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ADMINISTRATIVO
I Semestre 2.º Ano TARDE – UMA 2020
Docente: Frederico Batalha
Onde quer que exista e se manifeste com intensidade suficiente uma necessidade
colectiva, aí surgirá um serviço público destinado a satisfaze-la, em nome e no interesse
da colectividade.
Quanto aos meios, também diferem. Com efeito na Administração privada os meios,
jurídicos, que cada pessoa utiliza para actuar caracterizam-se pela igualdade entre as
partes: os particulares, são iguais entre si e, em regra, não podem impor uns aos outros a
sua própria vontade, salvo se isso decorrer de um acordo livremente celebrado. O
contracto é assim, o instrumento jurídico típico do mundo das relações privadas
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limitada nas sua possibilidades de actuação por restrições, encargos e deveres especiais,
de natureza jurídica, moral e financeira.
O objecto da Política, são as grandes opções que o país enfrenta ao traçar os rumos do
seu destino colectivo. A da Administração Pública, é a satisfação regular e contínua das
necessidades colectivas da segurança, cultura e bem-estar económico e social.
A Política reveste carácter livre e primário, apenas limitada em certas zonas pela
Constituição, ao passo que a Administração Pública tem carácter condicionado e
secundário, achando-se por definição subordinada às orientações da política e da
legislação. porque que a politica reveste um caracter primario?
b) Legislação e Administração:
De uma parte, podem citar-se casos de leis que materialmente contêm decisões de
carácter administrativo.
Estas duas actividades têm importantes traços comuns: ambas são secundárias,
executivas, subordinadas à lei: uma consiste em julgar, a outra em gerir.
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A Justiça visa aplicar o Direito aos casos concretos, a Administração Pública visa
prosseguir interesses gerais da colectividade. A Justiça aguarda passivamente que lhe
tragam os conflitos sobre que tem de pronunciar-se; a Administração Pública toma a
iniciativa de satisfazer as necessidades colectivas que lhe estão confiadas. A Justiça está
acima dos interesses, é desinteressada, não é parte nos conflitos que decide; a
Administração Pública defende e prossegue os interesses colectivos a seu cargo, é parte
interessada.
d) Conclusão:
A função Administrativa é aquela que, no respeito pelo quadro legal e sob a direcção
dos representantes da colectividade, desenvolve as actividades necessárias à satisfação
das necessidades colectivas.
OS SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
5. Generalidades
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a) Indeferenciação das funções administrativas e jurisdicional e, consequentemente,
inexistência de uma separação rigorosa entre os órgãos do poder executivo e do poder
judicial;
a) Separação dos poderes: o Rei fica impedido de resolver, por si ou por concelhos
formados por funcionários da sua confiança, questões de natureza contenciosa, por força
da lei da “Star Chamber”, e foi proibido de dar ordens aos juízes, transferi-los ou
demiti-los, mediante o “Act of Settelement”;
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8. Sistema administrativo de tipo francês ou de administração executiva
c) Centralização: com a Revolução Francesa, uma nova classe social e uma nova
elite chega ao poder;
Este sistema, nasceu em França, vigora hoje em quase todos os países continentais da
Europa Ocidental e em muitos dos novos Estados que acederam à independência no séc.
XX depois de terem sido colónias desses países europeus.
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9. Confronto entre os sistemas de tipo britânico e de tipo francês
10. Generalidades
A Administração Pública está subordinada à lei. E está também, por outro lado
subordinada à justiça, aos Tribunais. Isso coloca o problema de saber como se
relacionam estes conceitos de Administração Pública e directa.
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A Administração está subordinada ao Direito. É assim em todo o mundo democrático: a
Administração aparece vinculada pelo Direito, sujeita a normas jurídicas obrigatórias e
públicas, que têm como destinatários tanto os próprios órgãos e agentes da
Administração como os particulares, os cidadãos em geral. É o regime da legalidade
democrática.
Em primeiro lugar, resulta desse princípio que toda a actividade administrativa está
submetida ao princípio da submissão da Administração ao Direito decorre que toda a
actividade administrativa e não apenas uma parte dela deve subordinar-se à lei.
Em terceiro lugar, resulta ainda do mencionado princípio que a ordem jurídica deve
atribuir aos cidadãos garantias que lhes assegurem o cumprimento da lei pela
Administração Pública.
Não são pois, adequadas as soluções de Direito Privado, Civil, ou Comercial: têm de
aplicar-se soluções novas específicas, próprias da Administração Pública, isto é,
soluções de Direito Administrativo.
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Nos sistemas de Administração Executiva – tanto em França como em Portugal, Angola
incluída – nem todas as relações jurídicas estabelecidas entre a Administração e os
particulares são da competência dos Tribunais Administrativos:
Mesmo num sistema de tipo francês, não só nos aspectos mais relevantes da defesa da
liberdade e da propriedade a competência contenciosa pertence aos Tribunais Comuns,
mas também a fiscalização dos actos e actividades que a Administração pratica ou
desenvolve sob a égide do Direito Privado, não é entregue aos Tribunais
Administrativos.
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Se, enfim, se adoptar o critério dos poderes de autoridade, também o Direito
Administrativo é o Direito Público porque a actuação da administração surge investida
de poderes de autoridade.
As normas relacionais de Direito Administrativo não são apenas aquelas que regulam as
relações da administração com os particulares, mas mais importante, todas as normas
que regulam as relações da administração com outros sujeitos de Direito. Há na
verdade, três tipos de relações jurídicas reguladas pelo Direito Administrativo:
Não são normas de Direito Administrativo apenas aquelas que conferem poderes de
autoridade à administração; são também normas típicas de Direito Administrativo, nesta
categoria das normas relacionais. São caracteristicamente administrativas as seguintes
normas relacionais:
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– Normas que submetem a Administração a deveres, sujeições ou limitações
especiais, impostas por motivos de interesse público;
São actos de gestão privada, os que se compreendem numa actividade em que a pessoa
colectiva, despida do poder político, se encontra e actua numa posição de paridade com
os particulares a que os actos respeitem e, portanto, nas mesmas condições e no mesmo
regime em que poderia proceder um particular, com submissão às normas de Direito
Privado.
Em primeiro lugar, não é por ser estatutário que o Direito Administrativo é Direito
Público. Há normas de Direito Privado que são específicas da Administração Pública.
Portanto o facto de uma norma jurídica ser privativa da Administração Pública, ou de
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uma especial pessoa colectiva pública, não faz dela necessariamente uma norma de
Direito Público.
· O Direito Privado;
· O Direito Administrativo.
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Administrativo, noutras palavras ainda, é simultaneamente um meio de afirmação da
vontade do poder é um meio de protecção do cidadão contra o Estado.
a) Juventude:
b) Influência jurisprudencial:
Em primeiro lugar, convém ter presente que nenhuma regra legislativa vale apenas por
si própria. As normas jurídicas, as leis têm o sentido que os Tribunais lhe atribuem,
através da interpretação que elas fizerem.
c) Autonomia:
O Direito Administrativo é um ramo autónomo de Direito diferente dos demais pelo seu
objecto e pelo seu método, pelo espírito que domina as suas normas, pelos princípios
gerais que as enforcam.
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buscar ao Direito Privado. Não: havendo lacunas, o próprio sistema de Direito
Administrativo; se não houver casos análogos, haverá que aplicar os Princípios Gerais
de Direito Administrativo aplicáveis ao caso, deve recorrer-se à analogia e aos
Princípios Gerais de Direito Público, ou seja, aos outros ramos de Direito Público. O
que não se pode é sem mais ir buscar a solução do Direito Privado.
d) Codificação parcial:
Qualquer Código Administrativo, a existir, apenas abarca uma parcela limitada, embora
importante, do nosso Direito Administrativo.
São distintos pelo seu objecto, uma vez que enquanto o Direito Privado se ocupa das
relações estabelecidas entre particulares entre si na vida privada, o Direito
Administrativo ocupa-se da Administração Pública e das relações do Direito Público
que se travam entre ela e outros sujeitos de Direito, nomeadamente os particulares.
No plano da técnica jurídica, isto é, no campo dos conceitos, dos instrumentos técnicos
e da nomenclatura, o Direito Administrativo começou por ir buscar determinadas
noções de Direito Civil.
No plano dos princípios, o Direito Administrativo foi considerado pelos autores como
uma espécie de zona anexa ao Direito Civil, e subordinada a este: o Direito
Administrativo seria feito de excepção ao Direito Civil. Hoje sabe-se que o Direito
Administrativo é um corpo homogéneo de doutrina, de normas, de conceitos e de
princípios, que tem a sua autonomia própria e constitui um sistema, em igualdade de
condições com o Direito Civil.
No plano das soluções concretas, é hoje vulgar assistir-se à adopção pelo Direito
Administrativo a certas soluções inspiradas por critérios tradicionais de Direito Privado.
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O Direito Constitucional está na base e é o fundamento de todo o Direito Público de um
país, mas isso é ainda mais verdadeiro, se possível, em relação ao Direito
Administrativo, porque o Direito Administrativo é, em múltiplos aspectos, o
complemento, o desenvolvimento, a execução do Direito Constitucional: em grande
medida as normas de Direito Administrativo são corolários de normas de Direito
Constitucional.
Entre nós, a doutrina administrativa começou por ser, nos seus primórdios, importada de
França, através da tradução pura e simples de certas obras administrativas francesas.
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A partir de meados do séc. XIX, o nosso Direito Administrativo entrou numa fase
diferente, mais estável, mais racional e mais científica.
Primeiro grupo das disciplinas não jurídicas: e aí, temos a ciência da Administração, a
Ciência Política, a Ciência das Finanças e a História da Administração Pública.
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a) A reforma administrativa é, em primeiro lugar, um conjunto sistemático de
providências.
Do que antecede se conclui que não se afigura aceitável, perante as realidades peculiares
do nosso país, a substituição, que alguns preconizam, da expressão “reforma
administrativa” pela de “modernização da administração pública”: esta última não é
mais do que uma nova designação da tese da continuidade. Ora o que urge obter é uma
reforma.
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