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3.1.

2 A diversidade de estruturas demográficas

A maioria dos países desenvolvidos encontra-se na fase de "pós transição",


pois os níveis de natalidade não chegam para renovar as gerações, uma vez que a
taxa de óbitos é maior que a taxa de nascença.
Porém, os países em desenvolvimento apresentam uma taxa de natalidade bem
superior à taxa de óbitos.

A estrutura demográfica de um país pode ser tratada e representada de várias


formas, no entanto, a mais habitual é a representação por sexo e idade, feita através
das pirâmides de idades.
A forma da pirâmide, assumida por cada país, está relacionada com o seu
desenvolvimento. No caso dos países desenvolvidos é comum identificar a pirâmide
em urna, enquanto que nos países em desenvolvimento podemos deparar-nos com a
pirâmide em acento circunflexo.

Pirâmide em urna. É típica dos países desenvolvidos na última fase de


transição demográfica. É caracterizada por um baixo nível de natalidade e
mortalidade, fazendo com que a sua base seja estreita e o topo bastante empolado.

Pirâmide em acento circunflexo. É típica dos países em desenvolvimento,


nos quais a taxa de natalidade e mortalidade são elevadas, o que proporciona uma
base larga e um topo reduzido.

Descrição: Pirâmide etária de Portugal em 2019.


Descrição: Pirâmide etária de Moçambique em 2020.

Comparação das pirâmides: estas pirâmides etárias estão relacionadas com o nível
de desenvolvimento de um dado país, tendo as pirâmides dos países desenvolvidos
um topo largo e uma base estreita. Já as pirâmides de países em desenvolvimento
apresentam uma base larga e um topo justo, predominando a população jovem
(esperança média de vida baixa).

Estrutura etária dos países desenvolvidos

Através da observação das pirâmides etárias dos países desenvolvidos,


tratadas no ponto anterior, podemos concluir que:

 O peso do grupo etário dos jovens é baixo;


 Há um aumento do peso do grupo das pessoas com idade mais avançada.
Atualmente, com o aumento do desenvolvimento económico em algumas regiões
do globo e através da adoção de medidas como o planeamento familiar e o controlo de
natalidade em alguns países (como é o caso da China), o crescimento populacional
mundial, em média, tem vindo a diminuir nos últimos anos. Por esse motivo, muitos
autores referem-se às explosões demográficas dos séculos XIX e XX como
integrantes de diferentes transições demográficas que marcaram os diferentes
períodos da história. O que se percebeu é que, com o passar do tempo e a promoção
de avanços tecnológicos, as taxas de mortalidade diminuíram repentinamente, mas o
mesmo não se verificou com as taxas de natalidade, vindo estas a levar mais algum
tempo para acompanharem a queda.

De facto, apenas a partir da segunda metade do século XX é que se começou a


verificar um novo período demográfico para os países desenvolvidos, o
envelhecimento demográfico.

Uma das representações mais correntes sobre os rápidos crescimentos


populacionais que ocorreram em todo o mundo foi chamada de geração do “baby
boom”, em que o número de filhos se intensificou após o final da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945). Este foi seguido pelo período conhecido como “baby-crash”, que
consistiu num forte decréscimo dos níveis de natalidade. Finalmente chegamos aos
anos mais recentes, deparando-nos com o “papy-boom”, que consiste no
envelhecimento populacional.

Segundo o site AIRPORT (Associação dos Instaladores de Portugal), estima-se


que o número de idosos, com 60 anos ou mais, duplique até 2050 e mais do
que triplique até 2100, passando de 962 milhões em 2017 para 2,1 mil
milhões em 2050 e 3,1 mil milhões em 2100 e globalmente, o número de
pessoas com 80 anos ou mais deverá triplicar até 2050 passando de 137
milhões, em 2017, para 425 milhões em 2050.
A tabela abaixo apresenta os números do gráfico para alguns anos
selecionados. Observa-se que a população total era de 2,5 bilhões de habitantes em
1950, passou para 7,8 bilhões em 2020 e deve alcançar 10,9 bilhões de habitantes em
2100. O crescimento absoluto foi de 4,3 vezes em 150 anos. Mas se o crescimento da
população mundial foi elevado, muito maior foi o crescimento da população idosa.

Outras das características do envelhecimento populacional reside na


feminização da terceira idade. Este fator consiste na predominância do sexo feminino
enquanto população idosa, uma vez que a esperança média de vida das mulheres é
superior à dos homens.
Sendo a UE a uma grande representante do envelhecimento da população
global, é também nesta que se pode verificar o fenómeno de feminização, sendo
Portugal um dos países em que se pode verificar esse acontecimento.

Na imagem acima podemos observar a pirâmide etária de Portugal entre 1991


e 2012 e comparar os resultados por ela transmitidos. Podemos verificar uma
predominância das mulheres em fase idosa, assim como reduzidas taxas de
mortalidade e natalidade.
Índice de envelhecimento por Local de residência, Portugal em 2001, 2011 e 2013.

Índice de envelhecimento em Portugal, por sexo (1940-2011).

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