Você está na página 1de 50

Noções de Legislação

Ambiental, Licenciamento e
Resíduos Sólido

Prof. Adriana Bispo


Legislação Ambiental no Brasil
Política Nacional do Meio
Ambiente
Instituída pela Lei Federal nº 6.938/81 Constitui e define a
estruturação do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA

ICMbio
Política Nacional do Meio
Ambiente
O Conselho de Governo - Assessorar o presidente da República

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente – Estudar e


propor políticas e diretrizes governamentais para o meio
ambiente; deliberar sobre normas e padrões e critérios de
controle ambiental

MMA – Ministério do Meio Ambiente - Planejar, coordenar e


supervisionar as ações voltadas para a PNMA
Política Nacional do Meio
Ambiente

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais Renováveis – Execução e fiscalização da PNMA - ações
de fiscalização, controle, licenciamento, monitoramento,
educação ambiental, emissão de autorizações

ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da


Biodiversidade - executar as ações do Sistema Nacional de
Unidades de Conservação,
Lei de Crimes Ambientais

Crime ambiental é todo e qualquer dano ou prejuízo causado aos


elementos que compõem o ambiente: flora, fauna, recursos naturais e o
patrimônio cultural, bem como as condutas que ignoram normas
ambientais
Penalidades
POLUIDOR - Pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, responsável direta ou indiretamente, por atividade
causadora de degradação ambiental.
PENALIDADES - Lei 9605/98
▪ Multa simples ou diária
▪ Pena de reclusão (três meses a 5 anos)
▪ Pena restritiva de direitos:
▪ Prestação de serviços à comunidade
▪ Interdição temporária de direitos
▪ Suspensão parcial ou total de atividades
▪ Prestação pecuniária
▪ Recolhimento domiciliar
Penalidades
CONDIÇÕES ATENUANTES:

❖Baixo grau de instrução ou escolaridade


❖Arrependimento do infrator, manifestado pela reparação ou
limitação do dano
❖Comunicação prévia do perigo iminente de degradação
ambiental
❖Colaboração com os agentes da vigilância e do controle
ambiental
Penalidades
CONDIÇÕES AGRAVANTES:
❖Reincidência nos crimes ambientais
❖Extensão da degradação ambiental
❖ Dolo, mesmo que eventual
❖A infração ter ocorrido em zona urbana
❖Danos permanente a saúde
❖A infração atingir áreas de proteção ambiental
❖O emprego de métodos cruéis na captura e morte de
animais
Instrumentos de Defesa do
Meio Ambiente

❖ Ação Civil Pública


❖ Audiência Pública

❖ Licenciamento
Ambiental
❖ EIA/RIMA
Licenciamento Ambiental

É o procedimento no qual o poder público, representado por


órgãos ambientais, autoriza e acompanha a implantação e a
operação de atividades, que utilizam recursos naturais
ou que sejam consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou empreendimentos que
podem causar degradação ambiental.
Licenciamento Ambiental
Licenciamento é feito por órgão estadual competente,
integrante do SISNAMA, e do IBAMA, em caráter
supletivo , sem prejuízo de outras licenças exigíveis.
O IBAMA é responsável apenas pelos licenciamentos de
competência federal

Licenças em Pernambuco
Municípios também emitem!

Serra Talhada – OK

Deliberação Normativa
CONSEMA nº 01/2018
Etapas do Licenciamento
Ambiental
Licença Prévia – LP
concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou
atividade. Aprova Concepção e localização. O Estudo de Impactos
Ambientais (EIA) pode ser exigido. PRAZO DE 5 ANOS – Prorrogado 1
vez.

Licença Instalação – LI
Autoriza o início da instalação do empreendimento ou atividade. PRAZO
DE 4 ANOS - Prorrogado 1 vez.

Licença Operação – LO
finalmente autoriza o início das operações do empreendimento ou
atividade objeto do projeto, após a verificação do atendimento das
condicionantes. Válida de 1 a 10 anos!
Outras Licenças Ambientais

Autorização Ambiental (AA)


Autorização de atividades que alteram o ambiente por um curto espaço
de tempo, sem impactos significativos e sem EIA. PRAZO MÁXIMO DE
1 ANO

Licença Simplificada (LS)


1 única etapa – autoriza atividades de pequeno potencial poluidor
PRAZO DE 2 a 6 ANOS.
EIA / RIMA
EIA - Estudo de Impacto Ambiental
CONJUNTO DE ESTUDOS, ELABORADO POR EQUIPE
MULTIDISCIPLINAR, PROFISSIONAL E TECNICAMENTE HABILITADA
PARA ANALISAR OS ASPECTOS FÍSICO, BIOLÓGICO E SÓCIO-
ECONÔMICO DO AMBIENTE.
O acesso a ele é restrito, pois contém maior número de informações
sigilosas a respeito da atividade.

RIMA - Relatório de Impacto no Meio Ambiente


É UM RELATÓRIO RESUMO DO EIA, APRESENTADO DE FORMA
OBJETIVA E ADEQUADA À SUA COMPREENSÃO, COM
INFORMAÇÕES TRADUZIDAS COM TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO
VISUAL E LINGUAGEM ACESSÍVEL A PESSOAS NÃO-TÉCNICAS.
Poderá ser observados as vantagens e desvantagens do projeto, bem como as
consequências ambientais.
EIA / RIMA de caráter
obrigatório
• Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento.
• Ferrovias.
• Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos.
• Aeroportos.
• Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários
de esgotos sanitários.
•Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230 Kv
•Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como:
barragem para fins hidrelétricos, acima de 10 MW, de saneamento ou
de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e
irrigação, retificação de cursos d’água, abertura de barras e
embocaduras, transposição de bacias, diques.
EIA / RIMA de caráter
obrigatório
• Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão).

• Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código


de Mineração.

• Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos


tóxicos ou perigosos.

• Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de


energia primária, acima de 10 MW.

•Complexo e unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos,


siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e
cultivo de recursos hídricos).

.
EIA / RIMA de caráter
obrigatório

• Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de


100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em
termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental.

• Projetos urbanísticos, acima de 100 hectares, ou em áreas


consideradas de relevante interesse ambiental a critério do IBAMA e
dos órgãos municipais e estaduais competentes.

• Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade


superior a dez toneladas por dia.
Procedimentos do
Licenciamento Ambiental
Negociação com o órgão ambiental
Equipe multidisciplinar elabora o EIA/RIMA
Realização de Audiência Pública
• quando o órgão ambiental julgar necessário, por
solicitação do ministério público, quando solicitado por
um grupo de no mínimo 50 cidadãos
Aprovação do órgão ambiental
EIV – Estudo de Impacto de
Vizinhança
Estabelecido pelo Estatuto da Cidade, Lei Federal nº 10.257/2001,
ele é um relatório multidisciplinar no qual se faz
um levantamento dos impactos negativos e positivos
causados por empreendimentos e atividades urbanas, bem
como propõe medidas mitigadoras e compensatórias para evitar
possíveis riscos que podem ser apresentados para a vizinhança.

A legislação Municipal definirá os empreendimentos que


precisarão do EIV
EIV – Estudo de Impacto de
Vizinhança
Quando é necessário o EIV?
O estudo é exigido quando há a implantação de empreendimentos e
atividades privadas ou públicas em área urbana. O poder público
municipal solicita ao empreendedor com a finalidade de obter as
licenças de construção, ampliação ou funcionamento.

No estudo são avaliados aspectos como:


• adensamento populacional;
• uso e ocupação do solo;
• valorização imobiliária;
• geração de tráfego para o local;
• Ventilação e iluminação
• Paisagem urbana e patrimônio natural e cultural
EIV – Estudo de Impacto de
Vizinhança
As principais atividades que costumam estar sujeitas à elaboração do
Estudo de Impacto de Vizinhança são:
•Hipermercados,
•Centros de compras e lazer;
•Hospitais;
•Loteamentos urbanísticos;
•Indústrias de médio e grande porte;
•Edifícios comerciais de grande porte;
•Universidades e escolas;
•Estações de tratamento de esgoto;
•Aterros sanitários;
•Usinas de reciclagem de resíduos sólidos.
Resíduos Sólidos
Resíduos Sólidos
⚫ Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS)
- Lei 12.305/10
Resíduos Sólidos
⚫ Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS)
- Lei 12.305/10

Rejeitos
Política Nacional dos Resíduos
Sólidos- RESUMO
Resíduos da
construção
civil: os
gerados nas
construções,
reformas,
reparos e
demolições de
obras de
construção
civil, incluídos
os resultantes
da preparação
e escavação de
terrenos para
obras civis;

resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade,


corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e
mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental
Resíduos Sólidos
Plano de Gerenciamento
Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de
resíduos sólidos:

✓ de serviços públicos de saneamento básico (exceto os de limpeza urbana e


domiciliares;
✓ industriais;
✓ de serviços de saúde;
✓ de mineração;
✓ perigosos;
✓ não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal;
✓ •da construção civil
✓ de serviços de transporte
✓ agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente
Marcos Conceituais
•Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos,
blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas,
tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas,
pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc.,
comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.

•Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas,


responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos.

•Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da


coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas
de destinação.
Marcos Conceituais
•Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento
de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a
aplicação em obras de edificação, de infraestrutura, em aterros sanitários
ou outras obras de engenharia.

•Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir,


reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades,
práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as
ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e
planos.

•Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem


transformação do mesmo.

•Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter


sido submetido à transformação.
Marcos Conceituais
•Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo a operações e/ou
processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam
que sejam utilizados como matéria-prima ou produto.

•Aterro de inertes: é a área onde serão empregadas técnicas de


disposição de resíduos da construção civil Classe "A" no solo, visando a
reserva de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou
futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-
los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao
meio ambiente.

•Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao


beneficiamento ou à disposição final de resíduos.
Marcos Conceituais

Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não


geração de resíduos e secundariamente a redução, a
reutilização, a reciclagem e a destinação final. Os resíduos da
construção não poderão ser dispostos em aterros de resíduos
domiciliares em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d"
água, lotes vagos e em áreas protegidas de acordo com a
legislação.
Plano de Gerenciamento
Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos
tem o seguinte conteúdo mínimo:
I - descrição do empreendimento ou atividade;

II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados


III – os responsáveis por cada etapa do gerenciamento de
resíduos sólidos;
IV -os procedimentos operacionais relativos às etapas do
gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do
gerador;

V - identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas


Plano de Gerenciamento
VI - ações preventivas e corretivas no gerenciamento incorreto
ou acidentes;

VII - metas e procedimentos relacionados à minimização da


geração, à reutilização e reciclagem;

VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais


relacionados aos resíduos sólidos;

IX - periodicidade de sua revisão

O PGRS é parte integrante do processo de licenciamento ambiental.

Nos empreendimentos e atividades não sujeitos a licenciamento


ambiental, a aprovação do PGRS cabe ao município.
Classificação dos Resíduos da
Construção Civil
Classificação dos Resíduos da
Construção Civil

Classe A:

•De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de


outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem;

•De construção, demolição, reformas e reparos de edificações:


componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento,
entre outros), argamassa e concreto;

•De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em


concreto (blocos, tubos, meios fios, entre outros) produzidas nos canteiros
de obras.
Classificação dos Resíduos da
Construção Civil

Classe B: são materiais recicláveis para outras destinações, tais como:


plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros.

Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas


tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua
reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso.

Classe D: são os resíduos “perigosos” oriundos do processo de


construção, tais como: tintas, solventes, óleos, ou aqueles contaminados
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas,
instalações industriais.
Logística reversa
Logística reversa

consumidores, fabricantes, distribuidores, comerciantes,


importadores e governo são responsáveis pelos produtos desde a
produção até o descarte, ou seja, pelo ciclo de vida dos produtos.
Logística reversa

✓Consumidores - devolver os produtos que


não são mais usados em postos específicos,
estabelecidos pelos comerciantes.

✓Indústrias - a retirada destes produtos,


através de um sistema de logística, seja para
reciclá-los ou reutilizá-los.

✓À Administração - criar campanhas de


educação e conscientização para os
consumidores, além de fiscalizar a execução
das etapas da logística reversa.
Logística reversa
A PNRS definiu, no art. 33, os seguintes sistemas de logística
reversa obrigatórios
Resíduos Sólidos
Resíduos Sólidos
Resíduos Sólidos

ATERRO
SANITÁRIO
Coleta Seletiva no Brasil
Para Refletir!!

Você também pode gostar