titular de
direitos e obrigações que não eram seus.
GABARITO
1. ERRADA
2. CERTA
3. CERTA
4. CERTA
5. ERRADA
SUMÁRIO
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS .......................................................................................... 2
DIREITOS DE SEGURANÇA – GARANTIAS INDIVIDUAIS ................................................................................. 2
DIREITO DE PETIÇÃO E CERTIDÕES ................................................................................................................ 2
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO ....................................................................................... 2
JUIZ NATURAL ................................................................................................................................................ 4
PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL ........................................................................................................... 5
GRATUIDADE DAS CERTIDÕES DE NASCIMENTO E DE ÓBITO ................................................................... 5
DEFESA DO CONSUMIDOR ............................................................................................................................ 5
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO ...................................................................................................................................................... 8
JUIZ NATURAL
A imparcialidade do Poder Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio estatal são
garantidas pelo princípio do juiz natural ou juiz legal, previsto em dois incisos do Art. 5º da
CF, vejamos:
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Significa dizer que em um processo, seja ele judicial ou administrativo, só será válida a
decisão proferida por quem detenha competência para tanto. Por exemplo: sendo um
processo de natureza penal, quem deverá proferir sentença será o juiz da vara criminal, não
podendo ser o juiz da Justiça do Trabalho, pois esse não tem competência para tal atribuição.
A vedação da criação de juízo ou tribunal de exceção (ad hoc) significa que não se pode
de forma arbitrária criar tribunais para julgamento de um caso específico ou ainda criar um
tribunal após o caso que se pretenda julgar.
DEFESA DO CONSUMIDOR
A CF determina que o Estado deverá promover a defesa do consumidor.
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor;
Esse direito é tão importante que também foi elencado como princípio da ordem
econômica (Art. 170, V da CF):
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
os seguintes princípios:
V - defesa do consumidor;
1
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício
da cidadania.
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.
Por tratar-se de norma de eficácia limitada, o exercício desse direito foi assegurado com
a edição do Código de Defesa do Consumidor – Lei 8.078/90, que assegura diversos
instrumentos de proteção ao consumidor, especialmente em virtude de sua hipossuficiência.
EXERCÍCIOS
1. (CESPE/2016) O direito de petição configura instrumento de controle administrativo:
por meio dele, assegura-se a qualquer pessoa a defesa de direitos, individuais ou
coletivos, bem como o direito de peticionar contra ilegalidade ou abuso de poder,
perante autoridade administrativa competente de qualquer dos poderes constituídos.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA: CERTO
O direito de petição é uma garantia dada aos indivíduos para que eles
possam, em interesse próprio ou coletivo ou geral, realizar duas coisas:
- levar ao conhecimento dos Poderes Públicos uma situação de ilegalidade ou
abuso de poder;
-para defesa de direitos contra o próprio Estado.
Trata-se de um direito universal, na medida em que qualquer pessoa pode
utilizá-lo (nacional, estrangeira, física ou jurídica), sem a necessidade de advogado.
É exemplo de direito de petição o direito de obter vista ou cópia de processos.
ATENÇÃO: não confundir com direito de ação.
O direito de certidão serve também para a defesa de direitos, contudo sua
finalidade é para esclarecimento de situações de interesse pessoal do requerente.
É preciso demonstrar a finalidade da certidão? DIVERGÊNCIA!
Posição dominante – não precisa demonstrar a finalidade.
Caso o direito de petição ou o de certidão sejam violados, por ilegalidade ou
abuso de poder, o remédio constitucional cabível é o Mandado de Segurança.
RESPOSTA: CERTO
O princípio da inafastabilidade de jurisdição garante às pessoas, físicas ou
jurídicas, o acesso direto ao Poder Judiciário, sempre que alguém se sentir
ameaçado ou tiver lesionado o seu direito.
Assim prevê a Constituição Federal:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
Convém perceber que a proteção possui sentido duplo: lesão ou ameaça a
direitos. Significa dizer que a garantia pode ser utilizada tanto de forma
preventiva como de forma repressiva, tanto para prevenir a ofensa a direito
como para reprimir a ofensa já cometida.
Contudo, nem todas as controvérsias podem ser submetidas à apreciação do
Poder Judiciário, como, por exemplo: a decisão do Senado no processo de
impeachment; o mérito administrativo; as decisões privativas das Casas Legislativas,
aqueles atos interna corporis.
Também decorre deste princípio a ideia de que não é necessário o
esgotamento das vias administrativas para ingressar com uma demanda no
Poder Judiciário, uma vez que como regra, não existe a chamada instância
administrativa de cunho forçado ou jurisdição condicionada.
Quanto ao acesso ao Judiciário independente do esgotamento das vias
administrativas, temos algumas circunstâncias em que se exige o esgotamento das
instâncias administrativas ou pelo menos a utilização inicial delas, vejamos:
Justiça Desportiva – para que se admita no Poder Judiciário uma ação
relativa às competições desportivas, é preciso o esgotamento da instância
administrativa junto à Justiça Desportiva. É o que prevê o Art. 217, § 1º, da CF.
RESPOSTA: ERRADO
A Constituição traz expressamente que:
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
Cumpre observar que o texto Constitucional condiciona o benefício da
gratuidade do registro de nascimento e da certidão de óbito apenas para os
reconhecidamente pobres. Entretanto, a Lei 6.015/73 (registros públicos), alterada
pela Lei 9.534/1997, estendeu esse direito a todos, independentemente de sua
situação econômica:
Art. 30 - Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil de nascimento e
pelo assento de óbito, bem como pela primeira certidão respectiva.
§ 1º Os reconhecidamente pobres estão isentos de pagamento de
emolumentos pelas demais certidões extraídas pelo cartório de registro civil.
O STF entendeu pela constitucionalidade desse dispositivo, pois a certidão de
nascimento e a de óbito são documentos necessários ao exercício da cidadania, e a
CF assegura a gratuidade desses documentos 2.
LXXVII-são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da
lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. (grifo nosso)
GABARITO
1. Certo
2. Certo
3. Certo
4. Errado
5. Certo
2
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício
da cidadania.
SUMÁRIO
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS .......................................................................................... 2
DIREITOS DE SEGURANÇA – GARANTIAS INDIVIDUAIS ................................................................................. 2
CONCEITO .................................................................................................................................................. 2
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA NAS RELAÇÕES JURÍDICAS – IRRETROATIVIDADE DA LEI .................................. 2
DIREITO ADQUIRIDO .................................................................................................................................. 2
ATO JURÍDICO PERFEITO............................................................................................................................ 3
COISA JULGADA ......................................................................................................................................... 3
DEVIDO PROCESSO LEGAL ............................................................................................................................. 4
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE OU RAZOABILIDADE .......................................................................... 4
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA ............................................................................................................... 5
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO........................................................................................................................ 6
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.............................................................................................................. 7
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 8
GABARITO .................................................................................................................................................... 10
DIREITO ADQUIRIDO
Direito Adquirido: é o direito já incorporado ao patrimônio do titular, ou seja, se um
indivíduo preenche todos os requisitos para a aquisição de um determinado direito sob a
vigência de uma lei, caso uma lei posterior altere esse direito, em prejuízo do indivíduo, essa
lei nova não poderá retirar-lhe o direito, então adquirido. Destaca-se que o direito não
precisa ter sido exercido para ser considerado como adquirido.
Não se devem confundir as hipóteses de direito adquirido com expectativa de direito,
esta se refere à possibilidade de adquirir um determinado direito previsto em lei, enquanto
aquela é a aquisição efetiva do direito por meio da implementação de todos os requisitos
legais vigentes.
O STF entende não existir direito adquirido nas seguintes situações:
1
RE 204.769/RS.
Uma nova Constituição – Poder Constituinte originário. Obs.: tem direito adquirido em
face de emenda constitucional.
Mudança de moeda – padrão monetário.
Criação ou aumento de tributos.
Mudança de regime jurídico-estatutário.
CUIDADO: a respeito de vantagens pessoais adquiridas por servidores públicos, já
decidiu o STF que a revogação por lei posterior viola o direito adquirido:
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO.
QUINQUÊNIO. LEI NOVA. EXTINÇÃO DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. DIREITO
ADQUIRIDO. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de
que a lei nova não pode revogar vantagem pessoal já incorporada ao patrimônio do servidor sob
pena de ofensa ao direito adquirido. 2. A verificação, no caso concreto, da ocorrência, ou não, de
violação do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada situa-se no campo
infraconstitucional. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AI 762863 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 20/10/2009, DJe-
213 DIVULG 12-11-2009 PUBLIC 13-11-2009 EMENT VOL-02382-11 PP-02240)
Imaginemos que um servidor tenha tomado posse no dia 1° de janeiro de 2017, e nessa
data estava vigente a Lei A, que estabelecia um adicional por tempo de serviço de 0,5% do
vencimento para cada ano de efetivo exercício, e que em outubro de 2017 foi publicada a lei B,
revogando a referida vantagem. Nesse caso, não poderá o servidor invocar o direito adquirido
para manter o regime jurídico existente na data da sua posse, entretanto, se o servidor já
tivesse completado um ano faria jus ao benefício apenas daquele ano, uma vez que o direito já
teria sido incorporado ao seu patrimônio. Contudo, não fará jus ao benefício cumulativo nos
anos seguintes, como previa a lei que foi revogada.
ATO JURÍDICO PERFEITO
É aquele ato, que no momento da sua realização, preencheu todos os requisitos formais
necessários exigidos pela lei vigente, não podendo dessa forma ser prejudicado por uma lei
posterior. É um complemento ao direito adquirido, vale dizer, o ato jurídico perfeito está
compreendido no direito adquirido, isso porque não existe direito adquirido se não for
decorrente de um ato jurídico perfeito.
COISA JULGADA
A coisa julgada acontece quando uma decisão judicial transita em julgado, ou seja, não
comporta mais recurso, tornando-se imutável. A lei, dessa forma, não poderá violar uma
decisão judicial transitada em julgado, pois ela estará protegida pela coisa julgada. A coisa
julgada classifica-se em material e formal. É material, quando a decisão torna-se
efetivamente imutável em qualquer processo, e formal, quando no processo não comporta
mais recurso.
A respeito do dispositivo constitucional, destacamos a Súmula 654 do STF:
A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da CF, não é
invocável pela entidade estatal que a tenha editado.
[Súmula 654.]
Ademais, a regra da irretroatividade é relativizada no âmbito penal, uma vez que a lei
penal mais benéfica para o réu poderá retroagir.
Art. 5o. XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
2
O duplo grau não é absoluto no âmbito jurisdicional. Desse modo, a previsão legal de instância única no contencioso
administrativo não viola o alegado direito ao mencionado instituto.
[RE 794.149 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 18-11-2014, 1ª T, DJE de 4-12-2014.]
Outro aspecto relevante é o de que a simples presença da prova ilícita não torna nulo ou
invalida todo o processo, mas apenas aquelas provas decorrentes da prova ilícita, que não
poderão ser usadas no processo.
As questões envolvendo o conhecimento dessa norma constitucional geralmente
encontram-se relacionadas com as provas decorrentes das violações dos direitos à
privacidade: sigilo das comunicações e inviolabilidade domiciliar.
A prova ilegítima é aquela decorrente da violação de um direito processual. Por
exemplo: produzir no processo uma prova fora do prazo, essa prova será ilegítima, e não
ilícita.
A prova ilícita é inadmissível tanto no processo judicial quanto no processo
administrativo.
3
Reconhecimento, pelas Turmas desta Corte, da obrigatoriedade do custeio do exame de DNA pelo Estado-Membro,
em favor de hipossuficientes. O custeio do exame pericial da justiça gratuita viabiliza o efetivo exercício do direto à
assistência judiciária, consagrado no Art. 5º, LXXIV, da CF/1988.
[ADI 3.394, rel. min. Eros Grau, j. 2-4-2007, P, DJE de 15-8-2008.]
= RE 207.732, rel. min. Ellen Gracie, j. 11-6-2002, 1ª T, DJ de 2-8-2002
EXERCÍCIOS
1. (CESPE/2015) O direito adquirido, entendido como aquele que já se incorporou ao
patrimônio do seu titular, não poderá ser prejudicado por lei posterior.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA: CERTO
Direito Adquirido: é o direito já incorporado ao patrimônio do titular, ou
seja, se um indivíduo preenche todos os requisitos para a aquisição de um
determinado direito sob a vigência de uma lei, caso uma lei posterior altere esse
direito, em prejuízo do indivíduo, essa lei nova não poderá retirar-lhe o direito,
então adquirido. Destaca-se que o direito não precisa ter sido exercido para ser
considerado como adquirido.
Não se devem confundir as hipóteses de direito adquirido com expectativa
de direito, esta se refere à possibilidade de adquirir um determinado direito
previsto em lei, enquanto aquela é a aquisição efetiva do direito por meio da
implementação de todos os requisitos legais vigentes.
O STF entende não existir direito adquirido nas seguintes situações:
Uma nova Constituição – Poder Constituinte originário. Obs.: tem direito
adquirido em face de emenda constitucional.
Mudança de moeda – padrão monetário.
Criação ou aumento de tributos.
Mudança de regime jurídico-estatutário.
4. (CESPE/2017) Entidade estatal que editar determinada lei poderá invocar a garantia da
irretroatividade para assegurar que a referida norma não prejudique ato jurídico
perfeito, direito adquirido e coisa julgada.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA: ERRADO
O princípio da irretroatividade da lei tem como objetivo garantir a estabilidade
das relações jurídicas, impedindo que o Estado adote leis retroativas em prejuízo
dos indivíduos. A referida regra se aplica a todo e qualquer ato normativo
infraconstitucional, ou seja, uma lei ordinária, complementar, de ordem pública
ou dispositiva.
RESPOSTA: CERTO
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou
revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.
Súmula vinculante 3.
GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Errado
4. Errado
5. Certo
SUMÁRIO
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS........................................................................................................................... 2
HABEAS CORPUS ............................................................................................................................................ 2
HABEAS DATA ................................................................................................................................................ 5
Exercícios ........................................................................................................................................................... 8
Gabarito ....................................................................................................................................................... 10
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
HABEAS CORPUS
LXVIII - conceder-se-á "habeas corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
retirá-las do processo, pois nesse caso, no âmbito do processo administrativo disciplinar, não
há possibilidade de o indivíduo vir a ser condenado à pena restritiva de liberdade (nessa
hipótese poderá ser utilizado o mandado de segurança).
É importante também deixar claro que, em regra, o meio para reprimir essas medidas
(quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico; retirada de provas ilícitas de processo etc.) é o
mandado de segurança (e não o habeas corpus). Se com a determinação de uma dessas
medidas houver ofensa indireta ao direito de locomoção torna-se possível também a
impetração de habeas corpus. Não significa que o indivíduo estará obrigado a impetrar o
habeas corpus nessas situações. Se preferir, poderá impetrar mandado de segurança. Nessas
situações, abre-se a possibilidade de que o indivíduo utilize o habeas corpus, que é remédio
mais vantajoso (é gratuito, não exige advogado, tem prioridade de julgamento nos tribunais
do Poder Judiciário etc.).
Nessa mesma linha, o indivíduo convocado para depor como testemunha perante
comissão parlamentar de inquérito (CPI) poderá impetrar habeas corpus para afastar a
convocação, se entendê-la arbitrária, pois a mera convocação implica ofensa indireta ao
direito de locomoção. Nesse caso, temos ofensa indireta ao direito de locomoção porque se o
indivíduo não comparecer voluntariamente, poderá ser conduzido coercitivamente pela CPI (a
mera convocação representa, assim, uma ofensa indireta ao direito de locomoção).
É interessante observar que o artigo 142, §2º da Constituição Federal estabelece que
não caberá habeas corpus contra punições disciplinares militares (CF, Art. 142, § 2º). A razão
dessa vedação é que, como se sabe, o meio militar segue regras próprias de conduta e de
disciplina bem mais rígidas do que as que imperam no âmbito civil, e, portanto, não faria
sentido o magistrado, estranho às peculiaridades das corporações militares, substituir o juízo
de conveniência da autoridade militar na imposição de uma punição disciplinar.
Entretanto, segundo o STF essa vedação aplica-se, tão somente, no tocante ao mérito da
punição disciplinar, isto é, não será cabível habeas corpus para discutir o mérito dessa medida.
Nada impede, pois, a impetração de habeas corpus para discutir aspectos formais da medida
punitiva (incompetência da autoridade militar, descumprimento dos procedimentos
estabelecidos no regulamento militar etc.),
1
O habeas corpus não é o meio adequado para impugnar ato alusivo a sequestro de bens móveis e imóveis bem como
a bloqueio de valores. [HC 103.823, rel. min. Marco Aurélio, j. 3-4-2012, 1ª T, DJE de 26-4-2012.]
O habeas corpus, garantia de liberdade de locomoção, não se presta para discutir confisco criminal de bem. [HC
99.619, rel. p/ o ac. min. Rosa Weber, j. 14-2-2012, 1ª T, DJE de 22-3-2012.]
2
O habeas corpus não se presta à revisão, em tese, do teor de súmulas da jurisprudência dos tribunais. [RHC
92.886 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 21-9-2010, 2ª T, DJE de 22-10-2010.]
HABEAS DATA
O habeas data cuja previsão está no inciso LXXII do artigo 5º tem como objetivo proteger
a liberdade de informação do indivíduo:
LXXII- conceder-se-á “habeas data”:
“para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público” ou “para a retificação de dados, quando não
se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo”.
3
O habeas corpus não sofre qualquer peia, sendo-lhe estranhos os institutos da prescrição, da decadência e da
preclusão ante o fator tempo. [HC 91.570, rel. min. Marco Aurélio, j. 19-8-2008, 1ª T, DJE de 24-10-2008.]
4
É pacífica a jurisprudência deste STF no sentido da inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus,
sem o julgamento definitivo do writ anteriormente impetrado. Tal jurisprudência comporta relativização, quando de
logo avulta que o cerceio à liberdade de locomoção dos pacientes decorre de ilegalidade ou de abuso de poder (inciso
LXVIII do art. 5º da CF/1988). [HC 94.000, rel. min. Ayres Britto, j. 17-6-2008, 1ª T, DJE de 13-3-2009.]
5
Lei 9507/97 Art. 7° Conceder-se-á habeas data:
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de
dados de entidades governamentais ou de caráter público;
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas
justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
6
“O Habeas Data é garantia constitucional adequada para a obtenção dos dados concernentes ao pagamento de
tributos do próprio contribuinte constantes dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da
administração fazendária dos entes estatais.” [RE 673.707, rel. min. Luiz Fux, j. 17-6-2015, P, DJE de 30-9-2015,
com repercussão geral.]
7
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. HABEAS DATA. ARTIGO 5º, LXXII, CRFB/88. LEI
Nº 9.507/97. ACESSO ÀS INFORMAÇÕES CONSTANTES DE SISTEMAS INFORMATIZADOS DE CONTROLE DE
PAGAMENTOS DE TRIBUTOS. SISTEMA DE CONTA CORRENTE DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO
BRASIL-SINCOR. DIREITO SUBJETIVO DO CONTRIBUINTE. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. (...) 6. A
legitimatio ad causam para interpretação de Habeas Data estende-se às pessoas físicas e jurídicas, nacionais e
estrangeiras, porquanto garantia constitucional aos direitos individuais ou coletivas.
(RE 673707, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 17/06/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 29-09-2015 PUBLIC 30-09-2015)
8
HABEAS DATA DADOS DE CÔNJUGE FALECIDO LEGITIMIDADE DO SUPÉSTITE ARTIGO 5º, INCISO
LXXII, ALÍNEA A, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 2. É parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge
sobrevivente na defesa de interesse do falecido. Observem o alcance da alínea a do inciso LXXII do artigo 5º da
Constituição Federal, que assegura o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. Encerra o acesso presente o interesse
de agir. Sendo o servidor militar falecido, a viúva pode atuar visando obter as informações armazenadas no
assentamento funcional dele. 3. Ante o quadro, nego seguimento a este recurso extraordinário.
(STF - RE: 589257 DF, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 28/12/2012, Data de Publicação: DJe-
024 DIVULG 04/02/2013 PUBLIC 05/02/2013)
9
A ação de habeas data visa à proteção da privacidade do indivíduo contra abuso no registro e/ou revelação de dados
pessoais falsos ou equivocados. O habeas data não se revela meio idôneo para se obter vista de processo administrativo.
HD 90 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 18-2-2010, P, DJE de 19-3-2010. = HD 92 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j.
18-8-2010, P, DJE de 3-9-2010.
10
O habeas data é via processual inadequada ao atendimento de pretensão do autor de sustar a publicação de matéria em
sítio eletrônico.[HD 100 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 25-11-2014, 1ª T, DJE de 16-12-2014.]
EXERCÍCIOS
1. Lúcio é investigado pela prática de latrocínio. Durante a investigação, apurou-se a
participação de Carlos no crime, tendo sido decretada de ofício a sua prisão temporária.
A partir dessa situação hipotética e do que dispõe a legislação, julgue o item seguinte.
Carlos poderá impetrar habeas corpus em seu próprio benefício, ainda que não seja
advogado.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA CERTA
O habeas corpus é o remédio constitucional de proteção do direito de
locomoção, isto é, do direito de ir, vir e permanecer. A ação poderá ser preventiva
(diante de ameaça, para evitar a iminente ilegalidade ou abuso) ou repressiva
(para reprimir a ilegalidade ou abuso).
O habeas corpus é gratuito e não exige advogado para sua impetração. No
âmbito dos tribunais do Poder Judiciário, em proteção ao direito de locomoção, se
houver empate na votação, decide-se favoravelmente ao réu.
3. A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item que se segue, tendo
como referência a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
É vedado ao legislador editar lei em que se exija o pagamento de custas processuais para
a impetração de habeas corpus.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA CERTA
O habeas corpus é gratuito PARA TODOS e não exige advogado para sua
impetração. No âmbito dos tribunais do Poder Judiciário, em proteção ao direito de
locomoção, se houver empate na votação, decide-se favoravelmente ao réu. (ART.
5ª, LXXVII, CF)
4. A respeito da teoria e do regime jurídico dos direitos fundamentais, julgue o item que se
segue à luz das disposições da CF.
Sob o aspecto da legitimidade ativa, por meio de habeas data é possível obter
informações relativas a qualquer pessoa, desde que as informações sejam classificadas como
públicas.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA ERRADA
HABEAS DATA:
11
Lei 9507/97 Art. 7° Conceder-se-á habeas data:
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de
dados de entidades governamentais ou de caráter público;
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas
justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Certo
4. Errado
5. Errado
12
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. HABEAS DATA. ARTIGO 5º, LXXII, CRFB/88.
LEI Nº 9.507/97. ACESSO ÀS INFORMAÇÕES CONSTANTES DE SISTEMAS INFORMATIZADOS DE CONTROLE
DE PAGAMENTOS DE TRIBUTOS. SISTEMA DE CONTA CORRENTE DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
DO BRASIL-SINCOR. DIREITO SUBJETIVO DO CONTRIBUINTE. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. (...) 6.
A legitimatio ad causam para interpretação de Habeas Data estende-se às pessoas físicas e jurídicas, nacionais e
estrangeiras, porquanto garantia constitucional aos direitos individuais ou coletivas.
(RE 673707, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 17/06/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 29-09-2015 PUBLIC 30-09-2015)
13
HABEAS DATA DADOS DE CÔNJUGE FALECIDO LEGITIMIDADE DO SUPÉRSTITE ARTIGO 5º,
INCISO LXXII, ALÍNEA A, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 2. É parte legítima para impetrar habeas data o
cônjuge sobrevivente na defesa de interesse do falecido. Observem o alcance da alínea a do inciso LXXII do artigo
5º da Constituição Federal, que assegura o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. Encerra o acesso presente o interesse
de agir. Sendo o servidor militar falecido, a viúva pode atuar visando obter as informações armazenadas no
assentamento funcional dele. 3. Ante o quadro, nego seguimento a este recurso extraordinário.
(STF - RE: 589257 DF, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 28/12/2012, Data de Publicação: DJe-
024 DIVULG 04/02/2013 PUBLIC 05/02/2013)
14
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. HABEAS DATA. ARTIGO 5º, LXXII, CRFB/88.
LEI Nº 9.507/97. ACESSO ÀS INFORMAÇÕES CONSTANTES DE SISTEMAS INFORMATIZADOS DE CONTROLE
DE PAGAMENTOS DE TRIBUTOS. SISTEMA DE CONTA CORRENTE DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
DO BRASIL-SINCOR. DIREITO SUBJETIVO DO CONTRIBUINTE. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. (...) 6.
A legitimatio ad causam para interpretação de Habeas Data estende-se às pessoas físicas e jurídicas, nacionais e
estrangeiras, porquanto garantia constitucional aos direitos individuais ou coletivas.
(RE 673707, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 17/06/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 29-09-2015 PUBLIC 30-09-2015)
SUMÁRIO
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS (ALT+1) ............................................................................................................. 2
AÇÃO POPULAR ............................................................................................................................................. 2
MANDADO DE SEGURANÇA ............................................................................................................................... 4
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO ..................................................................................................... 6
SÚMULAS SOBRE O MANDADO DE SEGURANÇA: ..................................................................................... 7
ALGUMAS ORIENTAÇÕES RELEVANTES SOBRE MANDADO DE SEGURANÇA:........................................... 8
MANDADO DE INJUNÇÃO .................................................................................................................................. 8
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
AÇÃO POPULAR
A ação popular é uma ferramenta fiscalizadora utilizada como espécie de exercício direto
dos direitos políticos, é dizer, o seu exercício é um instrumento de democracia participativa. Por
isso que só poderá ser utilizada por cidadãos, ou seja, aqueles indivíduos que detenham o
exercício dos direitos políticos. Veja o que diz o inciso LXXIII do artigo 5º:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
Qualquer CIDADÃO pode ser o autor dessa ação. Entende-se por cidadão aquele que
detenha a chamada capacidade eleitoral ativa, ou seja, o indivíduo que possa votar. Lembre-se
de que a capacidade eleitoral ativa pode ser exercida a partir dos 16 anos. Dessa forma, um
jovem de 16 anos que detenha o título de eleitor poderá ser autor de Ação Popular.
Assim, pessoas jurídicas, o Ministério Público e estrangeiros não podem interpor Ação
Popular.
A respeito do tema, destaca-se a súmula 365 do STF: “Pessoa jurídica não tem
legitimidade para propor ação popular”.
O réu da Ação popular pode ser qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado; autoridades, funcionários, administradores e beneficiários diretos que tenham
cometido algum ato lesivo ao patrimônio: público, histórico ou cultural; a moralidade
administrativa ou ao meio ambiente.
A Ação Popular serve para ANULAR ato ou contrato administrativo que seja lesivo:
ao patrimônio: público, histórico ou cultural;
à moralidade administrativa;
ao meio ambiente.
Dessa forma, a Ação Popular não serve para defesa de direitos individuais, mas de
direitos de natureza coletiva, como concretizadora do princípio republicano que impõe ao
administrador público o dever de prestar contas a respeito da gestão da coisa pública.
Outro ponto relevante é que não é preciso comprovar o prejuízo aos cofres públicos
para propor Ação Popular.
A Ação pode ser interposta de forma preventiva, antes da prática do ato ilegal ou imoral,
ou repressiva após a ocorrência do ato lesivo.
O Ministério Público não pode ajuizar Ação Popular, uma vez que essa
prerrogativa é apenas do cidadão, contudo, caso haja omissão ou abandono da ação
pelo autor, o MP poderá substituir o autor na ação. No mais, o MP atua na Ação
Popular apenas como fiscal da lei.
Gratuidade para o Autor. A CF isenta o autor da Ação Popular de pagar custas
judiciais ou ônus da sucumbência, salvo se tiver de má-fé. Observe que a ação em si
não é gratuita, a gratuidade é apenas para o autor, de boa-fé, e não para o réu.
Tema importantíssimo para a sua prova diz respeito ao foro por prerrogativa de
função que não alcança a Ação Popular, dessa forma, não existe competência
originária para o julgamento de Ação Popular 1. Por exemplo, uma Ação Popular
contra o Presidente da República não deverá ser ajuizada perante o STF, mas
perante o juiz singular, de primeiro grau.
Além da previsão constitucional, esta ação encontra-se regulamentada pela lei
4.717/65.
ENTÃO, ATENÇÃO:
Não poderá, portanto, ser ajuizada por pessoa jurídica; pelo Ministério Público; pelos
inalistados (indivíduos que poderiam ter-se alistado, mas não o fizeram); pelos inalistáveis
(aqueles que não podem alistar-se como eleitores, a saber: os menores de 16 anos; os
conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório; os estrangeiros, ressalvada a
hipótese do português equiparado a brasileiro naturalizado, nos termos do Art. 12, § 1º, da
CF/88).
Segundo orientação do Supremo Tribunal Federal:
a) o cabimento de ação popular não exige a comprovação de efetivo dano material,
pecuniário; ainda que não comprovada a efetiva ocorrência de dano material, a ilegalidade do
ato já poderá ser reprimida na via da ação popular;´
b) não cabe ação popular contra ato de natureza jurisdicional, praticado por membro do
Poder Judiciário no desempenho de sua função típica (decisões judiciais); assim, ainda que a
sentença de um magistrado cause dano ao meio ambiente, esse ato não poderá ser atacado
1
Não é da competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda que o réu seja autoridade que tenha na
Corte o seu foro por prerrogativa de função para os processos previstos na Constituição. STF - AG.REG.NA
PETIÇÃO : Pet-AgR 3152 PA.
por ação popular (deverá ser atacado na via recursal própria, prevista nas leis processuais, se
tal decisão ainda não transitou em julgado; ou por ação rescisória, se a decisão já transitou em
julgado).
O ajuizamento da ação popular exige advogado, mas, salvo comprovação de má-fé do
autor, este estará isento de custas (não haverá pagamento de custas perante o Poder
Judiciário) e do ônus de sucumbência (o autor não estará obrigado ao pagamento dos
honorários advocatícios da outra parte, caso a ação seja julgada improcedente).
A decisão do magistrado que julga improcedente uma ação popular está sujeita ao
duplo grau de jurisdição, vale dizer, está sujeita ao reexame obrigatório pelo Tribunal
respectivo (se a decisão for de juiz estadual, será obrigatoriamente reexaminada pelo
Tribunal de Justiça; se for de juiz federal, será obrigatoriamente examinada pelo Tribunal
Regional Federal).
MANDADO DE SEGURANÇA
A Constituição Federal prevê no Art. 5o, LXIX:
LXIX- conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Natureza da Ação: o MS é uma ação de natureza civil, de rito sumário especial. Destaca-
se que o caráter civil da Ação, não impede que seja impetrado MS contra ato de juiz em
processo penal.
Como se pode ver, o mandado de segurança será cabível para proteger DIREITO
LÍQUIDO E CERTO, que é aquele em que os fatos alegados são comprováveis de plano, as
provas devem ser pré-constituídas, pois, no MS, não existe dilação probatória, não existe fase
de instrução processual, que é o momento em que se produz provas. Ex.: no MS não será
possível ouvir testemunhas, nem produzir perícia no curso do processo.
É dizer: para ser cabível MS, não pode haver controvérsia sobre os fatos narrados.
Veja que é possível a existência de controvérsia sobre a matéria de direito, ou seja, pode
ser impetrado MS, mesmo não havendo unanimidade na interpretação da doutrina e da
jurisprudência, mas os fatos devem ser comprováveis de imediato.
Esse entendimento encontra-se sumulado pelo STF, conforme Súmula 625:
Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.
O Cabimento do MS só é possível, também, se o direito não estiver amparado por habeas
corpus ou habeas data, ou seja, nem toda violação a direito líquido e certo será discutida por
meio de MS, somente sendo cabível quando não for protegido por outros remédios
constitucionais. Este é o chamado caráter residual, subsidiário do mandado de segurança.
O texto constitucional exigiu, também, para a utilização desta ferramenta, a ocorrência
de ilegalidade e o abuso de poder praticado por autoridade pública ou privada, esta desde
que esteja no exercício de atribuições do poder público, ou seja, o ato impugnado por meio de
MS necessariamente precisa ser um ATO DE AUTORIDADE, entendido como qualquer
manifestação ou omissão do Poder público ou de agente no exercício de atribuições do Poder
Público.
O mandando de segurança poderá ser repressivo quando a ilegalidade já tiver sido
cometida ou preventivo quando o impetrante demonstrar justo receio de sofrer violação de
direito líquido e certo por parte da autoridade impetrada.
O mandado de segurança possui prazo decadencial (que não se interrompe e não se
suspende) para ser utilizado de 120 dias, a contar da data em que o interessado teve
conhecimento oficial do ato a ser impugnado. Esse prazo deve ser verificado na data do
ajuizamento da ação, ainda que feito em juízo incompetente.
O prazo de decadência para o Mandado de Segurança, ainda que
protocolado em juízo incompetente, deve ser aferido na data em que
foi originalmente protocolado, desse modo, não decai o direito ao
MS se não for remetido ao juízo competente dentro dos 120 dias,
Conforme jurisprudência do STF:
É posição pacífica da jurisprudência desta Suprema Corte que o
prazo decadencial para ajuizamento do mandado de segurança,
mesmo que tenha ocorrido perante juízo absolutamente
incompetente, há de ser aferido pela data em que foi
originariamente protocolizado.
[MS 26.792 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 4-9-2012, 1ª T, DJE de 27-
9-2012.]
Ademais, de acordo com o STF, é constitucional a fixação de prazo decadencial para o
Mandado de Segurança, conforme Súmula 632 do STF - É constitucional lei que fixa prazo de
decadência para impetração de mandado de segurança.
O impetrante pode desistir do MS a qualquer tempo, independentemente do
consentimento do impetrado, mesmo que já tenha sido proferida sentença, desde que essa
decisão ainda não tenha transitado em julgado.
“É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de segurança,
independentemente de aquiescência da autoridade apontada como
coatora ou da entidade estatal interessada ou, ainda, quando for o
caso, dos litisconsortes passivos necessários” (MS 26.890-AgR/DF,
Pleno, Min. Celso de Mello, DJe de 23-10-2009), (...) "mesmo após
eventual sentença concessiva do writ constitucional, (…) não se
aplicando, em tal hipótese, a norma inscrita no art. 267, § 4º, do
CPC" (RE 255.837-AgR/PR, Segunda Turma, Min. Celso de Mello, DJe
de 27-11-2009).
[RE 669.367, rel. p/ o ac. min. Rosa Weber, j. 2-5-2013, P, DJE de
30-10-2014, com repercussão geral.]
A legitimidade para impetrar mandado de segurança com a finalidade de
impedir a aprovação de lei ou emenda que seja incompatível com o processo
legislativo constitucional é dada aos parlamentares, membros da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal e não a qualquer cidadão.
O STF admite a legitimidade do parlamentar – e somente do
parlamentar – para impetrar mandado de segurança com a
finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei
ou emenda constitucional incompatíveis com disposições
constitucionais que disciplinam o processo legislativo. Precedentes do
STF: MS 20.257/DF, Min. Moreira Alves (leading case) (RTJ 99/1031);
MS 20.452/DF, min. Aldir Passarinho (RTJ 116/47); MS 21.642/DF,
min. Celso de Mello (RDA 191/200); MS 24.645/DF, min. Celso de
Mello, DJ de 15-9-2003; MS 24.593/DF, min. Maurício Corrêa, DJ de
8-8-2003; MS 24.576/DF, min. Ellen Gracie, DJ de 12-9-2003; MS
24.356/DF, min. Carlos Velloso, DJ de 12-9-2003.
[MS 24.667 AgR, rel. min. Carlos Velloso, j. 4-12-2003, P, DJ de 23-4-
2004.] = MS 32.033, rel. p/ o ac. min. Teori Zavascki, j. 20-6-2013, P,
DJE de 18-2-2014
Não cabe MS contra ato que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo.
Organização sindical 2;
Entidade de classe;
Associação desde que legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos
um ano;
Observe que o requisito de um ano de constituição e funcionamento só se aplica às
associações!
Os Partidos podem defender direitos relativos a seus integrantes ou relacionados à
finalidade partidária, enquanto que os demais podem defender direitos dos seus membros ou
associados, desde que pertinentes às finalidades da entidade. Ademais, não precisa ser um
direito de todos os seus membros, podendo ser um direito de parte dos membros da
entidade. 3
Caso um Partido Político perca no curso do processo a sua representação no Congresso
Nacional, isso não será causa para a extinção do mandado de segurança, desse modo, a perda
superveniente da representação no congresso nacional não implica extinção do MS.
No MS Coletivo, os legitimados atuam como substitutos processuais, buscando interesses
de seus filiados em nome próprio, por esse motivo, os legitimados não precisam de
autorização expressa dos seus filiados 4.
A legitimação das organizações sindicais, entidades de classe ou associações, para a segurança
coletiva, é extraordinária, ocorrendo, em tal caso, substituição processual. CF, art. 5º, LXX. Não se
exige, tratando-se de segurança coletiva, a autorização expressa aludida no inciso XXI do art. 5º
da Constituição, que contempla hipótese de representação.
[RE 193.382, rel. min. Carlos Velloso, j. 28-6-1996, P, DJ de 20-9-1996.]
= RE 437.971 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-8-2010, 1ª T, DJE de 24-9-2010
2
Agravo Regimental em Recurso Extraordinário RE 696845
3
Súmula 630 - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
4
MANDADO DE INJUNÇÃO
O mandado de injunção é uma garantia que visa assegurar o exercício de direitos e liberdade
constitucionais que ficam inviabilizados pela ausência de regulamentação. Vejamos o que diz a
Constituição:
Você deve lembrar que algumas normas constitucionais, para que produzam efeitos,
dependem da edição de outras normas infraconstitucionais, estas normas são conhecidas por
sua eficácia como normas de eficácia limitada, caso essas normas regulamentadoras não
sejam criadas e por conta disso se esteja tornando inviável o exercício de direitos
fundamentais, será cabível a impetração de Mandado de Injunção.
Dessa forma, o objetivo do MI é suprir a omissão legislativa que impede o exercício de
direitos fundamentais.
Quando o legislador não regulamenta uma norma constitucional de eficácia limitada,
impedindo o exercício de direitos fundamentais, fica caracterizada a violação da CF, pela
omissão legislativa, pela inércia, essa é a chamada violação negativa do texto
constitucional.
A CF prevê expressamente apenas a possibilidade de impetração de Mandado de
Injunção de natureza individual, contudo a doutrina e a jurisprudência aceitavam, por
analogia ao Mandado de Segurança, o cabimento do Mandado de injunção coletivo.
Contudo, a Lei nº 13.300/2016, disciplinou o processo e julgamento do mandado de
injunção individual e previu expressamente a possibilidade de impetração de mandado de
injunção coletivo.
O mandado de injunção individual pode ser impetrado por pessoas naturais ou
jurídicas que se afirmam titulares de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, cujo exercício seja inviabilizado pela
ausência da norma regulamentadora. (Lei 13.300/2016, Art. 3º).
Pessoas jurídicas de direito Público, apesar de serem titulares de garantias fundamentais,
não possuem legitimidade para impetração de mandado de injunção.
O objeto da ação é a omissão legislativa inconstitucional, ou seja, a mora
inconstitucional, que só se caracteriza após o decurso razoável de tempo para a edição da
norma.
O mandado de injunção não é via adequada para impugnar a constitucionalidade de uma
norma regulamentadora ou sanar lacuna normativa de período anterior à sua edição.
Assim, podemos esquematizar três requisitos para o ajuizamento de mandado de
injunção:
Falta de norma regulamentadora;
Inviabilização de um direito ou liberdade constitucional ou de prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Decurso de prazo razoável para a elaboração da norma regulamentadora.
O mandado de injunção coletivo tem por finalidade proteger direitos, liberdades e
prerrogativas pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou
determinada por grupo, classe ou categoria.
A legitimidade para impetração, antes conferida, por analogia, aos mesmos legitimados
do mandado de segurança coletivo (CF, Art. 5.º, LXX), foi ampliada pelo artigo 12 da Lei nº
13.300/2016.
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:
I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses
sociais ou individuais indisponíveis;
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para
assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou
relacionados com a finalidade partidária;
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte
de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que
pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização
especial;
Assim, podemos dizer que podem impetrar Mandado de Injunção coletivo, os mesmos
que podem apresentar mandado de segurança coletivo, ou seja:
Partidos Políticos com representação no Congresso Nacional;
Organização sindical 5;
Entidade de classe;
Associação desde que legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos
um ano.
Contudo, além desses legitimados, a Lei 13.300/2016 conferiu legitimidade também para:
Defensoria Pública;
Ministério Público.
Agora, como que o Poder Judiciário deverá proceder na hora de julgar um Mandado de
Injunção, ele pode ou deve assegurar imediatamente os direitos não regulamentados? Ele
deve criar a lei? Deve intimar o legislativo para ele realizar a norma? Essa decisão valerá para
todos ou valerá apenas para as partes do processo?
Antes da Lei 13.300/2016, essas perguntas não tinham uma resposta específica, isso
porque, dependendo do caso, o poder judiciário fazia uma ou outra coisa, contudo, felizmente
a lei resolveu esse dilema, pacificando o tema.
Quanto aos efeitos do Mandado de Injunção, podemos destacar que a Lei 13.300/2016
adotou a chamada TEORIA CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA, por meio da qual o julgador
deve primeiramente comunicar a omissão ao órgão competente para a elaboração da norma,
fixando prazo para o seu cumprimento e, após, caso não tenha sido cumprido o determinado,
o direito seria exercido nos termos a serem fixados pela decisão judicial:
Art. 8o Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção
para:
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da
norma regulamentadora;
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das
liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que
poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja
suprida a mora legislativa no prazo determinado.
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do
caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de
injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.
Ainda quanto aos efeitos da decisão do MI, o artigo 9o adotou como regra a TEORIA
CONCRETISTA INDIVIDUAL, com aplicação dos efeitos apenas para as partes do processo
5
Agravo Regimental em Recurso Extraordinário RE 696845
(inter partes), porém, com a possibilidade de extensão desses efeitos para todos ou para um
grupo de pessoas (efeitos ultra partes ou erga omnes), ou seja, podendo ser adotado a TEORIA
CONCRETISTA GERAL.
Art. 9o A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos
até o advento da norma regulamentadora.
§ 1o Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão,
quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da
prerrogativa objeto da impetração.
Teoria concretista geral/coletiva Teoria concretista individual
Decisão ERGA OMNES Decisão INTER PARTES
INDEPENDE DE AUTORIZAÇÃO O judiciário provê o direito imediatamente
Substituto processual Intermediária – o judiciário dá um prazo para o legislador agir
Legitimados rol taxativo Caso o responsável permaneça inerte, o direito é concretizado.
EXERCÍCIOS
1. Em relação à Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.
Cabe mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável
o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA CERTA
O mandado de injunção é uma garantia que visa assegurar o exercício de
direitos e liberdade constitucionais que ficam inviabilizados pela ausência de
regulamentação. Vejamos o que diz a Constituição:
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Você deve lembrar que algumas normas constitucionais, para que produzam
efeitos, dependem da edição de outras normas infraconstitucionais. Essas normas
são conhecidas por sua eficácia como normas de eficácia limitada. Caso essas
normas regulamentadoras não sejam criadas e por conta disso se esteja tornando
inviável o exercício de direitos fundamentais, será cabível a impetração de Mandado
de Injunção.
Dessa forma, o objetivo do MI é suprir a omissão legislativa que impede o
exercício de direitos fundamentais.
Quando o legislador não regulamenta uma norma constitucional de eficácia
limitada, impedindo o exercício de direitos fundamentais, fica caracterizada a
violação da CF, pela omissão legislativa, pela inércia, essa é a chamada violação
negativa do texto constitucional.
RESPOSTA ERRADA
6
Súmula 630 - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
7
GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Certo
4. Errado
5. Errado
8
Lei 9507/97 Art. 7° Conceder-se-á habeas data:
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de
dados de entidades governamentais ou de caráter público;
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas
justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
SUMÁRIO
DIREITOS SOCIAIS .............................................................................................................................................. 2
DIREITOS SOCIAIS .......................................................................................................................................... 2
NOÇÕES GERAIS......................................................................................................................................... 2
CARACTERÍSTICAS ...................................................................................................................................... 3
CLÁUSULA DA RESERVA DO POSSÍVEL X MÍNIMO EXISTENCIAL ............................................................... 3
DIREITO SOCIAIS TRABALHISTAS ............................................................................................................... 4
DIREITOS SOCIAIS INDIVIDUAIS DOS TRABALHADORES ............................................................................ 4
PROTEÇÃO CONTRA DESPEDIDA ARBITRÁRIA OU SEM JUSTA CAUSA ...................................................... 5
GARANTIAS DO TRABALHADOR................................................................................................................. 5
SALÁRIO MÍNIMO ...................................................................................................................................... 6
Exercícios ........................................................................................................................................................... 7
Gabarito ......................................................................................................................................................... 8
DIREITOS SOCIAIS
DIREITOS SOCIAIS
NOÇÕES GERAIS
Os direitos sociais encontram-se previstos a partir do artigo 6º até o artigo 11 da
Constituição Federal. São normas que se concretizam por meio de prestações positivas por
parte do Estado, haja vista objetivarem reduzir as desigualdades sociais, atuam como
liberdades positivas, visando à igualdade social.
São direitos de 2ª dimensão ou geração e visam assegurar a isonomia ou a igualdade.
Pela sua relevante importância na consagração dos direitos humanos, os direitos sociais
se encontram previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), em seu Art.
XXII:
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança
social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo
com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, SOCIAIS e
culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua
personalidade.
Primeiramente, devemos analisar quais são os direitos sociais previstos na CF, vejamos:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
Para as provas, é muito importante que você memorize esses direitos. Como dica de
memorização, veja a seguinte mnemônica.
SAÚ TRABALHA NO
EDU MORA ALI ASSIS PRO SEG PRESO
TRANSPORTE LÁ
1
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
Conclui-se então que a teoria do mínimo existencial determina que o Estado tem o dever
de assegurar ao cidadão condições mínimas para uma vida digna, independentemente da
existência de recursos públicos para custeio.
Ademais, caso o Estado não assegure o mínimo existencial, de forma excepcional, é
possível a atuação do Poder Judiciário, que inclusive pode determinar medidas coercitivas,
como bloqueio de contas, para que o Estado assegure os direitos sociais. A esse fenômeno de
atuação do Poder Judiciário na gestão da coisa pública no sentido de assegurar os direitos
sociais ficou conhecido como Judicialização de Políticas Públicas. Evidentemente que essa
atuação do Poder Judiciário é excepcional, sob pena de violação da separação dos Poderes.
DIREITO SOCIAIS TRABALHISTAS
No capítulo destinado aos direitos sociais a CF, nos incisos seguintes, tratou apenas de
um dos direitos elencados no Art.6o que é o direito ao Trabalho.
Dessa forma, os artigos que se seguem (7o ao 11) dispõem apenas de direitos sociais de
caráter trabalhista. Os demais direitos sociais são abordados pela CF, especialmente no título
da Ordem Social.
Esses direitos podem ser assim classificados em direitos aplicáveis às relações
individuais de trabalho e direitos coletivos dos trabalhadores:
Direito de associação
profissional ou
sindical
Direitos individuais
Direito de greve
(Art. 7°)
Direitos dos
trabalhadores
Direito de
Direitos coletivos
substituição
(Art. 8° - 11)
processual
Direito de
participação
Direito de
representação
classista
Pela leitura do caput, podemos observar que o rol de direitos trabalhistas configura um
rol EXEMPLIFICATIVO, isso porque outros direitos poderão ser assegurados em outros
documentos.
Além disso, os direitos elencados são aplicáveis aos trabalhadores URBANOS, RURAIS, e
por expressa disposição da CF são estendidos integralmente aos trabalhadores AVULSOS,
observe:
Parte desses direitos, não todos, também é extensível aos servidores públicos e aos
trabalhadores domésticos, graças à EC 72/2013, que ficou conhecida como PEC dos
domésticos.
As bancas costumam cobrar quais dos direitos desse artigo também são aplicáveis aos
domésticos ou aos servidores públicos, por isso é muito importante que você memorize quais
direitos sociais são extensíveis a esses trabalhadores.
Para ajudá-lo, ao final desse capítulo, temos uma tabela comparativa entre os direitos de
cada uma dessas classes: trabalhadores urbanos e rurais; domésticos e servidores públicos. É
imprescindível ler!
Os incisos do artigo 7o costumam cair nas provas de forma bastante literal, é um “copia e
cola” da CF, sendo assim, a leitura integral dos incisos do artigo 7o é imprescindível. Dessa
forma, vamos analisar aqueles que são mais cobrados ou que exijam um conhecimento a mais.
PROTEÇÃO CONTRA DESPEDIDA ARBITRÁRIA OU SEM JUSTA CAUSA
A CF, buscando proteger as relações de trabalho, estabelece que lei complementar
deverá prever uma indenização compensatória, caso o trabalhador seja despedido
arbitrariamente ou sem justa causa.
O problema é que essa lei complementar nunca foi criada, dessa forma, até que a lei seja
criada, a indenização deverá ser realizada por meio do pagamento de multa de 40% sobre o
valor do FGTS, conforme determinação do Art. 10, I do ADCT.
Ressalta-se que essa regra constitucional é uma norma de eficácia contida.
I - Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos;
GARANTIAS DO TRABALHADOR
A CF, pensando em amparar aquele trabalhador desempregado, prevê um seguro, que é
uma ajuda dada ao trabalhador, caso ele esteja desempregado de forma involuntária, ou seja,
caso ele tenha sido demitido. Isso significa que, se o trabalhador pedir demissão, ele não fará
jus ao seguro-desemprego.
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
A CF assegura também o Fundo de Garantia do tempo de serviço – FGTS, que nada mais
é do que uma espécie de poupança que o empregador faz, depositando mensalmente um valor
em uma conta vinculada e exclusiva do empregado. Assim, em situações emergenciais ou
mesmo em caso de desemprego, o trabalhador poderá levantar os valores que foram
depositados.
III - fundo de garantia do tempo de serviço - FGTS;
2
Segundo a Lei 12.023/2009, trabalhado avulso é: aquele que presta serviços nas áreas urbanas ou rurais de caráter
intermitente sem vínculo empregatício, mediante intermediação obrigatória do sindicato da categoria por meio de
acordos e convenções coletivas de trabalho para execução das tarefas.
Atenção: de acordo com a nova orientação do STF, o prazo para cobrança judicial dos
valores do FGTS é de 5 anos, observado o limite de 2 anos após a extinção do contrato de
trabalho e não mais de 30 anos. (RE 134.328).
SALÁRIO MÍNIMO
A garantia do salário mínimo encontra-se prevista no inciso IV do Art. 7o, vejamos a sua
redação:
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender
a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
3
ARE 842.157, mi. Dias Toffoli, 19.06.2015.
EXERCÍCIOS
1. A respeito de direitos e garantias fundamentais, julgue o item.
Os trabalhadores, urbanos e rurais, têm o direito ao aviso-prévio proporcional ao tempo
de serviço, sendo que esse período, antecedente à rescisão do contrato de trabalho, será de, no
mínimo, trinta dias.
Certo ( ) Errado ( )
CERTO
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
XXI - aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no m ínim o de trinta dias, nos termos
da lei;
O aviso-prévio será de no mínimo 30 dias (norma de eficácia plena)
Mas o máximo depende de regulamentação legal e deverá ser proporcional ao tempo de serviço
(dessa forma, o seu exercício depende de regulamentação, tendo aplicabilidade mediata – norma de
eficácia limitada).
Item: C
A teoria que diz que o Estado só deve assegurar os direitos sociais na medida
daquilo que lhe seja economicamente viável ficou conhecida como Teoria da
Reserva do Possível ou cláusula da reserva do possível.
GABARITO
1. Certo
2. Certo
3. Certo
4. Certo
5. C
SUMÁRIO
DIREITOS SOCIAIS .............................................................................................................................................. 2
DIREITOS INDIVIDUAIS TRABALHISTAS .......................................................................................................... 2
REGRAS SALARIAIS ..................................................................................................................................... 2
PISO SALARIAL ........................................................................................................................................... 2
TRABALHO NOTURNO ............................................................................................................................... 2
JORNADA DE TRABALHO E HORA EXTRA ....................................................................................................... 2
LICENÇA-MATERNIDADE E LICENÇA-PATERNIDADE...................................................................................... 3
PRESCRIÇÃO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS ................................................................................................. 3
PROIBIÇÕES ................................................................................................................................................... 4
ASSISTÊNCIA GRATUITA – CRECHES E PRÉ-ESCOLAS ..................................................................................... 4
DEMAIS DIREITOS .......................................................................................................................................... 5
DIREITOS DOS DOMÉSTICOS ......................................................................................................................... 6
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 7
GABARITO ...................................................................................................................................................... 9
DIREITOS SOCIAIS
DIREITOS INDIVIDUAIS TRABALHISTAS
REGRAS SALARIAIS
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou
acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou
no valor da aposentadoria;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
retenção dolosa;
PISO SALARIAL
A Constituição Federal estabelece, dentre os direitos assegurados aos trabalhadores
urbanos e rurais, o direito ao piso salarial, que deverá ser fixado de forma proporcional à
extensão e à complexidade do trabalho.
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
trabalho;
Como visto, o valor do piso salarial, em relação aos trabalhadores, não está definido na
Constituição Federal, ademais essa é uma competência que foi delegada aos Estados e ao DF,
por meio da LC 103/2000.
TRABALHO NOTURNO
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
Em decorrência do evidente desgaste que o trabalho noturno gera para o empregado, a
CF assegura que a hora noturna deve ser paga em valor superior a hora trabalhada em
período diurno.
LICENÇA-MATERNIDADE E LICENÇA-PATERNIDADE
A CF assegura expressamente o prazo de 120 dias de licença-maternidade,
oportunizando que a mãe possa ficar pelo menos os primeiros meses com seu filho, sem
prejuízo do seu emprego e do seu salário.
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com
a duração de cento e vinte dias;
Licença-adotante: De acordo com a jurisprudência do STF, o prazo da licença-adotante
deverá ser igual ao da licença gestante, nem poderá ser estabelecido prazos distintos em
decorrência da idade da criança adotada. (RE 778.889)
Em decorrência da igualdade formal entre homens e mulheres, a CF também assegura
um período de licença para o pai, contudo não estabelece um prazo específico, deixando esse
prazo para a lei definir. Atualmente, a licença-paternidade é de 5 dias, conforme Art. 10 1 § 1º
do ADCT:
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
1
Art. 10. § 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, o prazo da licença-
paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias.
PROIBIÇÕES
A CF nos incisos XXX, XXXI, XXXII e XXXIII apresenta algumas regras de proibição, ou
seja, ela veda tratamentos desnecessários e discriminatórios entre trabalhadores,
estabelecendo a necessidade de um tratamento igualitário, isonômico entre os trabalhadores.
Evidentemente que essa igualdade é uma igualdade meramente formal, no sentido de evitar
discriminações arbitrárias, contudo não impede tratamento diferenciado com vistas a
assegurar uma igualdade material ou efetiva.
Vejamos os dispositivos:
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e
intelectual ou entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
Merece destaque o inciso XXXIII, no qual a Constituição determina que é proibido o
trabalho para os menores de 16, ressalvada a condição de aprendiz, a partir dos 14. Dessa
forma, o adolescente com 14 anos poderá trabalhar no Brasil, contudo até os seus 16 anos,
esse trabalho deve ser apenas na condição de aprendiz.
Essa proteção especial é reforçada pelo artigo 227, § 3º, I da CF
Art. 227, § 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes
aspectos:
I –idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho,
observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
Ademais, a CF proíbe, para os menores de 18 anos, os trabalhos perigosos, insalubres e
noturnos.
DEMAIS DIREITOS
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da
empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador
de baixa renda nos termos da lei;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
domingos;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço
a mais do que o salário normal;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,
quando incorrer em dolo ou culpa;
Piso salarial - V
EXERCÍCIOS
1. (CESPE\2012) A respeito dos direitos sociais e das instituições democráticas, julgue o
item abaixo.
É livre a associação sindical das categoriais profissionais, sendo vedado ao poder público
exigir, para a fundação de um sindicato, que haja seu registro prévio em órgão competente.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta: ERRADO
A Constituição Federal estabelece como direito dos trabalhadores, de forma
livre e independentemente de autorização, a criação de associação profissional ou
de sindicatos, sendo inclusive vedado ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical. Contudo, estabelece como requisito
indispensável que o sindicato deverá ser registrado no órgão competente.
Atualmente, como não há lei dispondo qual é o órgão competente, essa atribuição é
exercida pelo Ministério da Justiça.
2. (CESPE- 2016) Julgue o item seguinte, a respeito dos direitos sociais e dos direitos de
nacionalidade.
O direito de ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, prescreve em
cinco anos após a extinção do contrato de trabalho, para os trabalhadores urbanos, e em dois
anos, para os trabalhadores rurais.
Certo ( ) Errado ( )
Reposta: ERRADO
O inciso XXIX do Art. 7o estabelece algumas regras de prescrição dos créditos
trabalhistas, ou seja, se o trabalhador entender que ele não recebeu todos os
direitos a que fazia jus durante o contrato de trabalho, ele poderá reivindicar esses
direitos em uma Ação judicial trabalhista. Contudo, a CF estabelece um prazo para
que esse direito de ação seja exercido.
A CF fala em dois prazos distintos, um de 2 anos e outro de 5 anos. Vejamos
o texto constitucional:
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
Esse prazo de 2 anos refere-se ao prazo que o trabalhador tem para
ingressar com uma ação trabalhista reivindicando seus direitos. Esse prazo é
contado a partir do dia em que houve a extinção, a rescisão do contrato de
trabalho.
Já o prazo de 5 anos refere-se ao período anterior ao ajuizamento da ação
que o trabalhador terá para discutir seus direitos trabalhistas.
Por exemplo, imagine que um trabalhador tenha trabalhado em uma empresa
por 10 anos e tenha sido demitido. Ao sair da empresa, ele terá um prazo de dois
anos para ajuizar a ação, se não fizer nesse prazo, o seu direito ficará prescrito.
Imaginemos então que esse mesmo trabalhador, assim que foi demitido, procurou
um advogado que ajuizou imediatamente a Ação trabalhista; a contar da data em
que a ação foi protocolada, será possível discutir os créditos existentes apenas nos
últimos cinco anos. Mas você deve se perguntar, ele não trabalhou 10 anos? E os
créditos dos cinco anos iniciais? Qualquer crédito anterior aos cinco anos estará
prescrito e o trabalhador não poderá reivindicar esse direito.
CUIDADO! Não há previsão constitucional para a aplicação do prazo
prescricional para os trabalhadores domésticos, no entanto, os tribunais têm
aplicado a norma aos trabalhadores domésticos com base na analogia.
GABARITO
1. E
2. E
3. C
4. E
5. C
SUMÁRIO
DIREITOS SOCIAIS .............................................................................................................................................. 2
DIREITOS COLETIVOS TRABALHISTAS ............................................................................................................ 2
REGRAS DE ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL OU SINDICAL ............................................................................ 2
CONTRIBUIÇÕES ........................................................................................................................................ 3
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO...................................................................................................................... 3
PARTICIPAÇÃO NAS NEGOCIAÇÕES COLETIVAS E O TRABALHADOR APOSENTADO ................................. 4
APOSENTADO ............................................................................................................................................ 4
ESTABILIDADE SINDICAL ............................................................................................................................ 4
DIREITO DE SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL .................................................................................................. 4
DIREITO DE GREVE ..................................................................................................................................... 5
DIREITO DE PARTICIPAÇÃO........................................................................................................................ 5
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO CLASSISTA .................................................................................................. 6
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO ...................................................................................................................................................... 8
DIREITOS SOCIAIS
DIREITOS COLETIVOS TRABALHISTAS
Os direitos sociais coletivos são aqueles exercidos pelos trabalhadores, coletivamente ou
no interesse de uma coletividade, e podem ser classificados em:
Direito de associação profissional ou sindical;
Direito de greve;
Direito de substituição processual;
Direito de participação;
Direito de representação classista.
REGRAS DE ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL OU SINDICAL
A Constituição Federal estabelece como direito dos trabalhadores, de forma livre e
independente de autorização, a criação de associação profissional ou de sindicatos, sendo
inclusive vedada ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical.
Contudo, estabelece como requisito indispensável que o sindicato deverá ser registrado no
órgão competente. Atualmente, como não há lei dispondo qual é o órgão competente, essa
atribuição é exercida pelo Ministério da Justiça, conforme Súmula 677 do STF:
Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do
Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela
observância do princípio da unicidade.
[Súmula 677.]
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, através da Secretaria
Nacional de Justiça, é o órgão competente para conceder o Registro
Sindical à organização representativa de categoria econômica ou
profissional, reconhecido pela Súmula 677 do Supremo Tribunal Federal
(STF), com a finalidade de zelar pela unicidade sindical.
Resumindo: Para a criação de Sindicatos, não precisa de autorização, mas sim de registro!
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao
Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical;
A exigência do registro é necessária para que se assegure o chamado princípio da
unicidade sindical, ou monismo sindical, que é a mais importante das limitações
constitucionais à liberdade sindical estabelecida no inciso II do Art. 8o .
Esse princípio estabelece um limite para a organização de sindicatos, estabelecendo uma
base territorial mínima e proibindo a criação de sindicatos idênticos na mesma base territorial.
Dessa forma, os trabalhadores têm liberdade para definir a base territorial de atuação dos
seus sindicatos, mas não será possível haver dois ou mais sindicatos da mesma categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial.
A CF ainda estabelece que a base territorial não pode ser inferior à área de um Município.
Exemplificando, caso seja criado um sindicato dos motoristas de Cascavel, não poderá
ser criado outro sindicato de motoristas em Cascavel, e ainda não seria possível estabelecer
como base territorial um bairro ou região do Município, pois a base territorial mínima é a área
de um Município.
CONTRIBUIÇÕES
O inciso IV estabeleceu a possibilidade de se criar uma contribuição a ser paga
diretamente para o Sindicato, fixada pela Assembleia Geral, que deverá ser descontada em folha
do trabalhador, para custear o sistema confederativo, e o seu pagamento só é obrigatório se o
trabalhador é filiado ao respectivo sindicato. Essa contribuição é chamada de contribuição
confederativa.
IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do
sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;
É o que diz o teor da súmula vinculante 40 do STF:
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal,
só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
1
A Lei 13.467, de 13/7/2017, denominada de reforma trabalhista, altera o artigo 579 da Consolidação das Leis do
Trabalho, dando-lhe a seguinte redação:
Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participem de
uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato
representativo da mesma categoria.
APOSENTADO
Outro dispositivo que SEMPRE aparece em prova diz respeito ao trabalhador aposentado,
que pode manter-se filiado a sindicato, sendo-lhe assegurado o direito de votar e de ser votado
nos sindicatos.
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
organizações sindicais;
ESTABILIDADE SINDICAL
No intuito de proteger os trabalhadores sindicalizados, que pretendam se candidatar a
cargo de direção ou representação sindical, de perseguições ilegítimas dos empregadores, a CF
assegura a eles estabilidade, vedando a demissão sem justa causa.
Essa estabilidade se inicia com o registro da candidatura e perdura, com o candidato
eleito, até um ano após o término do seu mandato.
Evidentemente, essa estabilidade não é absoluta, pois o trabalhador, mesmo estável,
poderá ser demitido no caso de cometimento de falta grave, autorizando a demissão por justa
causa.
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do
registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Ressalta-se que essa estabilidade, segundo a jurisprudência do STF, no caso do servidor
público, não se estende ao cargo em comissão eventualmente por ele ocupado à época de sua
eleição.
Estabilidade sindical provisória (art. 8º, VIII, CF): não alcança o
servidor público, regido por regime especial, ocupante de cargo em
comissão e, concomitantemente, de cargo de direção no sindicato da
categoria. (RE 183.884, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em
8-6-1999, Primeira Turma, DJ de 13-8-1999.)
DIREITO DE GREVE
O Art.9o da CF vai consagrar o famoso direito de greve, contudo esse direito, nesse
dispositivo, é direcionado apenas aos trabalhadores da iniciativa privada. Isso porque o
direito de greve para o servidor público é assegurado no Art. 37, VII da CF 2.
Vale ressaltar que o Art. 9o é uma norma constitucional de eficácia contida, diferente da
norma do Art. 37, VII que é uma norma de eficácia limitada.
Observe o texto:
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os
interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre
o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
O artigo estabelece que cabe aos trabalhadores, de forma livre, decidir se devem ou não
realizar greve e quais os direitos que pretendem defender.
Contudo, esse direito encontra limites, pois a lei pode restringir o exercício do direito de
greve em relação àqueles serviços ou atividades essenciais. Não é que o direito de greve não
poderá ser exercido, ele será, contudo, com limitações, visando atender às necessidades
inadiáveis da comunidade.
A lei que regulamenta esse direito de greve é a Lei 7.783/89.
Greve no serviço público:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica;
ATENÇÃO: Algumas atividades, em razão da sua essencialidade, não podem realizar greve,
como, por exemplo, os órgãos de segurança pública, conforme jurisprudência do STF:
NOVO: O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou
modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores
públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É
obrigatória a participação do poder público em mediação instaurada
pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos
termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da
categoria. Com base nessas orientações, o Plenário, por maioria, deu
provimento a recurso extraordinário com agravo interposto contra
acórdão que concluiu pela impossibilidade de extensão aos policiais
civis da vedação do direito à greve dos policiais militares.
[ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 5-4-2017,
P, Informativo 860, Tema 541.]
DIREITO DE PARTICIPAÇÃO
A CF assegura a participação dos trabalhadores e empregadores em órgãos colegiados
públicos em que se discuta o interesse dessas categorias. A ideia é manter um diálogo
democrático entre os interesses do Estado, dos trabalhadores e dos empregadores.
2
Art. 37 VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
EXERCÍCIOS
1. (CESPE\2016) À luz das disposições constitucionais relativas aos direitos sociais, julgue
o item a seguir.
É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de
discussão e deliberação.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta – CERTO
A CF assegura a participação dos trabalhadores e empregadores em órgãos
colegiados públicos em que se discuta o interesse dessas categorias. A ideia é manter
um diálogo democrático entre os interesses do Estado, dos trabalhadores e dos
empregadores.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
2. (CESPE- 2016) À luz das disposições constitucionais relativas aos direitos sociais, julgue
o item a seguir.
É livre a associação sindical, desde que o poder público autorize, previamente, a fundação
do sindicato.
Certo ( ) Errado ( )
Reposta: ERRADO
A Constituição Federal estabelece como direito dos trabalhadores, de forma
livre e independente de autorização, a criação de associação profissional ou de
sindicatos, sendo inclusive vedada ao Poder Público a interferência e a intervenção
na organização sindical. Contudo, estabelece como requisito indispensável que o
sindicato deverá ser registrado no órgão competente. Atualmente, como não há lei
dispondo qual é o órgão competente, essa atribuição é exercida pelo Ministério da
Justiça, conforme Súmula 677 do STF:
Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho
proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da
unicidade.
[Súmula 677.]
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, através da Secretaria Nacional de Justiça,
é o órgão competente para conceder o Registro Sindical à organização representativa de categoria
econômica ou profissional, reconhecido pela Súmula 677 do Supremo Tribunal Federal (STF), com a
finalidade de zelar pela unicidade sindical.
Resumindo: Para a criação de sindicatos – não há necessidade de autorização,
mas sim de registro!
3. (CESPE/2016) À luz das disposições constitucionais relativas aos direitos sociais, julgue
o item a seguir.
Cabe ao sindicato da categoria definir, no caso de greve, os serviços ou atividades
essenciais que serão disponibilizados à coletividade, assim como dispor sobre o atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta - ERRADO
O Art.9o da CF consagra o famoso direito de greve, contudo esse direito, nesse
dispositivo, é direcionado apenas aos trabalhadores da iniciativa privada. Isso
porque o direito de greve para o servidor público é assegurado no Art. 37, VII da
CF 3.
Vale ressaltar que o Art. 9o é uma norma constitucional de eficácia contida,
diferente da norma do Art. 37, VII, que é uma norma de eficácia limitada.
O artigo estabelece que cabe aos trabalhadores, de forma livre, decidir se
devem ou não realizar greve e quais os direitos que pretendem defender.
4. (CESPE/2016) À luz das disposições constitucionais relativas aos direitos sociais, julgue
o item a seguir.
Aos trabalhadores compete decidir sobre os interesses que devam defender por meio do
exercício do direito de greve.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA – CERTO
O Art.9o da CF vai consagrar o famoso direito de greve, contudo esse direito,
nesse dispositivo, é direcionado apenas aos trabalhadores da iniciativa privada.
Isso porque o direito de greve para o servidor público é assegurado no Art. 37, VII,
da CF 4.
Vale ressaltar que o Art. 9o é uma norma constitucional de eficácia contida,
diferente da norma do Art. 37, VII, que é uma norma de eficácia limitada.
3
Art. 37, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
4
Art. 37, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
GABARITO
1. C
2. E
3. E
4. C
5. E
SUMÁRIO
DIREITOS DE NACIONALIDADE .......................................................................................................................... 2
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ............................................................................................................................. 2
CONCEITO .................................................................................................................................................. 2
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE ....................................................................................................................... 2
NACIONALIDADE PRIMÁRIA OU ORIGINÁRIA ............................................................................................ 2
NACIONALIDADE SECUNDÁRIA, DERIVADA OU ADQUIRIDA ..................................................................... 2
CONFLITOS DE NACIONALIDADE ............................................................................................................... 2
BRASILEIRO NATO - NACIONALIDADE ORIGINÁRIA ....................................................................................... 3
IUS SOLIS – ART. 12, I, A............................................................................................................................. 3
IUS SANGUINIS + CRITÉRIO FUNCIONAL – ART. 12, I, B............................................................................. 3
IUS SANGUINIS + REGISTRO – ART. 12, I, C – PRIMEIRA PARTE ................................................................ 3
IUS SANGUINIS + OPÇÃO – ART. 12, I, “C” – PARTE FINAL ........................................................................ 4
BRASILEIRO NATURALIZADO - NACIONALIDADE SECUNDÁRIA OU DERIVADA OU ADQUIRIDA ................... 5
NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA CONSTITUCIONAL – ART. 12, II, A.................................................................. 5
ORDINÁRIA PARA ORIGINÁRIOS DE PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA .................................................... 5
ORDINÁRIA NA FORMA DA LEI .................................................................................................................. 5
PROCEDIMENTO ............................................................................................................................................ 6
NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA ............................................................................................................. 7
PROCEDIMENTO ........................................................................................................................................ 7
EFEITOS ...................................................................................................................................................... 7
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 8
GABARITO .................................................................................................................................................... 10
DIREITOS DE NACIONALIDADE
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
CONCEITO
Vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a certo e determinado Estado, fazendo
este indivíduo componente do povo, tendo por isso direitos e obrigações.
Não devemos confundir:
Povo: conjunto de nacionais de um Estado.
População: conjunto de residentes no território (nacionais ou estrangeiros).
Nação: conjunto de pessoas que se identificam pela mesma língua, cultura,
costumes, tradições.
Cidadania: mais restrita que a nacionalidade, refere-se aos indivíduos que podem
exercer direitos políticos.
O direito a ter uma nacionalidade é considerado como Direito Humano Fundamental,
previsto no Art. XV da Declaração Universal de Direitos Humanos.
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE
Existem duas espécies de nacionalidade: a) nacionalidade primária ou originária; e b)
nacionalidade secundária, derivada ou adquirida.
NACIONALIDADE PRIMÁRIA OU ORIGINÁRIA
Imposta na data do nascimento pelo Estado, de forma unilateral e involuntária (como
regra) e que identifica o indivíduo como sendo nacional nato de um Estado.
Critérios utilizados:
Ius (jus) solis ou critério da territorialidade: por esse critério, a nacionalidade é
definida pelo local de nascimento do indivíduo, independente da nacionalidade dos
pais (critério geralmente adotado por países de imigração).
Ius (jus) sanguinis: por esse critério a nacionalidade é definida pelo sangue, pela
filiação, ascendência, não importando o local onde a pessoa tenha nascido, é dizer,
o indivíduo adquire a nacionalidade dos seus pais (critério geralmente adotado por
países de emigração).
No Brasil, o critério adotado como regra é o ius solis, permitindo-se situações de
aquisição da nacionalidade pelo ius sanguinis.
• NÃO existe no Brasil o critério do jus matrimoniale, ou seja, pelo vínculo do
casamento.
NACIONALIDADE SECUNDÁRIA, DERIVADA OU ADQUIRIDA
É aquela adquirida por vontade própria, pelo processo de naturalização e que identifica
o indivíduo como sendo nacional naturalizado de um Estado.
CONFLITOS DE NACIONALIDADE
A depender dos critérios de nacionalidade adotados pelos Estados, podem surgir os
chamados conflitos de nacionalidade, que podem ser positivos ou negativos.
Para a aquisição da nacionalidade, nessa hipótese, qualquer um dos pais deve ser
brasileiro, e não necessariamente os dois, podendo ser brasileiro nato ou naturalizado.
Ex.: Maria, em férias na França, tem seu filho em Paris; ele será francês? Depende da lei
francesa. E brasileiro? Se fizer o registro, será brasileiro nato.
IUS SANGUINIS + OPÇÃO – ART. 12, I, “C” – PARTE FINAL
São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, filhos de pai ou mãe brasileira que
venham a residir no Brasil e realizem a opção pela nacionalidade brasileira, após adquirirem a
maioridade.
Trata-se da hipótese de nacionalidade potestativa, pois depende de manifestação da
vontade do indivíduo, sendo, portanto, uma exceção à característica da involuntariedade da
nacionalidade originária.
Essa opção se dá por meio de uma ação de opção de nacionalidade, de competência da
Justiça Federal (Art. 109, X, CF/88). A decisão judicial que concede a nacionalidade opera
efeitos retroativos (ex tunc), ou seja, o indivíduo é considerado como brasileiro nato desde o
seu nascimento.
Assim, podemos esquematizar 4 requisitos para a aquisição da nacionalidade
potestativa:
• Ser filho de pai ou mãe brasileiros;
• Fixar residência do Brasil;
• Possuir a maioridade, ou seja, deve ter pelo menos 18 anos;
• Fazer a opção da nacionalidade a qualquer tempo, depois de atingir a
maioridade.
Atenção: cumpre observar que é requisito para a aquisição da nacionalidade potestativa que
o indivíduo tenha pelo menos 18 anos. E se o filho de pai ou mãe brasileiros, nascido no
estrangeiro, vier a residir no Brasil antes de atingir a maioridade? Como ficará a sua situação?
Será considerado como estrangeiro?
Buscando solucionar esse impasse, decidiu o STF 2 que o filho de pai ou mãe brasileiros,
nascido no estrangeiro que venha a residir no Brasil ainda menor, adquire a nacionalidade
originária no momento da fixação de sua residência no Brasil, devendo confirmar sua vontade
de conservar a nacionalidade brasileira quando atingir a maioridade.
ORIGINÁRIA
Ius Solis Ius Sanguinis + Critério Funcional Ius Sanguinis + Registro Ius Sanguinis + Opção
2
São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. A opção
pode ser feita a qualquer tempo, desde que venha o filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
nascido no estrangeiro, a residir no Brasil. Essa opção somente pode ser manifestada depois de
alcançada a maioridade. É que a opção, por decorrer da vontade, tem caráter personalíssimo.
Exige-se, então, que o optante tenha capacidade plena para manifestar a sua vontade, capacidade
que se adquire com a maioridade. Vindo o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, a residir no Brasil, ainda menor, passa a ser considerado brasileiro nato, sujeita essa
nacionalidade a manifestação da vontade do interessado, mediante a opção, depois de atingida a
maioridade. Atingida a maioridade, enquanto não manifestada a opção, esta passa a constituir-se
em condição suspensiva da nacionalidade brasileira.
[RE 418.096, rel. min. Carlos Velloso, j. 22-3-2005, 2ª T, DJ de 22-4-2005.]
3
São países que adotam a Língua Portuguesa como idioma oficial: Portugal, Guiné-Bissau, Angola, Cabo
Verde, Brasil, Moçambique, Timor Leste, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial.
PROCEDIMENTO
A aquisição da nacionalidade derivada, na forma da lei e para os originários de países de
língua portuguesa, dá-se por meio de processo administrativo, com trâmite perante o
Ministério da Justiça.
O ato administrativo que concede a nacionalidade nessas hipóteses é discricionário, e a
decisão terá caráter constitutivo.
residência de 1
ano ininterrupto
Originários de
Países de Língua
Portuguesa
idoneidade moral
NATURALIZAÇÃO
ORDINÁRIA
NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
A naturalização extraordinária ou quinzenária ocorre quando o estrangeiro, de qualquer
nacionalidade, preencher os seguintes requisitos:
Tiver residência no país por mais de 15 anos ininterruptos;
Não tiver condenação penal;
O interessado deve requisitar a nacionalidade.
A Lei de Migração também dispõe sobre essa espécie de nacionalidade:
Art. 67. A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de
qualquer nacionalidade fixada no Brasil há mais de 15 (quinze)
anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeira a
nacionalidade brasileira.
PROCEDIMENTO
A aquisição da nacionalidade derivada pela naturalização extraordinária também se dá
por meio de processo administrativo, com trâmite perante o Ministério da Justiça.
O ato administrativo que concede a nacionalidade nessa hipótese é vinculado, e a
decisão terá caráter declaratório.
EFEITOS
Destaca-se que em todas as hipóteses de naturalização era expedido um certificado
relativo a cada naturalizando, contudo, em razão da revogação da Lei 6.815/80 (Art. 119 4) e
consequente vigência da Lei 13.446/2017 (Lei de Migração), não serão mais expedidos
Certificados de Naturalização. Isso porque, pela nova lei, a naturalização passa a produzir
efeitos a partir da data da publicação do ato de naturalização (portaria) no Diário Oficial da
União, conforme disposto no Art. 73 da referida Lei.
Art. 73. A naturalização produz efeitos após a publicação no Diário Oficial do ato de
naturalização.
4
Dispositivo revogado da Lei 6.815/80 – Estatuto do Estrangeiro. Art. 119. Publicada no Diário Oficial a
portaria de naturalização, será ela arquivada no órgão competente do Ministério da Justiça, que
emitirá certificado relativo a cada naturalizando, o qual será solenemente entregue, na forma
fixada em Regulamento, pelo juiz federal da cidade onde tenha domicílio o interessado.
residência de 1
Originários de ano initerrupto
países de língua
portuguesa idoneidade
moral
capacidade civil
residência de 4
anos
ordinária legal
ordinária (Art. 65 LM) falar português
constitucional
não ter
condenacão
penal ou estar
reabilitado
ser cônjuge de
Naturalização integrante do
serviço exterior
na forma da lei: brasileito ou a
demais serviço do
nacionalidades Estado
brasileiro, há +
especial 5 anos
15 anos de
residência
initerrupta empregado em
Extraordinária missão
diplomática ou
sem consular há +
condenação de 10 anos
penal
filho de
migrante com
provisória
menos de 10
anos
EXERCÍCIOS
1. (CESPE-2018). Os indivíduos que possuem multinacionalidade vinculam-se a dois
requisitos de aquisição de nacionalidade primária: o direito de sangue e o direito de
solo.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA – CERTO
A depender dos critérios de nacionalidade adotados pelos Estados, podem
surgir os chamados conflitos de nacionalidade, que podem ser positivos ou
negativos.
Conflito Positivo de Nacionalidade: ocorre quando o indivíduo possui mais
de uma nacionalidade (multinacionalidades); é chamado de Polipátrida.
Conflito Negativo de Nacionalidade: quando o indivíduo não é nacional em
nenhum Estado; é o chamado Apátrida ou Heimatlos.
RESPOSTA – ERRADO
A nacionalidade primária ou originária é imposta na data do nascimento pelo
Estado, de forma unilateral e involuntária (como regra) e que identifica o
indivíduo como sendo nacional nato de um Estado.
Já a aquisição da nacionalidade brasileira secundária, que identifica o
indivíduo como sendo brasileiro naturalizado, dá-se por meio do processo de
naturalização, que depende de manifestação de vontade do interessado e de
concordância (aquiescência) do Estado.
Em outras palavras, a aquisição da nacionalidade brasileira deve sempre se
dar de forma expressa, e não tácita.
GABARITO
1. C
2. E
3. E
4. E
5. E
SUMÁRIO
NACIONALIDADE................................................................................................................................................ 2
PERDA DA NACIONALIDADE .......................................................................................................................... 2
CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA JUDICIAL TRANSITADO EM JULGADO ............... 2
NOVA NACIONALIDADE POR ATO VOLUNTÁRIO ....................................................................................... 2
REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA PERDIDA: ........................................................................... 3
ESTATUTO DA IGUALDADE – SITUAÇÃO DOS PORTUGUESES NO BRASIL ..................................................... 3
QUASE BRASILEIRO .................................................................................................................................... 3
TRATAMENTO CONFERIDO AOS BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS ................................................... 4
SITUAÇÕES DE TRATAMENTO DIFERENCIADO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS ............. 4
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5
GABARITO ...................................................................................................................................................... 8
NACIONALIDADE
PERDA DA NACIONALIDADE
A Constituição Federal também estabelece as hipóteses de perda da nacionalidade, que
estão taxativamente previstas nos incisos I e II do parágrafo 4º do Artigo 12. Vejamos:
CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA JUDICIAL
TRANSITADO EM JULGADO
Cancelamento da naturalização por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional: trata-se de uma forma de cancelamento da naturalização que recai
exclusivamente ao brasileiro naturalizado que pratica alguma atividade nociva ao
interesse nacional, devendo se dar por meio de sentença judicial. (APENAS NATURALIZADO)
ART. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do
brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
IMPORTANTE: A SENTENÇA JUDICIAL TEM QUE SER IRRECORRÍVEL
(TRANSITADA EM JULGADO)
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
suspensão só se dará nos casos de:
I - Cancelamento da naturalização por sentença transitada em
julgado;
SENTENÇA
JUDICIAL (TJ) PERDA AÇÃO RESCISÓRIA
BRASILEIRO BRASILEIRO
PERDE DECRETO
NATO NATO
REQUISITOS:
PORTUGUÊS DE PORTUGAL
RESIDIR NO BRASIL
RECIPROCIDADE
EXERCÍCIOS
1. Com relação à perda da nacionalidade de brasileiro, julgue o item que se segue.
Brasileiro nato ou naturalizado residente em território estrangeiro perderá a
nacionalidade brasileira se adquirir outra nacionalidade, exceto nas hipóteses
constitucionalmente estabelecidas.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA – CERTO
Aquisição de outra nacionalidade: o ato de adquirir outra nacionalidade, de
forma voluntária, consiste em mais uma hipótese perda da nacionalidade, que
poderá recair tanto para o brasileiro nato como para o naturalizado.
Contudo, a Constituição Federal excepciona essa regra com duas situações
em que a aquisição de outra nacionalidade não implicará a perda da nacionalidade
brasileira. Vejamos:
Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira:
quando a nacionalidade originária é reconhecida pela lei estrangeira. Ex.: o
indivíduo que nasceu no território brasileiro, filho de Italianos que estavam de
férias no Brasil, poderá adquirir a nacionalidade italiana sem perder a brasileira.
Imposição de naturalização pela norma estrangeira: o brasileiro
residente em Estado estrangeiro e, com condições para sua permanência naquele
país (seja por motivo de trabalho, exercício profissional) ou para o exercício de
direitos civis (p.ex.: herança), tiver, por imposição da norma estrangeira, que se
naturalizar, não perderá a nacionalidade brasileira. (IMPOSIÇÃO)
RESPOSTA – CERTO
Como regra geral, a Constituição Federal vedou qualquer possibilidade de se
estabelecer por lei distinção entre brasileiros natos e naturalizados, ressalvados os
casos taxativamente previstos pela própria Constituição (Art. 12, §2º da CF).
Assim, em regra, não há distinção entre brasileiros natos e naturalizados,
salvo as situações previstas na própria Constituição, quais sejam: Art. 5º, inciso LI;
Art. 12, §3º; Art. 12, §4, I; Art. 89, VII; Art. 222.
O Art. 12, parágrafo 3º da CF estabelece que alguns cargos serão ocupados
somente por brasileiros natos, fazendo expressa diferenciação em relação aos
brasileiros naturalizados. Assim, são privativos de brasileiro nato os cargos de:
MP3.COM
Presidente e Vice-Presidente da República;
Presidente da Câmara dos Deputados;
Presidente do Senado Federal;
Ministro do STF;
Carreira Diplomática;
Oficial das Forças Armadas;
De Ministro de Estado da Defesa.
MINISTROS DO STF:
PRESIDENTE DO STF
PRESIDENTE DO CNJ
PRESIDENTE DO TSE
VICE-PRESIDENTE DO TSE
RESPOSTA – CERTO
São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, filhos de pai ou mãe
brasileira que venham a residir no Brasil e realizem a opção pela nacionalidade
brasileira, após adquirirem a maioridade.
Trata-se da hipótese de nacionalidade potestativa, pois depende de
manifestação da vontade do indivíduo, sendo, portanto, uma exceção a
característica da involuntariedade da nacionalidade originária.
Essa opção se dá por meio de uma ação de opção de nacionalidade, de
competência da Justiça Federal (Art. 109, X, CF/88). A decisão judicial que concede
a nacionalidade opera efeitos retroativos (ex tunc), ou seja, o indivíduo é
considerado como brasileiro nato desde o seu nascimento.
GABARITO
1. CERTO
2. CERTO
3. CERTO
4. CERTO
5. ERRADO
1
Comentários à Constituição do Brasil, 2014, pg. 651.
SUMÁRIO
DIREITOS POLÍTICOS .......................................................................................................................................... 2
CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................................................................................................................. 2
MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO DIRETA ..................................................................................................... 2
PLEBISCITO E REFERENDO ......................................................................................................................... 2
INICIATIVA POPULAR ................................................................................................................................. 3
RESUMO DO ART. 14, CF. .............................................................................................................................. 3
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 4
GABARITO ...................................................................................................................................................... 5
DIREITOS POLÍTICOS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Direitos políticos são os instrumentos dos quais a Constituição Federal garante o
exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na
condução da coisa pública, seja direta ou indiretamente.
Tal como já destacamos, o Brasil adotou uma democracia semidireta (participativa), por
possuir mecanismos de participação indireta (representantes eleitos) e direta (plebiscito,
referendo, iniciativa popular etc.).
REFERENDO:
ATO LEGISLATIVO OU
MANIFESTAÇÃO DO POVO
ADMINISTRATIVO
Inelegível
Inalistável
Absoluta:
Estrangeiro
Conscrito Estrangeiro
Conscrito
Analfabeto
Relativa
Da reeleição
Outros cargos
Em ricochete ou reflexo
EXERCÍCIOS
1. (CESPE\2019) A respeito dos direitos políticos e dos partidos políticos, julgue o item
seguinte.
Direitos políticos ativos são os direitos políticos que permitem ao cidadão candidatar-se
e receber votos para um cargo eletivo.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA – ERRADO
O DIREITO POLÍTICO ATIVO É UMA ESPÉCIE DE DIREITO POLÍTICO
POSITIVO, SÃO DIREITOS QUE PERMITEM AO CIDADÃO VOTAR (ALISTAMENTO
ELEITORAL).
O exercício do direito de votar dá-se pelo voto, que pressupõe: a) alistamento
eleitoral; b) nacionalidade brasileira; c) idade mínima de 16 anos; e d) não ser
conscrito durante o serviço militar obrigatório.
O direito de ser votado está relacionado à elegibilidade (direito político
passivo).
GABARITO
1. ERRADO
2. ERRADO
3. ERRADO
4. ERRADO
5. ERRADO
SUMÁRIO
DIREITOS POLÍTICOS .......................................................................................................................................... 2
DIREITO POLÍTICO POSITIVO.......................................................................................................................... 2
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA ..................................................................................................................... 2
CARACTERÍSTICAS DO VOTO...................................................................................................................... 2
CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA ................................................................................................................. 2
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADES................................................................................................................ 2
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS .................................................................................................................. 3
INELEGIBILIDADES ......................................................................................................................................... 3
INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS ..................................................................................................................... 3
INELEGIBILIDADES RELATIVAS ....................................................................................................................... 3
A) INELEGIBILIDADE RELATIVA DA REELEIÇÃO: ......................................................................................... 3
B) INELEGIBILIDADE RELATIVA PARA OUTROS CARGOS:........................................................................... 4
C) INELEGIBILIDADE RELATIVA EM RAZÃO DO PARENTESCO: ................................................................... 4
ELEGIBILIDADE DOS MILITARES ..................................................................................................................... 4
INEXIGIBILIDADES DEFINIDAS POR LEI COMPLEMENTAR ............................................................................. 5
AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO .......................................................................................... 5
HIPÓTESES DE PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS ................................................................... 5
PRINCÍPIO DA ANUALIDADE DA LEI QUE ALTERA O PROCESSO ELEITORAL: ANUIDADE OU ANTERIORIDADE
ELEITORAL ...................................................................................................................................................... 6
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 7
GABARITO ...................................................................................................................................................... 9
DIREITOS POLÍTICOS
DIREITO POLÍTICO POSITIVO
Como núcleo dos direitos políticos, surge o direito de sufrágio, que se caracteriza tanto
pela capacidade eleitoral ativa (direito de votar, capacidade de ser eleitor, alistabilidade)
como pela capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado, elegibilidade).
INELEGIBILIDADES
As inelegibilidades são as circunstâncias (constitucionais ou previstas em lei
complementar) que impedem o cidadão do exercício total ou parcial da capacidade eleitoral
passiva, ou seja, da capacidade de eleger-se.
As inelegibilidades estão previstas na CF (Art. 14, do §4º ao §8º da CF), normas estas que
independem de regulamentação infraconstitucional, já que são de eficácia plena, como em lei
complementar, que poderá estabelecer outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação (ROL EXEMPLIFICATIVO).
As inelegibilidades podem ser absolutas (impedimento eleitoral para qualquer cargo
eletivo, taxativamente previstas na CF/88) ou relativas (impedimento eleitoral para algum
cargo eletivo ou mandato, em função de situações em que se encontre o cidadão candidato,
previstas na CF (Art. 14, §5º ao § 8º) ou em lei complementar (Art. 14, §9º).
INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Inalistáveis: são aqueles que não podem nem mesmo ser eleitor – os estrangeiros e,
durante o serviço militar obrigatório, os conscritos, não podem alistar-se como eleitores (Art.
14, §2º da CF).
Analfabetos: os analfabetos têm direito à alistabilidade, portanto, possuem o direito de
votar, mas não podem ser eleitos, pois não possuem capacidade eleitoral passiva.
INELEGIBILIDADES RELATIVAS
O relativamente inelegível, em razão de algumas situações, não pode eleger-se para
determinados cargos, podendo, porém, candidatar-se e eleger-se para outros, sob os quais não
recaia a inelegibilidade.
As inelegibilidades nestes casos dão-se conforme as regras constitucionais, VEJAMOS:
A) INELEGIBILIDADE RELATIVA DA REELEIÇÃO:
Art. 14, § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e
do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subsequente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de 1997)
concordamos, pois, dessa forma, estaríamos diante de uma pena de caráter perpétuo. Na
realidade, existem duas distinções entre a perda e a suspensão dos direitos políticos.
Primeiramente, a perda ocorre por prazo INDETERMINADO (o que não quer dizer
definitivo), ao passo que a suspensão pode ocorrer por prazo DETERMINADO ou
INDETERMINADO. Por outro lado, a perda permite, sim, a reaquisição dos direitos
políticos, mas essa reaquisição não se dá de forma automática (é preciso se alistar
novamente como eleitor).
Ao revés, a suspensão permite a reaquisição automática dos direitos políticos. Por
exemplo: a condenação criminal transitada em julgado é causa de suspensão, pois, uma vez
cessada a condenação, a pessoa readquire automaticamente os direitos políticos. Já no caso do
cancelamento da naturalização (hipótese de perda), mesmo que a pessoa consiga anular o
cancelamento da naturalização, será necessário alistar-se novamente como eleitor (pois a
reaquisição dos direitos não é automática).
São hipóteses de SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS: a) a incapacidade civil absoluta
transitória (Art. 15, inciso I); b) improbidade administrativa (Art. 15, V) e c) condenação
criminal transitada em julgado (Art. 15, III), enquanto durarem seus efeitos. Por outro lado, a
perda ocorrerá nos casos de cancelamento de naturalização por sentença transitada em
julgado (Art. 15, I) e recusa de cumprir obrigação legal a todos imposta ou prestação social
alternativa (Art. 15, IV).
No caso do Art. 15, IV (recusa em cumprir obrigação legal a todos imposta), há
divergência entre a doutrina e a legislação. Segundo a quase unanimidade da
doutrina, trata-se de um caso se perda (posição, entre outros, de José Afonso da
Silva, Alexandre de Moraes, Gilmar Ferreira Mendes, André Ramos Tavares, Pedro
Lenza, dentre outros). Afinal, mesmo que a pessoa cumpra a obrigação não
adimplida, será necessário alistar-se novamente como eleitor (a reaquisição não é
automática). Já as leis que tratam do serviço militar obrigatório e da participação
no Tribunal do Júri falam em suspensão dos direitos políticos.
EXERCÍCIOS
1. Acerca dos direitos políticos, julgue o item que se segue.
Referendo é uma consulta ao povo quanto a assunto já transformado em lei, enquanto
plebiscito é uma consulta prévia aos eleitores sobre assuntos políticos ou institucionais.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA – CERTO
Plebiscito e referendo são consultas ao povo para decidir sobre matéria de
relevância para a nação em questões de natureza constitucional, legislativa ou
administrativa. A principal distinção entre eles é a de que o plebiscito é convocado
previamente à criação do ato legislativo ou administrativo que trate do assunto em
pauta, e o referendo é convocado posteriormente, cabendo ao povo ratificar ou
rejeitar a proposta.
Ambos estão previstos no Art. 14 da Constituição Federal e regulamentados
pela Lei nº 9.709, de 18 de novembro de 1998. Essa lei, entre outras coisas,
estabelece que nas questões de relevância nacional e nas previstas no § 3º do Art.
18 da Constituição – incorporação, subdivisão ou desmembramento dos estados –,
o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo. Nas demais
questões, de competência dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, o
plebiscito e o referendo serão convocados em conformidade, respectivamente, com
a Constituição Estadual e com a Lei Orgânica.
3. Com relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o item que se segue.
Uma lei que altere o processo eleitoral e que seja editada no mesmo ano das eleições
municipais poderá ser aplicada, desde que sua edição se dê, no mínimo, cento e oitenta dias
antes do pleito eletivo.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA – ERRADO
A legislação eleitoral tem características próprias, em virtude de sua própria
natureza e uma delas é o princípio da anualidade.
Com vistas a impedir modificações de última hora na legislação eleitoral, que
poderiam provocar prejuízos a alguns partidos ou grupos políticos minoritários ou
fora do Poder, é que qualquer modificação na legislação eleitoral somente será
aplicada a eleição que venha ocorrer 01 ano após. Essa cláusula impeditiva
(Art.16, da CF), visa coibir os chamados casuísmos, tão comuns aos
governos militares do regime de 1964/85 e não estavam presentes nas
Constituições anteriores.
Em face do objetivo desse princípio, o da anualidade da lei eleitoral, entende-
se que a “lei eleitoral” em comento não é qualquer regra eleitoral, mas apenas
aquelas que possam influenciar nos parâmetros de equidade entre os partidos
políticos ou entre candidatos, excluindo-se desse conceito leis meramente
instrumentais.
5. No que diz respeito à disciplina constitucional relativa aos direitos políticos, julgue o
item seguinte. A alistabilidade, que se refere à capacidade do indivíduo de ser eleitor,
com direito de participar da escolha dos mandatários, é vedada aos estrangeiros e,
durante o período do serviço militar obrigatório, aos conscritos.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA - CERTO
O exercício do direito de votar dá-se pelo voto, que pressupõe: a)
alistamento eleitoral; b) nacionalidade brasileira; c) idade mínima de 16 anos; e
d) não ser conscrito durante o serviço militar obrigatório.
Dessa forma, de acordo com a CF, são inalistáveis, não podem votar, os
estrangeiros e os conscritos.
E nunca esqueçam: todo inalistável é inelegível.
QUEM NÃO PODE VOTAR NÃO PODE SER VOTADO.
GABARITO
1. CERTO
2. ERRADO
3. ERRADO
4. ERRADO
5. CERTO
SUMÁRIO
PARTIDOS POLÍTICOS ......................................................................................................................................... 2
CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2
NATUREZA JURÍDICA DOS PARTIDOS POLÍTICOS........................................................................................... 2
CRIAÇÃO E LIMITES DOS PARTIDOS............................................................................................................... 2
AUTONOMIA E NÃO VERTICALIZAÇÃO .......................................................................................................... 3
DIREITO DE ANTENA E RECURSOS DO FUNDO PARTIDÁRIO ......................................................................... 4
DESFILIAÇÃO COM JUSTA CAUSA .................................................................................................................. 5
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5
GABARITO ...................................................................................................................................................... 7
PARTIDOS POLÍTICOS
CONCEITO
Partido Político é uma livre associação de pessoas, que possuem interesses em comum e
objetivam o exercício do poder político, por meio do voto. (Organização de pessoas reunidas)
Depois
Personalidade Jurídica
- caráter nacional;
-proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
PRECEITOS estrangeiros ou de subordinação a estes;
- prestação de contas à Justiça Eleitoral;
- funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Esse dispositivo ainda determina que não é mais exigida a regra da verticalização. Isto
é, não é preciso haver vinculação das candidaturas nos diversos níveis federativos (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios).
EXERCÍCIOS
1. (CESPE-2017) Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: Certo
Os partidos políticos, segundo previsão expressa da Constituição, possuem
natureza jurídica de direito privado. Vejamos o disposto no Art. 17, § 2º:
Gabarito: Errado
Os partidos políticos, segundo previsão expressa da Constituição, possuem
natureza jurídica de direito privado. Vejamos o disposto no Art. 17, § 2º:
§ 2º – Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma
da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
Quando a Constituição determina que os partidos devem adquirir sua
personalidade jurídica na forma da lei civil, praticamente afirma que devem ser
considerados como pessoa jurídica de direito privado, apesar de ser exigido seu
registro no TSE.
Anota aí: Apenas no TSE, para ganhar personalidade partidária.
GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Errado
4. Errado
5. Errado
SUMÁRIO
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO ................................................................................. 2
O ESTADO BRASILEIRO....................................................................................................................................... 2
ELEMENTOS DO ESTADO ............................................................................................................................... 2
FORMA DE ESTADO ....................................................................................................................................... 2
FEDERALISMO ................................................................................................................................................ 3
CARACTERÍSTICAS DO FEDERALISMO BRASILEIRO: ................................................................................... 3
TIPOS DE FEDERALISMO: ........................................................................................................................... 4
VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS....................................................................................................................... 4
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5
GABARITO ...................................................................................................................................................... 6
FORMA DE ESTADO
Por forma de Estado entende-se o modo de exercício do poder político em função do
território de um dado Estado, ou seja, a existência, ou não, de repartição de poderes
autônomos, leva em consideração ainda a composição geral do Estado, a estrutura do poder,
sua unidade, distribuição e competências no território do Estado.
Existem duas formas de Estado relevantes:
Simples ou Unitário: nessa forma de Estado um Poder único e centralizado é
exercido sobre todo o território sem as limitações impostas por outra fonte de
poder. De forma geral, Estados com menor extensão territorial costumam adotar
esse modelo de Estado, no qual existe uma unidade de poder político interno, com
exercício centralizado. Ex.: França, Paraguai, Uruguai.
Composto ou Federação: Essa forma de Estado é organizada por mais de um poder
político, existe uma pluralidade de poderes políticos internos, ou seja, ocorre uma
repartição de poderes autônomos. Ex.: Brasil, EUA.
CONFEDERAÇÃO segundo a doutrina atual majoritária, não é considerada uma forma de
Estado, mas tão somente uma reunião de entes soberanos, para tanto o vínculo confederativo
é definido por meio de Tratado Internacional, sendo esse vínculo dissolúvel.
O BRASIL adota a forma de Estado Federativa!
FEDERALISMO
Federalismo é uma aliança (União) entre Estados-Membros para a formação de um
Estado Federal, em que as unidades federadas (os Estados) preservam autonomia política,
enquanto a soberania é transferida para o Estado Federal.
O Federalismo nasceu com a Constituição norte-americana de 1787. No Brasil a forma
federal de Estado foi adotada provisoriamente em 1889, junto com a proclamação da
República, mas foi consolidada com a Constituição Republicana de 1891.
O pacto federativo é CLÁUSULA PÉTREA, ou seja, não pode haver propostos de Emenda
Constitucional para extinguir, abolir a Federação.
O Art. 18 da CF define a organização político-administrativa do Estado brasileiro:
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.
VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS
A CF em seu artigo 19 estabelece proibições destinadas aos Entes da Federação, vejamos:
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
EXERCÍCIOS
1. CESPE/2018- A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os territórios, todos
entes federativos autônomos dotados de capacidade de autogoverno e
autoadministração.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta: Errado
República Federativa do Brasil: é o nome do Estado Federal brasileiro, do
país Brasil e representa o todo, esse ente é dotado de soberania. Classifica-se como
pessoa jurídica de Direito Público Internacional.
União, Estados, Municípios e o DF: são os entes federativos dotados de
AUTONOMIA POLÍTICA, que significa a capacidade de: auto-organização,
autoadministração, autogoverno, autolegislação e autonomia financeira. Classifica-
se como pessoa jurídica de direito público interno.
Observe que os TERRITÓRIOS não integram a organização político-
administrativa do Estado brasileiro.
GABARITO
1. Errado
2. Certo
3. Errado
4. Errado
5. Certo
SUMÁRIO
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO ................................................................................. 2
ENTES FEDERADOS ............................................................................................................................................ 2
UNIÃO ............................................................................................................................................................ 2
CAPITAL FEDERAL - BRASÍLIA ....................................................................................................................... 2
BENS DA UNIÃO ......................................................................................................................................... 2
ESTADOS ........................................................................................................................................................ 3
AUTO-ORGANIZAÇÃO ................................................................................................................................ 3
AUTOGOVERNO ......................................................................................................................................... 4
REGIÕES METROPOLITANAS ...................................................................................................................... 5
FUSÃO – INCORPORAÇÃO – SUBDIVISÃO – DESMEMBRAMENTO – CRIAÇÃO DE NOVOS ESTADOS ....... 5
BENS DOS ESTADOS ....................................................................................................................................... 6
INICIATIVA POPULAR NOS ESTADOS: ........................................................................................................ 6
DISTRITO DEFERAL ......................................................................................................................................... 6
MUNICÍPIOS ................................................................................................................................................... 6
AUTO-ORGANIZAÇÃO ................................................................................................................................ 6
AUTOGOVERNO ......................................................................................................................................... 7
Foro do Prefeito......................................................................................................................................... 7
INICIATIVA POPULAR NOS MUNICÍPIOS .................................................................................................... 8
FUSÃO – INCORPORAÇÃO – SUBDIVISÃO – DESMEMBRAMENTO – CRIAÇÃO DE NOVOS MUNICÍPIOS .. 8
Requisitos .................................................................................................................................................. 9
FISCALIZAÇÃO DAS CONTAS DOS MUNICÍPIOS ......................................................................................... 9
Exercícios ........................................................................................................................................................... 9
Gabarito ....................................................................................................................................................... 12
BENS DA UNIÃO
Os bens da União estão previstos no Art. 20 da CF, em rol exemplificativo, sendo que
para as provas é necessária a memorização:
Art. 20. São bens da União: (...)
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
das fortificações e construções militares, das vias federais de
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
ESTADOS
Os Estados-Membros são entes federativos dotados de autonomia política, podendo-se
destacar:
AUTO-ORGANIZAÇÃO
Quanto à auto-organização, os estados regem-se por suas Constituições Estaduais, nos
termos do Art. 25 da CF:
AUTOGOVERNO
O autogoverno está relacionado à capacidade dos entes elegerem seus representantes
nos poderes executivo e legislativo.
Poder Executivo Estadual é exercido pelo Governador do Estado auxiliado pelos
Secretários de Estado.
O processo eleitoral do Governador é idêntico ao do Presidente em virtude do princípio
da simetria, ou seja, o Governador é eleito pelo sistema majoritário absoluto (segundo turno).
Especialmente para concursos estaduais a leitura dos artigos seguintes é fundamental
REGIÕES METROPOLITANAS
Os Estados poderão criar regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões
visando melhorar as questões envolvendo a política urbana, por meio de lei complementar
(vedada a edição de medida provisória).
Art.25 CF
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum.
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ADI 2650, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 24/08/2011, DJe-218 DIVULG 16-11-2011
PUBLIC 17-11-2011 EMENT VOL-02627-01 PP-00001 RTJ VOL-00220-01 PP-00089 RT v. 101, n. 916, 2012, p.
465-508
DISTRITO FEDERAL
Possui competências dos Estados e Municípios.
Possui Lei Orgânica (LODF – 2 turnos de votação, interstício mínimo de 10 dias e
aprovação por 2/3 dos votos (Não confundir com a CE – 2 turnos de votação e 3/5 dos votos)
• O DF não tem competência para organizar e manter:
Poder Judiciário
Ministério Público
Polícias Civis, Penais e Militares. Competência da União
Corpo de Bombeiros
• Defensoria do DF:
Não é mais competência da União.
MUNICÍPIOS
A figura dos Municípios como entes federativos dotados de autonomia é uma criação
brasileira não existindo em outros Estados. Inclusive a autonomia municipal é princípio
constitucional sensível. (Art. 34, VII, c)
AUTO-ORGANIZAÇÃO
Os municípios se auto-organizam não por meio de Constituições, mas sim de Lei
Orgânica, nos termos do Art. 29 da CF e deve observar tanto os princípios estabelecidos na
Constituição Federal quanto na Constituição dos Estados.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes
preceitos:
Auto – organização e
legislação própria
Município não tem Poder Constituinte
decorrente
AUTOGOVERNO
• Poder Executivo Municipal é exercido pelo Prefeito auxiliado pelos Secretários
Municipais, atendidas as regras do Art. 29 CF.
O sistema eleitoral é majoritário simples (único turno), como regra, podendo ser
majoritário absoluto (segundo turno) nos municípios que tenham mais de duzentos mil
eleitores.
Art. 29. (...)
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para
mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo
realizado em todo o País;
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos
que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de
Municípios com mais de duzentos mil eleitores;
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano
subsequente ao da eleição.
Autogoverno
Município não tem Poder Judiciário e
Ministério Público
FORO DO PREFEITO:
MUDE SUA VIDA!
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Merece destaque o Art. 29, X, que vai determinar que os Prefeitos devem ser julgados
perante o TJ do Estado, essa regra só vale para as infrações penais comuns, não se aplicando
para ações de natureza cível etc.:
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça.
Entretanto, merece destaque a Súmula 702 do STF:
A competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos restringe-
se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos
demais casos, a competência originária caberá ao respectivo
tribunal de segundo grau.
• Poder Legislativo Municipal é exercido pela Câmara Municipal composta por
vereadores, eleitos pelo sistema proporcional.
Ressalta-se que o número de Vereadores é estabelecido pela CF de acordo com o número
de habitantes do Município variando de 9 a 55 vereadores, nos termos do Art. 25, IV da CF.
• Poder Judiciário Municipal não existe.
INICIATIVA POPULAR NOS MUNICÍPIOS:
Art. 29. XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
REQUISITOS:
Lei complementar Federal: período.
Estudo de Viabilidade Municipal.
Plebiscito.
Lei Ordinária Estadual.
Lei também os artigos 29, 29-A, 30 e 31 CF.
FISCALIZAÇÃO DAS CONTAS DOS MUNICÍPIOS
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas
de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o
auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as
contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos
termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas
Municipais.
EXERCÍCIOS
1. CESPE/2017- De acordo com a CF, o Distrito Federal — unidade federada indivisível em
municípios — é a capital federal do país.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: Errado
A CF prevê expressamente no seu Art. 20, III, que os lagos, rios e quaisquer
correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado,
sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou
dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais, são bens da
União.
3. CESPE/2018- Ilha lacustre que não pertença à União pode ser bem do estado federado
ou do município, a depender da localização territorial.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: Errado
As ilhas as ilhas fluviais e lacustres que não pertencem à União, pertencem
aos entes federados, conforme previsão expressa na CF, in verbis:
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em
depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da
União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio,
excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
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ADI 2650, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 24/08/2011, DJe-218 DIVULG 16-11-2011
PUBLIC 17-11-2011 EMENT VOL-02627-01 PP-00001 RTJ VOL-00220-01 PP-00089 RT v. 101, n. 916, 2012, p.
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GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. E
5. C
SUMÁRIO
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS .......................................................................................... 2
DIREITOS DE SEGURANÇA - GARANTIAS PENAIS ........................................................................................... 2
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA ............................................................................................... 2
TRIBUNAL DO JÚRI ......................................................................................................................................... 3
CRIMES IMPRESCRITÍVEIS, INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA E ANISTIA ..................................... 4
PESSOALIDADE DA PENA – ART. 5O, XLV ....................................................................................................... 5
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA: PENAS PERMITIDAS E PROIBIDAS, ART. 5O, XLVI E XLVII .............................. 6
DIREITOS DE SEGURANÇA - GARANTIAS PENAIS ........................................................................................... 7
PRISÃO CIVIL POR DÍVIDA .......................................................................................................................... 7
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PENAL E RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENÉFICA – ART. 5O XXXIX E XL ..... 7
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL – ART. 5O LVIII ................................................................................................. 8
HIPÓTESES DE PRISÃO ............................................................................................................................... 9
AÇÃO PENAL SUBSIDIÁRIA......................................................................................................................... 9
DIREITO DOS PRESOS ................................................................................................................................. 9
DIREITOS DOS SENTENCIADOS ................................................................................................................ 10
DISCRIMINAÇÃO ATENTATÓRIA AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ........................................................... 10
ERRO JUDICIÁRIO ..................................................................................................................................... 11
EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 11
GABARITO .................................................................................................................................................... 13
TRIBUNAL DO JÚRI
O Tribunal do Júri tem como fundamento o princípio democrático, porque assegura ao
cidadão o direito de ser julgado por seus semelhantes, outros cidadãos, escolhidos
aleatoriamente.
É uma instituição pertencente ao Poder Judiciário que possui competência específica
para julgar determinados tipos de crime.
A Constituição Federal apresenta alguns princípios que regem este tribunal:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que
lhe der a lei, assegurados:
a plenitude de defesa;
sigilo das votações;
a soberania dos veredictos;
a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
Segundo este texto, o Tribunal do Júri é regido pelos seguintes princípios:
˃ Plenitude de defesa – é a ampla defesa também assegurada aos acusados em
geral. Esse princípio permite que no júri sejam utilizadas todas as provas
permitidas em direito. Aqui, o momento probatório é bastante explorado, haja
vista a necessidade de convencer os jurados, que são pessoas comuns da
sociedade, que às vezes não conhecem nada de direito.
˃ Sigilo das votações – o voto é sigiloso para manter a imparcialidade do
julgamento. Durante esse momento, não é permitido que um jurado converse com
o outro a respeito do julgamento, sob pena de nulidade.
˃ Soberania dos veredictos - o que for decidido pelos jurados será considerado
soberano. Nem o Juiz presidente poderá modificar o julgamento. Essa soberania
não impede que a decisão do júri seja objeto de recurso.
˃ Competência para julgar os crimes dolosos contra a vida – muito cuidado
quanto a isso em prova. O júri não julga qualquer tipo de crime, mas apenas os
dolosos contra a vida. Crimes dolosos são aqueles praticados com intenção, com
vontade. São diferentes dos crimes culposos, os quais são praticados sem intenção.
E devem ser apenas crimes contra a vida, não podendo ser crimes contra o
patrimônio, ordem econômica, etc. Por exemplo, o latrocínio não é considerado
crime contra a vida, portanto, não será de competência do Tribunal do Júri.
Ressalta-se que a competência do Tribunal do Júri não é absoluta, isso porque algumas
pessoas possuem prerrogativa de foro em virtude de suas funções, devidamente previstas na
CF, de modo que caso cometam crimes contra a vida, não serão julgados pelo júri, e sim pelos
Tribunais previamente estabelecidos. Ex.: parlamentares federais que são julgados pelo STF
(Art. 102, I, b, CF). Cumpre observar que apenas se sobrepõe a competência do júri àqueles
foros por prerrogativa de função previstos na CF, de modo que se estiver estabelecido apenas
na Constituição Estadual, deverá prevalecer a competência do júri.
É este o teor da súmula vinculante 45:
A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
TTRIBUNAL DO JÚRI
CRIMES DOLOSOS
PLENITUDE DE DEFESA SIGILO DAS VOTAÇÕES SOBERANIA DOS VEREDITOS
CONTRA A VIDA
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
CRIMES IMPRESCRITÍVEIS, INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS DE
GRAÇA E ANISTIA
A CF dispõe nos incisos XLII, XLIII, XLIV do Art. 5º a respeito de diversos crimes e o
tratamento constitucional que devem ter. Essas normas estabelecem um comando para o
legislador, que na hora de elaborar as normas penais deve observar o disposto na CF (SÃO
DIRECIONADOS AO LEGISLADOR – RESERVA LEGAL).
Inicialmente, destacamos a VEDAÇÃO AO RACISMO, considerado como crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de RECLUSÃO.
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei (grifo nosso).
Ressalta-se que a expressão “racismo”, de acordo com o STF, abrange todas as formas de
discriminação que impliquem distinções entre as pessoas, em virtude de sua raça, cor, credo,
descendência.
Outros tipos de crime tiveram também especial previsão na Constituição tendo em vista
sua extrema gravidade:
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem (grifo nosso);
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático (grifo nosso).
As questões sobre esse tema geralmente são superficiais, exigindo mais a memorização
do que a compreensão do significado de cada crime. Desse modo, seguem algumas dicas para
facilitar a sua memorização:
Imprescritível: RAÇÃO.
Insuscetíveis de graça ou anistia: 3TH.
Por se tratar de rol exemplificativo, pode a lei estabelecer outros tipos de penas, desde
que não incida das hipóteses de pena proibida, prevista no Art. XLVII:
XLVII - não haverá penas:
de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
de caráter perpétuo;
de trabalhos forçados;
de banimento;
cruéis.
Essas são as penas que não podem ser aplicadas no Brasil. Contudo, cumpre observar
que, inobstante a pena de morte ter sido proibida, a própria CF traz uma possibilidade de sua
decretação, no caso de guerra declarada.
Assim, é possível afirmar que existe pena de morte do Brasil, mesmo que em apenas
uma situação.
A pena de caráter perpétuo é aquela que deve ser cumprida até a morte. Não existe esse
tipo de pena no Brasil, pois as penas aqui são temporárias. Ressalta-se, ainda, que as penas de
caráter perpétuo se estendem também para a esfera administrativa.
A outra pena é a de trabalhos forçados. Essa é aquela em que o indivíduo é obrigado a
trabalhar de forma a denegrir a sua condição como ser humano.
Temos ainda a pena de banimento. É a expulsão do brasileiro, tanto nato como
naturalizado, do território nacional.
Citam-se ainda as penas cruéis, em respeito ao princípio da dignidade da pessoa
humana, e da vedação à tortura e ao tratamento desumano ou degradante. Isso também é
proibido.
Contudo, o Brasil em 1992 ratificou o Pacto de San José da Costa Rica que só permite a
prisão civil por dívida do devedor de alimentos. Acolhendo então as determinações do tratado
internacional, o STF entende como lícita apenas a prisão do devedor de pensão alimentícia,
considerando como ilícita a prisão do depositário.
Isso não significa que a ratificação do Brasil ao tratado internacional tenha revogado o
disposto na CF, até porque um tratado não pode revogar o texto de uma Constituição. O que
ocorre é que essa previsão constitucional, quanto ao depositário, deixa de ter aplicabilidade.
Esse entendimento encontra-se inclusive sumulado. Vejamos o teor da Súmula
Vinculante nº 25:
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade
do depósito.
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.
Além disso, podemos extrair desse inciso que uma determinada conduta só poderá ser
considerada como crime se quando ela foi realizada já existia a lei penal definindo aquele
comportamento como criminoso. Trata-se do princípio da anterioridade da lei penal.
Podemos destacar, ainda, o inciso XL, que apresenta como regra geral a irretroatividade
da lei penal, contudo, no seu texto já prevê uma exceção, quando se tratar de lei mais benéfica
ao réu, autorizando nesse caso que a lei penal opere efeitos retroativos.
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Dessa forma, podemos afirmar que a lei penal benigna (lex mitior) é sempre retroativa e
poderá ser aplicada ainda que o réu já tenha sido condenado.
Contudo, se a lei for desfavorável ao réu (lex gravior), ela não poderá retroagir, somente
sendo aplicada para eventos futuros.
Vale ressaltar ainda o enunciado da Súmula 711 do STF:
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE
OU DA PERMANÊNCIA.
Contudo, o referido artigo é norma de eficácia contida, de modo que a lei poderá
estabelecer hipóteses em que, mesmo o indivíduo tendo identificação civil, deverá ser
identificado criminalmente.
A lei que regulamenta o dispositivo constitucional é a Lei 12.037/2009 e, em seu artigo
3 , traz situações em que deverá ocorrer a identificação criminal.
o
HIPÓTESES DE PRISÃO
A CF assegura que os cidadãos civis só podem ser presos em duas circunstâncias: a)
flagrante delito; b) determinação judicial.
Contudo, destaca que para os militares, além das hipóteses constitucionais, também será
possível a prisão administrativa – por ordem de um superior hierárquico.
É o que dispõe o inciso LXI:
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
Ressalta-se que o silêncio do réu não pode ser considerado como confissão, como já
decidiu o STF:
O exercício do direito ao silêncio, que se revela insuscetível de qualquer
censura policial e/ou judicial, não pode ser desrespeitado nem desconsiderado
pelos órgãos e agentes da persecução penal, porque a prática concreta dessa
prerrogativa constitucional – além de não importar em confissão – jamais poderá
ser interpretada em prejuízo da defesa [HC 99.289, rel. min. Celso de Mello, j. 23-
6-2009, 2ª T, DJE de 4-8-2011.].
O preso tem ainda como garantia o direito de saber os responsáveis pela sua prisão ou
pelo seu interrogatório. A intenção desse dispositivo é impedir, ou pelo menos coibir as
arbitrariedades e ilegalidades no ato da prisão ou do interrogatório, possibilitando a
responsabilização por eventuais abusos.
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou
por seu interrogatório policial.
Por fim, destaca-se que a regra geral é a de que as pessoas respondam aos processos em
liberdade, de modo que a exceção é a manutenção do indivíduo preso, em respeito ao
princípio da presunção de inocência. Dessa forma, determina a CF que se for cabível a
liberdade provisória, por não estarem presentes os requisitos da prisão preventiva, essa
deverá ser concedida, não se mantendo o réu preso.
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança.
ERRO JUDICIÁRIO
A CF assegura que caso o Poder Judiciário cometa algum erro, por exemplo, condenando
um indivíduo que depois provou ser inocente, ou ainda que ficou preso além do tempo fixado
na sentença, o Estado deverá indenizá-lo pelos danos sofridos.
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que
ficar preso além do tempo fixado na sentença.
EXERCÍCIOS
1. É lícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta: Errado
O STF entende como lícita apenas a prisão do devedor de pensão alimentícia,
considerando como ilícita a prisão do depositário.
Esse entendimento encontra-se inclusive sumulado. Vejamos o teor da
Súmula Vinculante nº 25:
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de
depósito.
3. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta: Certo
A CF prevê expressamente o Princípio da Anterioridade da Lei Penal em seu artigo 5º inciso
XXXIX: "Não há crime sem lei ANTERIOR que o defina, nem pena sem PRÉVIA cominação legal.
Do Princípio da Anterioridade surgem o Princípio da Irretroatividade Penal e o Princípio
da Retroatividade Benéfica Penal.
4. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta: Certo
A súmula 711 do STF esclarece: a lei penal mais grave aplica-se ao crime
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência.
5. A lei penal não poderá retroagir nem mesmo para beneficiar o réu.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta: Errado
A lei penal nova não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
É uma regra absoluta, que não comporta exceções.
GABARITO
1. E
2. C
3. C
4. C
5. E
SUMÁRIO
INTERVENÇÃO.................................................................................................................................................... 2
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ............................................................................................................................... 2
INTERVENÇÃO FEDERAL ................................................................................................................................ 2
PRESSUPOSTOS MATERIAIS – HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL..................................................... 2
ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO FEDERAL ........................................................................................................... 3
ESPONTÂNEA OU DISCRICIONÁRIA: .......................................................................................................... 3
PROVOCADA .............................................................................................................................................. 3
O DECRETO INTERVENTIVO ....................................................................................................................... 6
CONTROLE POLÍTICO DO CONGRESSO NACIONAL .................................................................................... 6
DISPENSA DE CONTROLE POLÍTICO ........................................................................................................... 7
SUSPENSÃO DA TRAMITAÇÃO DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS ........................................................... 7
INTERVENÇÃO ESTADUAL.............................................................................................................................. 7
PRESSUPOSTOS MATERIAIS – HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO ESTADUAL .................................................. 7
DECRETO E EXECUÇÃO .............................................................................................................................. 8
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 8
GABARITO: ................................................................................................................................................... 10
INTERVENÇÃO
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
É fundamento do modelo de Estado Federativo a existência de autonomia dos entes que
compõem a federação. Essa autonomia pressupõe que não existe hierarquia entre os entes
federados e que um ente não se intromete nos assuntos de competência de outro ente. Desse
modo, cada um manterá sua autonomia, podendo se auto-organizar, autogovernar,
autoadministrar, autolegislar, bem como ter receitas próprias.
A intervenção é medida excepcional, pois a regra é a autonomia, logo, a não intervenção.
As hipóteses de intervenção estão previstas de forma TAXATIVA nos artigos 34 e 35 da CF
(numerus clausus) e, por se tratar de uma limitação negativa, não se admite interpretação
extensiva, mas tão somente restritiva.
Tipos de intervenção
Existem dois tipos de intervenção: federal e a estadual, sempre de um ente mais amplo
sobre outro imediatamente menos amplo.
Federal: União nos Estados, DF e nos Municípios localizados nos Territórios.
Federais. (A união não pode intervir nos Municípios dos Estados).
Estadual: Estados intervêm apenas nos seus Municípios.
Dessa forma, podemos afirmar que a União nunca intervirá em Municípios
localizados nos Estados-Membros.
INTERVENÇÃO FEDERAL
PRESSUPOSTOS MATERIAIS – HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL
Situações críticas que põem em risco a segurança do Estado, o equilíbrio federativo, as
finanças estaduais e a estabilidade da ordem constitucional são causas de intervenção federal.
A intervenção funciona, inclusive, como um meio de controle de
constitucionalidade, pois visa manter a ordem e a estabilidade constitucional.
ESPONTÂNEO
manter a integridade nacional;
repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
Casos
• suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos,
salvo motivo de força maior;
• deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei.
PROVOCADA
A intervenção provocada pode ser: por solicitação, por requisição ou por provimento de
representação.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DECRETA A
INTERVENÇÃO (PRECISA SER PROVOCADO)
PROVOCADA
Nesse caso, será solicitação quando for para garantir o livre exercício dos Poderes
Executivo e Legislativo, apenas.
POR REQUISIÇÃO:
Nessa modalidade de intervenção temos dois casos distintos: a) requisição do STF; b)
requisição do STF, STJ ou TSE.
REQUISIÇÃO DO STF (Art. 34, IV c/c 36, I)
É hipótese de intervenção provocada por requisição do STF a prevista no Art. 34, IV, ou
seja, quando for para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação, quando o impedimento ou a coação for contra o Poder Judiciário.
Caso, por exemplo, o Poder Judiciário local – Tribunal de Justiça - esteja sendo coagido
ou impedido no exercício de suas atribuições, ele poderá solicitar ao STF que requisite a
intervenção federal.
Se o STF entender que é caso de intervenção, irá requisitar ao Presidente, que deverá
obrigatoriamente decretar a intervenção.
REQUISIÇÃO DO STF, STJ ou TSE: (Art. 34, VI c/c 36, II).
É hipótese de intervenção provocada por requisição a prevista no Art. 34, VI (parte
final), ou seja, caso de descumprimento de ordem ou decisão judicial. Nesse caso, ocorrerá
a intervenção por requisição de um dos seguintes Tribunais: STF, STJ ou TSE, a depender da
origem da decisão descumprida.
Assim a requisição será feita:
• Pelo STF: no caso descumprimento de ordem ou decisão judicial do STF ou se
tratar de matéria constitucional, ou ainda, se for ordem ou decisão judicial da
Justiça do Trabalho ou Militar. Exemplo: não pagamento pelos Estados dos
precatórios.
REQUISIÇÃO
- prover a execução de lei federal;
STF
- assegurar os princípios constitucionais sensíveis.
Em regra, o decreto interventivo deve ser submetido a controle político, realizado pelo
Congresso Nacional, no prazo de 24 horas (Art. 36, § 1o). O Congresso poderá:
• aprovar a intervenção;
• rejeitar a intervenção, suspendendo a execução do decreto.
A decisão do Congresso vincula o Presidente, que não poderá descumpri-la, sob pena de
crime de responsabilidade.
A competência do Congresso Nacional para decidir se aprova ou rejeita a intervenção é
exclusiva, por meio do quórum de maioria simples, materializando-se mediante decreto
legislativo.
Se o Congresso estiver em recesso, será hipótese de convocação
extraordinária, requerida pelo Presidente do Senado Federal, também no prazo de
24h.
INTERVENÇÃO ESTADUAL
PRESSUPOSTOS MATERIAIS – HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO ESTADUAL
As hipóteses de intervenção estadual ou federal (da União dos Municípios localizados
nos Territórios) encontram-se previstas de forma taxativa no Art. 35 da CF/88:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada;
DECRETO E EXECUÇÃO
O Governador do Estado tem competência para decretar a intervenção. Aplicam-se à
intervenção estadual as mesmas regras da intervenção federal, como amplitude do decreto,
prazos e controle político.
Ressalta-se que há também hipóteses de intervenção provocada, que depende de
Representação (ADI - interventiva), prevista no Art. 35, IV da CF/88. Nesse caso a
representação será feita pelo Procurador-Geral de Justiça (MP Estadual) e dependerá de
provimento pelo Tribunal de Justiça.
Nesse caso, fica dispensado o controle político (Art. 36, § 3º)
Art. 35. IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação
para assegurar a observância de princípios indicados na
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem
ou de decisão judicial.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a
apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa,
o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se
essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
À semelhança do que ocorre no âmbito federal, da decisão do Tribunal de Justiça
também não caberá recurso conforme súmula 637 do STF:
Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que
defere pedido de intervenção estadual em Município.
EXERCÍCIOS
1. (CESPE/2015) A União tem competência para intervir nos Estados e no Distrito
Federal, mas em nenhuma hipótese poderá intervir em Municípios localizados em
Estados-Membros.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
Existem dois tipos de intervenção: federal e a estadual, sempre de um ente
mais amplo sobre outro imediatamente menos amplo.
Federal: União nos Estados, DF e nos Municípios localizados nos Territórios
Federais.
Estadual: Estados intervêm apenas nos Municípios localizados em seus
Territórios.
Dessa forma, podemos afirmar que a União nunca intervirá em
Municípios localizados nos Estados-Membros.
GABARITO: ERRADO
Existem dois tipos de intervenção: federal e a estadual, sempre de um ente
mais amplo sobre outro imediatamente menos amplo.
Federal: União nos Estados, DF e nos Municípios localizados nos Territórios
Federais.
Estadual: Estados intervêm apenas nos Municípios localizados em seus
Territórios.
Dessa forma, podemos afirmar que a União nunca intervirá em
Municípios localizados nos Estados-Membros.
Presta atenção (a questão falou: A decretação federal em Municípios
– não pode).
GABARITO: ERRADO
As hipóteses de intervenção estadual ou federal (da União dos Municípios
localizados nos Territórios) encontram-se previstas de forma taxativa no Art. 35 da
CF/88.
GABARITO:
1. Certo
2. Errado
3. Certo
4. Errado
5. Certo
SUMÁRIO
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO ESTADO ................................................................................. 2
COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS .................................................................................................................. 2
COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS .............................................................................................................. 2
Noções introdutórias ................................................................................................................................... 2
CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS ............................................................................... 2
QUANTO À NATUREZA............................................................................................................................... 2
QUANTO À FORMA: ................................................................................................................................... 3
QUANTO À EXTENSÃO ............................................................................................................................... 3
Exclusiva: ................................................................................................................................................... 3
Privativa ..................................................................................................................................................... 3
COMUM ..................................................................................................................................................... 6
CONCORRENTE .......................................................................................................................................... 6
Competência reservada, residual ou remanescente dos Estados ............................................................. 7
Competência dos Municípios .................................................................................................................... 8
QUESTÕES.......................................................................................................................................................... 9
GABARITO .................................................................................................................................................... 11
UNIÃO = GERAL
ESTADOS = REGIONAL
MUNICÍPOS = LOCAL
DF = LOCAL E REGIONAL
Importante ressaltar que não existe hierarquia entre as leis,
QUANTO À FORMA:
Podemos classificar as competências quanto a forma, ou seja, como aparecem na CF
Enumerada ou expressa – CF atribui expressamente as competências para cada
entidade.
Reservada ou remanescente: são aquelas que não estão expressas, as não
previstas no texto constitucional. No BRASIL essa competência é exercida pelos
ESTADOS.
Para as bancas e alguns doutrinadores a competência reservada ou remanescente
também é chamada de residual.
Art. 25. (...)
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
sejam vedadas por esta Constituição.
QUANTO À EXTENSÃO
Podemos classificar as competências quanto a sua extensão, ou seja, quanto ao alcance
das atribuições, a qual entes federativos destinam-se.
EXCLUSIVA:
Competência de natureza material é atribuída com exclusividade a apenas um Ente da
Federação – não admite delegação, nem competência suplementar (que outro ente legisle
sobre aquelas matérias). Ex.: art. 21 CF.
Quanto à competência do inciso VI – “autorizar e fiscalizar a produção e
o comércio de material bélico” – entendeu o STF ser inconstitucional lei
estadual que autoriza a utilização, pelas polícias civil e militar de armas de fogo
apreendidas, entendendo que essa atribuição seria apenas da União.
INDELEGÁVEL
EXCLUSIVA DA
UNIÃO
COMPETÊNCIA
ADMINISTRATIVA
PRIVATIVA
São competências de natureza legislativa, atribuídas a uma entidade, mas não de forma
exclusiva, pois admite a delegação, ou seja, a transferência da competência para outro ente
federativo para tratar de questões especificas. Ex: Art. 22 da CF
C= civil
A= agrário
P= penal
A= aeronáutico
C= comercial
Mnemônica E= eleitoral
art. 22, I, CF - T= trabalho
CAPACETE DE PM: E= espacial
DE = desapropriação
P= processual
M= marítimo
DELEGÁVEL
PRIVATIVA DA
UNIÃO
COMPETÊNCIA
LEGISLATIVA
Apesar de não constar no texto expresso a delegação também pode ser dada ao DF,
pois ele cumula as competências legislativas dos Estados e dos Municípios em
virtude de sua natureza híbrida.
A delegação deve ser feita a todos os Estados e DF, e não apenas para um ou outro, isso
porque a CF veda à União, Estados, Municípios e DF instituírem preferencias entre si (art. 19,
III) – princípio da isonomia federativa.
DESTAQUES:
Apesar de não elencada no art. 22 da CF a competência para legislar sobre normas
de processo e julgamento de crimes de responsabilidade é privativa da União,
ou seja, os estados e municípios não poderão dispor a respeito de crimes de
responsabilidade, é o que dispõe a súmula vinculante n° 46 do STF:
Súmula Vinculante 46
A definição dos CRIMES DE RESPONSABILIDADE e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento
são de competência legislativa privativa da União.
A competência para legislar sobre DESAPROPRIAÇÃO é uma competência privativa
da União, elencada no art. 22, II, da Constituição Federal, ou seja, apenas a União
pode criar uma lei sobre desapropriação, entretanto, isso não impede que os
outros entes federados realizem o ato administrativo de desapropriar.
COMUM
A competência Comum, cumulativa ou paralela é uma competência de natureza
MATERIAL, e é atribuída a todas as entidades – União, Estados, Municípios e DF, em pé de
igualdade, é dizer, o exercício dessa competência por um ente federativo não exclui o exercício
dessa mesma competência por outro ente. É o que dispõe o art. 23, CF.
Por ser competência de natureza material (ADMINISTRATIVA), não autoriza de
imediato os entes a legislarem sobre o assunto.
Palavra chave do exercício dessa competência é a palavra COOPERAÇÃO, que
caracteriza a Federação Brasileira como um federalismo cooperativo
(REPARTIÇÃO HORIZONTAL DE COMPETÊNCIA – NÃO HÁ SUBORDINAÇÃO).
As Leis complementares mencionadas no parágrafo único devem ser elaboradas
apenas pela União.
COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
COMUM
REPARTIÇÃO HORIZONTAL DE ENTES ATUAM EM PÉ DE
COMPETÊNCIA IGUALDADE
CONCORRENTE
A competência Concorrente é competência de natureza legislativa atribuída a diversos
entes federativos, a saber: União, Estados e o DF. Observe que a CF não atribuiu essa
competência legislativa aos Municípios. Desse modo, de forma expressa o município não tem
competência concorrente. Está prevista no art. 24, CF.
Competência Legislativa
Repartição vertical de competência
Há subordinação (As normas dos Estados e DF devem respeitar as da União)
Somente União, Estados e DF.
Municípios não participam da competência concorrente.
Apesar da atribuição das competências legislativas terem sido dadas a diversos entes, a
CF optou que essas não fossem cumulativas, estabelecendo algumas regras para o exercício
dessa competência, que podemos encontrar nos parágrafos do art. 24, vejamos:
Como regra geral, a União deverá criar normas gerais, enquanto que os estados e
DF devem legislar criando as suas normas específicas, por meio da chamada
competência suplementar. § 1º e § 2º.
A União não pode editas normas específicas para os estados e DF (a União pode
editar normas específicas para a própria união)
PROCEDIMENTO
Estados e DF editam normas específicas
COMUM CONCORRENTE
UNIÃO UNIÃO
ESTADOS ESTADOS
DF DF
MUNICÍIOS
Residual ou remanescente
EXERCÍCIOS
1. CESPE/2018- Legislar sobre a responsabilidade por dano ao meio ambiente compete
concorrentemente à União, aos estados e ao Distrito Federal.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta certa
A competência Concorrente é competência de natureza legislativa atribuída
a diversos entes federativos, a saber: União, Estados e o DF. Observe que a CF não
atribuiu essa competência legislativa aos Municípios. Desse modo, de forma
expressa o município não tem competência concorrente.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
2. CESPE/2018- Caso não exista lei federal que disponha normas gerais relativas a
tecnologia, os estados poderão exercer a competência legislativa plena, necessária ao
atendimento de suas peculiaridades.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta certa
Como regra geral, a União deverá criar normas gerais, enquanto que os
estados e DF devem legislar criando as suas normas específicas, por meio da
chamada competência suplementar. § 1º e § 2º.
A inexistência de lei Federal (ou nacional) sobre norma geral em matéria de
competência concorrente, autoriza os Estados e o DF a legislarem sobre o tema de
forma PLENA para atender suas peculiaridades. § 3º. Alguns doutrinadores chamam
essa competência de competência supletiva.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta certa
São competências de natureza legislativa, atribuídas a uma entidade, mas
não de forma exclusiva, pois admite a delegação, ou seja, a transferência da
competência para outro ente federativo para tratar de questões especificas.
Art. 22 da CF, in verbis:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em
tempo de guerra;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Mnemônica art. 22, I, CF - CAPACETE DE PM:
C= civil
A= agrário
P= penal
A= aeronáutico
C= comercial
E= eleitoral
T= trabalho
E= espacial
DE = desapropriação
P= processual
M= marítimo
GABARITO
1. Certo
2. Certo
3. Certo
4. Certo
5. Certo
SUMÁRIO
DA ORDEM SOCIAL ...................................................................................................................................... 2
DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................................................... 2
DA SEGURIDADE SOCIAL .......................................................................................................................... 2
ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL: ............................................................................................. 2
PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO ................................................ 3
SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS .................................. 4
UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ÀS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS ... 4
PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS ............................................................. 4
EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO E CUSTEIO ........................................................................... 4
PRINCÍPIO DA DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO .................................................................. 5
PRINCÍPIO DO CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA GESTÃO ADMINISTRATIVA .............. 5
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL .............................................................................................. 5
DA SAÚDE ................................................................................................................................................ 7
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS ............................................................................................................ 8
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL .........................................................................................................................11
REGIME DE PREVIDÊNCIA ....................................................................................................................13
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL .............................................................................................13
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL- RPPS- ..............................................................................13
III. REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ...................................................................................13
REGRAS PARA APOSENTADORIA ............................................................................................................14
PREVIDÊNCIA PRIVADA .........................................................................................................................16
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ................................................................................................................17
EFEITO DA CONTAGEM RECÍPROCA .....................................................................................................18
ASSISTÊNCIA SOCIAL .................................................................................................................................18
AÇÕES GOVERNAMENTAIS ....................................................................................................................19
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................20
GABARITO ...............................................................................................................................................22
DA ORDEM SOCIAL
DISPOSIÇÕES GERAIS
A CF, em seu artigo 6º, dispõe a respeito do segundo núcleo de direitos fundamentais, que
são os direitos sociais:
BASE
PRIMADO DO TRABALHO
ORDEM SOCIAL
JUSTIÇA SOCIAL
DA SEGURIDADE SOCIAL
Este princípio está relacionada com a impossibilidade de redução do valor nominal dos
benefícios da seguridade e não na manutenção do seu valor real em face da inflação.
O Princípio trata sobre a ampliação dos meios de financiamento do sistema como forma
de adequá-lo a realidade, sem acarretar em custos de produção e redução da produtividade,
identificando novos símbolos de riqueza que tragam o financiamento que o sistema precisa,
sem interferir na atividade produtiva.
A Constituição Federal, desse modo, trouxe como fontes de custeio as contribuições
sociais e os recursos provenientes dos orçamentos dos entes federados. Criou também
contribuições sobre o lucro e sobre o faturamento das empresas.
Artigo 195 da Constituição Federal, IN VERBIS:
A seguridade social deve ser financiada por toda a sociedade, direta ou indiretamente,
contando com a contribuição dos recursos dos entes federativos e ainda de algumas contribuições
sociais:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade,
de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social,
não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão
concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o
art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei
a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
Além dessas fontes de contribuição, lei complementar poderá estabelecer outras hipóteses
de financiamento da seguridade social. Destaca-se que essa lei complementar é de competência da
União – trata-se da chamada competência residual da União.
ANOTA AÍ E NÃO DEIXE DE ESTUDAR:
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos
orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada
de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde,
previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias,
assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder
Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto
no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de
custeio total.
Princípio da
Por toda a sociedade
solidariedade financeira
Financiamento da
seguridade social direta
forma
indireta
recursos união
estados
DF
Municípios
SAÚDE
SEGURIDADE
PREVIDÊNCIA
ASSISTÊNCIA
DA SAÚDE
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
A saúde está expressamente previsto no art. 6º da nossa carta maior. Com essa informação, já
podemos tirar várias informações para a nossa prova:
Dever do estado
É um direito de todos (para todos), dessa forma, podemos observar que temos como características a
universalidade (brasileiro ou estrangeiro). Não possui restrição de beneficiários e o seu acesso
também não exige contribuição dos beneficiários.
Ex.: se o Evandro Guedes quiser ser atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ele poderá,
na medida em que, sendo a saúde direito de todos, o Estado não pode limitar o atendimento
somente a quem não dispuser de meios pessoais para o seu cuidado.
Esses agentes podem perder seus cargos, além das hipóteses previstas para o servidor
estável, em caso de descumprimento de requisitos específicos:
a) À redução do risco
GARANTIA MEDIANTE
de doença e de outros
POLÍTICAS SOCIAIS E agravos
ECONÔMICAS QUE VISEM b) Acesso universal e
igualitário ás ações e
serviços para sua
promoção, proteção e
As ações e serviços de saúde recuperação
são de relevância pública
a) Diretamente
b) Por meio de terceiros
Sua execução deve ser
c) Por pessoa física ou jurídica
feita de direito privado
Recursos do orçamento da
seguridade social, da União, dos
Financiamento Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, além de outras
fontes.
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
De filiação obrigatória
REGIME DE PREVIDÊNCIA
Considera-se regime de previdência social aquele que ofereça aos segurados, no
mínimo, os benefícios de aposentadoria e pensão por morte.
A Previdência Social compreende: o Regime Geral de Previdência Social-RGPS- e os
Regimes Próprios dos Servidores Públicos e dos Militares.
PREVIDÊNCIA PRIVADA
A CF autoriza a criação de regime de Previdência Privada, nos termos do Art. 202 da CF:
Complementar;
Facultativo;
Previdência privada Organização autônoma em relação ao RGPS;
Independência financeira em relação ao Poder Público;
Regulada por Lei Complementar;
Publicidade de gestão;
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO
ASSISTÊNCIA SOCIAL
O Art. 203 prevê o benefício de seguridade social, chamado de assistência social. São vários
benefícios oferecidos a quem precisa de assistência, geralmente aos hipossuficientes. A assistência
social não depende de contribuição à Previdência Social:
AÇÕES GOVERNAMENTAIS
EXERCÍCIOS
1. CESPE/ 2017- A seguridade social tem caráter contributivo e filiação obrigatória.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta Errada
Certo ( ) Errado ( )
Resposta Certa
A seguridade social deve garantir a uniformidade e equivalência dos benefícios
e serviços às populações urbanas e rurais.
3. CESPE/ 2018- A seguridade social é financiada por toda a sociedade e pela União, sem
participação dos Estados e do DF.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta Errada
4. CESPE/ 2018- Uma das diretrizes do serviço público de saúde é o atendimento integral,
com prioridade às atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta Certa
Certo ( ) Errado ( )
Resposta Errada
É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às
instituições privadas com fins lucrativos
GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. C
5. E