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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências e Tecnologias


Curso: Engenharia Civil 4° nível/ Laboral 2° Semestre

Engenharia e Sociedade- 2023


Tema:

Leis/Regulamentos e Decretos

 Resíduos industriais em obras de construção


 Normas de descarte
 Aproveitamento

Docente: Msc. Eng. Tiago de Jesus D. Semo

Discentes:

 Norvaldo Pedro Mathe


 Walter Augusto Juga

Beira, Agosto de 2023


Índice
Introducão.................................................................................................................................... 3

1. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.1. Geral ................................................................................................................................. 4

1.2. Específicos ........................................................................................................................ 4

2. Metodologia ......................................................................................................................... 4

3. Resíduos da construção civil ............................................................................................... 5

3.1 Classificação dos Resíduos da Construção Civil ............................................................... 5

3.2 Descarte e manuseio de resíduos da construção civil ........................................................ 7

3.3 Reutilizacao e reciclagem dos resíduos da construção ...................................................... 8

3.4 Efeitos positivos de uma gestão de resíduos da construção civil eficaz ............................ 9

3.5 Possíveis penalidades legais pela má gestão de resíduos da construção civil ................. 10

4. Conclusão .......................................................................................................................... 11

5. Referências ........................................................................................................................ 12

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Introducão
A quantidade de entulho gerado nas construções que são realizadas nas cidades demonstra um
enorme desperdício de material. Os custos deste desperdício são distribuídos por toda a
sociedade, não só pelo aumento do custo final das construções como também pelos custos de
remoção e tratamento do entulho. Os entulhos provenientes das construções nas cidades
brasileiras acarretam sérios desperdícios de materiais, custos de remoção e tratamento.

Os resíduos da construção civil são todos os resíduos provenientes de construções, reformas,


reparos e demolições de obras de construção civil. Além dos resultantes da preparação e da
escavação de terrenos, como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais,
resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento
asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação eléctrica etc., os quais são comummente chamados
de entulhos de obras (BRASIL, 2002).
A reciclagem de entulho propõe uma solução para os materiais que são inevitavelmente perdidos.
Esta medida permite a reutilização de matérias-primas, diminuindo a demanda por mais matéria
e o consumo energético, além de proteger o meio-ambiente.

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1. Objectivos

1.1. Geral
Se enquadrando no processo de ensino e aprendizagem da disciplina de Engenharia de
Sociedade, o presente trabalho tem como objectivos gerais, o estudo das Leis/Regulamentos e
Decretos dos resíduos de obra de construção.

1.2. Específicos
 Classificar os resíduos da obra de construção quanto ao seu tipo;
 Identificar as Normas de descarte;
 Falar do aproveitamento e reciclagem dos resíduos da obra de construção.

2. Metodologia
A metodologia para a concepção do presente trabalho consistiu em uso de internet para obter
informação acerca dos temas abordados.

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3. Resíduos da construção civil

A gestão de resíduos da construção civil no Brasil começou a ganhar destaque na política


ambiental no final do século XX, quando o país experimentou um rápido crescimento urbano. No
entanto, foi só no início do século XXI que a regulamentação específica para o sector foi
estabelecida.

A Resolução CONAMA 307, de 2002, foi a primeira a estabelecer directrizes nacionais para a
gestão de resíduos da construção. Esta resolução foi emitida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA), que é o principal órgão governamental encarregado da criação de
políticas ambientais no Brasil.
A Resolução 307/2002 classificou os resíduos da construção civil em quatro categorias e atribuiu
responsabilidades aos geradores de resíduos, como construtoras e indivíduos que realizam
reformas, bem como às autoridades locais.

Além disso, a resolução promoveu a reciclagem e a reutilização de resíduos e estabeleceu


directrizes para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

A regulamentação passou por actualizações e aprimoramentos ao longo do tempo. Em 2004, a


resolução foi alterada pela Resolução CONAMA 348, que incluiu o amianto na classe de
resíduos perigosos. Mais tarde, em 2005, a Resolução CONAMA 431 alterou a Resolução 307
para incluir novas directrizes para a implementação e operação de áreas de reciclagem.

3.1 Classificação dos Resíduos da Construção Civil


A classificação dos resíduos da construção civil no Brasil é regulamentada pela Resolução
CONAMA 307/2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). De acordo com
esta regulamentação, os resíduos são classificados em quatro categorias:

I – Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

 de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-


estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
 de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos
(tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

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 de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos,
tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

II – Classe B – são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel,
papelão, metais, vidros, madeiras e gesso;

III – Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação;

IV – Classe D – são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas,
solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de
demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem
como telhas e demais objectos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à
saúde. Resíduos perigosos, como tintas, solventes, óleos, ou resíduos contaminados originados
de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais, entre outros.

De acordo com a resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), a


classificação do gesso foi alterada de Classe C (materiais que devem ser armazenados,
transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas) para a Classe B
(materiais que deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados para áreas de
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem
futura). Isso significa que o gesso é considerado um material reciclável e pode ser reutilizado ou
reciclado para outras destinações.

Figura 1: tipos de resíduos da construção civil

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3.2 Descarte e manuseio de resíduos da construção civil
O manuseio e descarte adequados de resíduos da construção civil são fundamentais para
minimizar os impactos ambientais negativos e cumprir as regulamentações legais. A Resolução
CONAMA 307/2002 estabelece directrizes para o gerenciamento desses resíduos. Aqui estão
alguns dos passos principais:

 Minimização de Resíduos: O primeiro passo na gestão de resíduos é sempre tentar


minimizar a quantidade de resíduos produzidos. Isso pode ser feito por meio de práticas
de construção eficientes, escolha de materiais e planejamento cuidadoso.

 Segregação na Origem: Os resíduos devem ser segregados na origem, de acordo com a


classificação definida pela Resolução CONAMA 307 (Classes A, B, C e D). Isso facilita
o processamento posterior, reciclagem ou descarte.

 Acondicionamento: Os resíduos devem ser acondicionados de maneira adequada para


evitar a dispersão dos materiais e facilitar o manuseio, o transporte e a destinação final.

 Transporte: O transporte deve ser realizado de acordo com as normas locais e nacionais,
assegurando-se que os resíduos sejam entregues a uma instalação de processamento ou
descarte apropriada.

 Reciclagem e Reutilização: Sempre que possível, os resíduos da construção civil devem


ser reciclados ou reutilizados. Os resíduos de classe A, por exemplo, podem ser
processados e reutilizados como agregados em novas construções.

 Destinação Final: Para resíduos que não podem ser reciclados ou reutilizados,
a destinação final deve ser realizada em conformidade com a regulamentação local e
nacional. Isto pode incluir aterros licenciados para resíduos da construção civil ou
instalações de tratamento de resíduos.

 Gerenciamento e Documentação: É importante manter a documentação adequada sobre


a geração, segregação, transporte e destinação dos resíduos, para garantir a conformidade
com as regulamentações e permitir a rastreabilidade dos resíduos.

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Os responsáveis pela geração dos resíduos têm o dever de garantir o manejo adequado dos
resíduos da construção civil, seja executando estas tarefas directamente ou contratando empresas
especializadas. Nesse processo, a classificação dos resíduos da construção civil é fundamental.

Para garantir o manuseio e descarte adequado dos resíduos da construção civil, é importante
seguir as recomendações da prefeitura local e cumprir as normas técnicas específicas. Além
disso, é fundamental promover a educação ambiental entre os trabalhadores da obra para
incentivar a separação correta dos resíduos e o descarte adequado.

3.3 Reutilizacao e reciclagem dos resíduos da construção


A reciclagem e reutilização de resíduos da construção civil tornaram-se cada vez mais comuns
como meio de reduzir o impacto ambiental da indústria da construção e promover a economia
circular. Aqui estão algumas maneiras pelas quais os resíduos de construção estão sendo
reciclados e reutilizados:

 Agregados Reciclados: Resíduos de concreto, tijolo e outros materiais de alvenaria da


Classe A podem ser triturados e usados como agregados para a produção de novo
concreto ou como base para estradas e outros projectos de infra-estrutura.

 Reutilização Directa: Alguns materiais, como portas, janelas, ou vigas de madeira,


podem ser reutilizados directamente em novas construções ou reformas.

 Reciclagem de Metais: Resíduos de metal, como cobre, aço e alumínio, podem ser
reciclados para a produção de novos produtos metálicos.

 Reciclagem de Madeira: A madeira pode ser triturada e utilizada como cobertura para o
solo, como composto, ou pode ser processada para a produção de painéis de aglomerado
ou outros produtos de madeira.

 Recuperação de Solo: Alguns tipos de resíduos, como solo e pedras, podem ser usados
para a recuperação de terrenos, aterros ou paisagismo.

 Produção de Energia: Alguns tipos de resíduos podem ser utilizados para a produção de
energia, por exemplo, através da incineração em usinas de recuperação de energia.

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A reciclagem e reutilização de resíduos de construção dependem do tipo de resíduo, das
tecnologias disponíveis e das regulamentações locais.

3.4 Efeitos positivos de uma gestão de resíduos da construção civil eficaz


Uma gestão eficaz de resíduos da construção civil traz inúmeros efeitos positivos, tanto para a
indústria da construção quanto para a sociedade em geral. Alguns dos benefícios mais notáveis
incluem:

 Conservação de Recursos Naturais: A reutilização e reciclagem de resíduos da


construção civil podem reduzir a necessidade de materiais de construção novos, ajudando
a conservar os recursos naturais.

 Redução da poluição Ambiental: A gestão adequada de resíduos pode minimizar a


poluição do solo, água e ar, resultante do descarte inapropriado de resíduos.

 Benefícios Económicos: A reciclagem e reutilização de resíduos da construção civil


podem resultar em economias significativas em custos de materiais. Além disso, a
indústria de reciclagem pode criar novos empregos e contribuir para a economia local.

 Melhoria da Saúde Pública: Ao evitar o descarte inadequado de resíduos, pode-se


reduzir os riscos à saúde pública, como a disseminação de doenças por vectores que se
proliferam em lixões e aterros.

 Conformidade Legal: A gestão adequada de resíduos ajuda as empresas a cumprirem a


legislação ambiental, evitando penalidades e melhorando a sua reputação no mercado.

 Sustentabilidade da Indústria da Construção: A gestão eficaz de resíduos é uma parte


importante de tornar a indústria da construção mais sustentável, ajudando a alcançar
metas de sustentabilidade e a melhorar a imagem da indústria.

Por todos esses motivos, a gestão de resíduos da construção civil é um aspecto essencial da
construção moderna e sustentável.

Uma gestão eficaz de resíduos da construção civil pode trazer muitos benefícios para o meio
ambiente, a economia e a sociedade. Quando os resíduos são gerenciados correctamente, é
possível reduzir a quantidade de resíduos destinados a aterros e áreas de transbordo e triagem, o

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que ajuda a preservar o meio ambiente e reduzir o impacto ambiental. Saber como fazer a
classificação dos resíduos da construção civil pode ser um diferencial aqui. Além disso, a gestão
eficaz de resíduos pode gerar economia para as empresas ao promover o reaproveitamento de
materiais e reduzir os custos com descarte. A gestão eficaz de resíduos também pode ajudar a
promover a economia circular e incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções
sustentáveis.

3.5 Possíveis penalidades legais pela má gestão de resíduos da construção civil


A má gestão de resíduos da construção civil pode levar a uma série de penalidades legais de
acordo com as normas e regulamentações federais, estaduais e municipais. Muitas vezes as
infracções ocorrem por desconhecimento da classificação dos resíduos da construção civil e sua
forma de manejo adequada. As penalidades variam, mas podem incluir:

 Multas: As empresas podem ser multadas por infracções, como a falta de segregação
adequada de resíduos, a falta de documentação apropriada, o transporte inadequado de
resíduos ou o descarte ilegal de resíduos.

 Suspensão de Licenças: Em alguns casos, a licença de operação de uma empresa pode


ser suspensa se forem encontradas violações significativas na gestão de resíduos.

 Responsabilidade Civil: As empresas podem ser responsabilizadas por danos causados


ao meio ambiente ou à saúde pública devido à má gestão de resíduos. Isso pode resultar
em custos significativos de limpeza ou reparação.

 Reputação Danificada: Violações das leis ambientais podem resultar em danos à


reputação da empresa, o que pode afectar a sua capacidade de ganhar novos contratos ou
manter clientes existentes.

Para evitar essas penalidades, é importante que as empresas na indústria da construção civil
implementem práticas eficazes de gestão de resíduos, incluindo a segregação adequada de
resíduos, o transporte e o descarte adequados, a reciclagem e reutilização sempre que possível, e
o cumprimento de todas as obrigações de documentação e relatório.

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4. Conclusão
Os resíduos sólidos da construção e demolição civil quando dispostos de formas irregulares
causam danos ao meio ambiente, ao solo e ao homem. Este fato, aliado a problemática ambiental
gerou discussões em vários âmbitos sociais e com o intuito de uma melhora significativa nesta
problemática seguindo um modelo mundial entrou em funcionamento, em alguns estados
brasileiros, a reciclagem desses resíduos.

Portanto, foi visto que, a reutilização dos RCD não traz melhorias apenas para reverter o caso da
escassez de materiais e os danos ambientais, mas também que a viabilidade económica desta
reutilização se dá de forma significante, contudo ao fato de converter e minimizar despesas para
o sector público e para os construtores gerando faturamento e economia.

De acordo com a Resolução Conama nº 307/2002, o Gerenciamento de resíduos é o sistema de


administração que visa diminuir, reaproveitar ou reciclar resíduos, acrescentando planejamento,
responsabilidade, condutas, métodos e recursos que possam ampliar e implementar as acções
necessárias a realização prevista para os períodos em programas e planos. Sendo assim, pode-se
considerar que não basta apenas realizar programas sociais, mas é necessário que as Construtoras
planejem de forma real a gestão destes resíduos.

Com o resultado apurado, chega-se à conclusão de que é imprescindível que as construtoras


realizem um estudo de perdas para melhorar seu desempenho e lucractividade, tornando as obras
muito mais baratas através de um planejamento real do controle de resíduos.

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5. Referências
https://portalresiduossolidos.com/classificacao-dos-residuos-da-construcao-civil-no-brasil/

https://residuoall.com.br/2017/05/17/residuos-solidos-da-construcao-civil-o-que-fazer/

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