Você está na página 1de 33

Centro federal de educação tecnológica de minas Gerais – CEFET-MG

Departamento de Ciência e Tecnologia Ambiental – DCTA


2DG.005 – Gestão Ambiental

Aula 7 (assíncrona):
Licenciamento Ambiental
Profa: Amanda Noronha
amandanmc@cefetmg.br

Belo Horizonte
Fev/2021 1
Sumário
• O que é o licenciamento ambiental?
• O que acontece se não tiver a Licença
• Por que conhecer este instrumento? Ambiental?
• Quem realiza o Licenciamento Ambiental? • Licenciamento no estado de Minas Gerais.
• Quando a Licença Ambiental compete à • Deliberação Normativa COPAM nº 217/2017.
União?
• Regularização de Uso de Recursos Hídricos de
• Quando a Licença Ambiental compete ao
Estado? Domínio do Estado de Minas Gerais.

• Quando a Licença Ambiental compete ao • Autorização para Intervenção Ambiental no


Município? Estado de Minas Gerais.
• Consulta à outros órgãos no processo de • Leitura Complementar.
licenciamento ambiental.
• Resumo.
• Quem precisa do Licenciamento Ambiental?
• Referências.
• Quais são as Licenças Ambientais?
2
O que é o Licenciamento Ambiental?
•O licenciamento ambiental é um instrumento de prevenção e fiscalização,
instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal nº6.938/1981),
que consiste em um procedimento administrativo pelo qual o órgão
competente licencia a localização, instalação, ampliação e operação de
empreendimentos ou atividades que possam causar poluição ou degradação
ambiental.

3
Por que conhecer este instrumento?
• Os profissionais das diversas engenharia (para além da ambiental) encontram-se
frequentemente envolvidos nos processos de licenciamento ambiental.
• Aqueles que trabalham na iniciativa privada:
• Indústria
• Especialistas que tem o dever de acompanhar internamente, dentro do ramo de sua atividade, o cumprimento
das condicionantes da licença ambiental.
• Consultorias
• Especialistas que contribuirão na elaboração dos estudos ambientais obrigatórios para o licenciamento;
• Especialistas que são contratados pela indústria para o acompanhamento das condicionantes da licença
ambiental, bem como de sua renovação.
• Aqueles que trabalham no setor público:
• Especialistas que irão analisar toda a documentação submetida pelos empreendimentos, função para a qual são
contratadas diversas formações, de modo a abranger as diferentes tipologias de atividades.

4
Quem realiza o Licenciamento Ambiental?
• Conforme a Resolução CONAMA nº237/1997, entre outras normas, a competência
para licenciar é dos órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente
SISNAMA, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.
• O licenciamento pode ser de competência da esfera federal, estadual ou municipal.
Isso depende de critérios como a localização e abrangência dos impactos
decorrentes do empreendimento.

5
Quando a Licença Ambiental compete à União?
•Olicenciamento competirá ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) quando:
• O impacto for nacional;
• A área de influência direta do projeto for localizada em dois ou mais Estados;
• Os impactos ultrapassarem o território nacional, se localizarem no mar territorial,
plataforma continental, zona econômica exclusiva, terras indígenas ou em Unidades de
Conservação da União;
• São relativos à material radioativo, ou utilizem energia nuclear ou ainda com bases ou
empreendimentos militares.

6
Quando a Licença Ambiental compete ao
Estado?

• Quando o empreendimento estiver localizado em mais de um município ou em


Unidade de Conservação estadual; localizados ou desenvolvidos nas florestas e
demais formas de vegetação natural de preservação permanente ou cujos
impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais
municípios.

7
Quando a Licença Ambiental compete ao
Município

•ALei Complementar nº 140/2011 tornou clara a competência administrativa


do Município para realizar o licenciamento, para empreendimentos de
impacto local ou que afetem Unidades de Conservação do Município.

8
Outros órgãos deverão ser consultados no processo
de licenciamento ambiental, conforme o caso.
• Município, quanto ao uso e ocupação do solo;
• Companhia de Água, quanto à viabilidade do fornecimento de água potável e coleta e tratamento de esgoto
sanitário;
• Concessionária de Energia Elétrica, quanto ao fornecimento de energia;
• IPHAN, quanto a possíveis impactos ao patrimônio histórico, cultural, natural e paisagístico;
• ICMBio e órgãos gestores de Unidades de Conservação (UC), quanto a possíveis impactos a biodiversidade de
áreas protegidas;
• Agência Nacional da Água, Comitê de Bacia Hidrográfica e órgãos gestores de recursos hídricos, quanto à outorga
de uso para captação de água superficial ou subterrânea ou lançamento de efluentes;
• FUNAI, quanto a possíveis impactos a indígenas;
• Fundação Zumbi dos Palmares, quanto à população quilombola; entre outros.

9
Quem precisa do Licenciamento Ambiental?
• Segundo a Resolução CONAMA nº 237/1997, são exemplos de empreendimentos sujeitos ao
licenciamento ambiental:
• Indústria de produtos minerais não metálicos
• Indústria metalúrgica
• Indústria mecânica
• Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações
• Indústria de material de transporte
• Indústria de madeira
• Indústria de papel e celulose
• Indústria de borracha
• Indústria química
• Indústria de produtos de matéria plástica
• Extração e tratamento de minerais
• Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos
10
Quem precisa do Licenciamento Ambiental?

• Indústria de produtos alimentares e bebidas


• Indústria de fumo
• Obras civis
• Serviços de utilidade (como transmissão de energia elétrica, estações de tratamento de água,
tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, etc).
• Transporte, terminais e depósitos
• Turismo
• Atividades diversas (parcelamento do solo e distrito e polo industrial).
• Atividades agropecuárias
• Uso de recursos naturais (exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais,
utilização do patrimônio genético natural, etc).

11
Quais são as Licenças Ambientais?
• A Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão estabelece as condições, restrições e
medidas de controle ambiental.
• Em regra, o licenciamento ambiental é composto por três fases (CONAMA n° 237/1997).
• Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade
aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos
básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
• Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
• Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação.
• As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza,
características e fase do empreendimento ou atividade.
12
O que acontece se não tiver a Licença Ambiental?

• De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal


nº 9.605/98), construir, reformar, ampliar, instalar ou
fazer funcionar o empreendimento sem a licença ou
autorização ambiental constitui crime ambiental.
• Além de punível com detenção e multa no processo
penal, uma fiscalização pode determinar a paralisação
ou fechamento da atividade, pagamento de multa no
valor que pode variar de R$50,00 a R$ 50.000.000,00,
danos à imagem da empresa e impedimento de obter
financiamentos bancários e de contratar com o Poder
Público.

13
Licenciamento no estado de Minas Gerais
• Em Minas Gerais, as atribuições do licenciamento ambiental são exercidas, de acordo com as
competências estabelecidas no Decreto Estadual nº 47.042, de 6 de setembro de 2016, pela
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), por meio de suas
unidades administrativas: as Superintendências Regionais de Meio Ambiente (Suprams),
distribuídas por nove regiões do Estado, e a Superintendência de Projetos Prioritários (Suppri).
• O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), por meio de suas Câmaras Técnicas (CTs), tem
atribuição de deliberar sobre as licenças ambientais, de acordo com o disposto no Decreto Estadual
nº 46.953, de 23 de fevereiro de 2016.
• Os critérios para classificação, segundo o porte e potencial poluidor, bem como os
critérios locacionais a serem utilizados para definição das modalidades de licenciamento ambiental
de empreendimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais no Estado de Minas Gerais,
dentre outras providências, são estabelecidos pela DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217,
DE 06 DE DEZEMBRO DE 2017.

14
DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217/2017
• Constituem modalidades de licenciamento ambiental no estado de Minas Gerais (Art. 8º):
• I – Licenciamento Ambiental Trifásico – LAT
• Licenciamento no qual a Licença Prévia – LP, a Licença de Instalação – LI e a Licença de Operação – LO da atividade ou
do empreendimento são concedidas em etapas sucessivas;
• II – Licenciamento Ambiental Concomitante – LAC
• Licenciamento no qual serão analisadas as mesmas etapas previstas no LAT, com a expedição concomitantemente de
duas ou mais licenças;
• III – Licenciamento Ambiental Simplificado – LAS
• Licenciamento realizado em uma única etapa, mediante o cadastro de informações relativas à atividade ou ao
empreendimento junto ao órgão ambiental competente, ou pela apresentação do Relatório Ambiental Simplificado –
RAS, contendo a descrição da atividade ou do empreendimento e as respectivas medidas de controle ambiental.

• Validade das licenças


• LAS: 10 anos; LP: 5 anos; LI: 6 anos; LO: 10 anos.

15
DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217/2017
• O enquadramento e o procedimento de licenciamento ambiental a serem adotados serão definidos pela
relação da localização da atividade ou empreendimento, com seu porte e potencial poluidor/degradador,
levando em consideração sua tipologia.
• O potencial poluidor/degradador das atividades e empreendimentos será considerado como pequeno (P),
médio (M) ou grande (G), conforme estabelecido na Tabela 1 do Anexo Único desta Deliberação Normativa, por
meio das variáveis ambientais de ar, água e solo. Para efeito de simplificação inclui-se no potencial poluidor
sobre o ar os efeitos de poluição sonora e sobre o solo os efeitos nos meios biótico e socioeconômico.

Tabela 1 do Anexo Único da DN n° 217/2017 -


Determinação de potencial poluidor geral.

Ar
Água
Solo

16
DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217/2017
• O enquadramento dos empreendimentos e atividades em classes se dará conforme matriz de
conjugação do potencial poluidor/degradador e do porte dispostas na Tabela 2 do Anexo Único
desta Deliberação Normativa (Art. 5º). Os empreendimentos e atividades modificadoras do meio
ambiente são enquadradas em seis classes que conjugam o porte e o potencial poluidor/degradador
do meio ambiente, conforme mostrado abaixo.

Tabela 2 do Anexo Único da DN n° 217/2017 - Determinação da classe do


empreendimento a partir do potencial poluidor/degradador da atividade e do porte.

17
DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217/2017
• As modalidades de licenciamento serão estabelecidas conforme Tabela 3 do Anexo Único desta
Deliberação Normativa, por meio da qual são conjugadas a classe e os critérios locacionais de
enquadramento, ressalvadas as renovações (Art. 6º).

Tabela 3 do Anexo Único da DN n° 217/2017 –


Matriz de fixação da modalidade de licenciamento

18
Tabela 4 do Anexo Único da DN n° 217/2017 –
Critérios locacionais de enquadramento.

DELIBERAÇÃO NORMATIVA
COPAM Nº 217/2017
• Os critérios locacionais de enquadramento referem-
se à relevância e à sensibilidade dos componentes
ambientais que os caracterizam, sendo-lhes
atribuídos pesos 01 (um) ou 02 (dois), conforme
Tabela 4 do Anexo Único desta Deliberação
Normativa.
• O peso 0 (zero) será atribuído à atividade ou
empreendimento que não se enquadrar em nenhum
dos critérios locacionais previstos na Tabela 4 do
Anexo Único desta Deliberação Normativa.
• Na ocorrência de interferência da atividade ou
empreendimento em mais de um critério locacional,
deverá ser considerado aquele de maior peso.

19
DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217/2017
• Exercício (não é necessário entregar) para determinação da modalidade de licenciamento do empreendimento
abaixo.
• Mineração de ferro – Lavra à céu aberto;
• Produção Bruta: 600.000 t/ano;
• Necessária supressão de extensa faixa de vegetação nativa.

• Dicas para resolução


1) Identificação da atividade na Listagem A do Anexo Único da DN n° 217/2017.
2) Determinação de potencial poluidor geral, a partir da Tabela 1 do Anexo Único da DN n° 217/2017.
3) Determinação da classe do empreendimento, a partir da conjugação do potencial poluidor/degradador da atividade e
do porte, na Tabela 2 do Anexo Único da DN n° 217/2017.
4) Determinação do peso do critério locacional do empreendimento, a partir da Tabela 4 do Anexo Único da DN n°
217/2017.
5) Definição da modalidade de licenciamento, a partir da conjugação da classe do empreendimento (item 3) com os
critérios locacionais de enquadramento (item 4), na Tabela 3 do Anexo Único da DN n° 217/2017.

• Resposta: LAC1.

20
DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217/2017
• Na modalidade de LAC a licença será emitida conforme os seguintes procedimentos:
• I – análise, em uma única fase, das etapas de LP, LI e LO da atividade ou do empreendimento, denominada LAC1;
• II – análise, em uma única fase, das etapas de LP e LI do empreendimento, com análise posterior da LO; ou, análise da LP
com posterior análise concomitante das etapas de LI e LO do empreendimento, denominada LAC2.
• Quando enquadrado em LAC1, o empreendedor poderá requerer que a análise seja feita em LAC2, quando necessária a
emissão de LP antes das demais fases de licenciamento.
• A LI e a LO poderão também ser concedidas de forma concomitante quando a instalação implicar na operação do
empreendimento, independentemente do enquadramento inicial da atividade ou empreendimento.

• Na modalidade de Licenciamento Ambiental Simplificado a licença será emitida conforme os


seguintes procedimentos:
• I – em uma única fase, mediante cadastro de informações pelo empreendedor, com expedição eletrônica da Licença
Ambiental Simplificada – LAS, denominada LAS/Cadastro; ou
• II – análise, em um a única fase do Relatório Ambiental Simplificado – RAS, com expedição da Licença Ambiental
Simplificada – LAS, denominada LAS/RAS.

21
DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217/2017
• A autorização para utilização de recurso hídrico1, bem como a autorização para intervenção
ambiental2, quando necessárias, deverão ser requeridas no processo de licenciamento ambiental,
previamente à instalação do empreendimento ou atividade (Art. 16).
1. Uso de Recursos Hídricos - Utilização de recursos hídricos ou intervenção em corpo d’água sujeitos a
regularização mediante outorga ou certidão de uso insignificante.
2. Intervenção ambiental - Qualquer intervenção sobre a cobertura vegetal nativa ou sobre área protegida,
ainda que neste caso não implique em supressão de vegetação, passível de autorização pelo órgão
ambiental competente.

• Não se aplica o disposto acima aos processos de LAS, que já devem apresentar as autorizações para
intervenções ambientais ou em recursos hídricos, previamente à instalação do empreendimento.

22
DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217/2017
• O órgão ambiental estadual responsável pelo licenciamento estabelecerá os estudos ambientais que instruirão os
requerimentos de licença das atividades listadas no Anexo Único desta Deliberação Normativa, observadas as
especificidades da atividade, sem prejuízo das demais normas vigentes (Art. 17).
• Poderão ser exigidos os seguintes estudos, conforme termos de referência disponibilizados pelo órgão ambiental estadual:
• Relatório Ambiental Simplificado – RAS: visa identificar, de forma sucinta, os possíveis impactos ambientais e medidas de controle,
relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de atividade.
• Relatório de Controle Ambiental – RCA;
• Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – Rima;
• O RCA ou o EIA visam à identificação dos aspectos e impactos ambientais inerentes às fases de instalação e operação da atividade e
instruirão o processo de LP, conforme o caso.
• Plano de Controle Ambiental – PCA: contém as propostas para prevenir, eliminar, mitigar, corrigir ou compensar os impactos ambientais
detectados por meio do RCA ou do EIA e instruirá o processo de LI;
• Relatório de Avaliação do Desempenho Ambiental – Rada: visa à avaliação do desempenho ambiental dos sistemas de controle
implantados, bem como das medidas mitigadoras estabelecidas nas licenças anteriores, e instruirá o processo de renovação de LO.

• O órgão ambiental estadual poderá solicitar, justificadamente, outros estudos necessários à correta identificação dos
impactos ambientais, em função das intervenções causadas pela atividade ou empreendimento, suas características
intrínsecas e dos fatores locacionais.

23
Regularização de Uso de Recursos Hídricos de
Domínio do Estado de Minas Gerais
• As normas e os procedimentos para a regularização de uso de recursos hídricos de domínio do estado de
Minas Gerais foram estabelecidas no DECRETO Nº 47.705, DE 4 DE SETEMBRO DE 2019.
• A Outorga é o instrumento legal que assegura ao usuário o direito de utilizar os recursos hídricos, no
entanto, essa autorização não dá ao usuário a propriedade de água, mas, sim, o direito de seu uso.
Portanto, a outorga poderá ser suspensa, parcial ou totalmente, em casos extremos de escassez, de não
cumprimento pelo outorgado dos termos de outorga, por necessidade premente de se atenderem aos
usos prioritários e de interesse coletivo, dentre em outras hipóteses previstas na legislação vigente.
• A outorga do direito de uso de recursos hídricos se efetivará por ato do Instituto Mineiro de Gestão das
Águas – Igam (Art. 3º).
• Para conhecimento dos procedimentos administrativos para obtenção de outorga de direito de uso de
recursos hídricos, consultar o referido Decreto.

24
Regularização de Uso de Recursos Hídricos de Domínio do Estado
de Minas Gerais
• Estão sujeitas à outorga de direito de uso pelo Poder Público, independentemente da natureza pública ou
privada dos usuários, as intervenções que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade dos recursos hídricos,
a montante ou a jusante do ponto de interferência, conforme os seguintes modos de usos (Art. 2º):

• I – captação ou derivação em um corpo de água; • IX – retificação, canalização ou obras de drenagem;


• II – explotação de água subterrânea; • X – transposição de bacias;
• III – construção de barramento ou açude; • XI – aproveitamento de potencial hidroelétrico;
• IV – construção de dique ou desvio em corpo de
água; • XII – sistema de remediação para águas
subterrâneas contaminadas;
• V – rebaixamento de nível de água;
• XIII – dragagem em cava aluvionar;
• VI – construção de estrutura de transposição de
nível; • XIV – dragagem em corpo de água para fins de
extração mineral;
• VII – construção de travessia rodoferroviária;
• XV – outras intervenções que alterem regime,
• VIII – lançamento de efluentes em corpo de quantidade ou qualidade dos corpos de água.
água;
25
Regularização de Uso de Recursos Hídricos de
Domínio do Estado de Minas Gerais
• Independem de outorga pelo poder público, conforme definido em regulamento, o uso de recursos
hídricos para satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais distribuídos no meio rural,
bem como as acumulações, as derivações, as captações e os lançamentos considerados insignificantes.
• Devido à grande variação da disponibilidade de água nas diferentes regiões do Estado, principalmente no que diz respeito
às águas superficiais, nas regiões norte, noroeste e nordeste, os usos insignificantes apresentam valores diferentes, pois a
disponibilidade de água é menor nestas regiões.

• Apesar dos referidos usos independerem de outorga, estes ainda devem ser cadastrados.
• Desde de maio de 2017, o cadastro de uso insignificante é realizado através de Sistema disponibilizado na web a fim de
que os usuários possam fornecer as informações da utilização dos recursos hídricos e emitir Certidão online.
• O Sistema de Cadastro de Uso Insignificante de Recursos Hídricos tem como objetivo estimular e facilitar a regularização
do uso da água. Desta forma, visa dar celeridade de resposta e atendimento aos usuários de recursos hídricos
insignificantes.
• A emissão da Certidão não possui custos aos usuários e poderá ser validada (via web) por outras instituições, tais como
bancos e entidades que financiam os produtores/empreendedores.
• Sistema de Cadastro de Uso Insignificante de Recursos Hídricos: http://usoinsignificante.igam.mg.gov.br/mrhi/login.xhtml

26
Autorização para Intervenção Ambiental no Estado
de Minas Gerais
• Os requerimentos de autorização para intervenção ambiental serão dirigidos:
• às Superintendências Regionais de Meio Ambiente - SUPRAM's ou Superintendência de Projetos Prioritários -
SUPPRI da SEMAD, quando vinculados ao Licenciamento Ambiental Concomitante – LAC ou Licenciamento
Ambiental Trifásico – LAT.
• às Unidades Regionais de Florestas e Biodiversidade - URFBio's do IEF (Instituto Estadual de Florestas), quando se
tratar de:
• empreendimento ou atividade não passível de licença ambiental;
• empreendimento ou atividade sujeito a Licenciamento Ambiental Simplificado – LAS;
• intervenções ambientais em empreendimentos ou atividades já licenciadas pelo Estado e não previstas na licença
ambiental inicial, e desvinculadas de licença de ampliação.

• Caso a intervenção ambiental tenha supressão de vegetação nativa, deverá cadastrar previamente a
solicitação no Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais – Sinaflor.

27
Autorização para Intervenção Ambiental no Estado
de Minas Gerais
• Os processos de autorização para intervenção ambiental no âmbito do Estado de Minas Gerais, entre
outras providências, encontram-se dispostos no DECRETO Nº 47.749, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2019.
• São consideradas intervenções ambientais passíveis de autorização (Art. 3º):
• I – supressão de cobertura vegetal nativa, para uso alternativo do solo;
• II – intervenção, com ou sem supressão de cobertura vegetal nativa, em Áreas de Preservação Permanente – APP;
• III – supressão de sub-bosque nativo, em áreas com florestas plantadas;
• IV – manejo sustentável;
• V – destoca em área remanescente de supressão de vegetação nativa;
• VI – corte ou aproveitamento de árvores isoladas nativas vivas;
• VII – aproveitamento de material lenhoso.

28
Autorização para Intervenção Ambiental no Estado
de Minas Gerais
• Art. 4º – Compete aos órgãos ambientais estaduais autorizar as intervenções ambientais elencadas
neste decreto.
• § 1º – Compete aos órgãos ambientais municipais autorizar as intervenções ambientais previstas neste decreto,
respeitadas as competências dos demais entes federativos, nas seguintes situações:
• I – em área urbana, quando não vinculada ao licenciamento ambiental de competência dos demais entes federativos;
• II – quando vinculada ao licenciamento ambiental municipal, excetuadas as previsões da legislação especial;
• III – no Bioma Mata Atlântica, em área urbana, a vegetação secundária em estágio médio de regeneração, nos casos de
utilidade pública e interesse social, mediante anuência do órgão estadual competente.
• § 2º – Os órgãos ambientais estaduais poderão delegar, mediante convênio, aos órgãos ambientais municipais, as
intervenções ambientais de sua competência, previstas em legislação especial, observados os requisitos da Lei
Complementar Federal nº 140, de 8 de dezembro de 2011.
• § 3º – Na hipótese de delegação prevista no §2º, os órgãos ambientais municipais deverão requerer as devidas
anuências aos órgãos ambientais federais, nos termos da legislação aplicável.

29
Autorização para Intervenção Ambiental no Estado
de Minas Gerais
• O órgão ambiental competente determinará, nas autorizações para intervenção ambiental, as medidas
compensatórias cabíveis e as medidas mitigadoras relativas à intervenção autorizada (Art. 6º)
• Os requerimentos de autorização para intervenção ambiental serão dirigidos ao órgão ambiental competente, com
apresentação de estudos técnicos por ele especificados e recolhimento, quando couber, de taxa de expediente e de
taxa florestal, podendo ser formalizados e tramitados por meio de sistema eletrônico (Art. 15).
• Diversas intervenções ambientais são dispensadas de autorização (Art. 37). Alguns exemplos são listados abaixo, para
a lista completa, checar DECRETO Nº 47.749/2019.
• I – os aceiros para prevenção de incêndios florestais, com determinadas características.
• II – a extração de lenha em regime individual ou familiar para o consumo doméstico;
• III – a limpeza de área ou roçada;
• V – o aproveitamento de árvores mortas em decorrência de processos naturais, para utilização no próprio imóvel, não sendo permitida sua
comercialização ou transporte;
• VI – a abertura de picadas e a realização de podas que não acarretem a morte do indivíduo.

30
Leitura Complementar
Realizar a leitura integral das legislações estaduais citadas abaixo:

• DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217, DE 06 DE DEZEMBRO DE 2017 - Estabelece critérios para


classificação, segundo o porte e potencial poluidor, bem como os critérios locacionais a serem utilizados para
definição das modalidades de licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais no Estado de Minas Gerais e dá outras providências.
• Link para acesso: http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=45558

• DECRETO Nº 47.705, DE 4 DE SETEMBRO DE 2019 - Estabelece normas e procedimentos para a regularização


de uso de recursos hídricos de domínio do Estado de Minas Gerais.
• Link para acesso: http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=49498

31
Em resumo ...
• O que é o licenciamento ambiental, quem realiza, quais as tipologias de empreendimento que devem dar
entrada ao processo e o que acontece se isto não for feito.
• Importância dos engenheiros conhecerem o procedimento.
• Em regra, o licenciamento ambiental é composto por três fases (CONAMA n° 237/1997): Licença Prévia (LP),
de Instalação (LI) e de Operação (LO).
• Licenciamento no estado de Minas Gerais
• Realizado pela SEMAD, por meio de suas unidades administrativas Suprams e Suppri.
• Aprovado pelo Copam, por meio de suas Câmaras Técnicas (CTs).
• Normatizado pela DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217, DE 06 DE DEZEMBRO DE 2017.
• Modalidades: Licenciamento Ambiental Trifásico – LAT, Licenciamento Ambiental Concomitante – LAC e Licenciamento Ambiental
Simplificado – LAS.
• Regularização de Uso de Recursos Hídricos de Domínio do Estado de Minas Gerais.
• Outorga do direito de uso de recursos hídricos;
• Cadastro de uso insignificante.
• Autorização para Intervenção Ambiental no Estado de Minas Gerais.

32
Referências
• DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 217, DE 06 DE DEZEMBRO DE 2017 - Estabelece critérios para classificação, segundo o porte e potencial poluidor, bem como os
critérios locacionais a serem utilizados para definição das modalidades de licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais
no Estado de Minas Gerais e dá outras providências.

• http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=45558

• DECRETO Nº 47.705, DE 4 DE SETEMBRO DE 2019 - Estabelece normas e procedimentos para a regularização de uso de recursos hídricos de domínio do Estado de Minas
Gerais.

• http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=49498

• DECRETO Nº 47.749, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2019 - Dispõe sobre os processos de autorização para intervenção ambiental e sobre a produção florestal no âmbito do
Estado de Minas Gerais e dá outras providências.

• http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=50061

• Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM. Cadastro de Uso Insignificante.

• http://www.igam.mg.gov.br/cadastro-de-uso-insignificante-de-recurso-hidrico

• Instituto Estadual de Florestas – IEF. Autorização para Intervenção Ambiental.

• http://www.ief.mg.gov.br/autorizacao-para-intervencao-ambiental

• Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD. Regularização Ambiental.

• http://www.meioambiente.mg.gov.br/regularizacao-ambiental
33

Você também pode gostar