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2CAPÍTULO

PROCESSO DE
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL

PLANO DE ESTUDO E OBJETIVOS DA UNIDADE II

Apresentar como se desenvolveu a atual conjuntura do processo de licencia-


mento ambiental, conhecendo órgãos ambientais responsáveis pela aprovação
da implantação dos empreendimentos. Refletir sobre a necessidade do proce-
dimento. Despertar o processo de reflexão sobre as atualizações sobre o pro-
cesso de licenciamento ambiental.

Professor Esp. Renan Gonçalves da Silva

Objetivos de aprendizagem
• Compreender a instituição e evolução do processo de licenciamento am-
biental.
• Verificar quais os órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental.
• Conhecer a estrutura do licenciamento ambiental.
• Refletir sobre as mudanças contidas no Projeto de Lei 3729/04.

Plano de estudo
• Instituição e evolução
• Responsabilidades pelo licenciamento ambiental
• Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação
(LO).
• Projeto de Lei 3729/04

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2. Introdução

O licenciamento ambiental é um pacto de caráter obrigatório entre o empreen-


dedor e a sociedade para que os processos produtivos sejam desenvolvidos
garantindo a mitigação dos impactos ambientais gerados por estes empreendi-
mentos. Vale lembrar que o licenciamento ambiental é um instrumento da Po-
lítica Nacional de Meio Ambiente instituído pela Lei nº 6938, de 31 de agosto
de 1981, onde proporciona a sociedade civil organizada representada por meio
dos órgãos ambientais, avaliarem o empreendimento mesmo antes de sua im-
plementação, no momento de instalação, durante a operação e também após
as atividades serem desenvolvidas. Sendo assim, as atividades causadoras de
impacto ambiental são submetidas a este instrumento, configurando-se como
um procedimento legal de controle ambiental para as atividades que causam
modificações no meio ambiente (Cunha e guerra, 2009). Portando, trata-se de
uma ferramenta onde os órgãos ambientais depois de avaliarem os sistemas
produtivos bem como seus mecanismos de gestão ambiental autorizam a im-
plantação e a operação das atividades que utilizam os recursos naturais ou ain-
da que sejam potencialmente poluidoras (FIRJAN, 2004).

É importante entender que o licenciamento ambiental não é uma ferramenta


que visa barrar o progresso e o crescimento econômico. Muito pelo contrário,
esta ferramenta é fundamental para garantir que os processos não comprome-
tam a capacidade de suporte dos recursos naturais, para sempre estarem dis-
poníveis a serem utilizados pelos próprios empreendimentos. Compreende-se
então, como uma ferramenta extremamente importante na busca pela susten-
tabilidade e preservação dos recursos naturais. Assim, buscando um novo mo-
delo de desenvolvimento como foi pactuado nas reuniões globais mencionadas
no capítulo anterior. Vale ressaltar que esse novo modelo de desenvolvimento
configura-se no chamado desenvolvimento sustentável que alia o equilíbrio en-
tre as esferas econômicas, sociais e ambientais. Para isso é fundamental que
o licenciamento ambiental seja desenvolvido, até mesmo para resguardar a dis-
ponibilidade de materiais para a sustentabilidade empresarial ao longo prazo,
visando o não esgotamento desses recursos. Desta forma, esta ferramenta tor-
na-se um meio estratégico para o desenvolvimento econômico da nação, prote-
ção da fauna e da flora.

Além disso, o programa de licenciamento ambiental visa à garantia de que os


empreendimentos além e trazerem melhorias econômicas sem comprometer a
disponibilidade de recursos naturais, tragam também melhorias da qualidade
de vida para a população. Então é muito comum, que os empreendimentos
para se licenciar acabem promovendo projetos destinados as comunidades
na forma de compensação dos impactos ambientais gerados pelos empreendi-
mentos, assunto que trataremos mais detalhadamente nos próximos capítulos.

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Embora seja uma ação de interesse popular é uma obrigatoriedade para o em-
preendedor buscar o licenciamento ambiental, é um instrumento previsto em
lei, desta maneira, o empreendedor deve buscar os órgãos ambientais para
se licenciarem desde o seu planejamento, instalação e a operação (FIRJAN,
2004).

2.1 Sua instituição e evolução

Como vimos o Licenciamento Ambiental foi instituído pela Política Nacional de


Meio Ambiente em 1981, este instrumento incialmente foi aplicado ás indústrias
de transformação passando a abranger ao longo do tempo vários projetos de
infraestrutura promovidos pelo próprio governo e empresas e consequentemen-
te o licenciamento ambiental foi ampliado alcançando outras áreas como proje-
tos de expansão urbana, agropecuária e turismo, cuja implantação possa, efeti-
va ou potencialmente, causar degradação ambiental.

Atualmente o processo de licenciamento ambiental é uma exigência para a au-


torização de diversas atividades. As atividades sujeitas ao processo de licen-
ciamento ambiental podem ser encontradas nas Resoluções CONAMA 001/86,
011/86, 006/87, 006/88, 009/90 e 010/90, além disso, uma importante resolu-
ção foi a resolução 237/97 que trás o rol de atividades sujeitas ao processo de
licenciamento ambiental em seu anexo 1.

Entre elas de acordo com a resolução CONAMA 237/97 podem ser elencadas
as seguintes atividades sujeitas ao licenciamento ambiental:
• Extração e tratamento de minerais.
• Indústria de produtos minerais não metálicos.
• Indústria metalúrgica.
• Indústria mecânica.
• indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações.
• Indústria de material e transporte.
• indústria de madeira.
• indústria de papel e celulose.
• indústria de borracha.
• indústria de couros e peles.
• Indústria química.
• Indústria de produtos de matéria plástica.
• indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos.
• indústria de produtos alimentares e bebidas.
• indústria de fumo.
• indústrias diversas (asfalto, concreto e galvanoplastia).
• Obras civis.
• serviço de utilidade (incluído geração de energia, tratamento de água,
esgoto e resíduos sólidos).

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• Transportes terminais e depósitos.
• Turismo.
• Atividades diversas (como parcelamento do solo, distrito e polo indus-
trial).
• Atividades agropecuárias.
• Uso de recursos naturais.

Neste ponto, quero que preste a atenção nesta lista para as atividades de agro-
pecuárias como sendo uma atividade de submissão ao licenciamento ambien-
tal, o Anexo 1 da referida resolução demostra que é necessário buscar o licen-
ciamento ambiental neste item para as atividades de projetos agrícolas, criação
de animais e projetos de assentamentos e colonização. Quero ressaltar ainda,
que é sujeito ao licenciamento ambiental às atividades que sejam utilizadoras
de recursos naturais como: silvicultura, exploração econômica da madeira ou
lenha e subprodutos florestais, atividade de manejo de fauna exótica e cria-
douro de fauna silvestre, utilização do patrimônio genético natural, manejo de
recursos aquáticos vivos, introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente
modificadas e o uso da diversidade biológica pela biotecnologia. Para a área
de agronomia é fundamental a atenção neste ponto.

2.3 Responsabilidades pelo processo de licenciamento ambiental

Atualmente no Brasil o licenciamento ambiental pode ser aprovado pela União,


pelos e Estados e pelos Municípios, dependendo da magnitude e localização
dos empreendimentos. Assim, cada esfera tem o seu poder para deliberar so-
bre os processos cabíveis em atendimento a legislação vigente. Desta forma, o
processo torna-se decentralizado e cooperativo o que garante uma seguridade
no atendimento das peculiaridades de cada empreendimento.

Assim posto, a União representada pelo IBAMA (Instituto de Meio Ambiente e


dos Recursos Naturais Renováveis), de acordo com a Lei complementar n° 140
de 2011 estabelece que os licenciamentos localizados ou desenvolvidos con-
juntamente no Brasil e em país limítrofe (países que fazem fronteira com o Bra-
sil), áreas localizadas ou desenvolvidas no mar territorial, na plataforma con-
tinental ou na zona econômica exclusiva devem ser licenciadas pelo IBAMA.
Além dessas áreas, a referida lei também estabelece que as atividades locali-
zados ou desenvolvidos em terras indígenas, localizados ou desenvolvidos em
unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção
Ambiental (APA) e localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou em mais Esta-
dos, empreendimentos de caráter militar, destinados a pesquisar, lavrar, produ-
zir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer
estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e apli-
cações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e
ainda os empreendimentos que atendam tipologia estabelecida por ato do Po-

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der Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional (BRASIL,
2011).

Já os empreendimentos licenciados pelos estados compreendem as atividades


utilizadoras de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, localizados ou
desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em
Áreas de Proteção Ambiental (APA). Além disso, conforme a lei supracitada é
de responsabilidade dos estados aprovar o manejo e a supressão de vegeta-
ção, de florestas e formações sucessoras compreendendo as florestas públicas
estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em Áreas de Prote-
ção Ambiental (APA). Vale ressaltar que são de responsabilidade do estado o
licenciamento de atividades que ultrapassam os limites municipais. No estado
do Paraná podemos listar algumas atividades que são licenciadas pelo Estado
através do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) que são de interesse da área da
agronomia como: armazenadoras e comercializadoras de agrotóxicos, assen-
tamento e reforma agrária, avicultura, fornos para produção de carvão, picado-
res de lenha e resíduos, despalha de cana de açúcar, eletrificação rural, emba-
lagem pós consumo de óleo lubrificante, empreendimentos de fauna silvestre,
náuticos, fabrica do agricultor, mineração, programa de irrigação noturna, pisci-
cultura (tanque, viveiro, pesque pague, açude, reservatório e alagado), queima
de resíduos de caldeira, suinocultura e transporte (IAP, 2018).

Já aos municípios competem licenciar as atividades causadoras de impactos


ambientais locais que não excedam os limites municipais, bem como os tipos
de atividades definidas por conselhos estaduais. Existem algumas experiências
no processo de licenciamento ambiental bem sucedidas realizadas por muni-
cípios no estado do Paraná. Alguns exemplos bem sucedidos da implantação
do licenciamento ambiental a nível municipal no Paraná pode ser observado
municípios de Curitiba, Guarapuava e agora em Maringá. Na região noroeste
do Paraná o Consórcio Intermunicipal Caiuá Ambiental – CICA articula-se para
a instauração do licenciamento ambiental desenvolvido pelo próprio consórcio
abrangendo os municípios consorciados.

2.4 Estrutura do processo de licenciamento ambiental

Basicamente o licenciamento ambiental brasileiro é composto por três tipos de


licença principais que são elas: a LP (licença Prévia), LI (licença de instalação)
e a LO (licença de operação), no entanto dependendo do órgão ambiental pode
haver outros tipos de licenças dependendo do potencial poluidor da atividade
desenvolvida, como é o caso da LS (Licença Simplificada) que é muito utilizada
para impactos ambientais de pequena magnitude. Conheça agora os três tipos
básicos de licenças ambientais.

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2.4.1 LP (licença Prévia)

De acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97 a LP é concedida na fase pre-


liminar do planejamento do empreendimento ou atividade, essa licença é res-
ponsável por aprovar a localização e concepção, atestando a viabilidade am-
biental, além de determinar as condições básicas para a etapa de instalação.
Esta etapa é importante, pois garante que o local onde o empreendimento será
instalado seja adequado para o desenvolvimento das atividades. Além disso, é
necessária a aprovação do EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relató-
rio de Impacto Ambiental) para que se disponha da LP. Para Cunha e Guerra
(2009), é um instrumento indispensável para a aquisição de financiamentos e
outros incentivos fiscais.

Vale ressaltar que mediante a emissão da LP ainda não é autorizado a insta-


lação do empreendimento, esta licença não pode ser superior a 5 (cinco) anos
respeitando o cronograma do projeto.

2.4.2 LI (licença de Instalação)

A aprovação da Licença de instalação autoriza a instalação do empreendimen-


to ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, pro-
gramas e projetos aprovados (CONAMA, 1997). Além disso, de acordo com a
resolução mencionada é necessário atender as medidas de controle ambiental
e demais condicionantes relacionadas aos diferentes sistemas de gestão
ambiental que regem o empreendimento.

Essa licença é concedida após a aprovação de alguns projetos e estudos


como: PCA (Plano de Controle Ambiental), RCA (Relatório de Controle Ambien-
tal), PRAD (Plano de Recuperação de Área Degradada) ou ainda outros pla-
nos e estudos solicitados a contendo das condicionantes do órgão ambiental
(CUNHA E GUERRA, 2008). Além disso, os autores supracitados mencionam
que esta licença firma um compromisso para que o empreendedor venha a
cumprir as condicionantes do projeto além de comunicar alguma alteração que
possa surgir.

Cabe lembrar, esta licença não autoriza a operação do empreendimento sendo


necessário respeitar o cronograma do projeto, e que ainda esta licença não po-
derá ultrapassar 6 (seis) anos de validade.

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2.4.3 LO (Licença de Operação)

A Licença de Operação autoriza a operação da atividade ou empreendimen-


to, no entanto ela é emitida após a verificação do efetivo cumprimento do que
consta das licenças anteriores, como as medidas de controle ambiental e con-
dicionantes determinados para a operação (CONAMA, 1997).

É importante frisar que a validade da licença de operação é de no mínimo 4


(quatro) e no máximo 10 (dez) anos. E que ainda deve-se requerer a renova-
ção da LO com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração
de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automati-
camente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental compe-
tente (CONAMA 1997).

Figura 01 - Estrutura do licenciamento ambiental

Fonte: próprio autor

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2.4.4 Publicação

Quero ressaltar que é necessário sempre que solicitar uma licença ambienta
ou mesmo quando ela for concedida é obrigatória à publicação em diário oficial
ou em jornal de grande circulação.

Esta publicação deverá conter:

a) Nome da empresa e sigla (se houver)


b) Sigla do órgão onde requereu a licença
c) Modalidade da licença requerida
d) Finalidade da licença
e) Prazo de validade de licença (no caso de publicação de
concessão da licença)
f) Tipo de atividade que será desenvolvida
g) Local de desenvolvimento da atividade (CONAMA, 1986).

Quadro 01 – Exemplo de publicação para requerimento de licença am-


biental

(nome da empresa – Sigla)


Torna público que requereu à (Nome do Órgão onde requereu a licença), a
Licença (tipo de licença), para atividade e local. Foi determinado estudo de
impactos ambiental e/ou não foi determinado estudo de impacto ambiental.
Fonte: CONAMA, (1986)

SAIBA MAIS

O licenciamento ambiental é processo complexo que envolve a obtenção de


três licenças ambientais, além de demandar tempo e recursos. Entretanto, os
custos e o prazo para a obtenção do devido licenciamento não se contrapõem
aos requisitos de agilidade e racionalização de custos de produção, inerentes à
atividade econômica. Ao contrário, atender à legislação do licenciamento impli-
ca racionalidade. Ao agir conforme a lei, o empreendedor tem a segurança de
que pode gerenciar o planejamento de sua empresa no atendimento às deman-
das de sua clientela sem os possíveis problemas de embargos e paralisações,
além de garantir que sua atuação será compatível com o meio ambiente.

Fonte: Brasil. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambien-


tal / Tribunal de Contas da União; 2.ed. -- Brasília : TCU, 4ª Secretaria de Con-
trole Externo, 2007. Disponível em: www.tcu.gov.br e www.ibama.gov.br.

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2.4.5 Projeto de Lei 3729/04

Atualmente no congresso nacional tramita um polêmico Projeto de Lei conhe-


cido como PL 3729/04, este projeto tem por objetivo criar um novo sistema de
licenciamento ambiental no país. Caso seja aprovada a nova legislação tem por
finalidade flexibilizar os processos de licenciamento ambiental no país. Para a
bancada ruralista a mudança significa uma atualização da legislação tornando
o processo de licenciamento ambiental menos burocrático e rápido. Já os seto-
res ambientalistas criticam o projeto alegando que este significa um desmonte
ao sistema de licenciamento ambiental e um retrocesso para o setor, colocando
em risco a utilização exacerbada dos recursos naturais.

Uma mudança significativa é a proposta que dispensa o licenciamento ambien-


tal para as atividades agropecuárias e de florestas plantada com exceção da
implantação de novas atividades quando existir restrições com relação a sua
implantação (SOS MATA ANTÂNTICA, 2018). As atividades agrícolas sem som-
bra de dúvidas é causadora de diversos tipos de impactos ambientais, e o pro-
cesso de licenciamento ambiental é uma ação muito importante para a manu-
tenção dos estoques naturais, inclusive a preservação desses recursos é fun-
damental para a manutenção do próprio agronegócio.

Um dos pontos polêmicos é o Art. 5º onde visa estabelecer prazos máximos


para a manifestação conclusiva do licenciador sobre o pedido de licença am-
biental, não superiores a 6 (seis) meses. Obviamente o processo de licencia-
mento ambiental no Brasil é moroso, no entanto o prazo de 6 meses sugerido
no projeto é insuficiente pra fornecer um parecer seguro sobre a viabilidade do
empreendimento.

O projeto ainda esta em discussão e apresentando alterações em seu conteú-


do, no entanto, é necessário que a sociedade civil organizada esteja atenta as
significativas mudanças que o processo de licenciamento ambiental poderá so-
frer nos últimos anos, ainda mais diante da recente tragédia ocorrida em Bru-
madinho/MG que ceifou muitas vidas e deixou um rastro de destruição ambien-
tal ainda incalculável. O processo de licenciamento ambiental é uma estratégia
importante para a manutenção do equilíbrio entre o desenvolvimento das ativi-
dades humanas e a preservação dos recursos naturais.

REFLITA

“O meio ambiente permeia diretamente a vida humana e não há como dissociá-


-los”.

Fonte: ALENCAR, Rodrigues Walton. Cartilha de licenciamento ambiental 2.ed. -Brasí-


lia : TCU, 2007.

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2.4.6 Considerações finais

O processo de licenciamento ambiental é um instrumento de gestão ambiental


que visa subsidiar a tomada de decisão a respeito da viabilidade de implanta-
ção de um empreendimento em uma determinada área. O licenciamento am-
biental considera como diretriz básica a promoção do desenvolvimento susten-
tável para a aprovação do funcionamento dos empreendimentos. Desta forma,
o processo de licenciamento ambiental considera os aspectos físicos, quími-
cos, biológicos, culturais, econômicos e sociais para a tomada de decisão a
respeito de um projeto. Sua estrutura básica de funcionamento compreende-se
a Licença prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO),
mas podem também ser solicitadas outros tipos de licenças como a licença
simplificada ou ainda a dispensa de licença ambiental. Um aspecto relevante
são as exigências dos estudos de impactos ambientais para a implementação
dos empreendimentos.

Já os estudos de impactos ambientais resultam em medidas avaliativas que ve-


remos no próximo capítulo que subsidiam a tomada de decisão. É interessante
analisarmos que o processo de licenciamento ambiental prevê as medidas mi-
tigatórias que vislumbra a redução dos impactos gerados pela implantação dos
projetos. O licenciamento ambiental brasileiro constitui-se em uma moderna
ferramenta de gestão ambiental. No entanto, por pressões políticas a estrutura
do processo de licenciamento ambiental corre o risco de ser alterada flexibili-
zando as normativas para a implantação dos empreendimentos fator que de
acordo com especialistas representam um grave retrocesso na política ambien-
tal do país. De qualquer maneira, o licenciamento ambiental é um importante
instrumento que garante o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, social
e ambiental balizados nos preceitos do desenvolvimento sustentável.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei Complementar Nº 140, de 8 de Dezembro de 2011. Brasília, 2011.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp140.htm>.
Acesso em: 15 nov. 2018.

CONAMA. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução 237. Brasília, 19


dez. 1997. Disponível em: <https://www.aracaju.se.gov.br/userfiles/emurb/licen-
ciamento_de_Obras/leis_federais_estaduais/Resol_CONAMA_237_97.pdf>.
Acesso em: 15 nov. 2018.

CONAMA. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução 1986 Brasília , 24


jan. 1986. Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?-
codlegi=29>. Acesso em: 15 nov. 2018.

Cunha, S. B.; Guerra A. J. T. Avaliação e perícia ambiental 9°ed. Bertrand Brasil


– Rio de Janeiro, 2009.

FIRJAN Manual de Licenciamento ambiental : guia de procedimento passo a


passo. Rio de Janeiro: GMA, 2004.

IAP, Instituto Ambiental do Paraná. Licenciamentos de Atividades Gerais. Dis-


ponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteu-
do=1033>. Acesso em: 15 nov. 2018.

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MATERIAL COMPLEMENTAR
Leitura complementar

Manual de licenciamento ambiental: http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_


pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf Acesso em: 16 dez. 2018

Manual de licenciamento ambiental Caern: http://www.crbio05.gov.br/imagens/


legislacao/manual_de_licenciamento_ambiental_5ed_a.pdf Acesso em: 16
dez. 2018

O que é licenciamento ambiental e quais as suas modalidades: http://www.ma-


tanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-e-suas-modalidades/ Acesso em:
16 dez. 2018

Projeto de lei que afrouxa o licenciamento ambiental no país segue tramitando


no congresso. http://blog.leia.org.br/projeto-de-lei-que-afrouxa-o-licenciamento-
-ambiental-no-pais-segue-tramitando-no-congresso/ Acesso em: 16 dez. 2018

Vídeos complementares

PL 3.729: https://www.youtube.com/watch?v=yP03kByRYds

Projeto de lei quer flexibilizar licenciamento ambiental: https://www.youtube.


com/watch?v=kHByxW_gF5I

Licenciamento Ambiental | O que é, obrigatoriedade e suas fases (LP, LI e LO)


https://www.youtube.com/watch?v=9fUNF1gfyXA

Três passos para entender o licenciamento ambiental: https://www.youtube.


com/watch?v=M9Bx4EHjud4

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