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FICHA Nº.

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4. A Construção e o ambiente

4.1 Desenvolvimento e construção sustentável;

4.2 PPGR - Plano de prevenção de gestão de resíduos Resíduo de construção e


demolição (RCD);

4.3 Triagem e perigosidade, acondicionamento, transporte e o destino final;

4.4 Avaliação de Impacto Ambiental (AIA);

4.1 Desenvolvimento e construção sustentável

A sustentabilidade pode ser definida como a capacidade de o ser humano interagir


com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos
naturais das gerações futuras. O conceito de sustentabilidade é complexo, pois atende a
um conjunto de variáveis interdependentes, mas podemos dizer que deve ter a capacidade
de integrar as questões sociais, energéticas, econômicas e ambientais.

 Questão social: é preciso respeitar o ser humano, para que este possa respeitar a
natureza. E do ponto de vista humano, ele próprio é a parte mais importante do meio
ambiente.
 Questão energética: sem energia a economia não se desenvolve. E se a economia não
se desenvolve, as condições de vida das populações se deterioram.
 Questão ambiental: com o meio ambiente degradado, o ser humano abrevia o seu
tempo de vida; a economia não se desenvolve; o futuro fica insustentável.

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Gestão e Qualidade de Projecto
5º Ano_ Curso_Arquitectura
Docente: Américo Júlia, Arqº
A construção sustentável é um conceito que denomina um conjunto de práticas adotadas
antes, durante e após os trabalhos de construção com o intuito de obter uma edificação
que não agrida o meio ambiente, com melhor conforto térmico sem a necessidade (ou
com necessidade reduzida) de consumo de energia e que melhore a qualidade de vida dos
seus moradores/usuários, além de utilizar materiais e técnicas que garantam uma maior
eficiência energética.

Há outro termo que costuma ser confundido com “construção sustentável”, é a


“construção ecológica”. Embora na prática os dois termos acabem sendo usados da
mesma forma, o primeiro refere-se a uma prática mais comum no meio urbano e que visa
à utilização de tecnologias que permitem a sustentabilidade da construção. Já o segundo
está relacionado a técnicas de construção que utilizam materiais encontrados no próprio
local da construção e propõe a menor interferência possível na paisagem.

Uma edificação sustentável começa antes mesmo da construção com a escolha de


materiais menos agressivos, duráveis e que exijam o mínimo de impacto possível para
sua obtenção. Aqui pode ser considerada a utilização de materiais reciclados como
matéria-prima que podem ser classificados em dois tipos: pós-industrial, quando o
material reciclado é proveniente de resíduos industriais e pós-consumo. Este é o caso de
tijolos, madeira e outros entulhos provenientes de demolições que podem ser
aproveitados na construção ou reciclados e transformados em outros materiais como o
concreto feito de cinzas de chaminés.

Junto com a escolha dos materiais corretos é necessário que se verifique os fornecedores
para garantir que tenham procedência ambientalmente segura, principalmente quando se
tratar de madeira.

Ainda na fase pré-construção, deve ser analisado o ciclo de vida do empreendimento e


dos materiais usados, o estudo do impacto ambiental da construção, planeamento da
gestão dos resíduos que serão gerados e melhor forma de utilização do material,
além do que a planta deve ser planeada de modo que aproveite o máximo possível
dos recursos naturais disponíveis (como ventilação e luminosidade natural) e promova
a redução do consumo de energia e água através do reuso e implantação de formas
alternativas de energia como a energia solar, a energia eólica e etc.

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Durante a construção devem ser adotados cuidados para evitar o desperdício de materiais
e se reaproveitar o máximo possível. O que além de gerar ganhos ambientais com
minimização do uso de matérias-primas ainda gera ganhos econômicos para o dono da
obra que economizará com materiais.

Quando finalizada a obra devem ser observados os cuidados necessários à destinação dos
resíduos da construção e proporcionar melhor qualidade de vida aos seus usuários.

4.2 PPGR - Plano de prevenção de gestão de resíduos Resíduo de


construção e demolição (RCD)

O Plano de Prevenção e Gestão de Resíduos de Construção e Demolição tem dois


objectivos fundamentais: encaminhar os materiais resultantes da demolição para
local apropriado e a triagem dos materiais e resíduos resultantes do trabalho da
construção.

Em ambos os casos o encaminhamento preferencial deve ser a reciclagem e posterior


reutilização.

Normalmente o empreiteiro a designar pelo adjudicatário, assumirá o compromisso de


entregar às entidades competentes (fiscalização ambiental) relatórios da execução do
serviço, sendo indicado o tipo de resíduo encaminhado, assim como as respectivas
quantidades e destinos finais ou outras informações consideradas relevantes.

Na gestão dos resíduos, será efectuada uma triagem e separação adequada dos
resíduos, bem como um apropriado acondicionamento de modo a garantir a
armazenagem temporária dos resíduos produzidos na obra, assegurando uma
optimização dos fluxos de saída.

Para o transporte de resíduos produzidos normalmente são usadas viaturas apropriadas e


equipadas com sistemas específicos, assim como motoristas credenciados, habilitado e
qualificado para exercer tal actividade.
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Toda a documentação e logística necessária à gestão global e transferência dos
resíduos normalmente é da responsabilidade do empreiteiro, e a apresentação é feita
através de um dossier ambiental, que ficará disponível para consulta em obra, no qual
todos os documentos referentes serão arquivados.

Nesses casos, é responsabilidade do empreiteiro apresentar um plano de trabalhos, que


inclua as datas-chave e a periodicidade do destino dos resíduos, com a seguinte
informação:

• Caracterização e classificação de todos os resíduos emergentes da empreitada;

• Verificação e validação de que todos os destinos finais de resíduos autorizados pela


entidade reguladora competente;

GESTÃO DE RESÍDUOS

Caracterização dos resíduos

São resíduos provenientes da obra de remodelação da edificação do resultado da obra de


engenharia civil, reconstrução, ampliação, alteração, conservação e demolição, por
exemplo:

• Betão, tijolos, ladrilhos, telhas e outros materiais cerâmicos;


• Madeira, vidro, plástico;
• Metais,
• Materiais de isolamento;
• Mistura de resíduos de construção etc.

Desta forma, como exemplos de RCD´s perigosos ou potencialmente perigosos,


podemos destacar:

• Tintas, vernizes, adesivos, colas, asfalto, etc.

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Segue abaixo alguns aconselhamentos relativamente ao modo de separação dos RCD´s
em obras de construção civil:

Betão, Argamassas, Materiais Argilosos (telhas, ladrilhos), Mistura de Inertes e


Outros Materiais

Os resíduos inertes, pela sua quantidade usualmente produzida, são armazenados em zona
delimitada e sinalizada, evitando misturas com outros tipos de resíduos. Estes resíduos
poder ser reutilizados em obra desde que sejam cumpridas as especificações técnicas
previamente definidas pelas autoridades competentes.

Resíduos Sólidos Urbanos (Lixo urbano)

Deverão existir recipientes para resíduos urbanos distribuídos pelo estaleiro e pelas
frentes de obra, sendo estes últimos recolhidos diariamente e colocados no estaleiro ou
nos pontos de recolha dos serviços camarários se a totalidade destes não ultrapassar os
1100 litros diários.

Ecopontos

Papel e Cartão: designa-se por papel e cartão todo o material formado por fibras longas
(jornais e revistas, cartão liso, cartão canelado, papel de escrita e impressão, fotocopias,
papel de embrulho).

Desta forma, é bastante ter em conta no acto do armazenamento, a diferença entre os


chamados “papéis” (conforme os citados acima), e os “ não papéis”, como é o caso de
papéis químicos, papel vegetal, papel autocolante, papéis plastificados, papel encerado,

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papel metalizado, papel lustro, guardanapos e lenços de papel, pratas de chocolate e
tabaco, papel sujo,etc.

Plásticos e Metais

Designa-se por plástico todo o material resultante de embalagens e outros plásticos


compostos por polímeros orgânicos, geralmente sintéticos (garrafões, garrafas e frascos
de bebidas ou de produtos de higiene e limpeza, esferovites de grandes dimensões, usadas
para embalar produtos secos e limpos, sacos de plástico e outros plásticos utilizados em
embalagens.

Do mesmo, é muito importante levar em consideração no acto da separação dos


materiais, os plásticos compostos por polímeros orgânicos (como é o caso dos citados
acima), e os plásticos que contiveram produtos gordurosos, tais como sacos/pacotes de
manteigas, margarinas, garrafas de óleos vegetal, garrafas de água mineral, e/ou produtos
perigosos ou tóxicos.

Normalmente os metais, tais como: latas de refrigerantes, conservas, entre outras


embalagens metálicas, devem ser armazenadas no mesmo local/recipiente.

Vidro

Designa-se por “vidro” todas as embalagens vítreas (garrafas, boiões frascos de todas as
cores, potes de produtos alimentícios), assim como os vidros planos (janelas) existentes
no local da construção.

A recolha dos resíduos de vidro deve cumprir com todos os requisitos impostos pela
empresa de destino final, tendo sempre em atenção a separação de todo e qualquer
material que seja considerado como contaminante.

Desta forma, no acto do armazenamento, não se deve juntar os vidros acima referidos,
com outros tipos de vidros tais como: o vidro proveniente de loiças de cerâmica, qualquer
tipo de lâmpadas, espelhos e cristais, vidro de pára-brisas de automóveis, vidro aramado,
recipientes que contiveram produtos químicos ou medicamentos, quaisquer outros
materiais considerados “não vidro”.

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O vidro deve ainda ser bem acondicionado em recipientes e selados para evitar
contaminação dos mesmos.

Sacos de cimento

Todos os sacos de cimento ou embalagens compósitas, devem ser armazenados


separadamente dos outros resíduos. Para eles serem aceites pelos operadores de resíduos,
devem ser limpos ou sacudidos antes de serem armazenados.

Deve ser colocado no estaleiro um recipiente que deverá ser tanto maior quanto a
produção do resíduo previsto.

Mistura de metais (sucatas)

Designa-se por resíduos metálicos todo o tipo de liga metálica (ferrosos e não ferrosos)
resultantes da laboração diária em estaleiro que a título de exemplo destacamos: peças
com defeito não utilizáveis, sobras de ferro, recortes de chapa, aros metálicos e
protecções metálicas das embalagens de matérias-primas.

Os resíduos metálicos serão acondicionados a granel num local seleccionado para o


efeito. Quando existirem quantidades que justifiquem o transporte, o Director de Obra
encarregar-se-á de avisar o transportador para que se efectue o seu levantamento.

Resíduos contaminados (embalagens, absorventes)

Os resíduos contaminados podem resultar de várias origens, como o uso de produtos


químicos, limpeza ou derrames dos mesmos.

Desta forma, estes resíduos devem ser armazenados isoladamente de todos os outros
resíduos, além de estarem colocados sobre uma bacia de retenção e cobertos.

Gestão da Documentação

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Será responsabilidade do empreiteiro a verificação da conformidade legal dos operadores
de gestão de resíduos, assim como o preenchimento das Guias de Acompanhamento de
Resíduos de Construção mediante o estipulado por lei.

Os serviços de segurança e ou ambiente efectuarão um controlo das entradas e saídas


dos transportadores de resíduos registando esse controlo no impresso - “Registo de
dados de Resíduos de Construção e Demolição”.

Finalmente, a deposição de RCD´s em aterro somente deverá ser permitida após a


submissão a triagem e quando não há possibilidade de se proceder à reciclagem
(reutilização) dos mesmos.

4.3 Triagem e perigosidade, acondicionamento, transporte e o destino


final

Indiscutivelmente a questão da degradação do ambiente urbano é um dos grandes


assuntos de preocupação da humanidade nos últimos tempos.

Diversos factores contribuíram para o aguçamento da percepção sobre o tema, dentre


eles destaca-se o processo de urbanização decorrente do modelo econômico e da
industrialização, aplicado aos países em desenvolvimento, resultando em uma grande
concentração populacional e discrepâncias na distribuição de renda.

Por conseguinte, uma intensa geração de resíduos da construção e demolição


provenientes das actividades de construção, renovação e demolição de infra-estruturas
urbanas, aliados ao aparecimento e expansão de aglomerações de sub-habitações sem a
mínima base sanitária e ambiental, têm promovido significativos impactos na qualidade
de vida e no ambiente, especialmente em regiões metropolitanas
.
Embora, seja crescente a preocupação com o saneamento das cidades e com a
necessidade de ampliar o conceito deste termo para a totalidade dos componentes que
interferem com a qualidade de vida das populações, a falta de reconhecimento da
importância dos resíduos da construção e demolição (RCD) na gestão dos resíduos
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sólidos urbanos, esbarram na carência de informações e na pouca receptividade
sobre o tema.

Ainda que os RCD apresentem baixa periculosidade, os impactos resultantes decorrem


em função do excessivo volume produzido e disposto inadequadamente, gerando altos
custos de remoção, transporte e destinação correcta. Não obstante, a participação
relevante dos RCD no quadro de degradação e da premência de articulações entre a
gestão pública e privada promoveu, recentemente, o “despertar” das autoridades públicas
para políticas destinadas ao gerenciamento dos RCD.

Desta forma, A Planta Geral do estaleiro de apoio à obra, que será obrigatoriamente
submetida à aprovação da Fiscalização/Dono da Obra, deverá incluir os seguintes
aspectos:

 Áreas de deposição diferenciada de resíduos, diferenciando resíduos inertes,


industriais banais e perigosos, devidamente projectadas e dimensionadas para o
acondicionamento e manuseamento dos resíduos em condições de higiene e segurança
e de forma a promover a sua valorização;

 Área destinada ao armazenamento dos diferentes resíduos em obra, enquanto


aguardam encaminhamento para destino final adequado (designados por centro (s) de
deposição temporária de resíduos, no âmbito do presente documento);

 Áreas destinadas para a manutenção e reparação de equipamentos,


impermeabilizadas, cobertas, dotadas de rede de drenagem de águas de escorrência
com separadores de hidrocarbonetos e de meios de contenção de derrames;

E durante a fase de construção, é importante que sejam aplicadas as seguintes medidas:

 Os resíduos produzidos nas frentes de obra deverão ser separados por tipologias,
evitando a mistura de diferentes tipos e a contaminação de resíduos não perigosos;

 No que se refere aos resíduos industriais banais devem ser separados, pelo menos, os
seguintes tipos: metais ferrosos, metais não ferrosos, madeira, plásticos, entre outros.
Relativamente aos resíduos perigosos, deverão ser separados, pelo menos, óleos

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usados, materiais contaminados com hidrocarbonetos e outros produtos inflamáveis,
pilhas e acumuladores (bacteriais) e embalagens contaminadas;

 Os resíduos serão depositados temporariamente em contentores apropriados a cada


tipo de resíduo;

 No final de cada dia de trabalho, os resíduos presentes nas frentes de obra serão
transferidos para o centro de deposição temporária de resíduos, para aguardar o
encaminhamento a destino final adequado;

 Nos casos em que não possa ser efectuada a triagem dos Resíduos de Construção e
Demolição na obra, será efectuado o seu encaminhamento para operador de gestão de
resíduos licenciado para esse efeito;

 O local de deposição temporária de resíduos perigosos será impermeabilizados e


cobertos e os contentores deverão ser estanques, com bacia de retenção de dimensão
adequada à quantidade de resíduos a armazenar;

 Assim que for possível, ou que a quantidade de resíduos o exija, os resíduos serão
transportados do centro de deposição temporária de resíduos, para os destinos finais
adequados, por operadores devidamente licenciados.

 No caso dos resíduos perigosos, o armazenamento temporário em obra não poderá


exceder um período de 3 meses.

 O centro de deposição temporária de resíduos deverá estar dotado de contentores


apropriados a cada tipo de resíduo e devidamente identificados e o respetivo grau de
perigosidade;

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Transporte de Resíduos
 O transporte de resíduos deve ser efectuado em conformidade com as normas e
procedimentos legais sobre a forma transportação de resíduos;

 O preenchimento das guias de acompanhamento de resíduos deve ser efectuado pelo


Responsável
Ambiental;

 Deverá ser existida a garantia de que todos os contentores, cisternas, veículos e outros
equipamentos estejam em boas condições para o transporte de resíduos, de acordo
com a legislação em vigor;

 Deverá ser existida a garantia de que a rotulagem dos contentores cumpre na íntegra a
legislação nacional e comunitária em vigor;

 Caso o destino dos resíduos não seja uma instalação de gestão de resíduos (por
exemplo, envio para estaleiro central), o Empreiteiro deverá garantir que o
destinatário dos resíduos forneça uma cópia da guia de acompanhamento de resíduos
respectiva, no prazo máximo de 30 dias a contar da data de recepção dos resíduos;

Destino Final
No que concerne ao destino final dos resíduos a produzir em obra, devem ser observados
os seguintes procedimentos:

 Os operadores de gestão de resíduos seleccionados pelo Empreiteiro terão que estar


licenciados para proceder a operações de armazenagem, tratamento, valorização e
eliminação de resíduos de RCD;

 O Empreiteiro deverá garantir que os operadores de gestão de RCD seleccionados,


enviem os certificados de recepção de resíduos cujos prazos estão previstos por lei;

 Posteriormente poderá/deverá haver a gestão de terras sobrantes até a fase da


desmobilização da obra
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4.4 Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)

A Avaliação de Impacto Ambiental (ou AIA) é um instrumento preventivo usado nas


políticas de ambiente e gestão ambiental com o intuito de assegurar que um determinado
projecto passível de causar danos ambientais seja analisado de acordo com os prováveis
impactos no meio ambiente, e que esses mesmos impactos sejam analisados e tomados
em consideração no seu processo de aprovação. A elaboração de um AIA é apoiada em
estudos ambientais elaborados por equipas multidisciplinares, os quais apresentam
diagnósticos, descrições, analises e avaliações sobre os impactos ambientais efectivos e
potenciais do projecto.

4.4.1 Contextualização
É natural que os impactos ambientais tenham surgido a partir dos primeiros períodos da
evolução humana, isto é, desde que o homem começou a progredir em seu modo de vida,
com o cultivo de alimentos e posteriormente com a criação de animais, aumentando
gradativamente os impactos gerados na natureza, e com o passar do tempo com a
derrubada de árvores para construção de abrigo e obtenção de lenha, tornando cada vez
mais visíveis as alterações no meio ambiente.

As alterações na cadeia alimentar, mudanças climáticas e diminuição da biodiversidade


foram possivelmente alguns dos primeiros impactos ocasionados pela acção do homem.

Com o passar do tempo, a consequente criação das cidades e a crescente ampliação das
áreas urbanas têm contribuído para o crescimento de impactos ambientais negativos. As
alterações geradas ocorrem por inúmeras causas, muitas denominadas naturais e outras
oriundas de intervenções antropológicas, consideradas não naturais (MUCELIN E
BELLINI, 2008).

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4.4.2 Importância do Estudo de Impacto Ambiental

O impacto causado pelo processo da indústria da construção civil envolve consumo de


recursos e cargas ambientais causadas principalmente pelo uso indiscriminado de
energia, geração e disposição inadequada de entulhos, pelo facto da insistência por parte
dos geradores desses resíduos em desconhecer os impactos da sua disposição
clandestina e os benefícios de uma gestão adequada.

Desta forma, gerenciamento de resíduos sólidos tem uma enorme importância no que
concerne a preservação ambiental, pois permite a minimização dos impactos causados,
pela exploração de recursos naturais e o uso de materiais ou técnicas construtivas que
agridam o meio ambiente.

4.4.3 Campo de Actuação na Construção Civil


A Avaliação de Impacto Ambiental deve ser elaborada para qualquer empreendimento
que possa acarretar prejuízos ou impactos ambientais, sendo executado antes da
instalação do empreendimento. Alguns exemplos de empreendimentos no campo da
Engenharia civil/Arquitectura que necessitam realizar o AIA podem ser: hidrelétricas,
rodovias, minerações, aterros sanitários, estações de tratamento de esgoto, indústrias,
urbanizações/centralidades, supermercados, aeroportos etc.

Conforme referido anteriormente, a elaboração de um AIA é amparada em estudos


ambientais, os quais são elaborados por equipas multidisciplinares que apresentam
diagnósticos, descrições, análises e avaliações sobre os possíveis impactos ambientais
decorrentes do projecto.

Assim, a Avaliação de Impacto Ambiental pode ser compreendida como um instrumento


de planeamento ambiental, ou como uma actividade técnico-científica com o objectivo de
identificar, prever e interpretar as implicações de um projecto sobre o meio
ambiente.

Porém, em uma visão mais ampla, o AIA pode ser considerado como um procedimento
que que está inserido no âmbito das políticas públicas nacionais. Nesse sentido, ela se
caracteriza por um conjunto de procedimentos que englobam:

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 A selecção de acções ou projectos que devem ser submetidos à AIA;
 A elaboração de termos de referência (TR);
 A elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de
Impacto ao Meio Ambiente (RIMA), constando:
a) Diagnóstico ambiental;
b) Análise dos Impactos Ambientais;
c) Medidas mitigadoras;
d) Programas ambientais;
e) A revisão técnica do EIA/RIMA realizada pelos órgãos ambientais responsáveis;
f) A Audiência Pública;
g) A decisão quanto à aprovação do empreendimento;
h) O plano de monitoramento ambiental;
i) As auditorias ambientais periódicas;

Em suma, as necessidades da gestão de processos, de melhorar os projectos, corrigir


falhas decorrentes nas obras, melhorar o atendimento aos clientes e conquistar uma fatia
maior do mercado, são pontos unânimes hoje no sector da construção. Por outro lado, o
crescimento da indústria da construção civil, que depende muitas vezes de recursos da
natureza, como água potável, energia elétrica, matéria-prima, espaço para entulho,
combustível, e sua relação com o meio ambiente tem acarretado grandes prejuízos à
sociedade, como poluição do ar e redução de áreas verdes.

Por exigência da sociedade, as empresas foram obrigadas a perceber que, da mesma


forma que trabalham com a gestão da qualidade para melhorar seus processos e obter
melhores resultados com os clientes, devem usar a mesma lógica para melhorar sua
relação com o meio ambiente.

Desta forma, a sociedade no geral e principalmente as empresas no ramo da construção


civil em particular, têm uma grande responsabilidade no que concerne a preservação
ambiental; e relativamente a essa consciência do respeito ao meio ambiente ao nível da
sociedade é aconselhável que estes conhecimentos sejam passados para as pessoas nas
escolas desde a iniciação (base), e na medida que forem crescendo e percebendo sobre a
importância da racionalização dos recursos naturais e a minimização da utilização de
materiais que agridam o meio ambiente, futuramente, o resultado será satisfatório, pois
teremos profissionais responsáveis e com conhecimento relativamente ao respeito e a
valorização a nossa “mãe natureza”, visando pelos cinco R´s da educação ambiental.
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