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Colaboração:
- Abastecimento de Água
1ª aula – Introdução.......................................................................................................004
3ª aula – Reservatório....................................................................................................011
4ª aula – Captação.........................................................................................................021
5ª aula – Adutora............................................................................................................026
9ª aula – Perdas.............................................................................................................044
- Redes de Esgoto
- Exercício 1.................................................................................................................................078
- Exercício 2.................................................................................................................................080
- Exercício 3.................................................................................................................................084
- Exercício 4.................................................................................................................................089
- Exercício 5.................................................................................................................................093
- Exercício 6.................................................................................................................................097
- Exercício 7.................................................................................................................................105
- Exercício 8.................................................................................................................................110
- Exercício 9.................................................................................................................................118
-Exercício 10................................................................................................................................121
- Exercício 11...............................................................................................................................123
- Exercício 12...............................................................................................................................128
- Exercício 13...............................................................................................................................147
-Referências...............................................................................................................................................156
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Recapitulação
Vamos aqui apenas relembrar alguns termos que a disciplina usa com bastante
frequência. Só um resumo dos principais termos que utilizam na aula:
• Aqueduto → canal artificial para transpor água de um local até outro. Pode ser
de conduto forçado ou conduto livre.
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• Sifão Invertido → tubulação que passa por debaixo de um obstáculo. Funciona
por conduto forçado e por gravidade, então sempre seguirá de maneira
decrescente de acordo com as cotas topográficas. Será detalhado mais à frente
no resumo.
• Cavitação → A molécula d’água possui uma propriedade física chamada
Pressão de Vapor, tal propriedade mostra a tendência de um líquido em virar
gás. A pressão externa que pressiona esse líquido (maioria das vezes é a
Pressão Atmosférica) é o que garante que essa molécula não mude de estado,
sempre comprimindo e sendo maior do que a Pressão de Vapor. Quando
forçamos o fluxo de água em uma tubulação, devido às perdas de cargas, essa
pressão externa acaba diminuindo drasticamente, podendo ser menor do que a
Pressão de Vapor daquele líquido. Dessa forma, algumas moléculas mudam de
estado rapidamente (virando gás) e depois retornam ao estado líquido
novamente. Essa implosão das bolhas é chamada cavitação e pode danificar os
componentes do sistema todo. Será detalhado mais à frente no resumo.
• Pressão Estática → É a pressão que leva em consideração a altura geométrica
em que se localiza o reservatório (quanto mais alto, maior a pressão que o
líquido exerce na tubulação). Somada à altura do nível d’água dentro do
reservatório.
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1ª aula – Introdução
Sabemos que todas as populações são dependentes de recursos hídricos e, para isso,
manipular de maneira adequada as principais fontes de água presentes na natureza, transportá-
las de maneira mais eficiente e tratá-la para o consumo adequado mostraram-se essenciais para
o sucesso de uma civilização. Tal fato pode ser observado em artefatos arqueológicos datadas
desde 1500 A.C na Grécia, passando por construções romanas antigas, até os dias modernos.
Nessa matéria vamos analisar com mais detalhes a logística de distribuição dos recursos hídricos
de maneira a satisfazer de maneira econômica uma população.
Mesmo todas as populações se mostrando super dependentes desse recurso, até hoje
no Brasil uma porcentagem gigantesca da população não tem acesso à água tratada nem ao
sistema de esgoto. Para termos uma noção, cerca de 21% da população não possui água
encanada, alguns que possuem não a recebem de maneira contínua e nem com qualidade
adequada, e cerca de 40%da população não tem acesso ao esgoto, e da porcentagem coletada
cerca de 25% não recebe tratamento.
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Dentre as diversas componentes que podem alterar consideravelmente o preço de um
sistema de abastecimento de água, alguns podem mudar sua porcentagem de participação do
custo total de acordo com a população a ser atendida. Podemos citar, por exemplo:
Com isso é possível observar que é necessário otimizar cada vez mais o sistema de
distribuição de água para a população, ainda mais sabendo que os grandes centros urbanos
estão contendo ainda mais pessoas no decorrer dos anos.
Quando vamos fazer um projeto é necessário antes fazer uma concepção, ou seja,
buscar informações sobre o assunto, alternativas, levantamento de diretrizes e parâmetros que
possam embasar o projeto. Se houver mais de uma alternativa, o ideal é fazer um pré-
dimensionamento para termos dados quantitativos para refinar as opções. A escolha da
alternativa se baseia em quatro princípios de análise: comparação técnica, econômica, ambiental
e social. Em resumo, não começa um projeto do nada, com dados tirado do orifício anal. Estude
e mostre algumas alternativas.
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2ª aula – Consumo de Água
Nessa aula tem um foco maior no cálculo de consumo de água, para assim conseguir
dimensionar de maneira mais precisa as vazões de projeto. Isso é de extrema importância, já
que (como foi visto na primeira aula), os custos para realizar todo um sistema de distribuição de
água são bem elevados, então não pode haver sobras desnecessárias e principalmente não
pode faltar.
São diversos fatores que podem influenciar o volume total a ser consumido em um
município. Desde o tipo de destino da água como, por exemplo, ser consumo residencial,
comercial, de uso público (shoppings, parques etc.) e industrial. Além disso, existe fatores que
afetam o consumo, desde condições climáticas, preço da água, redes de esgoto, hábitos e nível
de vida da população etc. De acordo com o consumo da SABESP, cerca de 75% do volume
consumido é de uso residencial, 1,5% é de uso industrial (diversas indústrias possuem captação
própria).
Figura 5 - Cálculo de consumo efetivo per capita (não é considerado as perdas ainda)
Porém, não é apenas isso que tem que ser levado em conta para o dimensionamento de
uma região. É preciso considerar possíveis perdas no processo, ficando da seguinte maneira:
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Até aí beleza. Se multiplicarmos o consumo per capita pela população, conseguiríamos
a Vazão Média que eu tenho que fornecer ao sistema. Mas além disso, temos mais um problema
(uhullll!!!!).
O consumo de água varia conforme os meses do ano (no verão o consumo é maior do
que no inverno), então manter a vazão na média pode ocorrer épocas em que há falta de água
e épocas em que há excesso. Como a ausência de água é muito pior do que o excesso (já que
o excesso posso até vender para outras cidades), é considerado o dia com o pior consumo do
ano, e obtemos um coeficiente (K1):
Além disso, temos que considerar o horário mais crítico, uma vez que de madrugada o
consumo é menor do que ao longo do dia, criando-se o coeficiente de horário de maior consumo
(K2):
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Com os dois coeficientes (K1 e K2) eu tenho o horário mais crítico do dia mais crítico do
ano, tornando o sistema com um nível de segurança considerável para o consumo anual.
Agora temos uma questão mega relevante, não somente para saneamento, mas para
todo um sistema de logística de uma cidade que é “quanto a população vai crescer?”. Para o
caso de saneamento, é necessário considerar pelo menos 20 anos para compensar o
investimento, então é necessário estimar a população para daqui a 20 anos.
Existem alguns tipos de estudos para estimar a população futura vista nessa disciplina,
como por exemplo:
Método mais intuitivo e a mais precisa. Ele considera quantas pessoas nascem,
quantas morrem, quantos imigram e quantos emigram. Tem a desvantagem de obter os dados,
principalmente para muitos anos à frente.
• Método matemáticos:
São modelos que tentam prever a população. São mais fáceis de obter os dados,
porém possuem um certo grau de imprecisão. Dentre os métodos podemos destacar:
▪ Método aritmético
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▪ Método Geométrico
Analisa diversas cidades. Primeiramente você analisa uma cidade (cidade A), depois
você analisa outras cidades com populações maiores e com relação socio econômica similar à
cidade A (cidades B, C, D, E). A partir disso, você estuda como a população cresceu nessas
cidades, e tenta extrapolar essa relação de maneira similar à cidade A.
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Com isso podemos estimar a população de uma região.
Embora aqui nos refiramos a uma população de um município, a maneira mais correta
de se levantar esses dados é dividir o município em zonas (uma vez que existem zonas com
modificações demográficas muito mais intensas do que outras), realizar esse estudo em cada
zona, e por fim somar todas as zonas para se obter a população do município.
Existem casos em que a população de uma cidade varia muito ao longo do ano,
principalmente em cidades turísticas. Essas cidades precisam de um cuidado ainda maior na
estimativa de uma população futura. Mas não entramos em muitos mais detalhes nesse assunto
para essa disciplina
Consumo especial (Qesp) se refere a algum item diferente como shopping, parques etc.
Leva em conta a vazão do dia mais crítico (K1), mas não precisa mais do
consumo da ETA.
Leva em conta a vazão do dia mais crítico (K1) e do horário mais crítico (K2).
O sistema correto deverá fornecer água 24h/dia para a população, porém o sistema
produtor de água pode funcionar com menos horas, desde que trabalhe focado em horário nos
quais o consumo de água não seja excessivo e aumente a vazão para encher o reservatório de
maneira mais rápida. Ou seja, trabalha muito de madrugada pra poder desligar de manhã. Assim,
entra mais água do que sai no reservatório, e toda a população continua abastecida.
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3ª aula – Reservatórios
Quais as classificações?
Pode ser classificado de maneiras diversas.
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▪ Reservatórios a jusante da comunidade que está sendo abastecida;
A localização dos reservatórios, não importa qual seja, tem que permitir o
abastecimento da rede com:
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A escolha vai depender do relevo e do tipo de zona que eu estou abastecendo. Os
reservatórios elevados são bons para garantir uma carga e conseguir alimentar zonas mais
elevadas do município, funcionando muitas vezes por gravidade. Porém tem o empecilho de ser
muito custoso, e o volume do reservatório não pode ser tão grande (pois é muito difícil sustentar
o peso da água lá de cima). Os reservatórios apoiados/enterrados conseguem armazenar um
grande volume de água, porém precisam de bombeamento para que consigam alimentar a
demanda.
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Posso ter, ao invés de um reservatório, um conjunto de reservatórios que trabalham
juntos, os chamados “Centros de Reservação”;
Vamos agora tentar calcular o volume dos reservatórios. Para isso vamos relembrar que
o volume tem que atender o consumo dos usuários, além de servir como segurança ao
abastecimento caso haja algum problema na distribuição, regularizam as pressões e em alguns
casos para combate aos incêndios.
Para isso, é possível se encontrar com duas situações: você disponibilizar de uma curva
de consumo (o que seria ótimo, lindo, perfeito e maravilhoso) ou você não disponibilizar de uma
curva de consumo (o que você teria que estimar). Vamos tentar observar o que acontece em
cada caso:
Vamos lembrar que o consumo dos usuários não é constante, dessa forma é
possível observar períodos em que o consumo é muito elevado e períodos em que o consumo é
reduzido drasticamente. Dessa maneira, pode-se aproveitar tais períodos nos quais o consumo
é reduzido para encher o reservatório, fazendo com que ele dê conta de alimentar o sistema até
nos horários mais críticos, como simplifica a figura:
Teoricamente, se tudo der certo, a área destacada como “reservatório enchendo” deve
ser igual à “reservatório esvaziando”, dessa maneira o reservatório consegue, de maneira
idealmente econômica, atender o sistema. Podemos calcular tal área, caso obtenhamos a função
dessa curva, através de uma integral. Caso contrário, podemos utilizar alguns métodos gráficos
como:
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▪ Adução Intermitente
Ocorre em períodos específicos, ou seja, não funciona 24h por dia. Dessa forma,
como funciona menos horas por dia, é necessário que as vazões de adução sejam maiores, uma
vez que precisam levar o mesmo volume desejado em um menor tempo.
Note, pelo esquema, que no momento que a adução estiver operando é necessário que
ela encha o reservatório de tal maneira que após as 19h30, mesmo com o reservatório
esvaziando o consumo seja atendido. As áreas hachuradas teoricamente deveriam ser iguais.
E se tiver incêndio??
Deve considerar o pior dos casos, ou seja, não apenas tem um fucking incêndio, mas
aconteceria no horário em que as pessoas mais consomem água. Pra isso existem regras gerais
estadunidenses e espanholas, porém no Brasil não há uma regra específica. No Brasil,
geralmente a regra de dimensionamento de combate a incêndios é direcionada nos sistemas
prediais.
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• E se eu não tiver a curva de consumo?
Vórtices
Sempre que falamos de sistemas hidráulicos, vórtices é algo a ser evitado ao máximo.
Isso é explicado pelo fato de vórtices injetarem ar no sistema, fazendo com que:
• A vazão diminua nas adutoras → como pode existir tubulações com curvas e
sinuosidades, o ar pode ficar preso em um ponto elevado da tubulação, fazendo
com que menos água passe naquele trecho
• Reduza a capacidade de um reservatório → como o reservatório terá ar preso
em seu interior, ao se encher de água caso esse ar não sai, haverá um aumento
de pressão que diminuirá o recebimento de água no reservatório
• Diminua a eficiência e vazão das bombas → existem bombas que necessitam
de água para seu funcionamento adequado e não queime todo o sistema, caso
haja a presença de ar em diversos momentos, pode haver uma danificação na
bomba
• Vibração → Vibrações forçam todos os componentes de distribuição a cargas
que eles não foram dimensionados, podem movimentar e soltar solo, romper
peças importantes, ou causar uma ruptura geral.
Como evitar?
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Outros métodos são criar barreiras que impedem que o vórtice formado entre na
tubulação, como:
Poço de rebaixo:
Mesmo princípio de manter uma lâmina d’água para evitar a entrada de ar, porém você
força uma movimentação circular para que o fluxo não seja prejudicado:
Caso a tubulação seja inserida no topo do reservatório, é de se imaginar que não haverá
água acima dele, logo terá uma entrada livre.
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Figura 32 - Esquema de alimentação de reservatório elevados por entrada livre
Uma das vantagens de uso assim, é que o dimensionamento da bomba é destinado para
vencer apenas a altura geométrica do sistema, não precisando considerar se haverá uma
barreira de água na saída da tubulação.
A entrada afogada nesse caso, faz com que você tenha que vencer uma altura
geométrica consideravelmente menor, porém na saída deverá vencer uma coluna de água. O
problema é que essa coluna de água varia, as vezes vai ter que vencer uma pequena coluna de
água, as vezes vai ter que vencer uma grande coluna. Além disso, precisará de um equipamento
que garanta que o fluxo seja unidirecional, para que o fluxo de água não retorne caso a bomba
desligue. Perguntei para o professor qual seria a vantagem de usar essa entrada e ele me
respondeu que existem casos em que a lâmina d’água é muito pequena a maior parte do tempo,
fazendo com que uma entrada afogada compense se considerar um longo período de uso.
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Boia → bem similar a alguns vasos sanitários e presente em caixas d’água. Utiliza uma
boia presa a uma alavanca, que ao ter um nível de água elevado acaba fechado o registro. Caso
o nível seja muito baixo, acaba abrindo o registro.
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Segue abaixo um corte de um reservatório elevado simplificado:
Extravasor é igual a um ladrão de caixa d’água, que é basicamente para caso o sistema
de fechar o registro não funcione, o excesso de água possa escorrer para fora do reservatório.
Deve ser colocado de maneira que a água escoada faça um alerta para os operadores do
sistema. Então é ideal é que seja uma saída exposta e que ao cair seja visível e/ou faça um
barulho. “Extravasa, libera e joga tudo pro ar” ♪♫
✓ Tubulação de saída com válvula e dispositivo a jusante para entrada de ar, para que o
interior do reservatório fique sempre à pressão atmosférica.
✓ Poço de rebaixo que permite aproveitar o máximo volume do reservatório
✓ Acesso e escadas
✓ Para-raios
Volume útil → é aquele que a gente estava calculando, é o volume que a população irá
utilizar em uma operação normal
Volume nominal → é o volume que o reservatório tem que aguentar, considera os limites
que evitariam o surgimento de vórtices, o volume útil, uma folga de segurança, e o limite da bóia
para evitar problemas com imprecisões (também é para dar uma margem de segurança)
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4ª aula → Captação
Nessa aula vamos dar uma olhada em captações de água. Primeiramente vamos ver a
capitação superficial (córregos, rios, lagos, represas) e depois vamos para as subterrâneas
(aquífero freático e artesiano).
O princípio para o bum funcionamento de um sistema de captação diz que ele deve
funcionar ininterruptamente e em quantidade suficiente para o desejado. Quanto melhor a
qualidade da água captada, melhor para o sistema, pois o tratamento é muito caro. Além disso,
deve fazer com que a manutenção seja possível
Em geral, o uso de captação superficial vem sendo cada vez mais difícil, uma vez que
essas fontes de água doce já são naturalmente mais escassas (comparadas com o volume de
água do planeta), além disso é a qualidade dos mananciais são prejudicados devido às
atividades humanas em geral, e em alguns casos em ações naturais. Pra isso é observado
algumas medidas de controle, que podem ser:
→ Antes de captação
→ Na captação
Remoção de algas
Aeração da água;
→ Após a captação
Controle de erosão
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Para escolher um manancial temos que observar alguns fatores principais:
Algo que precisa tomar cuidado ao escolher uma captação em curso de água, é que não
pode haver formação de bancos de areia. Em trechos dos rios em que há muitas curvas, caso o
nível da água abaixe muito, é comum a presença de bancos de areia. Uma maneira é utilizar
trechos retos dos rios, ou até criar uma pequena barragem de nível (que é em menor do que
aquelas de represamento, serve apenas para elevar o nível do rio um pouco). O rio também tem
que ter margens estáveis e a salvo de inundações.
→ Tomada d´água (onde se retira a água), deve tomar cuidado para que a
velocidade seja maior do que 0,6m/s e evitar vórtices.
→ Dispositivos de controle
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Figura 39 - Representação esquemática de tomada d'água
Mas e se eu captar de mananciais com grande variação de nível de água? Aí....vamos para
algumas opções:
➢ Torre de tomada
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Figura 41 - Representação em corte da Torre de Tomada de água
➢ Captação flutuante
Instala-se sobre balsas e todo o sistema desce e sobe junto com a água.
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Vamos agora verificar caso optemos por Captação subterrânea:
Vamos tentar diferenciar os aquíferos que vemos nessa aula. O primeiro é o aquífero
livre ou freático, que fica geralmente mais próximo da superfície, eles seguem o nível da água.
Temos também o aquífero confinado ou artesiano, que fica confinado entre duas camadas
impermeáveis de solo (aquiclude) e que funcionam como uma tubulação natural. A água desse
aquífero vem pressurizada, eles seguem o nível da superfície piezométrica.
Como perfurar?
Métodos Percussivos → através de golpes, porradas, marteladas, socos, impactos (por isso a
mesma raiz da palavra “percussão”)
Repare que os diâmetros não são elevados, justamente porque é muito caro. Então é
dimensionado o menor tamanho possível pra caber a bomba e chegar na vazão desejada.
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5ª aula → Adutora
Os Materiais mais comuns podem ser “Metálicos” (como aço e ferro fundido dúctil) que
possuem grandes resistências às pressões, grande estanqueidade e uma enorme gama de
diâmetros disponíveis; ou os “Não Metálicos” (como o Polietileno (PE) e o Polipropileno (PP) e
Poliéster com Fibra de Virdo (PRFV)) que possuem grandes resistência química, menor
rugosidade, grandes comprimentos, baixa celeridade (Leu isso com a voz do Alfredini neh!?)
Alguns tipos de juntas (tem muitas, então vou citar apenas algumas):
• Soldada
• Junta Elástica (estanqueidade depende do anel de borracha)
• Junta Flangeada (pode conectar vários materiais, desde que os Flanges sejam
padronizados)
Os tipos de adutoras podem ser divididos de acordo com a forma que a água é transportada.
Podendo ser:
Para traçar uma adutora, é necessário sempre considerar a linha piezométrica, mantendo-a
sempre acima da saída. O traçado de uma adutora não é sempre o caminho mais curto (quem
dera). Ele leva em consideração também a presença de vias, áreas de proteção ambiental,
topografia do terreno, entre outras questões.
1
𝑄𝐶𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜 𝐿𝑖𝑣𝑟𝑒 = 𝑆 × 𝑅ℎ 2,63 × √𝐼
𝑛
𝑄𝐶𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜 𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑑𝑜 = 0,2785 × 𝐶 × 𝐷2,63 × (𝑗)0,54
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Considerações para encher uma adutora:
Descarga → feita para esvaziar a adutora. Localizada em zonas baixas das adutoras,
podem descarregar em rios e mananciais
A adutora deve ser construída e posicionada com o intuito de sempre evitar a entrada de
ar e sempre evitar que o ar fique aprisionado em algum trecho. Alguns métodos para evitar isso
é evitar vórtices, tubulações sempre preenchidas com água, ventosas (simples ou de tríplice
função)
Além disso, é necessário fazer limpezas nas tubulações para que a rugosidade seja
sempre favorável ao escoamento. A cada limpeza, o Coeficiente cai ainda mais rápido. Um
equipamento comum para essa limpeza é o “polly-pig”, que é um instrumento que é introduzido
na tubulação e desgastas as incrustações.
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6ª aula → Estação elevatória
Vamos agora tentar explicitar duas coisas que podem confundir bastante, mas que ambas
são muito importantes para o dimensionamento de adutoras.
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NPSH
Lembrando que a pressão de vapor é uma propriedade física que representa a tendência
de um líquido se vaporizar. Conforme o ambiente em que a molécula de água está inserida, essa
pressão de vapor pode superar a pressão do ambiente, fazendo com que a molécula saia do
estado líquido e entre no estado gasoso.
Se fossemos falar de um copo com água, ao nível do mar, podemos observar que a
Pressão Atmosférica é a principal pressão do ambiente e, portanto, a pressão de vapor deveria
superá-la para que a molécula mude de estado
Caso esse copo estivesse em um local levemente mais elevado, como por exemplo o
pico do Monte Everest, essa pressão atmosférica seria bem menor. Dessa forma, o esforço para
que a molécula saia do estado líquido e entre no gasoso é consideravelmente menor.
Existem diversas componentes que determinam a pressão que essa molécula sofre.
Podemos citar a pressão atmosférica, as perdas de carga, velocidade do fluido, etc. Mas o
importante é lembrar que: a pressão de vapor tem que ser menor do que a pressão do ambiente,
caso contrário a molécula mudará de estado.
O professor Podalyro falou que a explicação, em princípio, está correta (ufa kkkk) e
complementou com :
“A cavitação pode ocorrer em singularidades, como curva, Venturi, placa de orifício, redução de diâmetro,
etc....Também, como você colocou, pode ocorrer em uma adutora ou em um oleoduto se a linha
piezométrica ficar muito abaixo do eixo da tubulação, produzindo pressão baixa o suficiente para atingir a
pressão de vapor do líquido. Esta é a razão pela qual em linhas muito longas são instaladas bombas em
linha (Boosters) para aumento da pressão, deixando a linha piezométrica como dentes uma "serra".”
Então, por mais que possa ocorrer em adutoras, os professores de saneamento consideram
apenas na sucção. Recomendo que tirem a dúvida com os professores de saneamento antes
das provas, para evitar desentendimentos.
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Com isso em mente, vamos agora observar algumas situações em que posicionamos a
bomba:
➢ Considerando uma bomba que está posicionada acima do nível d’água, temos
Note que, com exceção da perda de carga da bomba, todos os outros dados dependem
do trecho da sucção e no local em que a bomba foi instalada. Para a perda de carga da bomba,
dependemos de cada fabricante. Com isso, fazendo-se uma manipulação do resultado, e
isolando a perda de carga da bomba, temos:
30
Figura 49 - Relação da perda de carga no interior da bomba (h*) com as demais relações de pressão
➢ Considerando uma bomba que está posicionada abaixo do nível d’água (bomba
afogada), temos:
Qual é a diferença entre o raciocínio? Apenas que a pressão causada pelo desnível a
ser vencido, agora está colaborando para o ganho de pressão. Seria como se a coluna
d’água, que está acima do eixo da bomba, colaborasse com a pressão. Dessa forma, a
única diferença seria:
Figura 52 - Mudança no sinal para relação com perdas de carga no funcionamento da bomba
Na aula, os professores fizeram uma fórmula única (que não leva em consideração a
velocidade), da seguinte maneira:
31
Figura 53 - Fórmula geral para funcionamento de bomba (não leva em consideração a velocidade, mas considera
uma folga)
Com isso podemos observar que, caso o 𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 não seja suficiente para evitar
a cavitação, podemos diminuir as perdas de carga ao longo da tubulação, afogar a entrada da
bomba, ou até exigir uma bomba mais eficiente com 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 menor.
Observação importante!!! Ao longo da aula e até pela demonstração, nota-se que o risco de
cavitação depende da Tubulação de Sucção, não da Tubulação de Recalque! O professor
Theo confirmou isso.
Curva característica
As bombas precisam fornecer principalmente 2 aspectos para que possamos avaliar seu
desempenho, são elas a vazão e a carga. Além disso, é conveniente sabermos o rendimento da
bomba para que os custos possam ser estimados com maior precisão.
CUIDADO!!!!
Com isso posto, devemos agora tentar estimar quais serão as nossas necessidades, e
verificar se a bomba atende. As nossas necessidades, depois de calculadas, serão traçadas na
chamada Curva Característica do Sistema.
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Figura 54 - Curva Característica da bomba e do sistema
- Comprimentos da adutora
- Diâmetro da adutora
- Altura geométrica (que ao ser somada com as perdas de carga, nos dará a Altura
Manométrica)
Com todos os dados levantados, o processo poderá ser da seguinte maneira. Vamos
tentar obter a perda de carga distribuída por toda a adutora.
𝑉𝐷
𝑅=
𝜈
Onde “𝜈” é a viscosidade cinética da água, que a 20ºC é 10−6 .
Em seguida, tentaremos obter o fator de atrito, que será necessário para determinar a perda de
carga distribuída.
64
𝑓=
𝑅
33
As perdas de carga ∆𝐻 , eu costumo pensar da seguinte maneira:
𝑉2
∆𝐻 = [𝐾]
2𝑔
Prontinho
Depois basta cruzar com a curva característica da bomba (fornecida pelo fabricante) e
obter assim o Ponto de Operação
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Volante de Inércia → Consiste em um mecanismo que fica localizado entre o motor e a bomba,
logo na saída do poço de sucção. Caso haja algum transitório hidráulico, e a onda de pressão
negativa (subpressão) vai atingir o sistema, como esse volante continua girando, acaba
bombeando a água por um tempo, diminuindo os impactos. De uma maneira mais formal, de
acordo com a Norma NBR12215→ “dispositivo acoplado ao eixo da bomba para aumentar o
momento de inércia do conjunto girante reduzindo a taxa de variação de rotação do conjunto
motor-bomba por ocasião do seu desligamento”.
o
Vantagens:
▪ Custo Baixo
o Desvantagem:
▪ Não reduz sobrepressão
▪ Consome mais energia do que sem o Volante
▪
• Reservatório Hidropneumático (RHO) → uma torre fechada e pressurizada. É
acionado quando a pressão na tubulação varia. Nesse momento, caso haja uma onda
de pressão negativa (subpressão) a água pressurizada que fica contida nele é inserida
na adutora. Caso haja uma onda de pressão positiva (sobrepressão) a água da adutora
é injetada no reservatório.
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Como mostrado no esquema, ela não precisa acompanhar a topografia, então
pode ser posicionada em diversos pontos em que não acompanhe a linha
piezométrica, uma vez que está pressurizada.
▪ Vantagens:
• Redução de Sobrepressão e Subpressão
• Não depende da topografia
▪ Desvantagem:
• Custo Elevado de Construção
• Consumo de Energia Elétrica
• Custo de manutenção com equipamentos elétricos e
pneumáticos.
• Necessidade de repor gás de compressão devido a
vazamentos do reservatório ou dissolução na água.
Perceba, pelo esquema acima, que a Chaminé de Equilíbrio pode funcionar para
amortecer tanto as Sobrepressões quanto as Subpressões (linha verde escura e linha
verde clara).
▪ Vantagens:
• Redução de Sobrepressão e Subpressão
• Sem Consumo de Energia Elétrica
• Baixa Manutenção
▪ Desvantagens:
• Custo de Construção Elevado
• Viabilidade topográfica (linha piezométrica coincide com o nível
d’água dentro da Chaminé)
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• Tanque de alimentação Undirecional (TAU) → amortece apenas a subpressão, ou
seja, permite o fluxo do tanque para a adutora apenas. Consiste num reservatório de
baixa altura, construído em concreto ou aço, aberto para a atmosfera e dotado de uma
válvula de retenção que impede a passagem da água da adutora para o reservatório,
permitindo a sua utilização em qualquer condição de pressão. O TAU alimenta a linha
quando a pressão atinge valores inferiores à sua cota piezométrica, ou seja, levanta a
envoltória das pressões mínimas até seu nível mínimo.
Pelo esquema acima, nota-se que o TAU amortece apenas os casos de subpressão (linha azul
clara).
▪ Vantagem:
• Não consome energia elétrica
▪ Desvantagem:
• Custo elevado de construção
• Não atua na Sobrepressão
• Proteção para trechos específicos da rede
• Necessita condições topográficas favoráveis
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(Dicionário) Outras coisas que eles podem cobrar
Aqui vai uma lista de coisas que já caíram em provas, porém não foram explicadas
detalhadamente em sala de aula. Talvez houvesse em partes dos livros recomendado, porém
esse livro é muito grande e pouco prático para o nosso caso, então vamos lá:
• Calha Parshall → dispositivo para medir vazão em canais abertos com fluxo por
gravidade. Além disso, podem ser utilizados para atuar como um misturador
rápido devido a turbulência que ocorre no fluido ao passar pela Calha Parshall.
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• VRP (Válvula Reguladora de Pressão): O registro de pressão é para controlar o
fluxo de água em um ponto de utilização. A passagem de água neste registro é
bem diferente em relação ao registro de gaveta, o registro de pressão possui
passagem reduzida, o que permite uma regulagem de vazão de forma a ser
ajustada de acordo com a necessidade do usuário sem danificar o registro. Ele
possui uma elevada perda de carga (perda da pressão e vazão de uma
instalação hidráulica), em relação à pressão proporcionada pela instalação, sem
promover nenhum desgaste nos componentes internos. Diferente do registro de
gaveta, o registro de pressão possui sentido de fluxo e se for instalado de forma
errada, impedirá quase que por completamente a passagem de água, por isso
deve-se prestar atenção na hora de sua instalação.
• Redução → Serve para conectar duas tubulações de diâmetros diferentes.
Podem ser:
o Excêntricas → Utilizam a lateral dos tubos como alinhamento. Ideal para
uso na Tubulação de Sucção, desde que utilizado de maneira correta,
pois evita o acúmulo de bolsões de ar.
39
7ª e 8ª aula → Redes
Redes são a parte do sistema que é responsável a colocar água potável para todos os
consumidores de forma contínua, com qualidade, quantidade e pressão adequadas.
➢ Se for classificar as redes quanto ao porte e função, elas são divididas entre:
▪ Principal: pode ser chamada de primária, tronco ou mestra. Tem como
objetivo conectar todas as redes secundárias. Possui um diâmetro
maior. Evitar colocar esse tipo de rede com tráfego intenso.
▪ Secundárias: são responsáveis por abastecer diretamente os
consumidores
➢ Caso deseje-se classificar quanto a topologia, temos:
▪ Ramificada: Traçado aberto. Cada ponto da rede é abastecido por um
caminho único.
▪ Anel ou Malhada: Traçado fechado. Múltiplos caminhos para o
escoamento
▪ Mista: mistura entre Anel e Ramificada
Pressão Máxima:
Considera-se vazão nula (ou seja, não há perdas de carga) e com nível de
água máxima nos reservatórios. Não pode ser maior do que 500kPa, ou 50mca.
Pressão Mínima:
▪ Vazões que foram “consumidas” naquele nó, porque ali tem um ponto
de consumo
▪ Vazões que não foram consumidas naquele nó, apenas passaram por
ele para serem consumidas em outros pontos da rede.
Mínimo → 0,6m/s
Máximo →3,5m/s
40
Figura 63 - Sequência de Cálculo para dimensionamento de redes
Para o cálculo de redes malhadas (anel) existem alguns métodos que foram
desenvolvidos ao longo dos anos.
Em geral, baseiam-se em “chutar” valores iniciais para as vazões nas redes, fazendo
com que se respeite as continuidades dos nós (ou seja, tudo que entra no nó, deve ser igual a
tudo que sai). Após isso, faz-se iterações com algumas alterações em cada nó, que explicaremos
mais adiante. Mas em resumo seria algo como: Primeiro algumas correções no Anel 1, que
resultará em alterações em todas as vazões pré-estimadas. Depois, de verificar todas as
alterações, faz-se correções no Anel 2, que resultará em alterações em tudo novamente. Depois
de verificar todas as alterações novamente, faz-se as correções no Anel 1, e o ciclo retorna. A
ideia é ir fazendo essas correções até que o valor a ser corrigido seja muito pequeno e possa
ser ignorado.
• Ignorar trechos das redes malhadas (dizendo que nesse trecho a vazão é 0) e
transformá-la em uma rede ramificada. Assim basta seguir igual ao dimensionamento de
redes ramificadas já explicadas anteriormente
• Considerar que todos os trechos das redes são exatamente iguais (em comprimento,
diâmetro, rugosidade, inclinação, etc). Assim, as vazões sempre se dividirão de maneira
igualitária.
• Considerar as variâncias de cada trecho e ponderar segundo as cargas. Os trechos que
possuem maior coeficiente de atrito, receberão menos vazão. (Essa aqui eu que
imaginei, então melhor confirmar depois)
Como é feita a correção? Também existem algumas opções, o mais visto em sala é:
Método de Hardy-Cross, que ele analise cada anel e faz as correções seguindo a
relação:
∑ ∆𝐻 𝐿
∆𝑄 = − ∆𝐻 , onde ∆𝐻 = (0,2785∗𝐶 )1,85 ∗𝐷2,87 𝑄1,85
1,85 ∑ 𝑄
41
Método Matricial
- Uma equação para cada anel. Organizando, dessa forma, o balanço de cargas.
- Uma equação para cada nó, EXCETO UMA. É necessário retirar um nó pois
uma das equações seria Linearmente Dependente de outras, fazendo com que ficasse
redundante. É possível, por exemplo, desconsiderar o nó que se trata do reservatório, mantendo
apenas os nós da malha. Dessa forma, organizamos a continuidade dos nós.
A montagem dos sistemas é similar ao cálculo que a gente “aprende” sobre Kirchhoff em
eletricidade, ou seja, o fluxo que entra é o mesmo que o fluxo que sai.
Para montar o balanço de cargas, devemos montar um sistema para cada anel. Nesse
caso serão dois sistemas. O sentido do fluxo é opcional, nesse caso, em ambos os anéis o
sentido será horário. Em cada anel a vazão (Q) é corrigida por um fator K específico, para a
linearização do método. Caso o sentido da vazão seja o mesmo do fluxo que você optou, o sinal
será positivo, caso contrário será negativo. Dessa forma, para cada anel temos:
Para montar a continuidade dos nós, podemos observar que são 7 nós, porém,
desconsiderando o nó 1 (que é o reservatório), podemos observar que os fluxos em cada nó são:
42
Temos então os seguintes sistemas:
(𝐾 ∗ 𝑄2 ) + (𝐾3 ∗ 𝑄3 ) − (𝐾7 ∗ 𝑄7 ) − (𝐾5 ∗ 𝑄5 ) = 0
𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑠 { 2
(𝐾7 ∗ 𝑄7 ) + (𝐾4 ∗ 𝑄4 ) − (𝐾8 ∗ 𝑄8 ) − (𝐾6 ∗ 𝑄6 ) = 0
𝑄1 − 𝑄2 − 𝑄5 = 𝑞2
𝑄2 − 𝑄3 = 𝑞3
𝑄3 + 𝑄7 − 𝑄4 = 𝑞4
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑖𝑛𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑠 𝑛ó𝑠
𝑄5 − 𝑄6 − 𝑄7 = 𝑞5
𝑄6 − 𝑄8 = 𝑞6
{ 𝑄4 + 𝑄8 = 𝑞7
0 𝐾2 𝐾3 0 −𝐾5 0 −𝐾7 0 𝑄1 0
0 0 0 𝐾4 0 −𝐾6 𝐾7 −𝐾8 𝑄 2 0
1 −1 0 0 −1 0 0 0 𝑄3 𝑞2
0 1 −1 0 0 0 0 0 𝑄4 𝑞
= 3
0 0 1 −1 0 0 1 0 𝑄 5 𝑞4
0 0 0 0 1 −1 −1 0 𝑄 6 𝑞5
0 0 0 0 0 1 0 −1 𝑄 7 𝑞6
[0 0 0 1 0 0 0 1 ] [𝑄 8 ] [𝑞7 ]
Belezinha! Agora você, teoricamente, já sabe mais ou menos como que os softwares organizam
pra resolver através das matrizes. Não vamos precisar fazer contas com isso, os professores só
cobrar que você saiba como chegou, o que levou em conta, essas coisas
43
9ª aula → Perdas
As perdas são então a diferença entre a água que entra no sistema e os consumos
autorizados.
• Perdas Reais → Água que de fato é produzida, porém não chega no consumidor
final devido a vazamentos, extravasamentos em reservatório, etc. É uma perda
física do material.
• Perdas Aparentes → Água que chega ao consumidor, porém não é
contabilizada, por erro de medição, fraudes, ligações clandestinas, etc. É uma
perda não física, mais financeira.
Uma tabela que consegue representar bem como a água está sendo utilizada é a
seguinte:
O quadrado “não faturado” é criado para situações em que não há as medições ponto a
ponto e se faz uma estimativa da região. Resultando em parcelas não faturadas, uma vez que
não é 100% preciso.
44
Os vazamentos visíveis o nome já se explica. São vazamentos em que com uma
identificação visual já somos capazes de determinar o ponto de vazamento.
Os vazamentos invisíveis, por outro lado, não são tão fáceis de serem notados. Alguns,
graças às tecnologias, são detectáveis, com por exemplo o uso de Geofones, Haste de Escuta
ou Correlacionador de Ruídos. Outros, entretanto, são bem pequenos, e não conseguimos
identificar, nem reparar. São os vazamentos inerentes.
Além disso, outro aspecto muito importante na estimativa de perdas por vazamentos, é
a pressão d’água que está atuando naquele trecho. Quanto maior a pressão, maior será o
vazamento.
Ou podemos isolar uma área por algumas horas, medir com precisão aquele
trecho e fazer uma estimativa mais bem embasada. Essa forma de avaliar se chama “Método
das vazões mínimas noturnas”.
45
Algumas soluções para eliminar ou reduzir as perdas aparentes são:
46
Sistemas De Esgoto Sanitário
Sabemos que uma parte considerável dos custos é na própria construção de redes e suas
ligações, uma vez que abrange uma região (bacia) considerável. Dessa maneira, é justificável
que o dimensionamento dessas seja cuidadoso para diminuir os gastos desnecessários. As
Estação Elevatórias podem variar conforme a topografia do local. Em ambientes com desníveis,
vales e morros gasta-se menos pois tendemos a utilizar a gravidade para o deslocamento do
material; em ambientes planos gasta-se mais energia para aplicar cargas no fluxo.
Tipos de sistemas
Sistema separador parcial → águas domésticas e parcelas das águas pluviais (coletadas
nas edificações) são unidas. As águas pluviais que escorrem das ruas são coletadas
separadamente e direcionadas para as Galerias de Águas Pluviais. Essas Galerias descarregam
em córregos (canalizados ou não).
47
Regimes Hidráulicos de Escoamento
Em emissário submarinos, sabendo que a ideia é que ela fique submersa, existem formas de
manter ela sempre ao fundo (fixando-a com blocos de concreto) ou eliminando os gases,
tornando o sistema mais denso.
Órgãos acessórios
Poço de Visita (PV) → único dispositivo em que uma pessoa pode entrar (visitável). Também é
o único que pode substituir todos os demais a seguir. Permite iniciar um coletor, mudar as
direções, mudanças de declividade, conectar mais de 3 coletores, permite degraus, entre
outras características. Precisa ter um distanciamento máximo entre PV’s de 100m.
Terminal de Limpeza (TL) → Substitui o PV no início dos coletores, ou seja, nos pontos mais a
montante (onde precisa de menos visita técnica pois a tubulação se inicia no ponto mais alto).
Permite a introdução de equipamentos de limpeza (mais simples e mais barato). É um
prolongamento da tubulação que vai até a superfície. Por motivos de economia, sabendo que
não é necessário um PV no começo da rede, SEMPRE iniciamos uma rede com TL.
Caixa de passagem (CP)→ câmara sem acesso, utilizado em mudança de material, direção ou
declividade (não é muito utilizado, pois se entupir, deu ruim)
Tubo de inspeção e Limpeza (TIL) → não visitável, substitui o PV no meio da rede. Permite a
introdução de equipamento de limpeza, mudança de declividade, mudança de material,
mudança de direção além de poder conectar outros 3 coletores. Também chamado de poço de
inspeção (PI). Pode ser de diversos materiais como plástico, concreto, alvenaria, fibra de vidro.
48
Detalhamento de um Poço de Visita (PV):
Existe uma distância máxima de 100m (entre pontos visitáveis), pois os equipamentos de
limpeza têm um comprimento máximo de 50m (50m em cada lado).
O PV é dividido em duas partes: Uma na qual o funcionário poderá ficar em pé, e trabalhar
dentro, chamamos de Balão. E outra parte que conecta a rua até o Balão, ou seja, serve para
que o funcionário desça, chamamos de Chaminé.
Dentro do PV, caso a entrada de uma tubulação fique localizada acima de 60cm do fundo do
poço, é usual colocar um tubo de queda, para que a saída seja mais próxima do fundo do PV e
desgaste menos, e para tornar o trabalho ali menos incômodo.
Figura 71 – Vista em Corte do PV - Stan Lee recebendo esgoto na altura da cintura e muito desgaste do fundo do PV
Figura 72 – Vista em Corte do PV - Stan Lee recebendo esgoto nos pés e pouco desgaste no fundo do PV
O PV pode ser feito com alvenaria ou com anéis de concreto pré fabricado (aduelas).
49
Tubulação (mm) B(m) H(m)
Φ150 a 450 1,0 1,8
Φ500 a 800 1,2 2,0
A saída do PV (assim como a do TIL) é SEMPRE ÚNICA, então no fundo no PV é comum ter
um direcionamento feito por canaletas de argamassa.
Traçado de Rede
O traçado da rede, além de seguir a topografia, sempre vai tentar seguir o traçado das ruas,
então pode variar muito de um lugar para outro. Quando temos uma região muito plana (região
litorânea por exemplo), temos dificuldade em escoar, principalmente porque iniciamos com
uma profundidade mínima, e chegamos a uma profundidade máxima sem percorrer grandes
distancias. Então é comum que direcionemos para uma estação elevatória da região, que
bombeará para um PV de outra região, reiniciando o ciclo.
50
Localização na via pública.
A localização na via pública depende de diversos fatores como: situação da via, ocupação do
solo, se já existem outras interferências. Dependerá também se a rede é Simples (com apenas
um condutor naquela via) ou Dupla (com dois condutores naquela via). Mas em geral é no eixo
da faixa carroçável, podendo ser em um dos terços da faixa carroçável, ou até no passeio.
Caso haja algum encontro inevitável, é recomendado que a distância entre as FACES DAS
TUBULAÇÕES (não do eixo) seja de pelo menos 0,5m.
As redes duplas são mais utilizadas em vias com tráfegos intensos, com larguras consideráveis
(maior que 14m para asfaltada e maior que 18m para terras). Além disso, caso seja posiciona no
passeio, esse deve ter no mínimo 2m de largura, depende do tipo de solo. São usadas quando
o coletor principal já está muito profundo, então cria-se coletores auxiliares.
Soleira negativa → terreno que fica numa cota abaixo do nível da rua.
Caso um dos lados exista soleira negativa, o coletor deve ser lançado no terço correspondente.
Dessa forma, a profundidade da rede é menor.
51
Alternativas para cortar custos
Utilização de caixas de inspeção no interior das quadras com recobrimento mínimo de 0,3m
Vantagens:
Desvantagens:
• Uso indevido (uso para águas pluviais ou resíduos sólidos urbanos) comprometem o
sistema todo;
• Menor atenção na operação e manutenção dos coletores por parte das
concessionárias (transferem a responsa pros moradores);
• Coletores assentados em lotes particulares, podendo haver dificuldades na inspeção,
operação e manutenção pelas empresas de saneamento;
• Êxito desse sistema depende fundamentalmente da atitude dos usuários.
52
o Retirando a pressão na rede principal do esgoto (Rede a vácuo)
Pelo o que o monitor entendeu, são sistemas de coleta onde o esgoto é "tratado" antes
de ser direcionado à rede. Nesse sentido, boa parte dos sólidos é decantada antes, o
que diminui um pouco a preocupação com retenção desses sólidos nas tubulações de
coleta. Assim, as declividades mínimas (e velocidades mínimas) necessárias são
menores e, por consequência, também são as profundidades dos tubos.
53
Aula 11 – Concepção e dimensionamento da Rede
Em resumo temos:
Coletores mais profundos do que 4m → projetar coletores auxiliares para receber ligações
prediais
➢ Cerâmicos → mais antigos, vem sendo menos usados, muito frágil. Utilizado mais em
redes coletoras;
➢ PVC → utilizado em redes coletoras e linhas de recalque
➢ Concreto → coletores troncos, emissários, interceptores
➢ Ferro fundido dúctil → linhas de recalque
➢ Polietileno → linhas de recalque, emissários submarinos
54
➢ Poliéster reforçado com fibra de vidro → rede e linhas de recalque
As ligações entre as redes das residências e os coletores são sempre no topo, ou no máximo a
45º. Nunca lateralmente. Além disso, o ideal é que também haja uma preocupação para que a
conexão entre a 45º no sentido de fluxo do coletor.
Figura 84 - Posição da junção da rede da residência com coletores, conexão por cima
➢ Esgoto Doméstico
➢ Esgoto Industrial
Regime de lançamento com vazão máxima de 1,5 vezes a vazão média diária.
Além disso, devem seguir critério químicos rigoroso antes de serem lançados
ao sistema público de esgoto.
55
Se os critérios forem seguidos, DEVE-SE jogar o esgoto industrial no sistema
público de esgoto.
➢ Água de Infiltração
A infiltração de água na rede de esgoto SEMPRE vai ocorrer. Ela pode ser
maior ou menor dependendo de alguns critérios como, por exemplo:
▪ Nível d’água do Lençol Freático;
▪ Tipo de Solo → Solo arenoso permite mais infiltração do que
argiloso;
▪ Material da Tubulação;
▪ Tipo de Junta;
▪ Qualidade do Assentamento do solo.
𝐿
Por Norma, caso não se tenha um estudo detalhado, um valor entre 0,05
𝑠∗𝑘𝑚
𝐿 𝐿
e 1,0 . Professor disse que 0,2 é uma boa estimativa.
𝑠∗𝑘𝑚 𝑠∗𝑘𝑚
𝐻2 𝑆 + 2𝑂2 → 𝐻2 𝑆𝑂4
Como existe a presença constante de matéria orgânica, nas paredes das tubulações é comum a
presença de limo. Esse limo criar regiões onde não há a presença de ar, ocasionando
Decomposição Anaeróbia, e consequentemente Sulfetos. O cálculo de Tensão Trativa é para a
eliminação desse limo e de possíveis outros geradores de sulfetos. Outra maneira de evitar os
sulfetos é garantir oxigênio na tubulação (podendo até inserir oxigênio puro) para evitar
ambientes anaeróbios.
56
Existem dois tipos principais de manutenção:
Alguns equipamentos que se utilizam para a limpeza geral e desobstrução da rede coletara
são:
Calcular a vazão
Como vimos o Esgoto Sanitário é constituído por Esgoto Doméstico, Esgoto Industrial
(que ao ser aprovado denominamos de Esgoto Concentrado, além de vazões de hospitais,
comércios, entre outro) e Infiltrações. Dessa forma, para calcular a vazão temos que considerar
essas três contribuições:
Onde:
Temos:
Onde:
57
❖ Final do plano → Determina a capacidade de vazão. Sendo:
𝐶∗𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗𝑞𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 =
86400
→ Contribuição Média Final
Onde:
Temos:
Onde:
Caso não haja indicativos da População, podemos obter estimativas baseada na área da bacia
(a) com a densidade populacional do local (d). Logo:
Caso você tenha um hidrograma da região (bem mais difícil), basta fazer pequenas
alterações na população próxima para que seja possível estimar as vazões. Logo:
𝑡𝑐_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑄𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 = ∗ 𝑄𝑚á𝑥_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + ∑ 𝑄𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠
𝑡𝑚_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑡𝑐_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 = ∗ 𝑄𝑚á𝑥_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 + ∑ 𝑄𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠
𝑡𝑚_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Onde:
58
Taxa de Contribuição Linear
Para facilitar alguns processos de contas, é comum que criemos valores que são dependentes
de um fator em comum (as vezes são dependentes do comprimento, ou de uma área etc.).
Por isso, em Saneamento, é comum eles utilizarem uma Taxa por Unidade de Comprimento,
ou seja, um valor que relaciona todos os dados ao comprimento. Como obter essa taxa?
𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝐿𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐿𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
L L
É possível que ao invés de ser por Unidade de Comprimento, com unidades [(s*m)]ou [(s*km)]
L
seja por Unidade de Área [ ]
(s*ha)
𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝐿𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐿𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑝𝑙𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
59
COMPRIMENTO VIRTUAL
Sinceramente, acho que essa ideia mais confunde do que ajuda. Mas vamos lá. O
comprimento virtual é tentar transformar todo um sistema completo de redes (com trechos em
redes simples e trechos com redes duplas) em um sistema de redes simples, pra teoricamente
facilitar as contas.
Considerando essa rede meio tosca, temos então que o comprimento total da rede, caso fosse
uma rede simples seria:
LDuplo 2A+2D
Lvirtual = LSimples + → B+C+
2 2
Porém, ao se criar as Taxas de Unidade, TEMOS QUE LEMBRAR QUE EM REDES DUPLAS,
O COMPRIMENTO É DOBRADO. Logo:
𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙
Início 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 2 ∗ 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙
𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑄 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Final 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 2 ∗ 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙
No cálculo de dimensionamento da rede coletora, nós sempre consideramos uma vazão mínima
de 1,5L/s (então, caso dê abaixo disso, na hora de dimensionar, devemos considerar 1,5L/s).
Todavia, para considerar a soma de vazões trecho a trecho, consideramos a vazão obtida,
mesmo essa sendo menor do que 1,5L/s.
60
Aula 12 e 13 – Redes Coletoras de Esgoto
Tensão Trativa
Tensão trativa → É uma tensão TANGENCIAL exercida sobre as paredes do conduto pelo
líquido. Dessa forma, exerce uma força no material preso à parede da tubulação, ajudando a
criar um sistema “automático” de limpeza.
𝜎 = 𝛾 ∗ 𝑅ℎ ∗ sin 𝛼
𝑁
Onde: 𝛾𝑒𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 = 104 𝑚³ 𝑅ℎ → Raio hidráulico 𝛼→ ângulo de inclinação da tubulação
𝜎 = 𝛾 ∗ 𝑅ℎ ∗ 𝐼
Por Norma, sempre a Tensão Trativa (𝜎) deve ser maior do que 1 Pascal para as Redes de
Esgoto.
Inclinação Mínima
A inclinação mínima visa obter a Tensão Trativa mínima (1 Pa) para determinada vazão. Dessa
forma, através de manipulações da Fórmula de Manning, considerando n = 0,013 (superfície com
limo) e delimitando uma lâmina máxima (altura da lâmina de esgoto em relação ao diâmetro da
tubulação) de 75%, ou 0,75, temos:
Cálculo da Lâmina
61
Através de inserções de diversos valores, pode-se obter a seguinte representação gráfica:
Não usaremos essa curva, pois os valores que usaremos estão tabelados. Porém note que:
𝑦
• A curva é crescente, e de raiz única, até cerca de ≈ 0,82. Acima disso, a
𝐷
curva apresenta duas soluções.
𝑦
• O valor máximo ocorre para = 0,938
𝐷
Para o projeto sempre vamos considerar um dos LIMITES MÁXIMOS para a Lâmina:
𝑦
• ≤ 0,75 → 𝑀𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠
𝐷
𝑦
• ≤ 0,50 → 𝐶𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑟ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑎 𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
𝐷
Sabendo que temos um limite superior para a Lâmina (0,75 na maior parte dos casos),
podemos obter um Diâmetro Mínimo que garanta uma lâmina dessa para uma determinada
vazão.
0,375
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐷𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 = (0,046 )
√𝐼
Além disso, para obter uma velocidade máxima de 5m/s (acima disso pode danificar o sistema),
podemos determinar a inclinação máxima (declividade máxima) do condutor.
−0,67
𝐼𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 4,65 ∗ (𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 )
62
Escoamento Aerado e Velocidade Crítica
Em dinâmica dos fluidos, temos que levar em consideração algumas perturbações que possam
causar turbulência. Em Saneamento levamos isso em conta pois, quando há uma mudança de
regime muito brusca, essa turbulência ocorre. Com isso, gotículas de água são liberadas no ar
e, ao retornar devido à gravidade, trazem ar incorporado. Dessa forma, acabam alterando o
volume do fluido e, consequentemente, aumentam a altura da lâmina.
A esse fenômeno damos o nome de Escoamento Aerado. Mas como garantir um controle
disso?
Para isso, existe um adimensional chamado “Número de Boussinesq ”, que é obtido por:
𝑉
𝐵=
√𝑔 ∗ 𝑅ℎ
𝑉𝐶𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎 = 6√𝑔 ∗ 𝑅ℎ
Por Norma, sabendo que em Escoamentos Aerados, a Lâmina costuma ser um pouco maior,
determinou-se que:
Esse era o caso específico de Limite Máximo para a Lâmina, citado anteriormente.
63
Curvas de Remanso
Em sistema hidráulicos, toda interferência, obstáculos ou alteração pode afetar tanto a jusante
quanto a montante. Ou seja, inserir um obstáculo em um ponto pode fazer com que o trecho a
jusante diminua o volume, bem como fazer com o que o trecho a montante aumente o volume.
A esse fenômeno denominamos Curva de Remanso é pode ser prejudicial ao sistema.
Como evitar?
Tentativa de Organizar:
Acréscimo de
Situação Alinhamento
Profundidade
Recobrimento Mínimo Pela Geratriz Superior Diferença de Diâmetro
Pela Geratriz Superior Diferença de Diâmetro
Recobrimento Maior que o
Nível d’água no Final de
Mínimo Diferença de Lâmina
Plano
64
Declividade
Sempre vamos respeitar a Declividade Mínima da Rede (por isso ela é Mínima). Mas também é
necessário respeitar o Recobrimento Mínimo. Lembrando que: Recobrimento é a quantidade
de terra acima do tubo; Profundidade é o fundo da vala (Recobrimento + Diâmetro do tubo).
Porém, para a explicação ficar menos confusa, ao me referir sobre Recobrimento, está incluso
a Profundidade e vice versa.
Nesse caso, como a montante está no Mínimo, e o Terreno é bem íngreme (mais que a
declividade mínima exigida), é possível utilizar como parâmetro o Recobrimento Mínimo no
ponto a Jusante. Dessa forma, o Recobrimento a Jusante é o mínimo, e a Inclinação da Rede
segue a mesma Declividade do Terreno.
Nesse caso, não dá para seguir a Declividade do Terreno, dessa forma, temos que
aprofundar a Jusante, para que a Inclinação da Rede fique no mínimo. Porém,
deve-se verificar se o Recobrimento de Jusante atende ao mínimo exigido.
65
Em resumo, a minha interpretação dessa parte foi:
Para esse caso, como o diâmetro da tubulação vai alterar a Profundidade do Coletor. Deve-se
chutar valores de D e conferir se a Inclinação da Rede atende ao Mínimo exigido.
Nesse caso, como pode aumentar demais a velocidade do esgoto (podendo passar o limite de
5m/s), sempre utilizaremos a Inclinação Máxima da Rede, até atingir um Recobrimento Mínimo
a Jusante. Fazendo-se assim, pequenas pausas, para que não ganhe muita velocidade.
66
Quanto mais íngreme o terreno, mais próximo serão os PV’s ou TIL’s, pois mais rapidamente
se atinge o Recobrimento Mínimo a Jusante.
Para todos os trechos de rede devem ser estimada vazões de início e fim de plano!
Caso não tenha dados o suficiente, recomenda-se utilizar como o menor valor de vazão 1,5L/s,
em qualquer trecho.
A declividade mínima é obtida para se atingir a Tensão Trativa mínima (𝜎 ≥ 1𝑃𝑎), e considera
Número de Manning = 0,013 (limo)
−0,67
𝐼𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 4,65 ∗ (𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 )
𝑉𝐶𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎 = 6√𝑔 ∗ 𝑅ℎ
Após obtermos as Inclinações (máximas e mínimas), vamos obter os demais dados. Para
obtermos os dados, primeiramente partimos de um pressuposto de que o Escoamento Não
𝑦
Será Aerado (ou seja, ≤ 0,75). Em seguida, determina-se o Diâmetro Mínimo:
𝐷
0,375
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝐷𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 = (0,046 )
√𝐼
Em seguida, através da leitura das tabelas, obtemos
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
• (lâmina de início de projeto)
𝐷
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
• (lâmina de final de projeto)
𝐷
• Velocidade Final
• Raio Hidráulico
67
Aula 14 – Estações Elevatórias e Linhas de Recalque
Quais são as situações mais cotidianas em que é necessário utilizar Estação Elevatória?
Nem sempre o escoamento por gravidade é o mais barato, depende muito de como e quanto
vai escavar (embora geralmente seja um pouco mais barata e não dependem de energia
elétrica). Então estudar as possibilidades de uso de Estação Elevatória.
Assim como nas Redes Coletoras, deve se considerar Vazões de Início de Plano e Vazões de
Final de Plano. As vazões de início de plano são para:
O projeto tem vida útil de cerca de 20 a 25 anos para os equipamentos e 50 anos para as
tubulações e edificações.
As aduções de uma estação elevatória, ou seja, as águas que entram, podem ser por:
o Ejetor Pneumático
o Bombeamento de deslocamento positivo
o Bombeamento centrífuga
Todos esses equipamentos exigem uma reserva, então o mínimo é sempre 2. O funcionamento
entre elas é revezando. Uma bomba funciona em um ciclo, e no outro ciclo a outra bomba que
ligará
Ejetor Pneumático
Equipamento mais comum é do tipo Parafuso. Pode ser usado tanto para esgoto
quanto lodo em estações de tratamento. Possui uma limitação tanto de altura (cerca de 9m no
máximo) quanto de angulação (até 40º). As rotações variam entre 30 e 50 RPM, dessa forma
tem um sistema de reduções que diminuem a rotação dos motores (que possuem grandes
rotações) e aumentam o torque. Possui também a desvantagem que os odores em
bombeamentos assim costumam ser mais desagradáveis e com pouco controle
68
Bombeamento centrífuga
Lembrando que Válvulas de pé são para garantir que o sistema sempre fique com água
dentro de seus compartimentos, fazendo com que a bomba funcione e evitando a presença de
ar nas tubulações. Crivo é um sistema de retenção de resíduos (uma peneirinha na frente da
válvula).
Bombas auto escorvantes são bombas capazes de reter um pouco de fluido dentro de
seu compartimento e da tubulação (escorva), pois o bocal de sucção está acima da linha de
centro do rotor.
As bombas podem ser de Poço Seco, o que significa que a bomba não entra em contato
com o esgoto, fica em um compartimento isolado, ou as de Poço Úmido, onde a bomba entre em
contato com o esgoto (fazendo com que se economize no resfriamento das bombas). Geralmente
as de Poço Úmido possuem um sistema automático de posicionamento, acoplamento,
desacoplamento e vedação nas tubulações, através de alças, polias e correntes.
Figura 101 - Posicionamento de Bomba de Poço Seco (a esquerda) e Poço Úmido (a direita)
69
Nas tubulações de sucção e recalque temos que obedecer a algumas regras dependendo do
trecho analisado.
Recalque → Velocidade entre 0,6m/s e 3m/s (possui diversos materiais, mas diâmetro
mínimo de 100mm)
Nos pontos altos deve haver um sistema de eliminação de ar, similar às ventosas em
sistema de abastecimento de água. Porém elas possuem, em grande parte, problemas de
entupimento devido a grande presença de sólidos. Dessa maneira, utiliza-se os chamados
“Respiros”. Já nos pontos baixos utilizamos as Descargas de Fundo, bem similar aos de Sistema
de Abastecimento de Água, porém não pode jogar o material em qualquer lugar, então essas
Descargas de Fundo possuem compartimentos que armazenam o material drenada e que depois
será direcionado a uma estação de tratamento.
A localização das Estações Elevatórias deve levar em conta diversos aspectos como:
Das mesma maneiras que para sistema de abastecimento de água, deve-se evitar vórtices
(mantendo submergência mínima)
Volume deve ser o menor possível para não resultar em tempo elevado de detenção de esgoto
(menor que 30min, baseado na vazão média no início de plano. Acumular o esgoto, gera cheiro
e sulfetos). Porém quanto menor o volume, mais frequente são as paradas e partidas das
bombas, mas deve ser respeitado um tempo mínimo para esse ciclo (para não superaquecer.
Manter a bomba sempre ligada possui menos chance de queimar do que ligar e desligar toda
70
hora). Esse é o que chamamos de Volume Útil. O volume localizado entre o fundo do poço e o
nível médio de operação é chamado Volume Efetivo.
O volume efetivo é o volume mínimo mais metade do volume útil. Garante que o tempo de
retenção hidráulico (tempo em que o esgoto fica parada) não passe de 30min.
A vazão crítica, que faz com que o tempo entre partidas seja mínima (aumentando a chance de
queimar as bombas) é:
𝑄
𝑄𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎 =
2
Onde Q é a capacidade da bomba (m³/s)
o Grades de barras
o Cestos
o Peneira
o Algumas bombas possuem sistema de triturador
Caso não seja possível reestabelecer a energia a tempo, é necessário ter um extravasor por
gravidade aprovado por normas ambientais.
71
Aula 15 – Interceptores e Sifões Invertidos
Interceptores
Interceptores são obras que podem ser de diversos tamanhos, mas que servem para o
transporte de esgoto sanitário. Embora possuam grandes semelhanças com as Redes Coletoras
já vistas, são levemente diferentes dessas pois os Interceptores RECEBEM COLETORES ao
longo do comprimento e NÃO RECEBEM LIGAÇÕES PREDIAIS (redes domésticas).
Pela Norma trata-se de uma canalização cuja função principal é receber e transportar o
esgoto sanitário coletado, caracterizados pela defasagem das contribuições, do qual resulta o
amortecimento das vazões máximas. Ou seja, como o Interceptor é muito comprido, até o esgoto
jogado por uma Rede Coletora chegar em uma outra bacia, o esgoto dessa bacia já foi
direcionado para outro ponto.
72
Mas quanto que amortece?
𝐾𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐾1 ∗ 𝐾2
Lembrando que, caso não tenhamos 𝐾1 ou 𝐾2 , pela norma temos que 𝐾1 = 1,2;𝐾2 = 1,5
Ou seja, para a SABESP, 𝐾𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 1,8 até chegar em 751 L/s, e depois cai
conforme a vazão média aumenta, demostrada a seguir em vermelho.
Outra maneira, um pouco menos utilizada, é obter a vazão de cada trecho que será
amortecido, obtendo padrões senoidais que serão somados trecho a trecho até obter o
resultado no final do Interceptor. Não houve uma explicação muito detalhada de como efetuar
tais procedimentos
73
O amortecimento ocorre mais dependente do K2, e quanto maior a bacia, menor o K2,
como medido pela Sabesp a seguir:
Figura 108 - Relação de Coeficiente máximo de vazão por vazão média, pela SABESP
Dimensionamento
❖ Velocidade máxima:
74
Além dos critérios similares ao de Rede de Esgoto, deve-se atender algumas
condições mais específicas:
Essa contribuição, nada mais é do que uma parcela das águas pluviais
que escoem superficialmente e INEVITAVELMENTE são absorvidas pela rede de esgoto
sanitário. Podem entrar através de:
Sifão Invertido
′ 𝑉2
∆𝐻 = (∑ 𝐾 𝑠)
2𝑔
75
Para que não haja uma diferença de pressão entre as câmaras de montante e
de jusante, é comum que elas sejam abertas para a atmosfera (caso sejam um sistema
isolado) ou a criação de tubulações de ar que igualam as pressões em ambas as câmaras.
A limpeza de um Sifão Invertido ocorre com duas máquinas, uma que fica na
câmara montante (descarregadeira) e outra que fica na câmara jusante (carregadeira).
Enquanto a Descarregadeira realiza uma raspagem do material no sentido do fluxo, a
Carregadeira retira o material desprendido.
Figura 109 - Perdas de cargas esperadas de acordo com o trecho do sifão invertido
Dimensionamento
A velocidade Mínima varia entre 0,6m/s (para vazões médias) e 0,9m/s (para vazões
máximas de um dia). A velocidade Máxima idealmente é que seja abaixo de 3m/s, porém é
possível tolerar até 4m/s.
O controle das câmaras pode ser feito por comportas do tipo stop-log, que pode ser
acionada manualmente. Essa comporta consegue delimitar, direcionar e até reter o fluxo de
esgoto. Possui a vantagem de ser simples e exige que sempre haja uma vistoria no sistema.
Outra forma é através de “Vertedores Laterais”, que são canaletas que vão sendo
preenchidas conforme o fluxo de esgoto aumenta. Dessa maneira, opera de maneira
praticamente automática, porém é comum que haja um certo abandono, ausência de vistoria,
ocasionando em problemas maiores.
76
Figura 110 - Sistema Stop-Log (a esquerda) e Vertedores Laterais (a direita)
Geralmente delimita-se uma perda de carga máxima entre 0,3 e 0,4 para conseguir se
determinar quais e quantas tubulações serão acionadas conforme o fluxo do esgoto aumenta
no Sifão Invertido. Ou seja, incialmente utiliza-se uma tubulação, quando a perda de carga
atingiu cerca de 0,35m, uma outra tubulação maior é acionada (fechando-se a primeira),
quando atingir novamente cerca de 0,35m aciona-se outra tubulação (ainda maior). Caso atinja
novamente uma perda de carga especificada, faz-se uma relação entre as tubulações para que
a perda de carga sempre fique controlada.
77
Resolução Lista 1
Para esse exercício, vamos levar em conta o que foi visto na aula 1. Ou seja, analisar
as opções que temos, verificar as distâncias, possíveis soluções e fazer um comparativo afim
de criar uma concepção que baseará um possível projeto. Sei que você já observou os dados
pelo enunciado, mas vamos reescrevê-los aqui para não nos perdermos. Observa-se:
• População a ser abastecida: 220 mil pessoas, sendo que 88 mil (40%) vive na
chamada zona alta da cidade e 132 mil (60%) vive na chamada zona baixa da
cidade;
• Zona alta possui cota de 200m e Zona baixa possui cota de 150m;
• Zona baixa abastecida por um reservatório apoiado, ou seja, embora esteja
localizada em um ponto mais alto que a cidade, fica apoiada no chão.
• Zona alta abastecida por dois reservatórios. Um apoiado (no chão) e outro
elevado. Provavelmente o reservatório elevado possuirá menos conteúdo, mas
funciona por gravidade.
• Vazão total do projeto será de 800 litros por segundo (0,8m³/s);
• Rio Bongali possui cota de 120m e fornece 30% da vazão necessária caso
pegue diretamente dele (240 litros por segundo) ou fornece 60% da vazão
necessária caso realize um represamento (480 litros por segundo). Mas não
informa a qualidade da água, provavelmente terá que passar por um
tratamento mais delicado;
• Manancial Serra Ekole, cota de 390m, bem mais alto que ambas as zonas da
cidade, provavelmente poderá se utilizar apenas a gravidade para alimentar a
cidade. Possui capacidade para 30% da vazão (240 litros por segundo), e
qualidade da água boa, apenas cloração simples já resolve;
• Aquífero artesiano, com cota mais baixa que a cidade, provavelmente precisará
de um bombeamento para alimentar a cidade. Possui capacidade para 40% da
vazão (320 litros por segundo) e qualidade de água boa, apenas cloração
simples resolve;
Cabe aqui você levantar algumas informações, criar algumas possibilidades e verificar
qual alternativa mais agradaria a população. Vou fazer alguns como exemplo:
Alternativa 1:
Adutora Inicia em: Termina em: Extensão (km): Desnível (m) Vazão (L/s)
1 CMS RAP 16 190 240
2 CSub RAP 5 70 80
3 CSub ETA 5 50 240
4 CS ETA 7 60 240
78
Alternativa 2:
Adutora Inicia em: Termina em: Extensão (km): Desnível (m) Vazão (L/s)
1 CSub RAP 5 70 320
2 CS ETA 7 60 480
Alternativa 3:
Adutora Inicia em: Termina em: Extensão (km): Desnível (m) Vazão (L/s)
1 CSub RAP 5 70 320
2 CMS ETA 16 210 240
3 CS ETA 7 60 240
79
Resolução Lista 2
Para esse exercício vamos levar em conta o que foi visto na aula 2. Ou seja, vamos
estimar a população futura por alguns métodos matemáticos, e tentar assim obter as vazões
necessárias para que essa população seja abastecida 24h/dia.
Exercício 1)
1) Método Aritmético
2) Método Geométrico
𝑙𝑛59185−𝑙𝑛35792
Variação populacional de 1990 a 2000 → 𝑘𝑔 = = 0,0503
2000−1990
Verificações:
𝑃0 × 𝑃2 < (𝑃1 )2 ?
17487 ∗ 59185 < (35792)2
1.034.968.095 < 1.281.067.264
Verificações ok!
80
2 ∗ 𝑃0 ∗ 𝑃1 ∗ 𝑃2 − (𝑃1 )2 (𝑃0 + 𝑃2 )
𝐾=
𝑃0 ∗ 𝑃2 − (𝑃1 )2
1 𝑃0 [𝐾 − 𝑃1 ]
𝑏= ln ( )
𝑑 𝑃1 [𝐾 − 𝑃0 ]
1 17487[98.069,54 − 35792 ]
𝑏= − ln ( )
10 35792[98.069,54 − 17487 ]
1 1.089.047.341,98 ln(0,3776)
𝑏= − ln ( )→𝑏=− → 𝑏 = 0,0974
10 2.884.210.271,68 10
𝐾 − 𝑃0
a = ln ( )
𝑃0
98.069,54 − 17487
a = ln ( ) → 𝑎 = ln(4,608) → 𝑎 = 1,528
17487
𝐾
𝑃=
1 + 𝑒 𝑎−𝑏(𝑡−𝑡0)
98.069,54
𝑃=
1 + 𝑒 1,528−0,0974(2020−1980)
98069,54
𝑃= = 89676
1,0936
Exercício 2)
Para esse exercício, devemos buscar censos distanciadas igualmente. Pela tabela
dada, é possível observar que temos os anos de 1991, 2000 e 2009. Então podemos utilizá-los
para obter os dados desejados.
𝑃0 (1991) → 37622
𝑃1 (2000) → 59185
𝑃2 (2009) → 80925
𝑃0 × 𝑃2 < (𝑃1 )2 ?
37622 ∗ 80925 < (59185)2
3.044.560.350 < 3.502.864.225
Verificação ok!
81
Efetuando-se os cálculos de maneira análogas ao exercício 1, temos:
2 ∗ 𝑃0 ∗ 𝑃1 ∗ 𝑃2 − (𝑃1 )2 (𝑃0 + 𝑃2 )
𝐾=
𝑃0 ∗ 𝑃2 − (𝑃1 )2
1 𝑃0 [𝐾 − 𝑃1 ]
𝑏= ln ( )
𝑑 𝑃1 [𝐾 − 𝑃0 ]
1 37622[119722,83 − 59185]
𝑏 = − ln ( )
9 59185[119722,83 − 37622]
1 2.277.554.240 ln(0,4687)
𝑏 = − ln ( )→𝑏=− → 𝑏 = 0,0842
9 4.859.137.624 9
𝐾 − 𝑃0
a = ln ( )
𝑃0
119722,83 − 37622
a = ln ( ) → 𝑎 = ln(2,182) → 𝑎 = 0,780
37622
Caso não houvesse datas distanciadas igualmente, poderíamos considerar que é um método
matemático de Curva logística. Pela definição do que cada termo implica na curva, podemos
observar que o ponto de inflexão (ou seja, ou ponto no qual a taxa de variação deixe de ser
crescente e começa a ser decrescente) é o ponto no qual podemos estimar a metade da
população de saturação, e esse tempo é obtido pela divisão do termo “a” pelo termo “b”, como
segue a figura:
82
Exercício 3)
Essa vazão inicial pode ser denominada por Qa, e pode ser determinada como:
𝐾1 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑎 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 ) × 𝐶𝐸𝑇𝐴
86400
1,2 × 120000 × 220
𝑄𝑎 = ( + 40) × 1,03
86400
𝑄𝑎 ≈ 419 𝐿/𝑠
Essa vazão entre a ETA e o reservatório pode ser denominada Qb e pode ser
determinada como:
𝐾1 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑏 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 )
86400
Perceba que aqui não há mais o consumo da ETA, logo:
1,2 × 120000 × 220
𝑄𝑏 = ( + 40)
86400
𝑄𝑏 ≈ 407 𝐿/𝑠
Essa vazão total pode ser nomeada como Qc. Como não foi informado alguma
peculiaridade sobre o consumo especial mudar conforme o horário do dia,
podemos considerar 𝑄𝑒𝑠𝑝1 = 𝑄𝑒𝑠𝑝2
𝐾1 × 𝐾2 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑐 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 )
86400
𝑄𝑐 ≈ 590 𝐿/𝑠
83
Resolução Lista 3
Exercício 1)
Como não possuímos a curva de consumo para essa região, devemos estimar o
consumo geral da população a ser atendida para que assim consigamos obter o volume de
projeto. Temos as seguintes informações:
Com isso, de maneira similar à lista 2, podemos calcular a vazão que será destinado
aos reservatórios:
Como não foi especificado nenhum consumo especial, podemos desconsiderá-lo, logo:
2020200𝐿
𝑉𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜𝑠 = 1,3 × 7400 × 210 → 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜𝑠 = = 2020,2𝑚3 /𝑑𝑖𝑎
𝑑𝑖𝑎
Como o projeto exige um reservatório elevado e um enterrado, devemos colocar a
maior parte desse volume no enterrado, uma vez que as cargas serão gigantescas. Dessa
forma, vamos destinar entre 10% e 20% no reservatório elevado, vou considerar 15%. Logo:
84
Exercício 2)
Para esse exercício, vamos considerar duas situações. Uma na qual a adução
funcionará 24h/dia, e outra na qual a adução funcionará por apenas um período (das 7h as
23h).
Para o primeiro caso, sabemos que o consumo de água pela população não é
constante, então vamos obter um consumo médio diário, para que nos momentos em que o
consumo esteja abaixo do valor médio calculado, o reservatório possa encher. Da mesma
maneira devera suprir o problema que, nos momentos em que o consumo esteja acima do
valor médio calculado, o reservatório já tenha armazenado uma boa quantidade de material.
t (h) Q (m³/h)
0 75
1 70
2 60
3 55
4 54
5 70
6 79
7 93
8 100
9 128
10 140
11 148
12 150
13 145
14 138
15 125
16 120
17 110
18 100
19 98
20 95
21 88
22 83
23 76
Média 100
Beleza! Temos então um consumo médio de 100m³/h dessa região. A partir disso
podemos destacar na curva como seria o consumo médio:
85
A parte destacada de laranja é o momento em que o reservatório será enchido, a parte
destacada em roxo é a parte em que o reservatório será esvaziado. Podemos estimar quanto
cada quadradinho do gráfico representa em volume e somar os quadrinhos roxo (cada
quadradinho representa 5m³), mas acho que isso daria muito trabalho e é muito chato medir
“pedaços de quadrado”. Ao invés disso, podemos utilizando a tabela fornecida, da seguinte
maneira:
Repare que, somando os valores de vazão quando estão esvaziando (cor roxa) tem
que dar o mesmo que somar os valores de vazão quando estão enchendo (cor laranja)
86
Dessa forma, podemos observar que o volume do reservatório tem que aguentar o
momento em que está sendo esvaziado. Logo:
Novamente, vamos ter que obter uma média de consumo, porém, como a adução não
funcionará 24h/dia, temos que dividir apenas pelo tempo de funcionamento, logo:
t (h) Q (m³/h)
0 75
1 70
2 60
3 55
4 54
5 70
6 79
7 93
8 100
9 128
10 140
11 148
12 150
13 145
14 138
15 125
16 120
17 110
18 100
19 98
20 95
21 88
22 83
23 76
Média (16h) 150
Beleza! Temos então um consumo médio de 150m³/h dessa região. A partir disso
podemos destacar na curva como seria o consumo médio
87
Novamente podemos contar os quadradinhos, ou fazer uma tabela, vou fazer a tabela:
Novamente, o volume que sai deve ser igual ao volume que entra no reservatório. Tão feliz
quando segue a teoria
Dessa forma, podemos observar que o volume do reservatório tem que aguentar o
momento em que está sendo esvaziado. Logo:
88
Resolução Lista 4
O exercício mostra um gráfico com levantamento bem detalhado, coletado mensalmente por 30
anos. Porém, não vamos usá-lo
No próprio enunciado, ele informa a média observada (de 11,75m²), mínima (2,9m²) e mínima
com período de retorno centenário (1,9m²). Além disso, ele informa a vazão mínima necessária
(0,4m³/s)
a) Para o primeiro caso, como a vazão de captação exigida é de 1,4m³/s (está entre o
mínimo observado e o mínimo do período de retorno), será necessário instalar uma
pequena Barragem de Nível, ou seja, não é com o intuito de represamento de água,
apenas tem como objetivo elevar o nível d’água. Garantindo-se, dessa maneira, que a
captação ocorra mesmo com as variações de nível no curso d’água e em com um
período de retorno de 100 anos.
89
b) Para o segundo caso, é necessária uma vazão de captação considerável. Tal vazão é
intermediária entre a vazão média do rio e a mínima, dessa forma uma melhor
alternativa para sempre atingir a vazão desejada é realizar um represamento, ou seja,
um reservatório de regularização.
Com isso, pelo próprio enunciado, sabe-se que a diferença de nível de água pode
variar muito (mais de 7m). Então convém utilizar métodos de captação que consiga
conter tais mudanças de nível.
Dentre algumas opções podemos citar a Torre de Captação, que se trata de uma torre
com entradas comportas em diferentes cotas. Cada comporta possui uma grade para
evitar resíduos grosseiros e abre conforme o nível d’água condiz com o desejo da
distribuidora. As entradas geralmente não ficam muito próximas da base da torre para
evitar sedimentos, enquanto o bombeamento geralmente é submerso e ocorre pelo
fundo da torre, chegando até o motor no topo. Uma das vantagens é a sua utilização
tanto para acompanhar o nível d’água quanto para coletar águas em outros níveis do
manancial caso a qualidade seja melhor.
90
91
Outra opção é a captação flutuante, que se trata de uma bomba que está atrelada a um
conjunto de flutuantes, fazendo com que todo o conjunto acompanhe o nível da água, mesmo
com grandes variações, desde que possua tubulações flexíveis. Uma das vantagens é o preço
mais em conta.
92
Resolução Lista 5
Temos:
a) Para resolver essa questão, primeiro vamos lembrar qual a utilidade dos itens
chamados “descargas” e “ventosas”.
93
Linha piezométrica dinâmica → demonstra as pressões dinâmicas na tubulação.
Ou seja, mostra a pressão que o líquido exerce quando está se movimentando.
Representado apenas pelo valor relacionado a sua velocidade. É o que sofre perda de
cargas, devido ao “atrito” com a tubulação. Como não há nenhuma especificação sobre
componentes que façam com que existe a perda localizada, é possível teorizar que
houve uma perda linear devido à rugosidade inerente à tubulação.
Com isso, temos que verificar para as dimensões que o enunciado sugeriu, qual seria a
vazão obtida. O enunciado não especificou se esse diâmetro é externo ou interno,
porém como a tubulação é metálica, os diâmetros são muito próximos, então
poderemos considerar que é o diâmetro interno sem muitos erros.
35 0,54
0,46 = 0,2785 × 100 × 𝐷2,63 × ( ) → 𝐷 = 0,544 𝑚 = 544𝑚𝑚
3600
Dessa maneira, o menor diâmetro interno que supre a necessidade do enunciado é o
de 600 milímetros.
d) Já considerando uma adutora de aço de 600mm, temos que no final de sua vida útil a
vazão será de:
35 0,54
𝑄 = 0,2785 × 100 × 0,6002,63 × ( )
3600
m3
𝑄 = 0,5953 = 595,3𝐿/𝑠
s
94
a)
b)
Fazendo-se uma verificação com os diâmetros fornecidos, sabendo que o limite para a
altura manométrica é de 100m, temos os seguintes dados:
Utilizando o formulário fornecido e uma planilha, foi possível realizar os cálculos para
todos os diâmetros fornecidos. Porém, caso não houvesse a planilha, recomendo que
se utilize geralmente dados do meio da tabela (entre 315 e 630).
95
Percebe-se, pela tabela acima, que o primeiro diâmetro fornecido que atende às
especificações dada pelo enunciado de 460L/s, é o de 600mm.
96
Resolução Lista 6
• A vazão deve ser em m³, não em litros. E os diâmetros devem ser em metros,
não em milímetros;
• A velocidade (tanto de recalque quanto de sucção) segue a fórmula a seguir:
4𝑄
𝑉=
𝜋𝐷 2
• Reynolds é obtido através da seguinte relação:
𝑉𝐷
𝑅=
𝜈
• Para Reynolds acima de 4000 (maior parte dos casos, regime turbulento),
obtemos o fator de atrito por:
2
1
𝑓= [ ]
𝑘 5,62
(−2 log (3,71 ∗ 𝐷 + 0,69 ))
𝑅
Onde “𝑘” é o valor associado à rugosidade do material que
compõe o interior da adutora.
𝑉2
∆𝐻 = [𝐾]
2𝑔
Onde “𝑔” é o valor associado à gravidade no local (9,81m/s²) e K
dependerá de qual tipo de perda de carga você deseja.
1. Caso queria determinar a Perda de Carga Distribuída na
tubulação:
𝐿
[𝐾] = 𝑓
𝐷
2. Caso queira determinar a Perda de Carga Localizada,
deve-se somar os K’s fornecidos de cada elemento:
[𝐾] = ∑ 𝐾 ′ 𝑠 = 𝐾𝑣á𝑙𝑣𝑢𝑙𝑎 + 𝐾𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 𝑑𝑒 90º 𝑔𝑟𝑎𝑢𝑠 +. ..
97
• Perda de carga relativa ao comprimento da tubulação é apenas dividir a
Perda de Carga Distribuída pelo comprimento total da adutora
• Linha Piezométrica é a somatória de todas as perdas de cargas com a
altura geométrica a ser vencida
Com tudo isso detalhado, será mais fácil preencher a tabela mais a
frente.
98
Aqui, novamente foi fornecido dados que provavelmente você não vai usar, e
que pode acabar te confundindo ainda mais (similar ao gráfico na Lista 4). Vamos
calcular as linhas piezométricas e obter a curva característica do sistema, com as vazões
visualizadas na tabela anterior. Então a tabela que usaremos não será a dada no
enunciado.
99
Observe que temos uma vazão de aproximadamente 337 m³/h (94L/s) e com
uma carga de aproximadamente 50m. Voltando para o diagrama fornecido, observamos
que o rendimento do rotor para essa vazão é de aproximadamente 82% e com um NPSH
de aproximadamente 3,4m.
b) Instalar uma bomba em paralelo faz com que a vazão se some. Instalar a bomba
em série faz com que a carga se some. Como o enunciado explicitou que será
bomba em paralelo, temos que a vazão se somará. Para tentar visualizar essa
diferença, vamos fazer uma tabela comparativa:
100
Em seguida, segue o diagrama com os pontos analisados:
101
Observe que temos uma vazão de aproximadamente 396 m³/h (110L/s) e com
uma carga de aproximadamente 55m.
𝑃𝑎𝑡𝑚 𝑃𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟
𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 = − − 𝐻𝑔,𝑠 − ∆𝐻𝑠
𝛾 𝛾
Sendo que Hg,s é a altura geométrica entre o eixo da adutora e o nível
da água, nesse caso:
Pelo final do exercício “A”, podemos observar que o NPSHexigido era de 3,4.
Como NPSHexigido < NPSHD , temos que o sistema poderá funcionar sem haver
cavitação para o caso de uma bomba.
Algumas medidas que podem solucionar, caso houvesse a cavitação, seria afogar a
bomba (deixar a entrada dela abaixo do nível d’água) ou adquirir uma bomba com limite de
NPSH superior.
102
d) Para estimar a potência de uma bomba, temos que obter o rendimento do
sistema bomba + motor. Pelo exercício A, sabemos que o rendimento da
bomba no Ponto de Operação é de aproximadamente 82%. Pelo
enunciado, sabemos que o rendimento do motor é de 90%. Logo, o
rendimento do sistema será de 0,9*0,82 = 73,8%. Pelo formulário, temos
que a potência média será de:
Tendo essa potência média, e pelo enunciado o sistema operará por 20h/dia.
Temos que o tempo médio será de:
𝑀𝑊ℎ
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜 = 𝑃 ∗ 𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 62476 ∗ 7300 = 456074800 = 456,1
𝑎𝑛𝑜
Por fim, o gasto para um sistema com uma bomba será de aproximadamente:
𝑀𝑊ℎ 𝑅$
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜 ∗ 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 456,1 ∗ 250
𝑎𝑛𝑜 𝑀𝑊ℎ
𝑅$
→ 114025
𝑎𝑛𝑜
Para Duas bombas, vamos obter os dados do diagrama, considerando que é
uma bomba melhor com capacidade igual à das duas bombas que obtivemos.
Dessa forma, com uma vazão de 396m³/h, temos:
103
Um rendimento de aproximadamente 80%. Refazendo-se os cálculos temos:
e) A partir da montagem do sistema com uma ou duas bombas, é possível notar que
não necessariamente somar duas bombas em paralelo pode trazer os mesmos
resultados economicamente. Uma vez que por mais que em teoria aumente a vazão
e mantenha-se a carga, há também um aumento da perda de carga, fazendo com
que a vazão não dobre.
Note que houve um acréscimo de 32% nos custos, embora houve um aumento de
apenas 17,5% na vazão.
Dessa maneira, aumentar os custos de compra para duas bombas, manutenção para
duas bombas e custos de energia para duas bombas, uma possível saída pode vir a
ser a obtenção de uma bomba mais eficiente e potente.
104
Resolução Lista 7
Em seguida, vamos tentar obter os diâmetros das adutoras. Para isso, vamos manipular
a fórmula dada:
4𝑄 4𝑄
𝑉= 2
→𝐷=√
𝜋𝐷 𝜋𝑉
Como o enunciado estipulou que a velocidade deve ser entre 0,6m/s e 2m/s, vamos
considerar a velocidade de 2m/s (note que ao considerar a maior velocidade obtemos o menor
diâmetro, logo, situação mais econômica). Dessa forma:
4𝑄 2𝑄
𝐷=√ →𝐷=√
𝜋𝑉 𝜋
105
1
𝑄 0,54
𝑄 = 0,2785 ∗ 𝐶 ∗ 𝐷2,63 ∗ 𝑗 0,54 →𝑗=( )
0,2785 ∗ 𝐶 ∗ 𝐷2,63
Como o enunciado estipulou que C =110, temos os seguintes coeficientes para cada
trecho:
Com isso, podemos obter PD fazendo a diferença entre a Carga e a cota no nó.
106
Dessa forma, temos:
Nós Z (m) PE (m) H(m) PD(m)
1 210 215 - 210 = 05 212 212-210 = 2
2 174 215 -174 = 41 212 - 4,48= 207,52-174 = 33,52
207,52
3 180 215 -180 = 35 207,52 - 3,86= 203,66-180 = 23,66
203,66
4 182 215 -182 = 33 203,66 - 10,67= 193-182 = 11
193
5 190 215 -190 = 25 193 - 2,04= 190,96-190 =0,96
190,96
6 180 215 -180 = 35 193 -16,37= 176,6-180 =-3,4
176,6
7 190 215 -190 = 25 207,52– 7,73= 199,8-190 =9,8
199,8
8 178 215 -178 = 37 203,66 -7,6 196,06-178 =18,06
=196,06
Os destacados não atingiram a pressão dinâmica mínima exigida pelo enunciado (de
10m). Logo, é necessário alterar os diâmetros dos trechos para que aumente a pressão nesses
nós. Misericórdia.
Agora sabe-se que as tubulações a montante são maiores, logo, vamos tentar
aumentar os diâmetros dos trechos anteriores aos nós 5 e 6 que ainda não cumpriram o
mínimo de 10m. Começando pelo trecho 3, temos isso:
107
Ainda não foi o suficiente, então aumentaremos um trecho mais a montante.
Nesse caso, seria o trecho 2, porém caso mudássemos ele primeiro, teríamos um trecho a
jusante (trecho 2) com diâmetro maior do que um trecho a montante (trecho 1). Então vamos
mudar o trecho 1, ficando assim:
108
Analogamente, vamos calcular para uma adutora de polietileno (PE), dessa forma temos
a mesma tabela abaixo (uma vez que não depende do material da adutora):
109
Resolução Lista 8
a) Para essa estimativa, devemos considerar a perda de carga que haverá em cada trecho
(definida pelo fator “r”). É possível considerar que “Quanto maior o r, menor a vazão naquele
trecho”. Dessa forma podemos estimar alguns valores. Vamos, então, obter o “r” de todos os
trechos. Sabemos, pelo enunciado, que o r é obtido por:
𝐿
𝑟=
(0,2785 ∗ 𝐶 )1,85 ∗ 𝐷 4,87
Para cada trecho temos então:
O enunciado explicitou que a vazão no trecho 1 é 194 L/s. Como o Nó 2 “elimina” 27 L/s,
temos que 167 L/s para ser distribuídos para os trechos 2 e 3. Note, pela tabela anterior, que o
“r” do trecho 2 é cerca de 62% da soma do “r” do trecho 2 com o “r” do trecho 3, ou seja, como
estimativa inicial, podemos considerar que o fluxo irá ser de 62% para o trecho com menos
resistência (trecho 3) e 38% para o trecho de maior resistência (trecho 2) . Dessa forma temos:
110
Após o Nó 4 (que consome 19L/s) sabemos que devemos distribuir os 84L/s entre os
trechos 4 e 6. Analogamente à estimativa anterior (onde víamos a relação de “r” entre os
trechos), podemos estimar que 75% vai para o trecho 6, logo:
Como os Nós 3 e 7 não ramificam mais, podemos apenas descontar “o consumo” dos
próprios nós e obtemos as vazões dos trechos 10 e 7. Ficando algo assim:
111
Por fim, podemos considerar para o Nó 5, que as vazões que chegam (21 L/s + 5 L/s)
devem ser descontados no Nó 5, e o restante deve ir para o trecho 9, logo 3 L/s. Analogamente,
para o nó 8, temos que haverá uma chegada de (31 L/s + 3 L/s) e um desconto de (21 L/s),
fazendo com que no trecho 8 houvesse um fluxo de 13 L/s. O no nó 9, há um “consumo” de 37
L/s, que é exatamente a soma dos trechos 8 e 11. Temos, então, como estimativa inicial:
112
b,c,d) Os 3 anéis identificados nessa rede foram:
113
A partir das vazões estimadas no item A, podemos obter a perda de Carga (ΔH)
de cada trecho a partir da seguinte relação:
∆𝐻 = 𝑟 ∗ 𝑄 ∗ |𝑄 |0,85
Dessa forma, a perda de carga sempre terá o mesmo sinal que a vazão
estimada, logo temos:
Para não nos perdermos quais valores temos que somar, vamos categorizar os trechos
conforme os anéis a que eles pertencem. Cuidado, ao somar as perdas de carga, deve-
se levar em conta o sentido que você definiu o seu anel. Caso seja contrário ao fluxo já
delimitado pelo enunciado, o valor deve ser subtraído, ao invés de ser somado. Temos
então:
114
• Anel 1
∆𝐻
∑ = 59,952 − 54,448 − 101,512 − 101,397 + 66,684 = −130,721
𝑄
Com isso temos que o ajuste (∆𝑄) é obtido da seguinte maneira:
∑ ∆𝐻1
∆𝑄 = − = −0,001
∆𝐻
1,85 ∗ ∑
𝑄
Com esse valor obtido, deve-se atualizar todas as vazões que constituem o Anel 1 (nesse caso,
reduzindo a vazão em -0,001) e refazer os cálculos da tabela. Após o recalculo, vamos tentar
obter os ajustes para o Anel 2, ou seja, vamos refazer as contas acima, porém agora para o
Anel 2.
115
Agora torna-se um processo de repetição.
E assim segue-se até que os ajustes dos três anéis possam ser desconsiderados:
e) Montagem matricial
Para isso, vamos observar 3 anéis, definir um fluxo de sentido (não existe um fluxo correto,
apenas definir um e seguir com isso).
116
Em seguida, faremos uma análise de cada anel, levando em conta o sentido que você pré
determinou com o sentido do fluxo já fornecido. O fluxo total do anel deve ser 0, ficando da
seguinte maneira para os três anéis.
𝐾2 ∗ 𝑄2 + 𝐾10 ∗ 𝑄10 − 𝐾5 ∗ 𝑄5 − 𝐾4 ∗ 𝑄4 − 𝐾3 ∗ 𝑄3 = 0
{ 𝐾4 ∗ 𝑄4 + 𝐾9 ∗ 𝑄9 − 𝐾7 ∗ 𝑄7 − 𝐾6 ∗ 𝑄6 = 0
𝐾5 ∗ 𝑄5 + 𝐾11 ∗ 𝑄11 − 𝐾8 ∗ 𝑄8 − 𝐾9 ∗ 𝑄9 = 0
Após isso, você deve observar como cada nó é influenciado. Então o que faremos é pelo
equilíbrio dos nós, verificar o fluxo de entrada e o fluxo de saída, e igualar ao valor que foi
fornecido pelo enunciado
𝑁2 → 𝑄1 − 𝑄2 − 𝑄3 = 27
{
𝑁3 → 𝑄2 − 𝑄10 = 18
𝑁4 → 𝑄3 − 𝑄4 − 𝑄6 = 19
{
𝑁5 → 𝑄4 − 𝑄5 − 𝑄9 = 23
𝑁6 → 𝑄10 + 𝑄5 − 𝑄11 = 17
{
𝑁7 → 𝑄6 − 𝑄7 = 32
𝑁8 → 𝑄7 + 𝑄9 − 𝑄8 = 21
{
𝑁9 → 𝑄8 + 𝑄11 = 37
117
Resolução Lista 9
Pegando apenas os dados mais relevantes pra gente naquela tabela temos:
118
Com isso, já que possuímos o Volume Autorizado e o Volume total de água que entra
no sistema, podemos determinar as Perdas de água.
Basta agora estimar a Perda Aparente causada por erros de medição. Não há nenhum
dado na tabela, porém no rodapé há a seguinte informação:
Com isso temos que as Perdas Aparentes causadas por erros de medição é:
119
b) O índice de Perdas (IP) é a relação entre o Volume Perdido (Perdas Reais + Perdas
Aparentes) e o Volume Total Fornecido. Logo:
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑜 2184408
𝐼𝑃 = = = 32%
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 6824232
c) O método é uma boa ferramenta para ter controle sobre onde está sendo o principal
foco de perdas de água. Entretanto, diversos valores são estimados fazendo com que
a justificativa dessas estimativas seja bem detalhada, e mesmo aqueles dados que
foram micromedidos possuem sua certa incerteza. Dessa maneira, é uma ferramenta
muito eficiente e prática, porém possui suas imprecisões.
120
Resolução Lista 10
Nesse exercício, deve-se realizar o traçado de esgoto de uma região. Algumas coisas que tentei
priorizar:
- Maior parte do fluxo indo em direção ao córrego (pois é a cota mais baixa);
Ao fazer o traçado, percebe-se que há um ponto que precisa ter sua cota alterada, com o
intuito de fazer com que ainda funcione por gravidade. O ponto em questão é no encontro da Rua
Barueri com a Rua Felipe.
Depois disso, temos dois pontos nos quais a cota não favorece o conduto por gravidade. Os
pontos são:
121
122
Resolução Lista 11
Como estou fazendo pelo computador, a escala talvez tenha ficado um pouco errada.
Dessa forma, tentei colocar uma referência no arquivo digital (basta dar zoom até que o retângulo
preto coincida com 1cm) e baseei os comprimentos das ruas com base nessa referência. As
medidas aproximadas das ruas ficaram assim:
Existem dois pontos mais elevados, com a mesma cota de 783,5m, bem ao Norte (Ponto
A e Ponto B). Para que no trecho que conecta ambos os pontos, o conduto funcione por
gravidade, é necessário que existe um desnível entre eles. Decidimos, portanto, qual ponto será
modificado:
Além disso, o Ponto E possui duas quedas. Uma em sentido ao Interceptor, e outra
sentido Ponto F. Como deseja-se mandar tudo para o Interceptor, opta-se por criar um desnível
entre o Ponto F e o Ponto E.
Sabendo que o volume de terra retirado no Ponto B, por mais que auxilie no
levantamento da cota do Ponto F, não será o suficiente (772,3+0,92 = 773,22 < 773,5; fora as
possíveis perdas no transporte e por descompactação do solo devido à movimentação de terra)
opta-se também por rebaixar o Ponto E cerca de 0,6m e direcionar essa terra para o Ponto F
também. Fazendo com que (Ponto F = 773,82m e Ponto E = 772,9m)
123
Agora, com isso, temos uma possibilidade de conduzir o sistema de coleta de esgoto,
passando por todas as ruas, funcionando por gravidade até chegar no Interceptor. Uma possível
forma de fazer isso é a seguinte:
Para os cálculos vamos ter que organizar as ideias. Primeiro, vamos calcular a Média de
̅̅̅𝐼 ) e Média de Vazão Final (𝑄
Vazão Inicial (𝑄 ̅̅̅̅
𝐹 ):
124
𝐶∗𝑃𝑖 ∗𝑞𝑖 𝐶∗𝑃𝐹 ∗𝑞𝐹
̅̅̅
𝑄𝐼 = ; ̅̅̅̅
𝑄𝐹 =
86400 86400
0,8∗1500∗210 0,8∗5900∗210
̅̅̅
𝑄𝐼 = = 2,92𝐿/𝑠 ; ̅̅̅̅
𝑄𝐹 = = 11,47𝐿/𝑠
86400 86400
Observa-se que o comprimento da rua que possui rede dupla é de cerca de 189m, logo
o comprimento da rede nesse trecho é de 189*2 = 378m
92+92+53+80+92+53+42+80+92+95+96+40+56+46+47+40+69+73 =1238m
Dado o comprimento total da rede, podemos obter a Vazão total adicionada pela
infiltração (𝑄𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 ):
𝐿
𝑄𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 0,2 ∗ 1,616𝑘𝑚 = 0,32𝐿/𝑠
𝑠. 𝑘𝑚
Calculando o comprimento virtual, devemos considerar que todos os trechos são de
redes simples, logo:
• Trechos Simples:
o 92+92+53+80+92+53+42+80+92+95+96+40+56+46+47+40+69+73
=1238m
• Trechos Duplos
o 189m (não considera os dois lados, finge que é apenas um)
• Comprimento Virtual
o 1238+189 = 1427m = 1,427km
Com isso, podemos obter as Taxas de Contribuição Linear. Lembrando que as Taxas
de Contribuição Linear Inicial para Redes Simples (𝑇𝑥𝐼 ) e Taxa de Contribuição Linear Final
para Redes Simples (𝑇𝑥𝐹 ) são obtidos com:
125
𝐾2 ∗ ̅̅̅
𝑄𝐼 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅
𝑄𝐹
𝑇𝑥𝐼 = + 𝐼; 𝑇𝑥𝐹 = +𝐼
𝐿𝑣 𝐿𝑣
Onde:
𝐿
𝐼 → 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜, 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑒𝑛𝑢𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 = 0,2
𝑠. 𝑘𝑚
𝐿𝑣 → 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 (𝑐𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠) = 1,427𝑘𝑚
Enquanto as Taxas de Contribuição Linear Inicial para Redes Duplas (𝑇𝑥𝐼,𝐷𝑢𝑝𝑙𝑜 ) e Taxa
de Contribuição Linear Final para Redes Duplas (𝑇𝑥𝐹,𝐷𝑢𝑝𝑙𝑜 ) são obtidos com:
𝐾2 ∗ 𝑄̅̅̅𝐼 ̅̅̅̅
𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑄 𝐹
𝑇𝑥𝐼,𝐷𝑢𝑝𝑙𝑜 = + 𝐼; 𝑇𝑥𝐹,𝐷𝑢𝑝𝑙𝑜 = +𝐼
2 ∗ 𝐿𝑣 2 ∗ 𝐿𝑣
126
Os trechos destacados são duplos, dessa forma não há necessidade de contabilizar os
trechos 19,20 e 21 da rede esquematizada anteriormente.
𝑄𝐽𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐾2 ∗ ̅̅̅
𝑄𝐼 + 𝐶𝑜𝑚𝑝. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑑𝑒 ∗ 𝐼 (𝑐𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠)
𝑄𝐽𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅
𝑄𝐹 + 𝐶𝑜𝑚𝑝. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑑𝑒 ∗ 𝐼 (𝑐𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠)
Logo:
0,2𝐿 𝐿
𝑄𝐽𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 1,7 ∗ 2,92 + 1,616𝑘𝑚 ∗ = 5,29
𝑠. 𝑘𝑚 𝑠
0,2𝐿 𝐿
𝑄𝐽𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒_𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 1,2 ∗ 1,7 ∗ 11,47 + 1,616𝑘𝑚 ∗ = 23,72
𝑠. 𝑘𝑚 𝑠
127
Resolução Lista 12
Nesse exercício vamos ter diversos detalhes a serem analisados, vamos tentar
organizar para não nos perdemos.
Todos os trechos a serem analisados possuem o mesmo comprimento (L=100m).
Para cada trecho vamos analisar os dados da seguinte maneira:
128
Trecho 7-6:
• Inclinação do terreno
O trecho inicia-se (montante) em uma cota 𝑍𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 800𝑚, e finaliza em uma cota
𝑍𝐹𝐼𝑛𝑎𝑙 = 798,5𝑚 . Logo, o terreno possui uma inclinação de:
𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,008 ∗ 100 = 0,8
𝑠
𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,02 ∗ 100 = 2
𝑠
𝑚
𝐼𝑀í𝑛 = 0,0055 ∗ 10,8−0,47 = 0,0018
𝑚
Observe que, nesse trecho, a Inclinação Mínima é menor do que a Inclinação
do Terreno.
129
Com isso temos alguns dados em que podemos trabalhar. O enunciado estipulou que o
recobrimento montante do trecho 7-6 é de 2,05m, fazendo com que tenhamos o seguinte:
Mas isso é o suficiente para que o recobrimento mínimo nesse ponto seja respeitado?
Verificaremos!
Então devemos considerar o recobrimento mínimo para o ponto a jusante, fazendo com
que a inclinação seja alterada, aumentando-a.
130
797,95 − 797,15
𝐼7−6 = = 0,008 𝑚/𝑚
100
Essa declividade respeita a declividade máxima (que resulta em uma velocidade limite
de 5m/s)? Verificaremos!
𝑚
𝐼𝑀á𝑥 = 4,65 ∗ 𝑄𝐹−0,67 = 4,65 ∗ 37−067 = 0,414 > 𝐼7−6
𝑚
OK! Agora vamos tentar obter o Diâmetro da tubulação. Para isso existem duas
possibilidades:
𝑌
➢ ≤ 0,75
𝐷
𝑌
➢ 𝑠𝑒 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 , ≤ 0,50
𝐷
Porém, não sabemos a velocidade final, nem a velocidade crítica. Então partiremos de
um PRESSUPOSTO de que será a primeira opção. Após obter os resultados,
conferiremos se 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 .
𝑌
Considerando, então, que ≤ 0,75, temos:
𝐷
0,375 0,375
𝑄𝐹 0,037
𝐷 = (0,046 ) = (0,046 ) = 0,226𝑚
√𝐼 √0,008
131
Porém, como já sabemos que o diâmetro é de 250mm, podemos focar a busca em
apenas uma linha:
Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,3995 (y/D = 0,6) e 0,4249 (y/D =
0,625) para obter o 0,414, temos que:
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
≈0,614<0,75
𝐷
Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,1165 (y/D = 0,3) e 0,1358 (y/D =
0,325) para obter o 0,121, temos que:
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
≈0,306<0,75
𝐷
132
Agora vamos obter as Velocidade Finais e Velocidades Críticas para confirmar a
nossa pressuposição inicial.
Velocidade Final
Vamos tentar obter os valores localizados nessa tabela:
Porém, já sabemos que o diâmetro é 250mm, e que nossos y/D são menores do que
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
0,75 ( ≈0,614 e ≈0,306). Para obter a Velocidade Final, usaremos ,
𝐷 𝐷 𝐷
e temos que:
Fazendo-se uma interpolação entre 12,99 (y/D = 0,6) e 13,16 (y/D = 0,625), para obter o y/D =
0,614, temos que:
𝑉𝑓 1,17𝑚 5𝑚
= 13,1 → 𝑉𝑓 = 13,1 ∗ √0,008 = < (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎)
√𝐼 𝑠 𝑠
133
Velocidade Crítica
Para obter a Velocidade Crítica, temos que obter o Raio Hidráulico Final (𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 ). Seguindo a
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
tabela com o nosso :
𝐷
Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,278 (y/D = 0,6) e 0,283 (y/D = 0,625) para um
y/D = 0,614, temos que:
𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙
= 0,28 → 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,28 ∗ 0,250 = 0,07
𝐷
Com isso temos que a Velocidade Crítica (𝑉𝐶 ) é:
4,97𝑚
𝑉𝐶 = 6 ∗ √𝑔 ∗ 𝑅𝐻𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 6 ∗ √9,8 ∗ 0,07 =
𝑠
Nota-se, portanto, que 𝑉𝑓 < 𝑉𝐶 , mostrando que nossa pressuposição inicial estava correta.
Tensão Trativa
Para a tensão trativa, utilizaremos o Raio Hidráulico Inicial (𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ). Seguindo a tabela com o
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
nosso :
𝐷
Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,171 (y/D = 0,3) e 0,182 (y/D = 0,325) para um
y/D = 0,306, temos que:
𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙
= 0,175 → 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,175 ∗ 0,250 = 0,0437
𝐷
Com isso temos que a tensão trativa (𝜎𝑇𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 ) é:
134
A velocidade inicial é obtida analogamente à velocidade final explicada anteriormente, porém
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
utilizando-se , logo:
𝐷
Fazendo-se uma interpolação entre os valores 9,4 (y/D = 0,3) e 9,82 (y/D=0,325) para
obter um y/D = 0,306, temos que:
𝑉𝐼 0,86𝑚
= 9,6 → 𝑉𝑖 = 9,6 ∗ √0,008 =
√𝐼 𝑠
135
Trecho 8-1:
• Inclinação do terreno
O trecho inicia-se (montante) em uma cota 𝑍𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 800𝑚, e finaliza em uma cota
𝑍𝐹𝐼𝑛𝑎𝑙 = 798,5𝑚 . Logo, o terreno possui uma inclinação de:
𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,008 ∗ 100 = 0,8
𝑠
𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,02 ∗ 100 = 2
𝑠
𝑚
𝐼𝑀í𝑛 = 0,0055 ∗ 0,8−0,47 = 0,0061
𝑚
Observe que, nesse trecho, a Inclinação Mínima é menor do que a Inclinação
do Terreno.
136
Com isso em mãos, podemos trabalhar. A abordagem nesse trecho será um pouco diferente do
anterior.
Quando analisamos o trecho 7-6, percebemos que o ponto a montante era uma conexão que
possuía diversas vazões inclusas. Por isso determinamos ele como sendo um ponto fixo, e
modificamos a profundidade e inclinação para obter o ponto a jusante.
Para o trecho 8-1, faremos o contrário. Deixaremos o ponto a jusante como sendo fixo, e
modificaremos as profundidades e inclinações para obter o ponto a montante. Pois assim, haverá
menos recálculos em todo o sistema, fora que o ponto a montante do trecho 8-1 é um início de
um trecho novo, logo a vazão é zero, interferindo ainda menos no sistema como um todo.
Com isso, sabendo que com a Inclinação Mínima haverá um ∆𝑍= 0,61m, temos que a tubulação
terá cota superior de 797,76m. Mas será que isso já garante um recobrimento mínimo no ponto
a montante? Verificaremos!
Sabendo que a cota do terreno do ponto a montante é 800, temos que o recobrimento será de
800-797,76 = 2,24m>1,35m. Dessa forma, o recobrimento está OK.
Agora vamos tentar obter o Diâmetro da tubulação. Para isso existem duas possibilidades:
𝑌
➢ ≤ 0,75
𝐷
𝑌
➢ 𝑠𝑒 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 , ≤ 0,50
𝐷
𝑌
Considerando, então, que ≤ 0,75, temos:
𝐷
0,375 0,375
𝑄𝐹 0,002
𝐷 = (0,046 ) = (0,046 ) = 0,0797𝑚
√𝐼 √0,0061
137
Analisando Vazões Finais, observe que:
𝑄𝐹 0,002
= = 0,0256
√𝐼 √0,0061
Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,0252 (y/D = 0,275) e 0,0298 (y/D = 0,3) para
obter o 0,0256, temos que:
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
= 0,277<0,75
𝐷
Com isso, já é possível obter o 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 , interpolando-se os valores 0,159 (y/D = 0,275) e 0,171
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
(y/D = 0,3) para obter o = 0,277.
𝐷
𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙
Dessa forma: = 0,160 → 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,160 ∗ 0,150 = 0,024.
𝐷
138
Analisando Vazões Iniciais, observe que:
𝑄𝐼 0,0015
= = 0,0192
√𝐼 √0,0061
Procurando esse valor, no diâmetro 150mm, temos:
Fazendo-se uma interpolação entre os valores 0,0169 (y/D=0,225) e 0,0209(y/D = 0,25) para
obter 0,0192 temos que:
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
= 0,24 < 0,75
𝐷
Com isso, já é possível obter o 𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 , interpolando-se os valores 0,134 (y/D = 0,225) e 0,147
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
(y/D = 0,25) para obter o = 0,24.
𝐷
𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
Dessa forma: = 0,1418 → 𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 0,1418 ∗ 0,150 = 0,02127
𝐷
Para obter a confirmação que nossa hipótese inicial é válida, temos que confirmar se 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 :
139
Velocidade Final
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Verificando a tabela, utilizando-se do = 0,277, temos:
𝐷
𝑉𝑓 0,5𝑚 5𝑚
= 6,4 → 𝑉𝑓 = 6,4 ∗ √0,0061 = < (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎)
√𝐼 𝑠 𝑠
Velocidade Crítica
2,91𝑚
𝑉𝐶 = 6 ∗ √𝑔 ∗ 𝑅𝐻𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 6 ∗ √9,8 ∗ 0,024 =
𝑠
Nota-se, portanto, que 𝑉𝑓 < 𝑉𝐶 , mostrando que nossa pressuposição inicial estava correta.
140
Tensão Trativa
Para a tensão trativa, utilizaremos o Raio Hidráulico Inicial (𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ), que já obtivemos. Logo:
141
Trecho 7-7:
• Inclinação do terreno
𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,008 ∗ 100 = 0,8
𝑠
𝐿
𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑇𝑎𝑥𝑎𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝐿 = 0,02 ∗ 100 = 2
𝑠
A vazão a montante é a soma das vazões que chegam nesse ponto. Logo:
𝑄𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 10,8 + 1,5 = 12,3 𝐿/𝑠
𝐿
𝑄𝑖 = 12,3 + 𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 13,1
𝑠
A vazão a montante é a soma das vazões que chegam nesse ponto. Logo:
𝑄𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 37 + 2 = 39 𝐿/𝑠
𝐿
𝑄𝐹 = 39 + 𝑄𝐼𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 41
𝑠
:
• Inclinação Mínima da tubulação
𝑚
𝐼𝑀í𝑛 = 0,0055 ∗ 13,1−0,47 = 0,00164
𝑚
142
Esse ultimo trecho tem a peculiaridade de que o terreno está subindo. Porém, como a
tubulação deve descer, vamos verificar se ficaria muito profundo (acima de 3m que dificultaria a
operação).
Observando o esquema representado, nota-se que a tubulação irá descer mais 0,164m em
relação à cota 797,15. Dessa forma, o recobrimento no ponto a jusante será de 799-797,15-
0,164 = 2m>1,35. Então ainda é possível utilizar sem a necessidade de bombeamento (ainda
funciona por gravidade).
Agora vamos tentar obter o Diâmetro da tubulação. Para isso existem duas possibilidades:
𝑌
➢ ≤ 0,75
𝐷
𝑌
➢ 𝑠𝑒 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 , ≤ 0,50
𝐷
𝑌
Considerando, então, que ≤ 0,75, temos:
𝐷
0,375 0,375
𝑄𝐹 0,047
𝐷 = (0,046 ) = (0,046 ) = 0,333𝑚
√𝐼 √0,00164
143
Procurando esse valor, na tabela para diâmetro de 375mm, temos:
Com isso, já é possível obter o 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 , interpolando-se os valores 0,272 (y/D = 0,575) e 0,278
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
(y/D = 0,6) para obter o = 0,577.
𝐷
𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙
Dessa forma: = 0,2725 → 𝑅𝐻_𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,2725 ∗ 0,375 = 0,102.
𝐷
Com isso, já é possível obter o 𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 , interpolando-se os valores 0,159 (y/D = 0,275) e 0,171
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
(y/D = 0,3) para obter o = 0,291.
𝐷
𝑅𝐻_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
Dessa forma: = 0,167 → 𝑅𝐻_𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 0,167 ∗ 0,375 = 0,0626
𝐷
144
Para obter a confirmação que nossa hipótese inicial é válida, temos que confirmar se 𝑉𝑓 > 𝑉𝑐 :
Velocidade Final
𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Verificando a tabela, utilizando-se do = 0,577, temos:
𝐷
𝑉𝑓 0,68𝑚 5𝑚
= 16,79 → 𝑉𝑓 = 16,79 ∗ √0,00164 = < (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎)
√𝐼 𝑠 𝑠
Velocidade Crítica
6𝑚
𝑉𝐶 = 6 ∗ √𝑔 ∗ 𝑅𝐻𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 6 ∗ √9,8 ∗ 0,102 =
𝑠
Nota-se, portanto, que 𝑉𝑓 < 𝑉𝐶 , mostrando que nossa pressuposição inicial estava correta.
Tensão Trativa
Para a tensão trativa, utilizaremos o Raio Hidráulico Inicial (𝑅𝐻_𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ), que já obtivemos. Logo:
145
A velocidade inicial é obtida analogamente à velocidade final explicada anteriormente, porém
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
utilizando-se , logo:
𝐷
146
Resolução Lista 13
Uma vez que a topografia não permite um deslocamento por gravidade na completude da
rede, será necessário dividir em duas bacias. Uma concentrará a maior parte do fluxo de esgoto
e o conectará até a Estação de Tratamento de Esgoto, enquanto a segunda bacia concentrará
até uma Estação Elevatória de Esgoto que, através de bombeamento, direcionará o esgoto até
um Poço de Visita da Bacia 1. Dessa maneira, espera-se que todo o esgoto da região seja
coletado e tratado.
147
Fazendo-se o traçado de rede de esgoto da Bacia 2, temos:
148
ALGUMAS QUESTÕES DE P1’S ANTIGAS
1)
Dados:
Qa →
𝐾1 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑎 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 ) × 𝐶𝐸𝑇𝐴
86400
Qb →
𝐾1 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑏 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 )
86400
Qc →
𝐾1 × 𝐾2 × 𝑃 × 𝑞
𝑄𝑐 = ( + 𝑄𝑒𝑠𝑝1 )
86400
Uma vez que a ETA pode operar por mais tempo no dia, as vazões Qa e Qb podem ser
menores e, ainda assim, atenderão a demanda.
149
Para que serve a verificação do NPSH?
Para a averiguar se a bomba operará de maneira que não forme o fenômeno da cavitação
Caso não passe por essa verificação de NPSH, o que pode ser feito?
A vazão diminuirá, uma vez que o diâmetro interno da tubulação sofrerá uma redução, além de
haver um aumento na rugosidade da parede interna dessa (aumentando a perda de carga
distribuída)
OBSERVAÇÃO:
Aqui o professor disse que a cavitação depende unicamente das perdas das cargas na sucção.
Embora as cavitações possam ocorrer nas tubulações de recalque (ao passar por
estrangulamentos, por exemplo) não é levado em consideração nas questões de saneamento.
Verificar com o professor durante as aulas para não ter problemas de interpretação
Auxiliam na redução de perdas por medições equivocadas ou fraudes, ou seja, reduz as perdas
aparentes
• Uso de Geofone
Auxiliam no encontro de vazamento não visíveis e detectáveis, ou seja, reduz as perdas reais.
Auxiliam ao reduzir a pressão em trechos do sistema, fazendo com que a vazão em fendas e
aberturas seja menor, ou seja, reduz as perdas reais
150
T1 → Continuaria igual
T2 e T4 → Impossível dizer, pois não sabemos qual sofreu maior diferença de vazão
T6 → Diminuiria
3 → Poderia ser utilizado, uma vez que se trata de uma solução geral. Entretanto, poderia ser
realizado como uma equação linear não sendo, portanto, o único método.
151
ALGUMAS QUESTÕES DE P2’S ANTIGAS
a) *Aula 11*
Sabemos que o cálculo de Vazão de Início de Plano é calculado da seguinte maneira:
88,6 = 54 ∗ 𝐾2 + 𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
280,6 = 174 ∗ 𝐾2 + 𝐼𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙
Como nada foi informado sobre variação de Vazões de Infiltração, e nenhuma menção sobre
mudança de comprimento do trecho, temos que:
𝐼𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐼𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝐼
Porém, ele pergunta sobre Taxa de Infiltração (𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 ), não sobre Vazão de Infiltração,
então temos que, para o comprimento da rede simples (L):
𝐼 2,2 𝐿/𝑠 𝐿
𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = = → 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 0,4
𝐿 5,5 𝑘𝑚 𝑠 ∗ 𝑘𝑚
152
b) *Aula 11*
Mudança nos trechos:
1710m → Rede Dupla, logo:
5500-1710 = 3790m → Rede Simples
LDuplo 2 ∗ 1710
Lvirtual = LSimples + = 3790 + → Lvirtual = 5500𝑚 = 5,5𝑘𝑚
2 2
Rede Simples Rede Duplas
𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙
Início 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 2 ∗ 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙
𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑄 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑇𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = + 𝑇𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Final 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 2 ∗ 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙
𝐿
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = (51,02 ∗ 3,79) + (25,51 ∗ 2 ∗ 1,71) → 𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 280,61
𝑠
153
Pergunta chata que questiona se existe relação entre esses temas e essas equações.
Marquei aqueles que eu acho que possui relação direta. As “justificativas” estão na página
seguinte.
0,375
𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑉𝐶𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎 = 6√𝑔 ∗ 𝑅ℎ 𝜎 = 𝛾 ∗ 𝑅ℎ ∗ 𝐼 𝐼𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 = 0,0055 ∗ (𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 )−0,47 𝐷𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 = (0,046 )
√𝐼
Deduzida
Matematicamente
(Conceitual)
Deduzida
Matematicamente a
partir da equação de
Manning
Ajustada a partir de
Dados Experimentais
Medidos em
Laboratórios
Ajustadas a valores
calculados a partir da
Equação de Manning
Escoamento Aerado
Auto Limpeza
Lâmina
154
“Justificativas”
155
Referências:
• Conduto forçado e conduto livre
http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila%20IT%20503/IT503%20Cap%207.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4431466/mod_resource/content/0/Aula%206%20%20HIDRA%C3%9ALICA%20
Condutos%20For%C3%A7ados.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hidr%C3%A1ulica_aplicada_a_tubula%C3%A7%C3%B5es
• Aqueduto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aqueduto
https://escola.britannica.com.br/artigo/aqueduto/480638
https://conceito.de/aqueduto
• Adutora
https://wp.ufpel.edu.br/hugoguedes/files/2019/10/Aula-5-Adutoras.pdf
https://portalconstrucao.com.br/adutora/
https://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-adutora.html
• Sifão
http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/pressao/cotidiano_dp/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sif%C3%A3o
http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicionario/2009/02/o-que-e-sifao/
• Sifão Invertido
http://site.sanepar.com.br/sites/site.sanepar.com.br/files/informacoes-tecnicas/mps-versao-2017/modulo_09.4_-
_diretrizes_travessia_e_sifao_invertido_maio-2018.pdf
https://www.passeidireto.com/arquivo/35296725/componentes-do-sistema-de-esgotamento-sanitario/12
- Ventosas e Descarga
https://eg.uc.pt/bitstream/10316/38452/1/Analise%20de%20criterios%20de%20dimensionamento%20de%20ventosas%
20em%20sistemas%20adutores.pdf
- Barrielte
https://www.engenhariacivil.com/dicionario/barrilete
https://www.totalconstrucao.com.br/barriletes/
-cavitação
https://www.youtube.com/watch?v=cxncLeHSuLE
https://www.youtube.com/watch?v=KEEPE-cCV60
http://pneumaticsolucoes.com/valvula-solenoide/
http://www.abametalurgica.com.br/post/como-quando-e-por-que-usar-valvulas-solenoides
https://www.diariodolitoral.com.br/noticias/o-que-sao-e-para-que-serve-osregistros-hidraulicos/33444/
https://www.youtube.com/watch?v=Yo-pspzRwjw
156