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EMPREENDIMENTOS MINERÁRIOS
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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
Licenciamento Ambiental em empreendimentos minerários .............................. 1
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2
1 Licenciamento Ambiental e a mineração ......................................................... 4
2 Estudos de impacto ambiental ........................................................................ 6
2.1 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA) ............................................................................................................ 6
3 Tipos de licença ambiental .............................................................................. 8
4 Modalidades de licenciamento ........................................................................ 9
4.1 Licenciamento Ambiental Trifásico – LAT ................................................. 9
4.3 Licenciamento Ambiental Simplificado – LAS ........................................ 10
4.4 Licenciamento Preventivo e Corretivo – LAC ......................................... 10
5 Natureza jurídica do Licenciamento ambiental .............................................. 10
5.1 A discricionariedade do Licenciamento ambiental .................................. 11
5.2 Características das licenças ambientais ................................................. 12
5.3 Competência para o licenciamento ambiental (art. 4º, 5º e 6º da
Resolução Conama n° 237/97) ..................................................................... 12
5.4 Procedimento Administrativo .................................................................. 14
6 Etapas do Licenciamento ambiental (art. 8º da Resolução Conama n° 237/97)
......................................................................................................................... 15
6.1 Prazos (art. 14, 15, 16 e 18 da Resolução Conama n° 237/97).............. 16
6.1.1 Modificação, suspensão e cancelamento das licenças (art. 19 da
Resolução Conama n° 237/97) ................................................................. 17
7 A publicidade no licenciamento ambiental .................................................... 17
8 Legislação aplicada ao licenciamento ambiental na mineração .................... 18
8.1 A Constituição Federal, o Código de Mineração e outras leis específicas
...................................................................................................................... 18
9 Licenciamento ambiental e exigência de estudos ambientais ....................... 19
9.1 Mineração em Minas Gerais ................................................................... 25
9.2 Empresas irregulares e as possibilidades de regularização ambiental ... 27
9.3 Recuperação da área degradada ........................................................... 27
10 Áreas de restrições ou impedimentos da exploração mineral ..................... 29
Refêrencias ...................................................................................................... 33
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1 Licenciamento Ambiental e a mineração
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O licenciamento ambiental é uma das manifestações do chamado poder de
polícia ambiental, que consiste na atividade do Estado que limita e regula direitos
individuais em favor do interesse público relacionado às questões do meio am-
biente.
Segundo o artigo 1º da Resolução n° 187 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente – CONAMA, qualquer atividade considerada potencialmente poluidora
ou que cause degradação ambiental de qualquer forma, exige licenciamento am-
biental, como é o caso da mineração. A Figura 1 abaixo mostra alguns fatores
que devem ser levados em conta no que diz respeito ao licenciamento ambiental:
Figura 1: No licenciamento ambiental vários fatores devem ser levados em conta, desde o próprio
meio ambiente até a fiscalização por órgãos competentes (Fonte: https://static.fecam.net.br/uplo-
ads/903/imagens/2422452.gif).
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2 Estudos de impacto ambiental
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causadoras de significativa degradação do meio ambiente. Caso o órgão ambi-
ental competente entenda que a atividade não apresenta significativo potencial
lesivo de agressão ambiental, poderá dispor sobre outros tipos de estudos am-
bientais, que não o detalhado e complexo (EIA/RIMA).
A AIA, como instrumento de política do meio ambiente, visa garantir o
princípio da precaução, o incremento dos níveis de informação e transparência
na execução de projetos com potencial poluidor, atraindo a sociedade civil orga-
nizada e, com ela, o aumento da participação popular e dos mecanismos de
controle de ação do estado. O EIA deve ser elaborado por profissionais legal-
mente habilitados e deve:
Trazer todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, con-
siderando sempre a hipótese de não execução do projeto;
Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas
fases de implantação e operação da atividade;
Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetados
pelos impactos, considerando sempre a bacia hidrográfica na qual se lo-
caliza;
Considerar a compatibilidade do projeto com os planos e programas go-
vernamentais EIA e RIMA.
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ambientais, o programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos, a
recomendação quanto à alternativa mais favorável, entre outras questões.
De acordo com o art. 11 da Resolução 237/97, os custos relativos aos
estudos necessários ao processo de licenciamento ambiental correrão por conta
do empreendedor. A imparcialidade dos estudos fica por conta das responsabi-
lizações administrativas, civis e penais pelas informações contidas nos estudos
de impacto ambiental.
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As licenças ambientais podem ser concedidas de forma isolada ou suces-
siva. Assim, é comum que o mesmo empreendimento acumule mais de um tipo
de licença no decorrer da sua atividade. Dependendo das características e pe-
culiaridades da atividade, o CONAMA poderá definir licenças ambientais espe-
cíficas, além de adequar as etapas do processo de licenciamento ambiental.
4 Modalidades de licenciamento
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LAC 1 = Análise, em uma única fase, das etapas de LP, LI e LO da atividade ou
do empreendimento.
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vários agentes públicos. Essas várias etapas compõem o procedimento admi-
nistrativo, o qual visa a concessão de licença ambiental. Segundo Édis Milaré, o
licenciamento ambiental prevê, no mínimo, 5 fases: a primeira corresponde ao
requerimento da licença e seu anúncio público; a segunda, se houver necessi-
dade da elaboração do EIA/RIMA, se identifica pelo recebimento do EIA/RIMA,
se não houver necessidade, por estudo similar, e solicitação de audiência pú-
blica; a terceira fase é a realização ou dispensa da audiência pública; a quarta
fase é a elaboração do parecer conclusivo sobre o estudo que lhe foi submetido
a deliberação; aprovado o estudo, surge a quinta fase, que é o licenciamento
ambiental propriamente dito. Esta fase é a de emissão de licenças (prévia, de
instalação e de operação). Como instrumento de caráter preventivo de tutela do
meio ambiente, o licenciamento ambiental não é um ato administrativo simples,
mas um encadeamento de atos administrativos, o que lhe atribui a condição de
procedimento administrativo.
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de alguma espécie da fauna e da flora, pois existe a obrigação constitucional de
preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético (art. 225, §1º, inc.
II da CF).
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II - O órgão ambiental estadual é competente para licenciar empreendimentos e
atividades:
1. Localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de
conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal;
2. Localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação
natural de preservação permanente relacionadas no artigo 3º da Lei nº
12.651/12, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais,
estaduais ou municipais;
3. Cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou
mais Municípios;
4. Delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento
legal ou convênio.
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Competência Quando o impacto ambiental atinge mais de um município dentro
Estadual do mesmo estado.
Competência
Municipal Quando o impacto ambiental se limita à área de um município.
MS – Ministério da Saúde
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legalidade ambiental; publicidade; finalidade ambiental; supremacia do interesse
difuso sobre o privado; indisponibilidade do interesse público etc.
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6.1 Prazos (art. 14, 15, 16 e 18 da Resolução Conama n° 237/97)
I - Prazo para análise das licenças: as licenças devem ser analisadas no prazo
máximo de 6 meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu defe-
rimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou
audiência pública, quando o prazo será de até 12 meses. O não cumprimento
desses prazos sujeitará o licenciamento à ação do órgão que detenha compe-
tência para atuar supletivamente. Carecendo o órgão ambiental de esclareci-
mentos ou mesmo de estudos complementares, a contagem do prazo de 6 me-
ses (ou 12 meses havendo EIA/RIMA e/ou audiência pública) será suspensa até
a superação do incidente procedimental, o que deverá ocorrer dentro do prazo
máximo de 4 meses, a contar do recebimento da respectiva notificação. O não
cumprimento deste prazo sujeitará o empreendedor ao arquivamento de seu pe-
dido de licença. Todos esses prazos poderão ser prorrogados, desde que justi-
ficado e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental compe-
tente.
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Tabela 2: Fases de licença e o prazo de validade de cada uma delas. Fonte: http://www.meio-
ambiente.mg.gov.br/regularizacao-ambiental/modalidades-de-licenciamento-ambiental
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8 Legislação aplicada ao licenciamento ambiental na mi-
neração
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O Código foi sendo alterado por uma série de leis e normas subsequen-
tes, todas a serem interpretadas em conformidade ao se estabeleceu a Consti-
tuição Federal de 1988 sobre o setor minerário e sobre a garantia do direito ao
meio ambiente sadio e de qualidade para as gerações atuais e futuras, devendo
as atividades econômicas cumprir, portanto uma função ambiental.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, os recursos minerais de-
vem ser tutelados juridicamente como bens ambientais, levando em considera-
ção sua representatividade econômica, seu significado estratégico e sua notória
relevância em face do próprio controle ambiental. Pelo artigo 225,§2o, recursos
minerais são bens ambientais cuja gestão cabe à União (art. 20, IX, CF).
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- Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento;
- Lavra garimpeira;
- Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural.
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em “áreas de garimpagem”, assim instituídas pelo DNPM após avaliação prévia
dos Estudos de Impacto Ambiental pelo IBAMA.
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4o - identificação – a pesquisa é finalizada e identificada reserva mineral com
potencial de investimento econômico;
5o - o relatório final de pesquisa é entregue ao DNPM;
6o - concessão - a empresa pede concessão para lavra por tempo indetermi-
nado, enquantoa jazida render;
7o - licenças – para conseguir a concessão da lavra é necessário ter licenças
ambientais dos órgãos ambientais competentes. Excetuado o regime de permis-
são de lavra garimpeira, o empreendedor, quando da apresentação do Relatório
de Pesquisa Mineral ao DNPM, deverá orientar-se junto ao órgão ambiental com-
petente sobre os procedimentos para habilitação ao licenciamento ambiental. As
solicitações da Licença Prévia - LP, da Licença de Instalação - LI e da Licença
de Operação - LO deverão ser acompanhadas dos documentos relacionados
nos anexos I, II e III da Resolução CONAMA 09/90, de acordo com a fase do
empreendimento, salvo outras exigências complementares do órgão ambiental
competente.
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IV - Licença Prévia (LP) - fase preliminar do empreendimento ou da atividade,
que diz respeito à localização e concepção do empreendimento, bem como
atesta a viabilidade ambiental e estabelece os requisitos básicos e as condicio-
nantes a serem atendidas nas próximas fases de sua implementação, observa-
dos os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo.
O Plano de Aproveitamento Econômico da Jazida (PAE), o Plano de Recupera-
ção de Área Degradada (PRAD) e o EIA/RIMA são documentos técnicos exigi-
dos para a obtenção da Licença Prévia, cuja tramitação é concomitante ao do
pedido de concessão de lavra;
V - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento de
acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos
aprovados, incluindo as obras e demais condicionantes; na mineração, corres-
ponde à fase de desenvolvimento da mina, instalação do complexo mineiro e
implantação dos projetos de controle ambiental; devem ser apresentadas nessa
etapa a licença de desmate, quando for o caso, e
a aprovação do Plano de Aproveitamento Econômico pelo DNPM;
VI - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação do empreendimento ou
atividade, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças
anteriores. Corresponde nos empreendimentos minerários à fase da lavra e be-
neficiamento do minério.
“A realização, os trabalhos de pesquisa e a lavra em áreas de conserva-
ção dependerão de prévia autorização de órgão ambiental que as administra”
(art 17 da lei 7.805/89).
Por meio da Lei Complementar 140/11, foram estabelecidas regras para
competência do licenciamento ambiental. No geral, atividades com repercussão
em mais de um Estado ou áreas limítrofes, áreas da União, terras indígenas ou
atividades que envolvam uso de tecnologia nuclear, são de competência do ór-
gão federal (IBAMA). Atividades em que a repercussão ultrapasse mais de um
município ou incida sobre áreas estaduais, ou fora delegadas pela União ao es-
tado por meio de instrumento legal, são de competência do estado. Via de regra
a competência é do órgão público estadual. Necessidade de normas de automo-
nitoramento, auditoria e inspeção.
O cumprimento das condições de concessão da lavra deve ser feito pelo
automonitoramento, pela auditoria ambiental da própria empresa e pela inspeção
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dos órgãos públicos ambientais. Essas operações de controle, contudo, preci-
sam ser controladas através de um mínimo de inspeções a serem feitas peIo
IBAMA, pelos órgãos ambientais e especificamente pelo próprio DNPM, como
lhe incumbe o art 3a, VI da lei 876/94 (cria o DNPM).
A transparência administrativa é um dos componentes fundamentais da
“moralidade” e da publicidade. Assim cabe ao DNPM possibilitar franco acesso
aos resultados dos monitoramentos, inspeções e sanções impostas no âmbito
de sua competência. Tais informações devem compor também o relatório de
qualidade do ambiente (art 9a, XI, lei 6.938/81).
A ausência de licença caracteriza crime previsto na Lei n.o 9605/98, que
dispõe sobre as sanções penais e administrativas para as condutas lesivas ao
Meio Ambiente.
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a com-
petente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a
obtida:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área
pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, con-
cessão ou determinação do órgão competente.
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9.1 Mineração em Minas Gerais
Várias iniciativas têm sido tomadas, com um número cada vez maior de
convênios firmados entre municípios e órgãos titulares da gestão de meio ambi-
ente e desenvolvimento sustentável nos Estados, como no caso específico de
Minas Gerais. Tal abordagem tende a ocasionar uma gradativa mudança na ma-
neira como será visto o Licenciamento Ambiental de pequenos, médios e gran-
des empreendimentos, além de suas limitações, em especial na análise da avo-
cação da competência municipal para o licenciamento de atividades de minera-
ção, seguramente um dos aspectos de maior controvérsia. Em Minas Gerais, o
acordo firmado entre a municipalidade e o Estado faz parte de um programa de
municipalização do Licenciamento Ambiental empreendido pela SEMAD (Secre-
taria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), conforme
previsão da Deliberação Normativa COPAM nº 213/2017, com adesão de 117
cidades mineiras até então. É o caso, por exemplo, de Congonhas, na região
Central e grande polo estadual minerário, que firmou acordo prévio em 2019 para
exercer a competência de análise de processos de licenciamento ambiental de
baixo impacto local, conforme a prerrogativa conferida pela Deliberação Norma-
tiva supracitada, observadas as hipóteses previstas por seu anexo único.
Ato subsequente, o convênio definitivo do município em comento foi assi-
nado em 24/06/2020, ampliando sua atuação na prestação de serviços ambien-
tais e no licenciamento de empreendimentos e atividades até a Classe IV. O
convênio também permite ao município analisar os pedidos de intervenções am-
bientais em zona rural em bioma de mata atlântica, por exemplo, mediante a
concessão de anuência prévia do IBAMA - obviamente - em atividade licencia-
dora que até então tramitava sob a competência una da SEMAD, através do IEF
e seus escritórios regionais delegados. No caso específico das atividades de
mineração, e especialmente a extração do minério de ferro, responsável por con-
siderável fatia do PIB mineiro, uma primeira análise nos permite dizer, no en-
tanto, que a sujeição à competência de licenciamento ambiental municipal não é
tão automática, por duas razões: primeiramente pelo porte e potencial poluidor
dessas atividades, que sequer fazem parte do compêndio de atividades previstas
pela DN COPAM nº 213/2017. Além disso, grande parte destes empreendimen-
tos está inserida em mais de um município, o que elide a hipótese de aplicação
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da competência municipal licenciadora, nos termos expressos pelo art. 3º da
norma, senão vejamos:
“Art. 3º Não serão licenciados pelos municípios, ainda que constantes do anexo
único, os empreendimentos e atividades que causem ou possam causar impacto
ambiental de âmbito local:
II - cuja ADA (área diretamente afetada) ou AID (área de influência dirata) ultra-
passe os limites territoriais do município, salvo quando houver delegação de exe-
cução da atribuição licenciatória;
V – cuja atribuição para o licenciamento tenha sido delegada pela União aos
Estados;
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exercida por suas Superintendências Regionais (SUPRAM´s, SUPPRI), em ra-
zão da regra estipulada pela Lei Complementar nº 140/2011, que fixa critérios
para a definição de competências entre os entes federativos quanto à proteção,
fiscalização e licenciamento ambiental. Não obstante a extrema valia e acerto
estratégico quanto à municipalização do Licenciamento Ambiental, a observân-
cia das limitações impostas pela legislação e pelo próprio porte e escopo de al-
gumas atividades e empreendimentos deverá sempre ser observada por gesto-
res públicos, a fim de validar a gradativa atuação dos municípios, além de deso-
nerar os órgãos estaduais da análise de processos e procedimentos, liberando-
as às análises de feitos mais complexos e de maior potencial poluidor, o que ao
final agilizará os trâmites e permitirá maior celeridade para o empreendedor.
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institui a Política Nacional do Meio Ambiente, quando esta estabelece, por meio
de seu art. 2.o, que essa Política tem como objetivo a preservação, melhoria e a
recuperação da qualidade ambiental, atendidos alguns princípios, dentre eles o
da recuperação de áreas degradadas, previsto no inciso VIII.
A CF/88, em seu art. 225, § 2o e§3o, e a Lei 6938/81, em seu art. 2o,
estabelecem que:
Art. 225. [...]
§ 2o Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão pú-
blico competente, na forma da lei.
§ 3o As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. [...]
Lei 6938/81
Art. 2.o Para efeito deste decreto são considerados como degradação os pro-
cessos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se
reduzem algumas das suas propriedades, tais como a qualidade ou capacidade
produtiva dos recursos ambientais.
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A responsabilidade da pessoa física ou jurídica é objetiva, independente
de culpa. Também a lei 7805/89 esclarece que o titular de autorização de pes-
quisa responde pelos danos causados ao meio ambiente.
O art. 225 , §1a, III, da CF, garante a proteção de áreas naturais e veda a
sua utilização de forma que comprometa a integridade desses atributos. Só é
permitida a exploração mineral em unidades de conservação se houver autori-
zação legal e não pode ser explorada em espaços especialmente protegidos se
houver comprometimento da integridade os atributos (art.22,§1,III, CF).
Nas unidades de proteção integral, a Lei do SNUC, Lei 9985/2000, em
seu art.7o, §1o, proíbe o uso direto de recursos naturais nessas unidades.
Quanto às unidades de uso sustentável, deve ser analisada a compatibilidade
da exploração de recursos minerais com o regime jurídico de cada uma das ca-
tegorias de unidade desse grupos. Vejamos o que diz a respeito a Lei do SNUC
(Sistema nacional de Unidades de Conservação):
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§ 2o O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a con-
ser vação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos na-
turais.
Art. 8o O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes
categorias de unidade de conservação:
I - Estação Ecológica;
II - Reserva Biológica;
III - Parque Nacional;
IV - Monumento Natural;
V - Refúgio de Vida Silvestre.
Art. 14o Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes
categorias de unidade de conservação:
I - Área de Proteção Ambiental;
II - Área de Relevante Interesse Ecológico;
III - Floresta Nacional;
IV - Reserva Extrativista;
V - Reserva de Fauna;
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Constituição Federal
Art. 225
§ 1o - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supres-
são permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que compro-
meta a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
Lei do SNUC
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Art. 28. São proibidas, nas unidades de conservação, quaisquer alterações, ati-
vidades ou modalidades de utilização em desacordo com os seus objetivos, o
seu Plano de Manejo e seus regulamentos.
Como não poderia ser diferente, a mineração em área de preservação
permanente fica sujeita ao licenciamento ambiental, em que poderá ser exigido
o EIA/RIMA ou algum outro estudo ambiental, a depender de o caso concreto
ser hipótese de atividade causadora ou potencialmente causadora de significa-
tivo impacto ambiental, ou simplesmente de impacto ambiental sem essa carac-
terística de expressividade. Esse é o entendimento que emana da análise do art.
7.o, caput e § 1.o, da Resolução 369/06
A lavra e a pesquisa de recursos minerais em terras indígenas só podem
ser realizadas com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunida-
des afetadas (art 231, §3, CF). Por força da Convenção 169 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), interpretação semelhante no sentido da obriga-
toriedade da consulta também é cabível quando afetadas outras comunidades
tradicionais, como os quilombolas por exemplo.
Ano passado (2019), o presidente assinou o PL 191/2020, que regula-
menta a exploração de minérios, hidrocarbonetos e o potencial hidrelétrico em
Terras Indígenas (TIs). Em linhas gerais, o PL 191 regulamenta a mineração –
inclusive por meio de garimpos –, a geração de energia elétrica e a exploração
e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos em terras
indígenas. O projeto estabelece as condições específicas para a realização de
pesquisa e exploração dos recursos naturais e regulamenta como se dará a in-
denização às comunidades indígenas cujos territórios receberem empreendi-
mentos. Ele também altera leis anteriores que tratam de atividades econômicas
permitidas em TIs, liberando o cultivo de organismos geneticamente modificados
dentro destas áreas.
O projeto foi elaborado pelos ministérios da Justiça e Segurança Pública
e de Minas e Energia, sem a participação das comunidades indígenas na cons-
trução da proposta. O texto foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro durante
solenidade oficial dos 400 dias de governo. A justificativa do Governo Federal é
de que as terras indígenas devem ser aproveitadas economicamente.
No entanto, a exploração econômica – como agricultura, pecuária, extra-
tivismo e turismo – de indígenas em seus territórios, já é permitida pela lei. O
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que falta é apoio e incentivo governamental para que ela seja realizada. Os ín-
dios não estão proibidos de fazer nenhum tipo de atividade dentro das terras
deles. O que é proibido pelo Estatuto do Índio é o arrendamento, é a atividade
de não-índio que cerceie a posse permanente e o usufruto exclusivos das comu-
nidades indígenas. A partir do momento que as atividades são praticadas pelos
próprios índios, não existe nenhum tipo de problema, nem de comercialização,
nem de extrativismo. Antes do PL 191/2020, outros projetos de lei já tentaram
regulamentar a exploração mineral em Terras Indígenas. Esse é o caso do PL
1610/1996, do senador Romero Jucá (MDB/RR). Este projeto ficou parado por
16 anos, mesmo aprovado no Senado. Em 2012, ele teve um substitutivo, de
autoria do deputado Édio Lopes (MDB-RR), historicamente ligado ao ga-
rimpo. Em 2015 foi criada uma comissão especial para analisar a proposta, mas
sua tramitação não teve prosseguimento. Além do PL de Jucá, ao menos outros
cinco projetos de lei de diferentes parlamentares versavam sobre o mesmo as-
sunto. Apesar das diferenças de conteúdo, os projetos tratavam, de forma geral,
da abertura das terras indígenas para a exploração econômica do subsolo. A
diferença, segundo especialistas, é que o PL 191/2020 traz a marca do governo
atual.
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Refêrencias
https://www.significados.com.br/licenciamento-ambiental/
https://institutominere.com.br/blog/a-municipalizacao-do-licenciamento-ambien-
tal-na-mineracao
http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=43778
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