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PGRCC

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONTRUÇÃO


CIVIL

PROJETO CASA UNIFAMILIAR/MUNDAU


PROPIETARIO DO PROJETO: JURANDIR MARIO MINGOTTI

Elaborado por:

JORGE AUGUSTO MERCHAN MOTTA

ARQUITETO-URBANISTA-PAISAGISTA
CAU: A 1797409
TELEFONE: (85) 85- 996477-558
EMAIL: arqjorgemerchangmail.com

20 DE FEVEREIRO DE 2024

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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SOLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

APRESENTAÇÃO

O presente Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil (PGRSCC) tem como
objetivo a gestão na área da Obra de um ´rojeto de vivenda unifamiliar , localizado na Rua Gonzaga
Falcao , S/N, Bairro MUNDAU, TRAIRI-CE para a elaboração do Plano de Gerenciamento dos
Resíduos Sólidos da Construção Civil, realizaram-se levantamentos e análises dos tipos de resíduos
gerados, do modo de geração, formas de acondicionamento, coleta, transporte, processamento,
recuperação e disposição final. Também estão apresentados neste volume os objetivos do PGRSCC
com a gestão das áreas através das metas de redução dos resíduos sólidos.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é fundamental para a redução dos resíduos
gerados nos canteiros de obras. Esse plano estabelece procedimentos necessários para o manejo e
destinação ambientalmente adequados dos resíduos, além de indicar à melhor forma de minimizar,
reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos gerados pelas empresas.

A verdade é que o gerenciamento de RCC dentro do canteiro de obras na apresenta inúmeras


vantagens para as empresas como a redução do volume de resíduos a descartar, a redução do
consumo de materiais extraídas diretamente da natureza, como a areia e a brita, redução dos
acidentes de trabalho, com obras mais limpas e organizadas, redução do número de caçambas
retiradas da obra e na melhoria da produtividade.

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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SOLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

1 – INTRODUÇÃO

Considerando quantidade e a qualidade dos resíduos gerados no projeto, assim como a relação com
os fornecedores com quem trabalhamos no desenvolvimento da obra, apresenta-se a caracterização
da situação atual do sistema de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos desde a sua geração até o seu
destino final.
Este Plano permite o planejamento do gerenciamento dos resíduos de forma integrada, de modo a
abranger um sistema adequado de coleta, segregação, transporte, tratamento e disposição final dos
resíduos, além do planejamento de redução dos resíduos atualmente gerados.

A geração dos Resíduos da Construção Civil – RCC se deve, em grande parte, às perdas de materiais
de construção nas obras através do desperdício durante o seu processo de execução, assim como
pelos restos de materiais que são perdidos por danos no recebimento, transporte e armazenamento.
Dentre os inúmeros fatores que contribuem para a geração dos RCC estão os problemas relacionados
à baixa qualidade dos materiais adotados, baixa qualificação da mão de obra, o manejo, transporte ou
armazenamento inadequado dos materiais, a falta ou ineficiência dos mecanismos de controle
durante a execução da obra, aos tipos de materiais que existem na região da obra e finalmente à falta
de processos de reutilização e reciclagem no canteiro.

Este capítulo apresenta algumas importantes definições, normas técnicas, legislações e de mais
materiais relacionados a resíduos, que subsidiarão a elaboração e compreensão deste Plano.

2 – IDENTIFICAÇÃO Do professional

ARQUITETO: Jorge Augusto Merchan Motta


Tipo de Empreendimento: Construção Civil
CPF: 627,847,973,76
Endereço: RUA DO FOGO MUNDAU
Cidade: TRAIRI | CE

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3 – OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo identificar as ações que diminuam a ocorrência de desperdício em
canteiros de obras e propô-las no Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólido da Construção Civil
(PGRSCC) ,visando minimizar a geração, bem como os impactos provocados pelos resíduos.

4 – NORMAS TÉCNICAS E LEGISLAÇÕES AMBIENTAIS

4.1 – A RESOLUÇÃO 307/2002 DO CONAMA

A Resolução 307/2002 estabeleceu e determinou a execução de um PLANO INTEGRADO DE


GERENCIAMENTO DE RCC, buscar soluções para o gerenciamento dos pequenos volumes de
resíduos, bem como com o disciplinamento da ação dos agentes envolvidos com os grandes volumes.

Fluxograma de Reciclagem de RCC

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Tabela de Classificação dos Resíduos da Construção Civil

Tipo de RCC Definição Exemplos Destinações


- resíduos de pavimentação e de outras obras Reutilização ou reciclagem
de infraestrutura, inclusive solos na forma de agregados, ou
provenientes de terraplanagem; encaminhados às áreas de
Resíduos reutilizáveis - resíduos de componentes cerâmicos aterro de resíduos da
Classe A ou recicláveis como (tijolos, blocos, telhas, placas de construção civil, sendo
agregados. revestimento etc.), argamassa e concreto; dispostos de modo a permitir a
- resíduos oriundos de processo de sua utilização ou reciclagem
fabricação e/ou demolição de peças pré- futura.
moldadas em concreto (blocos, tubos, meio
fios). Produzidas nos canteiros de obras.
Reutilização/reciclagem ou
São os resíduos encaminhamento às áreas de
Classe B recicláveis para - Plásticos, papel/papelão, metais, vidros, armazenamento temporário,
outras destinações. madeiras e outros; sendo dispostos de modo a
permitir a sua utilização ou
reciclagem futura.
São os resíduos para
os quais não foram
desenvolvidas
tecnologias ou Armazenamento, transporte e
Classe C aplicações - produtos oriundos do gesso. destinação final conforme
economicamente normas técnicas específicas.
viáveis que permitam
a sua reciclagem/
recuperação.
São os resíduos - tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles Armazenamento, transporte,
perigosos oriundos do contaminados oriundos de demolições, reutilização e destinação final
Classe D processo de reformas e reparos de clínicas radiológicas, conforme normas técnicas
construção. instalações industriais e outros. específicas.

Tabela de definições conforme resolução 307/2002 – CONAMA

São os resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de


Resíduos da construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos,
construção civil blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos,
tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.
Geradores Pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou
empreendimentos que gerem os resíduos da construção civil.
Transportadores Pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes
geradoras e as áreas de destinação.
Material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção que apresentem
Agregado reciclado características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infraestrutura, em aterros
sanitários ou outras obras de engenharia.
Gerenciamento de Sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento,
resíduos responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações
necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos.
Reutilização Processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo.
Reciclagem Processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à transformação.
Beneficiamento Ato de submeter um resíduo a operações e/ou processos que tenham por objetivo dotá-los de
condições que permitam que sejam utilizados como matéria-prima ou produto.
Área onde serão empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil Classe
Aterro de resíduos da “A” no solo, visando à preservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso

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construção civil futuro e/ou futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao
menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente.
Áreas de destinação Áreas destinadas ao beneficiamento ou à disposição final de resíduos.
de resíduos
4.2 – LEGISLAÇÕES AMBIENTAIS

✓ Lei Federal 9605, de 12 de fevereiro de 1998: Dispõe sobre as sanções penais e


administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências;
✓ Lei Federal 6938, de 31 de agosto de 1981: Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providencias;
✓ Lei Federal 9.795, de 27/04/99 Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências;
✓ Lei 7799/01, Decreto 7967/01, Legislação Ambiental do Estado da Bahia;
✓ Resolução CONAMA 09 de 31 de agosto de 1993: Recolhimento e destinação adequada
de óleos lubrificantes;
✓ Resolução CONAMA 257 de 30 de junho de 1999: Pilhas e baterias – Dispõe sobre a
destinação final de pilhas e baterias;
✓ Resolução CONAMA 263 de 12 de 1999: Pilhas e Baterias – Inclui o inciso IV no Artigo
6º da Resolução CONAMA 257 de 30 de junho de 1999;
✓ Resolução CONAMA 275 de 25 de abril de 2001: Estabelece o código de cores para
diferentes tipos de resíduos;
✓ Norma da ABNT – NBR 1.183 – Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos;
✓ Norma da ABNT – NBR 7.500 – Símbolos e risco e manuseio para o transporte e
armazenamento de materiais;
✓ Norma da ABNT – NBR 9.191 – Especificação de sacos plásticos para acondicionamento
de lixo;
✓ Norma da ABNT – NBR 10.004 – Resíduos Sólidos – Classificação;
✓ Norma da ABNT – NBR 11.174 – Armazenamento de resíduos classe II – não inertes e
III - inertes;
✓ Norma da ABNT – NBR 12.235 – Procedimentos para o Armazenamento de Resíduos
Sólidos Perigosos;
✓ Norma da ABNT – NBR 13.221 – Transporte de resíduos;
✓ Norma da ABNT – NBR 13.463 – Coleta de resíduos sólidos – classificação.

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4.3 – RESÍDUOS SÓLIDOS

A NBR 10.004/04 define resíduos sólidos como nos estados sólidos e semi-sólidos, resultantes de
atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviço e de varrição.
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes do sistema de tratamento de água, aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos,
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de
água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviável em face à melhor tecnologia
disponível.

4.4 – CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (NBR 10.004/04)

Os resíduos sólidos são classificados de diversas formas, as quais se baseiam em determinadas


características ou propriedades. A classificação é relevante para a escolha da estratégia de
gerenciamento mais viável. Os resíduos podem ser classificados quanto: à natureza física, a
composição química, aos riscos potenciais ao meio ambiente e ainda quanto à origem, conforme
explicitado abaixo:

- QUANTO A NATUREZA FÍSICA

Secos e Molhados

- QUANTO A COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Matéria Orgânica e Matéria Inorgânica

- QUANTO AOS RISCOS POTÊNCIAIS AO MEIO AMBIENTE

Resíduos Classe I - Perigosos


Resíduos Classe II - Não Perigosos
Resíduos Classe II A - Não Inertes
Resíduos Classe II B - Inertes

- QUANTO A ORIGEM

Doméstico, Comercial, Público, Serviços de Saúde, Resíduos Especiais, Pilhas e Baterias, Lâmpadas
Fluorescentes, Óleos Lubrificantes, Pneus, Embalagens de agrotóxicos, Construção Civil/Entulhos,
Industrial e Agrícola.

• QUANTO A NATUREZA FÍSICA

Resíduos Secos e Molhados

Os resíduos secos são os materiais recicláveis como, por exemplo: metais, papéis, plásticos, vidros,
etc. Já os resíduos molhados são os resíduos orgânicos e rejeitos, onde pode ser citado como
exemplo: resto de comida, cascas de alimentos, resíduos de banheiro, etc.

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• QUANTO A COMPOSIÇÃO QUÍMICA CONFORME PNRS (PL203/91)

Resíduo Orgânico

São os resíduos que possuem origem animal ou vegetal, neles podem-se incluir restos de alimentos,
frutas, verduras, legumes, flores, plantas, folhas, sementes, restos de carnes e ossos, papéis,
madeiras, etc.. A maioria dos resíduos orgânicos pode ser utilizada na compostagem sendo
transformados em fertilizantes e corretivos do solo, contribuindo para o aumento da taxa de
nutrientes e melhorando a qualidade da produção agrícola.

Resíduo Inorgânico

Inclui nessa classificação todo material que não possui origem biológica, ou que foi produzida por
meios humanos como, por exemplo: plásticos, metais, vidros, etc. Geralmente estes resíduos quando
lançados diretamente ao meio ambiente, sem tratamento prévio, apresentam maior tempo de
degradação.

• QUANTOS AOS RISCOS POTENCIAIS AO MEIO AMBIENTE

A NBR 10.004 - Resíduos Sólidos de 2004, da ABNT classifica os resíduos sólidos baseando-se no
conceito de classes em:

- Resíduos Classe I – Perigosos

São aqueles que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente apresentando uma ou mais das
seguintes características: periculosidade, inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e
patogenicidade. (ex: baterias, pilhas, óleo usado, resíduo de tintas e pigmentos, resíduo de serviços
de saúde, resíduo inflamável, etc.).

- Resíduos Classe II – Não perigosos

Os resíduos Classe II, os não perigosos, são sucatas de metais ferrosos, sucatas de metais não
ferrosos, resíduos de papel e papelão, resíduos de plásticos polimerizados, resíduos de borracha, e
outros resíduos não perigosos.

Os resíduos Classe II A, os não inertes, não se enquadram nas classificações I e II B. Podem ter
propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade e solubilidade em água. Exemplos: lodos
de estações de tratamento de água e esgoto, papel, restos de alimentos.

Os resíduos Classe II B, os inertes, em contato com a água não solubilizam qualquer de seus
componentes. Segundo a ABNT NBR 10007, quando amostrados de forma representativa e
submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura
ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez,
dureza e sabor. Como exemplo destes materiais pode-se citar: tijolos, rochas, vidros, certos plásticos
e borrachas.

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• QUANTO À ORIGEM

- ESPECIAL

Os resíduos especiais são considerados em função de suas características tóxicas, radioativas e


contaminantes, devido a isso passam a merecer cuidados especiais em seu manuseio,
acondicionamento, estocagem, transporte e sua disposição final.
Dentro da classe de resíduos de fontes especiais, merecem destaque os seguintes resíduos:

PILHAS E BATERIAS:

A RESOLUÇÃO CONAMA nº 257, de 30 de junho de 1999, Estabelece a obrigatoriedade de


procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada
para pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus
compostos.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições e


competências que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981 e pelo Decreto no
99.274, de 6 de junho de 1990, e conforme o disposto em seu regimento interno;

- Considerando os impactos negativos causados ao meio ambiente pelo descarte inadequado de


pilhas e baterias usadas;
- Considerando a necessidade de se disciplinar o descarte e o gerenciamento ambientalmente
adequado de pilhas e baterias usadas, no que tange à coleta, reutilização, reciclagem, tratamento ou
disposição final;
- Considerando que tais resíduos além de continuarem sem destinação adequada e contaminando o
ambiente necessitam, por suas especificidades, de procedimentos especiais ou diferenciados, resolve:

- Art. 1o As pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus
compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas,
móveis ou fixos, bem como os produtos eletroeletrônicos que as contenham integradas em sua
estrutura de forma não substituível, após seu esgotamento energético, serão entregues pelos usuários
aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas
respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou importadores, para que estes adotem,
diretamente ou por meio de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou
disposição final ambientalmente adequada.

- Art. 8o Ficam proibidas as seguintes formas de destinação final de pilhas e baterias usadas de
quaisquer tipos ou características:

I - lançamento a céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais;


II - queimam a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não adequados, conforme
legislação vigente;
III - lançamento em corpos d’água, praias, manguezais, terrenos baldios, poços ou cacimbas,
cavidades subterrâneas, em redes de drenagem de águas pluviais, esgotos, eletricidade ou telefone,
mesmo que abandonadas, ou em áreas sujeitas à inundação.

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LÂMPADAS FLUORESCENTES:

A lâmpada fluorescente é composta por um metal pesado altamente tóxico o Mercúrio. Quando
intacta, ela ainda não oferece perigo, sua contaminação se dá quando ela é quebrada, queimada ou
descartada em aterros sanitários, assim, liberando vapor de mercúrio, causando grandes prejuízos
ambientais, como a poluição do solo, dos recursos hídricos e da atmosfera.

A questão de destinação das lâmpadas fluorescentes ainda não foi regulamentada pelo CONAMA
(Conselho Nacional de Meio-Ambiente). Devido às peculiaridades dos resíduos, as lâmpadas
fluorescentes deverão ter regulamentação própria, utilizando a RESOLUÇÃO CONAMA nº 257, de
30 de junho de 1999, que dispõe sobre a destinação final de Pilhas e Baterias.

ÓLEOS LUBRIFICANTES:

A RESOLUÇÃO Nº 9, DE 31 DE AGOSTO DE 1993, dispõe sobre o Recolhimento e destinação


adequada de óleos lubrificantes.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições previstas


na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada pelas Leis nº 7.804, de 18 de julho de 1989, e nº
8.028, de 12 de abril de 1990, e regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, e no
Regimento Interno aprovado pela Resolução CONAMA nº 025, de 03 de dezembro de 1986,
Considerando que o uso prolongado de um óleo lubrificante resulta na sua deterioração parcial, que
se reflete na formação de compostos tais como ácidos orgânicos, compostos aromáticos
polinucleares, "potencialmente carcinogênicos", resinas e lacas, ocorrendo também contaminações
acidentais ou propositais;

Considerando que a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em sua NBR-10004,


"Resíduos Sólidos - classificação", classifica o óleo lubrificante usado como perigoso por apresentar
toxicidade; Considerando que a combustão dos óleos lubrificantes usados pode gerar gases residuais
nocivos ao meio ambiente; Considerando a gravidade do ato de se contaminar o óleo lubrificante
usado com policlorados (PCB's), de caráter particularmente perigoso;

Considerando que as atividades de gerenciamento de óleos lubrificantes usados devem estar


organizadas e controladas de modo a evitar danos à saúde, ao meio ambiente; Considerando ainda
que a reciclagem é instrumento prioritário para a gestão ambiental, resolve:

- Art. 1º Para efeito desta Resolução, entende-se por:

V - Reciclagem de óleo lubrificante usado ou contaminado: consiste no seu uso ou regeneração. A


reciclagem via uso envolve a utilização do mesmo como substituto de um produto comercial ou
utilização como matéria-prima em outro processo industrial. A reciclagem via regeneração envolve o
processamento de frações utilizáveis e valiosas contidas no óleo lubrificante usado e a remoção dos
contaminantes presentes, de forma a permitir que seja reutilizado como matéria-prima. Para fins
desta Resolução, não se entende a combustão ou incineração como reciclagem;
X - Produtor de óleo lubrificante: formulador, ou envaziliador, ou importador de óleo lubrificante;
XI - Gerador de óleo lubrificante usado ou contaminado: pessoa física ou jurídica que, em
decorrência de sua atividade, ou face ao uso de óleos lubrificantes gere qualquer quantidade de óleo
lubrificante usado ou contaminado;

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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SOLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

XII - Receptor de óleo lubrificante usado ou contaminado: pessoa jurídica que comercialize óleo
lubrificante no varejo;
XIII - Coletor de óleo usado ou contaminado: pessoa jurídica, devidamente credenciada pelo
Departamento Nacional de Combustíveis, que se dedica à coleta de óleos lubrificantes usados ou
contaminados nos geradores ou receptores;
XIV - Refinador de óleo lubrificante usado ou contaminado: pessoa jurídica, devidamente
credenciada para a atividade de refino pelo Departamento Nacional de Combustíveis (DNC) e
licenciamento pelo órgão estadual de meio ambiente;

- Art. 2º Todo o óleo lubrificante usado ou contaminado será, obrigatoriamente, recolhido e terá uma
destinação adequada, de forma a não afetar negativamente o meio ambiente.

- Art. 3º Ficam proibidos:

I - quaisquer descartes de óleo usados em solos, águas superficiais, subterrâneas, no mar territorial e
em sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais;
II - qualquer forma de eliminação de óleos usados que provoque contaminação atmosférica superior
ao nível estabelecido na legislação sobre proteção do ar atmosférico (PRONAR);

- Art. 4º Ficam proibidos a industrialização e comercialização de novos óleos lubrificantes não


recicláveis, nacionais ou importados.

- Art. 9º Obrigações dos geradores de óleos usados:

I - armazenar os óleos usados de forma segura, em lugar acessível à coleta, em recipientes adequados
e resistentes a vazamentos;
II - adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrificante usado venha a ser contaminado
por produtos químicos, combustíveis, solventes e outras substâncias, salvo as decorrentes da sua
normal utilização;
III - destinar o óleo usado ou contaminado regenerável para a recepção, coleta, refino ou a outro
meio de reciclagem, devidamente autorizado pelo órgão ambiental competente;
IV - fornecer informações aos coletores autorizados sobre os possíveis contaminantes adquiridos
pelo óleo usado industrial, durante o seu uso normal;
V - alienar os óleos lubrificantes usados ou contaminados provenientes de atividades industriais
exclusivamente aos coletores autorizados;
VI - manter os registros de compra de óleo lubrificante e alienação de óleo lubrificante usado ou
contaminado disponíveis para fins fiscalizatórios, por dois anos, quando se tratar de pessoa jurídica
com consumo de óleo for igual ou superior a 700 litros por ano;
VII - responsabilizar-se pela destinação final de óleos lubrificantes usados contaminados não
regeneráveis, através de sistemas aprovados pelo órgão ambiental competente;
VIII - destinar o óleo usado não regenerável de acordo com a orientação do produtor, no caso de
pessoa física.

- CONSTRUÇÃO CIVIL/ ENTULHO

Os resíduos da construção civil são uma mistura de materiais inertes provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, os resultantes da preparação e da
escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais,
resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico,
vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc, frequentemente chamados de entulhos de obras.

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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SOLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

De acordo com o CONAMA nº. 307/02, os resíduos da construção civil são classificados da seguinte
forma:

Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: de construção,
demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos
provenientes de terraplanagem; de construção, demolição, reformas e reparos de edificações:
componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, entre outros), argamassa e
concreto; de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos,
tubos, meios-fios, entre outros) produzidas nos canteiros de obras.

Classe B: são materiais recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão,
metais, vidros, madeiras e outros.

Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos
oriundos do gesso.

Classe D: são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes,
óleos, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas,
instalações industriais.

5 – PROJETO DOS 3R

O Propósito do projeto 3 Rs é reconhecer os problemas da produção e do tratamento inadequado dos


resíduos sólidos e atuar de acordo com três princípios: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

REDUZIR

Reduzir significa economizar de todas as maneiras possíveis:

_ Procure não reimprimir sem necessidade;


_ Antes da impressão de um documento, revise-o com cuidado para não gastar papel à toa;
_ Utilize as pastas do Outlook para evitar a impressão de e-mails;
_ Reutilize envelopes para correspondência interna, mas dê preferência ao e-mail;
_ Utilize somente duas folhas de papel toalha. São suficientes para secar as mãos;
_ Mantenha computadores desligados, quando estiver fora das salas;
_ Não utilize copos plásticos. TRAGA A SUA CANECA!!!

REUTILIZAR

Reutilizar é uma forma de evitar que vá para o lixo aquilo que não é lixo.

_ Procure reutilizar o papel como rascunho;


_ Procure utilizar os dois lados do papel.

O papel é um produto que exige grande quantidade de água e de energia para ser produzido.

RECICLE

Reciclar significa enviar para o ciclo de vida útil o que pode ser reutilizado, ou seja, fazer o seu
descarte correto. Temos disponível na empresa caixas de papelão para descarte de material que pode
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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SOLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

ser reciclado como:

_ Papéis;
_ Papelão;
_ Jornais;
_ Revistas;
_ Folhetos;
_ Embalagens do tipo "longa vida".
MAS CUIDADO!
Observe a sequencia lógica da filosofia dos 3 Rs: primeiro reduzir, depois reutilizar e
finalmente reciclar.

6 – LEVANTAMENTO E DESCRIÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A fase da caracterização dos RCC é particularmente importante no sentido de se identificar e


quantificar os resíduos e desta forma planejar qualitativa e quantitativamente a redução, reutilização,
reciclagem e a destinação final dos mesmos. A identificação prévia e caracterização dos resíduos a
serem gerados no canteiro de obras são fundamentais no processo de reaproveitamento dos RCC,
pois esse conhecimento leva a se pensar maneiras mais racionais de se reutilizar e/ou reciclarem o
material.
Para tanto se deve seguir a classificação oferecida na Resolução 307/2002 – CONAMA e que
aparece na tabela de definições do CONAMA na pagina 6.
É importante que se faça a caracterização dos RCC gerados por etapa da obra, pois essa providência
proporcionará uma melhor leitura do momento de reutilização de cada classe e quantidade de
resíduo. A seguir veremos a identificação dos resíduos gerados por etapa de uma obra de edifício
residencial.
Este exemplo deveria ser seguido pelos responsáveis pelas obras de tal maneira a se obter dados
estatísticos e indicadores que auxiliem no planejamento da minimização da geração dos resíduos nas
construções.

Tabela de geração de resíduos por etapa de uma obra

FASES DA OBRA TIPOS DE RESÍDUOS POSSIVELMENTE GERADOS


LIMPEZA DO SOLOS, ROCHAS, VEGETAÇÃO E GALHOS.
TERRENO
MONTAGEM DO BLOCOS CERÂMICOS, CONCRETO (AREIA; BRITA) E MADEIRAS.
CANTEIRO
FUNDAÇÕES SOLOS E ROCHAS.
SUPERESTRUTURA CONCRETO (AREIA; BRITA), MADEIRA, SUCATA DE FERRO E FÔRMAS
PLÁSTICAS.
ALVENARIA BLOCOS CERÂMICOS, BLOCOS DE CONCRETO, ARGAMASSA, PAPEL,
PLÁSTICO, BLOCOS CERÂMICOS E PVC.
INSTALAÇÕES BLOCOS CERÂMICOS, CONDUITES, MANGUEIRA E FIO DE COBRE.
ELÉTRICAS
REBOCO ARGAMASSA.
INTERNO/EXTERNO
REVESTIMENTOS PISOS E AZULEJOS CERÂMICOS, PISO LÂMINADO DE MADEIRA, PAPEL,
PAPELÃO E PLÁSTICO.
FORRO DE GESSO PLACAS DE GESSO ACARTONADO.
PINTURAS TINTAS, SELADORAS, VERNIZES, TEXTURAS.
COBERTURAS MADEIRAS E CACOS DE TELHAS DE FIBROCIMENTO.

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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SOLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

7– Modelo de ficha de cadastro para transportadores de RCC

1. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
NOME / RAZÃO SOCIAL CMC

NOME FANTASIA CPF/ CNPJ

LOGRADOURO NÚMERO COMPLEMENTO

BAIRRO MUNICÍPIO UF CEP

CLASSIFICAÇÃO FISCAL Nº CONTA

TELEFONE COMERCIAL TELEFONE COMERCIAL TELEFONE CELULAR E-MAIL

MUNICÍPIO (S) ATENDIDO (S)

2. SOLICITANTE
NOME RG CPF

LOGRADOURO NÚMERO COMPLEMENTO

BAIRRO MUNICÍPIO UF CEP

TELEFONE RESIDENCIAL TELEFONE COMERCIAL TELEFONE CELULAR E-MAIL

3. ATIVIDADE
ATIVIDADE PRINCIPAL CNAE

ATIVIDADE SECUNDÁRIA CNAE

OUTRAS ATIVIDADES CNAE

OUTRAS ATIVIDADES CNAE

OUTRAS ATIVIDADES CNAE

4. CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS COLETADOS E TRANSPORTADOS

Resolução 307/2002 do Conselho Nacional de Meio Ambiente

( ) Classe A (construção, demolição, solo de terraplanagem)


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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SOLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

( ) Classe B (plástico, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e
gesso)
( ) Classe D (tintas, solventes, óleos e outros resíduos perigosos)
( ) Outros. Quais:

5. LOCAL DE ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS


LOGRADOURO NÚMERO COMPLEMENTO

BAIRRO MUNICÍPIO UF CEP

CLASSIFICAÇÃO FISCAL Nº CONTA

6. LOCAL DE ESTACIONAMENTO DE CAÇAMBAS


LOGRADOURO NÚMERO COMPLEMENTO

BAIRRO MUNICÍPIO UF CEP

CLASSIFICAÇÃO FISCAL Nº CONTA

7. IDENTIFICAÇÃO DE FROTA

Veículos, máquinas e equipamentos utilizados na atividade


QUANTIDADE DESCRIÇÃO CAPACIDADE PLACA

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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SOLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

8. DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS COLETADOS


ÁREA LICENÇA AMBIENTAL Nº

9. VOLUME DE RESÍDUOS COLETADOS E/OU TRANSPORTADOS


QUANTIDADE MÉDIA DE VIAGENS MENSAIS VOLUME MÉDIO (m³)

Declaro para os devidos fins, serem verídicas as informações prestadas, sob pena de suspensão dos efeitos dos atos
do Semasa.
NOME (DECLARANTE) RG ASSINATURA

QUALQUER ALTERAÇÃO DE DADOS DEVERÁ SER COMUNICADA POR ESCRITO AO SEMASA, POR
MEIO DE JUNTADA AO PROCESSO ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL

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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SOLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

_____________________________________________

JORGE AUGUSTO MERCHAN MOTTA


ARQUITETO
CAU: A 1797409

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