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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – AULA 8


ENGENHARIA CIVIL – CCET – CAMPUS CIDAO
Unidade 5 – Desertificação, Variações Climáticas
Desertificação
Definição
A desertificação é um fenômeno de origem antrópica, caracterizado pela perda da fertilidade
do solo de maneira muito acentuada. Esse processo gera, mediante mudanças nas
características ambientais e pedológicas do meio, a perda da qualidade do solo. Portanto,
há nesse fenômeno a transformação de solos saudáveis em ambientes áridos e inférteis.
A desertificação, apesar de seu aspecto natural atrelado às zonas quentes e áridas do
planeta, é prioritariamente um fenômeno antrópico dos solos em razão do estabelecimento
de atividades humanas.

Exemplos de desertificação: Bioma de Caatinga


Essa porção natural do território brasileiro, localizada nos estados da região Nordeste do
Brasil e no extremo norte de Minas Gerais, possui condições físicas e humanas que
propiciam a ocorrência da desertificação.
Fatores que influenciam:
• O clima semiárido;
• Desmatamento;
• Agropecuária.

Causas da Desertificação
Prioritariamente ligadas às ações humanas. A transformação do meio natural pelas
atividades produtivas, em especial em ecossistemas frágeis, gerou profundas mudanças
nas características e funcionalidades do meio, cenário que implica alterações nos aspectos
paisagísticos.
Portanto, destaca-se as causas antrópicas como as principais causadoras da
desertificação, em razão da sua capacidade em promover a transformação do meio, com
destaque para os aspectos pedológicos e ambientais do espaço.
Sendo assim, são atividades humanas que contribuem diretamente para a ocorrência da
desertificação:
• A supressão da vegetação devido á ocorrência de desmatamentos e queimadas;
• O uso inapropriado do solo para o desenvolvimento de atividades humanas;
• A ocorrência de práticas agropecuárias impróprias para a conservação do solo;
• A intensificação do processo de erosão gerada pela apropriação indevida do solo;
• A expansão de atividades produtivas, como a mineração, em áreas naturais;
• E outros produtos que contaminam o solo.

Como ocorre a Desertificação?

Como Evitar a Desertificação?

• Tomada de medidas drásticas que combinem a preservação ambiental com o manejo


adequado do solo em zonas ocupadas pelo homem.
• São alternativas que combatem e minimizam os efeitos da desertificação: a manutenção
e o reflorestamento da vegetação nativa. As árvores possuem uma capacidade singular
de contribuir para a conservação dos nutrientes e de proteger as camadas constituintes
do solo.
• Há ainda métodos alternativos de agropecuária e extrativismo que permitem uma
conciliação entre a atividade econômica e o espaço natural com menores prejuízos ao
ambiente.
Quais as Consequências da Desertificação?
A desertificação é um grave problema ambiental e social que gera graves consequências
tanto para o meio natural como para a sociedade humana. A interferência antrópica no meio
gera profundas mudanças nos sistemas naturais que resultam em impactos negativos. A
lista abaixo apresenta as principais consequências da desertificação:
• A diminuição da qualidade e da fertilidade dos solos;
• A perda da biodiversidade de flora e fauna locais;
• A salinização e a alcalinização dos solos;
• A intensificação dos processos de erosão;
• A diminuição da oferta de recursos hídricos;
• O prejuízo na produção e na oferta de alimentos;
• O aumento na vulnerabilidade social das famílias rurais;
• O crescimento do êxodo rural.

Lei nº 13.153, de 30 de julho de 2015


Institui a Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca e
seus instrumentos;
A Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca tem por
objetivos:
I - prevenir e combater a desertificação e recuperar as áreas em processo de degradação
da terra em todo o território nacional;
II - prevenir, adaptar e mitigar os efeitos da seca em todo o território nacional;
III - instituir mecanismos de proteção, preservação, conservação e recuperação dos
recursos naturais;
IV - integrar socioambientalmente de forma sustentável a produção e o uso dos recursos
hídricos, a produção e o uso da infraestrutura de captação, de armazenamento e de
condução hídrica com as ações de prevenção, adaptação e de combate à desertificação
e à degradação da terra;
V - estimular as pesquisas científicas e as tecnológicas;
VI - promover mecanismos de fomento para pesquisas e a ampliação do conhecimento
sobre o processo de desertificação e a ocorrência de secas no Brasil, bem como sobre
a recuperação de áreas degradadas;
VII - promover a segurança ambiental, alimentar, hídrica e energética nas áreas
susceptíveis à desertificação;
VIII - promover a educação socioambiental dos atores sociais envolvidos na temática do
combate à desertificação;
IX - coordenar e promover ações interinstitucionais com a parceria das organizações da
sociedade civil no âmbito temático;
X - fomentar a sustentabilidade ambiental da produção, incluindo ecoagricultura,
silvicultura e sistemas agroflorestais, com a diversificação e o beneficiamento da
produção na origem;
XI - melhorar as condições de vida das populações afetadas pelos processos de
desertificação e pela ocorrência de secas;
XII - apoiar e fomentar o desenvolvimento socioambientalmente sustentável nas áreas
susceptíveis à desertificação;
XIII - apoiar sistemas de irrigação socioambientalmente sustentáveis em áreas que
sejam aptas para a atividade, levando em consideração os processos de salinização,
alcalinização e degradação do solo;
XIV - promover infraestruturas de captação, armazenagem e condução hídrica, a
agricultura irrigada e a prática de uso eficiente e reúso da água na modalidade agrícola
e florestal nas áreas susceptíveis à desertificação.

Variações Climáticas
Mas afinal, o que são mudanças climáticas e quais as causas?
Mudanças climáticas são alterações provocadas nos padrões climáticos a longo prazo com
base nas alternâncias meteorológicas, ou seja, nas condições do tempo observadas por
um período. Elas podem ser causadas por processos naturais e também pela ação do
homem.

Quais as Causas das Mudanças Climáticas?


Causas Naturais
• Incidência solar: A radiação solar que chega até a superfície pode variar, podendo ser
mais elevada ou reduzida em alguns períodos;
• Órbita da Terra: O planeta sofre variação em sua órbita segundo os movimentos que
realiza, o que faz ele receber mais ou menos radiação solar;
• El Niño e La Niña: Esses fenômenos causam alterações na temperatura média das
águas do Pacífico, modificando as condições climáticas das áreas em que atuam;
• Atividade vulcânica: Os vulcões podem apresentar períodos de maior atividade. Em
situações de elevadas ocorrências de erupções vulcânicas, ocorre o sistema de
resfriamento climático da Terra.
Causas Antrópicas

• Queima de combustíveis fósseis, o que emite à atmosfera gases de efeito estufa;


• Aumento do desmatamento, ou seja, da retirada da cobertura vegetal;
• Emissão de gases poluentes à atmosfera por indústrias e automóveis;
• Poluição do solo e dos recursos hídricos, o que altera o equilíbrio ambiental.

IPCC
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é um órgão criado com o
objetivo principal de fazer avaliações a respeito das mudanças climáticas, sendo ele
encarregado de criar documentos que mostrem o que de fato está ocorrendo com o planeta,
nosso papel nesse processo e as perspectivas futuras desse impacto. Sua criação, em
1988, ocorreu em um momento em que ficava cada vez mais claro o papel do homem no
que diz respeito ao aumento da temperatura da Terra.

Mudanças Climáticas e Impactos Ambientais


• Aumento do nível do mar, que ocorre em virtude do degelo das geleiras;
• Grandes secas, que afetarão ativamente a agricultura, ocasionando diversos problemas
em relação à produção de alimentos;
• Sofrimento com segurança ambiental, ou seja, com o acesso a alimentos de qualidade,
em quantidade suficiente e permanente;
• Aumento de focos de incêndio e com a escassez de água;
• Aumento exagerado das chuvas, causando inundações e deslizamento de terras em
áreas com grande quantidade de pessoas;
• Gerará a extinção de uma grande quantidade de espécies, diminuindo-se, assim, a
biodiversidade.

Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009


Para alcançar os objetivos da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), o País
adotará, como compromisso nacional voluntário, ações de mitigação das emissões de
gases de efeito estufa, com vistas em reduzir entre 36,1% e 38,9% suas emissões
projetadas até 2020.
Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC e dá outras previdências.
O Projeto de Lei nº 6.539, de 2019 gerou uma alteração nessa lei.
Saiba mais...

• https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13153.htm
• https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12187.htm

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