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EBOOK

Tudo sobre termo de


Embargo Ambiental
Parte 1

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Conheça os Autores

Advogado especialista em Direito Ambiental pela


Universidade Federal do Paraná – UFPR, sócio-fundador
do escritório Farenzena & Franco Advocacia Ambiental,
dedicado exclusivamente em defender pessoas físicas e
jurídicas em processos administrativos, cíveis e criminais
ambientais.

C L AU D I O FA R E N Z E N A D I O VA N E F R A N C O TA L I N E S A L A M O TA NELSON
Advogado Ambiental Advogado Ambiental Advogada Ambiental Advog

Advogado com atuação exclusiva em Direito Ambiental


que deixou a carreira de servidor público na Justiça
Federal (TRF-1 e TRF-3) para se dedicar exclusivamente
à Advocacia Ambiental. É sócio-fundador do escritório
Farenzena & Franco Advocacia Ambiental e atua na
defesa de pessoas físicas e jurídicas em processos
administrativos, cíveis, execução fiscal de multa ambiental
e criminais ambientais.
ANA MARIA BOING BRENO JORGE FÉLIX ANA BÁRBARA FERREIRA CIBEL
Advogado Ambiental
C L AU D I O FA R E N Z E N A DIO VA N E F R A N C O T A LAdvogado
I N E S AAmbiental
L A M O TA N E L S Advogada
ON TON Ambiental
ON NETO EGerente
D S O NAdm
J
Advogado Ambiental Advogado Ambiental Advogada Ambiental Advogado Ambiental Adv
Sumário
1. O que é o Termo de Embargo Ambiental? 4
2. Diferença entre Embargo Cautelar e Embargo Sanção 9
3. Consequências do Embargo Ambiental 12
4. Consequências do descumprimento do Embargo 16
5. Publicação de Embargo de área é obrigatória 19
6. Embargo Ambiental não pode ser usado para antecipar a pena 22
7. Prescrição do termo de Embargo Ambiental 27
8. Levantamento de Embargo por ação judicial 31
9. Onde propor a ação para suspender o termo de Embargo Ambiental 37
10. Pedido de tutela antecipada na esfera administrativa para suspender o Embargo 40
11. Revogação de termo de Embargo de área queimada ou atingida por fogo ou incêndio 44
1. O que é o Termo de
Embargo Ambiental?

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O termo de embargo ambiental é um instrumento utilizado
pelos órgãos ambientais para interromper atividades que
estejam causando danos ao meio ambiente, ou que estejam em
desacordo com as leis e normas ambientais. Trata-se de uma
medida administrativa que busca prevenir a continuidade dos
danos ambientais e regularizar a situação do empreendimento ou
atividade que estiver em desacordo com a legislação, conforme
previsto no artigo 108 do Decreto 6.514/08:

Art. 108. O embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas


tem por objetivo impedir a continuidade do dano ambiental, propiciar
a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à recuperação da
área degradada, devendo restringir-se exclusivamente ao local onde
verificou-se a prática do ilícito.

O embargo pode ser aplicado como medida acautelatória no ato


da fiscalização, como também em situações em que já ocorreram
danos ambientais, mas ainda há possibilidade de interromper a
atividade para evitar a continuidade dos danos.

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Em qualquer dos casos, o embargo de área ou atividade é restrita aos locais
onde efetivamente a infração ambiental se caracterizou, não alcançando
as demais atividades realizadas em áreas não embargadas da propriedade
ou posse ou não correlacionadas com a infração.

No caso de áreas irregularmente desmatadas ou queimadas, o agente


de fiscalização pode embargar quaisquer atividades nelas localizadas
ou desenvolvidas, excetuando as atividades de subsistência. Neste caso,
porém, o agente de fiscalização deve colher todas as provas possíveis
de autoria e materialidade, bem como da extensão do dano, apoiando-se
em documentos, fotos e dados de localização, incluindo as coordenadas
geográficas da área embargada, que deverão constar do respectivo auto de
infração para posterior georreferenciamento.

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A aplicação do embargo ambiental é feita pelos órgãos ambientais responsáveis pela fiscalização, tais como o IBAMA,
ICMBio, Secretarias Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, entre outros. O embargo é aplicado por meio da emissão
de um termo próprio, que é um documento oficial que determina a suspensão imediata das atividades que estejam
causando ou possam causar danos ao meio ambiente.

O termo de embargo ambiental deve ser fundamentado em provas e evidências que comprovem a existência de danos
ambientais ou o descumprimento de normas e leis ambientais. Além disso, o documento deve conter informações sobre
as medidas que devem ser tomadas para regularizar a situação e as consequências em caso de descumprimento.

Entre as medidas que podem ser exigidas para a regularização da atividade embargada estão a elaboração e implementação
de um plano de recuperação ambiental, a obtenção de licenças ambientais, a adequação das instalações e equipamentos,
a realização de monitoramentos ambientais, entre outras.

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O embargo é aplicado na esfera administrativa, e seja embargo
acautelatório ou sancionatório, o autuado pode ingressar com
uma ação judicial anulatória de termo de embargo de área,
obra ou atividade. Isso porque, na maioria das vezes, aguardar o
julgamento do processo administrativo no caso de aplicação de
termo de embargo é muito prejudicial ao autuado, de modo que
seu levantamento é uma necessidade.

Do mesmo modo, quando o embargo é aplicado como medida


sancionatória, ou seja, punição decorrente do julgamento do
processo administrativo, poderá perdurar por anos, até décadas,
e novamente, a ação anulatória do termo de embargo é a medida
cabível e adequada

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2. Diferença entre Embargo Cautelar
e Embargo Sanção

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O embargo é uma das sanções que podem ser aplicadas pelas
autoridades ambientais por toda ação ou omissão que viole as
regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do
meio ambiente. Vale destacar que constatada a infração ambiental,
o agente autuante, no momento da fiscalização, também pode,
no uso do seu poder de polícia, aplicar o embargo como medida
administrativa acautelatória.

Apesar de a norma ambiental não fazer distinção, prevê dois tipos de


embargos, o acautelatório, aplicado como medida administrativa
cautelar; e, o sancionatório, aplicado quando do julgamento do
processo administrativo, o qual observa o devido processo legal.

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A diferença é que o embargo aplicado como medida acautelatória é aplicado
pelo agente de fiscalização no ato da constatação da irregularidade e
tem como objetivo, prevenir a ocorrência de novas infrações, resguardar
a recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo
administrativo. . Já os embargos sancionatórios são aqueles que dependem
da confirmação do embargo acautelatório pela autoridade julgadora, após
o devido processo legal e ampla defesa.

Ocorre que em muitos casos não há se falar em continuidade de atividade


degradadora e por vezes inexiste dano ambiental para imposição de
embargo, seja acautelatório ou sancionatório, porém, reverter esse quadro
na esfera administrativa, muitas vezes é extremamente difícil. A solução,
pois, é recorrer ao Poder Judiciário ajuizando uma ação para anular, revogar ou
suspender o termo de embargo, até porque, na maioria dos casos o autuado
não pode aguardar o fim do processo administrativo para desembargar sua
área, obra ou atividade, nem sofrer o embargo imposto como sanção ao
final do processo.

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3. Consequências do Embargo
Ambiental

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O embargo ambiental pode ter diversas consequências para o
proprietário de uma área rural, tais como:

• Restrição do uso da área: Com o embargo, é proibido o uso da área


embargada para qualquer atividade agropecuária. O embargo pode
impedir, por exemplo, a realização de cultivo, criação de animais ou
construção de edificações.

• Multas e sanções: Além do embargo, o proprietário pode ser multado e


receber outras sanções administrativas, como a suspensão de licenças
ambientais ou a apreensão de máquinas e equipamentos utilizados na
atividade irregular.

• Prejuízos financeiros: O embargo pode gerar prejuízos financeiros


significativos para o proprietário da área, pois a paralisação das
atividades pode acarretar a perda de safras, animais e outros produtos
que seriam produzidos naquele período. Além disso, a impossibilidade
de comercializar a produção pode afetar a renda do proprietário.

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• Prejuízos à imagem: O embargo pode afetar a imagem do proprietário da área
perante a sociedade e o mercado, pois demonstra que ele não está cumprindo
a legislação ambiental e pode ser visto como um agente que prejudica o meio
ambiente.

• Risco de perda da propriedade: Em casos extremos, o proprietário pode perder


a propriedade da área embargada, caso não cumpra as exigências estabelecidas
pelos órgãos ambientais e não regularize a situação.

Além de tudo isso, a Resolução 140 do Banco Central - BCB, que dispõe sobre
a caracterização de empreendimentos com restrições de acesso ao crédito
rural devido a problemas sociais, ambientais e climáticos, expressamente
proíbe crédito à área rural embargada:

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8 - Para fins de cumprimento ao disposto no MCR 2-1-11-”c”, não será concedido crédito rural a empreendimento situado no Bioma
Amazônia:

a) localizado em imóvel em que exista embargo vigente decorrente de uso econômico de áreas desmatadas ilegalmente no imóvel,
conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama);

b) em operação de financiamento ao amparo do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), para proponente de crédito rural
que possua restrição vigente pela prática de desmatamento ilegal, conforme registros disponibilizados pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Ou seja, pelas regras Resolução 140 do Banco Central – BCB, que passou a valer a partir de 1º de outubro de 2021, é
vedado o acesso ao crédito rural à propriedade que possuir termo de embargo, mas se o embargo foi aplicado em área
que era consolidada, cabível sua suspensão através de ação declaratória de área consolidada e, portanto, concessão de
empréstimos financeiros.

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4. Consequências do
descumprimento do Embargo

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O descumprimento do embargo de obra ou atividade e suas
respectivas áreas configura nova infração prevista no artigo 79
do Decreto 6.514/08, passível de aplicação de multa ambiental
no valor que pode chegar a R$ 1.000.000,00. E, além disso, parte
da jurisprudência entende que o descumprimento do embargo
configura o crime de desobediência previsto no artigo 330 do
Código Penal.

Em relação ao crime de desobediência previsto no art. 330 do CP,


a jurisprudência dos tribunais entende que essa infração penal
não se configura quando o descumprimento da ordem do agente
de fiscalização ambiental estiver sujeito a sanção administrativa,
sem qualquer ressalva da possibilidade de cumulação da pena
administrativa com sanção de natureza penal.

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Ou seja, se a norma que prevê uma penalidade administrativa ou civil para
o caso de descumprimento não ressalvar a incidência paralela da sanção
penal concernente à desobediência, não incorre o agente no crime de
desobediência, conforme orientação deste Superior Tribunal de Justiça
(AgRg no AREsp 1.175.205/GO).

Assim, em tais casos, entende-se que o legislador reputou suficientes para


o caso apenas sanções de natureza administrativa ou civil, inexistindo
desobediência enquanto tipo penal para o descumprimento de termo de
embargo ambiental. Em síntese, a sanção penal, em casos de descumprimento
de embargo, deve estar prevista na legislação que autoriza a sanção
administrativa ou civil. Caso contrário, não há que se falar em desobediência
por descumprir embargo ambiental.

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5. Publicação de Embargo
de área é obrigatória

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Em muitos casos, somente o embargo ambiental de área desmatada
é lavrado, ou seja, trata-se de um ato administrativo isolado, e sua
publicação na lista nacional de áreas embargadas é obrigatória,
conf orme disposto no art. 4 da Lei 10.650, de 16 de abril de 2003,
bem como as disposições da Lei 12.527 de 2011. A publicação e
disponibilização da relação de termos de embargos é obrigatória
e não pode ser ignorada, sob pena de violação ao princípio da
legalidade, que implica subordinação completa as diretrizes e
procedimentos previstos em Lei e atos administrativos, seguir com
cumprimento das determinações contidas.

O objetivo da publicidade é levar para terceiros o conhecimento do ato


ou atividades administrativas, uma atuação transparente perante
a sociedade. Os meios de divulgação são os grandes transmissores
dos atos administrativos através deles temos conhecimento de
todas ás atividades que permeiam a Administração Pública, a
ocultação da publicidade acarreta a perda dos seus efeitos.

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Não se tratando de ato sigiloso, a não publicação dos embargos enquanto
ato administrativo pode acarretar a sua invalidação, na qual se desestrutura
por falta da eficácia e da moralidade, sendo estas primordiais para o
andamento da Administração Pública, ou seja, este é um dos motivos que
leva ao cancelamento do embargo de área desmatada.

Existindo o vício na publicidade legal do termo de embargo não poderá


produzir seus efeitos, nem tão pouco se objeto para nova autuação,
considerando que é através desta publicação que começam a se iniciar os
efeitos externos do ato administrativo.

Com efeito, a inclusão do nome do autuado na lista de pública de poluidores,


não obstante tenha como finalidade precípua evitar o uso da área, provoca
efeitos mais amplos e negativos ao autor, já que este passa a ostentar
publicamente o atributo de infrator ambiental, o que acarreta graves
prejuízos a sua atividade econômica.

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6. Embargo Ambiental não pode
ser usado para antecipar a pena

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Embora a medida cautelar de embargo de empreendimento ou de
atividades para fins de resguardar o meio ambiente seja possível, não
dependendo de prévio contraditório e podendo ser implementada
imediatamente diante da urgência, sem contraditório, muitos
embargos ambientais são totalmente ilegais, sobretudo diante da
ausência de motivação e contemporaneidade.

Vale dizer, a medida cautelar de embargo da atividade somente


pode ser utilizada quando for estritamente necessária e justificada,
não podendo a autoridade fiscalizadora impor embargo ambiental,
utilizando-se de motivação genérica com o objetivo de impedir a
continuidade de um suposto dano ambiental e a continuidade de
processos produtivos em desacordo com a legislação ambiental,
se não demonstrar sua imprescindibilidade.

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O embargo ambiental enquanto medida acautelatória deve estar
devidamente justificada para atender a finalidade prevista na norma, qual
seja, impedir a continuidade do dano ambiental, propiciar a regeneração
do meio ambiente e dar viabilidade à recuperação da área degradada (art.
108 do Decreto 6.514/08). Entretanto, não pode ser utilizada como forma
de cumprimento antecipado de pena, e somente se justifica em casos
excepcionais nos quais se demonstre absolutamente necessária.

A falta de contemporaneidade do ilícito e a inocorrência de fatos novos tornam


a medida ilegal, por não atender ao requisito essencial da cautelaridade. Assim
embargo ambiental, enquanto medida cautelar ou acautelatória, não pode
assumir natureza de antecipação da pena, nem decorrer, automaticamente,
da natureza abstrata do ilícito ou do ato processual praticado. Além disso, o
ato que impõe a medida cautelar deve se apoiar em motivos e fundamentos
concretos, relativos a fatos novos ou contemporâneos, dos quais se possa
extrair a real necessidade do embargo ou dos riscos para os meios ou os
fins do processo.

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Como medida de polícia, o embargo ambiental é destinado à satisfação de finalidades específicas a garantir o resultado
prático do processo administrativo, o que não se verifica, sobretudo, nos casos de situação estável, que perdura há anos.
Em casos assim, que o dano ambiental é pretérito, obviamente inexiste o perigo da demora a justificar a drástica imposição
de embargo acautelatório, se afigurando nestas hipóteses como verdadeira medida sancionatória, isto é, antecipação da
pena.

Se não houver correspondência entre as medidas de polícia e a finalidade para a qual foram criadas, alguns pressupostos
de validade do ato administrativo não estarão preenchidos, pois as medidas cautelares devem ser destinadas a promover
consequências no mundo fático. Isso, especificamente quanto ao Direito Administrativo Sancionador Ambiental, para
prevenir a ocorrência de novas infrações, resguardar a recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo
administrativo.

O embargo ambiental, enquanto medida cautelar, não pode ser imposto como forma de se antecipar a sanção, principalmente
quando lavrado como medida acessória ao auto de infração ambiental, haja vista a necessidade do contraditório e da
ampla defesa e dilação probatória para apurar o ilícito. Até porque, muitos embargos são impostos a partir de presunções
de ocorrências de dano, pretéritos, inclusive, e não servem para “prevenir a ocorrência de novas infrações, resguardar a
recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo administrativo”.

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Ainda que reconhecida a importância de proteção ambiental, não
se mostra razoável que ao administrado seja imposta uma situação
provisória e por tempo indeterminado, cautelarmente, que restringe
sua atividade ou empreendimento, muitas vezes aplicada de forma
genérica e padronizada, sem a devida motivação e fundamentação
que o ato administrativo exige.

Portanto, se não há a continuidade do dano ambiental


(contemporaneidade), não há que se falar em embargo para
cessar a infração; se o dano é pretérito, o embargo não servirá para
garantir o resultado prático do processo administrativo, tão pouco
para propiciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à
recuperação da área degradada, porque se comprovado, dependerá
da execução de outras medidas, como elaboração e execução
de Projeto de Recuperação de Área Degradada – PRAD. Neste
último caso, aliás, o embargo pode ser mais prejudicial, sobretudo
quando imposto em áreas rurais, na medida em que permitirá o
crescimento de espécimes exóticas.

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7. Prescrição do termo de
Embargo Ambiental

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O embargo ambiental de área, ainda que tenha natureza cível e
cautelar, é uma sanção administrativa que pode ser aplicada em
conjunto ou de forma autônoma com outras medidas, geralmente
com o auto de infração ambiental, e por ser decorrente do poder
de polícia está sujeito aos prazos prescricionais.

Sob o ponto de vista do direito material, o embargo administrativo


não pode ser considerado imprescritível, porque, ainda que exerça
função cautelar, não deixa de ser uma medida decorrente do
exercício do poder de polícia administrativa, e, portanto, sujeita-
se ao regime jurídico de direito administrativo, inclusive no que diz
respeito à prescrição.

O embargo imposto no início do processo administrativo tem


natureza cautelar, e pode ou não ser confirmada e se convolar em
pena ao final do processo administrativo. Contudo, se o processo
for declarado prescrito, não é mais juridicamente possível
confirmar a medida cautelar de embargo como sanção, de onde
nenhuma medida punitiva pode exsurgir, posto que acobertado
pela prescrição.

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É verdade que o art. 21, § 4º do Decreto 6.514/2008 dispõe que a prescrição da
pretensão punitiva da Administração não elide a obrigação de reparar o dano
ambiental. Contudo, a Lei 9.873/1999, que é a norma matriz sobre o tema,
não fez nenhuma ressalva no que diz respeito à prescrição para o exercício
do poder de polícia da Administração; portanto, o dispositivo regulamentar
supracitado tem apenas o escopo de reafirmar a imprescritibilidade das
obrigações de natureza civil, e não da administrativa.

Ademais, não há que se cogitar em proteção insuficiente por se declarar


prescrito também um termo de embargo, porque a Administração ainda
dispõe das medidas cautelares civis, como a ação civil pública, caso deseje
obter o mesmo resultado prático do embargo administrativo. Nesse sentido,
o art. 4º da Lei 7.347/1985 prevê a possibilidade do ajuizamento de ação
cautelar preparatória da ação civil pública, com a finalidade de evitar o
dano ao meio ambiente.

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Portanto, não se olvida que o autuado eventualmente possa ser responsabilizado pela reparação civil do dano ambiental
que causou, vez que a responsabilidade, nesse caso, é objetiva, propter rem e imprescritível. Contudo, o mesmo não
ocorre com relação às sanções administrativas, todas sujeitas aos prazos extintivos, incluindo aí o termo de embargo.

Ficou com dúvida quanto Prescrição do termo de


Embargo Ambiental? Mande sua mensagem aqui

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8. Levantamento de Embargo
por ação judicial

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O embargo é medida administrativa prevista em lei e pode ser
aplicada, sem prejuízo de multa ambiental ou outra sanção, quando
a atividade estiver sendo praticada em desacordo com as normas
ambientais. O embargo administrativo pode ser preventivo, total
ou parcial, e embora seja uma medida temporária, restringe ou
impede a liberdade econômica ao paralisar um empreendimento
ou atividade.

Entretanto, apesar de o órgão ambiental estar autorizado a aplicar


embargo ambiental sem prévia manifestação do interessado,
tal deve atender aos requisitos legais (risco iminente) e cumprir
os procedimentos formais (motivadamente). Sendo assim, o
levantamento do termo de embargo depende de provas, cabendo
ao infrator sanar as irregularidades apontadas ou demonstrar o
total descabimento do embargo.

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Todavia, há casos nos quais é possível a suspensão do Termo de Embargo
através de ação judicial, além de retirar o nome do prejudicado da lista de
áreas embargadas, bem como o desembargo da área, até o final do processo
apuratório da infração ambiental.

Entre essas hipóteses destaca-se a ocorrência de prescrição intercorrente


e prescrição da pretensão punitiva do auto de infração ambiental ou do
processo administrativo, cujos efeitos também alcançam o termo de
embargo; casos em que a área embargada há muito era utilizada para
atividade agrícola, ou seja, é área consolidada para atividades agropastoris.
Importante aqui, juntar laudo técnico visando comprovar o uso continuado
de atividades produtivas na área; a ausência dos requisitos legais e a demora
excessiva do julgamento do respectivo processo administrativo que apura
a infração.

A demora excessiva e injustificada do Poder Público para a análise do


processo administrativo viola os princípios da eficiência, da moralidade e
da razoável duração do processo que a todos assegura o direito à celeridade
na tramitação dos procedimentos administrativos, a autorizar a suspensão
dos efeitos do termo de embargo até julgamento do processo.

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Isso porque, na maioria das vezes, aguardar o julgamento do processo administrativo no caso de aplicação de termo de
embargo é muito prejudicial ao autuado, de modo que seu levantamento é uma necessidade. Do mesmo modo, quando o
embargo é aplicado como medida sancionatória, ou seja, punição decorrente do julgamento do processo administrativo,
tal poderá perdurar por anos, até décadas, e novamente, a ação anulatória do termo de embargo é a medida cabível e
adequada.

Em alguns, alega-se ainda, a ilegal imposição e a manutenção do Termo de Embargo sem a observância do devido processo
legal, pois a dinâmica adotada pelo órgão ambiental na instrução dos processos administrativos é extremamente morosa.
Nesse caso, a duração do processo administrativo quando não é razoável, mas morosa, viola ao princípio constitucional
da celeridade processual previsto no art. 5º, inciso LXXVIII, da Constituição Federal, porque não pode o prejudicado pelo
embargo esperar o deslinde do processo administrativo sem poder utilizar a área embargada.

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De qualquer modo, a imposição de penalidade administrativa de
embargo ambiental, ainda que no exercício do legítimo poder de
polícia, deve respeitar os vetores da ampla defesa e do contraditório,
sob pena de incorrer em vício que a nulifica, por afronta ao artigo
5º, LV, da Constituição Federal.

De qualquer forma, há possibilidade de suspensão de embargo


ambiental para permitir a utilização de áreas embargadas até a solução
final do processo administrativo, que, eventualmente, poderá resultar
na aplicação da sanção de embargo, se for o caso. Frise-se, a ausência
de justa causa para a imposição de embargo ambiental é medida
extremamente gravosa que autoriza suspender seus efeitos até que o
processo administrativo no qual se apure a infração seja julgado.

Ainda está com dúvida? Entre em contato conosco

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Na ação judicial para suspender, revogar ou anular um termo de
embargo, pode o autuado comprovar através de documentos a
inexistência de conduta infratora, a ausência de comprovação de sua
responsabilidade administrativa, a atipicidade da conduta, a demora
injustificada para julgamento do processo, a desproporcionalidade
da medida, que o embargo atingiu áreas não relacionadas com a
infração, enfim, vários são os argumentos podem ser utilizados
pelo advogado ambiental em busca da nulidade do embargo.

Até porque, uma área embargada impossibilita o autuado de gozar e


usufruir da sua propriedade, obra ou exercer sua atividade enquanto
tramitar o processo administrativo, e tal paralisação pode colocar
em risco o seu sustento e de sua família. Muitos embargos, da forma
como são impostos, violam a legislação, porque não se restringem
ao local da suposta infração, e acabam alcançando outras áreas
ou atividades não correlacionadas com a infração, de modo que
uma ação judicial para revogar ou anular o embargo é plenamente
cabível e recomendada.

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9. Onde propor a ação para suspender
o termo de Embargo Ambiental

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Tanto o mandado de segurança como a ação cautelar, em especial
quando o órgão que aplicou o embargo é federal (IBAMA ou ICMBio),
podem ser propostos no domicílio da parte prejudicada. O § 2º do
art. 109 da Constituição Federal descreve que “as causas intentadas
contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que
deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda,
no Distrito Federal”.

Especificamente em relação à ação de mandado de segurança,


embora a posição tradicionalmente firmada a respeito da
competência indique o critério consistente no domicílio funcional
da autoridade impetrada, a jurisprudência das Cortes Superiores, em
se tratando de autoridade federal, tem apontado para a prevalência
da possibilidade albergada pelo § 2º do artigo 109 da Constituição
Federal, admitida a propositura da ação mandamental na Subseção
Judiciária do domicílio do impetrante.

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Em vários julgados, o Superior Tribunal de Justiça - STJ decidiu pela
possibilidade do ajuizamento da ação ocorrer no foro do domicílio do
impetrante, como homenagem à celeridade processual e ao amplo acesso
ao Poder Judiciário. Nesse ponto, constata-se que as causas intentadas
contra a União, inclusive para suspender embargo ambiental, podem ser
ajuizadas de acordo com a opção do autor, cabendo a ele escolher o foro
em que irá propor a demanda. Caberá, portanto, à parte escolher o foro em
que irá propor a demanda, podendo ajuizá-la no foro de seu domicílio, ainda
que este não coincida com o domicílio funcional da autoridade coatora ou
do réu.

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10. Pedido de tutela antecipada na
esfera administrativa para suspender
o Embargo

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Em casos de infração ambiental, o agente de fiscalização pode,
em conjunto com o auto de infração, aplicar a medida cautelar de
embargo da área ou atividade, cujo objetivo é prevenir a ocorrência
de novas infrações, resguardar a recuperação ambiental e garantir
o resultado prático do processo administrativo. O auto de infração
ambiental e o termo de embargo apenas instaura o processo
administrativo, no qual o autuado poderá apresentar sua defesa
com os fatos, fundamentos jurídicos e provas para demonstrar
a ilegalidade do termo de embargo da área desmatada e assim
requerer sua revogação.

Por vezes, é possível formular ainda na esfera administrativa, pedido


liminar de desembargo da área desmatada, sob o argumento da
probabilidade do direito, ou seja, de que a equipe de fiscalização não
comprovou a existência de conduta infratora nem a responsabilidade
administrativa do autuado, que a área embargada é consolidada,
que a pretensão punitiva da Administração Pública está prescrita,
etc.

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Além disso, também pode ser demonstrado que o embargo como imposto
viola a legislação, conquanto deve se restringir ao local da suposta infração,
e que não é possível aferir com a indicação das coordenadas geográficas
lançadas no termo de embargo a exata área embargada, o que viola o direito
ao contraditório e à ampla defesa.

Para requerer o desembargo liminarmente, também é necessário que o


autuado demonstre o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo,
este geralmente reside na impossibilidade de a parte autuada gozar e
usufruir da sua propriedade enquanto tramitar o processo administrativo,
visto que a paralisação da atividade acarreta risco ao sustento da família
do autuado.

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Muitos embargos são totalmente equivocados, porque são aplicados automaticamente pelo agente de fiscalização
como medida acessória do auto de infração ambiental, sem a correta interpretação da norma, seja pela ausência de
prova do dano, ausência de georrefenciamento do local ou até mesmo de alguma conduta imputável à parte autuada, e
principalmente porque não há continuidade de atividade poluidora ou degradadora.

Embora o autuado possa propor ação judicial visando a suspensão do embargo da área logo após a sua aplicação e
antes mesmo de apresentar defesa administrativa, o embargo de área acarreta muitos prejuízos ao autuado, sobretudo
porque o descumprimento do embargo gera novo auto de infração com multa ambiental que pode chegar ao valor de
R$ 1.000.000,00. Logo, seja na esfera administrativa ou judicial, o desembargo da área de forma antecipada ou liminar
pode ser fundamental, até porque, em muitos casos, a infração pode ter sido considerada ilegal pela ausência de licença
para realizar o desmate, ou seja, obtendo o licenciamento, a conduta seria legal e não configuraria infração.

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11. Revogação de termo de Embargo
de área queimada ou atingida por
fogo ou incêndio

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Corriqueiramente as áreas queimadas são embargadas pelos
órgãos e entidades de fiscalização ambiental. O fato é que o termo
de embargo é uma medida administrativa severa, que causam
prejuízos ao proprietário da área, tal como sua inserção na lista
pública de áreas embargadas, o que lhe impede de vender a
produção, bem como de obter incentivos financeiros.

Ocorre que, em sua maioria, o fogo não foi causado pelo proprietário
da área, mas sim, veio de áreas vizinhas. Nesses casos, pode ser
possível a revogação do termo de embargo da área queimada.
Sobre esta questão, é importante mencionar que no direito
administrativo ambiental a responsabilidade é subjetiva, de modo
que para que haja a aplicação de sanção deve ficar evidenciado
o nexo de causalidade entre a ação do proprietário e o resultado
danoso.

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Assim, através da produção de laudos de imagem de satélite, é possível
verificar a origem dos focos de calor e, ficando evidenciado que o fogo veio
de fora, é possível comprovar a ausência de responsabilidade ambiental do
proprietário da área, que não pode ter seu nome inscrito em lista pública
de áreas embargadas. É de se notar que configura verdadeira hipótese de
ilegitimidade se o acusado da área queimada objeto do termo de embargo
não foi o efetivo responsável pela conduta e não manter qualquer relação
direta com o uso do fogo, cuja autoria sequer foi comprovada.

Nestes casos, cabe ao agente de fiscalização identificar de fato se o foco de


fogo inicial foi realmente de responsabilidade da parte autuada, ou se houve
alguma omissão no controle do evento, ou ainda, se o fogo ou queimada teve
origem na propriedade embargada, porque muitas, o incêndio é trazido por
ventos de outros locais em que se originaram, não havendo qualquer culpa
do proprietário que sofreu o embargado.

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Some-se ainda que a atual legislação ambiental impede a autuação e embargo derivada de uso de fogo sem a efetiva
identificação do nexo de causalidade por ação ou omissão, conforme dita o art. 38, §3º, da Lei Federal 12.651/12:

Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações:
§ 3º Na apuração da responsabilidade pelo uso irregular do fogo em terras públicas ou particulares, a autoridade competente
para fiscalização e autuação deverá comprovar o nexo de causalidade entre a ação do proprietário ou qualquer preposto e o dano
efetivamente causado.

Em sede de termo de embargo, o simples juízo de probabilidade utilizado para imputar infração e a sucessiva sanção de
embargo não pode ser admitido e se faz essencial a perfeita indicação da autoria e identificação da relação de causalidade
com a infração para imputar o embargo. Desta forma, conforme a legislação aplicável, deve ser apurado o nexo de
causalidade e não se atribuir autoria apenas com fundamento objeto de ilação, porque a demonstração do nexo causal
de que o agente tenha empregado o fogo para sofrer um termo de embargo é necessário.

O uso do poder de polícia ambiental para impor embargo sem a comprovação de que o agente foi culpado pelo fogo ou

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Nos termos do art. 38, §§ 3º e 4º do Código Florestal está expresso
que cabe à autoridade comprovar o nexo causal entre alguma
ação do proprietário e o dano causado (o que exclui a própria
possibilidade de adotar, como infração administrativa, a conduta
de se beneficiar):

§ 3º Na apuração da responsabilidade pelo uso irregular do fogo em terras


públicas ou particulares, a autoridade competente para fiscalização
e autuação deverá comprovar o nexo de causalidade entre a ação do
proprietário ou qualquer preposto e o dano efetivamente causado.
§ 4º É necessário o estabelecimento de nexo causal na verificação das
responsabilidades por infração pelo uso irregular do fogo em terras
públicas ou particulares.

Assim, no caso de áreas irregularmente queimadas, o agente


de fiscalização pode embargar quaisquer áreas ou atividades
nelas localizadas ou desenvolvidas, excetuando as atividades de
subsistência.

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Entretanto, deve colher todas as provas possíveis de autoria e materialidade,
bem como da extensão do dano, apoiando-se em documentos, fotos e dados
de localização, incluindo as coordenadas geográficas da área embargada,
que deverão constar do respectivo auto de infração para posterior
georreferenciamento.

Se não houver essa colheita de provas ou demonstração de autoria e


materialidade, não se pode impor o termo de embargo simplesmente
porque houve uma queimada ou passagem de fogo que na maioria das
vezes se origina em áreas localizadas fora dos limites da propriedade objeto
do embargo. Somado a isso, o embargo de áreas e atividade restringe-se
aos locais onde efetivamente caracterizou-se a infração ambiental, não
alcançando as demais atividades realizadas em áreas não embargadas da
propriedade ou posse ou não correlacionadas com a infração.

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Na prática, muitas vezes, os agentes de fiscalização lavram autos de
infração e termos de embargo para áreas muito superiores às áreas
em que teriam ocorrido o suposto dano, hipótese em que impõe a
revogação do embargo ambiental. Vale destacar, pois, que a cessação
das penalidades de suspensão e embargo depende de decisão da
autoridade ambiental após a apresentação, por parte do autuado, de
documentação que regularize a área ou atividade embargada.

Por fim, vale lembrar que o descumprimento total ou parcial de


embargo de área queimada, além de ensejar a suspensão da atividade
que originou a infração e da venda de produtos ou subprodutos criados
ou produzidos na área ou local objeto do embargo infringido, também
gera o cancelamento de registros, licenças ou autorizações de
funcionamento da atividade econômica junto aos órgãos ambientais
e de fiscalização.

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E mais que isso, o descumprimento do termo de embargo gera a infração administrativa do artigo 79 do Decreto 6.514/08,
podendo ser aplicada nova multa ambiental de até R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), o que demanda a atuação de
um Advogado especializado em casos tais. A solução para revogar, excluir ou levantar termos de embargo ambiental,
ocorre, muitas vezes, através de ações judiciais ou até mesmo de defesa administrativa, em que é possível comprovar
a ausência de autoria do fogo, bem como de nexo de causalidade, ensejando a revogação do termo de embargo da área
queimada.

A restrição ao uso da área pelo particular, ainda que esteja substanciada na infração apurada pela autoridade fiscalizadora,
deve ser, em prazo razoável, referendada ou não pela autoridade julgadora, de modo que não se mantenha eventual decisão
de autoridade fiscalizadora que tenha se baseado, por exemplo, em premissa fática equivocada, tal como alegado pela
impetrante.

Nessa perspectiva, evidenciada a inobservância dos princípios da eficiência, da ampla defesa e da razoável duração do
processo administrativo pelo órgão ambiental não só pela demora na análise da defesa apresentada pela autuado como
também pela ausência de justa causa para a imposição de medida extremamente gravosa que pe o embargo de atividade,
tem-se possível seu levantamento, revogação ou exclusão. Vale lembrar que o termo de embargo deriva da lavratura de
auto de infração ambiental e, em sendo declarada a prescrição deste, todos os atos dele decorrentes também estão
prescritos.

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