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VERIFICAÇÃO SUBSTITUTIVA–VA2

CURSO(S): BACHARELADO EM DIREITO Valor: 25 Pontos

DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL E AGRÁRIO Período: 8º

PROFESSORA: DAIANE FERNANDES PEREIRA LAHMANN

ALUNO(A)

Obs.: Pontuação: 5 questões discursivas no valor de 5,0 pontos cada.

Data da prova: 12/12/2022 Horário: de: 00:00:00 às 00:00:00


QUESTÕES DISCURSIVAS

Questão 01:
Texto-base: O licenciamento ambiental é um instrumento utilizado pelo Brasil com o objetivo de exercer
controle prévio e de realizar o acompanhamento de atividades que utilizem recursos naturais, que sejam
poluidoras ou que possam causar degradação do meio ambiente.
Comando: Nesse sentido, discorra sobre o conceito do instrumento licenciamento ambiental, as espécies de
licença ambiental e suas respectivas definições.
R.: Licenciamento ambiental é um procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. As três espécies de licença
ambiental: • Licença prévia: aprova o projeto, atestando a sua viabilidade ambiental e os respectivos
condicionantes e requisitos básicos para a próxima fase. Estabelece os requisitos
básicos para a próxima fase. Prazo de validade: até 5 anos.
• Licença de instalação: autoriza a instalação do empreendimento, impondo condicionantes de que
deverão ser observadas. Prazo de validade: até 6 anos.
• Licença de operação: permite o início das atividades de acordo com o projeto aprovado, apontando
as medidas de ambientais de controle e os condicionantes. Prazo de validade: entre 4 e 10 anos.
A licença ambiental tem natureza jurídica de ato administrativo.

Questão 02:
Texto-base: Propter rem significa “por causa da coisa”. Assim, se o direito de que se origina é transmitido, a
obrigação o segue, seja qual for o título translativo.
Comando: Diante dessa previsão legal, o que se entende pelo caráter propter rem e solidário das obrigações
ambientais?  Em se tratando de Responsabilidade de Direito Ambiental, pode-se impor ao adquirente de
área já desmatada a obrigação de reparar o dano ambiental? Explique. 

R.: O novo Código Florestal, Lei n.º 12.651, de 25 de maio de 2012, impôs no art. 2º, § 2º, a obrigação
propter rem nos danos ambientais, ou seja, obriga o proprietário a restaurar a área degradada
independentemente de ter sido ele o responsável efetivo pelo dano. Com efeito, derivada do latim, a
expressão rem significa “coisa”, propter significa “em razão de” ou “em vista de” e a preposição ob
significa “diante de” ou “por causa de”. Logo, a obrigação propter rem ou ob rem consiste em uma
espécie de obrigação que resulta de algo, própria de algo ou por causa da coisa. Em razão disso são
classificadas como obrigações reais, pois seguem a coisa.

Questão 03:
Texto-base: O princípio do poluidor-pagador está previsto na Política Nacional do Meio Ambiente, Lei
6.938/81, assim como o do usuário-pagador.
Comando: De acordo com os conhecimentos apreendidos em sala de aula apresente seu entendimento
sobre ambos justificando sua aplicação.
R.: O Princípio do Poluidor-Pagador estabelece que aquele que utilizar o recurso ambiental deve
suportar seus custos, sem que essa cobrança resulte na imposição taxas abusivas, de maneira que
nem o Poder Público nem terceiros sofram com tais custos. Seu objetivo é obrigar a iniciativa privada
a internalizar os custos ambientais gerados pela produção e pelo consumo na forma de degradação e
de escasseamento dos recursos ambientais. O princípio do usuário-pagador tem sua base legal na
Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6938/81).[1] Dispõe o art. 4º: “A política Nacional do
Meio Ambiente visará: […] VII- a imposição, […] ao usuário da contribuição pela utilização de
recursos ambientais com fins econômicos”. Esse princípio parte do pressuposto de que aquele que
usar deverá pagar, em outras palavras, deve existir uma compensação pela outorga do uso de um
recurso natural.

Questão 04:
Julgamento em 26/10/2010 Sexta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, EMENTA: AMBIENTAL.
DERRAMAMENTO DE ÓLEO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. AGENTE POLUIDOR. EVENTO
DANOSO. NEXO CAUSAL. LAUDO PERICIAL. DANO AMBIENTAL INCONTROVERSO. OBRIGAÇÃO DE
INDENIZAR. A despeito de não se encontrar minuciosamente delimitada e quantificada a extensão do
dano causado ao meio ambiente, este restou plenamente comprovado, através da perícia judicial,
consistente na poluição advinda do derramamento de óleo ao mar, que, indubitavelmente, gera um
desequilíbrio ecológico ocasionando inúmeros efeitos deletérios às espécies e ao ecossistema local, assim
como evidente impacto para as comunidades costeiras, impondo-se à apelante a obrigação de repará-lo
em face da prática do evento poluidor.
Comando: Diante da presente ementa, justifique a aplicação da responsabilidade civil objetiva e apresente o
seu entendimento sobre a responsabilização civil objetiva do agente poluidor no caso em tela.
R.: Na seara ambiental, vigora a teoria da responsabilidade civil objetiva; desnecessária, portanto, a
comprovação do dolo ou culpa para caracterização da responsabilidade civil, bastando a prova do
dano e do nexo causal para impor ao infrator o dever de indenizar pelo dano a que deu causa. A
Política Nacional do Meio Ambiente - Lei n. 6.938/81 criou, em seu artigo 14, §1 º, o regime da
responsabilidade objetiva pelos danos causados ao meio ambiente,
independentemente de culpa. Dessa forma, é suficiente a existência da ação lesiva, do dano e do
nexo com a fonte poluidora ou degradadora para atribuição do dever de repará-la.

Questão 05:
Texto-base: Segundo o artigo 225 da Federal todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Comando: Indique pelo menos três dentre as principais ações que a Constituição Federal incumbe ao Poder
Público para assegurar a efetividade desse direito.
R.: A resposta esperada deverá conter pelo menos três dentre as seguintes ações previstas nos
incisos I a VII do art. 225 da CF: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
VIII - manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis destinados ao consumo final, na forma
de lei complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior à incidente sobre os combustíveis
fósseis, capaz de garantir diferencial competitivo em relação a estes, especialmente em relação às
contribuições de que tratam a alínea "b" do inciso I e o inciso IV do caput do art. 195 e o art. 239 e ao
imposto a que se refere o inciso II do caput do art. 155 desta Constituição.

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