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DIREITO AMBIENTAL
Licença Ambiental e Licenciamento Ambiental
Ribeirão Preto
Julho/2020
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Resumo
O presente texto tem o objetivo de esclarecer o que é a licença ambiental e o procedimento
para obtê-la, denominado licenciamento ambiental. Tendo em vista que existem muitos tipos
de empreendimentos, verificar-se-á os tipos de licença, suas fases, seus requisitos, as normas
jurídicas que as regulamenta, assim como os órgãos competentes para a concessão das
licenças. Para a consecução desse fim, a doutrina e a jurisprudência serão os fundamentos
desse trabalho.
Introdução
preenchidos, de modo que, em alguns casos, a licença administrativa se torna definitiva, por
exemplo, no caso de licença para a construção de uma casa, que só poderá ser revogada
mediante indenização. No caso das Licenças ambientais, estas são autorizações
administrativas sempre temporárias, enquanto for conveniente e se forem viáveis.
Com isso, podemos afirmar que o licenciamento ambiental será regido pelo princípio da
moralidade ambiental, legalidade ambiental, publicidade, finalidade ambiental, princípio da
supremacia do interesse difuso sobre o privado, princípio da indisponibilidade do interesse
público, entre outros (FIORILLO, 2013, p. 223).
Assim, o licenciado terá o direito de exercer a atividade no tempo autorizado. A licença, nesse
caso, durante o período de autorização não pode ser revogada. No entanto, pode ser anulada a
qualquer tempo, quando os requisitos e os princípios estão enredados em vício, não cabendo
reivindicação de direito adquirido, já que não existe direito subjetivo para a utilização de
recursos ambientais para fins econômicos.
A responsabilidade pela concessão fica a cargo dos órgãos ambientais estaduais
e, a depender do caso, também do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), quando se tratar de grandes projetos, com o potencial de afetar
mais de um estado, como é o caso dos empreendimentos de geração de energia, e nas
atividades do setor de petróleo e gás na plataforma continental. O Superior Tribunal de Justiça
já se pronunciou a respeito de questões ambientais de interesse nacional, de modo que
ultrapassa a esfera das competências dos municípios e dos Estados, restando, nesse caso, a
competência do IBAMA para a apreciação do licenciamento ambiental:
AMBIENTAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. OFENSA AO ART. 535 DO CPC. VIOLAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA
284/STF. RESOLUÇÃO 237/97 DO CONAMA. ATO NORMATIVO QUE NÃO SE
ENQUADRA NO CONCEITO DE "TRATADO OU LEI FEDERAL".
LICENCIAMENTO AMBIENTAL. COMPETÊNCIA DO IBAMA. IMPACTO
REGIONAL E NACIONAL. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 1. É deficiente a fundamentação do recurso
especial em que a alegação de ofensa ao art. 535 do CPC se faz de forma genérica, sem a
demonstração exata dos pontos pelos quais o acórdão se fez omisso, contraditório ou
obscuro. Aplica-se, na hipótese, o óbice da Súmula 284 do STF. 2. Além disso, o recurso
especial não pode ser conhecido no tocante à alegada ofensa à Resolução nº 237/97 do
CONAMA. Isso porque o referido ato normativo não se enquadra no conceito de "tratado
ou lei federal" de que cuida o art. 105, III, a, da CF. 3. A Corte local, com base nos
elementos probatórios da demanda, consignou estar evidenciado o interesse nacional e
regional do empreendimento apto a justificar a competência do IBAMA para o
licenciamento ambiental em discussão nos autos, de maneira que a alteração das
conclusões adotadas no acórdão recorrido, tal como colocada a questão nas razões
recursais, demandaria, necessariamente, o reexame de matéria fática, providência vedada
em recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ. 4. Agravo regimental a que se nega
provimento.
(STJ - AgRg no REsp: 1375651 SC 2013/0078529-8, Relator: Ministro SÉRGIO
KUKINA, Data de Julgamento: 27/10/2015, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJe 09/11/2015).
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incluindo medidas de controle ambiental, que terão que ser cumpridas para o empreendedor
para chegar a terceira licença.
Caso a atividade ou o empreendimento sofra alguma alteração, a empresa deve
comunicar formalmente o órgão licenciador para uma nova estimativa. O tempo da licença
varia de acordo com o cronograma, porém sua duração máxima é de 6 anos.
Considerações Finais
Referências
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 14ª. ed. São
Paulo: Saraiva, 2013.
MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 21ª. ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.