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Materiais de Construção Civil III

Resíduos de Construção e Demolição (RCD)


Normas técnicas para RCD
Prof. D.Sc. Luisa Muylaert de Menezes Póvoa
Resíduos de construção e demolição
RCD
São provenientes de construções, reformas, reparos e demolições
de obras de construção civil, e também resultantes da preparação
e da escavação de terrenos.

Exemplo: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos,


rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados,
forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros,
plásticos, tubulações, fiação elétrica, etc.

(Resolução 307/CONAMA)
RCD –
Classificação RCD- Resolução
conforme resolução 307/2002
CONAMA
307:2002 CLASSE A CLASSE B CLASSE C CLASSE D

Recicláveis para Recicláveis para


Perigosos
construção outras funções Não foram
desenvolvidas
tecnologias ou
Ex.: plásticos, aplicações
Ex.: tijolos, economicament Ex: tintas,
blocos, telhas, papel, e viáveis para solventes,
placas de papelão, sua reciclagem óleos, telhas e
revestimento, metais, vidros, ou recuperação materiais que
concreto, madeiras, contenham
argamassa, embalagens amianto, etc.
tubos, etc. vazias de Ex.:
tintas, gesso, lixas, massa
isopor. corrida, massa
de vidro
Resíduos de construção e demolição RCD

A composição dos RCD variam em função:


• Da diversidade de matérias-primas;
• De técnicas construtivas;
• Do desenvolvimento econômico e tecnológico da região;
• De técnicas de demolição empregadas; entre outros.
Resíduos de construção e demolição RCD
Tabela 01 - Geração de RCD em função da fase da obra,
Fonte: SINDUSCON – MG.

(Brasil et. al., 2011)


RCD – Destinação
Preferencialmente reutilizados ou reciclados na forma de
agregados, ou encaminhados para aterros de resíduos classe A,
Classe A
devidamente licenciados, de forma a garantir sua utilização
futura.

Reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de


Classe B
armazenamento temporário garantindo sua utilização futura

Devem ser destinados em conformidade com as normas


Classe C
específicas
Devem ser transportados e destinados a locais que sejam
Classe D licenciados para receber esse tipo de resíduo, como aterros de
resíduos perigosos
RCD – Destinação
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS - Lei 12.305/2010)
estabelece que a responsabilidade pela destinação adequada dos
resíduos da construção e demolição (RCD) é do gerador e não do
poder público municipal.

Responsabilidade Gerador do RCD

Cabe ao Município fazer a gestão da limpeza urbana de modo a


fiscalizar e garantir que não haja despejo inadequado dos resíduos,
evitando, assim, danos ambientais locais.
Resíduos de construção e demolição RCD

Há significativa geração de RCD em serviços classificados como


construção informal, reforma e ampliação, em que seus
geradores dispõem estes resíduos em áreas não regularizadas
pelo poder público local.
Origem dos resíduos de construção e
demolição - RCD

Figura 01 – Origem dos RCD em municípios brasileiros.


Fonte: (Miranda et al., 2017)
Resíduos de construção e demolição RCD
:
A deposição inadequada do RCD causa
• Poluição ambiental e visual;
• compromete o tráfego de pedestres e de veículos;
• provoca o assoreamento de rios, córregos e lagos;
• entupimento da drenagem urbana, enchentes;
• servem de pretexto para o depósito irregular de outros
resíduos não-inertes, propiciando o aparecimento e a
multiplicação de vetores de doenças.
Causas da geração de resíduos
• A falta de qualidade dos bens e serviços, ocasionando perdas de
materiais que viram entulho;

• Urbanização desordenada que faz com que as construções passem por


adaptações e modificações gerando mais resíduos;

• O aumento do poder aquisitivo da população e as facilidades


econômicas que impulsionam o desenvolvimento de novas construções
e reformas;

• Mau planejamento da quantidade de concreto;

• Desastres naturais ou provocados pelo homem.


Normas técnicas aplicadas a RCD
• NBR 15.112/04 – Resíduos de construção e resíduos volumosos –
Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto,
implantação e operação;

• NBR 15.113/04 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos


inertes. Aterros. Diretrizes para projeto, implantação e operação;

• NBR 15.114/04 – Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de


reciclagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação;
Normas técnicas aplicadas a RCD

• NBR 15.115/04 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da


construção civil. Execução de camadas de pavimentação.
Procedimentos;

• NBR 15.116/04 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da


construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de
concreto sem função estrutural.
NBR 15.112/04 - Áreas de transbordo e triagem (ATT)

A norma define ATT como: “área destinada ao recebimento de


resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para
triagem, armazenamento temporário dos materiais
segregados, eventual transformação e posterior remoção para
destinação adequada, sem causar danos à saúde pública e ao
meio ambiente”.
NBR 15.112/04
NBR 15.112/04 - Áreas de transbordo e triagem (ATT)

CUIDADOS BÁSICOS

• ISOLAMENTO: deve ser cercada para impedir a entrada de pessoas e animais.


Deve ter também barreira para melhorar o aspecto visual (cerca viva).

• IDENTIFICAÇÃO: deve haver placa em local visível, informando sobre as


funções da unidade e da aprovação de sua operação.

• SEGURANÇA: deve ser dotada de dispositivos de segurança: equipamentos de


proteção individual (EPI); para-raios; iluminação externa; energia de
emergência.

NBR 15.112/04
NBR 15.112/04 - Áreas de transbordo e triagem (ATT)
NBR 15.112/04 - Áreas de transbordo e triagem (ATT)
CUIDADOS BÁSICOS

• Contenção de emissão de pó e ruído por meio de:

1. aspersão de água na descarga dos resíduos no pátio e nas zonas de


acumulação dos resíduos;
2. instalação de dispositivos de contenção de ruídos nos veículos e
equipamentos;
3. revestimento do piso da instalação com pedra britada natural ou
reciclada, priorizando locais onde trafegam veículos.

NBR 15.112/04
NBR 15.112/04 - Áreas de transbordo e triagem (ATT)

NBR 15.112/04
NBR 15.112/04 - Áreas de transbordo e triagem (ATT)

Figura 02 –Entrada da ATT com Figura 03 – Área de triagem.


cerca, vegetação, portão e guarita.

Notas de aula prof. Stela Fucale; UPE.


NBR 15.112/04 - Áreas de transbordo e triagem (ATT)

Figura 04 –Material triado. Figura 05 –Material volumoso


triado.
Notas de aula prof. Stela Fucale; UPE.
ABNT NBR 15113: 04 - Aterro para resíduo
de construção civil classe A

“Área onde são empregadas técnicas de disposição de resíduos da


construção civil classe A ,..., de forma a possibilitar o uso futuro
dos materiais e/ou futura utilização da área, conforme princípios
de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem
causar danos à saúde pública e ao meio ambiente.”

NBR 15113: 2004


ABNT NBR 15113: 04 - Aterro para resíduo
de construção civil classe A
CUIDADOS BÁSICOS

• ISOLAMENTO: deve ser cercada para impedir a entrada de pessoas e animais;


barreira viva para melhorar o aspecto visual.

• IDENTIFICAÇÃO: deve haver placa em local visível, informando sobre as


funções da unidade e da aprovação de sua operação.

• SEGURANÇA: deve ser dotada de dispositivos de segurança: equipamentos


de proteção individual (EPI); para-raios; proteção contra incêndios;
iluminação externa; energia de emergência.

NBR 15113: 2004


ABNT NBR 15113: 04 - Aterro para resíduo
de construção civil classe A
CUIDADOS BÁSICOS

Contenção de emissão de pó e ruído:

1. aspersão de água na descarga dos resíduos no pátio e nas


zonas de acumulação dos resíduos;
2. instalação de dispositivos de contenção de ruídos nos veículos
e equipamentos;
3. revestimento do piso da instalação com pedra britada natural
ou reciclada, priorizando locais onde trafegam veículos.

NBR 15113: 2004


ABNT NBR 15113: 04 - Aterro para resíduo
de construção civil classe A
PLANO DE MONITORAMENTO

• Monitoramento das águas superficiais;


• Monitoramento do lençol freático.

• OBS.: Aterros com área menor que 10.000 m 2 ou volume menor


que 10.000 m3 estão dispensados deste monitoramento. Caso seja
necessário, o sistema de monitoramento será composto de quatro
poços, um a montante e três a jusante.
NBR 15113: 2004
ABNT NBR 15114:04 - Recicladora de
resíduo de construção classe A
CUIDADOS BÁSICOS
• ISOLAMENTO: deve ser cercada para impedir a entrada de pessoas
e animais; barreira para melhorar o aspecto visual, formada por
cerca viva.

• IDENTIFICAÇÃO: deve haver placa em local visível, informando


sobre as funções da unidade e da aprovação de sua operação.

• SEGURANÇA: deve ser dotada de dispositivos de segurança:


equipamentos de proteção individual (EPI); para-raios; proteção
contra incêndios; iluminação externa; energia de emergência.
NBR 15114: 2004
ABNT NBR 15114:04 - Recicladora de
resíduo de construção classe A
CUIDADOS BÁSICOS

• Contenção de emissão de pó e ruído com:

1. aspersão de água na descarga dos resíduos no pátio e nas zonas de


acumulação dos resíduos;
2. instalação de dispositivos de contenção de ruídos nos veículos e
equipamentos;
3. revestimento do piso da instalação com pedra britada natural ou
reciclada, priorizando locais onde trafegam veículos.

NBR 15113: 2004


ABNT NBR 15114:04 - Recicladora de
resíduo de construção classe A
EQUIPAMENTOS BÁSICOS

• BRITADOR : diminuição da dimensão do resíduo.

• PENEIRAS: para separação granulométrica dos produtos de


diversos tamanhos

NBR 15113: 2004


ABNT NBR 15114:04 - Recicladora de
resíduo de construção classe A
EQUIPAMENTOS BÁSICOS

Figura 06 –Britadores.
Notas de aula prof. Stela Fucale; UPE.
ABNT NBR 15114:04 - Recicladora de
resíduo de construção classe A
EQUIPAMENTOS BÁSICOS

Figura 07 – Peneiras.
Notas de aula prof. Stela Fucale; UPE.
ABNT NBR 15114:04 - Recicladora de
resíduo de construção classe A

Figura 08 – Esquema de
recicladora de RCD
Classe A.
Perdas no canteiro
As perdas ocasionadas pelo desperdício dos materiais durante a construção de
uma edificação são as grandes responsáveis pela geração de RCD no canteiro de
obras.

Superprodução

Geração de
RCD na
construção de
uma
Produtos edificação Transporte
defeituosos
Perdas no canteiro
Envolvidos na geração de perdas nos canteiros:

Operários
Mão de obra desqualificada e despreparada e técnicas artesanais
de construção. São os responsáveis pela manipulação primária e a
consequente geração dos resíduos sólidos decorrentes das
atividades no canteiro.

• É importante destacar a ausência de conscientização aos


operários da construção civil no que diz respeito à
problemática dos resíduos gerados.
Perdas no canteiro
Envolvidos na geração de perdas nos canteiros:

Indústria da construção

1. Deve-se: racionalizar no uso dos materiais (alvenarias,


revestimentos), através de projetos;
2. compatibilizar projetos de arquitetura/ estrutura/ instalações,
visando diminuir as perdas nos canteiros;
3. Ter rígido controle de cortes de materiais, evitando-se as
perdas; dentre outras medidas; etc.
Perdas no canteiro
Envolvidos na geração de perdas nos canteiros:

Comunidades

1. São agentes geradores pois executam pequenas obras de


reforma.

2. São também coletores de RCD e desempenham um papel


importante na reciclagem dos mesmos.
Sustentabilidade na Construção Civil
A sustentabilidade promove o desenvolvimento de uma
forma com que não sejam destruídos ou minimizados os
recursos do planeta.

Para se desenvolver de forma sustentável, uma empresa


deve atuar de forma que esses três pilares coexistam e
interajam entre si de forma plenamente harmoniosa.
Vamos então entender um pouco mais de cada um
desses pilares?
• Social
• Econômico
• Ambiental
Sustentabilidade na Construção Civil

De acordo com dados do Worldwatch


Institute, a construção de edifícios
consome 40% das pedras e areia
utilizados no mundo por ano, além de
ser responsável por 25% da extração de
madeira anualmente.
Sustentabilidade na Construção Civil

Em pouco tempo a construção sustentável será a única solução viável.


Um projeto sustentável deve ter:
• aproveitamento de água de chuva,
• ventilação natural;
• uso da energia solar.
Sustentabilidade na Construção Civil
Itens necessários para a o sucesso de uma construção civil sustentável:

• O projeto deve trazer retorno financeiro a seus acionistas e investidores no


curto, médio e longo prazos;
• Respeito à comunidade local bem como a disseminação do conhecimento
adquirido e aplicado ao projeto, contribuindo para o crescimento de todas as
pessoas envolvidas;
• Redução e otimização do consumo de materiais e energia;
• Redução dos resíduos gerados;
• Preservação do ambiente natural;
• Melhoria da qualidade do ambiente construído.
Sustentabilidade na Construção Civil
Estratégias:

• Reduzir possibilidade de demolições: projetos flexíveis com possibilidade de


readequação para futuras mudanças de uso e atendimento de novas
necessidades;
• Uso racional de energia ou de fontes renováveis;
• Gestão da água e dos efluentes gerados;
• Técnicas de produção mais limpas;
Sustentabilidade na Construção Civil
Para a implantação urbana, recomenda-se:
• A adaptação à topografia local,
• Redução da movimentação de terra;
• Preservação de espécies nativas;
• Previsão de caminhos acessíveis que privilegiem o pedestre e o ciclista;
• A previsão de espaços de uso comum para integração da comunidade;
• A adequação do projeto ao clima do local, otimizando as condições de
ventilação, iluminação naturais;
• Orientação solar adequada, evitando-se a repetição do mesmo projeto em
orientações diferentes;
• Utilização de coberturas verdes ou que minimizem as ilhas de calor na
edificação.
Resíduo de Construção Civil (RCD)
BRASIL, D.P.; FILHO, J.G.; SILVA, M.A. Gestão de Resíduos Sólidos da
Construção Civil. 2011, Salvador, 16p.
ROSA, V.L.N.; SILVA, A.V. Guia de Sustentabilidade na Construção Civil.
Sinduscon/RS, Porto Alegre, 2013. 48p.
ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2016. São Paulo, 2017.
64p.
CABRAL, A.E.B. MOREIRA, M.V. Manual sobre resíduos sólidos da Construção
Civil. Sinduscon/CE. Fortaleza, 2011, 44p.
MIRANDA L.F.R.; ÂNGULO, S.C.; CARELI, E.D. A reciclagem de resíduos de
construção e demolição no Brasil: 1986-2008. Ambiente Construído, Porto
Alegre, v. 9, n. 1, p. 57-71, 2009.

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