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13/11/2023

Epidemiologia do envelhecimento no Brasil

• Objetivo:
– Descrever os fenômenos demográficos e epidemiológicos relacionados ao envelhecimento da
população brasileira, sua situação atual, perspectivas e potenciais consequências
Epidemiologia do Envelhecimento
no Brasil • Conteúdo:
– Transição demográfica
Dr. Vitor Last Pintarelli – Transição epidemiológica
vitorpintarelli@yahoo.com.br – Quadro atual da população idosa brasileira
2023 – Perspectivas para as próximas décadas
– Desafios previstos

VLP 2

Epidemiologia do envelhecimento no Brasil Transição demográfica

• Expectativa de vida ao nascimento A composição de uma população é reflexo de sua dinâmica ao longo do tempo. Este
– 1910 – 34 anos processo, refere-se aos efeitos que as mudanças nos níveis de:
– 1980 – 62,5 anos (♂ 59,6 e ♀ 65,7)
– 2022 – 76,2 anos (♂ 73,6 e ♀ 80,5) • Fecundidade (no de nascidos vivos em dado tempo/no de mulheres em idade fértil -
15 a 49 anos)
– 2040 – 82,1 anos (♂ 78,6 e ♀ 85,7)
• Natalidade (no de nascidos vivos/população total) e
• Mortalidade

Qual a explicação? provocam sobre o


ritmo de crescimento populacional e sobre a estrutura por sexo e idade.

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Transição demográfica Estágios da transição demográfica


 O fator decisivo para o envelhecimento da população é a queda da fecundidade,  Fase pré-industrial ou primitiva, equilíbrio populacional, onde taxas de natalidade e
isto é a diminuição relativa de contingentes populacionais nas faixas etárias mais mortalidade, principalmente infantil, são elevadas;
jovens, e ampliação da população nas faixas mais idosas.
 Fase intermediária, de divergência de coeficientes, taxa de natalidade alta,
mortalidade decresce, crescimento populacional aumenta, explosão populacional;

• Fase intermediária, de convergência de coeficientes, natalidade diminui em ritmo


mais acelerado que a mortalidade, efeito mais notável é o envelhecimento da
população.
1910 1960 2018

T. fec. ~5,5 6,21 1,73

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Transição Demográfica no Brasil: 1900-2050


Estágios da transição demográfica
No fim do processo há um retorno ao equilíbrio populacional (fase moderna ou
Taxa bruta de natalidade - TBN (L)
 Taxa bruta de mortalidade - TBM (L)
População (R)
pós-transição), com aproximação dos coeficientes, em níveis muito mais baixos. 50 280
260
45 TBN
240

População estável, fecundidade em nível de reposição, maior esperança de vida, 40 220


 200

TBN e TBM (taxas por mil)


envelhecimento da população e ampliação da proporção de mulheres.

População (em milhões)


35
180
Taxa de crescimento natural 160
30
140
25 120
100
20
80
15 TBM 60
40
10
20
5 0
1900 1920 1940 1955 1965 1975 1985 1995 2005 2015 2025 2035 2045
1910 1930 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050

Fonte: IBGE e ONU - www.esa.un.org/unpp - visitado em 23 de setembro de 2013


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Pirâmide etária brasileira em 2013, 2040 e 2060 Pirâmide etária brasileira em 2023

Censo demográfico 2022:


– 32.113.420 > 60 anos (15,8%)
– 55,7% mulheres
– 44,3% homens
– Sul e Sudeste: 17,6% >60 anos

Fonte: IBGE Fonte: IBGE


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Transição epidemiológica Estágios da transição epidemiológica

 Modificações dos padrões de morbidade, invalidez e morte Estágio 1: período de pragas e fome
– Mortalidade e fecundidade elevados
– Doenças infecto parasitárias, problemas de saúde reprodutiva
 Engloba três mudanças básicas: – Crescimento populacional lento
– Esperança de vida: 20 e 40 anos
― Substituição das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e causas externas;
― Deslocamento da maior carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens aos grupos mais
idosos; • Estágio 2: desaparecem pandemias
― Mudança de predomínio de mortalidade para morbidade – Mortalidade em declínio
– Queda da fecundidade

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Estágios da transição epidemiológica Transição epidemiológica no Brasil

Estágio 3: doenças degenerativas e provocadas pelo homem  Superposição entre as etapas onde predominam as doenças transmissíveis e
– Mortalidade e fecundidade baixas crônico-degenerativas;
 Contra-transição: reintrodução de doenças como dengue e cólera, ou o
Estágio 4: ↓ Mortalidade por doenças cardiovasculares recrudescimento de outras como a malária, hanseníase e leishmanioses
– Envelhecimento da população  Transição prolongada: morbidade e mortalidade persistem elevadas
– Mudança no estilo de vida  Polarização epidemiológica: as situações epidemiológicas de diferentes regiões em
– Doenças emergentes e ressurgimento de doenças um mesmo país tornam-se contrastantes

Estágio 5: longevidade paradoxal


– Emergência de doenças enigmáticas
– Capacitação tecnológica para sobrevivência do inapto

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Quadro atual da população brasileira idosa Quadro atual da população brasileira idosa

• População idosa • Envelhecimento pela base:


– Grupo populacional que vive última fase da vida dependente de processo – Queda de fecundidade que leva a redução na proporção da população jovem e um consequente
aumento na população idosa.
biológico, condições sociais, econômicas, regionais, culturais, étnicas e sexo.
– Estatuto do Idoso e a Política Nacional do Idoso: maiores de 60 anos
• Envelhecimento pelo Topo:
– Reflexões: – Diminuição da mortalidade nas idades mais avançadas e consequente sobrevida mais longa.
• 65 anos em países desenvolvidos;
• 75 anos na Itália a partir de 2018 “população idosa também envelhece”

>número de mulheres, por mortalidade masculina

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Quadro atual da população brasileira idosa Quadro atual da população brasileira idosa

Solidão na velhice Inserção do idoso na família


• Universalização da seguridade social: melhorias em condições de saúde e outros • Redução da proporção de homens idosos chefes da família:
avanços tecnológicos – formas inovadoras de bem estar do que abandono, descaso – 90-83,8% (1998-2008)
e/ou solidão;
• Mulheres:
• Viver só mais comum nos muito idosos, mulheres, 41% viúvas; – 1998 – predomínio de cônjuges
– 2008 - predomínio de chefes de família

• 80% homens algum tipo de união conjugal.


• Redução da dependência dos idosos sobre a família/ 2008

• São idosos dependentes na falta de renda e/ou autonomia física ou mental vão
morar com filhos ou parentes
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Quadro atual da população brasileira idosa

Co-residência Passando do baby boom ao elderly boom

• Transferência de apoio informal entre o idoso e a família como processo de • Idosos dos próximos 30 anos já nasceram com benefícios sociais inexistentes em
intercâmbio entre gerações (bens, serviços, dinheiro e outros) - transferências gerações anteriores
intergeracionais. • “Baby boomers” – “elderly boomers”
• População muito idosa: tecnologia médica e acesso a serviços de saúde.
• 2040 - 27% da população brasileira com >60 anos
• Participação de renda do idoso na família, diminui com a idade.

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Perspectivas: maior proporção de longevos Perspectivas: feminização da velhice

• População muito idosa (80 anos ou mais) • 2010 – 20 milhões de idosos (55,7% mulheres)
• Segmento populacional que mais cresce
– 1940- 170,7 mil • Moradoras de área urbana.
(Predomínio masculino em área rural)
– 2010 – 2,8 milhões
• 14,2% da população idosa
• 1,5% população total • Maior probabilidade: viuvez, desvantagens socioeconômicas
– 2040 – 13,7 milhões
• 24,6% população idosa • Moradia:
• 6,7% da população total – 25,6% das mulheres vivem sozinhas/2008;
– Residem com outros parentes 15,4%;
– 57,6% das moradores de instituições.

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Perspectivas: feminização da velhice Desafios e oportunidades

• Período maior de debilidade física antes da morte; • Saúde pública


• Previdência social
• Maior dependência de cuidados; • Mudanças no mercado de trabalho
• Organização familiar
• Mulheres idosas com maior participação de atividades do que homens. • Alterações culturais
• Políticas públicas
• Inédito convívio intergeracional
• Intercâmbio de vivências
• Novas visões do envelhecimento

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