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IGOR RIBEIRO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Noções de Direito Administrativo
1 – Conceito
H ELY L OPES M EIRELLES – Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas
tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO – Ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas
que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens e meios de que se utiliza para a
consecução de seus fins, de natureza pública.
* prática reiterada de atos administrativos em situações similares. Exceção: 1) ato invocado como precedente for ilegal; 2) Quando
o interesse público justificar a alteração motivada do entendimento administrativo (teoria Prospective overruling).
• SISTEMA FRANCÊS (CONTENCIOSO A DMINISTRATIVO OU DUALIDADE DE JURISDIÇÃO ) – Formada por tribunais de natureza
administrativa, não admite o conhecimento de atos ilícitos praticados pela Administração Pública pelo Poder Judiciário;
• SISTEMA I NGLÊS (JURISDIÇÃO UNA OU UNICIDADE DE JURISDIÇÃO OU JUDICIÁRIA ) – Permite que o controle de todos os
atos da administração seja feito pelo Poder Judiciário.
• SISTEMA ADMINISTRATIVO BRASILEIRO – É o sistema inglês. Inafastabilidade da jurisdição. Sistema de freios e contrapesos
entre os Poderes do Estado
Os princípios possuem a característica de “início”, “base”, “pedra fundamental”. É por meio deles que todo o ordenamento jurídico se
estrutura, gerando, para a Administração, uma série de prerrogativas e sujeições que devem ser observadas para garantir o bem estar
da coletividade.
Durante muito tempo, o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) era de que a força dos princípios era meramente integradora,
de forma que o seu uso estaria restrito às situações onde não fosse possível a resolução do conflito com a legislação vigente.
Com o passar dos anos, os princípios adquiriram força de norma jurídica, de forma que, atualmente, possuem imperatividade e impõem
condutas a serem seguidas pelos seus destinatários. Nos dias atuais, a doutrina majoritária possui o entendimento de que, os
princípios, por serem normas gerais e dotadas de altíssimo grau de abstração, possuem hierarquia superior, até mesmo, às demais
normas jurídicas.
► Na visão do STF, violar um princípio, por exemplo, é muito pior do que violar uma lei, haja vista que, ao infringir um
princípio, se está desobedecendo a todo o ordenamento jurídico vigente.
As normas são um gênero do qual derivam as espécies princípios e regras. Os princípios podem ser tanto explícitos quanto implícitos,
de forma que em ambos os casos são de observância obrigatória por todos os atingidos. As regras obrigatoriamente dependem de
publicação (que é condição de eficácia) para que devam ser observadas pelos administrados.
Princípios Regras
São uma espécie de norma São uma espécie de norma
Poder ser explícitos ou implícitos Obrigatoriamente devem ser expressas
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Em caso de conflito, deve-se fazer uso da ponderação Em caso de conflito, deve-se utilizar apenas uma das
no caso concreto regras, aniquilando inteiramente as demais
Solução de conflitos leva em conta o interesse da Solução de conflitos deve observar os critérios
coletividade hierárquico, cronológico e da especialidade
1 – Supraprincípios ou Superprincípios
Os Supraprincípios, também conhecidos como Superprincípios, são aqueles dos quais derivam todos os demais princípios e normas do
direito administrativo. Em nosso ordenamento, são dois: a Supremacia do interesse público sobre o privado e a
Indisponibilidade do Interesse Público.
O PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO significa que os interesses da coletividade são mais relevantes que os interesses
individuais. Por isso mesmo (para conseguir fazer prevalecer o interesse público sobre o privado) é que a Administração recebe poderes
(prerrogativas) que não são estendidos aos particulares.
As relações travadas entre a Administração Pública e os administrados é caracterizada pela VERTICALIDADE , haja vista que a
administração, por ter a finalidade de garantir o bem estar coletivo, figura em posição de superioridade em relação aos particulares.
A Supremacia do Interesse Público cuida-se de um princípio de caráter implícito, que não está expressamente previsto na Constituição
Federal ou em outros diplomas legais. Trata-se, desta forma, de um princípio decorrente de diversas construções doutrinárias.
Quando da utilização das prerrogativas conferidas pelo princípio em estudo, o entendimento doutrinário é no sentido de que estas
somente devem ser utilizadas dentro do estritamente necessário, sob pena de restar configurado Abuso de Poder da Administração
e ensejar a indenização dos particulares lesados.
O P RINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO significa que a Administração não é a proprietária dos interesses por ela
geridos. Tal princípio está presente em toda a atividade administrativa, devendo a Administração, por meio de seus agentes, proteger
o interesse público, bem maior de toda a coletividade.
É a impossibilidade de livre transigência, por parte do Administrador, dos interesses públicos tutelados. De acordo com o princípio da
indisponibilidade, os bens e interesses públicos não pertencem ao gestor ou mesmo à Administração, cabendo aos agentes
administradores geri-los e conservá0los, em prol da coletividade.
Quando analisamos o princípio da Supremacia do Interesse Público, verificamos que este conferia à administração uma série de
prerrogativas (poderes). Com a Indisponibilidade do Interesse Público, temos que toda a administração está obrigada a uma série de
sujeições (deveres).
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
A princípio, convém salientar que eles são aplicáveis a quaisquer dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), quando do exercício
da função administrativa, mesmo que esta, no Judiciário e Legislativo, seja exercida de forma atípica.
Estão obrigados a observar os princípios constitucionais administrativos toda a Administração Direta e Indireta de todos os entes
federativos. Assim, tanto uma Autarquia municipal quanto um órgão público da União devem pautar suas ações com obediência da
mencionada norma constitucional.
→ Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade não é uma peculiaridade da atividade administrativa, estando presente em todo o Estado Democrático de
Direito. Tal princípio liga-se, basicamente, à ideia de que toda e qualquer atividade da Administração Pública deve pautar-se na vontade
popular.
Toda e qualquer norma jurídica que inove o ordenamento deve ter a participação dos representantes populares. Indiretamente,
portanto, quem está editando leis e inovando o ordenamento pátrio é a própria população.
O conceito da legalidade é o de que a Administração Pública só pode fazer aquilo que estiver previsto em lei. Significa dizer que o
administrador está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei.
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Legalidade em sentido amplo → Ou legitimidade, significa obedecer não só à lei, mas também aos princípios da moralidade e do
interesse público.
Legalidade em sentido estrito → Significa atuar de acordo com a lei, ou seja, obedecer À lei feita pelo Parlamento.
→ Princípio da Impessoalidade
C ELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE M ELLO – A Administração deve tratar a todos sem favoritismos, nem perseguições, simpatias ou
animosidades políticas ou ideológicas.
Tem por objetivo evitar que o administrador pratique ato visando ao interesse pessoal ou com finalidade diversa daquela determinada
em lei, uma vez que é sempre o interesse público que deve ser buscado com a prática do ato.
O princípio da Impessoalidade pode ser entendido como aquele que determina que a atuação da Administração Pública seja, a um
mesmo momento, transparente, sem favorecimentos para os agentes públicos e com o claro objetivo de alcançar a
finalidade pública.
→ Três Aspectos
► a Impessoalidade pode ser analisada como a finalidade de toda e qualquer atividade administrativa, estando a Administração
obrigada a sempre preservar o fim público a que se destina.
O princípio da Impessoalidade está intimamente relacionado ao Princípio da Finalidade. Neste sentido, toda e qualquer atuação
da Administração Pública que se desviar do fim público a que se destina deve ser considerada nula, incorrendo o ato respectivo em
desvio de finalidade.
► a Impessoalidade pode ser vista como a necessidade dos agentes públicos tratarem todas as pessoas da mesma forma, em
clara consonância com o princípio da Isonomia.
► a Impessoalidade surge como a vedação à promoção pessoal dos agentes e autoridades públicas. De acordo com este
sentido, todas as divulgações das realizações feitas pelas autoridades públicas não devem fazer menção à autoridade ou agente que
as praticou, em plena sintonia com o artigo 37, § 1º da Constituição Federal:
Art. 37, §1º, A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Súmula 13 → A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública
direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Exceção! Foram excluídas do alcance da súmula as nomeações para cargos de natureza política, ou seja, de agentes políticos, como
por exemplo, nomeação de Secretários Estaduais e Municipais.
I NEQUÍVOCA FALTA DE RAZOABILIDADE NA NOMEAÇÃO POR MANIFESTA AUSÊNCIA DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA OU INIDONEIDADE MORAL
DO NOMEADO ( A )
→ Princípio da Moralidade
A primeira informação que temos que saber é que a Moral Administrativa (que é o nosso objeto de estudo) difere em muitos aspectos
da moral comum. Enquanto a Moralidade Administrativa está ligada à ideia de boa ou má administração e aos preceitos éticos da
probidade, decoro e boa-fé, a moral comum está baseada unicamente na crença entre o bem e o mal.
Trata-se de princípio que exige a honestidade, lealdade, boa-fé de conduta no exercício da função administrativa – ou seja, a atuação
não corrupta dos gestores públicos ao tratar com a coisa de titularidade do Estado.
O ato administrativo não terá de obedecer somente à lei, mas também à ética da própria instituição. Não se espera de um agente
público somente atuação de acordo com a lei, mas também de acordo com a honestidade.
→ Princípio da Publicidade
J OSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO – Indica que os atos da Administração devem merecer a mais ampla divulgação possível entre
os administrados, e isso porque constitui fundamento do princípio propiciar-lhes a possibilidade de controlar a legitimidade da conduta
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dos agentes administrativos. Só com a transparência dessa conduta é que poderão os indivíduos aquilatar a legalidade ou não dos
atos e o grau de eficiência de que se revestem.
Trata-se de premissa que proíbe a edição de atos secretos pelo poder público, definindo a ideia de que a Administração deve atuar de
forma plena e transparente. Com efeito, pode-se estipular que a principal finalidade do princípio da publicidade é o conhecimento
público acerca das atividades praticadas no exercício da função administrativa.
► Como a necessidade de que todos os atos administrativos sejam publicados para que possam produzir seus efeitos:
Nesse sentido, importante destacar que a publicidade está relacionada como a eficácia do ato administrativo, ou seja, os atos
administrativos só podem produzir efeitos perante terceiros depois de serem devidamente publicados no meio oficial.
► Como a necessidade de transparência, por parte da Administração Pública, no exercício de suas funções: Aqui estamos
falando de um assunto muito abordado pela mídia nos últimos anos: a transparência no acesso à informação, por parte dos usuários,
de dados produzidos pelos órgãos e entidades da Administração Pública.
Garantias Constitucionais
Art. 5º ...
...
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
...
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
pessoal;
...
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Para regulamentar estes dispositivos, foi editada a lei de acesso às informações (Lei n. 12.527/11) que define o dever de publicidade
a todos os órgãos da Administração Direta e indireta.
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos
objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.
...
Art. 10. ...
...
§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse
público.
É importante não confundir Publicidade com Publicação – esta é somente uma das hipóteses de Publicidade, portanto não são
sinônimos.
Exceção! ► Quando se tratar de defesa da intimidade e da vida privada dos usuários e de defesa da sociedade e do Estado
→ Princípio da Eficiência
MARIA SYLVIA ZANELLA DI P IETRO – O princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado em relação
ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores
resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de
alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público.
A primeira informação que devemos saber é que o princípio da eficiência, ao contrário dos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade, não estava presente em nosso ordenamento quando da promulgação da Constituição Federal de 1988. Tal
princípio foi inserido na Constituição apenas com a edição da Emenda Constitucional n. 19/1998, a conhecida Reforma Administrativa.
Eficiência é produzir bem, com qualidade e com menos gastos. Uma atuação eficiente da atividade administrativa é aquela realizada
com presteza e, acima de tudo, um bom desempenho funcional. Buscam-se sempre melhores resultados práticos e menos desperdício,
nas atividades estatais, uma vez que toda a coletividade se beneficia disso.
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►D EMAIS PRINCÍPIOS ◄
Princípio da Autotutela
A autotutela trata-se de princípio que pode ser mais bem visualizado por meio da Súmula 473 do STF, uma das súmulas mais exigidas
de todo o direito administrativo:
Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Assim, a autotutela nada mais é do que a possibilidade que a administração tem de anular ou revogar os seus próprios atos. No caso
da anulação, estaremos diante de um ato administrativo ilegal, de forma que não restará alternativa para o Poder Público que não
seja o desfazimento do ato. Já a revogação, em sentido contrário, confere à administração a faculdade de retirá-lo ou não do mundo
jurídico.
Logo, esse princípio permite à Administração Pública a revisão dos seus atos, seja por vícios de ilegalidade (invalidação), seja por
motivos de conveniência e oportunidade (revogação).
Salienta-se que a relação entre a administração direta e as entidades da administração indireta não é de subordinação, uma vez que
não há hierarquia entre as duas esferas. Logo, o que existe é mera vinculação, também chamada de controle ou tutela administrativa.
H ETEROTUTELA ► O controle não é feito pelo órgão ou pela Administração Pública, mas por pessoa, órgão ou ente de esfera diversa.
É o caso da anulação de ato administrativo feita pelo Poder Judiciário ou do controle dos atos do Executivo realizado pelo Poder
Legislativo, em sua função fiscalizadora.
Também chamado de princípio da boa-fé ou da confiança, o princípio da segurança jurídica não é aplicado exclusivamente ao direito
administrativo, mas sim ao direito como um todo. Trata-se de princípio geral do direito, base do Estado de Direito que garante aos
cidadãos não serem surpreendidos por alterações repentinas na ordem jurídica posta. Configura corolário do direito como norma de
pacificação social.
Três são os importantes institutos relacionados com a segurança jurídica, conforme previsão do artigo 5º, XXXVI da Constituição
Federal, que materializa a irretroatividade da lei:
Art. 5º, XXXVI, A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
A coisa julgada ocorre quando a sentença que decidiu o conflito entre as partes não pode mais ser objeto de recurso.
O ato jurídico perfeito é aquele que já está realizado e acabado segundo a lei vigente ao tempo de sua edição.
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O direito adquirido é aquele que já se incorporou ao patrimônio do particular, uma vez que este preencheu todos os requisitos
necessários para a aquisição do direito.
H ELY L OPES M EIRELLES – Pode ser chamado de princípio da proibição de excesso, que, em última análise, objetiva aferir a
compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública,
com lesão aos direitos fundamentais.
O Princípio da Razoabilidade visa impedir uma atuação desarrazoada ou despropositada do Administrador, definindo que o agente não
se pode valer de seu cargo ou função, com a falsa intenção de cumprir a lei, para agir de forma ilegal e arbitrária fora dos padrões
éticos e adequados ao senso comum.
A razoabilidade (proporcionalidade ampla) impõe uma tríplice exigência ao desempenho da função administrativa, de forma que, para
a realização de fins públicos, sejam adotados meios adequados, necessários e proporcionais (as vantagens devem superar as
desvantagens criadas).
Necessidade (exigibilidade) – o meio deve ser aquele que menos cause prejuízo aos administrados
Parte da doutrina tem feito alusão à “teoria dos três testes”, ao tratar sobre esses subprincípios, que devem ser testados, para aferição
do respeito ao princípio da proporcionalidade ampla.
O Princípio da proporcionalidade é essencial ao Estado Democrático de Direito, servindo como instrumento de tutela das liberdades
fundamentais, proibindo o excesso e vedando o arbítrio do Poder, enfim, atuando como verdadeiro parâmetro de aferição da
constitucionalidade material dos atos estatais.
Os atos administrativos se revestem de uma presunção relativa (juris tantum) de que são praticados legitimamente. Tal presunção é
relativa, podendo ser contrariada por prova em contrário.
Decorrente da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado, o Estado não tem o dever de provar todas as situações
fáticas descritas no ato, devendo o particular lesado, em muitos casos, comprovar a falsidade das disposições.
No que tange às presunção de legitimidade, trata-se de presunção jurídica: até prova em contrário, o ato foi editado em conformidade
com a lei e com o ordenamento jurídico configurando-se hipótese de presunção relativa, que pode ser elidida mediante comprovação
do interessado.
O princípio da continuidade dos serviços públicos está intimamente ligado, como o próprio nome sugere, à impossibilidade de
paralisação dos serviços públicos prestados à coletividade.
Traduz-se na ideia de prestação ininterrupta da atividade administrativa. Trata-se, portanto, de exigência no sentido de que a atividade
do Estado seja contínua, não podendo parar a prestação dos serviços, não comportando falhas ou interrupções já que muitas
necessidades da sociedade são inadiáveis.
a) O impedimento que determinados setores essenciais à coletividade (como o policiamento e o corpo de Bombeiros) exerçam o direito
de greve;
b) As situações em que as delegatárias de Serviço Público (concessionárias, permissionárias e autorizatárias) não podem simplesmente
suspender a execução de um determinado serviço, ainda que a Administração Pública contratante deixe de pagar o valor pactuado a
título de remuneração.
c) Os institutos da suplência, da substituição e da interinidade, que impedem que a prestação dos serviços deixe de ser prestada
quando da ausência do titular.
Situações de emergência
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A especialidade ou descentralização trata-se de princípio bem específico. Através dele, a Administração deve se especializar no
desempenho da função administrativa, objetivando, dessa forma, uma prestação de Serviço Público de maneira mais adequada e
eficiente.
Se baseia no princípio da indisponibilidade do interesse público e do dever de eficiência na execução da atividade administrativa,
inerente aos órgãos estatais, o que justifica a necessidade de descentralização dos serviços do Estado e da desconcentração de
atividades dentro da estrutura orgânica da Administração.
Princípio da Motivação
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO - O princípio da motivação exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de
direito de suas decisões. Ele está consagrado pela doutrina e pela jurisprudência, não havendo mais espaço para as velhas doutrinas
que discutiam se a sua obrigatoriedade alcançava só os atos vinculados ou só os atos discricionários, ou se estava presente em ambas
as categorias. A sua obrigatoriedade se justifica em qualquer tipo de ato, porque se trata de formalidade necessária para permitir o
controle de legalidade dos atos administrativos.
É dever imposto ao ente estatal indicar os pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática dos atos administrativos.
Dessa forma, a validade da atuação administrativa depende da apresentação formal dos fundamentos fáticos e jurídicos justificadores
da decisão adotada, assim como da correlação lógica entre esses motivos e a conduta deles decorrentes, demonstrando que a atividade
estatal se direciona à busca do interesse da coletividade.
De acordo com a doutrina, duas são as formas de expressão da motivação, sendo elas a motivação contextual e a motivação aliunde.
Teremos motivação contextual quando esta vem expressa no mesmo documento que edita o ato administrativo. Assim, o ato
administrativo de concessão de uma licença será contextual se indicar, no próprio documento, o fundamento da concessão.
Temos que ter cuidado, no entanto, para não confundirmos motivo e motivação. O motivo é a circunstância de fato e de direito que
autoriza a edição do ato administrativo. A motivação, por outro lado, é a expressão do motivo. No caso da licença, seria a transcrição
de que “Concede-se licença ao servidor X, na forma prevista no artigo Y da lei W”.
A motivação aliunde, por outro lado, é aquela que não consta no mesmo documento de edição do ato administrativo. Como vimos
da análise da Lei 9.784, artigo 50, § 1º,
A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores
pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
Princípio da Sindicabilidade
A sindicabilidade configura a possibilidade de qualquer lesão ou ameaça de lesão ser levada ao controle do Poder Público, tanto pela
administração que editou o ato quanto pelo Poder Judiciário.
Está umbilicalmente ligada à legalidade, de forma que o Poder Público pode efetuar o controle sobre as lesões ou ameaças de lesões
tanto por meio da autotutela (atuação de ofício da Administração) quanto por meio do Poder Judiciário (desde que provocado).
Princípio da Responsividade
De acordo com o professor Diogo de Figueiredo, tal princípio importa em uma conduta transparente por parte dos administradores
públicos, de forma a ser um verdadeiro dever para tais administradores a prestação de contas à sociedade. Vejamos a definição do
mencionado autor para o princípio da responsividade:
No Estado de Direito impera o princípio da responsabilidade, que vem a ser, no caso, o tradicional dever de observância
da legalidade pelo administrador público, respondendo política, administrativa, penal e civilmente pelos seus atos.
No Estado Democrático de Direito se inova o princípio da responsividade, introduzindo um novo dever substantivo, em
razão do qual o administrador público também fica obrigado a prestar contas à sociedade pela legitimidade de seus atos.
A responsividade consiste, portanto, em apertada síntese, na obrigação de o administrador público responder pela
violação da legitimidade, ou seja, pela postergação ou deformação administrativa da vontade geral, que foi regulamente
expressa, explícita ou implicitamente, na ordem jurídica.
Dessa forma, além de ser respeitado o princípio da legalidade (haja vista que estamos em um Estado Democrático de Direito), cumpre
aos gestores públicos a responsividade (prestação de contas da sua gestão para com o povo, verdadeiro titular do múnus público).
Trata-se, nos dias de hoje, de importante garantia para a sociedade, que pode fiscalizar os administradores e denunciar eventuais
condutas ímprobas e desonestas.
Princípio da Sancionabilidade
Por meio da Sancionabilidade, o Direito Administrativo, em todas as suas atuações, incentiva determinadas condutas por meio de
sanções premiais (benefícios) e desencoraja outras condutas por meio das sanções aflitivas (Punições).
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Como exemplo de sanção premial, temos o incentivo da administração para que os contribuintes paguem determinados tributos em
dia, obtendo assim um desconto sobre o valor total devido. Como exemplo de sanção aflitiva, podemos citar a aplicação de multas
para os administrados que não cumprirem com as normas previstas no CTB (código de trânsito brasileiro).
Princípio da Subsidiariedade
As atividades essenciais à coletividade ficariam sob a responsabilidade do Estado, uma vez que sua delegação poderia por em risco o
bem-estar social e a segurança jurídica da coletividade.
Em sentido oposto, todas as demais atividades seriam prestadas por particulares, cabendo ao Estado apenas a fiscalização de sua
realização. Por isso mesmo, costuma-se afirmar que, de acordo com o princípio da subsidiariedade, o Estado possui caráter supletivo
na realização das tarefas que não sejam essenciais.
Com isso, ambas as partes saem ganhando. O Estado (que enxuga a máquina pública e concentra seu corpo funcional para as
atividades de maior importância coletiva), e a população (que passa a ter um serviço prestado por particulares especialistas naquela
atividade).
De acordo com o princípio da intranscendência subjetiva das sanções, não podem ser impostas sanções e restrições que: a) superem
a dimensão estritamente pessoal do infrator; b) atinjam pessoas que não tenham sido as causadoras do ato ilícito.
Com efeito, deve-se evitar a aplicação de penalidades à Administração Pública que possam dificultar a governabilidade do novo gestor
caso haja irregularidades decorrentes das gestões anteriores – desde que se demonstre que o novo administrador está tomando todas
as providências necessárias a sanar os prejuízos.
Basicamente, duas são as situações em que o princípio poderá ser aplicado, sendo elas:
a) Irregularidades praticadas na gestão anterior: Nesta situação, temos que imaginar que a gestão anterior de um Município,
por exemplo, praticou irregularidades que culminaram na inscrição do Município no cadastro de restrições. Posteriormente, a gestão
sucessora adotou medidas com a finalidade de reparar todos os danos que foram causados.
b) Irregularidades praticada por uma entidade do ente federativo: Nesta situação, uma entidade de um ente federativo comete
uma infração relacionada com outro ente. O principal exemplo desta situação são os convênios, que podem ser celebrados, por
exemplo, entre a União e uma autarquia estadual. Assim, se a autarquia deixar de cumprir alguma das medidas obrigacionais cabíveis,
não poderá a União, por exemplo, incluir o Estado (da qual a autarquia faz parte) nos cadastros restritivos.
1 – Administração Pública
Aparelhamento estatal que concretiza a vontade política do governo. Trata-se do conjunto de órgãos e entidades que integram a
estrutura administrativa do Estado, tendo como função realizar a vontade política governamental, sempre elaborada para a satisfação
do interesse público.
Expressão que indica o universo de órgãos e pessoas que desempenham a função administrativa. Neste conceito, estão incluídos todos
os órgãos integrantes das pessoas jurídicas políticas, aos quais recebem da lei o exercício de funções administrativas.
Exprime a ideia de atividade, tarefa, função. Trata-se da própria função administrativa. São atividades exercidas pelo Estado. Designa
a natureza da atividade exercida pelos referidos entes. A Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe,
predominantemente, ao Poder Executivo.
Em sentido material, objetivo e funcional, a administração é composta pelas atividades e funções que normalmente são classificadas
como administração pública. Por meio do critério material, devemos nos perguntar quais as atividades que são consideradas
administração pública em nosso país.
Ainda que a resposta varie muito de autor para autor, as atividades que usualmente são reconhecidas como administração pública
são:
Serviços Públicos – atividade direcionada a proporcionar utilidades ou comodidades para os administrados, para
satisfação de suas necessidades
Poder de Polícia – atividade que contém ou restringe o exercício das liberdades, adequando-se ao interesse público
Fomento – atividade administrativa de estímulo à iniciativa privada de utilidade pública, que desenvolve atividades
de interesse coletivo
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Intervenção – atuação da Administração no domínio econômico, seja de forma direta (através de suas empresas
estatais), seja de forma indireta, através de regulamentação e da fiscalização da atividade econômica
S ENTIDO AMPLO - A administração pública compreende, além da função administrativa, os órgãos de governo, que são aqueles que
exercem funções políticas. Compreende a elaboração das políticas públicas e a respectiva execução
S ENTIDO E STRITO - compreende somente os órgãos e os agentes necessários à execução das políticas públicas, sem qualquer
referência àqueles que atuam na sua elaboração. Compreende apenas a execução das políticas públicas.
2 – Decreto-Lei n. 200/67
Para melhor funcionamento estatal, alguns serviços são prestados diretamente pelos entes federativos, sem que seja transferida a
execução a outrem, mas, em determinadas situações, as pessoas políticas transferem a prestação dos serviços a outros entes.
O Decreto-Lei n. 200/67, e todas as suas alterações supervenientes, são os responsáveis pela divisão da Administração Pública em
direta e indireta. Tal diploma define as regras aplicáveis à União e estabelece normas gerais a serem respeitadas pelos outros entes
federativos.
O Decreto ainda define a possibilidade de prestação dos serviços diretamente pelos entes federativos, designada prestação direta ou
prestação centralizada do serviço. Estas entidades políticas, por sua vez, se denominam entes da ADMINISTRAÇÃO DIRETA OU ENTES
DA ADMINISTRAÇÃO CENTRALIZADA , e possuem CAPACIDADE POLÍTICA E ADMINISTRATIVA .
O texto do próprio decreto dispõe acerca da criação de pessoas especializadas e transferência a essas entidades da prestação dos
serviços. Esta transferência na prestação do serviço a outras pessoas jurídicas denomina-se DESCENTRALIZAÇÃO . Isso é feito porque
a transferência a pessoa especializada na prestação de determinado serviço garante uma maior eficiência na prestação da atividade
administrativa.
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3 - Administração Direta
As ENTIDADES POLÍTICAS nada mais são do que os entes federativos previstos na Constituição Federal. São eles a UNIÃO, OS E STADOS ,
O D ISTRITO F EDERAL E OS M UNICÍPIOS . Tais entes são predominantemente regidos pelo Direito Constitucional e detém uma parcela
do PODER POLÍTICO . Por isso mesmo, costuma-se dizer que tais entes são autônomos, organizando-se, cada um deles, para alcançar
as finalidades previstas na Constituição.
4 – Concentração x Desconcentração
C ONCENTRAÇÃO – Um único órgão desempenha todas as funções administrativas do ente político, sem nenhuma divisão em outros
órgãos menores.
D ESCONCENTRAÇÃO – Ao contrário, a pessoa política exerce a função administrativa por meio de vários órgãos, despersonalizados. Os
órgãos se dividem em outros órgãos de menor hierarquia. É resultante da criação de órgãos, que é uma distribuição interna de
competências, dentro de uma mesma pessoa jurídica.
5 – Centralização x Descentralização
C ENTRALIZAÇÃO : Quando a execução do serviço estiver sendo feita pela Administração direta do Estado, ou seja, utilizando-se do
conjunto orgânico estatal para atingir as demandas da sociedade. (ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.). Dessa forma, o
ente federativo será tanto o titular como o prestador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a execução da atividade.
D ESCENTRALIZAÇÃO : Quando estiver sendo feita por terceiros que não se confundem com a Administração direta do Estado. Esses
terceiros PODERÃO ESTAR DENTRO OU FORA da Administração Pública (são sujeitos de direito distinto e autônomo).
Assim, DESCENTRALIZAR É REPASSAR A EXECUÇÃO DE DAS ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS DE UMA PESSOA PARA OUTRA , NÃO HAVENDO
HIERARQUIA . Pode-se concluir que é a forma de atuação indireta do Estado por meio de sujeitos distintos da figura estatal.
CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
• Pode ou não exigir a edição de lei • Deve ser feita por meio de lei
• Pautada na hierarquia e na subordinação • Não há hierarquia ou subordinação, mas sim
mera vinculação
Espécies de descentralização
O UTORGA /S ERVIÇO/FUNCIONAL /L EGAL – Transferência de titularidade e da execução do serviço público. Conferida apenas
para pessoas jurídicas de direito público. É feita por meio de lei.
• Autarquias
• Fundações
• Empresas Públicas
• Sociedades de Economia Mista
D ELEGAÇÃO /C OLABORAÇÃO /N EGOCIAL – É feita para particulares, mediante a celebração de contratos a particulares ou aos entes da
Administração Indireta regidos pelo direito privado, que se tornam executoras do serviço, mantendo-se aa titularidade de tais
atividades nas mãos do ente delegante.
Contrato Concessão
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Permissão
T ERRITORIAL OU G EOGRÁFICA – Ocorre quando uma porção territorial do Estado separada geograficamente é reconhecida por lei
como pessoa jurídica de direito público, com capacidade administrativa, sendo considerada autarquia territorial, com capacidade
genérica de atividades administrativas. Não é admitida no Brasil
6 – Órgãos Públicos
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e
indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
Administração.
...
§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração
indireta;
Meros instrumentos de ação do Estado, não podendo ser sujeitos de direitos e obrigações. Não possui personalidade jurídica.
C ELSO A NTÔNIO BANDEIRA DE M ELLO – Os órgãos são unidades abstratas que sintetizam os vários círculos de atribuições do Estado
(...) os órgãos não passam de simples partições internas da pessoa cuja intimidade estrutural integram, isto é, não têm personalidade
jurídica.
H ELY L OPES M EIRELLES – Centros de competência instituídos para o desempenho das funções estatais, através de seus agentes, cuja
atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.
Teoria do Mandato Dispunha acerca do vínculo dos agentes públicos com o ente da
Administração, como um vínculo contratual. Contudo, a relação
do agente com o Estado não se reveste de natureza contratual,
mas sim legal
Teoria da Representação O agente público, por força de lei, atuaria como representante
do Poder Público, tal qual os curadores ou tutores de incapazes.
Contudo, não há duas vontades independentes
A criação e a extinção dos órgãos públicos ocorre por meio de lei, conforme se extrai da leitura conjugada dos arts. 48, XI, e
84, VI, a, da Constituição Federal, com alteração pela EC n.º 32/2001. Em regra, a iniciativa para o projeto de lei de criação dos
órgãos públicos é do Chefe do Executivo, na forma do art. 61, § 1.º, II da Constituição Federal.
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos
Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
[...]
II - disponham sobre:
[...]
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
Entretanto, em alguns casos, a iniciativa legislativa é atribuída, pelo texto constitucional, a outros agentes públicos, como ocorre, por
exemplo, em relação aos órgãos do Poder Judiciário (art. 96, II, c e d, da Constituição Federal) e do Ministério Público (127, § 2.º),
cuja iniciativa pertence aos representantes daquelas instituições.
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Trata-se do PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL aplicável às técnicas de organização administrativa (desconcentração para órgãos públicos
e descentralização para pessoas físicas ou jurídicas).
Exceção:
Hierarquia
Funcional
Estrutura
Funções
Âmbito de Atuação
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• Personalidade jurídica
• Patrimônio próprio
• Capacidade processual
→ É POSSÍVEL TER CAPACIDADE PROCESSUAL ATIVA APENAS PARA A DEFESA DAS SUAS PRERROGATIVAS INSTITUCIONAIS
7 – Administração Indireta
Art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação;
XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso
anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
Criada Autarquia
• Fundação
Autorizada • Empresa Pública
• Sociedade de Economia Mista
Para a criação de uma AUTARQUIA , é necessário apenas a edição de uma lei específica. Para as DEMAIS ENTIDADES , ao contrário, a
LEI ESPECÍFICA APENAS AUTORIZA A SUA CRIAÇÃO , sendo necessário, ainda, que o ente político promova a inscrição dos atos
respectivos no registro público competente. IMPORTANTE MENCIONAR QUE A LEI ESPECÍFICA EM QUESTÃO DEVE SER DE INICIATIVA DO
C HEFE DO PODER EXECUTIVO DO RESPECTIVO ENTE FEDERATIVO .
As AUTARQUIAS adquirem PERSONALIDADE JURÍDICA com a edição da lei específica. As demais entidades, com o REGISTRO PÚBLICO
de seus atos constitutivos
→ CUIDADO COM AS F UNDAÇÕES ! O STF já se posicionou no sentido de admitir que as fundações também possam ser criadas com
PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO , oportunidade em que seriam classificadas como uma espécie do gênero autarquia,
mais precisamente como AUTARQUIAS FUNDACIONAIS OU FUNDAÇÕES AUTÁRQUICAS .
→ S UBSIDIÁRIAS o STF já decidiu que basta a SIMPLES MENÇÃO , na lei que cria ou autoriza a criação da entidade, de autorização para
a criação da subsidiária.
→ PARTICIPAÇÃO NO CAPITAL DAS EMPRESAS PRIVADAS Não há possibilidade de autorização no mesmo diploma que cria as entidades.
As fundações públicas podem ser tanto de direito público quanto de direito privado. Para ambos os tipos de fundação, a regra da
necessidade de edição de uma lei complementar é aplicada. No entanto, não podemos confundir as fundações públicas de direito
privado com as fundações privadas. Estas, que não fazem parte da administração pública (sendo reguladas, por isso mesmo, pelo
Direito Civil), não necessitam da edição da mencionada norma.
Art. 1º ...
§2º ...
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
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Art. 1º Ao Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, órgão de controle externo, compete, nos termos da Constituição
Estadual e na forma estabelecida nesta Lei Complementar:
I - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos das unidades
administrativas dos Poderes do Estado e dos Municípios, e das respectivas entidades da administração indireta, inclusive
das fundações, empresas públicas e sociedades instituídas e/ou mantidas pelo Poder Público Estadual e Municipal, e as
contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário;
• Seus servidores respondem por atos de Improbidade Administrativa, estando regidos pelas disposições da Lei 8.429, de
1992.
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na organização do
Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social, nos termos
desta Lei.
...
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções e a integridade
do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e
indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
• Devem observar a Vedação à Acumulação de Cargos Públicos como a regra no âmbito do desempenho das funções
estatais, de forma que a acumulação apenas será possível nas hipóteses previstas no texto da Constituição Federal.
• Devem Observar Todos os Princípios Atribuídos à Administração Pública pela Constituição Federal, dentre os quais se
destacam, de acordo com o artigo 37, caput, os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
• Não Estão Subordinadas Hierarquicamente ao ente federativo que as criou ou autorizou, mas sim apenas vinculadas à
respectiva administração direta, que, por meio da tutela administrativa, verifica se as entidades estão realizando as atividades para
as quais foram instituídas.
→ Supervisão Ministerial
Art. 19. Todo e qualquer órgão da Administração Federal, direta ou indireta, está sujeito à supervisão do Ministro de
Estado competente, excetuados unicamente os órgãos mencionados no art. 32, que estão submetidos à supervisão direta
do Presidente da República.
R ECURSO HIERÁRQUICO P RÓPRIO → Recurso decorrente da hierarquia existente entre os agentes da mesma pessoa jurídica
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R ECURSO HIERÁRQUICO IMPRÓPRIO → Havendo ilegalidade ou Abuso de poder, será apresentado recuso para o Ministério Supervisor
(administração direta), desde que haja previsão legal expressa
7.1 – Autarquias
H ELY L OPES M EIRELLES → Pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente administrativa, criadas por lei específica, para
a realização de atividades, obras ou serviços descentralizados da entidade estatal que as criou. Funcionam e operam na forma
estabelecida na lei instituidora e nos termos do seu regulamento. As autarquias podem desempenhar atividades educacionais,
previdenciárias e quaisquer outras outorgadas pela entidade estatal matriz, mas sem subordinação hierárquica, sujeitas apenas ao
controle finalístico de sua administração e da conduta de seus dirigentes.
→ Criação x Extinção
As autarquias são criadas diretamente por lei específica, que obrigatoriamente deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo
do respectivo ente federativo.
É plenamente possível que sejam criadas autarquias no âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, oportunidade em que
a iniciativa para a lei destinada a sua criação deverá ser feita pelo respectivo Poder.
Princípio do paralelismo das formas → como as autarquias são criadas por intermédio de lei específica, apenas por meio de tal
forma legislativa é que as entidades em questão poderão ser extintas.
► Não se aplica quanto à nomeação e exoneração de dirigentes → Nomeação exige aprovação prévia do Poder Legislativo; Exoneração
não exige aprovação prévia do Poder Legislativo.
Critério Classificação
Federais
Estaduais
Quanto ao nível federativo
Distritais
Municipais
Fundacionais
Corporativas
Quanto ao Objeto Associativas
Territoriais
Administrativas
Comuns
Quanto à Natureza
Especiais
Autarquias fundacionais: são aquelas criadas mediante a afetação de um determinado patrimônio público e tendo uma finalidade
específica. São, basicamente, as fundações públicas de direito público, também conhecidas como fundações autárquicas ou autarquias
fundacionais.
Autarquias corporativas: são formadas pelos conselhos reguladores de determinadas profissões, como o CRM (Conselho Regional
de Medicina). Tais corporações são encarregadas de fiscalizar as respectivas categorias profissionais.
Exceção! → A OAB, ainda que se trate de um conselho profissional, não é classificada como autarquia corporativa, uma vez que, de
acordo com o entendimento do STF, trata-se de uma entidade sui generis, não tendo nenhuma relação com a administração pública.
Autarquias associativas: São os consórcios públicos regidos pelo direito público, ou seja, a reunião de entes federativos com
finalidades específicas. (lei n.11.107/05)
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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem
consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.
§ 1º O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.
Autarquias territoriais: classificação baseada na doutrina de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Segundo a autora, os territórios federais
(que, ainda que não existentes em nosso ordenamento jurídico, podem perfeitamente vir a serem criados) são uma espécie de
autarquia.
Autarquias administrativas ou de serviço: são as autarquias normais, que exercem atribuições tipicamente administrativas. Neste
caso, o critério utilizado para a classificação em autarquias administrativas é o residual, ou seja, todas as autarquias que não sejam
classificadas nas demais hipóteses serão classificadas como administrativas.
As Autarquias Comuns são aquelas que não apresentam maiores peculiaridades, qualificando-se, por isso mesmo, como ordinárias.
Por outro lado, as Autarquias Especiais são aquelas que possuem qualquer tipo de prerrogativa que as diferencia das demais. Não
existe uma lista taxativa dos poderes que podem ser concedidos às autarquias especiais, sendo que a característica principal é que
tais entidades possuem uma autonomia maior em relação às autarquias normais.
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e
obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
→ Agências Executivas
São autarquias ou fundações públicas que, por iniciativa da Administração Direta, recebem status de agência, e, por estarem sempre
ineficientes, celebram contrato de gestão como o Ministério supervisor. Ao celebrar o contrato de gestão, a autarquia comum ganha
status de agência executiva, adquirindo vantagens especiais (concessão de mais independência e mais orçamento), mas, em troca,
se compromete a cumprir um plano de reestruturação definido no próprio contrato de gestão para se tornar mais eficiente, o que
envolve reduzir custos e aperfeiçoar seus serviços.
Extinto o contrato de gestão, volta a ser autarquia comum, o que denota o fato de que a qualificação de agência executiva é temporária,
durando somente o prazo de duração do contrato celebrado com o Ministério supervisor.
(Lei n. 9649/98) Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha
cumprido os seguintes requisitos:
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República.
§ 2º O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as Agências Executivas, visando
assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o
cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão.
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→ Agências Reguladoras
São entidades encarregadas da fiscalização e do controle de determinadas atividades ou setores. Em nosso ordenamento, apenas duas
agências reguladoras têm sede constitucional, ou seja, encontram previsão nas disposições da Constituição Federal, sendo elas a ANP
(Agência Nacional do Petróleo) e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Tendo em vista necessitarem de uma maior autonomia para exercer as atividades de fiscalização e controle, as agências reguladoras
existentes em nosso ordenamento são instituídas sob a forma de autarquias em regime especial.
Objetiva aumentar a eficiência e a produtividade das Objetiva conferir maior autonomia e poder às entidades
entidades
Não existe uma área específica em que elas atuam Atuam especificamente na área da regulação
São qualificadas por meio de decreto Não é uma qualificação, sendo que a própria lei que cria
a autarquia estabelece o nível de autonomia da entidade
7.2 – Fundações
Hely Lopes Meirelles → Patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito público ou privado, e
destinado, por lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem social, com capacidade de autoadministração e mediante controle
da Administração Pública, nos limites da lei.
As fundações públicas de direito público gozam das mesmas prerrogativas das autarquias (impenhorabilidade dos bens, pagamento
dos débitos via precatório, prazos processuais dilatados, etc).
Quanto às fundações públicas de direito privado, a doutrina entende que elas estão submetidas s um regime jurídico híbrido, sendo
regidas ora por um regime de direito público, ora pelo regime de direito privado.
Como forma de diferenciarmos as duas entidades (fundações públicas de direito público e de direito privado), podemos relacionar as
seguintes características privativas das entidades de direito privado:
a) Adquirem personalidade jurídica com a inscrição de seus atos no respectivo registro público. Assim, não basta a edição de uma lei
para a criação da entidade, devendo ocorrer, posteriormente à edição da lei autorizadora, o registro de seus atos constitutivos no
cartório de registro de pessoas jurídicas.
b) Não podem praticar atos em que estejam na condição de poder de império. Como são consideradas pessoas jurídicas de direito
privado, os atos de império (dentre os quais se destacam os relativos ao poder de polícia) não podem ser exercidos por tais espécies
de fundações, sendo exclusividade das pessoas jurídicas de direito público.
c) Seus bens não são bens públicos. Ainda que seus bens não sejam considerados bens públicos, quando tais bens estiverem afetados
à prestação de um serviço público essencial à coletividade, terão as mesmas características dos bens públicos, não podendo ser
alienados, usucapidos, onerados ou penhorados.
d) Não estão sujeitas ao regime constitucional dos precatórios. Por intermédio do regime dos precatórios, os débitos das entidades da
administração indireta dotadas de personalidade jurídica de direito público que forem apresentados até 1º de julho de um ano apenas
serão pagos até o término do exercício posterior. Com isso, objetiva-se dar segurança na gestão dos recursos públicos, evitando-se
que a realização de políticas públicas seja comprometida devido ao pagamento das dívidas apresentadas.
Com as fundações públicas de direito privado isso não ocorre, sendo que as citações para pagamento devem seguir o mesmo prazo
utilizado para as pessoas jurídicas em geral.
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e) Não podem ser sujeito ativo da relação tributária. Ser sujeito ativo da relação tributária implica na possibilidade de exigir o
pagamento das exigências tributárias. De acordo com o artigo 119 do Código Tributário Nacional, tal peculiaridade é exclusiva das
pessoas jurídicas de direito público:
Art. 119. Sujeito Ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir seu
cumprimento.
Ressalta-se que as FUNDAÇÕES PÚBLICAS são comumente chamadas de PATRIMÔNIO PÚBLICO DESCENTRALIZADO , ao passo que as
AUTARQUIAS , ainda de acordo com a doutrina, são intituladas como um SERVIÇO PÚBLICO DESCENTRALIZADO . Isso ocorre na medida
em que as fundações públicas gerem um patrimônio inicialmente doado por um instituidor, ao passo que as autarquias desempenham
um serviço público que, se não fosse por elas prestado, deveria ser assim feito pelo próprio Estado.
As empresas públicas e as sociedades de economia mista são a parte da administração indireta mais voltada para o direito privado,
sendo chamadas, por parte da doutrina, de EMPRESAS ESTATAIS .
Por empresas estatais devem-se considerar, inclusive, as empresas que, não tendo as características dessas, estão submetidas ao
controle do Estado, tais como as que foram adquiridas por outras estatais e que não se enquadram no conceito de empresa pública
ou de sociedade de economia mista, em razão da ausência de lei que autorize a sua criação.
É possível que uma empresa privada tenha suas ações adquiridas ou desapropriadas pelo Poder Público, que passa a ser seu
controlador. Com isso, a empresa passa a ser uma estatal, embora, para tanto, seja necessária prévia autorização legal.
A diferença entre elas é quanto à atividade que exercem: se ela for prestadora de serviço público, a atividade desempenhada, como
não poderia deixar de ser, é regida pelo direito público, de acordo com o artigo 175 da Constituição Federal:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre
através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Se ela for exploradora de atividade econômica, e como forma de evitar assim que o princípio da livre concorrência seja prejudicado,
tais atividades serão reguladas pelo direito privado, conforme disposição do artigo 173 da Constituição Federal:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só
será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários;
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas
minoritários;
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores
Como exemplo de empresas estatais exploradoras de atividade econômica temos a Caixa Econômica Federal (empresa pública) e o
Banco do Brasil (sociedade de economia mista). Como tais entidades disputam o mercado com as demais empresas privadas, e em
plena sintonia com o princípio da livre concorrência, devem ser regidas pelo direito privado.
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Como exemplo de empresas estatais prestadoras de serviços públicos temos os Correios (empresa pública) e a Sabesp (sociedade de
economia mista). Em ambas as entidades, nota-se que o objetivo primordial não é auferir lucros, mas sim prestar um serviço à
coletividade. Logo, nada mais natural do que tais entidades estarem regidas pelo direito público.
O Estado pode optar por autorizar a criação de uma empresa pública ou de uma sociedade de economia mista para a prestação de um
serviço público específico que não seja tipicamente estatal ou para a exploração de uma atividade econômica.
Apesar de as empresas estatais dependerem de autorização legal para sua criação, o STF entende que é desnecessária, via de regra,
lei específica para inclusão de sociedade de economia mista ou de empresa pública em programa de desestatização, sendo suficiente
a autorização genérica prevista em lei que veicule o programa de desestatização.
► Atenção! Com relação às empresas estatais cuja lei instituidora tenha previsto, expressamente, a necessidade de lei específica
para sua extinção ou privatização, é necessário que o administrador público observe a norma legal.
Quanto às empresas subsidiárias, o STF entende pela desnecessidade de autorização legislativa para sua alienação, por entender
que a lei que autoria a criação da empresa estatal matriz é suficiente para viabilizar a criação de empresas controladas e subsidiárias,
não havendo necessidade de autorização legal específica para essa finalidade.
→ Características comuns
Todas as empresas públicas e sociedade de economia mista, independentemente de serem prestadoras de serviço público ou
exploradoras de atividades econômicas, possuem as seguintes características:
a) D EVEM REALIZAR CONCURSO PÚBLICO PARA ADMISSÃO DE SEUS EMPREGADOS . Independente de estarmos diante de pessoas jurídicas
de direito privado, a admissão de pessoal, assim como ocorre com todas as entidades da administração indireta, deve ocorrer por
meio de concurso público, valorizando o princípio da impessoalidade e estando em sintonia com o artigo 37, II, da Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
b) NÃO ESTÃO ALCANÇADAS PELA EXIGÊNCIA DE OBEDECER AO TETO CONSTITUCIONAL . De acordo com a regra do “teto constitucional”
a remuneração de todos os agentes públicos da administração direta e das entidades da administração indireta que sejam subsidiadas
com recursos públicos não pode exceder à remuneração dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Em sentido oposto, as empresas
estatais que não recebam recursos públicos para o pagamento de pessoal e manutenção de suas atividades não são obrigadas a
obedecer à mencionada regra constitucional.
EP e SEM que não recebam subsídios públicos Não devem obediência à regra do teto constitucional
EP e SEM que recebam subsídios públicos Devem obediência à regra do teto constitucional
c) E STÃO SUJEITAS AO CONTROLE EFETUADO PELOS T RIBUNAIS DE C ONTAS , BEM COMO AO CONTROLE DO PODER L EGISLATIVO . Trata-
se de regra inerente a todas as entidades da administração indireta, uma vez que todas elas executam a gestão do patrimônio público,
que pertence à coletividade.
Assim, os administradores públicos devem prestar contas das suas gestões, permitindo que os órgãos de controle e a própria população
tenha conhecimento acerca da forma como os recursos estão sendo utilizados.
d) NÃO ESTÃO SUJEITAS A FALÊNCIA . No âmbito das relações privadas, uma empresa pode, em determinadas situações, solicitar a
recuperação judicial (ou a falência, no caso de empresário). Tais regras estão expressas na Lei 11.101, de 2005, que excluiu da lista
das pessoas que podem solicitar a utilização dos institutos as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
Logo, é correto afirmar que a falência, a recuperação judicial ou ainda a recuperação extrajudicial não podem ser solicitadas pelas
empresas públicas e pelas sociedades de economia mista.
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II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar,
sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras
entidades legalmente equiparadas às anteriores.
e) D EVEM OBEDECER AS NORMAS DE LICITAÇÃO E CONTRATO ADMINISTRATIVO NO QUE SE REFERE ÀS SUAS ATIVIDADES MEIO . As
atividades meio são aquelas de caráter administrativo, executadas internamente e com a finalidade de propiciar condições para que
seus agentes executem as suas atribuições. Em contrapartida, as atividades fins são aquelas que se relacionam com a própria essência
da entidade, ou seja, com o motivo que foi levado em conta quando da criação da empresa estatal.
No que se refere às atividades meio, todas as empresas públicas e as sociedades de economia mista devem realizar licitação e celebrar,
como consequência, um contrato administrativo. No que se refere às atividades fins, tais empresas não necessitam realizar tal
procedimento, uma vez que tal conduta seria uma afronta ao princípio da livre concorrência.
f) D EVEM OBEDECER A VEDAÇÃO À ACUMULAÇÃO DE CARGOS PREVISTA CONSTITUCIONALMENTE . Trata-se de mandamento constitucional
de observância obrigatória por todos os órgãos e entidades da administração pública, seja ela direta ou indireta, encontrando previsão
no artigo 37, XVI, da Constituição Federal.
g) N ÃO PODEM EXIGIR APROVAÇÃO PRÉVIA , POR PARTE DO PODER L EGISLATIVO, PARA NOMEAÇÃO OU EXONERAÇÃO DE SEUS DIRETORES .
Trata-se de característica que encontra fundamento na jurisprudência do STF, com a ressalva de que o entendimento não é o mesmo
do adotado para as autarquias.
No âmbito destas, não pode ser exigida a aprovação prévia do Poder Legislativo para a exoneração dos diretores, mas pode
perfeitamente ser exigida para a nomeação dos respectivos agentes. Em sentido oposto, quando estivermos diante das empresas
públicas ou das sociedades de economia mista, não poderá ser exigida a autorização prévia do Poder Legislativo tanto para nomeação
quanto para exoneração.
► Forma de Constituição
As empresa públicas podem se organizar adotando qualquer uma das formas admitidas em nosso ordenamento jurídico. Podem ainda,
caso seja necessário, serem criadas com a utilização de uma forma jurídica até então não utilizada para as demais empresas,
oportunidade em que teremos a adoção de uma forma “sui generis”, ou seja, sem precedentes anteriores.
As sociedades de economia mista, por outro lado, apenas podem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima (S/A).
Consequentemente, sempre serão registradas na junta comercial, possuindo caráter mercantil e sendo regidas pelas disposições da
Lei 6.404.
► Constituição do Capital
As empresas públicas possuem todo o seu capital formado por recursos públicos, que podem ser de apenas um ente público
(unipessoal) ou de mais de um ente público (pluripessoal).
As sociedades de economia mista, por sua vez, são constituídas obrigatoriamente com capital formado por recursos públicos e privados
(daí a existência da expressão “mista” de seus nomes). Ressalta-se, no entanto, que a maioria do capital social deverá,
necessariamente, ser constituído de recursos públicos, garantindo ao Poder Público, desta forma, o controle da sociedade.
Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 109, I, que as ações judiciais em que as empresas públicas federais forem
interessadas na qualidade de autoras, rés, assistentes ou opoentes (com exceção às ações de falência, às ações que envolvam
acidentes de trabalho, às ações da Justiça Eleitoral e da Justiça do Trabalho) serão processadas e julgadas por intermédio da Justiça
Federal.
Tal regra estabelece o foro privilegiado para julgamento das ações judiciais envolvendo empresas públicas federais.
No âmbito das sociedades de economia mista federais, tal regra não prevalece, de forma que as ações judiciais serão processadas e
julgadas por intermédio da Justiça Estadual. Ainda assim, ressalta-se que as ações envolvendo as sociedades de economia mista
poderão ser levadas à análise da Justiça Federal.
S ÚMULA 517 – STF: As sociedades de economia mista só tem foro na justiça federal, quando a união intervém como assistente ou
opoente.
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→ Atenção! Tais regras, salienta-se, estão previstas apenas para as situações em que as entidades envolvidas sejam da esfera
federal. As ações judiciais envolvendo empresas públicas ou sociedades de economia mista estaduais ou municipais serão processadas
e julgadas pela Justiça Estadual.
► Privilégios Fiscais
Art. 173, §2º, As empresa públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não
extensivos às do setor privado.
Tal regra, no entanto, não se aplica indistintamente a todas as empresas públicas e sociedades de economia mista, mas sim apenas
àquelas que exploram as atividades econômicas. Em outros termos, pode-se dizer que a utilização de benefícios e privilégios fiscais,
por parte das empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, poderá ocorrer ainda que tais
prerrogativas não sejam concedidas às entidades do setor privado.
Como as prestadoras de serviços públicos, no entanto, isso não ocorre, haja vista que tais entidades não estão sujeitas à concorrência,
uma vez que as suas atribuições estão limitadas à prestação de serviços públicos.
STF (RE 599628) → Os privilégios da Fazenda Pública são inextensíveis às sociedades de economia mista que executam atividades
em regime de concorrência ou que tenham como objetivo distribuir lucros aos seus acionistas.
Situação semelhante ocorre com as empresas estatais que exploram as atividades em caráter de monopólio. Como tais entidades não
disputam a concorrência com as demais empresas privadas, poderão gozar, assim como as prestadoras de serviços públicos, de
privilégios fiscais não extensíveis ao setor privado.
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QUESTÕES OBJETIVAS
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b) não se aplica às hipóteses de descentralização do serviço público, que pass a a ser de competência de pessoas jurídicas com
personalidade própria e distinta do Estado.
c) não se aplica às autarquias, porque integrantes da Administração pública indireta.
d) aplica-se às autarquias, pessoas jurídicas de direito público que integram a Administração pública indireta do Estado.
e) pode ser afastado por decisão discricionária do Administrador, desde que justificada, em razão dos princípios da eficiênci a
e economicidade.
8. 2015/IBFC/SAEB-BA/TÉCNICO DE REGISTRO DE COMÉRCIO ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA A
FONTE MENOS RELEVANTE PARA O DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO ENTRE AS ENUMERADAS ABAIXO.
a) Constituição Federal.
b) Lei ordinária.
c) Lei complementar.
d) Jurisprudência.
e) Costume.
9. 2023/IDECAN/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/GUARDA MUNICIPAL SABE-SE QUE O DIREITO
ADMINISTRATIVO É RAMO DO DIREITO PÚBLICO CORRELACIONADO COM A FUNÇÃO ADMINISTRATIVA ESTATAL,
POSSUINDO ALTO GRAU DE CIENTIFICIDADE. NO ENTANTO, AINDA QUE NÃO EXISTA UNANIMIDADE QUANTO AO
SEU CONCEITO, A DOUTRINA ADMINISTRATIVISTA COSTUMA TRATAR A JURISPRUDÊNCIA COMO:
a) Elemento do Direito Administrativo.
b) Fonte do Direito Administrativo.
c) Princípio do Direito Administrativo.
d) Atributo do Direito Administrativo.
10. 2023/IBEST/CRF-SC/ATENDENTE TÉCNICO ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA O MODELO DE
ESTRUTURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL BRASILEIRA ATUALMENTE ADOTADO PELO GOVERNO.
a) Modelo de administração pública centralizada, que se caracteriza por uma maior rigidez hierárquica e centralização das
decisões nas mãos do chefe do Poder Executivo.
b) Modelo de administração pública de parcerias, que busca a colaboração entre o Estado e a iniciativa privada, por meio de
contratos de gestão e outras formas de parceria.
c) Modelo de administração pública participativa, que se caracteriza pela participação direta dos cidadãos na gestão pública,
por meio de conselhos e outras formas de participação popular.
d) Modelo de administração pública descentralizada, que busca a delegação de competências para entidades da a dministração
pública indireta, tais como autarquias e fundações.
e) Modelo de administração pública por resultados, que se concentra na definição de objetivos e metas claras, e na avaliação
da eficiência e efetividade das políticas públicas implementadas.
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
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4. 2022/FCC/TRT – 22ª REGIÃO (PI)/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA LUCAS ERA RESPONSÁVEL PELA
GESTÃO DE UM CONTRATO ADMINISTRATIVO REFERENTE À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE LIMPEZA DE CARÁTER
CONTÍNUO EM UM ÓRGÃO PÚBLICO FEDERAL. AO REEXAMINAR O RESPECTIVO PROCESSO ADMINISTRATIVO, DEU-SE
CONTA DE QUE ELE PRÓPRIO HAVIA, DENTRO DE SUA COMPETÊNCIA LEGAL, APROVADO UMA APOSTILA DE
REAJUSTAMENTO DOS VALORES CONTRATUAIS COM ERRO NA FÓRMULA DE CÁLCULO, O QUE IRIA RESULTAR EM
PREJUÍZO PARA A EMPRESA PRESTADORA DO SERVIÇO.
DIANTE DE TAL SITUAÇÃO, LUCAS, NA QUALIDADE DE GESTOR, DEVERÁ
a) manter o ato como está, pois o princípio da supremacia do interesse público justifica a manutenção da vantagem obtida pela
Administração, sem contestação pela empresa contratada.
b) representar ao superior hierárquico, para que este anule o apostilamento do reajuste, em observância do princípio da hierarquia.
c) promover a anulação do referido ato administrativo, com base no princípio da autotutela.
d) revogar o ato administrativo em questão, com base no princípio da discricionariedade.
e) promover a cassação do referido ato administrativo, com base no princípio da boa-fé.
5. 2022/FCC/TRT – 23ª REGIÃO (MT)/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA O PRINCÍPIO PELO QUAL A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA FISCALIZA AS ATIVIDADES DOS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA, COM O
OBJETIVO DE GARANTIR A OBSERVÂNCIA DE SUAS FINALIDADES INSTITUCIONAIS, É CONHECIDO PELA DOUTRINA
COMO PRINCÍPIO DA
a) tutela.
b) eficiência.
c) hierarquia.
d) autotutela.
e) continuidade do serviço público.
6. 2022/CONSULPLAN/MPE-PA/ANALISTA JURÍDICO SOBRE OS PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO,
ASSINALE A AFIRMATIVA QUE NÃO ENCONTRA AMPARO NA DOUTRINA PÁTRIA.
a) A Constituição Federal traz os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, sendo estes os únicos
princípios aplicáveis à Administração Pública previstos na Lei Maior.
b) No Direto Administrativo brasileiro, alguns autores defendem que a Supremacia do Interesse Público sobre o interesse privado e a
Indisponibilidade do Interesse Público são considerados supraprincípios ou superprincípios.
c) Ofende tanto o princípio da Moralidade quanto o da Impessoalidade, a nomeação de parente, até o terceiro grau, da autoridade
nomeante, por usa influência, para exercício de cargo em comissão na Administração Pública.
d) A lei que regula o processo administrativo federal, define Razoabilidade e Proporcionalidade como a “adequação entre meios e fins,
vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público”.
7. 2021/CESPE/TJRJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO O PRINCÍPIO ADOTADO NO PROCESSO ADMINISTRATIVO COM A
FINALIDADE DE VEDAR A APLICAÇÃO RETROATIVA DE NOVA INTERPRETAÇÃO DE LEI NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA DENOMINA-SE PRINCÍPIO DA
a) eficiência.
b) segurança jurídica.
c) moralidade.
d) publicidade.
e) impessoalidade.
8. 2019/FCC/TJMA/TÉCNICO JUDICIÁRIO A NORMA DA LEI N° 8.666/93 QUE IMPÕE À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A OBRIGATORIEDADE DE PUBLICAÇÃO DO EXTRATO DOS CONTRATOS FIRMADOS PRIVILEGIA, SEM PREJUÍZO DE
OUTROS, O PRINCÍPIO DA
a) eficiência, que goza de força impositiva preferencial em relação aos demais princípios que regem a Administração pública.
b) moralidade, de obrigatória observância diante de previsão legal, ainda que não goze de status constitucional.
c) impessoalidade, pois a Administração pública deve disponibilizar a todos as informações referentes a seus atos, inclusive como
instrumento de controle externo.
d) legalidade, que goza de força impositiva preferencial em relação aos demais princípios que regem a Administração pública.
e) publicidade, configurando, inclusive, condição de eficácia para os negócios jurídicos firmados.
9. 2019/FGV/TJCE/TÉCNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INIBE A APLICAÇÃO DE
SEVERAS SANÇÕES A ENTIDADES FEDERATIVAS POR ATO DE GESTÃO ANTERIOR À ASSUNÇÃO DOS DEVERES PÚBLICOS
DO NOVO GESTOR, A FIM DE NÃO DIFICULTAR SUA GOVERNABILIDADE, CASO ESTEJA TOMANDO AS PROVIDÊNCIAS
NECESSÁRIAS PARA SANAR O PREJUÍZO CAUSADO PELA GESTÃO ANTERIOR.
DE ACORDO COM A DOUTRINA DE DIREITO ADMINISTRATIVO, TRATA-SE DA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DA:
a) impessoalidade diferida das sanções;
b) continuidade mitigada do gestor;
c) responsabilidade subsidiária do gestor;
d) intranscendência subjetiva das sanções;
e) segurança jurídica objetiva.
10. 2018/AOCP/TRF – 1ª REGIÃO (RJ)/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA ASSINALE A ALTERNATIVA
INCORRETA NO TOCANTE AOS PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
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a) A divulgação dos vencimentos brutos mensais dos servidores, como medida de transparência administrativa, harmoniza-se com o
princípio da publicidade, vedada a divulgação de outros dados pessoais, como CPF, RG e endereço residencial.
b) A nomeação de parente colateral, até o terceiro grau da autoridade nomeante, para o exercício de cargo em comissão na
Administração, é considerada ofensa à Constituição Federal, salvo para assunção de cargos de natureza política e desde que o nomeado
tenha condições técnicas de exercer o múnus público a ele transferido.
c) Deriva do princípio da impessoalidade a vedação constitucional de que constem nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades em publicidade de atos dos órgãos públicos.
d) O modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições a fim de se obterem
os melhores resultados, é a única vertente apresentada pelo princípio da eficiência.
e) O princípio da eficiência deve ser interpretado em conjunto com os demais princípios impostos à Administração, não podendo
sobrepor-se a nenhum deles, sob pena de afronta à segurança jurídica e ao próprio Estado de Direito.
11. 2023/CESPE/AGER-MATO GROSSO/TÉCNICO ADMINISTRATIVO NO QUE CONCERNE AOS PRINCÍPIOS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, ASSINALE A OPÇÃO CORRETA.
a) Pelo princípio da autotutela, é possível que a administração revogue seus atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, ou
os anule, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em tosos os casos, a apreciação
judicial.
b) A Constituição Federal de 1988 (CF) prevê expressamente o princípio da economicidade, com base no qual o administrador público
deve aplicar a despesa pública do modo mais econômico.
c) Para atender à exigência constitucional do princípio da publicidade, basta que o administrador garanta a publicização de seus atos.
d) O princípio da moralidade originou-se da Súmula Vinculante n.º 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), que trata da vedação ao
nepotismo.
e) Toda atividade administrativa deve ser autorizada por lei, conforme preceitua o princípio da legalidade, expresso na Constituição
Federal de 1988 (CF).
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
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e) nas sociedades de economia mista existem acionistas públicos e privados, contudo, o Poder Público sempre deve deter o controle
acionário.
27. 2022/FGV/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO – SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO O prefeito do Município Alfa decidiu
promover uma ampla reestruturação da Administração pública indireta. Para tanto, decidiu que fosse elaborado um
estudo preliminar, de modo a delinear os contornos gerais de: (1) duas entidades com personalidade jurídica própria,
para a execução dos serviços públicos de limpeza urbana e de administração de cemitérios públicos; e (2) de órgãos
específicos, a serem criados no âmbito da Secretaria de Saúde e da Secretaria de Ordem Pública, de modo a aumentar a
especialização e, consequentemente, o nível de eficiência estatal. É correto afirmar que:
a) em (1) são mencionados exemplos de descentralização administrativa por especificação e em (2) de descentralização administrativa
por serviços;
b) em (1) são mencionados exemplos de desconcentração administrativa por especificação e em (2) de desconcentração administrativa
por serviços;
c) em (1) são mencionados exemplos de descentralização administrativa por serviços e em (2) de desconcentração administrativa;
d) em (1) são mencionados exemplos de desestatização por serviços e em (2) de descentralização administrativa por eficiência;
e) em (1) são mencionados exemplos de desestatização por serviços e em (2) de estatização por padrão de eficiência.
28. 2021/CESPE/TJRJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL, A ADMINISTRAÇÃO DIRETA
COMPREENDE OS SERVIÇOS INTEGRADOS NA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA
a) Presidência da República, dos ministérios, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de
economia mista.
b) Presidência da República e dos ministérios, apenas.
c) Presidência da República, dos ministérios e das autarquias, apenas.
d) Presidência da República, dos ministérios, das autarquias e das fundações públicas, apenas.
e) Presidência da República, dos ministérios, das autarquias, das fundações públicas e das empresas públicas, apenas.
29. 2020/AOCP/PREFEITURA DE BETIM-MG/ANALISTA JURÍDICO ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA NO QUE
CONCERNE ÀS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS) E ÀS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO
(OSCIP).
a) O contrato de parceria, elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade supervisora e a organização social, discriminará as
atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social.
b) Referente às OS, os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho de Administração devem ter mandato de quatro anos,
vedada a recondução.
c) É vedada ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as organizações sociais.
d) Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado, com ou sem
fins lucrativos, que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 02 (dois) anos, desde que os
respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos estabelecidos por lei.
e) É permitida a participação de servidores públicos na composição de conselho ou diretoria de Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público.
30. 2017/CESPE/TRF – 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA NO QUE DIZ RESPEITO A
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA, JULGUE O ITEM QUE SE SEGUE. ÓRGÃO PÚBLICO É ENTE DESPERSONALIZADO, RAZÃO
POR QUE LHE É DEFESO, EM QUALQUER HIPÓTESE, SER PARTE EM PROCESSO JUDICIAL, AINDA QUE A SUA ATUAÇÃO
SEJA INDISPENSÁVEL À DEFESA DE SUAS PRERROGATIVAS INSTITUCIONAIS.
Certo
Errado
31. 2022/FCC/TRT - 5ª REGIÃO(BA)/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA NO QUE CONCERNE À
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA DA UNIÃO, TEM-SE QUE
I. a criação de órgãos públicos é matéria de reserva da Administração, sendo, portanto, privativa do Chefe do Executivo, a quem cabe
dispor mediante decreto.
II. as autarquias são instituídas por lei, enquanto as empresas públicas e sociedades de economia mista devem contar com autorização
legislativa para sua criação.
III. a extinção de cargos públicos depende de lei, salvo em relação aos vagos, cuja extinção pode ser feita por decreto presidencial.
IV. o consórcio, quando constituído com personalidade de direito público, integra a Administração indireta dos entes da Federação
consorciados.
Está correto o afirmado, APENAS, em
a) II, III e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I e IV.
e) I e III.
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