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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CIV 731 – IMPACTOS AMBIENTAIS NA ENGENHARIA CIVIL

PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS


DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO
CAMPUS DA UFV/ VIÇOSA

JÉSSICA SATLER GRIPP – MATRÍCULA XXXXXX

GUSTAVO JOSÉ RODRIGUES LOPES – MATRÍCULA 41052

VIÇOSA
MINAS GERAIS
BRASIL
Lista de Figuras

Figura 01: Deposição inadequada (a) Bota-fora de RCC em frente à Garagem da


UFV (b) Depósito de RCC no Edifício da Saúde
Figura 02: RCC de todas as classes sem segregação e depositados em caçambas
estacionárias.
Figura 03: Correto acondicionamento temporário (a) Depósitos de Classe B na
Zootecnia (b) Caçamba estacionária no PVA III para Classe A
Figura 04: Cascalhamento na estrada da Piscicultura
Figura 05: Detalhes da antiga pedreira utilizada como deposito de RCC
Figura 06: Detalhes da ausência de contenção nas áreas de deposição de RCC (a)
Área de Bota-fora na Vila D. Chiquinha (b) Depósito na Vila Secundino
Figura 7: Resíduos de alimentação queimados em canteiro de obra do Ed. da
Fitotecnia
Figura 8
Figura 9 – Planta fixa de beneficiamento de resíduos da construção civil
Figura 10 – Planta móvel de beneficiamento de resíduos da construção civil (grande
porte)
Figura 11 – Planta móvel de beneficiamento de resíduos da construção civil (pequeno
porte)
Figura 12 – Layout previsto para a Central de Beneficiamento de RCC

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Lista de Quadros

Quadro 1 - Classificação de resíduos de construção civil e reforma.


Quadro 2 - Destinação atual de RCC em obras da UFV/Campus Viçosa.
Quadro 3 - Resumo do prognóstico para período de projeto de 10 anos nos três
cenários abordados.
Quadro 04: Dispositivos de acondicionamento.
Quadro 5: Resíduos oriundos de refeitórios, escritórios e ambulatórios.
Quadro 6 - Dados técnicos do equipamento (Usina de Reciclagem).

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INDICE

1 Introdução ................................................................................................................. 5
2 Objetivo .................................................................................................................... 5
3 Programa de gerenciamento de resíduos de construção civil da UFV/Campus
Viçosa .......................................................................................................................... 6
3.1 Tratamento Dado aos RCC .............................................................................................. 7
3.2 Prognóstico ..................................................................................................................... 10
3.3 Aspectos Operacionais Do PGRCC a Serem Adotados ................................................. 11
3.3.1 Minimização da geração de resíduos ............................................................ 11
3.3.2 Acondicionamento dos resíduos ................................................................... 13
3.3.3 Triagem/Segregação dos Resíduos ............................................................... 14
3.3.4 Transporte ..................................................................................................... 14
3.3.5 Destinação final de Resíduos da Construção Civil ....................................... 14
3.3.6 Comunicação e Educação Socioambiental ................................................... 15
4 Projeto de gerenciamento de resíduos da construção civil em obras da Universidade
Federal De Viçosa/Campus Viçosa ........................................................................... 16
5 Área de Transbordo e Triagem - ATT, central de beneficiamento e área de aterro de
resíduos da construção civil ...................................................................................... 18
5.1 Aspectos relativos à operação da ATT ........................................................................... 18
5.2 Central de beneficiamento ............................................................................................. 19
5.3 Locação da Central de beneficiamento de RCC – Planta fixa ........................................ 21
5.4 Condições mínimas para operação da Central de beneficiamento de RCC ................... 22
5.5 Capacidade da Central de beneficiamento à partir de dados obtidos no PGRCC .......... 22
6 Referências Bibliográficas ..................................................................................... 26

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1. Introdução

A construção civil tem se revelado um setor em franca expansão, isso se deve, em parte, a
demanda por mais espaços construídos, o que exige a adoção de técnicas e tecnologias que
busquem alcançar metas de construção em curto espaço de tempo.
Mesmo com toda a modernidade que cerca o setor, a gestão de resíduos de construção civil
ainda representa um desafio, especialmente porque o sucesso de um programa de gerenciamento de
resíduos depende do envolvimento de muitos atores e as consequências de uma má gestão implicam
em impactos ambientais negativos provocados pelo aumento no consumo de recursos naturais para
produção de matéria prima, modificação da paisagem e degradação provocada pela destinação
incorreta desses resíduos. De acordo com Carneiro et. al. (2001), o setor de construção civil é o que
mais consome recursos naturais. Por outro lado, é o setor onde ocorre mais desperdício de materiais
com potencial de aproveitamento e que, descartados irregularmente, provocam danos ao meio
ambiente.
A organização e a orientação de cada obra, desde a concepção do projeto até sua conclusão
muitas vezes definem um modelo de gestão de resíduos de construção civil. Por esse motivo, é
necessária a elaboração de planos que englobem organização, divulgação, conscientização e
fiscalização seguindo as normas ambientais vigentes relacionadas ao assunto.
O Plano de Gestão de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) deve conter as diretrizes a serem
seguidas visando, inicialmente, a não geração de resíduos e, posteriormente, o correto manejo
daqueles que forem gerados possibilitando sua reutilização, reaproveitamento ou reciclagem, sendo
composto pelo Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, contendo as
diretrizes gerais a serem seguidas, e pelo Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil a ser elaborado para cada obra a ser executada.

2. Objetivo

O Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil tem como objetivos estabelecer


diretrizes, critérios e procedimentos para gestão de Resíduos da Construção Civil (RCC) na
Universidade Federal de Viçosa/Campus Viçosa, em conformidade com o estabelecido pela Lei
Federal nº. 12.305/2010, Resolução CONAMA 307/2002 e Resolução CONAMA 348/2004, bem
como atender o disposto na Lei Municipal nº. 1.609/2004 e DN CODEMA 06/2006, por meio de
estratégias de adequação das práticas e procedimentos nas etapas de geração, tratamento e
destinação de resíduos.

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3. Programa de gerenciamento de resíduos de construção civil da UFV/Campus
Viçosa
O Programa de gerenciamento de resíduos de construção civil da Universidade Federal de
Viçosa/Campus Viçosa visa “estabelecer as diretrizes, critérios e procedimentos gerais para a
gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os
impactos ambientais causados por resíduos de construção civil de obras executadas na Universidade
Federal de Viçosa/Campus Viçosa”.
A fim de alcançar esses objetivos foram feitos levantamentos bibliográficos, aplicação de
questionários, identificação dos métodos de triagem e acondicionamento e do transporte interno e
externo e destinação final, a caracterização e quantificação dos RCC gerados nas obras em
execução no Campus da UFV/Viçosa.
Uma dificuldade encontrada na realização dessa pesquisa foi à falta de registros e/ou controles
dos resíduos gerados nas obras por parte das empreiteiras, da UFV, ou ate mesmo dos setores
responsáveis pela fiscalização das obras (DPO/UFV/Viçosa e Diretoria de Manutenção-
DIM/UFV/Viçosa). No caso, foram considerados somente os dados coletados nos meses de junho e
julho de 2011. Neste período haviam 40 obras informadas, sendo 15 já concluídas, 5 paralisadas e
20 em execução (Anexo 1).
Os resíduos sólidos de construção da UFV foram classificados de acordo com as Resoluções
CONAMA 307/2002 e 348/2004 como disposto no Quadro 1 e, como esses resíduos normalmente
representam grandes volumes, essa grandeza se torna importante para a sua gestão, assim foi
estimado o volume de cada classe (Anexo1).

Quadro 1 - Classificação de resíduos de construção civil e reforma.


Classificação Tipo de resíduo
Classe A Resíduos reutilizáveis ou recicláveis, como agregados, tijolos,
blocos, telhas, placas de revestimento, argamassas, concretos,
tubos, meio-fio, solos de terraplanagem, etc.
Classe B Resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos,
papel/papelão, metais, madeiras, etc.
Classe C Resíduos ainda sem tecnologias ou aplicações economicamente
viáveis para a sua reciclagem/recuperação, tais como os oriundos
do gesso (tratamento pelo gerador)
Classe D Resíduos perigosos, como tintas, solventes, óleos, amianto e
outros, ou aqueles contaminados (tratamento pelo fabricante)

Os resíduos da classe A representam quase a totalidade do volume total gerado (99,35%),


essa quantidade se deve, principalmente, ao volume de solos de terraplanagem para preparo de
áreas para novas obras, seguido de resíduos provenientes de demolições e de etapas de construção e
reforma; Os da classe B foram 0,58% do volume total de RCC; os da C, 0,01%, foram encontrados
somente em uma obra, no entanto de acordo com o quadro 01, não há tecnologias economicamente
viáveis para sua reciclagem ou recuperação, por isso, recomenda-se que sejam armazenados,

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transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas apresentadas na cartilha
“Resíduos de Gesso na Construção Civil” (DRYWAL, 2009); finalmente os resíduos da classe D
são apenas 0,06% do total.

3.1. Tratamento Dado aos RCC

Nenhuma das vinte obras em execução no período estudado possuía algum tipo de
gerenciamento de resíduos, ficando como responsabilidade das empresas contratadas, e todos os
canteiros apresentaram desorganização decorrente da falta de pelo menos uma etapa do tratamento
dos RCC.
O erro mais comum foi à falta de segregação dos resíduos em classe ou tipo e o
acondicionamento e deposição temporária inadequada em solo exposto, ate alcançarem quantidades
suficientes para o acondicionamento em caçambas estacionarias das empresas contratadas para a
coleta, transporte e deposição (Figura 1 e 2). Apenas três obras possuíam dispositivos corretos de
acondicionamento como ilustrados na Figura 3.

Figura 1: Deposição inadequada (a) Bota-fora de RCC em frente à Garagem da UFV (b) Depósito de RCC
no Edifício da Saúde

Figura 2: RCC de todas as classes sem segregação e depositados em caçambas estacionárias.

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Figura 3: Correto acondicionamento temporário (a) Depósitos de Classe B na Zootecnia (b) Caçamba
estacionária no PVA III para Classe A

Os métodos de destinação dos RCC, informados pelos responsáveis das obras, estão listados
no Quadro 2, sendo que alguns possuem aspectos positivos, visando à redução e a reutilização dos
resíduos, como a reutilização de resíduos gerados a partir do reboco de paredes e o aproveitamento
de resíduos de concreto e de produtos cerâmicos para enchimento de contrapiso, e outros negativos,
alguns com a adoção de procedimentos ilegais, como a queima de plástico e embalagens de papel e
papelão, especialmente de sacos vazios de cimento.

Quadro 2 - Destinação atual de RCC em obras da UFV/Campus Viçosa


RESÍDUOS DESTINAÇÃO ATUAL
Classe A  Peneiramento e utilização para novos rebocos e para
entijolamento (massa de reboco)
 Enchimento de contrapiso (resíduos de concreto e produtos
cerâmicos)
 Encaminhamento para áreas particulares de aterro (solos de
desaterro, resíduos de concreto e de produtos cerâmicos)
 Cascalhamento de estradas
 Utilizado como aterro em outras obras (solo)
 Estacas pré-moldadas de concreto utilizadas como cerca ou
meio fio
Classe B  Reaproveitamento na obra (pregos, madeira)
 Doação para lenha (madeira)
 Encaminhamento para depósitos da UFV (madeira)
 Utilização na Caldeira da UFV (madeira)
 Queima no canteiro de obras (sacos de cimento)
 Reutilização como tapa buracos de caixa de concreto
 Doação para terceiros (sacos de cimento, embalagens plásticas)
 Doação para terceiros – Ferro Velho (metais)
 Encaminhamento para áreas particulares de aterro juntamente
com resíduos Classe A, sem segregação
Classe C  Encaminhamento para áreas particulares de aterro juntamente
com resíduos Classe A e B, sem segregação
Classe D  Encaminhamento para depósitos da UFV para reaproveitamento
em obras (telhas de amianto)
 Encaminhamento para áreas particulares de aterro juntamente
com resíduos Classe A, B e C, sem segregação (latas de tinta,
solventes, impermeabilizantes)

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A destinação mais comum em todas as obras avaliadas e para todas as classes de resíduos é
o aterro. O mais preocupante nesses casos é o fato que os responsáveis, fiscais ou encarregados das
obras, não souberam se essas áreas das empresas contratados possuíam ou não licenciamento
ambiental, e alguns nem ao menos sabiam para onde esses resíduos eram transportados depois da
coleta.
Segundo informações obtidas na Prefeitura Municipal de Viçosa, entre as cinco empresas
contratadas para esses serviços, apenas duas possuíam licenciamento e uma estava sobre denuncias
de deposições ilegais em estradas rurais e corpos d’água.

Figura 4: Cascalhamento de estrada não pavimentada

De acordo com a DIM/UFV, parte dos RCC gerados pelas obras de manutenção e/ou reforma
são encaminhados para depósitos para serem reaproveitados e utilizados no cascalhamento de vias
sem pavimentação da própria UFV, como mostrado na Figura 4. O restante ia para a área da antiga
pedreira, a qual se encontra embargada por falta de licenciamento ambiental (Figura 5), assim esses
resíduos permanecem nos canteiros até que sejam apresentadas áreas para deposição final.

Figura 5: Detalhes da antiga pedreira utilizada como deposito de RCC

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Durante o trabalho de campo dessa pesquisa foi observado que em algumas obras não foi
adotado nenhum sistema de contenção para deposição de RCC Classe A, como pode ser visto na
Figura 6 onde uma estrada e um curso d’água sofrem o risco de serem atingidos por esses resíduos.

Figura 6: Detalhes da ausência de contenção nas áreas de deposição de RCC (a) Área de Bota-fora na Vila
D. Chiquinha (b) Depósito na Vila Secundino

3.2. Prognóstico

O prognóstico da produção e manejo de RCC da UFV tem como objetivo “apontar a viabilidade
técnica e econômica de alternativas que reduzam a geração e possibilitem outras destinações aos
mesmos seguindo a estimativa de expansão da UFV/Campus Viçosa para os próximos 10 anos,
considerando três cenários específicos: um otimista, um pessimista e um realista mantendo os
padrões atuais de expansão”.
Os parâmetros considerados para a elaboração do prognóstico foram:
 Geração atual de RCC;
Dado a massa específica (γ) de 1.200 kg/m³ e um volume de RCC 1.077,82𝑚 ³⁄𝑑𝑖𝑎:
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎𝑅𝐶𝐶
𝛾=
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑅𝐶𝐶
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎𝑅𝐶𝐶
1,2 𝑡𝑜𝑛⁄𝑚 ³ =
1.077,82𝑚 ³⁄𝑑𝑖𝑎
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎𝑅𝐶𝐶 = 1,2 𝑡𝑜𝑛⁄𝑚 ³ ∗ 1.077,82𝑚 ³⁄𝑑𝑖𝑎
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎𝑅𝐶𝐶 = 1.293,38 𝑡𝑜𝑛⁄𝑑𝑖𝑎

 Estimativa de área construída;


De acordo com informações prestadas pela Diretoria de Projetos e Obras da
Universidade Federal de Viçosa – DPO/UFV o crescimento do campus em termos de área
construída previsto para os próximos 10 anos é de 60.000 m².
 Estimativa da geração de RCC por m² de área construída;
Dado geração atual de RCC de 1.293,38 toneladas/dia e a área atual construída de,
aproximadamente, 63.196 m² a geração atual de RCC por m² de área construída é de 0,020
toneladas/dia.
 Implantação efetiva do PGRCC;
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A partir desses dados montaram-se os cenários descritos abaixo:
 Cenário realista
Nesse cenário estima-se que os dados de crescimento apresentados acima permanecerão os
mesmos, e deve se manter o atual tratamento dado a esses resíduos, ou seja, a geradora
continuará submetendo o meio ambiente a impactos ambientais negativos.
 Cenário otimista
Nesse cenário, considera-se que através do Plano de Gerenciamento de Resíduos de
Construção Civil a UFV reduzirá a quantidade de RCC produzida por metro quadrado de área
construída, tratando os resíduos gerados visando minimizar os impactos ambientais.
 Cenário pessimista
No cenário pessimista as metas de crescimento e de gerenciamento de RCC não seriam
alcançadas apontando para o descumprimento de leis e normas vigentes.

O Quadro 3 resume esses cenários.

Quadro 3 - Resumo do prognóstico para período de projeto de 10 anos nos três cenários abordados.
Cenários Área construída Geração de RCC Implantação do
(m²) (ton/m²/dia) PGRCC
Realista = 60.000 = 0,020 NÃO
Otimista = 60.000 < 0,020 SIM
Pessimista < 60.000 = 0,020 NÃO

3.3. Aspectos Operacionais Do PGRCC a Serem Adotados

3.3.1. Minimização da geração de resíduos

a) Fase de planejamento e projeto:

É de grande importância um planejamento adequado da gestão dos RCC em cada etapa da obra.
Com isso pode-se diminuir a geração dos resíduos, analisando as diferentes técnicas, produtos,
serviços e possibilidades de reutilização como, por exemplo, parte da edificação das demolições.
Com o devido planejamento também há como evitar a falta de segregação e a deposição
inadequada, o que ocorreria caso decisões importantes de gerenciamento recaíssem sobre o pessoal
do canteiro de obras.
Assim, os tópicos propostos pelo PGRCC para a minimização de resíduos a partir dos projetos
de obras a serem executados na UFV são:
 Maior preocupação com a modulação e sistema construtivo a ser adotado, além do emprego
de materiais duráveis e recicláveis.

 Integração entre os projetos complementares, os quais deverão descrever detalhadamente a


obra a ser executada.

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 A possibilidade de não realização de movimentação de solos, garantido a manutenção de
aspectos originais do terreno, reduzindo os custos financeiros e ambientais que seriam
necessários à realização de desaterros, transporte e disposição final.

 Que, quando indispensável, a atividade de movimentação de solos ocorra de forma


compensatória entre a realização de cortes e aterros, sendo a mesma previamente projetada
por profissionais legalmente habilitados.

 Em se tratando de resíduos de metais (classe B), os quais têm sua maior geração à partir de
cortes para a montagem das armaduras e deformação de pregos, para reduzir ao máximo sua
geração, recomenda-se que a matéria-prima seja comprada cortada e dobrada diretamente da
fábrica.

b) Cuidados na recepção de materiais nos canteiros de obras:

Na recepção dos materiais nos canteiros de obra, recomenda-se os cuidados propostos na


Cartilha “Alternativas para a destinação de resíduos da construção Civil”, elaborada pelo Sindicato
da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais - SINDUSCON-MG (2008), esses são:
 Seguir as recomendações do fabricante, dispostas nas embalagens, folders ou catálogos;
 Descarregar os materiais com cuidado, para evitar quebras;

 Utilizar dispositivo próprio para transporte de acordo com as características de cada


material;

 Utilizar carrinho paleteiro ou grua no caso de paletização;

 Prever a utilização de peças modulares, conforme paginação;

 Armazenar e utilizar os materiais com cuidado, para não romper peças desnecessariamente.

c) Demolição seletiva:

Demolição seletiva ou desconstrução é o processo de desmonte de uma construção visando à


máxima recuperação dos materiais e componentes construtivos para o reuso e a reciclagem,
diminuindo o volume de resíduos produzidos e o consumo de matérias primas. Em comparação
com a demolição convencional esse processo exige mão de obra mais especializada, demora mais
tempo e tem um maior custo, no entanto deve ser sempre considerado pelo responsável técnico
visando os objetivos mencionados acima.

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3.3.2. Acondicionamento dos resíduos

Os RCC devem ser acondicionados em locais estrategicamente localizados, não atrapalhando a


movimentação da obra, porém permitindo a aproximação dos veículos de coleta, e sinalizados de
acordo com o tipo de resíduo, onde permanecerão ate atingirem volumes suficientes para serem
transportados ao seu destino final.
O Quadro 04 mostra os vários dispositivos de armazenamento que podem ser utilizados.

Quadro 04: Dispositivos de acondicionamento.


DISPOSITIVO CARACTERÍSTICAS RESÍDUOS
Bombonas Recipientes normalmente Restos de madeira, sacaria de
na cor azul, comembalagens plásticas, aparas de
capacidade de 50 litros. tubulações, sacos e caixas de
embalagens de papelão, papéis
de escritório, restos de ferro,
aço, fiação, arames etc.
Bags Sacos de ráfia com quatro Serragem, EPS (isopor), restos
alças e com capacidade de uniformes, botas, tecidos,
aproximada de 1 m³. panos e trapos, plásticos,
embalagens de papelão e outros
materiais leves da Classe B

Baias sinalizadas Depósitos fixos, Madeira, plástico,


geralmente construídos papel/papelão, metais, vidros,
em madeira, com EPS (isopor), serragem etc.
dimensões variadas.
Caçambas estacionárias Recipientes metálicos com Blocos de concreto e cerâmico,
capacidade volumétrica argamassa, telhas cerâmicas,
que varia de 3 a 5 m³ madeiras, placas de gesso, solo
e etc.

Fonte: LIMA & LIMA (2009) adaptado.

Na obra também é gerado resíduos de alimentação, sanitários e ambulatoriais. Estes muitas


vezes são misturados ao de construção civil ou queimados, como no exemplo da obra do edifício da
fitotecnia (Figura 7).

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Figura 7: Resíduos de alimentação queimados em canteiro de obra do Ed. da Fitotecnia

No Quadro 5 está listado o acondicionamento correto desses resíduos.

Quadro 5: Resíduos oriundos de refeitórios, escritórios e ambulatórios.


TIPO DE RESÍDUO ACONDICIONAMENTO FINAL
Restos de alimentos e suas embalagens, Cestos para resíduos em sacos plásticos
copos plásticos usados, papéis sujos para coleta pública convencional
provenientes das áreas de refeitório,
sanitária e de vivencia.
Resíduos de serviços ambulatoriais Em dispositivos conforme normas
específicas para destinação segura por
empresas especializadas

3.3.3. Triagem/Segregação dos Resíduos

A triagem/segregação dos resíduos, como dito anteriormente, deve respeitar a classificação


estabelecida pelas Resoluções do CONAMA 307/2002 e 348/2004 (Quadro 01). No caso da obra
não possuir espaço para segregação dos resíduos, estes devem ser encaminhados para a Área de
Triagem e Transbordo – ATT (Depósitos de triagem), devidamente licenciada.

3.3.4. Transporte

O transporte dos RCC não poderá ser realizado sem o Controle de Transporte de Resíduos
(CTR), fornecido pela empresa transportadora, contendo a identificação do gerador e da
empresa responsável, além de informações referentes aos resíduos (tipo, classe, volume etc.).

3.3.5. Destinação final de Resíduos da Construção Civil

Para todas as classes de resíduos deve-se considerar no seu gerenciamento a redução da sua
geração, logo a sua reutilização e a reciclagem.
a) Resíduos de Classe A:
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Para a reciclagem os resíduos da classe A devem ser encaminhados a “Centrais de produção de
agregados reciclados para a construção civil”, ou seja, “áreas de beneficiamento” da própria UFV,
devidamente licenciadas conforme Lei Municipal nº. 1.609/2004 e DN CODEMA 06/2006.
Aqueles que não podem ser reciclados serão destinados a áreas de aterro devidamente licenciada,
sendo preferível, no caso a UFV, contratar empresas transportadoras que já possuem essas áreas.

b) Resíduos de Classe B:
Estes devem ser segregados e enviados a reciclagem. Para isso se formam convênios com
associações de catadores de materiais recicláveis conforme Decreto nº 5.940 de 25 de outubro
de 2006.

c) Resíduos de Classe C:
No caso das obras da UFV, o mais adequado para os resíduos de classe C (produtos de
gessos) é o seu encaminhamento aos revendedores locais para posterior reciclagem e/ou destino
final adequado.

d) Resíduos de Classe D:
Os resíduos classe D (perigosos) devem ser entregues aos estabelecimentos que os
comercializam para o repasse aos fabricantes ou importadores, os quais são responsáveis da sua
destinação ambientalmente adequada.
Quanto aos materiais contaminados por esses resíduos são destinados a aterros licenciados
para resíduos perigosos.

3.3.6. Comunicação e Educação Socioambiental

O Programa de Educação Ambiental da UFV tem como objetivo conscientizar todos os


envolvidos na geração e manejo dos resíduos da construção civil, contendo, assim, as diretrizes
gerais a serem seguidas na elaboração dos Projetos de Educação Ambiental exigidos das empresas
contratadas.
Estes projetos obedecem ao principio dos três "Rs": Reduzir, Reutilizar e Reciclar (Figura 8).
Dando conhecimento e estimulo ao trabalhador a reduzir a geração dos resíduos e reutilizar ao
máximo os materiais da obra e, quando isso não for possível, contribuir para a segregação e
adequado acondicionamento dos resíduos destinado à reciclagem.

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Figura 8 - Princípio dos três "Rs"

4. Projeto de gerenciamento de resíduos da construção civil em obras da


Universidade Federal De Viçosa/Campus Viçosa

No contexto da UFV/Campus Viçosa, este projeto deve ser elaborado e executado sempre
que o volume de resíduos gerado estiver sujeito ao cadastramento ou licenciamento ambiental
segundo estabelece a DN CODEMA 06/2006. O objetivo central da geração deste documento é
apresentar as diretrizes que deverão ser seguidas na elaboração de cada projeto individual, a saber,
os procedimentos associados ao manejo e à destinação ambientalmente adequada dos resíduos.
Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil desenvolvidos na
UFV/Campus Viçosa devem passar pelo crivo do Sistema Municipal de Meio Ambiente (SIMMA),
tendo em vista o licenciamento ambiental e/ou o alvará de construção, reforma ou demolição, sendo
assim, observada a legislação municipal atual. As formalizações dos pedidos de licenciamento de
obras devem ser realizadas junto ao IPLAM, Instituto de Planejamento Municipal, mediante
requerimentos específicos.
Dentre as diretrizes para a elaboração do PGRCC são necessárias informações de caráter
geral, como, identificação do empreendedor (Responsável técnico pela obra a ser executada,
Responsável técnico pela elaboração do projeto de GRCC , Equipe técnica responsável pela
elaboração do projeto de GRCC), caracterização do empreendimento.
Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil para cada obra a ser
executada na Universidade Federal de Viçosa/Campus Viçosa deverão contemplar, no mínimo, as
seguintes etapas:
a) Caracterização e quantificação dos resíduos sólidos;

Deverá ser realizada, ainda a estimativa da geração média de resíduos sólidos de


acordo com o cronograma de execução de obra (em m³).

b) Medidas a serem adotadas visando a minimização da geração de resíduos;

c) Triagem/segregação dos resíduos ;

Conforme consta no PGRCC, caso a obra não possua espaço para segregação dos
resíduos, esta poderá ocorrer em Áreas de Triagem e Transbordo – ATT, devidamente

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licenciadas, quando deverão ser informados os documentos que deverão ser apresentados
para comprovação da destinação correta que devem incluir a localização da área e o
responsável técnico pela operação da mesma.

d) Acondicionamento/armazenamento;

Nessa etapa deverão ser informados que dispositivos de acondicionamento serão


adotados para cada classe/tipo de resíduos, identificando as características construtivas dos
equipamentos/abrigos (dimensões, capacidade volumétrica, material construtivo etc.), os
quais deverão possuir etiquetas de identificação.

O posicionamento dos dispositivos deverá ser indicado na planta do canteiro de


obras.

e) Transporte interno;

f) Reutilização, reaproveitamento e reciclagem;

g) Transporte externo;

Tendo em vista o fato de que, de acordo com o PGRCC, o transporte dos RCC não
poderá ser realizado sem o Controle de Transporte de Resíduos CTR, no Projeto de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverá estar explicita a exigência da
apresentação desse documento. Podendo, ainda, ser adotado o modelo constante no PGRCC.

h) Transbordo de Resíduos;

Caso não seja possível a triagem o acondicionamento de RCC dentro do canteiro de


obras, os mesmos terão de ser encaminhados para Áreas de Triagem e Transbordo – ATT
licenciadas pertencentes às empresas transportadoras de resíduos, cujas informações
constarão no CTR. Em caso de novas áreas, as mesmas devem ser submetidas aos
procedimentos de licenciamento ambiental pelo CODEMA, conforme exigência do
município de Viçosa/MG.

i) Destinação final dos RCC.

Deverá estar descrito, ainda, as ações de sensibilização, mobilização e educação ambiental


para os trabalhadores em cada canteiro de obras instalado, bem como, a apresentação do
cronograma de implantação do projeto descrevendo neste as ações a serem realizadas para o
gerenciamento dos RCC.

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5.Área de Transbordo e Triagem - ATT, central de beneficiamento e área de aterro
de resíduos da construção civil

As Áreas de Transbordo e Triagem – ATT’s são locais destinados ao recebimento de


resíduos da construção civil, onde é realizado o procedimento de triagem dos RCC por classe,
segundo o disposto nas Resoluções CONAMA nº. 307/2002 e nº. 348/2004, que visam atender as
demandas geradas em decorrência da inexistência de espaço em canteiros de obra para instalação de
dispositivos de armazenamento de rejeitos.

De acordo com a NBR 15112 (ABNT, 2004) a ATT deverá possuir dispositivos de isolamento
tais como portões, cercamento, anteparos para proteção da vizinhança, equipamentos de segurança
e sistemas de proteção ambiental (controles de poeira, ruído, drenagem e revestimento primário da
área), além disso, deverá estar fora de áreas ambientalmente protegidas.

Recomenda-se que a ATT seja implantada juntamente à Central de Beneficiamento de RCC


Classe A, tendo em vista o fato de que para obter uma boa logística de transporte, o funcionamento
de ambas conjuntamente trará melhores resultados. Para ambos os casos serão necessários a
elaboração de memorial descritivo, croqui do empreendimento e relatório fotográfico da área, além
da Anotação de Responsabilidade Técnica do (s) profissional (is) responsável (is) pelos estudos e
projetos apresentados, incluindo o "Plano de Controle de Recebimento de Resíduos".

5.1 Aspectos relativos à operação da ATT

Seguindo as determinações da NBR 15112 (ABNT, 2004), deverão ser observadas questões
relativas ao controle da entrada e saída dos RCC, bem como a total organização da área e do
processamento desses resíduos que deverá ser gerenciado por um profissional diretamente ligado à
Diretoria de Projetos e Obras/UFV Campus Viçosa que será responsável por garantir as condições
de operação, principalmente em relação a:

 Elaboração e disponibilização de relatórios periódicos do controle qualitativo e quantitativo


dos resíduos;

 Garantir a recepção apenas de resíduos da construção civil;

 Garantir a recepção dos Controles de Transporte de Resíduos - CTR de todas as cargas


recebidas e triadas;

 Garantir a triagem integral dos RCC;

 Garantir e comprovar a destinação adequada dos resíduos e rejeitos resultantes da triagem;

 Reservar uma área de espera específica para os resíduos de classificação duvidosa;

18
 Evitar o acúmulo de material não triado.

5.2 Central de beneficiamento

A Associação Brasileira de Normas Técnicas lançou em 2004, especificamente para os


resíduos classe A, duas normas técnicas publicadas que estabeleceram critérios para o uso de
agregados reciclados na execução de camadas de pavimentação (NBR 15115) e para a utilização
em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural (NBR 15116). A função da
implantação do PGRCC é garantir que os resíduos serão tratados corretamente para serem
transformados em materiais que serão reintroduzidos no setor da construção civil.

Segundo os pesquisadores Duarte e Lima (2007), para a inserção de um programa de


reciclagem de resíduos, a implantação da unidade recicladora é muito importante. Nesta fase, deve
ser levada em consideração, entre outras coisas, a capacidade operacional do equipamento a ser
escolhido para operar na usina, dentre uma infinidade de tipos disponíveis no mercado.

Na fase de instalação de uma central de beneficiamento de RCC é fundamental ter


informações acerca de:

- Volume de resíduos de construção e demolição gerado e possível de ser reciclado (Classe


A);

- Tipo de material que se pretende obter com a reciclagem e a aplicação que se pretende para
o mesmo;

- Local onde se pretende instalar a unidade recicladora.

A finalidade da instalação de uma central de beneficiamento de RCC será a de atender à


demanda gerada pelas obras executadas por empresas contratadas pela UFV/Campus Viçosa (EC) e
pelas obras de reforma e manutenção executadas pela Diretoria de Manutenção. Portanto, tal central
na UFV/Campus Viçosa deve possuir equipamentos basicamente destinados a trituração de resíduos
Classe A, provenientes da construção civil e demolição que não puderem ser reutilizados sem
beneficiamento por qualquer motivo, tais como: tijolos, pisos, azulejos, argamassa e concreto,
telhas e tubos de cerâmica.

São três os tipos de plantas de beneficiamento de resíduos de construção civil: Fixas (Figura
9), Semimóveis e Móveis (Figuras10 e 11). Segundo Correia et. al, (2009), as Plantas Fixas são
definitivas e a principal vantagem das mesmas se encontra na qualidade superior dos produtos
reciclados. A segunda planta é a Semi-Móveis, indicada para a construção de barragens
hidrelétricas e para construções de estradas e a terceira e ultima é a Planta Móvel, indicada para
empreendimentos que requerem mobilidade.

19
Figura 9 – Planta fixa de beneficiamento de resíduos da construção civil

Figura 10 – Planta móvel de beneficiamento de resíduos da construção civil (grande porte)

Figura 11 – Planta móvel de beneficiamento de resíduos da construção civil (pequeno porte)

As aplicações do material beneficiado nessas centrais são muitas, dentre as quais podemos
citar:

 Aterro/cobertura para aterro sanitário;


 Cascalhamento de acostamentos;

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 Cascalhamento ou perenização de estradas que não se encontram pavimentadas;
 Sub-base e base de pavimentação;
 Lastro de tubulações;
 Fabricação de artefatos tais como guia, sargeta, bloquetes, tubo, bloco e tijolo de
construção, boca de lobo, banco de jardim etc.;
 Material de argamassa;
 Contrapiso, calçada e agregado para rip-rap.

5.3 Locação da Central de beneficiamento de RCC – Planta fixa

São muitos os aspectos a serem considerados para a implantação de centrais de beneficiamento


de RCC considerando as determinações da NBR 15112 (ABNT, 2004) e a legislação vigente. Esses
aspectos visam a minimização de impactos ambientais negativos e a produtividade segura. Assim, o
local escolhido deverá atender às necessidades de acesso, a viabilidade de cercamento de todo o
perímetro, possibilitando o controle da entrada e saída por portões onde deverão ser instaladas
guaritas ocupadas, além de possuir sinalização para identificação, anteparo para proteção da
vizinhança e apresentar condições para fornecimento de água e energia elétrica.

O ideal é que as centrais estejam situadas o mais próximo possível das fontes geradoras e dos
locais de uso, contudo, considera-se que as mesmas não devem estar localizadas em áreas com
aglomeração de pessoas devido aos transtornos que podem ocorrer devido o funcionamento de
máquinas, veículos e demais equipamentos. Assim, a localização da área para implantação da
central recicladora tem que levar em conta a menor distancia possível do centro gerador de RCC
mantendo, todavia, um afastamento aceitável de locais com aglomeração de pessoas.

No caso da UFV/Campus Viçosa, deve ser considerado, ainda, o macrozoneamento apresentado


no Plano de Desenvolvimento Físico Ambiental – PDFA através do “mapa de áreas de expansão”.
Dessa forma, a recomendação é que a Central de Beneficiamento de RCC Classe A e a Área de
Transbordo e Triagem sejam instaladas na área de expansão dos serviços institucionais operacionais
que dispõem de facilidades em termos de transporte, diminuindo custos, além de contribuir para
que os coletores de resíduos atuem de forma benéfica para o bom funcionamento do programa de
reciclagem, uma vez que os mesmos não irão percorrer grandes distâncias para descartar os RCC.

A área acima referida, de acordo com o disposto na Resolução 14/2008 do CONSU é


denominada Zona de Serviços Institucionais Operacionais - ZIO e se localiza no vale do antigo
“Stand de Tiro”, a partir da rotatória da Mecanização Agrícola. Consta, ainda, na referida resolução
que esta zona será destinada à instalação dos serviços institucionais operacionais e do uso
industrial, conforme parâmetros urbanísticos previstos na Seção X do Capítulo VIII desta
Resolução, onde consta a seguinte redação:

21
Seção X
Do Uso e da Ocupação do Solo na Zona de Serviços Institucionais Operacionais – ZIO

Art. 92 - A ocupação do solo na Zona de Serviços Institucionais Operacionais - ZIO deverá


obedecer às seguintes diretrizes:
I. reservar áreas destinadas à garantia da segurança e expansão nas dependências da
Estação de Tratamento de Água;
II. Destinar as áreas com declividade igual ou inferior a 30% às instalações dos serviços
institucionais operacionais;
III. Destinar áreas para instalações destinadas à manutenção e guarda de matérias-primas e
mercadorias, bem como ao acondicionamento e/ou, guarda de resíduos e rejeitos tóxicos,
respeitada a legislação vigente;
IV. Reordenar as ocupações provisórias;
V. Realocar a fábrica de manilhas e pré-moldados;
VI. Transferir o “Stand de Tiro” para área próxima à antiga Pedreira;
VII. Criar novas ligações viárias internas.

5.4 Condições mínimas para operação da Central de beneficiamento de RCC

Para operação de uma Central de beneficiamento de RCC devem ser observados aspectos
relativos ao recebimento, triagem e processamento de resíduos, bem como dispositivos de controle
da poluição ambiental, o treinamento de funcionários e os equipamentos de segurança previstos,
além dos procedimentos estabelecidos para inspeção e manutenção.

5.5 Capacidade da Central de beneficiamento à partir de dados obtidos no PGRCC

Com o objetivo de estimar a geração de RCC em toneladas por dia, para fins de
recomendação da implantação de uma central de beneficiamento de resíduos de construção civil,
adotou-se uma massa específica para esse tipo de resíduo de 1200 kg/m³ segundo Pinto & Gonzáles
(2005).

Para estimar a massa de RCC constituída pelos resíduos Classe A, excluíndo solos de
desaterro, os quais deverão ser destinados para áreas próprias, devidamente licenciadas, foram
considerados os resíduos de duas fontes geradoras, quais sejam: - Obras executadas por empresas
contratadas pela UFV/Campus Viçosa (EC) e; - Obras de reforma e/ou manutenção executadas pela
DIM/UFV/Campus Viçosa (DM), conforme a seguir:

Volume total de RCC Classe A desconsiderando solos de desaterros

Volume total de RCC Classe A = 1.072,07 m³/dia

Volume total solos de desaterro = 1.022,34 m³/dia

22
Volume total RCC Classe A excluindo solo de desaterro = 49,73 m³/dia

Considerando γ₌1,2 ton/m³ (Segundo Gonzales e Pinto, 2005)

γ = massaRCC Classe A/volumeRCC Classe A

1,2 = massaRCC Classe A/49,73

massaRCC Classe A = 1,2*49,73

massaRCC Classe A = 59,68 ton/dia

Assim, os equipamentos para beneficiamento dos RCC Classe A a serem adquiridos pela
UFV/Campus Viçosa deverão apresentar capacidade de processamento para, no mínimo, 59,68
toneladas por dia ou 7,46 toneladas por hora (considerando 08 (oito) horas de trabalho por dia).

A implantação de uma Central de beneficiamento de RCC Classe A pela UFV/Campus


Viçosa apresenta-se viável sob o ponto de vista operacional e ambiental quando considerado que
são produzidos RCC com potencial para reciclagem (resíduos Classe A) em quantidade
significativa, além do ponto de vista didático correspondente ao ramo de atividade desempenhado
pela instituição.

A Central de beneficiamento (planta fixa) deve possuir as seguintes estruturas a serem


projetadas, além das máquinas, equipamentos e mão de obra necessários à operacionalização do
sistema de reciclagem de RCC Classe A:

 Edificação de apoio administrativo;

 Guarita;

 Portão e cercamento da área;

 Áreas para estocagem de material recebido e processado;

 Maquinário próprio para o beneficiamento dos RCC Classe A;

A equipe de operação composta por quatro funcionários conforme apresentado no Quadro 6.

Quadro 6 - Dados técnicos do equipamento (Usina de Reciclagem)

Capacidade Potencia dos Área (m²) Mão de


Modelo
(ton/hora) motores (cv) Equipamento USINA obra

URE07T 7 25 200 3000 4

OBS.: Dados sujeitos a alterações sem prévio aviso/outros modelos poderão ser fabricados sob
consulta

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Fonte: http://www.maqbrit.com.br/usina_reciclagem_entulho3.html

Tendo em vista que a central de beneficiamento recomendada no momento deverá ter


estruturas definitivas, apresenta-se a seguir o layout de sua instalação.

Layout Elaborado Pela Maqbrit Industria E Comercio De Máquinas Ltda

Figura 12 – Layout previsto para a Central de Beneficiamento de RCC

Legenda

Produtos
Principais equipamentos
Denominação* Origem

AV – Alimentador vibratório I – Bica corrida reciclada AV

BI – Britador de Impacto II – Bica corrida reciclada BI

PVA – Peneira Vibratória III – Areia média reciclada PV 24


Outra opção viável se refere à aquisição de uma usina de resíduos de construção civil móvel
produzida por uma empresa vinculada a Incubadora do CENTEV/UFV (Ecosoluções Assessoria e
Consultoria em Desenvolvimento Sustentável) com capacidade mínima para processamento de 01
(uma) tonelada de RCC por hora a um consumo energético entre 100 a 150 kwh e consumo de 01
(um) litro de óleo combustível (diesel) para cada 03 (três) quilômetros.

A referida usina é operada por 03 (três) pessoas e suas dimensões correspondem a 6,5 m de
comprimento, 3,2 metros de largura e 4,0 metros de altura, facilitando seu deslocamento. De acordo
com representantes da empresa, um detalhe interessante é que o modelo da usina móvel permite
uma redução em termos de transporte dos resíduos, pois ela se desloca por todo o campo facilitando
o trabalho e reduzindo custos. Salientamos que os custos da aquisição do referido equipamento
ainda não foram estabelecidos pela empresa.

As plantas móveis proporcionam versatilidade e flexibilidade, podendo ser utilizadas para


britagem de RCC depositados em vários pontos e é mais utilizada quando o interesse é a
manutenção de estradas . Nesse caso em vez de fazer o transporte do entulho para uma planta fixa,
a instalação vai até os depósitos, reduzindo o custo de transporte, sendo que a necessidade de obra
civil e elétrica é mínima. Contudo, deverão ser considerados todos os aspectos da adoção quer seja
da planta fixa através da instalação de uma Central de beneficiamento de RCC quer seja na
aquisição de uma usina móvel de beneficiamento de RCC.

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6 Referências Bibliográficas

ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). NBR 15112. Resíduos sólidos


da construção civil e resíduos inertes: Áreas de Transbordo e Triagem de RCD. Junho/2004a.

ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS).NBR 15115. Agregados


reciclados de resíduos sólidos da construção civil: Execução de camadas de pavimentação –
Procedimentos. Junho/2004d.

ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). NBR 15116. Agregados


reciclados de resíduos sólidos da construção civil: Utilização em pavimentação e preparo de
concreto sem função estrutural. Junho/2004e.

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, CONSELHO NACIONAL DO MEIO


AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº. 307 de 05 de julho de 2002. Brasília DF, n. 136, 17
de julho de 2002. Seção 1.

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, CONSELHO NACIONAL DO MEIO


AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº. 348, de 16 de agosto de 2004. Brasília DF, n. 158, 17
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de base e sub-base de pavimentos. Projeto Entulho Bom. Salvador: EDUFBA/Caixa Econômica
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