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A partir de meados do séc. XIX, o nosso Direito Administrativo entrou numa fase
diferente, mais estável, mais racional e mais científica. A partir de 1914, entra-se numa
nova fase da ciência do Direito Administrativo português, que é a fase do apuro
científico, já influenciada pelos desenvolvimentos modernos de França, da Itália, e da
Alemanha. Nela se notabiliza, sobretudo, um mestre da universidade de Coimbra,
depois professor em Lisboa: João de Magalhães Collaço. Coube, porém, ao professor da
faculdade de Direito de Lisboa, Marcello Caetano, o mérito de, pela primeira vez em
Portugal, ter publicado um estudo completo da parte geral do Direito Administrativo.
Ciências Auxiliares
Há dois grupos de ciências auxiliares. Primeiro grupo das disciplinas não jurídicas: e aí,
temos a ciência da Administração, a Ciência Política, a Ciência das Finanças e a
História da Administração Pública.
OS SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
1. Generalidades
Por Sistema Administrativo entende-se um modo jurídico típico de organização,
funcionamento e controlo da Administração Pública. Existem três tipos de
sistemas administrativos: o sistema tradicional; o sistema tipo britânico (ou de
administração judiciária) e o sistema tipo francês (ou de administração
executiva).
Mesmo num sistema de tipo francês, não só nos aspectos mais relevantes da
defesa da liberdade e da propriedade a competência contenciosa pertence aos
Tribunais Comuns, mas também a fiscalização dos actos e actividades que a
Administração pratica ou desenvolve sob a égide do Direito Privado, não é
entregue aos Tribunais Administrativos. O fundamento actual da jurisdição
contencioso-administrativo é apenas o da convivência de especialização dos
Tribunais em função do Direito substantivo que são chamados a aplicar.
Não são normas de Direito Administrativo apenas aquelas que conferem poderes de
autoridade à administração; são também normas típicas de Direito Administrativo, nesta
categoria das normas relacionais.
São actos de gestão privada, os que se compreendem numa actividade em que a pessoa
colectiva, despida do poder político, se encontra e actua numa posição de paridade com
os particulares a que os actos respeitem e, portanto, nas mesmas condições e no mesmo
regime em que poderia proceder um particular, com submissão às normas de Direito
Privado. São actos de gestão pública, os que se compreendem no exercício de um
poder público, integrando eles mesmo a realização de uma função pública da pessoa
colectiva, independentemente de envolverem ou não o exercício de meios de coacção, e
independentemente ainda das regras, técnicas ou de outra natureza, que na prática dos
actos devam ser observadas. O Direito Administrativo regula apenas, e abrange
unicamente, a actividade de gestão pública da administração. À actividade de gestão
privada aplicar-se-á o Direito Privado – Direito Civil, Comercial, etc.