Você está na página 1de 157

Resumo das aulas de Saneamento – Segundo Semestre de 2020

Escrito por:

André Nakazone Barbosa

Colaboração:

Alessandra Naomi Chikami

César Shalder Pitol

Cintia de Castro Santos


Sumário
- Recapitulação ..........................................................................................................................................002

- Abastecimento de Água

1ª aula – Introdução.......................................................................................................004

2ª aula – Consumo de Água..........................................................................................006

3ª aula – Reservatório....................................................................................................011

4ª aula – Captação.........................................................................................................021

5ª aula – Adutora............................................................................................................026

6ª aula – Estação Elevatória...........................................................................................028

7ª e 8ª aula – Redes de abastecimento..........................................................................040

9ª aula – Perdas.............................................................................................................044

- Redes de Esgoto

10ª aula – Partes Constituintes e Posição da Rede......................................................047

11ª aula – Concepção e dimensionamento da Rede.....................................................054

12ª e 13ª aula – Redes Coletoras de Esgoto ................................................................061

14ª aula – Estações Elevatórias e Linhas de Recalque.................................................068

15ª aula – Interceptores e Sifões Invertidos..................................................................072

- Resoluções de Exercício de Sala para a P1

- Exercício 1.................................................................................................................................078

- Exercício 2.................................................................................................................................080

- Exercício 3.................................................................................................................................084

- Exercício 4.................................................................................................................................089

- Exercício 5.................................................................................................................................093

- Exercício 6.................................................................................................................................097

- Exercício 7.................................................................................................................................105

- Exercício 8.................................................................................................................................110

- Exercício 9.................................................................................................................................118

- Resoluções de Exercício de Sala para P2

-Exercício 10................................................................................................................................121

- Exercício 11...............................................................................................................................123

- Exercício 12...............................................................................................................................128

- Exercício 13...............................................................................................................................147

- Alguns Exercícios de P1’s antigas...........................................................................................................149

- Alguns Exercícios de P2’ antigas.............................................................................................................152

-Referências...............................................................................................................................................156

1
Recapitulação

Vamos aqui apenas relembrar alguns termos que a disciplina usa com bastante
frequência. Só um resumo dos principais termos que utilizam na aula:

• Jusante → sentido à foz, sentido normal do rio. Quando nos referimos a um


ponto em específico, estar a jusante significa estar depois de um ponto
específico
• Montante → sentido à nascente, sentido contrário do rio. Quando nos referimos
a um ponto em específico, estar a montante significa antes de um ponto
específico.
• Conduto Forçado → quando um fluido passa por uma tubulação com uma
pressão interna diferente da pressão atmosférica externa. Para termos um
conduto forçado, necessariamente precisamos de uma tubulação na qual a
seção transversal é fechada, e o fluido preenche completamente a tubulação. O
movimento do fluido pode ocorrer em qualquer direção (decrescente de acordo
com as cotas topográficas, funcionando por gravidade. Ou crescente de acordo
com as cotas topográficas, funcionando por bombeamento)
• Conduto Livre → quando um fluido passa por uma tubulação com uma pressão
interna igual à pressão atmosférica externa. Para isso ou a seção transversal é
aberta, ou o fluido não preenche totalmente a seção fechada, deixando um
espaço com ar dentro da tubulação. O movimento do fluido é sempre
decrescente, ou seja, sempre funciona por gravidade.

Figura 1 - Seções de Condutos (Forçados e Livres)

• Aqueduto → canal artificial para transpor água de um local até outro. Pode ser
de conduto forçado ou conduto livre.

Figura 2 - Representação esquemática de Aquedutos

• Adutora → conjunto de peças, acessórios e tubulações de grande porte, com


função de transporte de água a longas distâncias.
• Sifão → tipo de mecanismo que causa o efeito de transporte de água de um
ponto alto para um ponto baixo, passando por um ponto mais alto que o inicial
(até um certo limite).

2
• Sifão Invertido → tubulação que passa por debaixo de um obstáculo. Funciona
por conduto forçado e por gravidade, então sempre seguirá de maneira
decrescente de acordo com as cotas topográficas. Será detalhado mais à frente
no resumo.
• Cavitação → A molécula d’água possui uma propriedade física chamada
Pressão de Vapor, tal propriedade mostra a tendência de um líquido em virar
gás. A pressão externa que pressiona esse líquido (maioria das vezes é a
Pressão Atmosférica) é o que garante que essa molécula não mude de estado,
sempre comprimindo e sendo maior do que a Pressão de Vapor. Quando
forçamos o fluxo de água em uma tubulação, devido às perdas de cargas, essa
pressão externa acaba diminuindo drasticamente, podendo ser menor do que a
Pressão de Vapor daquele líquido. Dessa forma, algumas moléculas mudam de
estado rapidamente (virando gás) e depois retornam ao estado líquido
novamente. Essa implosão das bolhas é chamada cavitação e pode danificar os
componentes do sistema todo. Será detalhado mais à frente no resumo.
• Pressão Estática → É a pressão que leva em consideração a altura geométrica
em que se localiza o reservatório (quanto mais alto, maior a pressão que o
líquido exerce na tubulação). Somada à altura do nível d’água dentro do
reservatório.

Figura 3 - Representação das considerações para cálculo de Pressão Estática

• Pressão Dinâmica → É a pressão que o líquido exerce ao se movimentar dentro


de um canal. E através desse movimento que há a perda de carga.
• Perda de Carga → É a perda de energia (perda de pressão) que ocorre quando
o líquido se desloca. Pode ser perda de carga distribuída (pela rugosidade da
tubulação) ou perda de carga localizada (devido à geometria e restrições de
alguns componentes ao longo da tubulação, como curva, joelhos etc.)

Figura 4 - Cálculo e considerações para as Linhas de Energia

• Recalque → Refere-se a uma inserção de carga (pressão) em uma tubulação


através de um bombeamento

3
1ª aula – Introdução

Sabemos que todas as populações são dependentes de recursos hídricos e, para isso,
manipular de maneira adequada as principais fontes de água presentes na natureza, transportá-
las de maneira mais eficiente e tratá-la para o consumo adequado mostraram-se essenciais para
o sucesso de uma civilização. Tal fato pode ser observado em artefatos arqueológicos datadas
desde 1500 A.C na Grécia, passando por construções romanas antigas, até os dias modernos.
Nessa matéria vamos analisar com mais detalhes a logística de distribuição dos recursos hídricos
de maneira a satisfazer de maneira econômica uma população.

Qual a principal razão para a construção de estruturas complexas para o transporte de


água? Acredita-se que o fato de haver aglomerações em grandes centros urbanos, faz com que
os recursos sejam consumidos de maneira mais descontrolada além de gerar um nível de
poluição nas águas de maneira a desperdiçar tal recurso. Dessa maneira, recolher água de locais
mais distantes consegue-se garantir que o nível de higiene seja alcançado com maior facilidade,
para isso então, necessita-se de um sistema de transporte de água.

Mesmo todas as populações se mostrando super dependentes desse recurso, até hoje
no Brasil uma porcentagem gigantesca da população não tem acesso à água tratada nem ao
sistema de esgoto. Para termos uma noção, cerca de 21% da população não possui água
encanada, alguns que possuem não a recebem de maneira contínua e nem com qualidade
adequada, e cerca de 40%da população não tem acesso ao esgoto, e da porcentagem coletada
cerca de 25% não recebe tratamento.

Principais elementos técnicos de um sistema de abastecimento de água:

• Manancial → Fonte de água na qual captaremos e distribuiremos para o uso.


Pode ser superficial (rios, lagos, lagoas, represas) ou subterrâneos (aquíferos
freáticos e aquíferos artesianos);
• Captação → utilização de diversos equipamentos para captar o recurso do
manancial. Como a água ainda não passou por um tratamento para o consumo
denomina-se “Água Bruta”;
• Estação elevatória e Adutora de água bruta → tem como principal função a
distribuição do recurso coletado para uma estação de tratamento de água. Em
alguns casos, já é inserido alguns químicos para fazer um pré-tratamento da
água, e que uma parte dessa água já pode ser utilizada em outros usos que não
o consumo humano (como irrigações). O restante é direcionado para uma
estação de tratamento de água (ETA), que possibilitará o consumo humano.
• Estação de tratamento de água → especializado em tornar a água química e
fisicamente adequada para o consumo desejado
• Adutora de água tratada e reservatório → tem como função direcionar e
armazenar a água tratada para ser posteriormente distribuída para a população.
O reservatório tem como função conciliar a diferença de fluxo de entrada e saída
de água, amortecendo-a. Enquanto o fluxo de entrada é consideravelmente
constante, o fluxo de saída e consumo é bem variável ao longo das horas do dia.
Os reservatórios podem ser apoiados (ficam no chão ou enterrados), são
capazes de armazenar um grande volume de água e geralmente tem seu
conteúdo bombeado. Ou podem ser elevados, que são capazes de eliminar o
conteúdo apenas com a ação gravitacional, porém não comporta um grande
volume de água devido às elevadas cargas da água na estrutura.
• Rede de distribuição → tem como função levar a água até os pontos, chamados
de economia (domicílios, lojas, etc).

4
Dentre as diversas componentes que podem alterar consideravelmente o preço de um
sistema de abastecimento de água, alguns podem mudar sua porcentagem de participação do
custo total de acordo com a população a ser atendida. Podemos citar, por exemplo:

o Captação, Bombeamento e Tratamento → Diminui sua porcentagem na


colaboração do preço total conforme a população aumenta. Ou seja, captar e
tratar para 9 mil pessoas custa mais sobre o total do que tratar para 100 mil
pessoas.
o Adução, reservação → Quase se mantem a mesma proporção dos custos totais,
independente da população. Embora haja uma pequena variação.
o Distribuição → Aumenta consideravelmente o custo sobre o total dependendo
da população observada. Pode chegar a mais de 75% do preço total em casos
de cidades grandes.

Com isso é possível observar que é necessário otimizar cada vez mais o sistema de
distribuição de água para a população, ainda mais sabendo que os grandes centros urbanos
estão contendo ainda mais pessoas no decorrer dos anos.

Quando vamos fazer um projeto é necessário antes fazer uma concepção, ou seja,
buscar informações sobre o assunto, alternativas, levantamento de diretrizes e parâmetros que
possam embasar o projeto. Se houver mais de uma alternativa, o ideal é fazer um pré-
dimensionamento para termos dados quantitativos para refinar as opções. A escolha da
alternativa se baseia em quatro princípios de análise: comparação técnica, econômica, ambiental
e social. Em resumo, não começa um projeto do nada, com dados tirado do orifício anal. Estude
e mostre algumas alternativas.

5
2ª aula – Consumo de Água

Nessa aula tem um foco maior no cálculo de consumo de água, para assim conseguir
dimensionar de maneira mais precisa as vazões de projeto. Isso é de extrema importância, já
que (como foi visto na primeira aula), os custos para realizar todo um sistema de distribuição de
água são bem elevados, então não pode haver sobras desnecessárias e principalmente não
pode faltar.

Para o cálculo de vazão, consideramos o chamado Vazão de Projeto, que é basicamente


o cálculo em situações mais críticas, garantindo assim uma margem de segurança para as
situações padrões (que geralmente é um pouco abaixo da situação crítica).

São diversos fatores que podem influenciar o volume total a ser consumido em um
município. Desde o tipo de destino da água como, por exemplo, ser consumo residencial,
comercial, de uso público (shoppings, parques etc.) e industrial. Além disso, existe fatores que
afetam o consumo, desde condições climáticas, preço da água, redes de esgoto, hábitos e nível
de vida da população etc. De acordo com o consumo da SABESP, cerca de 75% do volume
consumido é de uso residencial, 1,5% é de uso industrial (diversas indústrias possuem captação
própria).

Como medir os consumos per capita?

• Leitura de hidrômetros → chamada de Micromedição, quanto que cada


economia (casa/loja) realmente absorveu em um tempo;
• Leitura logo na saída do reservatório → chamada de Macromedição
• Estimativas caso não haja nenhum medidor.

• Caso eu use Micromedição:

Figura 5 - Cálculo de consumo efetivo per capita (não é considerado as perdas ainda)

Porém, não é apenas isso que tem que ser levado em conta para o dimensionamento de
uma região. É preciso considerar possíveis perdas no processo, ficando da seguinte maneira:

Figura 6 - Cálculo de consumo per capita (já considerando as perdas)

6
Até aí beleza. Se multiplicarmos o consumo per capita pela população, conseguiríamos
a Vazão Média que eu tenho que fornecer ao sistema. Mas além disso, temos mais um problema
(uhullll!!!!).

O consumo de água varia conforme os meses do ano (no verão o consumo é maior do
que no inverno), então manter a vazão na média pode ocorrer épocas em que há falta de água
e épocas em que há excesso. Como a ausência de água é muito pior do que o excesso (já que
o excesso posso até vender para outras cidades), é considerado o dia com o pior consumo do
ano, e obtemos um coeficiente (K1):

Figura 7 - Cálculo de coeficiente do pior dia e relação gráfica

O K1 mostra a porcentagem de consumo a mais do que o consumo médio e que ocorre


no pior dia do ano (por exemplo, se K1 = 1,3 então nesse dia o consumo foi 30% a mais do que
a média de consumo do ano). Por norma (PNB-587-ABNT-1977) a recomendação para o projeto
é K1 ≥ 1,2, caso não haja nenhum estudo para uma região específica. O valor pode variar muito,
podendo chegar a 2 ou >3, desde que bem justificado e analisado.

Além disso, temos que considerar o horário mais crítico, uma vez que de madrugada o
consumo é menor do que ao longo do dia, criando-se o coeficiente de horário de maior consumo
(K2):

Figura 8 - Cálculo do coeficiente do pior horário e a relação gráfica

O K2 mostra a porcentagem de consumo a mais do que o consumo médio diário e que


ocorre no pior horário do dia (por exemplo, se K2 = 1,5 então nesse horário o consumo foi 50%
a mais do que a média de consumo do dia). Por norma (PNB-587-ABNT-1977) a recomendação
para o projeto é K2 ≥ 1,5, caso não haja nenhum estudo para uma região específica. O valor
pode variar muito, podendo chegar a 2 ou >5, desde que bem justificado e analisado.

7
Com os dois coeficientes (K1 e K2) eu tenho o horário mais crítico do dia mais crítico do
ano, tornando o sistema com um nível de segurança considerável para o consumo anual.

Agora temos uma questão mega relevante, não somente para saneamento, mas para
todo um sistema de logística de uma cidade que é “quanto a população vai crescer?”. Para o
caso de saneamento, é necessário considerar pelo menos 20 anos para compensar o
investimento, então é necessário estimar a população para daqui a 20 anos.

Existem alguns tipos de estudos para estimar a população futura vista nessa disciplina,
como por exemplo:

• Método das componentes demográficas:

Método mais intuitivo e a mais precisa. Ele considera quantas pessoas nascem,
quantas morrem, quantos imigram e quantos emigram. Tem a desvantagem de obter os dados,
principalmente para muitos anos à frente.

Figura 9 - Cálculo de população futura através de componente demográficas

• Método matemáticos:

São modelos que tentam prever a população. São mais fáceis de obter os dados,
porém possuem um certo grau de imprecisão. Dentre os métodos podemos destacar:

▪ Método aritmético

Considera que a população cresce de maneira uniforme.

Figura 10 - Cálculo de população futura com Método Aritmético

8
▪ Método Geométrico

Considera que a população cresce exponencialmente. O ideal


é considerar sempre os censos mais recentes.

Figura 11 – Cálculo de População futura através de Método Geométrico

▪ Método da curva logística

Considera que a população crescerá até um pico e depois se


manterá relativamente constante. Precisa de algumas regras um
pouco mais chatinhas. Trata-se de uma função sigmoide.

É necessário que se analise 3 censos demográficos,


distanciados igualmente. Além disso, o produto do primeiro
censo com o terceiro censo, tem que ser menor que o quadrado
do censo intermediário.

Figura 12 – Cálculo de população futura através de Curva Logísticas

• Método extrapolação gráfica:

Analisa diversas cidades. Primeiramente você analisa uma cidade (cidade A), depois
você analisa outras cidades com populações maiores e com relação socio econômica similar à
cidade A (cidades B, C, D, E). A partir disso, você estuda como a população cresceu nessas
cidades, e tenta extrapolar essa relação de maneira similar à cidade A.

Figura 13 - Cálculo de população futura com Extrapolação Gráfica

9
Com isso podemos estimar a população de uma região.

Embora aqui nos refiramos a uma população de um município, a maneira mais correta
de se levantar esses dados é dividir o município em zonas (uma vez que existem zonas com
modificações demográficas muito mais intensas do que outras), realizar esse estudo em cada
zona, e por fim somar todas as zonas para se obter a população do município.

Existem casos em que a população de uma cidade varia muito ao longo do ano,
principalmente em cidades turísticas. Essas cidades precisam de um cuidado ainda maior na
estimativa de uma população futura. Mas não entramos em muitos mais detalhes nesse assunto
para essa disciplina

Agora vamos obter as vazões. As vazões de dimensionamento serão classificadas


seguindo a imagem a seguir:

Figura 14 - Definição das vazões a serem estudadas

• Vazão do manancial até ETA (Qa):


Leva em conta a vazão do dia mais crítico do ano (K1) e considera que a Estação de
Tratamento consome um pouco (lavagem, funcionários, e descarte do “Lodo”- resíduo do
tratamento de água)

Figura 15 - Cálculo da Vazão do Manancial até o ETA

Perceba que 86400 = 60s*60min*24h = 86400s/dia;

Ceta → Consumo da Estação de Tratamento

Consumo especial (Qesp) se refere a algum item diferente como shopping, parques etc.

• Vazão da ETA até reservatório (Qb):

Leva em conta a vazão do dia mais crítico (K1), mas não precisa mais do
consumo da ETA.

Figura 16 - Cálculo da Vazão da ETA até o Reservatório


• Vazão do reservatório até a rede (Qc):

Leva em conta a vazão do dia mais crítico (K1) e do horário mais crítico (K2).

Figura 17 - Cálculo da Vazão do Reservatório até a Rede


Aqui o consumo especial é “2” para caso o consumo especial (Qesp1) tenha um
horário mais crítico, como por exemplo em um hospital que consome mais água a noite.

O sistema correto deverá fornecer água 24h/dia para a população, porém o sistema
produtor de água pode funcionar com menos horas, desde que trabalhe focado em horário nos
quais o consumo de água não seja excessivo e aumente a vazão para encher o reservatório de
maneira mais rápida. Ou seja, trabalha muito de madrugada pra poder desligar de manhã. Assim,
entra mais água do que sai no reservatório, e toda a população continua abastecida.

10
3ª aula – Reservatórios

Existe a diferença entre os reservatórios de distribuição e os reservatórios de


regularização, que é basicamente:

- Reservatório de regularização: São normalmente represas em cursos d’água naturais,


ou seja, água bruta, geralmente para abastecimento da população ou geração de energia.
Volume gigantescos e conseguem regularizar a vazão de água durante o ano. Dessa forma, as
variações mensais de fluxos de água tornam-se relativamente constantes ao longo do ano.

Figura 18 - Relação de amortecimento de picos

- Reservatório de distribuição: Podem ser apoiados ou elevados, e são para armazenar


água tratada. Regularizam o horário das vazões, ou seja, o fluxo constante que vêm da estação
de tratamento, torna-se variável conforme os horários de maiores consumo. Além disso, servem
como segurança ao abastecimento caso haja algum problema na distribuição, servem também
como reserva para combate aos incêndios e regularizam as pressões.

Figura 19 - Relação de fornecer picos de consumo

Quais são as vantagens e desvantagens dos reservatórios de distribuição?

Eles conseguem aumentar o rendimento dos conjuntos elevatórios. Ou seja, consigo


direcionar a água para um local até atingir um nível de lâmina d’água capaz de distribuir pra rede
por gravidade. Também é possível bombear a água fora de horários de pico elétrico.

Possuem a desvantagem de possuírem custo elevado para implementar além de gerar


um impacto visuais e paisagística da cidade.

Quais as classificações?
Pode ser classificado de maneiras diversas.

❖ Quanto a localização no sistema:


▪ Reservatórios a montante da comunidade que está sendo abastecida;

Figura 20 - Representação Reservatório a montante

11
▪ Reservatórios a jusante da comunidade que está sendo abastecida;

Figura 21 - Representação Reservatório a Jusante


A água passa pela cidade e é consumida, quando o consumo é baixo, é
abastecida o reservatório.

▪ Reservatórios a montante e a jusante da comunidade

Figura 22 - Representação Reservatório Montante e Jusante

A localização dos reservatórios, não importa qual seja, tem que permitir o
abastecimento da rede com:

- Limite de pressão estática máxima: 50mca (500 kPa)

Para evitar rompimentos na rede e diminuir as vazões de perda

- Limite de pressão dinâmica mínima: 10mca (100kPa)

Para alimentar no mínimo um reservatório domiciliar (caixa


d’água) localizado na laje de um sobrado.

Além disso, podemos classificar os reservatórios quanto a localização no terreno:

Figura 23 - Tipos de reservatórios quanto à localização no terreno

12
A escolha vai depender do relevo e do tipo de zona que eu estou abastecendo. Os
reservatórios elevados são bons para garantir uma carga e conseguir alimentar zonas mais
elevadas do município, funcionando muitas vezes por gravidade. Porém tem o empecilho de ser
muito custoso, e o volume do reservatório não pode ser tão grande (pois é muito difícil sustentar
o peso da água lá de cima). Os reservatórios apoiados/enterrados conseguem armazenar um
grande volume de água, porém precisam de bombeamento para que consigam alimentar a
demanda.

Geralmente direciona-se cerca de 10% a 20% do volume total para os reservatórios


elevados, o restante fica em reservatórios apoiados/enterrados.

Outras maneiras de classificar os reservatórios podem ser quanto a sua forma ou


materiais, podendo ter diversas opções. Não existe uma regra clara de quando usar cada um,
vai depender dos recursos disponíveis, dos terrenos, etc.

Figura 24 - Tipos de reservatório quanto ao formato

13
Posso ter, ao invés de um reservatório, um conjunto de reservatórios que trabalham
juntos, os chamados “Centros de Reservação”;

Figura 25 - Sistema simplificado de Centro de Reservação

Vamos agora tentar calcular o volume dos reservatórios. Para isso vamos relembrar que
o volume tem que atender o consumo dos usuários, além de servir como segurança ao
abastecimento caso haja algum problema na distribuição, regularizam as pressões e em alguns
casos para combate aos incêndios.

Para isso, é possível se encontrar com duas situações: você disponibilizar de uma curva
de consumo (o que seria ótimo, lindo, perfeito e maravilhoso) ou você não disponibilizar de uma
curva de consumo (o que você teria que estimar). Vamos tentar observar o que acontece em
cada caso:

• Caso você tenha a curva de consumo:

Vamos lembrar que o consumo dos usuários não é constante, dessa forma é
possível observar períodos em que o consumo é muito elevado e períodos em que o consumo é
reduzido drasticamente. Dessa maneira, pode-se aproveitar tais períodos nos quais o consumo
é reduzido para encher o reservatório, fazendo com que ele dê conta de alimentar o sistema até
nos horários mais críticos, como simplifica a figura:

Figura 26 - Curva de consumo para dimensionamento de reservatório

Teoricamente, se tudo der certo, a área destacada como “reservatório enchendo” deve
ser igual à “reservatório esvaziando”, dessa maneira o reservatório consegue, de maneira
idealmente econômica, atender o sistema. Podemos calcular tal área, caso obtenhamos a função
dessa curva, através de uma integral. Caso contrário, podemos utilizar alguns métodos gráficos
como:

14
▪ Adução Intermitente

Ocorre em períodos específicos, ou seja, não funciona 24h por dia. Dessa forma,
como funciona menos horas por dia, é necessário que as vazões de adução sejam maiores, uma
vez que precisam levar o mesmo volume desejado em um menor tempo.

Figura 27 - Funcionamento por Adução Intermitente

Note, pelo esquema, que no momento que a adução estiver operando é necessário que
ela encha o reservatório de tal maneira que após as 19h30, mesmo com o reservatório
esvaziando o consumo seja atendido. As áreas hachuradas teoricamente deveriam ser iguais.

E se tiver incêndio??

Figura 28 - Consideração de Volume para Combate a incêndios

Deve considerar o pior dos casos, ou seja, não apenas tem um fucking incêndio, mas
aconteceria no horário em que as pessoas mais consomem água. Pra isso existem regras gerais
estadunidenses e espanholas, porém no Brasil não há uma regra específica. No Brasil,
geralmente a regra de dimensionamento de combate a incêndios é direcionada nos sistemas
prediais.

15
• E se eu não tiver a curva de consumo?

Ai a gente precisa estimar, com base em dados empíricos.

Com isso dimensionaríamos seguindo o seguinte:

o Analisaríamos o dia de maior consumo do ano (ou seja, tentaríamos obter o


K1);
o Destinamos pelo menos 1/3 desse consumo para ser reservado (é empírico!),
algumas companhias utilizam valores diferentes (Sabesp utiliza 1/4 por
exemplo);

Para dividir tal reservatório em elevado e apoiado/enterrado, faremos o seguinte:

o Cerca de 10% a 20% do reservatório pode ser destinado ao reservatório


elevado (ou 1/30 do dia de maior consumo)

*Obs.: Hoje em dia existe um crescente movimento de usos de bombas de rotação


variável (pode bombear mais ou menos conforme desejado), e com o tempo pode vir a substituir
o uso de reservatórios elevados;

Vórtices

Sempre que falamos de sistemas hidráulicos, vórtices é algo a ser evitado ao máximo.
Isso é explicado pelo fato de vórtices injetarem ar no sistema, fazendo com que:

• A vazão diminua nas adutoras → como pode existir tubulações com curvas e
sinuosidades, o ar pode ficar preso em um ponto elevado da tubulação, fazendo
com que menos água passe naquele trecho
• Reduza a capacidade de um reservatório → como o reservatório terá ar preso
em seu interior, ao se encher de água caso esse ar não sai, haverá um aumento
de pressão que diminuirá o recebimento de água no reservatório
• Diminua a eficiência e vazão das bombas → existem bombas que necessitam
de água para seu funcionamento adequado e não queime todo o sistema, caso
haja a presença de ar em diversos momentos, pode haver uma danificação na
bomba
• Vibração → Vibrações forçam todos os componentes de distribuição a cargas
que eles não foram dimensionados, podem movimentar e soltar solo, romper
peças importantes, ou causar uma ruptura geral.

Como evitar?

Geralmente, o uso mais corriqueiro de equipamentos que evitam os vórtices, é baseado


em manter a saída da água sempre submersa, impedindo que o ar entre no sistema. Como por
exemplo:

Figura 29 - Representação de submersão

16
Outros métodos são criar barreiras que impedem que o vórtice formado entre na
tubulação, como:

Figura 30 - Representação de supressores de vórtices

Poço de rebaixo:

Mesmo princípio de manter uma lâmina d’água para evitar a entrada de ar, porém você
força uma movimentação circular para que o fluxo não seja prejudicado:

Figura 31 - Representação de Poço de Rebaixo

Para abastecer os reservatórios elevados, é possível inserir a tubulação em diversos


pontos.

Caso a tubulação seja inserida no topo do reservatório, é de se imaginar que não haverá
água acima dele, logo terá uma entrada livre.

17
Figura 32 - Esquema de alimentação de reservatório elevados por entrada livre

Uma das vantagens de uso assim, é que o dimensionamento da bomba é destinado para
vencer apenas a altura geométrica do sistema, não precisando considerar se haverá uma
barreira de água na saída da tubulação.

Outra forma, é inserir a tubulação pelo fundo do reservatório, fazendo-se da seguinte


forma:

Figura 33 - Esquema de alimentação de reservatórios elevados por entrada afogada

A entrada afogada nesse caso, faz com que você tenha que vencer uma altura
geométrica consideravelmente menor, porém na saída deverá vencer uma coluna de água. O
problema é que essa coluna de água varia, as vezes vai ter que vencer uma pequena coluna de
água, as vezes vai ter que vencer uma grande coluna. Além disso, precisará de um equipamento
que garanta que o fluxo seja unidirecional, para que o fluxo de água não retorne caso a bomba
desligue. Perguntei para o professor qual seria a vantagem de usar essa entrada e ele me
respondeu que existem casos em que a lâmina d’água é muito pequena a maior parte do tempo,
fazendo com que uma entrada afogada compense se considerar um longo período de uso.

Para controlar a entrada e saída de água, temos a disposição alguns acessórios de


controle:

18
Boia → bem similar a alguns vasos sanitários e presente em caixas d’água. Utiliza uma
boia presa a uma alavanca, que ao ter um nível de água elevado acaba fechado o registro. Caso
o nível seja muito baixo, acaba abrindo o registro.

Figura 34 - Funcionamento simplificado da boia

Medidor de nível ultrassônico → equipamentos modernosos que fazem uma medição


em tempo real e transmitem as informações de volume preenchido do reservatório, indicando
se precisa aumentar o fluxo ou não.

Figura 35 - Funcionamento simplificado de medidores de nível


Válvula de altitude → trata-se de um sistema que possui sensores no reservatório elevado que
verifica constantemente o nível d’água. Conforme o nível está baixo ou elevado demais, a
válvula abre ou fecha, respectivamente

Figura 36 - Esquema simplificado de funcionamento de reservatório elevado

19
Segue abaixo um corte de um reservatório elevado simplificado:

Figura 37 - Reservatório em corte

Extravasor é igual a um ladrão de caixa d’água, que é basicamente para caso o sistema
de fechar o registro não funcione, o excesso de água possa escorrer para fora do reservatório.
Deve ser colocado de maneira que a água escoada faça um alerta para os operadores do
sistema. Então é ideal é que seja uma saída exposta e que ao cair seja visível e/ou faça um
barulho. “Extravasa, libera e joga tudo pro ar” ♪♫

Além disso temos que considerar:

✓ Tubulação de saída com válvula e dispositivo a jusante para entrada de ar, para que o
interior do reservatório fique sempre à pressão atmosférica.
✓ Poço de rebaixo que permite aproveitar o máximo volume do reservatório
✓ Acesso e escadas
✓ Para-raios

Dentro do reservatório temos diversos volumes devidamente denominados:

Figura 38 - Divisão de volumes de um reservatório

Volume útil → é aquele que a gente estava calculando, é o volume que a população irá
utilizar em uma operação normal

Volume nominal → é o volume que o reservatório tem que aguentar, considera os limites
que evitariam o surgimento de vórtices, o volume útil, uma folga de segurança, e o limite da bóia
para evitar problemas com imprecisões (também é para dar uma margem de segurança)

20
4ª aula → Captação

Nessa aula vamos dar uma olhada em captações de água. Primeiramente vamos ver a
capitação superficial (córregos, rios, lagos, represas) e depois vamos para as subterrâneas
(aquífero freático e artesiano).

A captação, como o próprio nome sugere, é o conjunto de estruturas e dispositivos com


o intuito de retirar a água bruta e destiná-la a um sistema de abastecimento.

O princípio para o bum funcionamento de um sistema de captação diz que ele deve
funcionar ininterruptamente e em quantidade suficiente para o desejado. Quanto melhor a
qualidade da água captada, melhor para o sistema, pois o tratamento é muito caro. Além disso,
deve fazer com que a manutenção seja possível

Os requisitos para definir o manancial são:

▪ Quantitativos → Deve ter uma vazão que alimente a demanda, porém


sem secar a fonte, correndo o risco de prejuízos ambientais.
▪ Qualitativos → Deve ter um mínimo de qualidade aferida fisicamente,
quimicamente, biologicamente e bacteriologicamente.

Em geral, o uso de captação superficial vem sendo cada vez mais difícil, uma vez que
essas fontes de água doce já são naturalmente mais escassas (comparadas com o volume de
água do planeta), além disso é a qualidade dos mananciais são prejudicados devido às
atividades humanas em geral, e em alguns casos em ações naturais. Pra isso é observado
algumas medidas de controle, que podem ser:

➢ Corretivas → corrigem a situação ruim. Geralmente é um pouco mais


cara, devido ao fato de serem mais caros e emergenciais. “Melhor
prevenir do que remediar”. Dentre algumas medidas podemos citar:

→ Antes de captação

Implantação de Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)


nas fontes poluidoras

→ Na captação

Remoção de algas

Aeração da água;

Combate a insetos, crustáceos e moluscos

Eliminação de microrganismos patogênicos

→ Após a captação

Instalação de uma Estação de Tratamento de água

➢ Preventivo → evitam ou minimizam a caca na captação

Implantação de sistemas de coleta, transporte e tratamento de


esgoto

Remoção de nutrientes e patógenos em sistema de tratamento


de esgotos

Planejamento de uso e ocupação do solo

Controle de erosão

Controle de qualidade da água

21
Para escolher um manancial temos que observar alguns fatores principais:

▪ Garantia de fornecimentos em quantidade e qualidade


▪ Proximidade
▪ Desnível adequado (nem muito nem pouco)
▪ Infraestrutura da região
▪ Transporte de sedimentos pelo curso da água

Em resumo, precisa fazer um estudo técnico, econômico, ambiental e social para


escolher o manancial.

Para o estudo técnico também devemos acrescentar um estudo hidrológico coerentes,


capaz de me informar:

▪ Período de retorno (vazão máxima e mínima)


▪ Vazão mínima do manancial → atender a população
▪ Vazão máxima → dimensionar a estrutura
▪ Níveis de água máxima e mínimo → cota de cheia e níveis de
operação da captação

Algo que precisa tomar cuidado ao escolher uma captação em curso de água, é que não
pode haver formação de bancos de areia. Em trechos dos rios em que há muitas curvas, caso o
nível da água abaixe muito, é comum a presença de bancos de areia. Uma maneira é utilizar
trechos retos dos rios, ou até criar uma pequena barragem de nível (que é em menor do que
aquelas de represamento, serve apenas para elevar o nível do rio um pouco). O rio também tem
que ter margens estáveis e a salvo de inundações.

Algumas estruturas mais básicas e comuns no sistema de captação são:

→ Pode ter “barragens de nível”, vertedor ou enrocamento que possuem a


finalidade de elevar o Nível d’água do manancial. É diferente de “barragens de represamento”
ou “reservatórios de regularização”, pois esses possuem a função de garantir vazões mínimas
que o manancial não atende, enquanto as “barragens de nível” apenas elevam o Nível d’água,
mas o manancial já atende a vazão

→ Tomada d´água (onde se retira a água), deve tomar cuidado para que a
velocidade seja maior do que 0,6m/s e evitar vórtices.

→ Gradeamento (proteção da tubulação), pode ser para reter materiais


grosseiros com uma grade grossa ou fina, ou para reter materiais finos com uma tela

→ Desanerador (proteção da tubulação). Nesse ponto, após o gradeamento,


há um alargamento do trecho, para que a velocidade da água caia (para abaixo de 0,021m/s) e
seja possível decantar no fundo. E é necessário ter pelo menos dois compartimentos, para que
sempre tenha um funcionando enquanto o outro está sendo limpo.

→ Dispositivos de controle

22
Figura 39 - Representação esquemática de tomada d'água

Não são regras rigorosas, depende de cada projeto.

Figura 40 - Variações no projeto

Mas e se eu captar de mananciais com grande variação de nível de água? Aí....vamos para
algumas opções:

➢ Torre de tomada

Ideia muito doida. É basicamente um reservatório com um monte de entrada a diferentes


alturas, fazendo com que se escolha a entrada que fique abaixo do nível da água naquele
momento. Uma das vantagens dessa torre é que a qualidade da água não é constante ao longo
da profundidade. Geralmente, mais perto da superfície a qualidade é um pouco melhor (tem mais
insolação, mais oxigênio dissolvido, menos detritos), porém não são raros os casos em que, em
mananciais com grande variação de nível, os níveis mais distantes da superfície acabem ficando
com uma qualidade melhor. Então essa torre faz com que você consiga optar de onde quer pegar
a água nessa época, e não sempre na superfície.

23
Figura 41 - Representação em corte da Torre de Tomada de água

Figura 42 - Representação de funcionamento de Torre de tomada d'água

➢ Captação flutuante

Instala-se sobre balsas e todo o sistema desce e sobe junto com a água.

Figura 43 - Representação de funcionamento de captação flutuante

24
Vamos agora verificar caso optemos por Captação subterrânea:

Vamos tentar diferenciar os aquíferos que vemos nessa aula. O primeiro é o aquífero
livre ou freático, que fica geralmente mais próximo da superfície, eles seguem o nível da água.
Temos também o aquífero confinado ou artesiano, que fica confinado entre duas camadas
impermeáveis de solo (aquiclude) e que funcionam como uma tubulação natural. A água desse
aquífero vem pressurizada, eles seguem o nível da superfície piezométrica.

Como perfurar?

Métodos Percussivos → através de golpes, porradas, marteladas, socos, impactos (por isso a
mesma raiz da palavra “percussão”)

Métodos Rotativos → através de brocas que fazem a extração do material.

Figura 44 - Detalhamento de peças e diâmetro de projeto de poços

Repare que os diâmetros não são elevados, justamente porque é muito caro. Então é
dimensionado o menor tamanho possível pra caber a bomba e chegar na vazão desejada.

25
5ª aula → Adutora

Recapitulando o que é uma adutora, é todo o sistema de transporte de água (tubulações,


conexões, etc). E eles podem transportar tanta água bruta (sem tratamento) quando água
tratada. O material deve levar em conta:

➢ Não prejudicar a qualidade da água


➢ Estanqueidade
➢ Resistência química e mecânica
➢ Economia (custo de compra, instalação, manutenção, corrosão)

Os Materiais mais comuns podem ser “Metálicos” (como aço e ferro fundido dúctil) que
possuem grandes resistências às pressões, grande estanqueidade e uma enorme gama de
diâmetros disponíveis; ou os “Não Metálicos” (como o Polietileno (PE) e o Polipropileno (PP) e
Poliéster com Fibra de Virdo (PRFV)) que possuem grandes resistência química, menor
rugosidade, grandes comprimentos, baixa celeridade (Leu isso com a voz do Alfredini neh!?)

Alguns tipos de juntas (tem muitas, então vou citar apenas algumas):

• Soldada
• Junta Elástica (estanqueidade depende do anel de borracha)
• Junta Flangeada (pode conectar vários materiais, desde que os Flanges sejam
padronizados)

Os tipos de adutoras podem ser divididos de acordo com a forma que a água é transportada.
Podendo ser:

• Por gravidade conduto forçado


• Por gravidade conduto livre → linha piezometria coincide com o nível d’água
• Por recalque inserindo carga

Para traçar uma adutora, é necessário sempre considerar a linha piezométrica, mantendo-a
sempre acima da saída. O traçado de uma adutora não é sempre o caminho mais curto (quem
dera). Ele leva em consideração também a presença de vias, áreas de proteção ambiental,
topografia do terreno, entre outras questões.

As vazões para condutos livre é o Manning, e para condutos forçados é o Hazen-Williams.

1
𝑄𝐶𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜 𝐿𝑖𝑣𝑟𝑒 = 𝑆 × 𝑅ℎ 2,63 × √𝐼
𝑛
𝑄𝐶𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜 𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑑𝑜 = 0,2785 × 𝐶 × 𝐷2,63 × (𝑗)0,54

26
Considerações para encher uma adutora:

Condição → expulsão do ar, com gradativo e lenta admissão de água

Velocidade para enchimento → 0,3m/s

Válvula para expulsão de ar → Ventosa de tríplice função

Ventosa de tríplice função:

o Tem que expelir o ar deslocado pela água durante o


enchimento da adutora;
o Admitir quantidade de ar durante o esvaziamento da
adutora
o Expelir o ar proveniente das bombas em operação

Alguns Componentes em Adutoras:

Descarga → feita para esvaziar a adutora. Localizada em zonas baixas das adutoras,
podem descarregar em rios e mananciais

Bloco de ancoragem → auxiliam na transferência de esforços da tubulação para o


terreno. Geralmente são usados em curvas, conexões ou quando a velocidade da água dentro
da tubulação é muito elevada. Dentre alguns critérios que são utilizados na determinação do
tamanho do Bloco são: o atrito do bloco com o solo (peso do bloco) e a reação de apoio da vala
(engastamento).

A linha piezométrica da adutora em regime permanente deve situar-se SEMPRE acima


da geratriz superior do conduto.

• Velocidades máximas em condutos forçados de 3 a 6m/s


• Velocidade máxima em conduto livre: de 2,5 a 5 m/s

Cuidados com a adutora:

A adutora deve ser construída e posicionada com o intuito de sempre evitar a entrada de
ar e sempre evitar que o ar fique aprisionado em algum trecho. Alguns métodos para evitar isso
é evitar vórtices, tubulações sempre preenchidas com água, ventosas (simples ou de tríplice
função)

Além disso, é necessário fazer limpezas nas tubulações para que a rugosidade seja
sempre favorável ao escoamento. A cada limpeza, o Coeficiente cai ainda mais rápido. Um
equipamento comum para essa limpeza é o “polly-pig”, que é um instrumento que é introduzido
na tubulação e desgastas as incrustações.

27
6ª aula → Estação elevatória

Alguns termos vistos nessa aula são:

• Barrilete → conjunto de tubulações que alimentam uma tubulação principal


• Motores → Equipamento que vai transformar a energia elétrica da rede em energia
mecânica para o rotor
• Rotores → Transferem a energia recebida do motor para a água
• Booster → responsável por dar uma carga a mais no meio do trajeto (é uma bomba
também)
• Poço de Sucção → local onde se armazena a água do manancial para ser bombeada
para o sistema
• Tubulação de Sucção → tubulação que fica antes da bomba, que transfere a água do
poço de sucção (obtida pelos barriletes) para a bomba
• Tubulação de Recalque → tubulação que fica depois da bomba, que recebe uma carga
e consegue mandar a água para longas distâncias.
• Válvula de pé → permite com que, caso a bomba seja desligada, a água já recolhida
pela bomba, não retorne ao poço de sucção. Serve como uma válvula de sentido único.
• Crivo → Impede a entrada de sólidos grosseiros na tubulação. Serve como um
“ralinho”
• Válvula de retenção → permite apenas um sentido único da água. A “válvula de pé”
fica apenas na sucção.
• Escorva da bomba → tubulação e a bomba sempre ficam com água

A pressão de entrada em uma bomba afogada é maior do que a pressão de entrada de


uma bomba não afogada.

Vamos agora tentar explicitar duas coisas que podem confundir bastante, mas que ambas
são muito importantes para o dimensionamento de adutoras.

28
NPSH

Como funciona a cavitação?

Lembrando que a pressão de vapor é uma propriedade física que representa a tendência
de um líquido se vaporizar. Conforme o ambiente em que a molécula de água está inserida, essa
pressão de vapor pode superar a pressão do ambiente, fazendo com que a molécula saia do
estado líquido e entre no estado gasoso.

Se fossemos falar de um copo com água, ao nível do mar, podemos observar que a
Pressão Atmosférica é a principal pressão do ambiente e, portanto, a pressão de vapor deveria
superá-la para que a molécula mude de estado

Figura 45 - Representação de Pressão externa à molécula (pressão atmosférica)

Caso esse copo estivesse em um local levemente mais elevado, como por exemplo o
pico do Monte Everest, essa pressão atmosférica seria bem menor. Dessa forma, o esforço para
que a molécula saia do estado líquido e entre no gasoso é consideravelmente menor.

Ótimo, lembramos o que é a pressão de vapor e como o ambiente em que a molécula


está inserida é crucial para observamos os resultados. Imagine agora que a molécula está em
uma tubulação cheia de água, como a representada a seguir:

Figura 46 - Representação de Pressão externa à molécula (pressão do fluído)

Existem diversas componentes que determinam a pressão que essa molécula sofre.
Podemos citar a pressão atmosférica, as perdas de carga, velocidade do fluido, etc. Mas o
importante é lembrar que: a pressão de vapor tem que ser menor do que a pressão do ambiente,
caso contrário a molécula mudará de estado.

Ao mudar de estado essas bolhas (cavidades) implodem gerando cargas muito


concentradas, ou seja, pressões elevadas. Dessa maneira, são capazes de danificar estruturas
hidráulicas, hélices, etc.

OBSERVAÇÃO!!!! As vezes na disciplina de Saneamento é possível que os professores


considerem a cavitação apenas na tubulação de sucção (pois é o mais comum). Mandei um e-
mail para o professor Podalyro, com a explicação anterior, e perguntando se ocorre em adutoras
também.

O professor Podalyro falou que a explicação, em princípio, está correta (ufa kkkk) e
complementou com :

“A cavitação pode ocorrer em singularidades, como curva, Venturi, placa de orifício, redução de diâmetro,
etc....Também, como você colocou, pode ocorrer em uma adutora ou em um oleoduto se a linha
piezométrica ficar muito abaixo do eixo da tubulação, produzindo pressão baixa o suficiente para atingir a
pressão de vapor do líquido. Esta é a razão pela qual em linhas muito longas são instaladas bombas em
linha (Boosters) para aumento da pressão, deixando a linha piezométrica como dentes uma "serra".”

Então, por mais que possa ocorrer em adutoras, os professores de saneamento consideram
apenas na sucção. Recomendo que tirem a dúvida com os professores de saneamento antes
das provas, para evitar desentendimentos.

29
Com isso em mente, vamos agora observar algumas situações em que posicionamos a
bomba:

➢ Considerando uma bomba que está posicionada acima do nível d’água, temos

Figura 47-Representação de pressões e perdas de carga em bombas


• Note que a água que chegará ao rotor está sendo pressionada pela Pressão Atmosférica
(𝑃𝑎𝑡𝑚 ).
• Porém, como o eixo da bomba está acima da água, temos que descontar a pressão
causada pelo desnível a ser vencido (𝛾𝐻), onde 𝛾 é o peso específico da água.
• Além disso, temos os descontos causados pelas Perdas de Cargas (distribuídas e
localizadas) de toda a tubulação (𝛾ℎ).
• Temos que desconsiderar também a perda de carga causada pelo fluxo de água
𝛾𝑈 2
(responsável pela queda da Linha Piezométrica). ( 2𝑔 ),
onde “U” é a velocidade do

fluido e “g” é a gravidade no local.



• E por fim, temos a perda causada pelo próprio motor (𝛾ℎ ). Esse dado depende da
bomba.
• A pressão de vapor (pv) tem que ser menor para que não haja cavitação

Temos por fim:

Figura 48 - Representação esquemática das perdas consideradas

Note que, com exceção da perda de carga da bomba, todos os outros dados dependem
do trecho da sucção e no local em que a bomba foi instalada. Para a perda de carga da bomba,
dependemos de cada fabricante. Com isso, fazendo-se uma manipulação do resultado, e
isolando a perda de carga da bomba, temos:

30
Figura 49 - Relação da perda de carga no interior da bomba (h*) com as demais relações de pressão

Com isso temos que o termo da esquerda é o 𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 ou seja, é a carga


absoluta que temos no início da sucção descontados tudo o que pode interferir nessa carga,
enquanto o termo da direita é denominado 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 .
Embora na Norma NBR12214 (e na aula) não há menção sobre a parcela de
velocidade, eles recomendam que a diferença entre o 𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 eo
𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 deva permitir uma folga.

Figura 50 - Funcionamento de uma bomba sem cavitação

➢ Considerando uma bomba que está posicionada abaixo do nível d’água (bomba
afogada), temos:

Qual é a diferença entre o raciocínio? Apenas que a pressão causada pelo desnível a
ser vencido, agora está colaborando para o ganho de pressão. Seria como se a coluna
d’água, que está acima do eixo da bomba, colaborasse com a pressão. Dessa forma, a
única diferença seria:

Figura 51 - Esquema de bomba afogada

Figura 52 - Mudança no sinal para relação com perdas de carga no funcionamento da bomba

Na aula, os professores fizeram uma fórmula única (que não leva em consideração a
velocidade), da seguinte maneira:

31
Figura 53 - Fórmula geral para funcionamento de bomba (não leva em consideração a velocidade, mas considera
uma folga)

Onde ∆𝐻𝑠 significa as perdas de cargas ao longo do trecho (localizadas e distribuídas)

Com isso podemos observar que, caso o 𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 não seja suficiente para evitar
a cavitação, podemos diminuir as perdas de carga ao longo da tubulação, afogar a entrada da
bomba, ou até exigir uma bomba mais eficiente com 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 menor.

Observação importante!!! Ao longo da aula e até pela demonstração, nota-se que o risco de
cavitação depende da Tubulação de Sucção, não da Tubulação de Recalque! O professor
Theo confirmou isso.

Curva característica

As bombas precisam fornecer principalmente 2 aspectos para que possamos avaliar seu
desempenho, são elas a vazão e a carga. Além disso, é conveniente sabermos o rendimento da
bomba para que os custos possam ser estimados com maior precisão.

Uma maneira de conseguirmos visualizar esses aspectos, é através da chamada Curva


Característica. As curvas características da bomba são fornecidas pelo fabricante.

CUIDADO!!!!

A curva característica da bomba possui um trajeto muito semelhante à Curva que


representa o 𝑵𝑷𝑺𝑯𝑫𝒊𝒔𝒑𝒐𝒏í𝒗𝒆𝒍 (que a gente calculou anteriormente), porém são curvas
diferentes. Preste atenção no Eixo das abscissas dos diagramas, uma analisa a relação
Vazão e NPSH, enquanto a outra analisa Vazão e Carga. Essa última não está analisando
aspectos como cavitação.

Com isso posto, devemos agora tentar estimar quais serão as nossas necessidades, e
verificar se a bomba atende. As nossas necessidades, depois de calculadas, serão traçadas na
chamada Curva Característica do Sistema.

O encontro entre a Curva Característica do Sistema com a Curva Característica da


Bomba, será denominada Ponto de Operação. E é nele em que desejamos que a bomba atue.

32
Figura 54 - Curva Característica da bomba e do sistema

Como calcular a Curva do Sistema?

Primeiramente temos que levantar o máximo de dados possível. São eles:

- Comprimentos da adutora

- Diâmetro da adutora

- Coeficientes de perdas de carga localizada de cada componente

- Perda de carga distribuída (a partir da rugosidade da adutora)

- Altura geométrica (que ao ser somada com as perdas de carga, nos dará a Altura
Manométrica)

Com todos os dados levantados, o processo poderá ser da seguinte maneira. Vamos
tentar obter a perda de carga distribuída por toda a adutora.

Primeiramente vamos calcular Reynolds (R):

𝑉𝐷
𝑅=
𝜈
Onde “𝜈” é a viscosidade cinética da água, que a 20ºC é 10−6 .

Em seguida, tentaremos obter o fator de atrito, que será necessário para determinar a perda de
carga distribuída.

Para Regime Turbulento (Re>4000), temos que:


2
1
𝑓= [ ]
𝑘 5,62
(−2 log (3,71 ∗ 𝐷 + 0,69 ))
𝑅

Para Regime Linear (muito raro):

64
𝑓=
𝑅

33
As perdas de carga ∆𝐻 , eu costumo pensar da seguinte maneira:

𝑉2
∆𝐻 = [𝐾]
2𝑔

Onde “𝑔” é o valor associado à gravidade no local (9,81m/s²) e K dependerá de


qual tipo de perda de carga você deseja.

1. Caso queria determinar a Perda de Carga Distribuída na


tubulação:
𝐿
[𝐾] = 𝑓
𝐷
2. Caso queira determinar a Perda de Carga Localizada, deve-se
somar os K’s fornecidos de cada elemento:
[𝐾] = ∑ 𝐾 ′ 𝑠 = 𝐾𝑣á𝑙𝑣𝑢𝑙𝑎 + 𝐾𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 𝑑𝑒 90º 𝑔𝑟𝑎𝑢𝑠 +. ..

Depois de somar todas as perdas de cargas (distribuídas e localizadas) para diferentes


vazões, soma-se a Altura Geométrica a ser vencida. Essa altura geométrica pode variar
dependendo do nível d’água do poço de sucção. Então é conveniente que se faça duas curvas,
uma com o nível d´água no mínimo e outra com o nível d’água no máximo.

Prontinho

Depois basta cruzar com a curva característica da bomba (fornecida pelo fabricante) e
obter assim o Ponto de Operação

O que é transitório hidráulico?

É qualquer ação que altere a velocidade de um fluxo de água e, por consequência, a


carga no sistema. Essa alteração na carga afetará todo o sistema, há uma rapidez absurda até
que um equilíbrio seja novamente estabelecido. O transitório hidráulico pode ser chamado
também de “Golpe de Ariete”, inspirado no Ariete (imagem abaixo). Caso essa alteração na carga
(pressão) resulte em grandes pressões, pode ser que haja rompimentos na tubulação. Caso
resulte em pressões muito pequenas, pode ficar abaixo da pressão de vapor, resultando em
cavitações.

Figura 55 - Golpe de Ariete

Dessa maneira, recomenda-se criar mecanismos capazes de amortecer esse transitório


hidráulico durante o funcionamento do sistema. Alguns exemplos são:

34
Volante de Inércia → Consiste em um mecanismo que fica localizado entre o motor e a bomba,
logo na saída do poço de sucção. Caso haja algum transitório hidráulico, e a onda de pressão
negativa (subpressão) vai atingir o sistema, como esse volante continua girando, acaba
bombeando a água por um tempo, diminuindo os impactos. De uma maneira mais formal, de
acordo com a Norma NBR12215→ “dispositivo acoplado ao eixo da bomba para aumentar o
momento de inércia do conjunto girante reduzindo a taxa de variação de rotação do conjunto
motor-bomba por ocasião do seu desligamento”.

Figura 56 - Posicionamento e funcionamento de Volante de Inércia

o
Vantagens:
▪ Custo Baixo
o Desvantagem:
▪ Não reduz sobrepressão
▪ Consome mais energia do que sem o Volante

• Reservatório Hidropneumático (RHO) → uma torre fechada e pressurizada. É
acionado quando a pressão na tubulação varia. Nesse momento, caso haja uma onda
de pressão negativa (subpressão) a água pressurizada que fica contida nele é inserida
na adutora. Caso haja uma onda de pressão positiva (sobrepressão) a água da adutora
é injetada no reservatório.

Figura 57 - Posicionamento e Funcionamento de RHO

35
Como mostrado no esquema, ela não precisa acompanhar a topografia, então
pode ser posicionada em diversos pontos em que não acompanhe a linha
piezométrica, uma vez que está pressurizada.
▪ Vantagens:
• Redução de Sobrepressão e Subpressão
• Não depende da topografia
▪ Desvantagem:
• Custo Elevado de Construção
• Consumo de Energia Elétrica
• Custo de manutenção com equipamentos elétricos e
pneumáticos.
• Necessidade de repor gás de compressão devido a
vazamentos do reservatório ou dissolução na água.

• Chaminé de equilibro → possui a mesma função que o Reservatório


Hidropneumático (RHO), porém por se tratar de um reservatório não pressurizado
(sofre apenas as pressões atmosféricas), a cota do nível d’água deve coincidir com a
Linha Piezométrica do sistema. Ou seja, é preferível colocar em terrenos um pouco
mais elevados, para que a chaminé não fique demasiadamente alta

Figura 58 - Posicionamento e Funcionamento de Chaminé de Equilíbrio

Perceba, pelo esquema acima, que a Chaminé de Equilíbrio pode funcionar para
amortecer tanto as Sobrepressões quanto as Subpressões (linha verde escura e linha
verde clara).
▪ Vantagens:
• Redução de Sobrepressão e Subpressão
• Sem Consumo de Energia Elétrica
• Baixa Manutenção
▪ Desvantagens:
• Custo de Construção Elevado
• Viabilidade topográfica (linha piezométrica coincide com o nível
d’água dentro da Chaminé)

36
• Tanque de alimentação Undirecional (TAU) → amortece apenas a subpressão, ou
seja, permite o fluxo do tanque para a adutora apenas. Consiste num reservatório de
baixa altura, construído em concreto ou aço, aberto para a atmosfera e dotado de uma
válvula de retenção que impede a passagem da água da adutora para o reservatório,
permitindo a sua utilização em qualquer condição de pressão. O TAU alimenta a linha
quando a pressão atinge valores inferiores à sua cota piezométrica, ou seja, levanta a
envoltória das pressões mínimas até seu nível mínimo.

Figura 59 - Posicionamento e Funcionamento de TAU

Pelo esquema acima, nota-se que o TAU amortece apenas os casos de subpressão (linha azul
clara).

▪ Vantagem:
• Não consome energia elétrica
▪ Desvantagem:
• Custo elevado de construção
• Não atua na Sobrepressão
• Proteção para trechos específicos da rede
• Necessita condições topográficas favoráveis

37
(Dicionário) Outras coisas que eles podem cobrar

Aqui vai uma lista de coisas que já caíram em provas, porém não foram explicadas
detalhadamente em sala de aula. Talvez houvesse em partes dos livros recomendado, porém
esse livro é muito grande e pouco prático para o nosso caso, então vamos lá:

• Calha Parshall → dispositivo para medir vazão em canais abertos com fluxo por
gravidade. Além disso, podem ser utilizados para atuar como um misturador
rápido devido a turbulência que ocorre no fluido ao passar pela Calha Parshall.

Figura 60 - Calha Parshall

• Válvula Solenoide → Válvula para abrir (chamadas de Válvulas solenoides


Normalmente Fechadas) ou fechar (Chamadas de Válvulas Solenoides
Normalmente Abertas) o fluxo de fluído quando se aciona uma corrente elétrica.
Algumas válvulas podem abrir/fechar o fluxo conforme o sinal de entrada elétrica
chega, ou seja, pode abrir/fechar a passagem só um pouco com pouca corrente.
Vantagem de ser mais rápida e ocupam menos espaço do que outros tipos de
válvulas.
• Válvula de Retenção: → Pode ser considerada uma válvula direcional de uma
via pelo fato de só permitir o fluxo em uma direção e bloqueá-lo na direção
contrária. Válvulas de retenção grandes e em miniaturas são empregadas em
uma série de aplicações hidráulicas onde são responsáveis por:
o Limitar a pressão no circuito ou em parte dele, a um nível pré-
selecionado;
o Proteger o sistema, e os diversos equipamentos que o compõe contra
sobrecargas.
• Registro de Gaveta → O registro de gaveta tem a função de trabalhar totalmente
aberto ou totalmente fechado, ou seja, sua função não é regular a vazão e sim
interromper o fluxo de água em uma instalação. Utiliza-se o registro de gaveta
para eventuais manutenções na instalação ou no caso de algum vazamento. O
registro de gaveta deve ser instalado em colunas de distribuição (tubulações
verticais que distribuem a água para a residência), e não em pontos de utilização,
como por exemplo: chuveiros, torneiras e etc… O registro de gaveta em sua
maioria possui a vedação entre a gaveta e o corpo feito de metal, que com o
tempo se o registro sofre o trabalho intenso de abertura e fechamento e ainda a
pressão constante de água sobre sua sede de fechamento, os componentes
internos podem sofrer desgastes, ocasionando assim vazamentos no registro, e
se este registro estiver dentro da parede, ou seja, no lugar do registro de
pressão, o problema é ainda maior.

38
• VRP (Válvula Reguladora de Pressão): O registro de pressão é para controlar o
fluxo de água em um ponto de utilização. A passagem de água neste registro é
bem diferente em relação ao registro de gaveta, o registro de pressão possui
passagem reduzida, o que permite uma regulagem de vazão de forma a ser
ajustada de acordo com a necessidade do usuário sem danificar o registro. Ele
possui uma elevada perda de carga (perda da pressão e vazão de uma
instalação hidráulica), em relação à pressão proporcionada pela instalação, sem
promover nenhum desgaste nos componentes internos. Diferente do registro de
gaveta, o registro de pressão possui sentido de fluxo e se for instalado de forma
errada, impedirá quase que por completamente a passagem de água, por isso
deve-se prestar atenção na hora de sua instalação.
• Redução → Serve para conectar duas tubulações de diâmetros diferentes.
Podem ser:
o Excêntricas → Utilizam a lateral dos tubos como alinhamento. Ideal para
uso na Tubulação de Sucção, desde que utilizado de maneira correta,
pois evita o acúmulo de bolsões de ar.

Figura 61 - Corte de redução excêntrica e funcionamento em tubulação de sucção

o Concêntrica → Utilizam o centro dos tubos como alinhamento. Pode ser


usado em diversos pontos da adutora.

Figura 62 - Corte de redução concêntrica

Geralmente os componentes que são utilizados na tubulação de sucção são:

Redução Excêntrica e Válvula de Pé com Crivo

Enquanto nos barriletes temos:

Registro de Gaveta, Válvula de retenção, redução concêntrica

Os demais itens podem ser encontrados ao longo da tubulação de recalque.

39
7ª e 8ª aula → Redes

Redes são a parte do sistema que é responsável a colocar água potável para todos os
consumidores de forma contínua, com qualidade, quantidade e pressão adequadas.

Geralmente é o item mais custoso em um projeto de saneamento. Dependendo do


tamanho da cidade (quanto mais pessoas, mais complexa deve ser a rede) o custo da rede pode
chegar a 75% do custo do projeto total do sistema.

➢ Se for classificar as redes quanto ao porte e função, elas são divididas entre:
▪ Principal: pode ser chamada de primária, tronco ou mestra. Tem como
objetivo conectar todas as redes secundárias. Possui um diâmetro
maior. Evitar colocar esse tipo de rede com tráfego intenso.
▪ Secundárias: são responsáveis por abastecer diretamente os
consumidores
➢ Caso deseje-se classificar quanto a topologia, temos:
▪ Ramificada: Traçado aberto. Cada ponto da rede é abastecido por um
caminho único.
▪ Anel ou Malhada: Traçado fechado. Múltiplos caminhos para o
escoamento
▪ Mista: mistura entre Anel e Ramificada

Pressão Máxima:

Considera-se vazão nula (ou seja, não há perdas de carga) e com nível de
água máxima nos reservatórios. Não pode ser maior do que 500kPa, ou 50mca.

Pressão Mínima:

Considera-se que seja capaz de abastecer uma caixa d’água de um sobrado


Calculada com demanda no pico do dia e hora de maior consumo, com reservatórios no
mínimo. Não pode ser menor do que 100 kPa, ou 10 mca.

Vale a equação de continuidade do nós. Ou seja, a somatória de vazões que chegam


em um nó deve ser igual a somatória de vazões que saem de um nó. As vazões que saem de
um nó podem ser divididas em:

▪ Vazões que foram “consumidas” naquele nó, porque ali tem um ponto
de consumo
▪ Vazões que não foram consumidas naquele nó, apenas passaram por
ele para serem consumidas em outros pontos da rede.

Os limites de velocidade são, de acordo com a norma NBR 12218:

Mínimo → 0,6m/s

Máximo →3,5m/s

40
Figura 63 - Sequência de Cálculo para dimensionamento de redes

Para o cálculo de redes malhadas (anel) existem alguns métodos que foram
desenvolvidos ao longo dos anos.

Em geral, baseiam-se em “chutar” valores iniciais para as vazões nas redes, fazendo
com que se respeite as continuidades dos nós (ou seja, tudo que entra no nó, deve ser igual a
tudo que sai). Após isso, faz-se iterações com algumas alterações em cada nó, que explicaremos
mais adiante. Mas em resumo seria algo como: Primeiro algumas correções no Anel 1, que
resultará em alterações em todas as vazões pré-estimadas. Depois, de verificar todas as
alterações, faz-se correções no Anel 2, que resultará em alterações em tudo novamente. Depois
de verificar todas as alterações novamente, faz-se as correções no Anel 1, e o ciclo retorna. A
ideia é ir fazendo essas correções até que o valor a ser corrigido seja muito pequeno e possa
ser ignorado.

Como pré-estimar essas vazões iniciais? Existem algumas opções:

• Ignorar trechos das redes malhadas (dizendo que nesse trecho a vazão é 0) e
transformá-la em uma rede ramificada. Assim basta seguir igual ao dimensionamento de
redes ramificadas já explicadas anteriormente
• Considerar que todos os trechos das redes são exatamente iguais (em comprimento,
diâmetro, rugosidade, inclinação, etc). Assim, as vazões sempre se dividirão de maneira
igualitária.
• Considerar as variâncias de cada trecho e ponderar segundo as cargas. Os trechos que
possuem maior coeficiente de atrito, receberão menos vazão. (Essa aqui eu que
imaginei, então melhor confirmar depois)

Como é feita a correção? Também existem algumas opções, o mais visto em sala é:

Método de Hardy-Cross, que ele analise cada anel e faz as correções seguindo a
relação:

∑ ∆𝐻 𝐿
∆𝑄 = − ∆𝐻 , onde ∆𝐻 = (0,2785∗𝐶 )1,85 ∗𝐷2,87 𝑄1,85
1,85 ∑ 𝑄

Em alguns casos, o valor destacado é 2, caso se utilize outros métodos de cálculo.

41
Método Matricial

Uma maneira de tentar organizar e resolver todos os sistemas simultaneamente é


através de alguns métodos matriciais. Para isso, as equações que não são lineares são
aproximadas para equações lineares que serão corrigidas por um fator K a cada iteração.

Para a montagem do sistema, devemos organizar da seguinte maneira:

- Uma equação para cada anel. Organizando, dessa forma, o balanço de cargas.

- Uma equação para cada nó, EXCETO UMA. É necessário retirar um nó pois
uma das equações seria Linearmente Dependente de outras, fazendo com que ficasse
redundante. É possível, por exemplo, desconsiderar o nó que se trata do reservatório, mantendo
apenas os nós da malha. Dessa forma, organizamos a continuidade dos nós.

A montagem dos sistemas é similar ao cálculo que a gente “aprende” sobre Kirchhoff em
eletricidade, ou seja, o fluxo que entra é o mesmo que o fluxo que sai.

Vamos pegar o sistema a seguir como exemplo:

Figura 64 - Exemplo rede para montagem matriz

Para montar o balanço de cargas, devemos montar um sistema para cada anel. Nesse
caso serão dois sistemas. O sentido do fluxo é opcional, nesse caso, em ambos os anéis o
sentido será horário. Em cada anel a vazão (Q) é corrigida por um fator K específico, para a
linearização do método. Caso o sentido da vazão seja o mesmo do fluxo que você optou, o sinal
será positivo, caso contrário será negativo. Dessa forma, para cada anel temos:

• Anel 1 → (𝐾2 ∗ 𝑄2 ) + (𝐾3 ∗ 𝑄3 ) − (𝐾7 ∗ 𝑄7 ) − (𝐾5 ∗ 𝑄5 ) = 0


• Anel 2 → (𝐾7 ∗ 𝑄7 ) + (𝐾4 ∗ 𝑄4 ) − (𝐾8 ∗ 𝑄8 ) − (𝐾6 ∗ 𝑄6 ) = 0

Onde cada K é obtido da seguinte maneira:


𝑓 ∗ 𝐿 ∗ |𝑄|
𝐾=
2 ∗ 𝐷 ∗ 𝑔 ∗ 𝐴2

Para montar a continuidade dos nós, podemos observar que são 7 nós, porém,
desconsiderando o nó 1 (que é o reservatório), podemos observar que os fluxos em cada nó são:

• Nó 2 →Entra 𝑄1 . Sai 𝑄2 e 𝑄5 . Consome 𝑞2 → 𝑄1 − 𝑄2 − 𝑄5 = 𝑞2


• Nó 3 → Entra 𝑄2 . Sai 𝑄3 . Consome 𝑞3 →𝑄2 − 𝑄3 = 𝑞3
• Nó 4 → Entra 𝑄3 e 𝑄7 . Sai 𝑄4 . Consome 𝑞4 →𝑄3 + 𝑄7 − 𝑄4 = 𝑞4
• Nó 5 → Entra 𝑄5 . Sai 𝑄6 e 𝑄7 . Consome 𝑞5 →𝑄5 − 𝑄6 − 𝑄7 = 𝑞5
• Nó 6 → Entra 𝑄6 . Sai 𝑄8 . Consome 𝑞6 →𝑄6 − 𝑄8 = 𝑞6
• Nó 7 → Entra 𝑄4 e 𝑄8 . Consome 𝑞7 →𝑄4 + 𝑄8 = 𝑞7

42
Temos então os seguintes sistemas:
(𝐾 ∗ 𝑄2 ) + (𝐾3 ∗ 𝑄3 ) − (𝐾7 ∗ 𝑄7 ) − (𝐾5 ∗ 𝑄5 ) = 0
𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑠 { 2
(𝐾7 ∗ 𝑄7 ) + (𝐾4 ∗ 𝑄4 ) − (𝐾8 ∗ 𝑄8 ) − (𝐾6 ∗ 𝑄6 ) = 0
𝑄1 − 𝑄2 − 𝑄5 = 𝑞2
𝑄2 − 𝑄3 = 𝑞3
𝑄3 + 𝑄7 − 𝑄4 = 𝑞4
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑖𝑛𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑠 𝑛ó𝑠
𝑄5 − 𝑄6 − 𝑄7 = 𝑞5
𝑄6 − 𝑄8 = 𝑞6
{ 𝑄4 + 𝑄8 = 𝑞7

Organizando os dados em uma matriz, podemos montar:

0 𝐾2 𝐾3 0 −𝐾5 0 −𝐾7 0 𝑄1 0
0 0 0 𝐾4 0 −𝐾6 𝐾7 −𝐾8 𝑄 2 0
1 −1 0 0 −1 0 0 0 𝑄3 𝑞2
0 1 −1 0 0 0 0 0 𝑄4 𝑞
= 3
0 0 1 −1 0 0 1 0 𝑄 5 𝑞4
0 0 0 0 1 −1 −1 0 𝑄 6 𝑞5
0 0 0 0 0 1 0 −1 𝑄 7 𝑞6
[0 0 0 1 0 0 0 1 ] [𝑄 8 ] [𝑞7 ]

Belezinha! Agora você, teoricamente, já sabe mais ou menos como que os softwares organizam
pra resolver através das matrizes. Não vamos precisar fazer contas com isso, os professores só
cobrar que você saiba como chegou, o que levou em conta, essas coisas

43
9ª aula → Perdas

Quando falamos de perdas, imediatamente imaginamos o conceito de desperdício que


um usuário pode vir a fazer pelo mal uso da água (pelo menos, pra mim é assim). Em
saneamento, perdas refere-se a outras questões, como vazamentos, consumo clandestinos, não
tarifar, etc. Ou seja, são questões que dependem muito mais do sistema, do que do usuário final.

As perdas são então a diferença entre a água que entra no sistema e os consumos
autorizados.

Podem ser classificadas como:

• Perdas Reais → Água que de fato é produzida, porém não chega no consumidor
final devido a vazamentos, extravasamentos em reservatório, etc. É uma perda
física do material.
• Perdas Aparentes → Água que chega ao consumidor, porém não é
contabilizada, por erro de medição, fraudes, ligações clandestinas, etc. É uma
perda não física, mais financeira.

Uma maneira de diminuir as perdas (tanto reais quanto aparentes) é a implementação


de mais pontos de micromedição. Isso aconteceu pois ter as micromedições cadastradas e
controladas, evita as fraudes e clandestinos (diminuindo as perdas aparentes) e permite uma
comparação das micromedições com as macromedições, fazendo com que vazamentos sejam
identificados mais rapidamente (diminuindo as perdas reais).

Uma tabela que consegue representar bem como a água está sendo utilizada é a
seguinte:

Figura 65 - Divisões e subdivisões da água que entra no sistema

O quadrado “não faturado” é criado para situações em que não há as medições ponto a
ponto e se faz uma estimativa da região. Resultando em parcelas não faturadas, uma vez que
não é 100% preciso.

Além disso, podemos classificar os vazamentos das perdas reais como:

Figura 66 - Subdivisões perdas reais

44
Os vazamentos visíveis o nome já se explica. São vazamentos em que com uma
identificação visual já somos capazes de determinar o ponto de vazamento.

Os vazamentos invisíveis, por outro lado, não são tão fáceis de serem notados. Alguns,
graças às tecnologias, são detectáveis, com por exemplo o uso de Geofones, Haste de Escuta
ou Correlacionador de Ruídos. Outros, entretanto, são bem pequenos, e não conseguimos
identificar, nem reparar. São os vazamentos inerentes.

O tempo de vazamento vai depender justamente se o vazamento pode ser visualizado


com facilidade, detectável ou não. Quanto mais difícil de encontrar, mais tempo ficará vazando,
gerando consideráveis prejuízos.

Além disso, outro aspecto muito importante na estimativa de perdas por vazamentos, é
a pressão d’água que está atuando naquele trecho. Quanto maior a pressão, maior será o
vazamento.

Como podemos avaliar as perdas reais?

Podemos fazer estimativas que determinam as Perdas Aparentes e os Valores


Não medidos, e comparamos com o Volume entregue e disponibilizado (determinado com
macromedições). Essa forma de avaliar se chama “Método do Balanço Hídrico”.

Ou podemos isolar uma área por algumas horas, medir com precisão aquele
trecho e fazer uma estimativa mais bem embasada. Essa forma de avaliar se chama “Método
das vazões mínimas noturnas”.

Onde podem ocorrer as Perdas Aparentes?

Pode ocorrer em macromedições ou micromedições. As causas podem ser


instalação inadequada, descalibração, problema com transmissão de dados, etc.

Pode ocorrer na Gestão Comercial. Ou seja, desde falhas em cadastros do


consumidor até fraudes e ligações clandestinas.

Algumas ações para solucionar ou reduzir as perdas reais são:

Figura 67 - Diferentes ações para diferentes problemas de perdas reais

45
Algumas soluções para eliminar ou reduzir as perdas aparentes são:

Figura 68 - Diferentes ações para diferentes perdas aparentes

46
Sistemas De Esgoto Sanitário

Aula 10 – Partes Constituintes e Posição da rede

Parte constituintes de um Sistema de Esgoto Sanitário (SES):

Rede coletora → Passa por todas as ruas, todos os lugares

Interceptor → Interceptar a extremidade da rede, recolhe o esgoto da rede. Numa


vazão maior. Recebe contribuições descarregados pela rede coletora

Emissário de transporte → Não recebe contribuições intermediário. Apenas leva de um


ponto A até um ponto B

Estação Elevatória (EEE) → bombear o esgoto, transposição de esgoto. Obra civil


onde utiliza bombas

Sifão Invertido → pode substituir a EEE em alguns lugares, utiliza a gravidade.


Consegue transpassar por interferências.

Estação de tratamento → Local onde trata-se o esgoto e o torna propício à devolução


aos corpos hídricos. Não faz parte desse curso.

Emissário de lançamento → sistema que não recebe conexões intermediárias. Apenas


leva de um ponto A para o ponto B

Sabemos que uma parte considerável dos custos é na própria construção de redes e suas
ligações, uma vez que abrange uma região (bacia) considerável. Dessa maneira, é justificável
que o dimensionamento dessas seja cuidadoso para diminuir os gastos desnecessários. As
Estação Elevatórias podem variar conforme a topografia do local. Em ambientes com desníveis,
vales e morros gasta-se menos pois tendemos a utilizar a gravidade para o deslocamento do
material; em ambientes planos gasta-se mais energia para aplicar cargas no fluxo.

Tipos de sistemas

Sistema unitário → Trata-se de um sistema único, que conduz as águas domésticas,


industriais, infiltrações e até águas pluviais no mesmo conduto. Geralmente é utilizado em países
com clima frio e temperado, onde as chuvas são menos intensas e possuem duração maior. Em
casos em que, nesses locais, a chuva é um pouco mais intensa, há o acionamento de
Extravasores que direcionam o excesso (ou seja, esgoto diluído em águas pluviais) para os
corpos d’água. O professor disse que não é algo tão ruim, pois o esgoto já está diluído nesses
casos e o volume do rio costuma ser maior em tempestades também. Os efeitos de acúmulo de
águas pluviais no sistema podem durar alguns dias, já que a água vai infiltrando e sendo drenada
aos poucos.

Sistema separador parcial → águas domésticas e parcelas das águas pluviais (coletadas
nas edificações) são unidas. As águas pluviais que escorrem das ruas são coletadas
separadamente e direcionadas para as Galerias de Águas Pluviais. Essas Galerias descarregam
em córregos (canalizados ou não).

Sistema separador absoluto → drenagem pluvial totalmente independente. Não há


diluição do esgoto, porém deve haver fiscalização constante na Galeria de Águas Pluviais para
que não haja despejo impróprio. Em um sistema mais ideal, poderia ter uma estação de
tratamento de esgoto de águas pluviais para tratar a poluição difusa que acaba poluindo as águas
pluviais nos primeiros minutos de chuva (sujeira da rua, telhado, óleos, etc.).

47
Regimes Hidráulicos de Escoamento

Condutos livres → Em redes coletoras, interceptores e muitos emissários

Condutos forçados (gravidade ou recalque) → Sifões Invertidos, linhas de recalque e


emissários submarinos.

Em emissário submarinos, sabendo que a ideia é que ela fique submersa, existem formas de
manter ela sempre ao fundo (fixando-a com blocos de concreto) ou eliminando os gases,
tornando o sistema mais denso.

Órgãos acessórios

Redes coletoras não usam conexões. Utilizamos:

Poço de Visita (PV) → único dispositivo em que uma pessoa pode entrar (visitável). Também é
o único que pode substituir todos os demais a seguir. Permite iniciar um coletor, mudar as
direções, mudanças de declividade, conectar mais de 3 coletores, permite degraus, entre
outras características. Precisa ter um distanciamento máximo entre PV’s de 100m.

Terminal de Limpeza (TL) → Substitui o PV no início dos coletores, ou seja, nos pontos mais a
montante (onde precisa de menos visita técnica pois a tubulação se inicia no ponto mais alto).
Permite a introdução de equipamentos de limpeza (mais simples e mais barato). É um
prolongamento da tubulação que vai até a superfície. Por motivos de economia, sabendo que
não é necessário um PV no começo da rede, SEMPRE iniciamos uma rede com TL.

Caixa de passagem (CP)→ câmara sem acesso, utilizado em mudança de material, direção ou
declividade (não é muito utilizado, pois se entupir, deu ruim)

Tubo de inspeção e Limpeza (TIL) → não visitável, substitui o PV no meio da rede. Permite a
introdução de equipamento de limpeza, mudança de declividade, mudança de material,
mudança de direção além de poder conectar outros 3 coletores. Também chamado de poço de
inspeção (PI). Pode ser de diversos materiais como plástico, concreto, alvenaria, fibra de vidro.

Resumo de hierarquia dos órgãos:

Figura 69 - Hierarquia dos órgãos

48
Detalhamento de um Poço de Visita (PV):

Existe uma distância máxima de 100m (entre pontos visitáveis), pois os equipamentos de
limpeza têm um comprimento máximo de 50m (50m em cada lado).

O PV é dividido em duas partes: Uma na qual o funcionário poderá ficar em pé, e trabalhar
dentro, chamamos de Balão. E outra parte que conecta a rua até o Balão, ou seja, serve para
que o funcionário desça, chamamos de Chaminé.

Figura 70 - Stan Lee dentro do Poço de Visita

Dentro do PV, caso a entrada de uma tubulação fique localizada acima de 60cm do fundo do
poço, é usual colocar um tubo de queda, para que a saída seja mais próxima do fundo do PV e
desgaste menos, e para tornar o trabalho ali menos incômodo.

Figura 71 – Vista em Corte do PV - Stan Lee recebendo esgoto na altura da cintura e muito desgaste do fundo do PV

Figura 72 – Vista em Corte do PV - Stan Lee recebendo esgoto nos pés e pouco desgaste no fundo do PV

O PV pode ser feito com alvenaria ou com anéis de concreto pré fabricado (aduelas).

As dimensões de um PV variam conforme as tubulações que chegam nele. Variam de 1m a


1,2m de diâmetro do Balão (B) e variam de 1,8m a 2m de profundidade (H). No caso de PV em
aduelas, a chaminé é necessária somente quando a altura (do tampão até o fundo) for maior
do que 2,5m.

49
Tubulação (mm) B(m) H(m)
Φ150 a 450 1,0 1,8
Φ500 a 800 1,2 2,0

A saída do PV (assim como a do TIL) é SEMPRE ÚNICA, então no fundo no PV é comum ter
um direcionamento feito por canaletas de argamassa.

Figura 73 - Esquema de fluxo no fundo do PV

Traçado de Rede

O traçado da rede, além de seguir a topografia, sempre vai tentar seguir o traçado das ruas,
então pode variar muito de um lugar para outro. Quando temos uma região muito plana (região
litorânea por exemplo), temos dificuldade em escoar, principalmente porque iniciamos com
uma profundidade mínima, e chegamos a uma profundidade máxima sem percorrer grandes
distancias. Então é comum que direcionemos para uma estação elevatória da região, que
bombeará para um PV de outra região, reiniciando o ciclo.

Figura 74 - Representação Esquemática das Estações Elevatórias

O traçado deve seguir ao máximo as declividades do terreno, evitando declividades contrários


à da topografia, salvo em trechos curtos, onde não houver outra opção.

Deve-se reduzir ao mínimo o número de bacias de drenagem, minimizando-se o número de


elevatórias e extensão de interceptores.

Para saneamento, é desejável que as cotas de nível sejam de um em um metro, ou pelo


menos mostrar todos os cruzamentos. Cotas muito distanciadas (5m ou 10m) não serve.

Figura 75 - Esquema de distanciamento das cotas

50
Localização na via pública.

A localização na via pública depende de diversos fatores como: situação da via, ocupação do
solo, se já existem outras interferências. Dependerá também se a rede é Simples (com apenas
um condutor naquela via) ou Dupla (com dois condutores naquela via). Mas em geral é no eixo
da faixa carroçável, podendo ser em um dos terços da faixa carroçável, ou até no passeio.
Caso haja algum encontro inevitável, é recomendado que a distância entre as FACES DAS
TUBULAÇÕES (não do eixo) seja de pelo menos 0,5m.

Figura 76- Vista em corte do posicionamento das tubulações em uma via

Figura 77 - Diferenciação de atendimentos em Redes Simples e Redes Duplas

As redes duplas são mais utilizadas em vias com tráfegos intensos, com larguras consideráveis
(maior que 14m para asfaltada e maior que 18m para terras). Além disso, caso seja posiciona no
passeio, esse deve ter no mínimo 2m de largura, depende do tipo de solo. São usadas quando
o coletor principal já está muito profundo, então cria-se coletores auxiliares.

As redes simples NÃO são no passeio, apenas redes duplas.

Soleira negativa → terreno que fica numa cota abaixo do nível da rua.

Caso um dos lados exista soleira negativa, o coletor deve ser lançado no terço correspondente.
Dessa forma, a profundidade da rede é menor.

Figura 78 - Consideração da Soleira negativa no posicionamento da rede

51
Alternativas para cortar custos

➢ Sistema condominial → Origem brasileira (RN). As quadras são classificadas e unidas,


formando “condomínios”. Dessa maneira, a tubulação de esgoto percorre por dentro
dos terrenos, recolhendo os esgotos das residências daquele quarteirão e joga direto
na rede de esgoto.

Figura 79 - Diferença de Sistema convencional e Sistema Condominial

Diâmetro da ligação ao ramal condominial: 100mm, com declividade mínima de 1%

Diâmetro mínimo do ramal condominial: 100mm, com declividade mínima de 0,006m/m

Utilização de caixas de inspeção no interior das quadras com recobrimento mínimo de 0,3m

Vantagens:

• Menor extensão das ligações prediais e coletores púbicos;


• Baixo custo de construção dos coletores (mais de 50% de economia) e operação;
• Maior participação dos usuários.

Desvantagens:

• Uso indevido (uso para águas pluviais ou resíduos sólidos urbanos) comprometem o
sistema todo;
• Menor atenção na operação e manutenção dos coletores por parte das
concessionárias (transferem a responsa pros moradores);
• Coletores assentados em lotes particulares, podendo haver dificuldades na inspeção,
operação e manutenção pelas empresas de saneamento;
• Êxito desse sistema depende fundamentalmente da atitude dos usuários.

➢ Redes com diferenças de pressões

Quando tem muitas rochas, matacões, ou qualquer outra dificuldade de escavação,


então é possível que não se obtenha inclinações e profundidades mínimas. Dessa maneira,
criando diferenças de pressões para que se direcione os dejetos até a tubulação principal com
pouca dependência da topografia. Ou seja, a pressão na saída da residência é sempre maior
do que na rede principal. Essa diferença de pressão pode ser:

o Inserindo pressão na saída do esgoto da residência (Rede Pressurizada)

Figura 80 - Representação Esquemática de rede pressurizada

52
o Retirando a pressão na rede principal do esgoto (Rede a vácuo)

Figura 81 - Representação esquemática de rede a vácuo

➢ Dispositivo gerador de descarga → desenvolvido no IPT. Um sistema que acumula os


dejetos e libera tudo de uma vez. Dessa forma precisa de uma inclinação menor para
atingir os critérios mínimos de operação, como a Tensão Trativa (responsável por fazer
uma auto limpeza na tubulação).

Figura 82 - Representação Esquemática de Dispositivo Gerador de Descarga

➢ Redes de coleta e transporte de esgoto decantado → não entendi direito como


funciona

Procurei no Google e no material disponibilizado, e achei isso. O monitor também


achou isso.
"O sistema de redes de coleta e transporte de esgoto decantada apresenta, entre outras
características, a utilização de tanques sépticos domiciliares especiais, com dispositivo
de secagem de lodo; substituição de poços de visita por tubos de inspeção e limpeza
(TIL); e tubulações com diâmetros mínimos de 40 mm, podendo funcionar à seção plena
(CYNAMON, 1986). A velocidade mínima na rede é de 0,05 m/s".

Pelo o que o monitor entendeu, são sistemas de coleta onde o esgoto é "tratado" antes
de ser direcionado à rede. Nesse sentido, boa parte dos sólidos é decantada antes, o
que diminui um pouco a preocupação com retenção desses sólidos nas tubulações de
coleta. Assim, as declividades mínimas (e velocidades mínimas) necessárias são
menores e, por consequência, também são as profundidades dos tubos.

Perguntei para o professor Theo e ele me respondeu isso:


“A rede de transporte de esgoto decantado é só uma curiosidade para mostrar que outras
concepções seriam possíveis. Seria realmente ter um decantador que seria limpo
periodicamente, de forma a minimizar os sólidos do esgoto e facilitar a autolimpeza dos
coletores. Mas não é algo utilizado usualmente, não é nossa realidade.”

Então não é algo que devemos nos preocupar.

53
Aula 11 – Concepção e dimensionamento da Rede

A profundidade (P) de um coletor vai depender de alguns aspectos básicos:

▪ h → Desnível entre o leito carroçável e a cota mais baixa a esgotar da


residência;
▪ ℎ𝑐 → Altura da caixa de inspeção (usualmente 0,5m);
▪ 𝑖 ∗ 𝐿 → Desnível ocasionado pela inclinação da tubulação, onde:
• 𝑖 = inclinação da tubulação;
• 𝐿 = comprimento da tubulação.
▪ 𝑎 → valor tabelado para conexão entre coletor e a tubulação da
residência (coletor predial).
Diâmetro do Coletor Predial (mm)
Diâmetro do
Φ100 Φ 150 Φ 200
Coletor
i = 2% i = 0,7% i = 0,5%
Público (mm)
a (m)
Φ 150 0,20 - -
Φ 200 0,25 0,24 0,23
Φ 300 0,35 0,34 0,32
Φ 450 0,48 0,47 0,46

Em resumo temos:

Figura 83 - Detalhe de profundidade da rede

Posicionamento do Coletor na via


Passeio Eixo ou Terço
3 a 4 → Limite de segurança do
Profundidade 2 a 2,5 → Para Não prejudicar
trabalhador e limite do braço da
Máxima (m) edificações nas calçadas
retroescavadeira
Profundidade 0,65 → Proteção e
0,9 → Proteção e Recobrimento Mínimo
Mínima (m) Recobrimento Mínimo

Coletores mais profundos do que 4m → projetar coletores auxiliares para receber ligações
prediais

Os materiais nas tubulações de esgoto podem variar bastante:

➢ Cerâmicos → mais antigos, vem sendo menos usados, muito frágil. Utilizado mais em
redes coletoras;
➢ PVC → utilizado em redes coletoras e linhas de recalque
➢ Concreto → coletores troncos, emissários, interceptores
➢ Ferro fundido dúctil → linhas de recalque
➢ Polietileno → linhas de recalque, emissários submarinos

54
➢ Poliéster reforçado com fibra de vidro → rede e linhas de recalque

As ligações entre as redes das residências e os coletores são sempre no topo, ou no máximo a
45º. Nunca lateralmente. Além disso, o ideal é que também haja uma preocupação para que a
conexão entre a 45º no sentido de fluxo do coletor.

Figura 84 - Posição da junção da rede da residência com coletores, conexão por cima

Figura 85 - Posição da junção da rede da residência com coletores, conexão a 45º

O Esgoto Sanitário que é transportado pela Rede Coletora é constituído pelo:

➢ Esgoto Doméstico

Dependem de fatores como População, Consumo de água efetivo “per capita”


(𝑞𝑒 ), Coeficiente do Dia de Maior Contribuição (𝐾1 ), Coeficiente do Horário de Maior
Contribuição (𝐾2 ) e Coeficiente de Retorno (C).

Consumo de água efetivo significa que não considera as perdas físicas

Coeficiente de Retorno é quanto que a gente consumiu de água que vai


retornar como esgoto. SEMPRE MENOR QUE 1.

𝐾1 e 𝐾2 é igual ao de abastecimento de água

Valores Norma (caso 𝐾1 𝐾2 C


não haja estudo
1,2 1,5 0,8
específico)

➢ Esgoto Industrial
Regime de lançamento com vazão máxima de 1,5 vezes a vazão média diária.
Além disso, devem seguir critério químicos rigoroso antes de serem lançados
ao sistema público de esgoto.

55
Se os critérios forem seguidos, DEVE-SE jogar o esgoto industrial no sistema
público de esgoto.
➢ Água de Infiltração
A infiltração de água na rede de esgoto SEMPRE vai ocorrer. Ela pode ser
maior ou menor dependendo de alguns critérios como, por exemplo:
▪ Nível d’água do Lençol Freático;
▪ Tipo de Solo → Solo arenoso permite mais infiltração do que
argiloso;
▪ Material da Tubulação;
▪ Tipo de Junta;
▪ Qualidade do Assentamento do solo.
𝐿
Por Norma, caso não se tenha um estudo detalhado, um valor entre 0,05
𝑠∗𝑘𝑚
𝐿 𝐿
e 1,0 . Professor disse que 0,2 é uma boa estimativa.
𝑠∗𝑘𝑚 𝑠∗𝑘𝑚

O Esgoto Sanitário é constituído por:

E deve garantir alguns critérios mínimos como:

• Hidráulico → Transportar como Conduto Livre as vazões máximas e mínima. Tanto


para o Início do Plano quanto para o Final do Plano;
• Reações Bioquímicas → Controlar Sulfeto de Hidrogênio (gerado em
decomposições anaeróbias). Os sulfetos ocasionam a geração de mau cheiro e de
ácidos corrosivos;

𝐻2 𝑆 + 2𝑂2 → 𝐻2 𝑆𝑂4

• Deposição de Materiais Sólidos → Autolimpeza do Sistema. Para isso obtemos um


mínimo de forças tangencias na superfície do condutor para que leve os resíduos
presos (Tensão Trativa).

Como existe a presença constante de matéria orgânica, nas paredes das tubulações é comum a
presença de limo. Esse limo criar regiões onde não há a presença de ar, ocasionando
Decomposição Anaeróbia, e consequentemente Sulfetos. O cálculo de Tensão Trativa é para a
eliminação desse limo e de possíveis outros geradores de sulfetos. Outra maneira de evitar os
sulfetos é garantir oxigênio na tubulação (podendo até inserir oxigênio puro) para evitar
ambientes anaeróbios.

Figura 86 - Fluxo de sulfetos dentro da tubulação e corrosões ocasionadas

Entretanto, independente do material da tubulação, sempre consideramos que o valor de


Manning (n) é 0,013, pois refere-se ao limo incrustado nas paredes internas, por motivos de
segurança, estando ele lá ou não.

56
Existem dois tipos principais de manutenção:

Preventiva → serviços para obter melhor desempenho do sistema antecipando-se ao


problema

Corretiva → corrigir problemas que já aconteceram.

Alguns equipamentos que se utilizam para a limpeza geral e desobstrução da rede coletara
são:

Hidrojateamento (SewerJet) → uma mangueira com água pressurizada;

Equipamentos a vácuo → Uma mangueira que aspira o material incrustado;

Equipamento Misto → Realiza um jateamento com água e, simultaneamente, aspira o


material desprendido.

Calcular a vazão

Existem três métodos principais de métodos de calcular a vazão:

• Quando não existirem medições de vazões no projeto;


• Quando existirem medições de vazões no projeto (hidrogramas);
• Processo de áreas edificáveis (utilizado APENAS no Rio De Janeiro).

Como vimos o Esgoto Sanitário é constituído por Esgoto Doméstico, Esgoto Industrial
(que ao ser aprovado denominamos de Esgoto Concentrado, além de vazões de hospitais,
comércios, entre outro) e Infiltrações. Dessa forma, para calcular a vazão temos que considerar
essas três contribuições:

𝑄𝐸𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 𝑆𝑎𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 = 𝑄𝐸𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 𝐷𝑜𝑚é𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜 + 𝑄𝐸𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜 + 𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çõ𝑒𝑠

Para situações em que Não Existem Medições de Vazões:

Existem duas situações críticas de projeto!!!!!

❖ Início do plano → responsável por verificar se o sistema consegue realizar a


auto limpeza. Sendo:
𝐶∗𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗𝑞𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = → Contribuição Média Inicial
86400

Onde:

C → Coeficiente de Retorno (quanto de água virou esgoto)

𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 → População Inicial

𝑞𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 → Consumo de água inicial

Temos:

𝑄𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 = 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅


𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + ∑ 𝑄𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠

Onde:

𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 → Contribuição de Infiltração Inicial

57
❖ Final do plano → Determina a capacidade de vazão. Sendo:

𝐶∗𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗𝑞𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 =
86400
→ Contribuição Média Final

Onde:

C → Coeficiente de Retorno (quanto de água virou esgoto)

𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 → População Final

𝑞𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 → Consumo de água final

Temos:

𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 = 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅


𝑄𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 + 𝐼𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 + ∑ 𝑄𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠

Onde:

𝐼𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 → Contribuição de Infiltração Final

Caso não haja indicativos da População, podemos obter estimativas baseada na área da bacia
(a) com a densidade populacional do local (d). Logo:

𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ≈ 𝑎𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗ 𝑑𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 e 𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ≈ 𝑎𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝑑𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

Para situações em que Existem Medições de Vazões (Hidrograma):

Caso você tenha um hidrograma da região (bem mais difícil), basta fazer pequenas
alterações na população próxima para que seja possível estimar as vazões. Logo:
𝑡𝑐_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑄𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 = ∗ 𝑄𝑚á𝑥_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + ∑ 𝑄𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠
𝑡𝑚_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑡𝑐_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 = ∗ 𝑄𝑚á𝑥_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 + ∑ 𝑄𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠
𝑡𝑚_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

Onde:

𝑡𝑐 → Valor do parâmetro adotado na bacia (pode ser população, área etc.)

𝑡𝑚 →Valor do parâmetro medido adotado na bacia

𝑄𝑚á𝑥 → Vazão máxima medida

Processos de áreas edificáveis:

Utilizado APENAS no Rio de Janeiro. Relaciona as Áreas Edificadas (que


variam se for Inicial ou Final) com alguns valores constantes. Logo:

Bacias com ocupação Residencial Bacias com ocupação industrial ou comercial


𝑄𝑚á𝑥 = 23 ∗ 10−5 ∗ Á𝑟𝑒𝑎 𝐸𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐á𝑣𝑒𝑙 𝑄𝑚á𝑥 = 16 ∗ 10−5 ∗ Á𝑟𝑒𝑎 𝐸𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐á𝑣𝑒𝑙

58
Taxa de Contribuição Linear

Para facilitar alguns processos de contas, é comum que criemos valores que são dependentes
de um fator em comum (as vezes são dependentes do comprimento, ou de uma área etc.).

Por isso, em Saneamento, é comum eles utilizarem uma Taxa por Unidade de Comprimento,
ou seja, um valor que relaciona todos os dados ao comprimento. Como obter essa taxa?

Primeiramente temos que partir de um pressuposto de que estamos em Zonas de Ocupação


Homogênea. Dessa forma, para obter a Taxa por Unidade de Comprimento basta pegar as
Vazões (de Início e Final de Plano) e dividir pelo comprimento total da Rede (Comprimento
Inicial e Final, respectivamente). Porém não se considera as vazões concentradas. Logo:

𝑄𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 = 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅


𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + ∑ 𝑄𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠

𝑄𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅


𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
= +
𝐿𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐿𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐿𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝐿𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

Analogamente para as vazões finais:

𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 = 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅


𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 + 𝐼𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 + ∑ 𝑄𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠

𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅


𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐼𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
= +
𝐿𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐿𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐿𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐿𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

L L
É possível que ao invés de ser por Unidade de Comprimento, com unidades [(s*m)]ou [(s*km)]
L
seja por Unidade de Área [ ]
(s*ha)

Mas e se for Redes Duplas? Aí o processo é o mesmo, mas temos que


lembrar que o comprimento total da Rede Dupla inclui um lado da via
mais o outro lado da via, como representado na figura ao lado.

Dessa forma, para rede dupla temos:

𝑄𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅


𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
= +
𝐿𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐿𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐿𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝐿𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

Analogamente para as vazões finais:

𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅


𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐼𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
= +
𝐿𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐿𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐿𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐿𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

59
COMPRIMENTO VIRTUAL

Sinceramente, acho que essa ideia mais confunde do que ajuda. Mas vamos lá. O
comprimento virtual é tentar transformar todo um sistema completo de redes (com trechos em
redes simples e trechos com redes duplas) em um sistema de redes simples, pra teoricamente
facilitar as contas.

Figura 87 - Representação esquemática de cálculo de comprimentos virtuais

Considerando essa rede meio tosca, temos então que o comprimento total da rede, caso fosse
uma rede simples seria:
LDuplo 2A+2D
Lvirtual = LSimples + → B+C+
2 2
Porém, ao se criar as Taxas de Unidade, TEMOS QUE LEMBRAR QUE EM REDES DUPLAS,
O COMPRIMENTO É DOBRADO. Logo:

Rede Simples Rede Duplas

𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙
Início 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 2 ∗ 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙

𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑄 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Final 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 2 ∗ 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙

No fim, acredito que acabe confundindo um pouco.

As vazões que utilizamos para calcular o diâmetro são SEMPRE à jusante.

No cálculo de dimensionamento da rede coletora, nós sempre consideramos uma vazão mínima
de 1,5L/s (então, caso dê abaixo disso, na hora de dimensionar, devemos considerar 1,5L/s).
Todavia, para considerar a soma de vazões trecho a trecho, consideramos a vazão obtida,
mesmo essa sendo menor do que 1,5L/s.

60
Aula 12 e 13 – Redes Coletoras de Esgoto

Tensão Trativa

Tensão trativa → É uma tensão TANGENCIAL exercida sobre as paredes do conduto pelo
líquido. Dessa forma, exerce uma força no material preso à parede da tubulação, ajudando a
criar um sistema “automático” de limpeza.

A fórmula para definir a tensão trativa (𝜎) é

𝜎 = 𝛾 ∗ 𝑅ℎ ∗ sin 𝛼
𝑁
Onde: 𝛾𝑒𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 = 104 𝑚³ 𝑅ℎ → Raio hidráulico 𝛼→ ângulo de inclinação da tubulação

Porém, como em saneamento consideramos a inclinação da tubulação (𝐼), podemos aproximar


para:

𝜎 = 𝛾 ∗ 𝑅ℎ ∗ 𝐼

Por Norma, sempre a Tensão Trativa (𝜎) deve ser maior do que 1 Pascal para as Redes de
Esgoto.

Inclinação Mínima

A inclinação mínima visa obter a Tensão Trativa mínima (1 Pa) para determinada vazão. Dessa
forma, através de manipulações da Fórmula de Manning, considerando n = 0,013 (superfície com
limo) e delimitando uma lâmina máxima (altura da lâmina de esgoto em relação ao diâmetro da
tubulação) de 75%, ou 0,75, temos:

𝐼𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 = 0,0055 ∗ (𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 )−0,47

LEMBRANDO QUE A TENSÃO TRATIVA É CRITÉRIO PARA INÍCIO DE PLANO, LOGO


VAZÃO INICIAL PARA OBTER A INCLINAÇÃO MÍNIMA.

Cálculo da Lâmina

O cálculo da lâmina é obtido por meio de manipulações algébricas da Equação de Manning,


através de relações geométricas entre a altura da lâmina de o ângulo central do conduto. Como
mostrado a seguir:

Figura 88 - Demonstração cálculo da lâmina

61
Através de inserções de diversos valores, pode-se obter a seguinte representação gráfica:

Figura 89 - Curva obtida através da inserção de diversos valores

Não usaremos essa curva, pois os valores que usaremos estão tabelados. Porém note que:
𝑦
• A curva é crescente, e de raiz única, até cerca de ≈ 0,82. Acima disso, a
𝐷
curva apresenta duas soluções.
𝑦
• O valor máximo ocorre para = 0,938
𝐷

Para o projeto sempre vamos considerar um dos LIMITES MÁXIMOS para a Lâmina:
𝑦
• ≤ 0,75 → 𝑀𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠
𝐷
𝑦
• ≤ 0,50 → 𝐶𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑟ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑎 𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
𝐷

Dessa forma, há a garantia que há ventilação do trecho. Evitando, portanto, produção de


sulfetos.

Diâmetro Mínimo e Declividade Máxima

Sabendo que temos um limite superior para a Lâmina (0,75 na maior parte dos casos),
podemos obter um Diâmetro Mínimo que garanta uma lâmina dessa para uma determinada
vazão.
0,375
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐷𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 = (0,046 )
√𝐼
Além disso, para obter uma velocidade máxima de 5m/s (acima disso pode danificar o sistema),
podemos determinar a inclinação máxima (declividade máxima) do condutor.
−0,67
𝐼𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 4,65 ∗ (𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 )

LEMBRANDO QUE A DIÂMETRO MÍNIMO E DECLIVIDADE MÁXIMA SÃO CRITÉRIOS DE


PROJETO, LOGO VAZÃO FINAL PARA OBTER AMBOS. Tentativa de organizar:

Desejado Justificativa Vazão Fórmula


Inclinação 𝜎 ≥ 1𝑃𝑎 Vazão Inicial 𝐼𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 = 0,0055 ∗ (𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 )−0,47
Mínima (m/m) (L/s)
5𝑚 −0,67
Inclinação 𝑉𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 ≤ Vazão Final 𝐼𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 4,65 ∗ (𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 )
Máxima (m/m) 𝑠 (L/s)
0,375
𝑦
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Diâmetro 𝐷𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 = (0,046 )
≤ 0,75 Vazão Final
Mínimo 𝐷 √𝐼

62
Escoamento Aerado e Velocidade Crítica

Em dinâmica dos fluidos, temos que levar em consideração algumas perturbações que possam
causar turbulência. Em Saneamento levamos isso em conta pois, quando há uma mudança de
regime muito brusca, essa turbulência ocorre. Com isso, gotículas de água são liberadas no ar
e, ao retornar devido à gravidade, trazem ar incorporado. Dessa forma, acabam alterando o
volume do fluido e, consequentemente, aumentam a altura da lâmina.

O esquema a seguir tenta mostrar essa variação.

Am → altura da lâmina, caso não houvesse ar incorporado

A1 → altura da lâmina cor ar incorporado

Figura 90 - Alteração do Volume ao se considerar o Ar Incorporado

A esse fenômeno damos o nome de Escoamento Aerado. Mas como garantir um controle
disso?

Para isso, existe um adimensional chamado “Número de Boussinesq ”, que é obtido por:

𝑉
𝐵=
√𝑔 ∗ 𝑅ℎ

Observou-se que, quando 𝐵 ≥ 6, o escoamento tornava-se Escoamento Aerado. Dessa


maneira, para obter uma Velocidade Crítica que determina se o escoamento será ou não
aerado, temos:

𝑉𝐶𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎 = 6√𝑔 ∗ 𝑅ℎ

Por Norma, sabendo que em Escoamentos Aerados, a Lâmina costuma ser um pouco maior,
determinou-se que:

Quando a Velocidade Final do sistema for MAIOR do que a Velocidade Crítica, a


Lâmina deve ser no MÁXIMO 0,5. Ou seja:
𝑦
𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ≥ 𝑉𝐶𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎 → ≤ 0,5
𝐷

Esse era o caso específico de Limite Máximo para a Lâmina, citado anteriormente.

63
Curvas de Remanso

Em sistema hidráulicos, toda interferência, obstáculos ou alteração pode afetar tanto a jusante
quanto a montante. Ou seja, inserir um obstáculo em um ponto pode fazer com que o trecho a
jusante diminua o volume, bem como fazer com o que o trecho a montante aumente o volume.
A esse fenômeno denominamos Curva de Remanso é pode ser prejudicial ao sistema.

Como pode ocorrer em sistema de esgoto?

Em trechos de conexões com órgãos acessórios (como PV ou TIL), existe a possibilidade de


haver diversas entradas de esgoto, porém há APENAS uma saída. Com isso, é possível uma
situação em que a Lâmina de saída fique maior do que a Lâmina de uma das entradas,
afogando-a e causando a Curva de Remanso.

Como evitar?

Para evitar devemos analisar duas situações:

• Para Recobrimento do Órgão Acessório = mínimo,

Alinha-se as tubulações pela GERATRIZ SUPERIOR. Nesse caso, a


profundidade do TIL ou PV é acrescida pela DIFERENÇA DE DIÂMETRO.

Figura 91 - Alinhamento através da Geratriz

• Para Recobrimento do Órgão Acessório > mínimo,

Alinha-se as tubulações pela geratriz OU pelo nível d’água no final de plano.


Nesse caso, a profundidade do TIL ou PV é acrescida pela DIFERENÇA DE LÂMINAS.

Figura 92 - Alinhamento através do nível d'água

Tentativa de Organizar:

Acréscimo de
Situação Alinhamento
Profundidade
Recobrimento Mínimo Pela Geratriz Superior Diferença de Diâmetro
Pela Geratriz Superior Diferença de Diâmetro
Recobrimento Maior que o
Nível d’água no Final de
Mínimo Diferença de Lâmina
Plano

64
Declividade

Sabendo que a rede de esgoto depende muito da topografia, é necessário observar as


situações em que vamos implementar a rede, para obter uma inclinação ideal para atender o
sistema.

Sempre vamos respeitar a Declividade Mínima da Rede (por isso ela é Mínima). Mas também é
necessário respeitar o Recobrimento Mínimo. Lembrando que: Recobrimento é a quantidade
de terra acima do tubo; Profundidade é o fundo da vala (Recobrimento + Diâmetro do tubo).
Porém, para a explicação ficar menos confusa, ao me referir sobre Recobrimento, está incluso
a Profundidade e vice versa.

• Primeiro Caso → Coletor a montante está com Recobrimento Mínimo e a


Declividade do Terreno é Maior ou Igual ao da Declividade Mínimo do Projeto.

Nesse caso, como a montante está no Mínimo, e o Terreno é bem íngreme (mais que a
declividade mínima exigida), é possível utilizar como parâmetro o Recobrimento Mínimo no
ponto a Jusante. Dessa forma, o Recobrimento a Jusante é o mínimo, e a Inclinação da Rede
segue a mesma Declividade do Terreno.

Figura 93 - Representação esquemática do primeiro caso

• Segundo Caso → Declividade do Terreno é menor que o mínimo (podendo ser


terreno plano ou com Declividade Negativa).

Nesse caso, não dá para seguir a Declividade do Terreno, dessa forma, temos que
aprofundar a Jusante, para que a Inclinação da Rede fique no mínimo. Porém,
deve-se verificar se o Recobrimento de Jusante atende ao mínimo exigido.

Figura 94 - Representação esquemática do segundo caso

• Terceiro Caso → Coletor a montante mais profundo que o mínimo exigido e


Declividade do Terreno maior que a Inclinação Mínima da Rede.

Nesse caso, priorizamos o Recobrimento Mínimo, e verificamos se a Inclinação


da Rede atende ao mínimo exigido.

Figura 95 - Representação esquemática do terceiro caso

65
Em resumo, a minha interpretação dessa parte foi:

Figura 96 - Fluxograma da minha interpretação

Os professores fizeram a seguinte análise geral:

Figura 97 - Análise geral dos professores

Surgem outras questões.

E se a profundidade for um limitante fixo?

Para esse caso, como o diâmetro da tubulação vai alterar a Profundidade do Coletor. Deve-se
chutar valores de D e conferir se a Inclinação da Rede atende ao Mínimo exigido.

Figura 98 - Situação em que a profundidade é limitante do sistema

E se a Declividade do Terreno for muito grande?

Nesse caso, como pode aumentar demais a velocidade do esgoto (podendo passar o limite de
5m/s), sempre utilizaremos a Inclinação Máxima da Rede, até atingir um Recobrimento Mínimo
a Jusante. Fazendo-se assim, pequenas pausas, para que não ganhe muita velocidade.

Figura 99 - Situação em que a declividade é muito elevada

66
Quanto mais íngreme o terreno, mais próximo serão os PV’s ou TIL’s, pois mais rapidamente
se atinge o Recobrimento Mínimo a Jusante.

Projeto de Redes - Considerações

Para todos os trechos de rede devem ser estimada vazões de início e fim de plano!

Caso não tenha dados o suficiente, recomenda-se utilizar como o menor valor de vazão 1,5L/s,
em qualquer trecho.

Os diâmetros têm o mínimo de 100m (150mm pra SABESP)

A declividade mínima é obtida para se atingir a Tensão Trativa mínima (𝜎 ≥ 1𝑃𝑎), e considera
Número de Manning = 0,013 (limo)

𝐼𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 = 0,0055 ∗ (𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 )−0,47


CUIDADO. Vazão em L/s e Inclinação em m/m, é uma expressão prática
5𝑚
A declividade máxima é obtida para se limitar a velocidade máxima (𝑉𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 ≤ ).
𝑠

−0,67
𝐼𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 4,65 ∗ (𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 )

CUIDADO. Vazão em L/s e Inclinação em m/m, é uma expressão prática

A velocidade Crítica é obtida para se determinar se o Escoamento será Aerado ou não.

𝑉𝐶𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎 = 6√𝑔 ∗ 𝑅ℎ

As lâminas devem ser sempre calculadas admitindo o escoamento em regime uniforme e


permanente
𝑦
Se Velocidade Final for maior ou igual a Velocidade Crítica → Aerado → ≤ 0,5
𝐷
𝑦
Se Velocidade Final for menor que a Velocidade Crítica → Não Aerado → ≤ 0,75
𝐷

Explicação SIMPLIFICADA do Cálculo de Rede

Após obtermos as Inclinações (máximas e mínimas), vamos obter os demais dados. Para
obtermos os dados, primeiramente partimos de um pressuposto de que o Escoamento Não
𝑦
Será Aerado (ou seja, ≤ 0,75). Em seguida, determina-se o Diâmetro Mínimo:
𝐷

0,375
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐷𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 = (0,046 )
√𝐼
Em seguida, através da leitura das tabelas, obtemos
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
• (lâmina de início de projeto)
𝐷
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
• (lâmina de final de projeto)
𝐷
• Velocidade Final
• Raio Hidráulico

Com o Raio Hidráulico, determinamos a Velocidade Crítica e conferimos nossa suposição


inicial de que o Escoamento Não Será Aerado. Caso se confirme, excelente. Caso se mostre
𝑦
Aerado, então devemos recalcular e considerar ≤ 0,5.
𝐷

Um exemplo mais completo é o Exercício 12, que fiz bem detalhado.

67
Aula 14 – Estações Elevatórias e Linhas de Recalque

Estações Elevatórias são instalações destinadas a transferir os esgotos de um ponto a


outro, geralmente saindo de um ponto baixo até um ponto alto. É utilizado sempre em que não é
possível fazer com que o sistema funcione por gravidade.

Pode ser posicionada em diversas fases do Sistema de Esgotamento Sanitário, desde a


fase de coleta, fase de transporte, no processo de tratamento de esgoto, entre outras partes.

Quais são as situações mais cotidianas em que é necessário utilizar Estação Elevatória?

• Terrenos Planos e Extensos;


• Reversão de esgoto de uma bacia para outra;
• Áreas novas em cotas inferiores às já existentes;
• Descargas de tubulações em que funcionamento por gravidade não é possível.

Nem sempre o escoamento por gravidade é o mais barato, depende muito de como e quanto
vai escavar (embora geralmente seja um pouco mais barata e não dependem de energia
elétrica). Então estudar as possibilidades de uso de Estação Elevatória.

Assim como nas Redes Coletoras, deve se considerar Vazões de Início de Plano e Vazões de
Final de Plano. As vazões de início de plano são para:

o Determinar as dimensões MÁXIMAS do poço de sucção


o Tempo de detenção do esgoto

Enquanto as vazões de fim de plano são para:

o Seleção dos equipamentos de bombeamento e linha de recalque


o Determinar as dimensões MÍNIMAS do poço de sucção

O projeto tem vida útil de cerca de 20 a 25 anos para os equipamentos e 50 anos para as
tubulações e edificações.

As aduções de uma estação elevatória, ou seja, as águas que entram, podem ser por:

o Ejetor Pneumático
o Bombeamento de deslocamento positivo
o Bombeamento centrífuga

Todos esses equipamentos exigem uma reserva, então o mínimo é sempre 2. O funcionamento
entre elas é revezando. Uma bomba funciona em um ciclo, e no outro ciclo a outra bomba que
ligará

Ejetor Pneumático

Equipamento que possui um compressor, ou seja, utiliza ar comprimido, possuem


ciclos de cerca de 1min e geralmente possuem capacidades de tanques e vazões pequenas.

Possui duas válvulas de retenção (uma na entrada e uma na saída do equipamento),


pois assim garante um fluxo unidirecional. O controle de acionamento dos equipamentos
pneumáticos é feito por uma boia. Ou seja, quando o nível chega a um limite pré-determinado,
pressuriza-se o sistema.

Bombeamento de deslocamento Positivo

Equipamento mais comum é do tipo Parafuso. Pode ser usado tanto para esgoto
quanto lodo em estações de tratamento. Possui uma limitação tanto de altura (cerca de 9m no
máximo) quanto de angulação (até 40º). As rotações variam entre 30 e 50 RPM, dessa forma
tem um sistema de reduções que diminuem a rotação dos motores (que possuem grandes
rotações) e aumentam o torque. Possui também a desvantagem que os odores em
bombeamentos assim costumam ser mais desagradáveis e com pouco controle

68
Bombeamento centrífuga

Sistema de bombas mais utilizadas. São levemente diferentes do sistema de


bombeamento de água, uma vez que essa não apresenta sólidos como no sistema de esgoto.
Dessa maneira, são rotores ABERTOS.

Não controlamos o quanto de esgoto chega em determinado horário, dessa maneira há


um funcionamento intermitente, ou seja, há momentos (com grande fluxo) em que as bombas
funcionam muitas horas, e momentos (com baixo fluxo) em que as bombas ficam mais tempo
desligadas.

Podem trabalhar afogadas ou auto escorvantes. E NUNCA USA VÁLVULA DE PÉ ou


com CRIVO, pois devido à presença de sólidos, podem entupir.

Lembrando que Válvulas de pé são para garantir que o sistema sempre fique com água
dentro de seus compartimentos, fazendo com que a bomba funcione e evitando a presença de
ar nas tubulações. Crivo é um sistema de retenção de resíduos (uma peneirinha na frente da
válvula).

Bombas auto escorvantes são bombas capazes de reter um pouco de fluido dentro de
seu compartimento e da tubulação (escorva), pois o bocal de sucção está acima da linha de
centro do rotor.

Figura 100 - Representação de Bomba auto escorvante

As bombas podem ser de Poço Seco, o que significa que a bomba não entra em contato
com o esgoto, fica em um compartimento isolado, ou as de Poço Úmido, onde a bomba entre em
contato com o esgoto (fazendo com que se economize no resfriamento das bombas). Geralmente
as de Poço Úmido possuem um sistema automático de posicionamento, acoplamento,
desacoplamento e vedação nas tubulações, através de alças, polias e correntes.

Figura 101 - Posicionamento de Bomba de Poço Seco (a esquerda) e Poço Úmido (a direita)

69
Nas tubulações de sucção e recalque temos que obedecer a algumas regras dependendo do
trecho analisado.

Sucção → Velocidade entre 0,6m/s e 1,5m/s

Barrilete → Velocidade entre 0,6m/s e 3m/s (utilizar peças metálicas)

Recalque → Velocidade entre 0,6m/s e 3m/s (possui diversos materiais, mas diâmetro
mínimo de 100mm)

Como nas adutoras, o diâmetro de recalque é hidraulicamente indeterminado, ou seja,


o dimensionamento é feito considerando o mínimo de custo.

Nos pontos altos deve haver um sistema de eliminação de ar, similar às ventosas em
sistema de abastecimento de água. Porém elas possuem, em grande parte, problemas de
entupimento devido a grande presença de sólidos. Dessa maneira, utiliza-se os chamados
“Respiros”. Já nos pontos baixos utilizamos as Descargas de Fundo, bem similar aos de Sistema
de Abastecimento de Água, porém não pode jogar o material em qualquer lugar, então essas
Descargas de Fundo possuem compartimentos que armazenam o material drenada e que depois
será direcionado a uma estação de tratamento.

Abaixo segue alguns materiais mais comuns para o Recalque:

Figura 102 - Principais materiais e observações

A localização das Estações Elevatórias deve levar em conta diversos aspectos como:

o Terreno (dimensão, custo, estabilidade, uso do solo, vizinhança)


o Topografia
o Disponibilidade de Energia Elétrica
o Facilidade de Acesso
o Influência das Condições Ambientais
o Entre outros

Dimensionamento do Poço de Sucção

Das mesma maneiras que para sistema de abastecimento de água, deve-se evitar vórtices
(mantendo submergência mínima)

Espaço com folga para posicionar as bombas

Volume deve ser o menor possível para não resultar em tempo elevado de detenção de esgoto
(menor que 30min, baseado na vazão média no início de plano. Acumular o esgoto, gera cheiro
e sulfetos). Porém quanto menor o volume, mais frequente são as paradas e partidas das
bombas, mas deve ser respeitado um tempo mínimo para esse ciclo (para não superaquecer.
Manter a bomba sempre ligada possui menos chance de queimar do que ligar e desligar toda

70
hora). Esse é o que chamamos de Volume Útil. O volume localizado entre o fundo do poço e o
nível médio de operação é chamado Volume Efetivo.

Figura 103 - Representação esquemática de Volumes

O nível de água mínima garante que a submergência (evitando os vórtices)

O volume efetivo é o volume mínimo mais metade do volume útil. Garante que o tempo de
retenção hidráulico (tempo em que o esgoto fica parada) não passe de 30min.

A vazão crítica, que faz com que o tempo entre partidas seja mínima (aumentando a chance de
queimar as bombas) é:

𝑄
𝑄𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎 =
2
Onde Q é a capacidade da bomba (m³/s)

Em uma estação elevatória de esgoto, é necessário que se tenha dispositivos ou equipamentos


que protegem os conjuntos motor-bomba como:

o Grades de barras
o Cestos
o Peneira
o Algumas bombas possuem sistema de triturador

Também, por motivo de segurança, é necessário que se tenha Gerador de Emergência ou um


Tanque Pulmão. O Tanque Pulmão consegue armazenar, considerando a vazão máxima de
esgoto, por duas horas pelo menos (o ideal é considerar casos já registrados na região de falta
de energia), fazendo com que haja o tempo necessário para reestabelecer a energia.

Caso não seja possível reestabelecer a energia a tempo, é necessário ter um extravasor por
gravidade aprovado por normas ambientais.

71
Aula 15 – Interceptores e Sifões Invertidos

Interceptores

Interceptores são obras que podem ser de diversos tamanhos, mas que servem para o
transporte de esgoto sanitário. Embora possuam grandes semelhanças com as Redes Coletoras
já vistas, são levemente diferentes dessas pois os Interceptores RECEBEM COLETORES ao
longo do comprimento e NÃO RECEBEM LIGAÇÕES PREDIAIS (redes domésticas).

Os interceptores podem possuir diversos tamanho, e possuem tantas semelhanças com


as Redes Coletoras (inclusive a forma de conexão com TIL’s e PV’s) que os Interceptores
pequenos podem ser dimensionados como as Redes Coletoras.

Figura 104 - Representação das categorias do Sistema Coletor

Pela Norma trata-se de uma canalização cuja função principal é receber e transportar o
esgoto sanitário coletado, caracterizados pela defasagem das contribuições, do qual resulta o
amortecimento das vazões máximas. Ou seja, como o Interceptor é muito comprido, até o esgoto
jogado por uma Rede Coletora chegar em uma outra bacia, o esgoto dessa bacia já foi
direcionado para outro ponto.

A imagem a seguir representa isso. Embora todas as contribuições sejam lançadas


simultaneamente no Interceptor, até a Contribuição 1, chegar no ponto de conexão da
Contribuição 2, já se passou 10min, logo não houve uma sobreposição dos esgotos.

Figura 105 - Representação do amortecimento das vazões no mesmo interceptor

72
Mas quanto que amortece?

Para isso eles consideraram um novo K, que demonstra a relação de amortecimento


baseado no horário mais intenso do dia mais intenso (ou seja, se refere ao 𝐾1 e ao 𝐾2 ) Logo:

𝐾𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐾1 ∗ 𝐾2

Existem diversas formas de se obter esse 𝐾𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 , mas utilizamos o padronizado


pela SABESP em 1986, que é:
17,4485 𝐿
𝐾𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 1,2 + , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑄𝑚é𝑑𝑖𝑎 ≥ 751 (𝑗á 𝑖𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖𝑛𝑑𝑜 𝑎𝑠 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çõ𝑒𝑠)
(𝑄𝑚é𝑑𝑖𝑎 )0,5090 𝑠
𝐿
Para 𝑄𝑚é𝑑𝑖𝑎 < 751 não há amortecimento, ou seja, 𝐾𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐾1 ∗ 𝐾2 mesmo.
𝑠

Lembrando que, caso não tenhamos 𝐾1 ou 𝐾2 , pela norma temos que 𝐾1 = 1,2;𝐾2 = 1,5

Logo, caso não tenhamos nenhum dado:

𝐾𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐾1 ∗ 𝐾2 → 𝐾𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 1,2 ∗ 1,5 = 1,8

Ou seja, para a SABESP, 𝐾𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 1,8 até chegar em 751 L/s, e depois cai
conforme a vazão média aumenta, demostrada a seguir em vermelho.

Figura 106 - Valor de amortecimento para SABESP

Outra maneira, um pouco menos utilizada, é obter a vazão de cada trecho que será
amortecido, obtendo padrões senoidais que serão somados trecho a trecho até obter o
resultado no final do Interceptor. Não houve uma explicação muito detalhada de como efetuar
tais procedimentos

Figura 107 - Valor de amortecimento através de hidrogramas e padrões senoidais

73
O amortecimento ocorre mais dependente do K2, e quanto maior a bacia, menor o K2,
como medido pela Sabesp a seguir:

Figura 108 - Relação de Coeficiente máximo de vazão por vazão média, pela SABESP

Dimensionamento

Podemos considerar como sendo conduto livre, com um regime permanente e


uniforme, embora seja um escoamento gradualmente variado. Deve seguir alguns critérios,
similar às redes coletoras, como:

❖ Critério para auto-limpeza:

Para Redes Coletoras a inclinação mínima deveria atender a Tensão Trativa


(σ) maior do que 1 Pa, para Interceptores, σ ≥ 1,5 Pa.

𝐼𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 = 0,00035(𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 )−0,47

CUIDADO!!!!!! Sendo I em (m/m) e 𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 em m³/s

❖ Velocidade máxima:

Aqui, segue a mesma recomendação das Redes Coletoras, de não ultrapassar


5m/s
2

𝐼𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 4,65(𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ) 3

CUIDADO!!!!!! 𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 em (L/s)

❖ Lâmina máxima (85% do diâmetro, ou 50% para 𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 >𝑉𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎 )

Lâmina um pouco maior do que as Redes Coletoras, que eram 75%


Lembrando que Velocidade Final maior que Velocidade Crítica → escoamento
aerado

❖ Estudo de remanso hidráulico


Similar ao de Redes Coletoras, tomar cuidado nas conexões para que não haja
remansos hidráulicos.

74
Além dos critérios similares ao de Rede de Esgoto, deve-se atender algumas
condições mais específicas:

❖ Evitar agitação excessiva:

Evitar degraus e alargamentos bruscos, evitar conexões com diferença de


cotas.

❖ Contribuição pluvial parasitária

Essa contribuição, nada mais é do que uma parcela das águas pluviais
que escoem superficialmente e INEVITAVELMENTE são absorvidas pela rede de esgoto
sanitário. Podem entrar através de:

▪ Ligações de canalizações pluviais prediais à rede de esgoto


(separado parcial)
▪ Interligações de galerias de águas pluviais à rede de esgoto
▪ Tampões de poços de visita e outras aberturas
▪ Ligações que não possuem manutenção adequada

Essa taxa não é considerada no dimensionamento do Interceptor,


apenas é adicionada à vazão final para conseguir calcular e dimensionar os Extravasores
(sistema que eliminam o excesso de água em situações de grande volume, garantindo que não
haja refluxo).

É uma taxa medida, ou adotada como 6 L/s.km, para analisar o


funcionamento de escoamento de águas pluviais.

Sifão Invertido

É uma maneira de conseguir transpassar um obstáculo (existem outras


maneiras, como bombas de recalque que passem a tubulação por cima).

Esse sistema consegue transpor um obstáculo sem bombeamento e sem


aprofundar demais a tubulação. Como ela funciona?

É um escoamento em CONDUTO FORÇADO e POR GRAVIDADE. Ou seja,


acumula-se esse esgoto até que ele preencha toda a seção da tubulação naquele trecho,
fazendo com que exista uma pressão no sistema que auxiliará a saída do esgoto na outra
extremidade do Sifão.

Como em todo transporte hidráulico, existe perdas de cargas nessas


transposições. No caso de perdas de cargas Distribuídas, temos coeficientes como:

o Fórmula Universal (K) = 2mm


o Fórmula de Hazen-Williams (C) = 100
o Fórmula de Manning (n) = 0,015

No caso de perdas localizadas, segue a mesma lógica de Perdas localizadas já


visto anteriormente. É a soma de todas as componentes que causem essa perda e multiplica
pelo Fator Dinâmico do sistema.

′ 𝑉2
∆𝐻 = (∑ 𝐾 𝑠)
2𝑔

75
Para que não haja uma diferença de pressão entre as câmaras de montante e
de jusante, é comum que elas sejam abertas para a atmosfera (caso sejam um sistema
isolado) ou a criação de tubulações de ar que igualam as pressões em ambas as câmaras.

Em todo Sifão Invertido, o MÍNIMO de tubulações são 2. NÃO EXISTE SIFÃO


INVERTIDO COM APENAS 1 TUBO.

A limpeza de um Sifão Invertido ocorre com duas máquinas, uma que fica na
câmara montante (descarregadeira) e outra que fica na câmara jusante (carregadeira).
Enquanto a Descarregadeira realiza uma raspagem do material no sentido do fluxo, a
Carregadeira retira o material desprendido.

A perda de carga é ocasionada tanto pelas entradas e conexões (perda de


carga localizada) quanto pelas perdas nas tubulações (perda de carga distribuídas). Então um
esquema simplificado da Linha Piezométrica em um Sifão Invertido é o seguinte:

Figura 109 - Perdas de cargas esperadas de acordo com o trecho do sifão invertido

Dimensionamento

Para o dimensionamento de um Sifão Invertido, também é necessário garantir um


ambiente de auto-limpeza. Porém, não utilizaremos o conceito de Tensão Trativa aqui, e sim o
de Velocidade de Arraste.

A velocidade Mínima varia entre 0,6m/s (para vazões médias) e 0,9m/s (para vazões
máximas de um dia). A velocidade Máxima idealmente é que seja abaixo de 3m/s, porém é
possível tolerar até 4m/s.

O diâmetro mínimo de um Sifão é 150mm. Lembrando que o mínimo de tubulações de


esgoto em um Sifão Invertido é 2.

O controle das câmaras pode ser feito por comportas do tipo stop-log, que pode ser
acionada manualmente. Essa comporta consegue delimitar, direcionar e até reter o fluxo de
esgoto. Possui a vantagem de ser simples e exige que sempre haja uma vistoria no sistema.

Outra forma é através de “Vertedores Laterais”, que são canaletas que vão sendo
preenchidas conforme o fluxo de esgoto aumenta. Dessa maneira, opera de maneira
praticamente automática, porém é comum que haja um certo abandono, ausência de vistoria,
ocasionando em problemas maiores.

76
Figura 110 - Sistema Stop-Log (a esquerda) e Vertedores Laterais (a direita)

Para o dimensionamento do diâmetro da Tubulação de Ventilação, geralmente usa-se como


parâmetro o próprio diâmetro da tubulação de esgoto do Sifão Invertido, ficando da seguinte
forma:
𝐷𝑡𝑢𝑏𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 𝐷𝑡𝑢𝑏𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜
≤ 𝐷𝑡𝑢𝑏𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑡𝑖𝑙𝑎çã𝑜 ≤
10 2
Mas o professor falou que um décimo é mais que o suficiente para a maior parte dos casos.

Geralmente delimita-se uma perda de carga máxima entre 0,3 e 0,4 para conseguir se
determinar quais e quantas tubulações serão acionadas conforme o fluxo do esgoto aumenta
no Sifão Invertido. Ou seja, incialmente utiliza-se uma tubulação, quando a perda de carga
atingiu cerca de 0,35m, uma outra tubulação maior é acionada (fechando-se a primeira),
quando atingir novamente cerca de 0,35m aciona-se outra tubulação (ainda maior). Caso atinja
novamente uma perda de carga especificada, faz-se uma relação entre as tubulações para que
a perda de carga sempre fique controlada.

77
Resolução Lista 1

Para esse exercício, vamos levar em conta o que foi visto na aula 1. Ou seja, analisar
as opções que temos, verificar as distâncias, possíveis soluções e fazer um comparativo afim
de criar uma concepção que baseará um possível projeto. Sei que você já observou os dados
pelo enunciado, mas vamos reescrevê-los aqui para não nos perdermos. Observa-se:

• População a ser abastecida: 220 mil pessoas, sendo que 88 mil (40%) vive na
chamada zona alta da cidade e 132 mil (60%) vive na chamada zona baixa da
cidade;
• Zona alta possui cota de 200m e Zona baixa possui cota de 150m;
• Zona baixa abastecida por um reservatório apoiado, ou seja, embora esteja
localizada em um ponto mais alto que a cidade, fica apoiada no chão.
• Zona alta abastecida por dois reservatórios. Um apoiado (no chão) e outro
elevado. Provavelmente o reservatório elevado possuirá menos conteúdo, mas
funciona por gravidade.
• Vazão total do projeto será de 800 litros por segundo (0,8m³/s);
• Rio Bongali possui cota de 120m e fornece 30% da vazão necessária caso
pegue diretamente dele (240 litros por segundo) ou fornece 60% da vazão
necessária caso realize um represamento (480 litros por segundo). Mas não
informa a qualidade da água, provavelmente terá que passar por um
tratamento mais delicado;
• Manancial Serra Ekole, cota de 390m, bem mais alto que ambas as zonas da
cidade, provavelmente poderá se utilizar apenas a gravidade para alimentar a
cidade. Possui capacidade para 30% da vazão (240 litros por segundo), e
qualidade da água boa, apenas cloração simples já resolve;
• Aquífero artesiano, com cota mais baixa que a cidade, provavelmente precisará
de um bombeamento para alimentar a cidade. Possui capacidade para 40% da
vazão (320 litros por segundo) e qualidade de água boa, apenas cloração
simples resolve;

Cabe aqui você levantar algumas informações, criar algumas possibilidades e verificar
qual alternativa mais agradaria a população. Vou fazer alguns como exemplo:

Alternativa 1:

Adutora Inicia em: Termina em: Extensão (km): Desnível (m) Vazão (L/s)
1 CMS RAP 16 190 240
2 CSub RAP 5 70 80
3 CSub ETA 5 50 240
4 CS ETA 7 60 240

78
Alternativa 2:

Adutora Inicia em: Termina em: Extensão (km): Desnível (m) Vazão (L/s)
1 CSub RAP 5 70 320
2 CS ETA 7 60 480

Alternativa 3:

Adutora Inicia em: Termina em: Extensão (km): Desnível (m) Vazão (L/s)
1 CSub RAP 5 70 320
2 CMS ETA 16 210 240
3 CS ETA 7 60 240

79
Resolução Lista 2

Para esse exercício vamos levar em conta o que foi visto na aula 2. Ou seja, vamos
estimar a população futura por alguns métodos matemáticos, e tentar assim obter as vazões
necessárias para que essa população seja abastecida 24h/dia.

Exercício 1)

1) Método Aritmético

Tempo a ser analisado → de 1990 a 2000 → t = 10 anos

O método aritmético implica que a variação populacional segue de maneira linear.


59185−35792
Variação populacional de 1990 a 2000 → 𝑘𝑎 = = 23393
2000−1990

Estimativa futura → 20 anos

Logo em 20 anos teríamos um acréscimo de 23393*2 = 46786 pessoas.

Em 2020 teríamos 59185 + 46786 = 105971 pessoas

2) Método Geométrico

Tempo a ser analisado → de 1990 a 2000 → t = 10 anos

O método geométrico implica que a variação populacional segue de maneira


exponencial.

𝑙𝑛59185−𝑙𝑛35792
Variação populacional de 1990 a 2000 → 𝑘𝑔 = = 0,0503
2000−1990

𝑃 = 59185 × 𝑒 0,0503∗20 = 𝟏𝟔𝟏𝟖𝟑𝟐


3) Método Curva logística

O método curva logística implica que a variação populacional segue de maneira


crescente, chega em um pico e se mantem consideravelmente constante.

Verificações:
𝑃0 × 𝑃2 < (𝑃1 )2 ?
17487 ∗ 59185 < (35792)2
1.034.968.095 < 1.281.067.264

Precisa de 3 censos, distanciados igualmente.

Tempo a ser analisado → de 1990 a 2000 e de 1980 a 1990 → d = 10 anos

Verificações ok!

80
2 ∗ 𝑃0 ∗ 𝑃1 ∗ 𝑃2 − (𝑃1 )2 (𝑃0 + 𝑃2 )
𝐾=
𝑃0 ∗ 𝑃2 − (𝑃1 )2

2 ∗ 17487 ∗ 35792 ∗ 59185 − (35792)2 (17487 + 59185)


𝐾=
17487 ∗ 59185 − (35792)2
−24.134.833.152.928
𝐾= → 𝐾 = 98069,54
−246.099.169

1 𝑃0 [𝐾 − 𝑃1 ]
𝑏= ln ( )
𝑑 𝑃1 [𝐾 − 𝑃0 ]

1 17487[98.069,54 − 35792 ]
𝑏= − ln ( )
10 35792[98.069,54 − 17487 ]

1 1.089.047.341,98 ln(0,3776)
𝑏= − ln ( )→𝑏=− → 𝑏 = 0,0974
10 2.884.210.271,68 10

𝐾 − 𝑃0
a = ln ( )
𝑃0
98.069,54 − 17487
a = ln ( ) → 𝑎 = ln(4,608) → 𝑎 = 1,528
17487

𝐾
𝑃=
1 + 𝑒 𝑎−𝑏(𝑡−𝑡0)
98.069,54
𝑃=
1 + 𝑒 1,528−0,0974(2020−1980)
98069,54
𝑃= = 89676
1,0936

Exercício 2)

Para esse exercício, devemos buscar censos distanciadas igualmente. Pela tabela
dada, é possível observar que temos os anos de 1991, 2000 e 2009. Então podemos utilizá-los
para obter os dados desejados.

Fazendo-se a verificação, temos:

𝑃0 (1991) → 37622

𝑃1 (2000) → 59185

𝑃2 (2009) → 80925

𝑃0 × 𝑃2 < (𝑃1 )2 ?
37622 ∗ 80925 < (59185)2
3.044.560.350 < 3.502.864.225

Verificação ok!

81
Efetuando-se os cálculos de maneira análogas ao exercício 1, temos:

2 ∗ 𝑃0 ∗ 𝑃1 ∗ 𝑃2 − (𝑃1 )2 (𝑃0 + 𝑃2 )
𝐾=
𝑃0 ∗ 𝑃2 − (𝑃1 )2

2 ∗ 37622 ∗ 59185 ∗ 80925 − (59185)2 (37622 + 80925)


𝐾=
37622 ∗ 80925 − (59185)2
−54.869.436.651.575
𝐾= → 𝐾 = 119722,83
−458.303.875

1 𝑃0 [𝐾 − 𝑃1 ]
𝑏= ln ( )
𝑑 𝑃1 [𝐾 − 𝑃0 ]

1 37622[119722,83 − 59185]
𝑏 = − ln ( )
9 59185[119722,83 − 37622]

1 2.277.554.240 ln(0,4687)
𝑏 = − ln ( )→𝑏=− → 𝑏 = 0,0842
9 4.859.137.624 9

𝐾 − 𝑃0
a = ln ( )
𝑃0
119722,83 − 37622
a = ln ( ) → 𝑎 = ln(2,182) → 𝑎 = 0,780
37622

Caso não houvesse datas distanciadas igualmente, poderíamos considerar que é um método
matemático de Curva logística. Pela definição do que cada termo implica na curva, podemos
observar que o ponto de inflexão (ou seja, ou ponto no qual a taxa de variação deixe de ser
crescente e começa a ser decrescente) é o ponto no qual podemos estimar a metade da
população de saturação, e esse tempo é obtido pela divisão do termo “a” pelo termo “b”, como
segue a figura:

Com os dados tabelados, poderíamos interpolá-los e assim obter uma estimativa de


censos igualmente distanciados. Porém, esse seria uma estimativa aberta a muito erros.

82
Exercício 3)

Considera-se uma população de 120000 habitantes, em uma região com consumo


médio de 220L/hab,dia. Sabe-se que a ETA consome 3% de água que recebe. Foi fornecido
K1 = 1,2 e K2 = 1,5, seguindo-se a norma PNB-587-ABNT-1977. Por fim, temos consumidores
especiais (comércio, etc) com consumo de 40L/s.

a) Vazão de projeto entre a captação e a ETA:

Essa vazão inicial pode ser denominada por Qa, e pode ser determinada como:
𝐾1 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑎 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 ) × 𝐶𝐸𝑇𝐴
86400
1,2 × 120000 × 220
𝑄𝑎 = ( + 40) × 1,03
86400
𝑄𝑎 ≈ 419 𝐿/𝑠

b) Vazão de projeto da adutora que abastece o reservatório:

Essa vazão entre a ETA e o reservatório pode ser denominada Qb e pode ser
determinada como:
𝐾1 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑏 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 )
86400
Perceba que aqui não há mais o consumo da ETA, logo:
1,2 × 120000 × 220
𝑄𝑏 = ( + 40)
86400
𝑄𝑏 ≈ 407 𝐿/𝑠

c) Vazão total do projeto:

Essa vazão total pode ser nomeada como Qc. Como não foi informado alguma
peculiaridade sobre o consumo especial mudar conforme o horário do dia,
podemos considerar 𝑄𝑒𝑠𝑝1 = 𝑄𝑒𝑠𝑝2

𝐾1 × 𝐾2 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑐 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 )
86400

1,2 × 1,5 × 120000 × 220


𝑄𝑐 = ( + 40)
86400

𝑄𝑐 ≈ 590 𝐿/𝑠

83
Resolução Lista 3

Exercício 1)

Como não possuímos a curva de consumo para essa região, devemos estimar o
consumo geral da população a ser atendida para que assim consigamos obter o volume de
projeto. Temos as seguintes informações:

Com isso, de maneira similar à lista 2, podemos calcular a vazão que será destinado
aos reservatórios:

𝑉𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜𝑠 = (𝐾1 × 𝑃 × 𝑞) + 𝑄𝑒𝑠𝑝1

Como não foi especificado nenhum consumo especial, podemos desconsiderá-lo, logo:
2020200𝐿
𝑉𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜𝑠 = 1,3 × 7400 × 210 → 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜𝑠 = = 2020,2𝑚3 /𝑑𝑖𝑎
𝑑𝑖𝑎
Como o projeto exige um reservatório elevado e um enterrado, devemos colocar a
maior parte desse volume no enterrado, uma vez que as cargas serão gigantescas. Dessa
forma, vamos destinar entre 10% e 20% no reservatório elevado, vou considerar 15%. Logo:

𝑉𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑒𝑙𝑒𝑣𝑎𝑑𝑜 = 0,15 × 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜𝑠 → 0,15 ∗ 2020,2 = 303𝑚³

𝑉𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑎𝑑𝑜 = 2020,2 − 303 = 1717,2 𝑚³

84
Exercício 2)

Para esse exercício, vamos considerar duas situações. Uma na qual a adução
funcionará 24h/dia, e outra na qual a adução funcionará por apenas um período (das 7h as
23h).

Situação a) → Adução 24h/dia

Para o primeiro caso, sabemos que o consumo de água pela população não é
constante, então vamos obter um consumo médio diário, para que nos momentos em que o
consumo esteja abaixo do valor médio calculado, o reservatório possa encher. Da mesma
maneira devera suprir o problema que, nos momentos em que o consumo esteja acima do
valor médio calculado, o reservatório já tenha armazenado uma boa quantidade de material.

Vamos obter então a média de consumo:

- CUIDADO, na tabela foi considerado um horário 0 e um horário 24, então não


contaremos duas vezes:

t (h) Q (m³/h)
0 75
1 70
2 60
3 55
4 54
5 70
6 79
7 93
8 100
9 128
10 140
11 148
12 150
13 145
14 138
15 125
16 120
17 110
18 100
19 98
20 95
21 88
22 83
23 76
Média 100

Beleza! Temos então um consumo médio de 100m³/h dessa região. A partir disso
podemos destacar na curva como seria o consumo médio:

85
A parte destacada de laranja é o momento em que o reservatório será enchido, a parte
destacada em roxo é a parte em que o reservatório será esvaziado. Podemos estimar quanto
cada quadradinho do gráfico representa em volume e somar os quadrinhos roxo (cada
quadradinho representa 5m³), mas acho que isso daria muito trabalho e é muito chato medir
“pedaços de quadrado”. Ao invés disso, podemos utilizando a tabela fornecida, da seguinte
maneira:

t (h) Q (m³/h) Vazão média "a" (m³/h) Diferença (m³/h) Soma


0 75 100 25
1 70 100 30
2 60 100 40
3 55 100 45
4 54 100 46 244
5 70 100 30
6 79 100 21
7 93 100 7
8 100 100 0
9 128 100 -28
10 140 100 -40
11 148 100 -48
12 150 100 -50
13 145 100 -45 304
14 138 100 -38
15 125 100 -25
16 120 100 -20
17 110 100 -10
18 100 100 0
19 98 100 2
20 95 100 5
60
21 88 100 12
22 83 100 17
23 76 100 24

Repare que, somando os valores de vazão quando estão esvaziando (cor roxa) tem
que dar o mesmo que somar os valores de vazão quando estão enchendo (cor laranja)

86
Dessa forma, podemos observar que o volume do reservatório tem que aguentar o
momento em que está sendo esvaziado. Logo:

O volume do reservatório para a primeira situação é de 304m³

Situação b) → Adução das 7h as 23h = 16h de funcionamento

Novamente, vamos ter que obter uma média de consumo, porém, como a adução não
funcionará 24h/dia, temos que dividir apenas pelo tempo de funcionamento, logo:

t (h) Q (m³/h)
0 75
1 70
2 60
3 55
4 54
5 70
6 79
7 93
8 100
9 128
10 140
11 148
12 150
13 145
14 138
15 125
16 120
17 110
18 100
19 98
20 95
21 88
22 83
23 76
Média (16h) 150

Beleza! Temos então um consumo médio de 150m³/h dessa região. A partir disso
podemos destacar na curva como seria o consumo médio

87
Novamente podemos contar os quadradinhos, ou fazer uma tabela, vou fazer a tabela:

t (h) Q (m³/h) Vazão média "b" (m³/h) Diferença (m³/h) Soma


0 75 0 -75
1 70 0 -70
2 60 0 -60
3 55 0 -55 463
4 54 0 -54
5 70 0 -70
6 79 0 -79
7 93 150 57
8 100 150 50
9 128 150 22
10 140 150 10
11 148 150 2
12 150 150 0
13 145 150 5
14 138 150 12
539
15 125 150 25
16 120 150 30
17 110 150 40
18 100 150 50
19 98 150 52
20 95 150 55
21 88 150 62
22 83 150 67
23 76 0 -76 76

Novamente, o volume que sai deve ser igual ao volume que entra no reservatório. Tão feliz
quando segue a teoria

Dessa forma, podemos observar que o volume do reservatório tem que aguentar o
momento em que está sendo esvaziado. Logo:

O volume do reservatório para a segunda situação é de 539m³

88
Resolução Lista 4

O exercício mostra um gráfico com levantamento bem detalhado, coletado mensalmente por 30
anos. Porém, não vamos usá-lo

No próprio enunciado, ele informa a média observada (de 11,75m²), mínima (2,9m²) e mínima
com período de retorno centenário (1,9m²). Além disso, ele informa a vazão mínima necessária
(0,4m³/s)

a) Para o primeiro caso, como a vazão de captação exigida é de 1,4m³/s (está entre o
mínimo observado e o mínimo do período de retorno), será necessário instalar uma
pequena Barragem de Nível, ou seja, não é com o intuito de represamento de água,
apenas tem como objetivo elevar o nível d’água. Garantindo-se, dessa maneira, que a
captação ocorra mesmo com as variações de nível no curso d’água e em com um
período de retorno de 100 anos.

89
b) Para o segundo caso, é necessária uma vazão de captação considerável. Tal vazão é
intermediária entre a vazão média do rio e a mínima, dessa forma uma melhor
alternativa para sempre atingir a vazão desejada é realizar um represamento, ou seja,
um reservatório de regularização.
Com isso, pelo próprio enunciado, sabe-se que a diferença de nível de água pode
variar muito (mais de 7m). Então convém utilizar métodos de captação que consiga
conter tais mudanças de nível.

Dentre algumas opções podemos citar a Torre de Captação, que se trata de uma torre
com entradas comportas em diferentes cotas. Cada comporta possui uma grade para
evitar resíduos grosseiros e abre conforme o nível d’água condiz com o desejo da
distribuidora. As entradas geralmente não ficam muito próximas da base da torre para
evitar sedimentos, enquanto o bombeamento geralmente é submerso e ocorre pelo
fundo da torre, chegando até o motor no topo. Uma das vantagens é a sua utilização
tanto para acompanhar o nível d’água quanto para coletar águas em outros níveis do
manancial caso a qualidade seja melhor.

90
91
Outra opção é a captação flutuante, que se trata de uma bomba que está atrelada a um
conjunto de flutuantes, fazendo com que todo o conjunto acompanhe o nível da água, mesmo
com grandes variações, desde que possua tubulações flexíveis. Uma das vantagens é o preço
mais em conta.

92
Resolução Lista 5

Temos:

Comprimento da adutora → 3600m

Vazão de Projeto → 460L/s

Tubulação de FD (Ferro Fundido Dúctil) → C =100

Desprezando-se perdas de cargas

Diâmetro de ferro, o diâmetro interno é muito próximo do diâmetro externo.

a) Para resolver essa questão, primeiro vamos lembrar qual a utilidade dos itens
chamados “descargas” e “ventosas”.

As descargas têm como objetivo de retirar o conteúdo para eventuais manutenções na


tubulação. Funciona como se fosse um ralo. Dessa maneira, é conveniente posicionar
essas estruturas de descarga nos trechos menos elevados da tubulação.

As ventosas simples têm como objetivo a retirada de ar preso nas tubulações. As


ventosas de ação tripla funcionam, além dessa função principal, para permitir a entrada
de ar caso a tubulação esteja sendo esvaziada e permitir a saída de ar quando a
tubulação está sendo preenchida, ou seja, igualam a pressão interna com a pressão
externa. Dessa forma, é conveniente posicioná-las nos trechos mais elevados da
adutora.

Dessa forma, um possível posicionamento é:

b) As linhas piezométricas estática e dinâmicas diferem-se da seguinte forma:

Linha piezométrica estática → demostra as pressões estáticas na tubulação. Ou


seja, mostra ao longo da tubulação a pressão que o líquido exerce considerando apenas
a altura geométrica dele (distância da superfície do líquido até o nível de referência) e
da altura de coluna d’água do reservatório.

93
Linha piezométrica dinâmica → demonstra as pressões dinâmicas na tubulação.
Ou seja, mostra a pressão que o líquido exerce quando está se movimentando.
Representado apenas pelo valor relacionado a sua velocidade. É o que sofre perda de
cargas, devido ao “atrito” com a tubulação. Como não há nenhuma especificação sobre
componentes que façam com que existe a perda localizada, é possível teorizar que
houve uma perda linear devido à rugosidade inerente à tubulação.

Dessa maneira, temos:

c) Para o cálculo de vazão, utilizando a fórmula de Hazen-Williams, é necessário termos


C (coeficiente para a rugosidade da tubulação), D (diâmetro interno da tubulação) e j
(perda de carga, por metro de tubulação). Pelo enunciado temos C = 100, e pelo
exercício anterior, sabemos que o nível d’água ficou 35m abaixo do ponto de partida
(562 – 527 = 35), e que percorreu 3600m.Logo, houve uma perda (j) de 35/3600.

Com isso, temos que verificar para as dimensões que o enunciado sugeriu, qual seria a
vazão obtida. O enunciado não especificou se esse diâmetro é externo ou interno,
porém como a tubulação é metálica, os diâmetros são muito próximos, então
poderemos considerar que é o diâmetro interno sem muitos erros.

A partir da fórmula de Hazen Wiliams, temos:

𝑄 = 0,2785 × 𝐶 × 𝐷2,63 × (𝑗)0,54

Inserindo os dados do enunciado e da análise já feita, temos:

35 0,54
0,46 = 0,2785 × 100 × 𝐷2,63 × ( ) → 𝐷 = 0,544 𝑚 = 544𝑚𝑚
3600
Dessa maneira, o menor diâmetro interno que supre a necessidade do enunciado é o
de 600 milímetros.

d) Já considerando uma adutora de aço de 600mm, temos que no final de sua vida útil a
vazão será de:

35 0,54
𝑄 = 0,2785 × 100 × 0,6002,63 × ( )
3600
m3
𝑄 = 0,5953 = 595,3𝐿/𝑠
s

94
a)

b)

Fazendo-se uma verificação com os diâmetros fornecidos, sabendo que o limite para a
altura manométrica é de 100m, temos os seguintes dados:

• Comprimento (L) → 2400m


• K → 0,06mm = 0,00006m
• Vazão (Q) → 570L/s = 0,570m³/s
• Altura Geométrica (Hg) → 180 – 120 = 60m

Utilizando o formulário fornecido e uma planilha, foi possível realizar os cálculos para
todos os diâmetros fornecidos. Porém, caso não houvesse a planilha, recomendo que
se utilize geralmente dados do meio da tabela (entre 315 e 630).

Segue a tabela com os resultados:

95
Percebe-se, pela tabela acima, que o primeiro diâmetro fornecido que atende às
especificações dada pelo enunciado de 460L/s, é o de 600mm.

96
Resolução Lista 6

Primeiramente, vamos relembrar como obter a Curva Característica do Sistema (que


será necessário para preencher uma tabela mais a frente). Para isso, algumas
considerações:

• A vazão deve ser em m³, não em litros. E os diâmetros devem ser em metros,
não em milímetros;
• A velocidade (tanto de recalque quanto de sucção) segue a fórmula a seguir:

4𝑄
𝑉=
𝜋𝐷 2
• Reynolds é obtido através da seguinte relação:

𝑉𝐷
𝑅=
𝜈

Onde “𝜈 ” é a viscosidade cinética da água, que a 20ºC é 10−6.

• Para Reynolds acima de 4000 (maior parte dos casos, regime turbulento),
obtemos o fator de atrito por:
2

1
𝑓= [ ]
𝑘 5,62
(−2 log (3,71 ∗ 𝐷 + 0,69 ))
𝑅
Onde “𝑘” é o valor associado à rugosidade do material que
compõe o interior da adutora.

• A perda de carga será determinada por:

𝑉2
∆𝐻 = [𝐾]
2𝑔
Onde “𝑔” é o valor associado à gravidade no local (9,81m/s²) e K
dependerá de qual tipo de perda de carga você deseja.
1. Caso queria determinar a Perda de Carga Distribuída na
tubulação:

𝐿
[𝐾] = 𝑓
𝐷
2. Caso queira determinar a Perda de Carga Localizada,
deve-se somar os K’s fornecidos de cada elemento:
[𝐾] = ∑ 𝐾 ′ 𝑠 = 𝐾𝑣á𝑙𝑣𝑢𝑙𝑎 + 𝐾𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 𝑑𝑒 90º 𝑔𝑟𝑎𝑢𝑠 +. ..

97
• Perda de carga relativa ao comprimento da tubulação é apenas dividir a
Perda de Carga Distribuída pelo comprimento total da adutora
• Linha Piezométrica é a somatória de todas as perdas de cargas com a
altura geométrica a ser vencida

Com tudo isso detalhado, será mais fácil preencher a tabela mais a
frente.

Agora vamos ler o que fornece:

a) O enunciado afirma que é uma bomba com rotor de 332mm e 1750rpm.Ele


também afirma que é uma bomba com 90% de eficiência. Com isso, vamos tentar
ler os diagramas e destacar a linha que nos interessa (rotor de 332):

Para comparar os dados desse diagrama, é preferível tabelar os dados e plotar


em um gráfico através de alguma planilha digital. Aqui eu coloquei as duas unidades
(m³/h e L/s) para caso alguém queira usar o que mais lhe convém. Porém acho preferível
utilizar o m³/h. Os dados da carga foram os valores que eu consegui enxergar, pode
variar de pessoa pra pessoa na leitura.

98
Aqui, novamente foi fornecido dados que provavelmente você não vai usar, e
que pode acabar te confundindo ainda mais (similar ao gráfico na Lista 4). Vamos
calcular as linhas piezométricas e obter a curva característica do sistema, com as vazões
visualizadas na tabela anterior. Então a tabela que usaremos não será a dada no
enunciado.

A tabela que usaremos será a seguinte (já preenchida se baseando nas


fórmulas já explicadas):

Em azul está sendo considerado as vazões que estavam no diagrama da curva


característica da bomba (fornecido pelo fabricante). Em laranja, são mais algumas
vazões pedidas pelo enunciado e para facilitar na localização do ponto de operação.

Plotando-se, portanto, um gráfico que representa a Curva Característica da


Bomba e cruzando com a Curva Característica do Sistema, temos:

99
Observe que temos uma vazão de aproximadamente 337 m³/h (94L/s) e com
uma carga de aproximadamente 50m. Voltando para o diagrama fornecido, observamos
que o rendimento do rotor para essa vazão é de aproximadamente 82% e com um NPSH
de aproximadamente 3,4m.

b) Instalar uma bomba em paralelo faz com que a vazão se some. Instalar a bomba
em série faz com que a carga se some. Como o enunciado explicitou que será
bomba em paralelo, temos que a vazão se somará. Para tentar visualizar essa
diferença, vamos fazer uma tabela comparativa:

100
Em seguida, segue o diagrama com os pontos analisados:

Criando-se novamente a tabela que baseará as curvas, temos:

Em vermelho está sendo considerado as vazões que estavam no diagrama da curva


característica da bomba (fornecido pelo fabricante), para 2 bombas em paralelo. Em laranja, são
mais algumas vazões pedidas pelo enunciado e para facilitar na localização do ponto de
operação.

101
Observe que temos uma vazão de aproximadamente 396 m³/h (110L/s) e com
uma carga de aproximadamente 55m.

c) A partir da seguinte relação, é possível obter o NPSH para o sistema:

𝑃𝑎𝑡𝑚 𝑃𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟
𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 = − − 𝐻𝑔,𝑠 − ∆𝐻𝑠
𝛾 𝛾
Sendo que Hg,s é a altura geométrica entre o eixo da adutora e o nível
da água, nesse caso:

Hg,s = 711,5 − 708 = 3,5m

Sendo ∆Hs a perda de carga localizada com o [K]:

[K] = K válvula de pé + K crivo + K curva 90º = 1,75 +


0,75 + 04 = 2,9
Logo:
2 2
Q 0,1
( ) ( )
2
πD2 π0,32
V 4 4
∆Hs = [K] = 2,9 = 2,9 = 0,3m
2g 2 ∗ 9,81 2 ∗ 9,81

NPSHD = 9,47 − 0,43 − 3,5 − 0,3 = 5,24

Pelo final do exercício “A”, podemos observar que o NPSHexigido era de 3,4.

Como NPSHexigido < NPSHD , temos que o sistema poderá funcionar sem haver
cavitação para o caso de uma bomba.

Algumas medidas que podem solucionar, caso houvesse a cavitação, seria afogar a
bomba (deixar a entrada dela abaixo do nível d’água) ou adquirir uma bomba com limite de
NPSH superior.

102
d) Para estimar a potência de uma bomba, temos que obter o rendimento do
sistema bomba + motor. Pelo exercício A, sabemos que o rendimento da
bomba no Ponto de Operação é de aproximadamente 82%. Pelo
enunciado, sabemos que o rendimento do motor é de 90%. Logo, o
rendimento do sistema será de 0,9*0,82 = 73,8%. Pelo formulário, temos
que a potência média será de:

𝛾𝑄𝐻 1000 ∗ 9,81 ∗ 0,094 ∗ 50


𝑃= → = 62476 𝑊
𝜂 0,738

Tendo essa potência média, e pelo enunciado o sistema operará por 20h/dia.
Temos que o tempo médio será de:

20 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 365 𝑑𝑖𝑎𝑠 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠


𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜 = ∗ = 7300
𝑑𝑖𝑎 𝑎𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜

Dessa forma, temos que o consumo médio será de:

𝑀𝑊ℎ
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜 = 𝑃 ∗ 𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 62476 ∗ 7300 = 456074800 = 456,1
𝑎𝑛𝑜

Por fim, o gasto para um sistema com uma bomba será de aproximadamente:

𝑀𝑊ℎ 𝑅$
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜 ∗ 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 456,1 ∗ 250
𝑎𝑛𝑜 𝑀𝑊ℎ
𝑅$
→ 114025
𝑎𝑛𝑜
Para Duas bombas, vamos obter os dados do diagrama, considerando que é
uma bomba melhor com capacidade igual à das duas bombas que obtivemos.
Dessa forma, com uma vazão de 396m³/h, temos:

103
Um rendimento de aproximadamente 80%. Refazendo-se os cálculos temos:

𝛾𝑄𝐻 1000 ∗ 9,81 ∗ 0,110 ∗ 55


𝑃= → = 82431 𝑊
𝜂 0,72
𝑀𝑊ℎ
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜 = 𝑃 ∗ 𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 82431 ∗ 7300 = 601746300 = 601,7
𝑎𝑛𝑜
𝑀𝑊ℎ 𝑅$
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜 ∗ 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 601,7 ∗ 250
𝑎𝑛𝑜 𝑀𝑊ℎ
𝑅$
→ 150425
𝑎𝑛𝑜

e) A partir da montagem do sistema com uma ou duas bombas, é possível notar que
não necessariamente somar duas bombas em paralelo pode trazer os mesmos
resultados economicamente. Uma vez que por mais que em teoria aumente a vazão
e mantenha-se a carga, há também um aumento da perda de carga, fazendo com
que a vazão não dobre.
Note que houve um acréscimo de 32% nos custos, embora houve um aumento de
apenas 17,5% na vazão.
Dessa maneira, aumentar os custos de compra para duas bombas, manutenção para
duas bombas e custos de energia para duas bombas, uma possível saída pode vir a
ser a obtenção de uma bomba mais eficiente e potente.

104
Resolução Lista 7

Para determinar as vazões em todos os trechos, vamos observar os dados já fornecidos.


Geralmente vamos observar as saídas do ramal para determinar a vazão naquele ponto. Nesse
caso vamos observar apenas os nós (cuidado, porque a numeração dos nós não coincide com
a numeração dos trechos) Em seguida, soma-se as vazões dos trechos que se conectam em
outros nós. Basta imaginar que a vazão nas saídas, deve passar por algum trecho, logo temos :

Nós Q (L/s) Q (m³/s) Trecho


correspondente
5 29 0,029 4
6 21 0,021 5
7 8 0,008 6
8 18 0,018 7
4 (nó 5 + nó 6) 50 0,050 3
3 (nó 4 + nó 8) 68 0,068 2
2 (nó 3 + nó 7) 75 0,076 1

Em seguida, vamos tentar obter os diâmetros das adutoras. Para isso, vamos manipular
a fórmula dada:

4𝑄 4𝑄
𝑉= 2
→𝐷=√
𝜋𝐷 𝜋𝑉

Como o enunciado estipulou que a velocidade deve ser entre 0,6m/s e 2m/s, vamos
considerar a velocidade de 2m/s (note que ao considerar a maior velocidade obtemos o menor
diâmetro, logo, situação mais econômica). Dessa forma:

4𝑄 2𝑄
𝐷=√ →𝐷=√
𝜋𝑉 𝜋

Em cada trecho temos os seguintes diâmetros calculados e os seguintes diâmetros


mínimos (de acordo com o catálogo do fornecedor, dado no enunciado). Com esse diâmetro
mínimo, recalcula-se a velocidade, utilizando a fórmula já citada:

Trecho Vazão Diâmetro Diâmetro Velocidade


(m³/s) Calculado (m) Mínimo (m) (m/s)
1 0,075 0,220 0,250 1,55
2 0,068 0,208 0,250 1,38
3 0,050 0,178 0,200 1,59
4 0,029 0,136 0,150 0,92
5 0,021 0,116 0,150 1,19
6 0,008 0,071 0,100 1,02
7 0,018 0,107 0,150 1,02

Com os valores de velocidade e diâmetro interno obtidos, podemos estimar o coeficiente


de carga (j) a partir da seguinte manipulação:

105
1
𝑄 0,54
𝑄 = 0,2785 ∗ 𝐶 ∗ 𝐷2,63 ∗ 𝑗 0,54 →𝑗=( )
0,2785 ∗ 𝐶 ∗ 𝐷2,63
Como o enunciado estipulou que C =110, temos os seguintes coeficientes para cada
trecho:

Trecho Vazão Diâmetro Diâmetro Velocidade J


(m³/s) Calculado Mínimo (m) (m/s) (m/m)
(m)
1 0,076 0,220 0,250 1,55 0,0128
2 0,068 0,208 0,250 1,38 0,0104
3 0,050 0,178 0,200 1,59 0,0175
4 0,029 0,136 0,150 0,92 0,006
5 0,021 0,116 0,150 1,19 0,014
6 0,008 0,071 0,100 1,02 0,017
7 0,018 0,107 0,150 1,02 0,010

Tendo o coeficiente, podemos obter a perda de carga distribuída, bastando multiplicar


pelo comprimento do trecho, logo:

Trecho Vazão Diâmetro Velocidade J Comprimento Perda


(m³/s) Mínimo (m/s) (m/m) do trecho (m) de carga
(m) (m)
1 0,076 0,250 1,55 0,0128 350 4,48
2 0,068 0,250 1,38 0,0104 370 3,86
3 0,050 0,200 1,59 0,0175 610 10,67
4 0,029 0,150 0,92 0,006 320 2,04
5 0,021 0,150 1,19 0,014 1150 16,37
6 0,008 0,100 1,02 0,017 450 7,73
7 0,018 0,150 1,02 0,010 710 7,60

Para estimar a pressão dinâmica (PD), devemos considerar alguns aspectos:

• Cota de cada nó (Z) → dado no enunciado;


• Pressão estática no nó (PE) → diferença entre o Nível d’água máx no
reservatório (com 5m de coluna d´água, totalizando 215m) e a cota de
cada nó;
• Carga de cada nó (H) → diferença entre o Nível d’água mín no
reservatório (com 2m de coluna d´água, totalizando 212m) e a perda de
carga no trecho a montante (última coluna da tabela anterior).

Com isso, podemos obter PD fazendo a diferença entre a Carga e a cota no nó.

106
Dessa forma, temos:
Nós Z (m) PE (m) H(m) PD(m)
1 210 215 - 210 = 05 212 212-210 = 2
2 174 215 -174 = 41 212 - 4,48= 207,52-174 = 33,52
207,52
3 180 215 -180 = 35 207,52 - 3,86= 203,66-180 = 23,66
203,66
4 182 215 -182 = 33 203,66 - 10,67= 193-182 = 11
193
5 190 215 -190 = 25 193 - 2,04= 190,96-190 =0,96
190,96
6 180 215 -180 = 35 193 -16,37= 176,6-180 =-3,4
176,6
7 190 215 -190 = 25 207,52– 7,73= 199,8-190 =9,8
199,8
8 178 215 -178 = 37 203,66 -7,6 196,06-178 =18,06
=196,06

Os destacados não atingiram a pressão dinâmica mínima exigida pelo enunciado (de
10m). Logo, é necessário alterar os diâmetros dos trechos para que aumente a pressão nesses
nós. Misericórdia.

Um “método” pra aumentar as chances de você pegar o mínimo diâmetro, é verificar os


trechos finais que não atingiram a pressão dinâmica (no nosso caso, trecho 5 e 6) e substituir
primeiramente apenas essas para um diâmetro imediatamente maior. Com isso temos os
seguintes resultados:

Agora sabe-se que as tubulações a montante são maiores, logo, vamos tentar
aumentar os diâmetros dos trechos anteriores aos nós 5 e 6 que ainda não cumpriram o
mínimo de 10m. Começando pelo trecho 3, temos isso:

107
Ainda não foi o suficiente, então aumentaremos um trecho mais a montante.
Nesse caso, seria o trecho 2, porém caso mudássemos ele primeiro, teríamos um trecho a
jusante (trecho 2) com diâmetro maior do que um trecho a montante (trecho 1). Então vamos
mudar o trecho 1, ficando assim:

Note que já obtemos os valores desejado. Porém, podemos agora testar


novamente os trechos a jusante para verificar se atingimos o mínimo do projeto. Caso diminua
os trechos 4 e trechos 5, é possível notar que podemos diminuir a dimensão do trecho 4, e
obtendo o mínimo do projeto. Caso diminua a do trecho 5, o mínimo não é atingido. Então, no
final temos:

108
Analogamente, vamos calcular para uma adutora de polietileno (PE), dessa forma temos
a mesma tabela abaixo (uma vez que não depende do material da adutora):

Trecho Vazão Diâmetro Diâmetro Velocidade


(m³/s) Calculado (m) Mínimo (m) (m/s)
1 0,075 0,220 0,250 1,55
2 0,068 0,208 0,250 1,38
3 0,050 0,178 0,200 1,59
4 0,029 0,136 0,150 0,92
5 0,021 0,116 0,150 1,19
6 0,008 0,071 0,100 1,02
7 0,018 0,107 0,150 1,02

Com isso, podemos obter o coeficiente de perda

Recalculando todos os processos novamente, temos:

Analogamente ao exercício anterior, pega-se os trechos mais externos e os altera para


verificar se cumpre os requisitos mínimos. No final, temos :

109
Resolução Lista 8

a) Para essa estimativa, devemos considerar a perda de carga que haverá em cada trecho
(definida pelo fator “r”). É possível considerar que “Quanto maior o r, menor a vazão naquele
trecho”. Dessa forma podemos estimar alguns valores. Vamos, então, obter o “r” de todos os
trechos. Sabemos, pelo enunciado, que o r é obtido por:

𝐿
𝑟=
(0,2785 ∗ 𝐶 )1,85 ∗ 𝐷 4,87
Para cada trecho temos então:

Trecho Comprimento Diâmetro C r


1 700 400 110 108
2 990 300 110 620
3 600 300 110 376
4 600 200 110 2708
5 500 150 110 9160
6 600 250 110 913
7 620 150 110 11359
8 480 150 110 8794
9 500 150 110 9160
10 600 250 110 913
11 450 200 110 2031

O enunciado explicitou que a vazão no trecho 1 é 194 L/s. Como o Nó 2 “elimina” 27 L/s,
temos que 167 L/s para ser distribuídos para os trechos 2 e 3. Note, pela tabela anterior, que o
“r” do trecho 2 é cerca de 62% da soma do “r” do trecho 2 com o “r” do trecho 3, ou seja, como
estimativa inicial, podemos considerar que o fluxo irá ser de 62% para o trecho com menos
resistência (trecho 3) e 38% para o trecho de maior resistência (trecho 2) . Dessa forma temos:

110
Após o Nó 4 (que consome 19L/s) sabemos que devemos distribuir os 84L/s entre os
trechos 4 e 6. Analogamente à estimativa anterior (onde víamos a relação de “r” entre os
trechos), podemos estimar que 75% vai para o trecho 6, logo:

Como os Nós 3 e 7 não ramificam mais, podemos apenas descontar “o consumo” dos
próprios nós e obtemos as vazões dos trechos 10 e 7. Ficando algo assim:

Novamente, para o Nó 6, temos que o r do trecho 5 é consideravelmente maior do que


o r do trecho 11, logo haverá um fluxo muito menor n trecho 5. Fazendo-se uma porcentagem,
temos que 84% do fluxo (já descontando o fluxo consumido pelo nó 6) irá para o trecho 11.
Dessa forma, note que o trecho 5 possuirá um fluxo negativo, logo sentido contrário ao
estipulado:

111
Por fim, podemos considerar para o Nó 5, que as vazões que chegam (21 L/s + 5 L/s)
devem ser descontados no Nó 5, e o restante deve ir para o trecho 9, logo 3 L/s. Analogamente,
para o nó 8, temos que haverá uma chegada de (31 L/s + 3 L/s) e um desconto de (21 L/s),
fazendo com que no trecho 8 houvesse um fluxo de 13 L/s. O no nó 9, há um “consumo” de 37
L/s, que é exatamente a soma dos trechos 8 e 11. Temos, então, como estimativa inicial:

112
b,c,d) Os 3 anéis identificados nessa rede foram:

113
A partir das vazões estimadas no item A, podemos obter a perda de Carga (ΔH)
de cada trecho a partir da seguinte relação:

∆𝐻 = 𝑟 ∗ 𝑄 ∗ |𝑄 |0,85
Dessa forma, a perda de carga sempre terá o mesmo sinal que a vazão
estimada, logo temos:

Para não nos perdermos quais valores temos que somar, vamos categorizar os trechos
conforme os anéis a que eles pertencem. Cuidado, ao somar as perdas de carga, deve-
se levar em conta o sentido que você definiu o seu anel. Caso seja contrário ao fluxo já
delimitado pelo enunciado, o valor deve ser subtraído, ao invés de ser somado. Temos
então:

114
• Anel 1

Somando-se todas as perdas de cargas do Anel 1, temos:

∑ ∆𝐻1 = ∆𝐻𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 2 + (−∆𝐻𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 3 ) + (−∆𝐻𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 4 ) + (−∆𝐻𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 5 ) +


∆𝐻𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 10

∑ ∆𝐻1 = 3,837 − 5,608 − 2,132 + 0,507 + 3,067 = −0,328


∆𝐻
Somando-se todos os 𝑄
do Anel 1, temos:

∆𝐻
∑ = 59,952 − 54,448 − 101,512 − 101,397 + 66,684 = −130,721
𝑄
Com isso temos que o ajuste (∆𝑄) é obtido da seguinte maneira:

∑ ∆𝐻1
∆𝑄 = − = −0,001
∆𝐻
1,85 ∗ ∑
𝑄
Com esse valor obtido, deve-se atualizar todas as vazões que constituem o Anel 1 (nesse caso,
reduzindo a vazão em -0,001) e refazer os cálculos da tabela. Após o recalculo, vamos tentar
obter os ajustes para o Anel 2, ou seja, vamos refazer as contas acima, porém agora para o
Anel 2.

115
Agora torna-se um processo de repetição.

• Atualizar o valor para o Anel 1, calcular os ajustes para o Anel 2


• Atualizar o valor para o Anel 2, calcular os ajustes para o Anel 3
• Atualizar o valor para o Anel 3, calcular os ajustes para o Anel 1

E assim segue-se até que os ajustes dos três anéis possam ser desconsiderados:

Por fim, temos algo similar a isso:

e) Montagem matricial

Para isso, vamos observar 3 anéis, definir um fluxo de sentido (não existe um fluxo correto,
apenas definir um e seguir com isso).

116
Em seguida, faremos uma análise de cada anel, levando em conta o sentido que você pré
determinou com o sentido do fluxo já fornecido. O fluxo total do anel deve ser 0, ficando da
seguinte maneira para os três anéis.

𝐾2 ∗ 𝑄2 + 𝐾10 ∗ 𝑄10 − 𝐾5 ∗ 𝑄5 − 𝐾4 ∗ 𝑄4 − 𝐾3 ∗ 𝑄3 = 0
{ 𝐾4 ∗ 𝑄4 + 𝐾9 ∗ 𝑄9 − 𝐾7 ∗ 𝑄7 − 𝐾6 ∗ 𝑄6 = 0
𝐾5 ∗ 𝑄5 + 𝐾11 ∗ 𝑄11 − 𝐾8 ∗ 𝑄8 − 𝐾9 ∗ 𝑄9 = 0
Após isso, você deve observar como cada nó é influenciado. Então o que faremos é pelo
equilíbrio dos nós, verificar o fluxo de entrada e o fluxo de saída, e igualar ao valor que foi
fornecido pelo enunciado

𝑁2 → 𝑄1 − 𝑄2 − 𝑄3 = 27
{
𝑁3 → 𝑄2 − 𝑄10 = 18
𝑁4 → 𝑄3 − 𝑄4 − 𝑄6 = 19
{
𝑁5 → 𝑄4 − 𝑄5 − 𝑄9 = 23
𝑁6 → 𝑄10 + 𝑄5 − 𝑄11 = 17
{
𝑁7 → 𝑄6 − 𝑄7 = 32
𝑁8 → 𝑄7 + 𝑄9 − 𝑄8 = 21
{
𝑁9 → 𝑄8 + 𝑄11 = 37

Com isso, podemos montar a seguinte relação matricial:

117
Resolução Lista 9

A ) O enunciado especifica que devemos utilizar o Método do Balanço Hídrico,


ou seja, faremos uma comparação entre o Volume Entregue e as Perdas aparentes e
Valores Não medidos. Através daquele quadro esquemático, podemos nos organizar e
levantar os dados necessários:

Pegando apenas os dados mais relevantes pra gente naquela tabela temos:

Volume Volume Estimativa de Volume não Estimativa de Estimativa de


Macromedido Micromedido e Volumes não faturados e Volume não fatura fraudes e
Faturado medidos micromedidos e não ligações
micromedido clandestinas
m³ m³ m³ m³ m³ m³
6824232 3695057 353394 78354 513019 122836

Preenchendo o diagrama com os valores das tabelas, temos:

Com isso, já podemos obter:

• Consumo Autorizado Faturado → Somando o medido e o não medido do


“faturado”
• Consumo Autorizado Não Faturado → Somando o medido e o não medido do
“não faturado”
• Consumo Autorizado → Somando o Consumo Autorizado Faturado e o
Consumo Autorizado Não Faturado

Ficando da Seguinte maneira:

118
Com isso, já que possuímos o Volume Autorizado e o Volume total de água que entra
no sistema, podemos determinar as Perdas de água.

Basta agora estimar a Perda Aparente causada por erros de medição. Não há nenhum
dado na tabela, porém no rodapé há a seguinte informação:

Com isso temos que as Perdas Aparentes causadas por erros de medição é:

𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠𝐸𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑑𝑖çã𝑜 = 0,085 ∗ (3695057 + 78354) = 320740 𝑚³


Com isso completamos nosso diagrama, da seguinte maneira:

119
b) O índice de Perdas (IP) é a relação entre o Volume Perdido (Perdas Reais + Perdas
Aparentes) e o Volume Total Fornecido. Logo:
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑜 2184408
𝐼𝑃 = = = 32%
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 6824232

c) O método é uma boa ferramenta para ter controle sobre onde está sendo o principal
foco de perdas de água. Entretanto, diversos valores são estimados fazendo com que
a justificativa dessas estimativas seja bem detalhada, e mesmo aqueles dados que
foram micromedidos possuem sua certa incerteza. Dessa maneira, é uma ferramenta
muito eficiente e prática, porém possui suas imprecisões.

120
Resolução Lista 10

Nesse exercício, deve-se realizar o traçado de esgoto de uma região. Algumas coisas que tentei
priorizar:

- Descida natural do terreno (funcionamento por gravidade):

- Maior parte do fluxo indo em direção ao córrego (pois é a cota mais baixa);

- Priorizando trechos sem curvas;

Ao fazer o traçado, percebe-se que há um ponto que precisa ter sua cota alterada, com o
intuito de fazer com que ainda funcione por gravidade. O ponto em questão é no encontro da Rua
Barueri com a Rua Felipe.

Depois disso, temos dois pontos nos quais a cota não favorece o conduto por gravidade. Os
pontos são:

- Rua General, após o cruzamento com a Rua 3

Pode ser resolvida elevando-se a Cota cerca de 20cm, ou diminuindo a cota do


cruzamento da Rua General com a Rua São Carlos.

- Encontro da Rua Santana com a Rua Grécia

Pode ser resolvida elevando-se a Cota ou diminuindo-se a cota do Cruzamento da Rua


Grécia com a Rua Cássia.

121
122
Resolução Lista 11

Como estou fazendo pelo computador, a escala talvez tenha ficado um pouco errada.
Dessa forma, tentei colocar uma referência no arquivo digital (basta dar zoom até que o retângulo
preto coincida com 1cm) e baseei os comprimentos das ruas com base nessa referência. As
medidas aproximadas das ruas ficaram assim:

Existem dois pontos mais elevados, com a mesma cota de 783,5m, bem ao Norte (Ponto

A e Ponto B). Para que no trecho que conecta ambos os pontos, o conduto funcione por
gravidade, é necessário que existe um desnível entre eles. Decidimos, portanto, qual ponto será
modificado:

▪ Considerando um desnível de 1% entre os pontos, e sabendo que o


trecho possui cerca de 92m, temos um desnível de 0,92m.
▪ Ao abaixar o Ponto A, chegaríamos a uma cota de 783,5-0,92 =
782,58m, fazendo com que o desnível para o próximo ponto (Ponto C)
seja muito pequeno também, uma vez que tornou o trecho de AC quase
plano.
▪ Ao abaixar o Ponto B para 782,58m o desnível para o próximo ponto
(Ponto D) ainda é considerável, tornando o uso por gravidade ainda
possível. Dessa forma, opta-se por abaixar o Ponto B.

Além disso, o Ponto E possui duas quedas. Uma em sentido ao Interceptor, e outra
sentido Ponto F. Como deseja-se mandar tudo para o Interceptor, opta-se por criar um desnível
entre o Ponto F e o Ponto E.

Sabendo que o volume de terra retirado no Ponto B, por mais que auxilie no
levantamento da cota do Ponto F, não será o suficiente (772,3+0,92 = 773,22 < 773,5; fora as
possíveis perdas no transporte e por descompactação do solo devido à movimentação de terra)
opta-se também por rebaixar o Ponto E cerca de 0,6m e direcionar essa terra para o Ponto F
também. Fazendo com que (Ponto F = 773,82m e Ponto E = 772,9m)

Reorganizando o desenho, temos:

123
Agora, com isso, temos uma possibilidade de conduzir o sistema de coleta de esgoto,
passando por todas as ruas, funcionando por gravidade até chegar no Interceptor. Uma possível
forma de fazer isso é a seguinte:

Para os cálculos vamos ter que organizar as ideias. Primeiro, vamos calcular a Média de
̅̅̅𝐼 ) e Média de Vazão Final (𝑄
Vazão Inicial (𝑄 ̅̅̅̅
𝐹 ):

124
𝐶∗𝑃𝑖 ∗𝑞𝑖 𝐶∗𝑃𝐹 ∗𝑞𝐹
̅̅̅
𝑄𝐼 = ; ̅̅̅̅
𝑄𝐹 =
86400 86400

0,8∗1500∗210 0,8∗5900∗210
̅̅̅
𝑄𝐼 = = 2,92𝐿/𝑠 ; ̅̅̅̅
𝑄𝐹 = = 11,47𝐿/𝑠
86400 86400

Vamos agora tentar obter os Comprimentos. Seguindo a organização a seguir, temos:

Observa-se que o comprimento da rua que possui rede dupla é de cerca de 189m, logo
o comprimento da rede nesse trecho é de 189*2 = 378m

Somando-se os trechos de redes simples temos:

92+92+53+80+92+53+42+80+92+95+96+40+56+46+47+40+69+73 =1238m

Logo, o comprimento total da rede é de aproximadamente 1238+378 = 1616m

Dado o comprimento total da rede, podemos obter a Vazão total adicionada pela
infiltração (𝑄𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 ):

𝐿
𝑄𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 0,2 ∗ 1,616𝑘𝑚 = 0,32𝐿/𝑠
𝑠. 𝑘𝑚
Calculando o comprimento virtual, devemos considerar que todos os trechos são de
redes simples, logo:

• Trechos Simples:
o 92+92+53+80+92+53+42+80+92+95+96+40+56+46+47+40+69+73
=1238m
• Trechos Duplos
o 189m (não considera os dois lados, finge que é apenas um)
• Comprimento Virtual
o 1238+189 = 1427m = 1,427km

Com isso, podemos obter as Taxas de Contribuição Linear. Lembrando que as Taxas
de Contribuição Linear Inicial para Redes Simples (𝑇𝑥𝐼 ) e Taxa de Contribuição Linear Final
para Redes Simples (𝑇𝑥𝐹 ) são obtidos com:

125
𝐾2 ∗ ̅̅̅
𝑄𝐼 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅
𝑄𝐹
𝑇𝑥𝐼 = + 𝐼; 𝑇𝑥𝐹 = +𝐼
𝐿𝑣 𝐿𝑣

Onde:
𝐿
𝐼 → 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜, 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑒𝑛𝑢𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 = 0,2
𝑠. 𝑘𝑚
𝐿𝑣 → 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 (𝑐𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠) = 1,427𝑘𝑚

Com isso temos:

1,7 ∗ 2,92 𝐿 1,2 ∗ 1,7 ∗ 11,47 𝐿


𝑇𝑥𝐼 = + 0,2 = 3,68 ; 𝑇𝑥𝐹 = + 0,2 = 16,6
1,427 𝑠. 𝑘𝑚 1,427 𝑠. 𝑘𝑚

Enquanto as Taxas de Contribuição Linear Inicial para Redes Duplas (𝑇𝑥𝐼,𝐷𝑢𝑝𝑙𝑜 ) e Taxa
de Contribuição Linear Final para Redes Duplas (𝑇𝑥𝐹,𝐷𝑢𝑝𝑙𝑜 ) são obtidos com:

𝐾2 ∗ 𝑄̅̅̅𝐼 ̅̅̅̅
𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑄 𝐹
𝑇𝑥𝐼,𝐷𝑢𝑝𝑙𝑜 = + 𝐼; 𝑇𝑥𝐹,𝐷𝑢𝑝𝑙𝑜 = +𝐼
2 ∗ 𝐿𝑣 2 ∗ 𝐿𝑣

Com isso temos:

1,7 ∗ 2,92 𝐿 1,2 ∗ 1,7 ∗ 11,47 𝐿


𝑇𝑥𝐼 = + 0,2 = 1,74 ;𝑇 = + 0,2 = 8,3
2 ∗ 1,427 𝑠. 𝑘𝑚 𝑥𝐹 2 ∗ 1,427 𝑠. 𝑘𝑚

Com as Taxas de Contribuição Linear em mãos, podemos obter as Vazões em cada


trecho no Início do plano (𝑄𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑜 ) e no final do plano (𝑄𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ). Tomando o cuidado
pois, para Redes Simples:

𝑄𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑜_𝑆𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠 = 𝐿 ∗ 𝑇𝑥𝐼 (𝑐𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑠 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠)

𝑄𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙_𝑆𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠 = 𝐿 ∗ 𝑇𝑥𝐹 (𝑐𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑠 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠)

Para as Redes Duplas:


𝑄𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑜_𝐷𝑢𝑝𝑙𝑎𝑠 = 2 ∗ 𝐿 ∗ 𝑇𝑥𝐼,𝐷𝑢𝑝𝑙𝑜 (𝑐𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑠 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠)

𝑄𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙_𝐷𝑢𝑝𝑙𝑎𝑠 = 2 ∗ 𝐿 ∗ 𝑇𝑥𝐹,𝐷𝑢𝑝𝑙𝑜 (𝑐𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑠 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠)

Organizando para todos os trechos, temos:

126
Os trechos destacados são duplos, dessa forma não há necessidade de contabilizar os
trechos 19,20 e 21 da rede esquematizada anteriormente.

Para obter as Vazões de Projeto (Jusante) Inicial (𝑄𝐽𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ) e Final (𝑄𝐽𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ),


temos:

𝑄𝐽𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐾2 ∗ ̅̅̅
𝑄𝐼 + 𝐶𝑜𝑚𝑝. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑑𝑒 ∗ 𝐼 (𝑐𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠)

𝑄𝐽𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅
𝑄𝐹 + 𝐶𝑜𝑚𝑝. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑑𝑒 ∗ 𝐼 (𝑐𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠)

Logo:
0,2𝐿 𝐿
𝑄𝐽𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 1,7 ∗ 2,92 + 1,616𝑘𝑚 ∗ = 5,29
𝑠. 𝑘𝑚 𝑠
0,2𝐿 𝐿
𝑄𝐽𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 1,2 ∗ 1,7 ∗ 11,47 + 1,616𝑘𝑚 ∗ = 23,72
𝑠. 𝑘𝑚 𝑠

127
Resolução Lista 12

Nesse exercício vamos ter diversos detalhes a serem analisados, vamos tentar
organizar para não nos perdemos.
Todos os trechos a serem analisados possuem o mesmo comprimento (L=100m).
Para cada trecho vamos analisar os dados da seguinte maneira:

• Inclinação do terreno (𝐼𝑇𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜 )→ Para avaliar se a inclinação da tubulação vai


seguir o terreno, precisar haver pontos de PV/TIL, entre outros detalhes;
• Vazão a ser acrescida pela contribuição de infiltração (𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 )→ quanto de
água é acrescentado pelas infiltrações que ocorrem no trajeto. Pra obter isso,
vamos pegar a Taxa de Contribuição Linear e multiplicar pelo comprimento;
▪ Fazer os cálculos tanto para Taxa de Contribuição Inicial
quando Taxa de Contribuição Final.
• Vazão Total Inicial (𝑄𝑖 )→ Soma da Vazão de Montante Inicial com a Vazão por
Infiltração Inicial
• Vazão Total Final (𝑄𝐹 ) → Soma da Vazão de Montante Final com Vazão por
Infiltração Final
• Inclinação Mínima da tubulação (𝐼𝑀í𝑛 )→ responsável por permitir que a Tensão
Trativa seja atingida (𝜎𝑇𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 ≥ 1𝑃𝑎)
o Obtida pela relação prática a seguir:

𝐼𝑀í𝑛 = 0,0055 ∗ 𝑄𝑖−0,47

Sendo 𝑄𝑖 ,em L/s

• Diferença de Cota entre Montante e Jusante do trecho (Δz) → O quanto que um


ponto da tubulação terá sua cota alterada. Baseada na Inclinação da
Tubulação e no Comprimento do Trecho.

128
Trecho 7-6:

• Inclinação do terreno

O trecho inicia-se (montante) em uma cota 𝑍𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 800𝑚, e finaliza em uma cota
𝑍𝐹𝐼𝑛𝑎𝑙 = 798,5𝑚 . Logo, o terreno possui uma inclinação de:

𝑍𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 −𝑍𝐹𝐼𝑛𝑎𝑙 800−798,5 𝑚


𝐼𝑇𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜 = = = 0,015 𝑚
𝐿 100

• Vazão Inicial a ser acrescida por infiltração (𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 )

O trecho possui comprimento de 100m e, pelo enunciado, a Taxa de Contribuição


Linear Inicial é 0,008 L/(s.m), dessa forma:

𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,008 ∗ 100 = 0,8
𝑠

• Vazão Inicial a ser acrescida por infiltração (𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 )

O trecho possui comprimento de 100m e, pelo enunciado, a Taxa de Contribuição


Linear Final é 0,02 L/(s.m), dessa forma:

𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,02 ∗ 100 = 2
𝑠

• Vazão Total Inicial (𝑄𝑖 )

Pelo enunciado, a Vazão de Montante Inicial é 10L/s. Logo:


𝐿
𝑄𝑖 = 10 + 𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 10,8
𝑠

• Vazão Total Final (𝑄𝐹 )

Pelo enunciado, a Vazão de Montante Final é 35L/s. Logo:


𝐿
𝑄𝐹 = 35 + 𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 37
𝑠
• Inclinação Mínima da tubulação

𝑚
𝐼𝑀í𝑛 = 0,0055 ∗ 10,8−0,47 = 0,0018
𝑚
Observe que, nesse trecho, a Inclinação Mínima é menor do que a Inclinação
do Terreno.

• Diferença de Cota entre Montante e Jusante do trecho

∆𝑍 = 𝐼𝑀í𝑛 ∗ 𝐿 = 0,0018 ∗ 100 = 0,18𝑚

129
Com isso temos alguns dados em que podemos trabalhar. O enunciado estipulou que o
recobrimento montante do trecho 7-6 é de 2,05m, fazendo com que tenhamos o seguinte:

Note que, ao considerar o recobrimento de 2,05m, a tubulação começará na cota


797,95m. Além disso, considerando a Inclinação Mínima sabemos que no ponto a Jusante do
trecho 7-6 haverá uma diferença de cota de 0,18m. Dessa forma, a tubulação no final terá cota
797,77m com isso.

Mas isso é o suficiente para que o recobrimento mínimo nesse ponto seja respeitado?
Verificaremos!

A cota no ponto a jusante do trecho 7-6 é de 798,5m, se a tubulação começa na cota


797,77m, isso nos dá um recobrimento de 798,5-797,77 = 0,73m. Pelo enunciado, o
recobrimento mínimo exigido é de 1,35m. Dessa forma, NÃO está respeitando o mínimo exigido.

Então devemos considerar o recobrimento mínimo para o ponto a jusante, fazendo com
que a inclinação seja alterada, aumentando-a.

Considerando um recobrimento de 1,35m, temos que a cota final da tubulação será de


798,5-1,35 = 797,15m. Qual a declividade para isso agora?

130
797,95 − 797,15
𝐼7−6 = = 0,008 𝑚/𝑚
100

Essa declividade respeita a declividade máxima (que resulta em uma velocidade limite
de 5m/s)? Verificaremos!

𝑚
𝐼𝑀á𝑥 = 4,65 ∗ 𝑄𝐹−0,67 = 4,65 ∗ 37−067 = 0,414 > 𝐼7−6
𝑚
OK! Agora vamos tentar obter o Diâmetro da tubulação. Para isso existem duas
possibilidades:
𝑌
➢ ≤ 0,75
𝐷
𝑌
➢ 𝑠𝑒 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 , ≤ 0,50
𝐷

Porém, não sabemos a velocidade final, nem a velocidade crítica. Então partiremos de
um PRESSUPOSTO de que será a primeira opção. Após obter os resultados,
conferiremos se 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 .

𝑌
Considerando, então, que ≤ 0,75, temos:
𝐷
0,375 0,375
𝑄𝐹 0,037
𝐷 = (0,046 ) = (0,046 ) = 0,226𝑚
√𝐼 √0,008

A tubulação que consegue respeitar esse diâmetro é a de 250mm (0,250m).


𝑌
Vamos verificar agora se para Vazões Iniciais e Vazões Finais, o ≤ 0,75
𝐷

Analisando Vazões Finais, observe que:


𝑄𝐹 0,037
= = 0,414
√𝐼 √0,008

Vamos ter que localizar esse valor na tabela

131
Porém, como já sabemos que o diâmetro é de 250mm, podemos focar a busca em
apenas uma linha:

Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,3995 (y/D = 0,6) e 0,4249 (y/D =
0,625) para obter o 0,414, temos que:

𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
≈0,614<0,75
𝐷

Analisando Vazões Iniciais, observe que:


𝑄𝐼 0,0108
= = 0,121
√𝐼 √0,008

Procurando novamente na tabela, para diâmetro de 250mm, temos:

Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,1165 (y/D = 0,3) e 0,1358 (y/D =
0,325) para obter o 0,121, temos que:

𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
≈0,306<0,75
𝐷

132
Agora vamos obter as Velocidade Finais e Velocidades Críticas para confirmar a
nossa pressuposição inicial.

Velocidade Final
Vamos tentar obter os valores localizados nessa tabela:

Porém, já sabemos que o diâmetro é 250mm, e que nossos y/D são menores do que
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
0,75 ( ≈0,614 e ≈0,306). Para obter a Velocidade Final, usaremos ,
𝐷 𝐷 𝐷
e temos que:

Fazendo-se uma interpolação entre 12,99 (y/D = 0,6) e 13,16 (y/D = 0,625), para obter o y/D =
0,614, temos que:
𝑉𝑓 1,17𝑚 5𝑚
= 13,1 → 𝑉𝑓 = 13,1 ∗ √0,008 = < (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎)
√𝐼 𝑠 𝑠

133
Velocidade Crítica

Para obter a Velocidade Crítica, temos que obter o Raio Hidráulico Final (𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 ). Seguindo a
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
tabela com o nosso :
𝐷

Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,278 (y/D = 0,6) e 0,283 (y/D = 0,625) para um
y/D = 0,614, temos que:
𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙
= 0,28 → 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,28 ∗ 0,250 = 0,07
𝐷
Com isso temos que a Velocidade Crítica (𝑉𝐶 ) é:
4,97𝑚
𝑉𝐶 = 6 ∗ √𝑔 ∗ 𝑅𝐻𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 6 ∗ √9,8 ∗ 0,07 =
𝑠

Nota-se, portanto, que 𝑉𝑓 < 𝑉𝐶 , mostrando que nossa pressuposição inicial estava correta.

Tensão Trativa

Para a tensão trativa, utilizaremos o Raio Hidráulico Inicial (𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ). Seguindo a tabela com o
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
nosso :
𝐷

Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,171 (y/D = 0,3) e 0,182 (y/D = 0,325) para um
y/D = 0,306, temos que:
𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙
= 0,175 → 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,175 ∗ 0,250 = 0,0437
𝐷
Com isso temos que a tensão trativa (𝜎𝑇𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 ) é:

𝜎𝑇𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 = 𝛾 ∗ 𝑅𝐻𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗ 𝐼 = 9810 ∗ 0,0437 ∗ 0,008 = 3,43𝑃𝑎 > 1 (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎)

134
A velocidade inicial é obtida analogamente à velocidade final explicada anteriormente, porém
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
utilizando-se , logo:
𝐷

Fazendo-se uma interpolação entre os valores 9,4 (y/D = 0,3) e 9,82 (y/D=0,325) para
obter um y/D = 0,306, temos que:
𝑉𝐼 0,86𝑚
= 9,6 → 𝑉𝑖 = 9,6 ∗ √0,008 =
√𝐼 𝑠

Organizando todos os dados em uma tabela, temos:

135
Trecho 8-1:

• Inclinação do terreno

O trecho inicia-se (montante) em uma cota 𝑍𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 800𝑚, e finaliza em uma cota
𝑍𝐹𝐼𝑛𝑎𝑙 = 798,5𝑚 . Logo, o terreno possui uma inclinação de:

𝑍𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 −𝑍𝐹𝐼𝑛𝑎𝑙 800−798,5 𝑚


𝐼𝑇𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜 = = = 0,015 𝑚
𝐿 100

• Vazão Inicial a ser acrescida por infiltração (𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 )

O trecho possui comprimento de 100m e, pelo enunciado, a Taxa de Contribuição


Linear Inicial é 0,008 L/(s.m), dessa forma:

𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,008 ∗ 100 = 0,8
𝑠

• Vazão Inicial a ser acrescida por infiltração (𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 )

O trecho possui comprimento de 100m e, pelo enunciado, a Taxa de Contribuição


Linear Final é 0,02 L/(s.m), dessa forma:

𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,02 ∗ 100 = 2
𝑠

• Vazão Total Inicial (𝑄𝑖 )

Pelo enunciado, a Vazão de Montante Inicial é 0L/s (começo de trecho). Logo:


𝐿
𝑄𝑖 = 0 + 𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 0,8
𝑠

Como ficou abaixo de 1,5, usaremos 1,5L/s nos cálculos

• Vazão Total Final (𝑄𝐹 )

Pelo enunciado, a Vazão de Montante Final é 0L/s (começo de trecho). Logo:


𝐿
𝑄𝐹 = 0 + 𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 2
𝑠
• Inclinação Mínima da tubulação

𝑚
𝐼𝑀í𝑛 = 0,0055 ∗ 0,8−0,47 = 0,0061
𝑚
Observe que, nesse trecho, a Inclinação Mínima é menor do que a Inclinação
do Terreno.

• Diferença de Cota entre Montante e Jusante do trecho

∆𝑍 = 𝐼𝑀í𝑛 ∗ 𝐿 = 0,0061 ∗ 100 = 0,61𝑚

136
Com isso em mãos, podemos trabalhar. A abordagem nesse trecho será um pouco diferente do
anterior.

Quando analisamos o trecho 7-6, percebemos que o ponto a montante era uma conexão que
possuía diversas vazões inclusas. Por isso determinamos ele como sendo um ponto fixo, e
modificamos a profundidade e inclinação para obter o ponto a jusante.

Para o trecho 8-1, faremos o contrário. Deixaremos o ponto a jusante como sendo fixo, e
modificaremos as profundidades e inclinações para obter o ponto a montante. Pois assim, haverá
menos recálculos em todo o sistema, fora que o ponto a montante do trecho 8-1 é um início de
um trecho novo, logo a vazão é zero, interferindo ainda menos no sistema como um todo.

Com isso, sabendo que com a Inclinação Mínima haverá um ∆𝑍= 0,61m, temos que a tubulação
terá cota superior de 797,76m. Mas será que isso já garante um recobrimento mínimo no ponto
a montante? Verificaremos!

Sabendo que a cota do terreno do ponto a montante é 800, temos que o recobrimento será de
800-797,76 = 2,24m>1,35m. Dessa forma, o recobrimento está OK.

Agora vamos tentar obter o Diâmetro da tubulação. Para isso existem duas possibilidades:
𝑌
➢ ≤ 0,75
𝐷
𝑌
➢ 𝑠𝑒 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 , ≤ 0,50
𝐷

Novamente, partiremos de um PRESSUPOSTO de que será a primeira opção. Após


obter os resultados, conferiremos se 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 .

𝑌
Considerando, então, que ≤ 0,75, temos:
𝐷
0,375 0,375
𝑄𝐹 0,002
𝐷 = (0,046 ) = (0,046 ) = 0,0797𝑚
√𝐼 √0,0061

A tubulação que consegue respeitar esse diâmetro é a de 150mm (0,150m).


𝑌
Vamos verificar agora se para Vazões Iniciais e Vazões Finais, o ≤ 0,75
𝐷

137
Analisando Vazões Finais, observe que:
𝑄𝐹 0,002
= = 0,0256
√𝐼 √0,0061

Procurando esse valor, na tabela para diâmetro de 150mm, temos:

Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,0252 (y/D = 0,275) e 0,0298 (y/D = 0,3) para
obter o 0,0256, temos que:
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
= 0,277<0,75
𝐷

Com isso, já é possível obter o 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 , interpolando-se os valores 0,159 (y/D = 0,275) e 0,171
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
(y/D = 0,3) para obter o = 0,277.
𝐷
𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙
Dessa forma: = 0,160 → 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,160 ∗ 0,150 = 0,024.
𝐷

138
Analisando Vazões Iniciais, observe que:
𝑄𝐼 0,0015
= = 0,0192
√𝐼 √0,0061
Procurando esse valor, no diâmetro 150mm, temos:

Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,0169 (y/D=0,225) e 0,0209(y/D = 0,25) para
obter 0,0192 temos que:
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
= 0,24 < 0,75
𝐷
Com isso, já é possível obter o 𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 , interpolando-se os valores 0,134 (y/D = 0,225) e 0,147
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
(y/D = 0,25) para obter o = 0,24.
𝐷
𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
Dessa forma: = 0,1418 → 𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 0,1418 ∗ 0,150 = 0,02127
𝐷

Para obter a confirmação que nossa hipótese inicial é válida, temos que confirmar se 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 :

139
Velocidade Final
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Verificando a tabela, utilizando-se do = 0,277, temos:
𝐷

𝑉𝑓 0,5𝑚 5𝑚
= 6,4 → 𝑉𝑓 = 6,4 ∗ √0,0061 = < (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎)
√𝐼 𝑠 𝑠

Velocidade Crítica

Como já obtivemos o 𝑅𝐻𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 , temos que:

2,91𝑚
𝑉𝐶 = 6 ∗ √𝑔 ∗ 𝑅𝐻𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 6 ∗ √9,8 ∗ 0,024 =
𝑠

Nota-se, portanto, que 𝑉𝑓 < 𝑉𝐶 , mostrando que nossa pressuposição inicial estava correta.

140
Tensão Trativa

Para a tensão trativa, utilizaremos o Raio Hidráulico Inicial (𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ), que já obtivemos. Logo:

𝜎𝑇𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 = 𝛾 ∗ 𝑅𝐻𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗ 𝐼 = 9810 ∗ 0,02127 ∗ 0,0061 = 1,27𝑃𝑎


> 1 (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎)

A velocidade inicial é obtida analogamente à velocidade final explicada anteriormente, porém


𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
utilizando-se , logo:
𝐷

Fazendo-se as ponderações necessárias:


𝑉𝑖 0,38𝑚 5𝑚
= 4,87 → 𝑉𝑖 = 4,87 ∗ √0,0061 = < (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎)
√𝐼 𝑠 𝑠

Organizando em uma tabela temos:

141
Trecho 7-7:

• Inclinação do terreno

O trecho inicia-se (montante) em uma cota 𝑍𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 798,5𝑚, e finaliza em uma


cota 𝑍𝐹𝐼𝑛𝑎𝑙 = 799𝑚 . Logo, o terreno possui uma inclinação não favorável de:

𝑍𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 −𝑍𝐹𝐼𝑛𝑎𝑙 798,5−799 𝑚


𝐼𝑇𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜 = = = −0,005 𝑚
𝐿 100

• Vazão Inicial a ser acrescida por infiltração (𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 )

O trecho possui comprimento de 100m e, pelo enunciado, a Taxa de Contribuição


Linear Inicial é 0,008 L/(s.m), dessa forma:

𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,008 ∗ 100 = 0,8
𝑠

• Vazão Inicial a ser acrescida por infiltração (𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 )

O trecho possui comprimento de 100m e, pelo enunciado, a Taxa de Contribuição


Linear Final é 0,02 L/(s.m), dessa forma:

𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,02 ∗ 100 = 2
𝑠

• Vazão Total Inicial (𝑄𝑖 )

A vazão a montante é a soma das vazões que chegam nesse ponto. Logo:
𝑄𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 10,8 + 1,5 = 12,3 𝐿/𝑠
𝐿
𝑄𝑖 = 12,3 + 𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 13,1
𝑠

• Vazão Total Final (𝑄𝐹 )

A vazão a montante é a soma das vazões que chegam nesse ponto. Logo:
𝑄𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 37 + 2 = 39 𝐿/𝑠
𝐿
𝑄𝐹 = 39 + 𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 41
𝑠
:
• Inclinação Mínima da tubulação

𝑚
𝐼𝑀í𝑛 = 0,0055 ∗ 13,1−0,47 = 0,00164
𝑚

• Diferença de Cota entre Montante e Jusante do trecho

∆𝑍 = 𝐼𝑀í𝑛 ∗ 𝐿 = 0,00164 ∗ 100 = 0,164𝑚

142
Esse ultimo trecho tem a peculiaridade de que o terreno está subindo. Porém, como a
tubulação deve descer, vamos verificar se ficaria muito profundo (acima de 3m que dificultaria a
operação).

Observando o esquema representado, nota-se que a tubulação irá descer mais 0,164m em
relação à cota 797,15. Dessa forma, o recobrimento no ponto a jusante será de 799-797,15-
0,164 = 2m>1,35. Então ainda é possível utilizar sem a necessidade de bombeamento (ainda
funciona por gravidade).

Agora vamos tentar obter o Diâmetro da tubulação. Para isso existem duas possibilidades:
𝑌
➢ ≤ 0,75
𝐷
𝑌
➢ 𝑠𝑒 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 , ≤ 0,50
𝐷

Novamente, partiremos de um PRESSUPOSTO de que será a primeira opção. Após


obter os resultados, conferiremos se 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 .

𝑌
Considerando, então, que ≤ 0,75, temos:
𝐷
0,375 0,375
𝑄𝐹 0,047
𝐷 = (0,046 ) = (0,046 ) = 0,333𝑚
√𝐼 √0,00164

A tubulação que consegue respeitar esse diâmetro é a de 350mm (0,350m).Porém, na


tabela que utilizamos para obter os demais valores, não há esse diâmetro, então peguei
o diâmetro imediatamente maior (375mm).
𝑌
Vamos verificar agora se para Vazões Iniciais e Vazões Finais, o ≤ 0,75
𝐷

Analisando Vazões Finais, observe que:


𝑄𝐹 0,047
= = 1,16
√𝐼 √0,00164

143
Procurando esse valor, na tabela para diâmetro de 375mm, temos:

Fazendo-se as interpolações, temos que:


𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
= 0,577<0,75
𝐷

Com isso, já é possível obter o 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 , interpolando-se os valores 0,272 (y/D = 0,575) e 0,278
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
(y/D = 0,6) para obter o = 0,577.
𝐷
𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙
Dessa forma: = 0,2725 → 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,2725 ∗ 0,375 = 0,102.
𝐷

Analisando Vazões Iniciais, observe que:


𝑄𝐼 0,0131
= = 0,3235
√𝐼 √0,00164

Fazendo-se as interpolações, temos que:


𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
= 0,291<0,75
𝐷

Com isso, já é possível obter o 𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 , interpolando-se os valores 0,159 (y/D = 0,275) e 0,171
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
(y/D = 0,3) para obter o = 0,291.
𝐷
𝑅𝐻_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
Dessa forma: = 0,167 → 𝑅𝐻_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 0,167 ∗ 0,375 = 0,0626
𝐷

144
Para obter a confirmação que nossa hipótese inicial é válida, temos que confirmar se 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 :
Velocidade Final
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Verificando a tabela, utilizando-se do = 0,577, temos:
𝐷

𝑉𝑓 0,68𝑚 5𝑚
= 16,79 → 𝑉𝑓 = 16,79 ∗ √0,00164 = < (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎)
√𝐼 𝑠 𝑠

Velocidade Crítica

Como já obtivemos o 𝑅𝐻𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 , temos que:

6𝑚
𝑉𝐶 = 6 ∗ √𝑔 ∗ 𝑅𝐻𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 6 ∗ √9,8 ∗ 0,102 =
𝑠

Nota-se, portanto, que 𝑉𝑓 < 𝑉𝐶 , mostrando que nossa pressuposição inicial estava correta.

Tensão Trativa

Para a tensão trativa, utilizaremos o Raio Hidráulico Inicial (𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ), que já obtivemos. Logo:

𝜎𝑇𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 = 𝛾 ∗ 𝑅𝐻𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗ 𝐼 = 9810 ∗ 0,0626 ∗ 0,00164 = 1,007𝑃𝑎


> 1 (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎)

145
A velocidade inicial é obtida analogamente à velocidade final explicada anteriormente, porém
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
utilizando-se , logo:
𝐷

Fazendo-se as ponderações necessárias:


𝑉𝑖 0,49𝑚 5𝑚
= 12,11 → 𝑉𝑖 = 12,11 ∗ √0,00164 = < (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎)
√𝐼 𝑠 𝑠

Organizando em uma tabela temos:

146
Resolução Lista 13

Uma vez que a topografia não permite um deslocamento por gravidade na completude da
rede, será necessário dividir em duas bacias. Uma concentrará a maior parte do fluxo de esgoto
e o conectará até a Estação de Tratamento de Esgoto, enquanto a segunda bacia concentrará
até uma Estação Elevatória de Esgoto que, através de bombeamento, direcionará o esgoto até
um Poço de Visita da Bacia 1. Dessa maneira, espera-se que todo o esgoto da região seja
coletado e tratado.

A divisão da bacia ficou da seguinte maneira:

Fazendo-se o traçado de rede de esgoto da Bacia 1, temos:

147
Fazendo-se o traçado de rede de esgoto da Bacia 2, temos:

Por fim, temos a rede de esgoto total do local analisado:

148
ALGUMAS QUESTÕES DE P1’S ANTIGAS

1)

Dados:

População, Consumo Médio (L/s), Coeficiente de dia de maior consumo (K1),


Coeficiente de horário de maior consumo (K2), consumo da ETA, determine:

Qa →
𝐾1 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑎 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 ) × 𝐶𝐸𝑇𝐴
86400

Qb →
𝐾1 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑏 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 )
86400

Qc →
𝐾1 × 𝐾2 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑐 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 )
86400

O que acontece se a ETA puder operar 24h/dia?

Uma vez que a ETA pode operar por mais tempo no dia, as vazões Qa e Qb podem ser
menores e, ainda assim, atenderão a demanda.

O que acontece se a rede não houver reservatório domiciliar?

O K2 aumenta, uma vez que não há mais o sistema de amortecimento de picos de


horários. Dessa forma, a vazão de projeto aumentaria e o reservatório de distribuição também
aumentaria (como se o reservatório de distribuição tivesse que fazer o trabalho dos domiciliares
para amortecer os picos)

149
Para que serve a verificação do NPSH?

Para a averiguar se a bomba operará de maneira que não forme o fenômeno da cavitação

Caso não passe por essa verificação de NPSH, o que pode ser feito?

Trocar o modelo da bomba por uma mais eficiente, ou afogar a bomba

Se a tubulação da adutora sofrer um processo acentuado de incrustação, o que


acontecerá com a vazão e com a altura manométrica? O risco de cavitação será maior ou
menor neste caso?

A vazão diminuirá, uma vez que o diâmetro interno da tubulação sofrerá uma redução, além de
haver um aumento na rugosidade da parede interna dessa (aumentando a perda de carga
distribuída)

A altura manométrica aumentará, uma vez que a Perda de Carga aumenta

OBSERVAÇÃO:

Aqui o professor disse que a cavitação depende unicamente das perdas das cargas na sucção.
Embora as cavitações possam ocorrer nas tubulações de recalque (ao passar por
estrangulamentos, por exemplo) não é levado em consideração nas questões de saneamento.
Verificar com o professor durante as aulas para não ter problemas de interpretação

Como cada uma das intervenções altera as perdas no sistema?

• Substituição dos hidrômetros antigos:

Auxiliam na redução de perdas por medições equivocadas ou fraudes, ou seja, reduz as perdas
aparentes

• Uso de Geofone

Auxiliam no encontro de vazamento não visíveis e detectáveis, ou seja, reduz as perdas reais.

• Instalação de Válvula Redutoras de Pressão (VRP)

Auxiliam ao reduzir a pressão em trechos do sistema, fazendo com que a vazão em fendas e
aberturas seja menor, ou seja, reduz as perdas reais

150
T1 → Continuaria igual

T2 e T4 → Impossível dizer, pois não sabemos qual sofreu maior diferença de vazão

T6 → Diminuiria

Pressão Dinâmica em n5 → Impossível dizer

1 → 60 (trechos) – 25 (anéis) + 1 (reservatório) = 36 nós

2 → 60 trechos resultariam em 60 equações, sendo 25 direcionadas ao equilíbrio dos anéis e


35 direcionadas ao equilíbrio dos nós

3 → Poderia ser utilizado, uma vez que se trata de uma solução geral. Entretanto, poderia ser
realizado como uma equação linear não sendo, portanto, o único método.

151
ALGUMAS QUESTÕES DE P2’S ANTIGAS

a) *Aula 11*
Sabemos que o cálculo de Vazão de Início de Plano é calculado da seguinte maneira:

𝑄𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 = 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅


𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + ∑ 𝑄𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠
Onde, pelo enunciado temos:
𝐿 𝐿
88,6 = 𝐾2 ∗ 54 + 𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + 0𝐿/𝑠
𝑠 𝑠
Sabemos também, que o cálculo de Vazão de Final de Plano é calculado da seguinte
maneira:
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 = 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 + 𝐼𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 + ∑ 𝑄𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠

Onde, pelo enunciado temos:

280,6𝐿/𝑠 = 1,2 ∗ 𝐾2 ∗ 145𝐿/𝑠 + 𝐼𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 + 0𝐿/𝑠

Temos então duas equações, com duas incógnitas:

88,6 = 54 ∗ 𝐾2 + 𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
280,6 = 174 ∗ 𝐾2 + 𝐼𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙

Como nada foi informado sobre variação de Vazões de Infiltração, e nenhuma menção sobre
mudança de comprimento do trecho, temos que:

𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐼𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝐼

Logo, resolvendo o sistema temos:

280,6 − 88,6 = (174 − 54) ∗ 𝐾2 → 𝐾2 = 1,6

Substituindo em qualquer uma das equações anteriores temos:

88,6 = 54 ∗ 𝐾2 + 𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 → 88,6 = 54 ∗ 1,6 + 𝐼 → 2,2 𝐿/𝑠

Porém, ele pergunta sobre Taxa de Infiltração (𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 ), não sobre Vazão de Infiltração,
então temos que, para o comprimento da rede simples (L):
𝐼 2,2 𝐿/𝑠 𝐿
𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = = → 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 0,4
𝐿 5,5 𝑘𝑚 𝑠 ∗ 𝑘𝑚

152
b) *Aula 11*
Mudança nos trechos:
1710m → Rede Dupla, logo:
5500-1710 = 3790m → Rede Simples

Considerando um comprimento Virtual:

LDuplo 2 ∗ 1710
Lvirtual = LSimples + = 3790 + → Lvirtual = 5500𝑚 = 5,5𝑘𝑚
2 2
Rede Simples Rede Duplas

𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙
Início 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 2 ∗ 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙

𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑄 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Final 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 2 ∗ 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙

Rede Simples Rede Duplas

1,6 ∗ 54 2,2 𝐿 1,6 ∗ 54 2,2 𝐿


𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + = 16,11 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + = 8,05
Início 5,5 5,5 𝑠 ∗ 𝑘𝑚 2 ∗ 5,5 2 ∗ 5,5 𝑠 ∗ 𝑘𝑚

1,2 ∗ 1,6 ∗ 145 2,2 𝐿 1,2 ∗ 1,6 ∗ 145 2,2 𝐿


𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + = 51,02 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + = 25,51
Final 5,5 5,5 𝑠 ∗ 𝑘𝑚 2 ∗ 5,5 2 ∗ 5,5 𝑠 ∗ 𝑘𝑚

c) Vazão final de projeto será

𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = (𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠 ∗ 𝐿𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠 ) + (𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑜 ∗ 𝐿𝑑𝑢𝑝𝑙𝑜 )

𝐿
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = (51,02 ∗ 3,79) + (25,51 ∗ 2 ∗ 1,71) → 𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 280,61
𝑠

153
Pergunta chata que questiona se existe relação entre esses temas e essas equações.

Marquei aqueles que eu acho que possui relação direta. As “justificativas” estão na página
seguinte.
0,375
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑉𝐶𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎 = 6√𝑔 ∗ 𝑅ℎ 𝜎 = 𝛾 ∗ 𝑅ℎ ∗ 𝐼 𝐼𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 = 0,0055 ∗ (𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 )−0,47 𝐷𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 = (0,046 )
√𝐼

Deduzida
Matematicamente
(Conceitual)

Deduzida
Matematicamente a
partir da equação de
Manning

Ajustada a partir de
Dados Experimentais
Medidos em
Laboratórios

Ajustadas a valores
calculados a partir da
Equação de Manning

Vazão Inicial de Projeto

Vazão Final de Projeto

Escoamento Aerado

Auto Limpeza

Lâmina

154
“Justificativas”

• Velocidade Crítica → Ajustada a partir de dados experimentais medidos em


laboratório (Número de Boussinesq). Deve-se utilizar o Raio Hidráulico de Final de
Projeto, então deve-se utilizar Vazão de Final de Projeto. Serve para garantir se o
Escoamento será aerado ou não, bem como delimitar o tamanho máximo da lâmina
(0,75 ou 0,5).
• Tensão Trativa → Deduzida matematicamente, a partir de umas aproximações.
Deve-se utilizar o Raio Hidráulico de início de projeto, pois garante a autolimpeza do
sistema.
• Inclinação Mínima → Eu acho que entra como “Ajustada a valores calculados a partir
da equação de Manning”. No slide 4 da Aula 12, ele mostra um gráfico e uma
equação que foi obtida fazendo diversas inserções de valores de Manning. Depois
disso, foi feita uma linearização dos dados. Essa equação é para Manning igual a
0,013 e lâmina menor que 0,75. Deve-se utilizar a Vazão de Início de Projeto, e
garante que a Tensão Trativa fica acima de 1 Pa, ou seja, garante a AutoLimpeza.
• Diâmetro Mínimo → “Deduzida Matematicamente a partir da equação de Manning”,
considerando n = 0,013 e lâmina a 0,75. Deve-se utilizar a Vazão de Final de Projeto.

155
Referências:
• Conduto forçado e conduto livre

http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila%20IT%20503/IT503%20Cap%207.pdf

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4431466/mod_resource/content/0/Aula%206%20%20HIDRA%C3%9ALICA%20
Condutos%20For%C3%A7ados.pdf

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hidr%C3%A1ulica_aplicada_a_tubula%C3%A7%C3%B5es

• Aqueduto

https://pt.wikipedia.org/wiki/Aqueduto

https://escola.britannica.com.br/artigo/aqueduto/480638

https://conceito.de/aqueduto

• Adutora

Video-Aula, primeira aula

https://wp.ufpel.edu.br/hugoguedes/files/2019/10/Aula-5-Adutoras.pdf

https://portalconstrucao.com.br/adutora/

https://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-adutora.html

• Sifão

http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/pressao/cotidiano_dp/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sif%C3%A3o

http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicionario/2009/02/o-que-e-sifao/

• Sifão Invertido

http://site.sanepar.com.br/sites/site.sanepar.com.br/files/informacoes-tecnicas/mps-versao-2017/modulo_09.4_-
_diretrizes_travessia_e_sifao_invertido_maio-2018.pdf

https://www.passeidireto.com/arquivo/35296725/componentes-do-sistema-de-esgotamento-sanitario/12

- Ventosas e Descarga

https://eg.uc.pt/bitstream/10316/38452/1/Analise%20de%20criterios%20de%20dimensionamento%20de%20ventosas%
20em%20sistemas%20adutores.pdf

- Barrielte

https://www.engenhariacivil.com/dicionario/barrilete

https://www.totalconstrucao.com.br/barriletes/

-cavitação

https://www.youtube.com/watch?v=cxncLeHSuLE

https://www.youtube.com/watch?v=KEEPE-cCV60

http://pneumaticsolucoes.com/valvula-solenoide/

http://www.abametalurgica.com.br/post/como-quando-e-por-que-usar-valvulas-solenoides

https://www.diariodolitoral.com.br/noticias/o-que-sao-e-para-que-serve-osregistros-hidraulicos/33444/

https://www.youtube.com/watch?v=Yo-pspzRwjw

156

Você também pode gostar