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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A administração pública tem um propósito como fim: interesses públicos que se reconduzem a 2 ideias:
1. Porque tem na sua base um título jurídico do poder público que define quais são os interesses
públicos
2. Engloba a satisfação de necessidades coletivas – bem comum – interesse público
Observações:
- Há interesses públicos prosseguidos por entidades privadas. Exercício privado de funções publicas. Ex:
confessionários \ partidos políticos. Nem sempre o interesse publico é prosseguido por entidades publicas.
- Podem existir interesses privados prosseguidos por entidades privadas ou cooperativas a quem a ordem
jurídica reconhece interesse \ utilidade pública administrativa. Ex: Bombeiros voluntários \ misericórdias.
Qual a diferença entre a administração pública e privada? 5 critérios
Privada Pública
Fins/ Natureza Teleológica Próprio/ público/ altruísta Interesse público
Ordenamento jurídico Dto privado Dto administrativo
Princípios estruturantes Princípio de liberdade (lícito Princípio da competência (é
tudo aquilo que não é proibido) lícito aquilo que a norma permita
fazer)
Desvalores da regra (ação Nulidade Anulabilidade (nulidade é a
contrária à lei) exceção), pode sanar com o
decurso do tempo
Tribunais competentes Tribunais Comuns (STJ) Tribunais administrativos (STA)
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Nota: Podem existir flexibilidades na fronteira entre público e privado
1. Podem existir movimentos migratórios - há interesses que num momento podem ser públicos e
noutro privado (vice-versa). Ex: privatização ou reprivatização.
2. Razões da flexibilidade - opções políticas \ cunho ideológico (uma maioria parlamentar liberal tende
a privatizar, uma maior social tende a coletivizar); liberdade conformadora de legislador \ ideia da
reversibilidade das decisões de uma democracia critica (limites definidos pela constituição - nem
tudo pode ser privatizado nem tudo coletivizado)
Os últimos 200 anos “Tentativa de domesticar o direito administrativo para subordinar a administração (…)”
Fuga da administração para o direito privado - de modo a furtar às vinculações que tinha do direito
administrativo, com 2 notas:
1. Hoje a administração, quando aplica direito privado, está sujeita aos princípios da constituição,
designadamente aos do art 276 CRP e aos direitos fundamentais assim, como esta sujeira aos
princípios estruturantes do código do procedimento administrativo.
2. Há hoje um direito privado publicizado \ administrativizado - não é igual ao direito que os privados
aplicam, um direito que tem um plus - as vinculações à administração antiga. Hoje temos um direito
administrativo e um direito privado administrativo que regula a administração publica.
O direito administrativo é o direito tipo \ comum \ do agir da administração. Na ausência de norma a
administração deve aplicar o direito administrativo, só o pode não aplicar se existir uma norma que o
permita fazer - há uma reserva constitucional de direito administrativo.
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O que caracteriza a administração de direito administrativo:
1. O direito administrativo atribui poderes de autoridade à administração
2. Atribui posições jurídicas ao cidadão
3. Sujeita a administração á lei e ao controlo pelos tribunais
4. O direito administrativo português continua a atribuir um estatuto diferenciado ao órgão de todo o
executivo - o governo.
5. O direito administrativo português sofre 3 influencias - francesa, alemã e direito da União Europeia.
Vocabulário
Da administração
1. Interesse público: agir da administração
2. Vinculação: parâmetros, limite que a administração tem que respeitar
3. Responsabilidade: controlo, fiscalização e efeitos dos resultados
Interesse público
Identifica-se com o bem comum. Complexidade enquanto conceito determinado sobretudo com a sua
relação com a dimensão social de dignidade humana.
Prevalece sempre sobre os interesses individuais ou há interesses individuais que ligados a dignidade
da pessoa humana, são limite à relevância do interesse publico?
Tudo pelo interesse público nada contra o interesse público
Devo procurar harmonizar o interesse publico com os interesses dos cidadãos? Art 266º CRP
Há situações em que não sendo possível conciliar o interesse publico e os direitos dos cidadãos, os
direitos prevalecem. Exemplo: Na sequência do ataque às torres gémeas, é promulgada uma lei que
diz que se deve abater todos os aviões que demonstrem sinal de guerra.
Função: Fundamento, limite e o critério do agir da administração. Só pode decidir com base no interesse
público. Se prosseguir por interesses privados, é considerado corrupção.
Princípio da boa administração: prosseguir o interesse público da melhor maneira possível
Há várias dimensões
1. Dimensão temporal: entre o interesse público do presente e do futuro. A ponderação da designada
equidade inter geracional. Os aumentos estacionais da segurança social devem ter em conta ambas as
gerações; recursos naturais
2. Diferentes interesses públicos: o que o estado acha que é o interesse da coletividade vs o que as
regiões autónomas entendem. Pluralidade de interesses públicos conflituosos de base territorial; de
base associativa: ordem dos médicos contra a intervenção do Estado nessas mesmas ordens.
Vinculação
A administração tem que obedecer a normas, não goza do princípio da liberdade
A competência, o modo e a forma como se decide, o conteúdo e os fins das decisões e atuações,
estão limitados pela lei.
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Vinculação ao direito
A lei serve como fundamento, limite e critério da ação administrativa
A garantia que a administração está subordinada ao direito, está no controlo pelos tribunais porque estes
podem anular as decisões da administração. A administração tem o dever de executar as decisões dos
tribunais, o que significa que, pela execução das decisões dos tribunais pela administração, passa a principal
garantia do Estado de direito. Art 205º
4 realidades distintas
1. Não há apenas uma fonte geradora de normas, mas sim uma pluralidade normativa. Dificuldade: qual
é a norma que regula x matéria?
2. Ao lado das normas jurídicas há normas não jurídicas, éticas, técnico científicas, do trato social…
3. Há factos que podem ter relevância normativa, não apenas o costume, mas sim o precedente,
atribuindo relevância à factualidade para a resolução de casos idênticos
4. É possível juridificar a parâmetros não jurídicos. Ex: será que um programa de governo pode
produzir efeitos jurídicos?
Responsabilidade
Exigência de cidadania
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Consequência do princípio republicano quer do poder democrático quer de uma subordinação ao
direito
Responsabilidade com dimensão política: o Gov é responsável perante a Assembleia,
Contenciosa, patrimonial ou civil, criminal, disciplinar, financeira, internacional ou europeia
As normas administrativas podem ter uma leitura objetiva ou subjetiva
Subjetiva: leitura subjetiva da norma
Objetivo: a norma
Vocabulário
1. Relação: vínculo que estabelece contacto.um entre o particular e a administração
- Relações gerais de poder: todos estão sujeitas as normas aplicadas na ordem jurídica do estado
- Relação especial poder: alguém que está numa relação especial subordinação com a administração.
Valor acrescido de vinculações. Ex: os presos estão sujeitos a determinadas regras
- Vínculo jurídico concreto entre uma ou mais pessoas: simples ou complexas, poderes de autoridade ou
paridade entre as partes, relações jurídicas alicerçadas num contrato
- Relações de título, s/título, com título inválido
2. Pretensão: ato voluntário pelo qual alguém solicita algo da administração pública ou contra a
mesma
- Se a pretensão é dirigida à administração ou contra a mesma, significa que ela é formulada no
tribunal.
- Pretensão primária
- Tem direito de que o pedido seja apreciável, não que o pedido seja favorável
- Pode ter um propósito meramente objetivo/processual, ou substantivo/material: quando há um
direito subjetivo, tenho o direito de exigir uma decisão
- Há pretensões que podem ser apresentadas junto dos tribunais: à luz da separação de poderes, a
administração é a destinatária preferencial na satisfação do bem-estar. Só posso recorrer ao tribunal
(fiscalizadora) na recusa ou omissão da administração.
- Princípio do dispositivo: a administração não está dependente a decidir aquilo que os particulares
apresentam, tem iniciativa própria.
- Princípio do inquisitório: os tribunais estão dependentes nas suas decisões
- A decisão que o tribunal adote sobre uma pretensão de um particular contra a administração, o
tribunal pode fazer o caso julgado, em regra
- As decisões administrativas, são sujeitas a um princípio de revogabilidade
- As pretensões dos particulares junto dos tribunais materializam um direito fundamental, o direito à
tutela jurídica, o direito ao acesso à justiça
3. Garantia: modo de controlo da administração, controlo subjetivado
- Posições de prevalência que o particular tem para controlar e sancionar a atuação da administração
- Posso controlar a administração em nome do meu interesse particular por um ato ilegal ou
inconveniente ou a defesa da legalidade em geral de toda a coletividade
- Postura objetivista (geral) ou subjetivista (individual)
2 questões
1. Denúncia: Nós particulares não temos o dever de denunciar ilegalidades, mas há certas pessoas,
que no exercício de funções publicas, que têm esse dever: funcionários públicos, tribunal…
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2. Não denúncia: ninguém pode ser chamado para prestar declarações e ser obrigado a falar. 5
emenda – direito ao silêncio, ninguém pode ser sancionado por exercer este direito, contudo este
silêncio pode ser avaliado
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4. Há hoje uma crise de representação parlamentar quer pelo sistema eleitoral que não permite
identificar os eleitos e transformaram se em quem se quer para primeiro ministro. O governo goza de
uma legitimidade superior ao parlamento.
5. Há uma transformação e desvalorização do papel do Estado
- O peso da união europeia no entendimento do Estado
- O peso da comunidade internacional
- O peso de certas entidades privadas a capturar o estado
Temos uma administração pública do inimigo, o controlo, todos são suspeitos de ser terroristas
Há uma administração sanitária, de vigilância, de prevalência e de cuidado com os perigos futuros,
também devido à internacionalização
A constituição é compromissória
Uma administração eletrónica e distante dos cidadãos
Sustentabilidade administrativa: a administração presente tem que ponderar os interesses inter
geracionais. O futuro condiciona a decisão presente
Revolução em risco de bancarrota permanente, aumento das taxas de juro com efeitos
administrativos: o facto de o dinheiro estar mais caro é tomada a decisão que não depende dos
estados membros, esses estados não podem decidir tomar uma posição interna diferente, esses
estados acatam com as consequências
Será que a constituição é flexível aos ventos internacionais ou da união europeia?
A importância do direito administrativo numa visão imperial, 99,9% no diário da república é dto
administrativo
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Há alguma flexibilidade das necessidades coletivas a cargo da administração, pode ter mais ou menos
esferas de intervenção, dependendo da conceção política: uma administração de um estado liberal é uma
administração mais reduzida e privatizada, uma administração mais socializante tem mais áreas de
administração - dependem da posição política maioritária.
Porém há limites:
1. Constituição, impede que tudo seja privatizado ou nacionalizado
2. Os meios financeiros, estes ditam as soluções
3. Envolve o poder administrativo: a Administração tem a seu cargo uma parcela da soberania do
Estado. Todavia, essa parcela tem 3 limites:
É uma fatia subordinada à Constituição
Conta com o princípio da prevalência da lei (subordinada à lei)
Conta com a prevalência das decisões judiciais (a última palavra é sempre dos tribunais)
Hoje, a soberania da administração é suavizada, quer pela obtenção de consenso quer pela cooperação, etc.
Normas de competência
As normas de competência são as primeiras normas do direito administrativo pois definem como, quem é
que a administração vai proceder a sua atividade. Que tipo de normas de competência existem em direito
administrativo?
(1) Normas que definem quem ter competência \ normas que traduzem o “quem”
Existem quatro situações distintas:
1. Normas que dizem respeito ao hemisfério publico por omissão ao hemisfério privado : fronteira que
separa a autoridade da liberdade, fronteira entre o poder do espaço dos direitos fundamentais dos
cidadãos. Aqui, se uma entidade publica viola o núcleo essencial do espaço da liberdade, a atuação
publica é NULA.
2. Normas de competência do hemisfério público que dizem respeito à divisão e separação de funções \
princípio da separação de poderes: permite diferenciar uma esfera do legislativo, uma da
administração e um dos tribunais ou poder judiciário. Se há uma violação da separação de poderes,
haverá USURPAÇÃO DE PODERES: inconstitucionalidade orgânica e, portanto, o ato será NULO.
3. Pluralidade de entidades publicas: (estado, autarquias locais, municípios, universidades publicas, etc)
se a entidade pública A invadir a esfera de atribuições da atividade publica B haverá
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA, o ato é NULO.
4. Interior de cada pessoa coletiva: as pessoas coletivas expressam a sua vontade através de órgãos e
então, cada órgão tem uma esfera de poderes\ competência, se o órgão A pratica um ato da
competência do órgão B da mesma entidade publica, o ato esta ferido de INCOMPETÊNCIA
RELATIVA, o ato será ANULÁVEL. - trata-se de um fenómeno Intra subjetivo pois está dentro da
mesma entidade.
(2) Normas que disciplinam o exercício da competência \ normas que traduzem o “como”
1. Normas que fixam os grandes princípios de competência:
Legalidade da competência - toda a competência resulta de uma norma.
O princípio de que a competência é irrenunciável, nenhum órgão pode renunciar a
competência.
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A competência é inalienável, não a posso trocar nem vender, esta também não se consome
nem se esgota por ser exercida.
A competência pode ser delimitada em razão da matéria, em função do território, em função
da hierarquia, em função do tempo
2. Normas que dizem respeito ao pressuposto ao exercício da competência ; há normas que determinam
o fim do exercício da competência e aqui, temos de ter presente que o fim é sempre vinculado, se o
faço contrariamente existe DESVIO DE PODER (sempre que o fim, principalmente determinante do
ato, não coincide com o fim para o qual a lei deu a competência) e o ato é INVÁLIDO.
3. Normas que dizem respeito aos limites materiais do exercício de poder
4. Normas que disciplinam o exercício podem fixar o caminho \ procedimento \ forma que devo dar ao
ato - a sua violação gera VÍCIO DE FORMA.
(3) Normas que regulam as duas anteriores \ normas sobre normas (ex: como se interpreta uma
norma de competência? Se tem lacunas como são integradas? Com normas sobre normas.)
Quais são os meios que a administração desenvolve a sua atividade?
Através de formas jurídicas ou não jurídicas
1. Jurídicas podem ser unilaterais ou bilaterais; podem definir em termos concretos e individuais ou em
termos normativos; pode definir aplicando direito publico ou aplicando direito privado.
2. Formas não jurídicas, pode através de formas não reais administrar a realidade; pode definir linhas
políticas (etc)
2. Administração no âmbito do seu substrato organizativo: pode ser arrumada quanto à sua base –
base territorial: pode ser central (quando age para todo o território) ou periférica (quando
opera em âmbito local). A administração periférica pode ser interna ou externa (embaixadas e
consulados).
base associativa: (ordem dos advogados)
base institucional (universidades públicas). Ainda pode ser uma administração para todo o
território nacional \ administração central ou para certas partes do território \ administração
periférica.
3. Administração no âmbito da sua atividade: pode ser burocrática e uma administração empresarial,
um militar ou civil, uma visível e uma invisível (serviços de espionagem).
4. Administração no âmbito do seu procedimento: poderá ser eletrónica ou em papel, unilateral ou
assente na colaboração dos particulares \bilateral.
5. Administração no âmbito dos efeitos por si produzidos: decide, uma que se limita a emitir
parecer, uma administração que previne os riscos ou regressiva, que vai atras das situações, poderá
ser nacional ou transnacional.
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POSIÇÕES JURÍDICAS DOS PARTICULARES PERANTE A ADMINISTRAÇÃO
1. Posições jurídicas ativas: situações de vantagem aos particulares
O direito subjetivo: Permissão de aproveitamento de um bem, conferida pela ordem jurídica.
A ordem jurídica confere ao titular, o poder de exigir uma decisão favorável. Se alguém tem
o poder jurídico de exigir uma conduta, então a administração tem o dever de decidir
favoravelmente. Se tem esse dever, é uma obrigação que resulta de lei; vinculada a decidir
favoravelmente. O direito subjetivo confere aos particulares, aquilo que para a administração
traduz se num poder vinculante.
Há alguns com dignidade constitucional: direitos fundamentais – direito de habitação vs
propriedade privada
O interesse legalmente protegido: Posições subjetivas favoráveis que não são direitos
subjetivos. Não obriga a uma decisão favorável. Confere à administração o poder
discricionário de apreciação, não está obrigada a satisfazer a pretensão do particular; pode
decidir.
- Interesse opositivos: obstar, impedir e paralisar referente a uma anterior decisão ou
projeto por parte da administração
- Interesses pretencivos: Quero uma decisão de conteúdo afirmativo por parte da
administração – direito a formular o pedido
Ex de ambos: a lei permite aos grupos teatrais que possam (ou não) beneficiar de subsídio até
2000 euros (interesse legalmente protegido) ou os grupos teatrais têm um subsídio até 2000
euros (direito subjetivo)
Duplo poder discricionário: dar ou não o subsídio, montante desse mesmo subsídio
Poder vinculado: ter que dar o subsídio, poder pedir a revisão do exame (direito subjetivo),
ter melhor nota (interesse legalmente protegido)
Procedimento concursal: satisfazer os candidatos através de critérios
Liberal
4. Administração liberal Séc. 19: separação de poderes, supremacia da lei, igualdade de todos perante
a lei, tutela dos direitos fundamentais e abstencionismo do Estado
Pós Liberal
5. Administração do estado intervencionista, neoliberais pós Séc. 19: prestação de bens e serviços,
faz do estado o estado administrador, tem elevados custos financeiros
Concessões
1. Relação entre a administração e a política
- Concessão tradicional: a administração é executora do poder legislativo, da vontade política do
legislador. Mito liberal: supremacia do poder legislativo, Locke e Rosseau, mito que executar a lei é
executar a vontade geral. Função executiva da lei sem espaço próprio.
- Concessão alternativa: que diz que a administração é independente do legislativo, não é sempre
executiva.
Vem defender que o órgão de topo da administração, na monarquia constitucional o rei, nos sistemas
parlamentares o governo, o PR nos sistemas presidenciais
O veto significa que a vontade do legislador só se pode na lei com a intervenção do chefe de estado.
Se o veto for absoluto, então significa que a lei só é lei com a conjugação em pé de igualdade do
legislador e do chefe de estado. Nos casos de o veto ser relativo, há que ver se é ultrapassado por 2/3,
maioria absoluta ou maioria simples
1. Poder
2. O princípio monárquico como alicerce do se. 19 do poder do Estado: carta const.
3. A constituição francesa
4. O art 199º/g CRP
Mito da neutralidade da AP- Pág. 36 sebenta Teresa Gonçalves
Relação entre legalidade e igualdade: quando há ilegalidade, há um direito de igualdade? A maioria dos
autores diz que só há direito da igualdade na legalidade
Cidadania administrativa: cada um de nós é cidadão e tem liberdade e igualdade, assim coo participação
junto da administração. Democracia administrativa
Cidadão: toos os nacionais, pessoas singulares e coletivas, estrangeiros, estruturas não personalidades
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2. Meios a atualizar devem ser idóneos para os fins que se pretendem alcançar, utilizado de
forma adequada - princípio da adequação, justifica que não podem ser usados meios para o
fim.
3. Princípio do custo benefício\princípio da proporcionalidade em sentido estrito - decisor
deve com mínimo de recursos alcançar o máximo de vantagens, não podemos extrair
benefícios cujos custos são superiores que me termos comparativos.
Princípio da justiça: A AP deve respeitar não só a justiça no caminho que leva à decisão,
como deve respeitar no conteúdo da decisão a própria justiça.
Princípio da imparcialidade: 2 vertentes
- Vertente negativa: deve existir neutralidade entre quem decide, os interesses da decisão e
os destinatários da decisão - regra de distância - o pai/marido não pode avaliar o filho/esposa.
- Vertente positiva: todos os interesses relevantes para a decisão têm de ser devidamente
ponderados - têm de ser chamados à decisão; a omissão ponderativa do interesse coloca em
causa a imparcialidade na vertente positiva
Princípio da boa fé:
- Na relação da AP com os particulares e vice-versa - bilateralização
- Pressupõe o respeito pelas promessas feitas
- Integra a boa-fé a proibição do abuso do direito
- Proíbem-se comportamentos contraditórios
- Especial preocupação da tutela da confiança e segurança jurídica - elementos de
relevância na boa-fé
2 consequência da vinculação:
1. Sempre que administração publica viola juridicidade o seu ato é invalido - pode ser impugnado junto
dos tribunais.
2. Aos tribunais cabe a última palavra na garantia da juridicidade (nome atual da legalidade)
Outros limites: prendem-se com os conhecimentos; condições próprias específicas; idade pode ser
um limite?
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- Princípio da liberdade de petição - todos podemos cumular pretensões junto da AP
- Princípio do arquivo aberto - podemos ter acesso à informação. Limites: segredo de estado; dados
pessoais (matéria de saúde); segredos de natureza comercial ou industrial
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Entidades públicas satélites de outras entidades públicas --> o Estado por vezes tem outras entidades
públicas que andam na órbita do próprio Estado (fenómeno de instrumentalização da criação de
pessoas jurídicas);
Pode haver desdobramento de personalidade, criando-se pessoas coletivas privadas
instrumentalizadas pelo Estado - o Estado, em vez de recorrer ao DA, recorre ao Direito Privado;
Fenómeno de entidades menores em cascata
2. Conflitualidade administrativa
- Hoje não há uma relação unívoca, direta, bilateral entre A e B (AP de um lado e um particular de
outro); muitas das decisões administrativas envolvem uma pluralidade de interesses públicos e
privados, de interesses e contra interesses - o que satisfaz A, não satisfaz B, mas pode satisfazer C e
ser contrariado por D
- Há que ponderar todos os interesses em presença - mas a decisão a favor de uns pode desagradar a
outros - dá origem a relações de conflitualidade administrativa que se pode passar entre entidades
privadas e públicas, entre entidades públicas (Universidades e Estado p. ex.) ou dentro das próprias
entidades públicas (3 exemplos: 1. tensões entre órgãos da AP - ex: conselho pedagógico e o diretor
de uma faculdade; 2. tensões dentro dos próprios órgãos colegiais; tensões de natureza laboral; 3.
conflitualidade entre particulares)
Especialização
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Administração pública que tem um poder técnico científico: áreas de especialização decisória em que os
tradicionais burocratas sejam substituídos pelos novos tecnocratas. Poder pericial, de uma administração que
prepara decisões com base nos técnicos
O juiz não se vai substituir ao técnico exceto no erro manifesto
Instrumentos
1. Reserva quanto à formulação das normas: proposta da lei do orçamento
2. Reserva da avaliação pelos próprios técnicos: professores da área
3. Privatização:
- O acesso a uma determinada atividade económica estava reservado ao setor público e passa a ter
acesso o setor privado
- Privatização da regulação
- Privatização quanto às normas organizativas: nem sempre as pessoas coletivas privadas estão no
setor privado
As empresas publicas podem ter 100 % do capital detido por entidades publicas, mas ser aberto ao
privado
Privatização dos critérios materiais de decisão administrativa: com que logica devemos decidir?
Privatização do controlo da administração
4. Informatização: administração em suporte de papel. Administração desmaterializada, democratização
do pc e tlm
Perigos: desumanização, desconfiança e insegurança
Princípio da paridade
Art 35 CRPº
A DIMENSÃO TERRITORIAL
Cada vez mais, a existência de uma administração independente do estado. Abrir fronteiras, deslocação das
pessoas
3 áreas de espaço administrativo
1. Zonas de administração exclusiva do estado
2. Zonas de administração comum
3. Zonas de administração exclusiva
A DIMENSÃO TEMPORAL
Princípio da mutabilidade da administração. Manifesta-se através das diversas mudanças que a forma de
administrar sofre ao longo do tempo, quer através de mudanças políticas, de alterações legislativas ou, ainda,
por obra da própria administração.
Até onde é que se pode ir, no tocante a estas mudanças? Relativamente ao futuro, pode-se dizer que ninguém
tem direito a decretar a imutabilidade do Direito administrativo, o que significa que a lei pode sempre ser
alterada. No entanto, todas as mudanças têm de ser feitas:
1. dentro do espírito do sistema;
2. obedecendo ao princípio da segurança jurídica e a um mínimo de previsibilidade pelos cidadãos.
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Esta mutabilidade justifica-se devido à alteração das circunstâncias sociais que, naturalmente, variam ao
longo do tempo, criando-se interesses inéditos, e extinguindo-se outros.
Há, portanto, que proceder a uma modificação do sistema administrativo de forma a satisfazer as novas
necessidades quer do interesse público, quer de interesses particulares/individuais – com ênfase no primeiro.
Por outro lado, compete definir quais são os limites à retroatividade do passado. São:
1. A intangibilidade do caso julgado, fora exceções (v.g., surgimento de uma pena, relativa ao mesmo
crime, inferior à aplicada; casos de “injustiça intolerável”, como quando o julgador comete um crime
no julgamento, etc.).
2. Proibição da retroatividade de atos que digam respeito a sacrifícios patrimoniais ou pessoais dos
destinatários.
3. Obrigatoriedade de serem introduzidas, nos novos atos, cláusulas de equidade que adaptem a sua
aplicação ao passado (i.e., normas de Direito transitório).
Refira-se, ainda, os casos onde a retroatividade é obrigatória:
1. Se a matéria sancionatória for mais favorável ao particular arguido.
2. Execução de uma norma retroativa ou de uma decisão judicial também retroativa.
3. Quando esteja em causa a interpretação de decisões anteriores, salvo se a lei determinar o contrário.
4. Quando se esteja perante a declaração de invalidade de um ato anterior (notando que a anulação e
nulidade podem sofrer limites na sua retroatividade, como é o caso de terem existido terceiros de boa
fé).
Projeção no tempo da conformação inválida. É seguido o Princípio da Eficácia Retroativa na Declaração do
Valor – v.g., se se deu um ato ilegal ou inconstitucional, este é destruído retroativamente. Exceções: (1)
decisões judiciais transitadas em julgado (exceto em matéria penal mais favorável); (2) decisões
administrativas individuais já consolidadas na ordem jurídica. Nos termos da lei: (a) segundo o art. 282.º/4,
CRP, o TC pode determinar que efeitos inconstitucionais ou ilegais se mantenham na ordem jurídica; (b) O
Código de Processo nos
Tribunais Administrativos (CPTA), no seu artigo 76.º/2 (e também o art. 144.º, CPA), indica que os juízes
podem modelar a retroatividade das decisões administrativas ilegais.
Além da retroatividade de atos inválidos, o tribunal pode também decidir estender para o futuro os efeitos da
norma inválida que sustentou esse ato: p. ex., a norma ilegal surge em janeiro, é declarada inválida em julho
e a sua aplicação estende-se até dezembro (v. esquema, infra).
Há quem pense que todos os tribunais, no âmbito da fiscalização difusa, podem aplicar o art. 282.º/4, CRP
relativamente à legalidade (incluindo os tribunais administrativos). Os tribunais passariam então a ter uma
modulação pretérita e uma modulação futura para os atos ilegais.
Têm os tribunais o poder para apreciar a justiça no caso concreto? Forma-se o princípio de que os tribunais
não podem desrespeitar as leis exceto em caso de inconstitucionalidade. Mas se os tribunais podem modelar
a aplicação das leis inválidas à justiça do caso concreto, será este princípio verdadeiramente respeitado?
(Questão aberta)
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- Reserva da lei: O parlamento pode disciplinar a organização administrativa, através da produção
legislativa.
- Ideia da legitimidade democrática.
- Ideia da racionalidade da Lei.
2. De qualquer forma, a administração sempre teve uma organização interna. O que há de particular no
século XIX é a ideia de personalidade jurídica aplicada ao Estado.
3. As vertentes do poder de organização administrativa passam pelas ideias de que há regras exteriores
à administração (na Constituição, em convenções internacionais, resultantes da lei, etc.), mas
também de que há um poder interno de organização administrativa (auto-organização), sendo este
visível entre pessoas coletivas, entre órgãos, dentro de pessoas coletivas e dentro de órgãos.
Aula
1. Estruturas subjetivas
2. Estruturas orgânicas
3. Entidades privadas da administração
ESTRUTURAS SUBJETIVAS
Pessoa coletiva de direito público: no âmbito da sua atividade, prosseguem fins primariamente públicos e
têm como base um título do poder público
- Critério da natureza, do interesse, da posição dos sujeitos…
1. Fins primariamente de natureza pública: podem existir fins que não sejam exclusivamente públicas
2. Título jurídico do poder público: estes definem os fins de uma entidade
- Constituição
- Lei
- Convenção internacional
- Regulamento
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- Ato administrativo
- Sentença judicial
Personalização de estruturas orgânicas: que sejam tratados como sujeitos. Ex: atuação do PR em matéria
administrativa
Implicações: em matéria de auto-organização interna, sede de responsabilidade civil, matéria de autonomia
de património, personalidade judicial
Ex: serviços da presidência da república compõe-se de um bibliotecário e de um auxiliar do presidente
3. Direção, administração ou do órgão de fiscalização é designada direta ou indiretamente por uma entidade
pública, ainda que a personalidade jurídica seja privada, é um organismo publico - quem exerce a influência
Os 3 critérios estão no art 9 do regime do setor empresarial publico ou no código dos contratos públicos art
2/1 e 2
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Tipo de entidades privadas têm o papel relevante na administração pública
1. Associações privadas de entidades públicas
2. De natureza lucrativa (sociedades do setor empresarial do estado, das RA, ou autárquico municipal ou
inter municipal)ou não
Entidades privadas em cascata: é possível desdobrar entidades privadas provenientes de entidades privadas
provenientes do estado
- pode criar a ideia de falsas entidades privadas por terem influência pública
- Falsas privatizações: por vincular o estado
A criação de entidades privadas por institutos públicos sofre hoje 3 exigências na lei quadro dos institutos
art 13
1. Previsão legal ou estatutaria
2. A imprescindibilidade para a persecução das suas atribuições: que não consegue sem que seja criada essa
entidade
3. Autorização prévia do ministro das finanças e da tutela do setor
4. A criação e a participação do estado em empresas públicas depende:- do ministro das finanças, parecer
prévio de natureza técnica, não crítica
Natureza destas entidades privadas criados por públicas: pública sobre forma jurídica privada. Prossegue
interesses públicos mas tem forma jurídica privada
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