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C L AU D I O FA R E N Z E N A D I O VA N E F R A N C O TA L I N E S A L A M O TA NELSON
Advogado Ambiental Advogado Ambiental Advogada Ambiental Advog
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O termo de embargo ambiental é um instrumento utilizado
pelos órgãos ambientais para interromper atividades que
estejam causando danos ao meio ambiente, ou que estejam em
desacordo com as leis e normas ambientais. Trata-se de uma
medida administrativa que busca prevenir a continuidade dos
danos ambientais e regularizar a situação do empreendimento ou
atividade que estiver em desacordo com a legislação, conforme
previsto no artigo 108 do Decreto 6.514/08:
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Em qualquer dos casos, o embargo de área ou atividade é restrita aos locais
onde efetivamente a infração ambiental se caracterizou, não alcançando
as demais atividades realizadas em áreas não embargadas da propriedade
ou posse ou não correlacionadas com a infração.
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A aplicação do embargo ambiental é feita pelos órgãos ambientais responsáveis pela fiscalização, tais como o IBAMA,
ICMBio, Secretarias Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, entre outros. O embargo é aplicado por meio da emissão
de um termo próprio, que é um documento oficial que determina a suspensão imediata das atividades que estejam
causando ou possam causar danos ao meio ambiente.
O termo de embargo ambiental deve ser fundamentado em provas e evidências que comprovem a existência de danos
ambientais ou o descumprimento de normas e leis ambientais. Além disso, o documento deve conter informações sobre
as medidas que devem ser tomadas para regularizar a situação e as consequências em caso de descumprimento.
Entre as medidas que podem ser exigidas para a regularização da atividade embargada estão a elaboração e implementação
de um plano de recuperação ambiental, a obtenção de licenças ambientais, a adequação das instalações e equipamentos,
a realização de monitoramentos ambientais, entre outras.
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O embargo é aplicado na esfera administrativa, e seja embargo
acautelatório ou sancionatório, o autuado pode ingressar com
uma ação judicial anulatória de termo de embargo de área,
obra ou atividade. Isso porque, na maioria das vezes, aguardar o
julgamento do processo administrativo no caso de aplicação de
termo de embargo é muito prejudicial ao autuado, de modo que
seu levantamento é uma necessidade.
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2. Diferença entre Embargo Cautelar
e Embargo Sanção
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O embargo é uma das sanções que podem ser aplicadas pelas
autoridades ambientais por toda ação ou omissão que viole as
regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do
meio ambiente. Vale destacar que constatada a infração ambiental,
o agente autuante, no momento da fiscalização, também pode,
no uso do seu poder de polícia, aplicar o embargo como medida
administrativa acautelatória.
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A diferença é que o embargo aplicado como medida acautelatória é aplicado
pelo agente de fiscalização no ato da constatação da irregularidade e
tem como objetivo, prevenir a ocorrência de novas infrações, resguardar
a recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo
administrativo. . Já os embargos sancionatórios são aqueles que dependem
da confirmação do embargo acautelatório pela autoridade julgadora, após
o devido processo legal e ampla defesa.
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3. Consequências do Embargo
Ambiental
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O embargo ambiental pode ter diversas consequências para o
proprietário de uma área rural, tais como:
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• Prejuízos à imagem: O embargo pode afetar a imagem do proprietário da área
perante a sociedade e o mercado, pois demonstra que ele não está cumprindo
a legislação ambiental e pode ser visto como um agente que prejudica o meio
ambiente.
Além de tudo isso, a Resolução 140 do Banco Central - BCB, que dispõe sobre
a caracterização de empreendimentos com restrições de acesso ao crédito
rural devido a problemas sociais, ambientais e climáticos, expressamente
proíbe crédito à área rural embargada:
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8 - Para fins de cumprimento ao disposto no MCR 2-1-11-”c”, não será concedido crédito rural a empreendimento situado no Bioma
Amazônia:
a) localizado em imóvel em que exista embargo vigente decorrente de uso econômico de áreas desmatadas ilegalmente no imóvel,
conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama);
b) em operação de financiamento ao amparo do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), para proponente de crédito rural
que possua restrição vigente pela prática de desmatamento ilegal, conforme registros disponibilizados pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Ou seja, pelas regras Resolução 140 do Banco Central – BCB, que passou a valer a partir de 1º de outubro de 2021, é
vedado o acesso ao crédito rural à propriedade que possuir termo de embargo, mas se o embargo foi aplicado em área
que era consolidada, cabível sua suspensão através de ação declaratória de área consolidada e, portanto, concessão de
empréstimos financeiros.
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4. Consequências do
descumprimento do Embargo
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O descumprimento do embargo de obra ou atividade e suas
respectivas áreas configura nova infração prevista no artigo 79
do Decreto 6.514/08, passível de aplicação de multa ambiental
no valor que pode chegar a R$ 1.000.000,00. E, além disso, parte
da jurisprudência entende que o descumprimento do embargo
configura o crime de desobediência previsto no artigo 330 do
Código Penal.
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Ou seja, se a norma que prevê uma penalidade administrativa ou civil para
o caso de descumprimento não ressalvar a incidência paralela da sanção
penal concernente à desobediência, não incorre o agente no crime de
desobediência, conforme orientação deste Superior Tribunal de Justiça
(AgRg no AREsp 1.175.205/GO).
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5. Publicação de Embargo
de área é obrigatória
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Em muitos casos, somente o embargo ambiental de área desmatada
é lavrado, ou seja, trata-se de um ato administrativo isolado, e sua
publicação na lista nacional de áreas embargadas é obrigatória,
conf orme disposto no art. 4 da Lei 10.650, de 16 de abril de 2003,
bem como as disposições da Lei 12.527 de 2011. A publicação e
disponibilização da relação de termos de embargos é obrigatória
e não pode ser ignorada, sob pena de violação ao princípio da
legalidade, que implica subordinação completa as diretrizes e
procedimentos previstos em Lei e atos administrativos, seguir com
cumprimento das determinações contidas.
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Não se tratando de ato sigiloso, a não publicação dos embargos enquanto
ato administrativo pode acarretar a sua invalidação, na qual se desestrutura
por falta da eficácia e da moralidade, sendo estas primordiais para o
andamento da Administração Pública, ou seja, este é um dos motivos que
leva ao cancelamento do embargo de área desmatada.
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6. Embargo Ambiental não pode
ser usado para antecipar a pena
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Embora a medida cautelar de embargo de empreendimento ou de
atividades para fins de resguardar o meio ambiente seja possível, não
dependendo de prévio contraditório e podendo ser implementada
imediatamente diante da urgência, sem contraditório, muitos
embargos ambientais são totalmente ilegais, sobretudo diante da
ausência de motivação e contemporaneidade.
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O embargo ambiental enquanto medida acautelatória deve estar
devidamente justificada para atender a finalidade prevista na norma, qual
seja, impedir a continuidade do dano ambiental, propiciar a regeneração
do meio ambiente e dar viabilidade à recuperação da área degradada (art.
108 do Decreto 6.514/08). Entretanto, não pode ser utilizada como forma
de cumprimento antecipado de pena, e somente se justifica em casos
excepcionais nos quais se demonstre absolutamente necessária.
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Como medida de polícia, o embargo ambiental é destinado à satisfação de finalidades específicas a garantir o resultado
prático do processo administrativo, o que não se verifica, sobretudo, nos casos de situação estável, que perdura há anos.
Em casos assim, que o dano ambiental é pretérito, obviamente inexiste o perigo da demora a justificar a drástica imposição
de embargo acautelatório, se afigurando nestas hipóteses como verdadeira medida sancionatória, isto é, antecipação da
pena.
Se não houver correspondência entre as medidas de polícia e a finalidade para a qual foram criadas, alguns pressupostos
de validade do ato administrativo não estarão preenchidos, pois as medidas cautelares devem ser destinadas a promover
consequências no mundo fático. Isso, especificamente quanto ao Direito Administrativo Sancionador Ambiental, para
prevenir a ocorrência de novas infrações, resguardar a recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo
administrativo.
O embargo ambiental, enquanto medida cautelar, não pode ser imposto como forma de se antecipar a sanção, principalmente
quando lavrado como medida acessória ao auto de infração ambiental, haja vista a necessidade do contraditório e da
ampla defesa e dilação probatória para apurar o ilícito. Até porque, muitos embargos são impostos a partir de presunções
de ocorrências de dano, pretéritos, inclusive, e não servem para “prevenir a ocorrência de novas infrações, resguardar a
recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo administrativo”.
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Ainda que reconhecida a importância de proteção ambiental, não
se mostra razoável que ao administrado seja imposta uma situação
provisória e por tempo indeterminado, cautelarmente, que restringe
sua atividade ou empreendimento, muitas vezes aplicada de forma
genérica e padronizada, sem a devida motivação e fundamentação
que o ato administrativo exige.
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7. Prescrição do termo de
Embargo Ambiental
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O embargo ambiental de área, ainda que tenha natureza cível e
cautelar, é uma sanção administrativa que pode ser aplicada em
conjunto ou de forma autônoma com outras medidas, geralmente
com o auto de infração ambiental, e por ser decorrente do poder
de polícia está sujeito aos prazos prescricionais.
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É verdade que o art. 21, § 4º do Decreto 6.514/2008 dispõe que a prescrição da
pretensão punitiva da Administração não elide a obrigação de reparar o dano
ambiental. Contudo, a Lei 9.873/1999, que é a norma matriz sobre o tema,
não fez nenhuma ressalva no que diz respeito à prescrição para o exercício
do poder de polícia da Administração; portanto, o dispositivo regulamentar
supracitado tem apenas o escopo de reafirmar a imprescritibilidade das
obrigações de natureza civil, e não da administrativa.
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Portanto, não se olvida que o autuado eventualmente possa ser responsabilizado pela reparação civil do dano ambiental
que causou, vez que a responsabilidade, nesse caso, é objetiva, propter rem e imprescritível. Contudo, o mesmo não
ocorre com relação às sanções administrativas, todas sujeitas aos prazos extintivos, incluindo aí o termo de embargo.
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8. Levantamento de Embargo
por ação judicial
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O embargo é medida administrativa prevista em lei e pode ser
aplicada, sem prejuízo de multa ambiental ou outra sanção, quando
a atividade estiver sendo praticada em desacordo com as normas
ambientais. O embargo administrativo pode ser preventivo, total
ou parcial, e embora seja uma medida temporária, restringe ou
impede a liberdade econômica ao paralisar um empreendimento
ou atividade.
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Todavia, há casos nos quais é possível a suspensão do Termo de Embargo
através de ação judicial, além de retirar o nome do prejudicado da lista de
áreas embargadas, bem como o desembargo da área, até o final do processo
apuratório da infração ambiental.
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Isso porque, na maioria das vezes, aguardar o julgamento do processo administrativo no caso de aplicação de termo de
embargo é muito prejudicial ao autuado, de modo que seu levantamento é uma necessidade. Do mesmo modo, quando o
embargo é aplicado como medida sancionatória, ou seja, punição decorrente do julgamento do processo administrativo,
tal poderá perdurar por anos, até décadas, e novamente, a ação anulatória do termo de embargo é a medida cabível e
adequada.
Em alguns, alega-se ainda, a ilegal imposição e a manutenção do Termo de Embargo sem a observância do devido processo
legal, pois a dinâmica adotada pelo órgão ambiental na instrução dos processos administrativos é extremamente morosa.
Nesse caso, a duração do processo administrativo quando não é razoável, mas morosa, viola ao princípio constitucional
da celeridade processual previsto no art. 5º, inciso LXXVIII, da Constituição Federal, porque não pode o prejudicado pelo
embargo esperar o deslinde do processo administrativo sem poder utilizar a área embargada.
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De qualquer modo, a imposição de penalidade administrativa de
embargo ambiental, ainda que no exercício do legítimo poder de
polícia, deve respeitar os vetores da ampla defesa e do contraditório,
sob pena de incorrer em vício que a nulifica, por afronta ao artigo
5º, LV, da Constituição Federal.
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Na ação judicial para suspender, revogar ou anular um termo de
embargo, pode o autuado comprovar através de documentos a
inexistência de conduta infratora, a ausência de comprovação de sua
responsabilidade administrativa, a atipicidade da conduta, a demora
injustificada para julgamento do processo, a desproporcionalidade
da medida, que o embargo atingiu áreas não relacionadas com a
infração, enfim, vários são os argumentos podem ser utilizados
pelo advogado ambiental em busca da nulidade do embargo.
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9. Onde propor a ação para suspender
o termo de Embargo Ambiental
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Tanto o mandado de segurança como a ação cautelar, em especial
quando o órgão que aplicou o embargo é federal (IBAMA ou ICMBio),
podem ser propostos no domicílio da parte prejudicada. O § 2º do
art. 109 da Constituição Federal descreve que “as causas intentadas
contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que
deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda,
no Distrito Federal”.
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Em vários julgados, o Superior Tribunal de Justiça - STJ decidiu pela
possibilidade do ajuizamento da ação ocorrer no foro do domicílio do
impetrante, como homenagem à celeridade processual e ao amplo acesso
ao Poder Judiciário. Nesse ponto, constata-se que as causas intentadas
contra a União, inclusive para suspender embargo ambiental, podem ser
ajuizadas de acordo com a opção do autor, cabendo a ele escolher o foro
em que irá propor a demanda. Caberá, portanto, à parte escolher o foro em
que irá propor a demanda, podendo ajuizá-la no foro de seu domicílio, ainda
que este não coincida com o domicílio funcional da autoridade coatora ou
do réu.
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10. Pedido de tutela antecipada na
esfera administrativa para suspender
o Embargo
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Em casos de infração ambiental, o agente de fiscalização pode,
em conjunto com o auto de infração, aplicar a medida cautelar de
embargo da área ou atividade, cujo objetivo é prevenir a ocorrência
de novas infrações, resguardar a recuperação ambiental e garantir
o resultado prático do processo administrativo. O auto de infração
ambiental e o termo de embargo apenas instaura o processo
administrativo, no qual o autuado poderá apresentar sua defesa
com os fatos, fundamentos jurídicos e provas para demonstrar
a ilegalidade do termo de embargo da área desmatada e assim
requerer sua revogação.
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Além disso, também pode ser demonstrado que o embargo como imposto
viola a legislação, conquanto deve se restringir ao local da suposta infração,
e que não é possível aferir com a indicação das coordenadas geográficas
lançadas no termo de embargo a exata área embargada, o que viola o direito
ao contraditório e à ampla defesa.
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Muitos embargos são totalmente equivocados, porque são aplicados automaticamente pelo agente de fiscalização
como medida acessória do auto de infração ambiental, sem a correta interpretação da norma, seja pela ausência de
prova do dano, ausência de georrefenciamento do local ou até mesmo de alguma conduta imputável à parte autuada, e
principalmente porque não há continuidade de atividade poluidora ou degradadora.
Embora o autuado possa propor ação judicial visando a suspensão do embargo da área logo após a sua aplicação e
antes mesmo de apresentar defesa administrativa, o embargo de área acarreta muitos prejuízos ao autuado, sobretudo
porque o descumprimento do embargo gera novo auto de infração com multa ambiental que pode chegar ao valor de
R$ 1.000.000,00. Logo, seja na esfera administrativa ou judicial, o desembargo da área de forma antecipada ou liminar
pode ser fundamental, até porque, em muitos casos, a infração pode ter sido considerada ilegal pela ausência de licença
para realizar o desmate, ou seja, obtendo o licenciamento, a conduta seria legal e não configuraria infração.
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11. Revogação de termo de Embargo
de área queimada ou atingida por
fogo ou incêndio
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Corriqueiramente as áreas queimadas são embargadas pelos
órgãos e entidades de fiscalização ambiental. O fato é que o termo
de embargo é uma medida administrativa severa, que causam
prejuízos ao proprietário da área, tal como sua inserção na lista
pública de áreas embargadas, o que lhe impede de vender a
produção, bem como de obter incentivos financeiros.
Ocorre que, em sua maioria, o fogo não foi causado pelo proprietário
da área, mas sim, veio de áreas vizinhas. Nesses casos, pode ser
possível a revogação do termo de embargo da área queimada.
Sobre esta questão, é importante mencionar que no direito
administrativo ambiental a responsabilidade é subjetiva, de modo
que para que haja a aplicação de sanção deve ficar evidenciado
o nexo de causalidade entre a ação do proprietário e o resultado
danoso.
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Assim, através da produção de laudos de imagem de satélite, é possível
verificar a origem dos focos de calor e, ficando evidenciado que o fogo veio
de fora, é possível comprovar a ausência de responsabilidade ambiental do
proprietário da área, que não pode ter seu nome inscrito em lista pública
de áreas embargadas. É de se notar que configura verdadeira hipótese de
ilegitimidade se o acusado da área queimada objeto do termo de embargo
não foi o efetivo responsável pela conduta e não manter qualquer relação
direta com o uso do fogo, cuja autoria sequer foi comprovada.
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Some-se ainda que a atual legislação ambiental impede a autuação e embargo derivada de uso de fogo sem a efetiva
identificação do nexo de causalidade por ação ou omissão, conforme dita o art. 38, §3º, da Lei Federal 12.651/12:
Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações:
§ 3º Na apuração da responsabilidade pelo uso irregular do fogo em terras públicas ou particulares, a autoridade competente
para fiscalização e autuação deverá comprovar o nexo de causalidade entre a ação do proprietário ou qualquer preposto e o dano
efetivamente causado.
Em sede de termo de embargo, o simples juízo de probabilidade utilizado para imputar infração e a sucessiva sanção de
embargo não pode ser admitido e se faz essencial a perfeita indicação da autoria e identificação da relação de causalidade
com a infração para imputar o embargo. Desta forma, conforme a legislação aplicável, deve ser apurado o nexo de
causalidade e não se atribuir autoria apenas com fundamento objeto de ilação, porque a demonstração do nexo causal
de que o agente tenha empregado o fogo para sofrer um termo de embargo é necessário.
O uso do poder de polícia ambiental para impor embargo sem a comprovação de que o agente foi culpado pelo fogo ou
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Nos termos do art. 38, §§ 3º e 4º do Código Florestal está expresso
que cabe à autoridade comprovar o nexo causal entre alguma
ação do proprietário e o dano causado (o que exclui a própria
possibilidade de adotar, como infração administrativa, a conduta
de se beneficiar):
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Entretanto, deve colher todas as provas possíveis de autoria e materialidade,
bem como da extensão do dano, apoiando-se em documentos, fotos e dados
de localização, incluindo as coordenadas geográficas da área embargada,
que deverão constar do respectivo auto de infração para posterior
georreferenciamento.
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Na prática, muitas vezes, os agentes de fiscalização lavram autos de
infração e termos de embargo para áreas muito superiores às áreas
em que teriam ocorrido o suposto dano, hipótese em que impõe a
revogação do embargo ambiental. Vale destacar, pois, que a cessação
das penalidades de suspensão e embargo depende de decisão da
autoridade ambiental após a apresentação, por parte do autuado, de
documentação que regularize a área ou atividade embargada.
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E mais que isso, o descumprimento do termo de embargo gera a infração administrativa do artigo 79 do Decreto 6.514/08,
podendo ser aplicada nova multa ambiental de até R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), o que demanda a atuação de
um Advogado especializado em casos tais. A solução para revogar, excluir ou levantar termos de embargo ambiental,
ocorre, muitas vezes, através de ações judiciais ou até mesmo de defesa administrativa, em que é possível comprovar
a ausência de autoria do fogo, bem como de nexo de causalidade, ensejando a revogação do termo de embargo da área
queimada.
A restrição ao uso da área pelo particular, ainda que esteja substanciada na infração apurada pela autoridade fiscalizadora,
deve ser, em prazo razoável, referendada ou não pela autoridade julgadora, de modo que não se mantenha eventual decisão
de autoridade fiscalizadora que tenha se baseado, por exemplo, em premissa fática equivocada, tal como alegado pela
impetrante.
Nessa perspectiva, evidenciada a inobservância dos princípios da eficiência, da ampla defesa e da razoável duração do
processo administrativo pelo órgão ambiental não só pela demora na análise da defesa apresentada pela autuado como
também pela ausência de justa causa para a imposição de medida extremamente gravosa que pe o embargo de atividade,
tem-se possível seu levantamento, revogação ou exclusão. Vale lembrar que o termo de embargo deriva da lavratura de
auto de infração ambiental e, em sendo declarada a prescrição deste, todos os atos dele decorrentes também estão
prescritos.
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