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E.E.F.

Maria Emília Oliveira de Almeida


Campina Grande/PB, 26 de abril de 2023
Disciplina: Geografia
Professor (a): Georgia
Alunos: Alynne Toscano Vasconcelos,
Maria Isabella Cavalcante Moura Fernandes
Layanne Castor Chaves,
Sophia Vitória Xavier de Souza

Desertificação no Semiárido

O empobrecimento do solo é uma das características da desertificação.


Introdução
É um dos processos mais graves de degradação da terra. Ela ocorre exclusivamente
nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas do planeta, conforme a definição das
Nações Unidas (ONU). A rigor, a degradação observada em outras regiões, mais
úmidas, não é desertificação.
Isso porque, nas regiões secas, o solo é naturalmente mais frágil, com pouca água e
pouca matéria orgânica (carbono). A retirada da cobertura vegetal – desmatamento –
deixa a terra exposta ao sol e agrava a situação. O solo fica rapidamente arenoso ou
rochoso. Sem nutrientes e sem água, é quase impossível que novos seres vivos se
estabeleçam.
A desertificação pode ser despertada por vários fatores, especialmente os eventos
climáticos e a ação humana. Pode ser consequência da elevação das temperaturas. Mas
também acentua seus efeitos, num ciclo vicioso.
Esse processo é causado pela exploração intensiva e manejo inadequado do solo, a
exemplo do desmatamento e de práticas equivocadas de irrigação, aliados a questões de
ordem natural e climática, como o aquecimento global e calor intenso. As
consequências desse problema ambiental afetam direta e indiretamente o ecossistema e
a população que vive nas áreas afetadas.

Não é a mesma coisa que Seca


A seca pode ser entendida como a falta de chuva por um longo período de tempo.
Como, por exemplo, a seca do semiárido brasileiro que durou de 2012 a 2018. Esse
fenômeno tem consequências negativas nos ecossistemas e nas atividades sociais e
econômicas.
Entretanto, a seca é um processo natural e não deve ser combatida. O mais apropriado é
buscar a “convivência” com esse fenômeno, visto que a seca é um evento que sempre
ocorreu. Por outro lado, desenvolver propostas e alternativas para abrandar os efeitos da
falta prolongada de chuva é fundamental para garantir a qualidade de vida.
Já a desertificação é um processo grave de degradação do solo. É, em resumo, a
transformação de uma região fértil em um ambiente semelhante aos desertos. Também
pode ocorrer de forma natural, mas, nas últimas décadas, o fenômeno tem sido
acelerado pela ação humana.
A derrubada de florestas é uma das principais causas da desertificação. Sem a proteção
das plantas, o solo fica exposto ao sol e às altas temperaturas. A terra ganha um aspecto
arenoso e rochoso, sem nutrientes.
Nesta etapa da desertificação, até as fortes chuvas podem arrastar a superfície do solo
para longe, empobrecendo ainda mais a região afetada. A partir daí, é quase impossível
que novas espécies vegetais floresçam, o que também impede a permanência de
animais.

Prez Martin do Insa ressalta:


"A desertificação é um fenômeno antrópico, causado pelo ser humano e pelo seu
modelo de desenvolvimento. Portanto, a desertificação é um fenômeno provocado
(pelo homem)." – Aldrin Pérez- Marin, do Insa

Onde ocorre?
A desertificação é um processo que ocorre em escala mundial, já que, cada vez mais, o
espaço natural vem sendo antropizado, ou seja, transformado pelas atividades humanas.
Esse fenômeno ocorre de maneira acentuada nas zonas áridas e semiáridas do planeta,
que possuem características naturais que favorecem a sua ocorrência, como a baixa
umidade. Portanto, são exemplos de zonas no mundo que passam por um processo de
desertificação:
 A porção Nordeste do Brasil, com destaque para o sertão nordestino, em razão
do clima semiárido e dos processos de desmatamento e das práticas
agropecuárias.
 O oeste da América do Sul, especialmente em parte do Chile, marcado pelo
clima árido e pela utilização desenfreada dos recursos hídricos.
 O sudoeste da América do Norte, em áreas do México e dos Estados Unidos,
onde há a presença de um clima árido com grande intervenção antrópica no
meio.
 A região do Sahel, entendida como as bordas do deserto do Saara, localizado na
África, devido à presença de vários usos inapropriados do solo.
 A porção situada nas proximidades do deserto do Kalahari, também na África,
que sofre com o uso desenfreado dos recursos naturais.
 A Ásia, com destaque para a Ásia Central, China, Índia, Mongólia e países do
Oriente Médio. Essas localidades vivem, inclusive, diversas disputas pelo
controle de fontes de água.
 A maior parte do território da Austrália, que apresenta climas áridos e muitas
intervenções antrópicas no meio natural.

Quais as causas da desertificação?


As causas da desertificação estão prioritariamente ligadas às ações humanas. A
transformação do meio natural pelas atividades produtivas, em especial em ecossistemas
frágeis, gerou profundas mudanças nas caraterísticas e funcionalidades do meio, cenário
que implica alterações nos aspectos paisagísticos.
Portanto, destaca-se as causas antrópicas como as principais causadoras da
desertificação, em razão da sua capacidade em promover a transformação do meio, com
destaque para os aspectos pedológicos e ambientais do espaço. Sendo assim, são
atividades humanas que contribuem diretamente para a ocorrência da desertificação:

 Sobreuso ou uso inapropriado da terra (monoculturas comerciais como a cana-


de-açúcar, soja, trigo, no Brasil);

 a supressão da vegetação devido à ocorrência de desmatamentos e queimadas;

 a ocorrência de práticas agropecuárias impróprias para a conservação do solo;

 a intensificação do processo de erosão gerada pela apropriação indevida do solo;

 a expansão de atividades produtivas, como a mineração, em áreas naturais;

 e outros produtos que contaminam o solo. agrotóxicos intensa utilização de a

Além dos fatores citados, causados pelo homem, há o fenômeno climático chamado de
El Niño, que colabora para o agravamento do processo de desertificação. Sobrecarrega
áreas semiáridas com longas secas e posteriormente causa inundações com chuvas
intensas. Esse fator, porém, é controverso, pois muitos cientistas acreditam que a
desertificação acaba por interferir nas mudanças climáticas, como o regime de chuvas.
Atualmente vários países apresentam sinais de desertificação em seus territórios como o
EUA, o sul do continente africano, Austrália e Brasil, por exemplo.

Quais as consequências da desertificação?


A desertificação é um grave problema ambiental e social que gera graves
consequências tanto para o meio natural como para a sociedade humana. A interferência
antrópica no meio gera profundas mudanças nos sistemas naturais que resultam em
impactos negativos. A lista abaixo apresenta as principais consequências da
desertificação:
 a diminuição da qualidade e da fertilidade dos solos;
 a perda da biodiversidade de flora e fauna locais;
 a salinização e a alcalinização dos solos;
 a intensificação dos processos de erosão;
 a diminuição da oferta de recursos hídricos;
 o prejuízo na produção e na oferta de alimentos;
 o aumento da vulnerabilidade social das famílias rurais;
 o crescimento do êxodo rural.

Agenda 21
A situação agravou-se, principalmente, nos países subdesenvolvidos, e o debate
continuou no meio científico e na ONU durante toda a década de 1980. Em 1992, na
ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, consolidou-se por fim um documento, a chamada
Agenda 21, que, em seu capítulo 12, trata do fenômeno da desertificação como sendo "a
degradação da terra nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultantes de
vários fatores, entre eles, a variação climática e as atividades humanas". Por degradação
da terra, entende-se a degradação dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação e a
redução da qualidade de vida das populações afetadas

Desertificação no Brasil
A desertificação no Brasil atinge os estados da região Nordeste (Maranhão, Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia), além da
porção norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Essas áreas combinam dois
elementos primordiais para a ocorrência do fenômeno da desertificação:
 presença de um clima árido e semiárido; e
 intensa atividade antrópica no meio.
A desertificação nessas regiões brasileiras tem como causas principais a supressão da
vegetação nativa, por meio de desmatamentos e queimadas, e a implementação
de atividades agropecuárias, muitas vezes praticadas com técnicas inadequadas de
manejo do solo.
A desertificação no Brasil é um fenômeno preocupante frente ao seu forte avanço nos
últimos anos e também em um contexto de mudanças climáticas, em nível macro, e de
alterações nos regimes de chuva e umidade, no âmbito regional. Ademais, a
desertificação traz graves consequências econômicas e sociais que necessitam de
políticas públicas de controle das suas causas. Para saber mais, leia: Desertificação no
Brasil.

Como evitar a desertificação?

O reflorestamento é uma medida de contenção da desertificação.

A desertificação é um fenômeno essencialmente antrópico. Sendo assim, a prevenção é


uma das melhores maneiras de evitá-la. A alteração do meio natural resulta em impactos
nos sistemas ambientais que, em muitos casos, são irreversíveis. Desse modo, é
fundamental a tomada de medidas drásticas que combinem a preservação ambiental
com o manejo adequado do solo em zonas ocupadas pelo homem.
São alternativas que combatem e minimizam os efeitos da desertificação: a manutenção
e o reflorestamento da vegetação nativa. As árvores possuem uma capacidade singular
de contribuir para a conservação dos nutrientes e de proteger as camadas constituintes
do solo.
Há, ainda, métodos alternativos de agropecuária e extrativismo que permitem uma
conciliação entre a atividade econômica e o espaço natural, com menores prejuízos ao
meio ambiente.

Conclusão
A desertificação no semiárido é um processo causado pela exploração intensa e manejo
inadequado do solo, a exemplo do desmatamento e de práticas equivocadas de irritação,
aliados a questões de ordem natural e climática, como o aquecimento global e calor
intenso, as consequências desse problema , afeta milhões de pessoas em todo o mundo,
zonas áridas e semiáridas do planeta e principalmente populações que vive nas áreas
afetadas, além de afetar ecossistemas. Segundo o Secretariado da Convenção das
Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCDD), até 2030, 135 milhões de
pessoas no mundo todo serão obrigadas a migrar devido à deterioração da terra. Porém,
existem formas de combater o problema com algumas ações no dia a dia para combater
o problema, como o reflorestamento da vegetação nativa, métodos alternativos de
agropecuária, e práticas com menores prejuízos a natureza, medidas desde a adoção de
práticas de conservação do solo até políticas públicas que promovam o desenvolvimento
sustentável. É preciso que governos, sociedade civil, setor privado e cidadãos trabalhem
juntos para enfrentar esse desafio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

https://www.insectashoes.com/m/blog/62cc54d0a478eb64cd020c64/desertificacao-o-
que-podemos-fazer-para-combater
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/desertificacao.htm
https://agenciaeconordeste.com.br/desertificacao-avanca-no-semiarido-como-resultado-
da-degradacao-do-solo/
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/desertificacao-causas-e-
consequencias-do-mau-uso-do-solo.htm
https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/08/21/combate-a-
desertificacao-na-caatinga-depende-de-pesquisa-cientifica-e-acao-de-pequenos-
produtores.ghtml

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