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CURSO PREPARATÓRIO PEDRO GOMES

PROFESSOR: JUANIL BARROS - GEO-MT


APOSTILA 06 – ASPECTOS SOCIAIS DE MATO GROSSO

ASPECTOS SOCIAIS DE MATO GROSSO

DEMOGRAFIA novas bases para discussões acerca das políticas


 Demografia: ciência que estuda as direcionadas a determinados segmentos etários, não
populações humanas sob uma perspectiva só em relação a crianças e adolescentes, nos
quantitativa, foca aspectos referentes a aspectos vinculados à saúde, educação e atenção
evoluções no tempo, distribuição espacial materno-infantil, mas também, aos jovens, adultos
(urbana, rural), composição (migração, e idosos, sobretudo no que concerne às políticas
fecundidade, mortalidade) e características de emprego, previdência social e serviços
gerais (sexo, idade, cor, raça, estatura, etc.). médicos, visto que essas áreas apresentam
complexidades crescentes.
Este panorama demanda, portanto políticas
voltadas para a área social, nas instâncias
administrativas: federal, estadual e municipal.
Com base nessas constatações, pode-se
também prever para o estado de Mato Grosso um
cenário próximo da realidade brasileira que
constituir-se-á em novos desafios ao poder público:
 Uma população com taxa de crescimento
bem inferior ao que vinha acontecendo em
décadas passadas proporcionada,
principalmente, por índices cada vez
INTRODUCÃO menores de mortalidade infantil e
Inicialmente é importante mencionar que, em fecundidade.
2005, um estudo realizado pelo IBGE evidenciou que Esses fatores influenciarão diretamente a
o Brasil chegou, ao final do Século XX, com uma estrutura socioeconômica da população. Se, por um
nova configuração do padrão demográfico. Foram lado, em médio prazo essa situação desafoga o
constatadas acentuadas mudanças nos níveis de sistema escolar ao diminuir, inclusive, a pressão
fecundidade e de mortalidade, sobretudo, a partir de sobre a educação de jovens e adultos, devido ao
meados da década de 1970, com aceleração no declínio da população mais jovem, por outro, deverá
declínio da taxa de fecundidade. Este processo de ocorrer maior demanda por serviços específicos
queda da fecundidade deu-se de forma generalizada para uma população mais velha. Esta demanda
e atingiu, indistintamente, todas as unidades da tende a ser crescente e afetará, diretamente, o
federação e estratos sociais, a ponto de em 2000, consumo, as transferências de capital e de
existirem poucas diferenças nos valores observados propriedades, impostos, pensões, mercado de
para essas taxas, entre as grandes regiões trabalho, saúde e assistência médica, bem como,
brasileiras. composição e organização da família.
Atualmente a configuração da população da
população Mato Grossense configuração traz à tona
Ao analisar a evolução da população de Mato Atualmente, 2021, Mato Grosso conta com
Grosso, observa-se que, no período 1970/2010, ela uma população de aproximadamente (3.526.220)
mais que quintuplicou. Evoluiu, aproximadamente, segundo estimativa IBGE
de 600.000 para 3.035.000 habitantes, em Porém, ao longo deste período, estas apesar
decorrência das elevadas taxas anuais de de positivas, mostram-se declinantes: 6,62% no
crescimento, sempre superiores à média brasileira. período 1970/1980, 5,38% no período de 1980/1991,
2,31% no período 1991/2000 e 1,94%, no período de
2000/2010.

O elevado crescimento populacional nas começou a consolidar-se e, consequentemente,


décadas de 1960/70/80 pode ser explicado pelo essa região, no que se refere a migração, deixou de
avanço das fronteiras de desenvolvimento. ser um atrativo.
(ocupação da fronteira agrícola). A partir da Quanto à distribuição da população por
década de 1960, estratégias governamentais gênero, pode-se dizer que o Brasil enquadra-se nos
motivaram aplicações de elevados montantes de padrões mundiais:
capital, com financiamentos de projetos  nascem cerca de 106 homens para cada 100
agropecuários e implantações de infraestrutura. mulheres, mas com uma taxa de mortalidade
Essas ações tiveram como resultados imediatos infantil e juvenil masculina maior e a uma
a elevação de fluxos migratórios para ocupar expectativa de vida masculina, menor.
espaços no Centro-Oeste, e, em particular, em Assim, embora nasçam mais homens que
Mato Grosso. mulheres, é comum que a pirâmide etária da
Assim, a partir de 1970, intensificou-se a população apresente uma parcela, ligeiramente,
expansão demográfica na porção norte de Mato maior da população feminina. As mulheres têm
Grosso, por força dos incentivos a ocupações de maior expectativa de vida, além disso, as mortes
terras e estímulos ao desenvolvimento regional. violentas vitimam mais homens, sobretudo os
No entanto, na década de 1990, a fronteira agrícola jovens.
No caso especifico de Mato Grosso, de 1970, mas também, pelo predomínio de áreas
contrariamente a média do Brasil, essa pirâmide com produção agrícola que atrai um contingente
apresenta uma parcela da população masculina maior de população do sexo masculino para
ligeiramente maior. Isso pode ser explicado pelo desempenhar essa atividade econômica.
grande fluxo migratório, ocorrido a partir da década

Assim, ao observar a composição da O crescente aumento da população acima de


população por gênero no Estado, o sexo masculino 60 anos nas últimas décadas como já mencionado,
representa- se com 50,56% do total populacional e o exigirá maiores investimentos no sistema de saúde,
feminino com 49,44%. Há de se ressaltar, que pois os idosos requerem mais cuidados médicos,
apenas em 4 municípios do Estado o número de tanto na medicina preventiva, como na curativa.
mulheres supera o de homens: Além disso, o aumento percentual de idosos em
 Cuiabá, Várzea Grande, Barra do Graças e relação à população economicamente ativa (PEA)
Araputanga. tem provocado desequilíbrios no sistema público de
Nos outros 137 municípios, a população previdência social, já que diminui proporcionalmente,
masculina é maior. o número de trabalhadores na ativa, visto que estes
Quanto à faixa etária, apesar de os dados do garantem a arrecadação previdenciária repassada
último censo apontarem uma evolução no processo para as aposentadorias.
de envelhecimento da população mato-grossense, Outro ponto a ser observado é que durante o
ela ainda, caracteriza-se por ser essencialmente período 1970/2012, ocorreu um acentuado processo
jovem. Isso fica comprovado quando se verifica que de urbanização e provocou significativas mudanças
o contingente populacional com até 24 anos de idade na estrutura de ocupação do espaço nos municípios.
representa 43,5% do total. Este aspecto evidencia A taxa de urbanização média do Estado passou
a necessidade de fortalecimento das políticas de 42,8% para 83,48%, apresentando declínio que
públicas sociais direcionadas a esse segmento denota um contínuo processo de esvaziamento
populacional, principalmente, no que se refere às da zona rural.
áreas educacional e de formação profissional. Este fenômeno proporciona o encarecimento
Segundo o censo demográfico de 2010, encontra-se do Estado, pois o crescimento urbano exige não só
na faixa-etária de 0 a 5 anos, 9,8% da população de investimentos nas áreas de habitação,
Mato Grosso. A faixa etária de 6 a 14 anos abastecimento e saneamento, mas também, maior
representa 15,9% da população, a de 15 a 24 anos oferta de equipamentos e serviços à comunidade.
18,8%, a de 25 a 39 anos, 25,9%, a de 40 a 59 anos, Entre 1970 e 2012, a taxa de urbanização
21,8% e a faixa etária de 60 anos e mais participa média do Estado passou de 42,8% para 83,48%,
com 7,9%. em contraposição, a taxa de crescimento da
população rural vem apresentando declínios que
denotam um contínuo e progressivo processo de
esvaziamento da zona rural.

da expansão da infraestrutura urbana. Como


É bom destacar que o fenômeno da consequência, deterioram- se rapidamente as
urbanização acelerada pode ser considerado uma estruturas de transportes, saneamento básico,
verdadeira macrocefalia urbana, presente saúde, educação, emprego; e aumentam o
principalmente na região metropolitana Cuiabá- subemprego, a informalidade da economia, a
Várzea Grande, ou seja, o crescimento desordenado criminalidade, a violência e a favelização da
do espaço urbano, propiciado pelo elevado população de baixa renda.
crescimento populacional, em uma taxa muito acima
Processo migratório queda de 20,1%, passando de 2,38 filhos por mulher,
Outro aspecto a enfatizar, quanto ao em 2000, para 1,90 em 2010, no Centro-Oeste a
crescimento demográfico, refere-se ao componente redução foi menor, de 14,5%. A taxa de fecundidade
migração, sobretudo nas décadas de 1960/70/80, em Mato Grosso, censo 2010, ficou acima da média
que teve desempenho relevante na conformação do nacional: 2,11 filhos por mãe. Isso significa que a
atual perfil demográfico do estado de Mato Grosso. taxa estadual de fecundidade ainda se encontra
Os dados permitem dizer que nessas décadas acima do chamado nível de reposição (2,1 filhos por
o movimento migratório para o Estado era mulher), enquanto a média brasileira já se encontra
eminentemente interestadual. abaixo desse nível.
A partir da década de 1990, além da drástica Houve também, paralelamente a essa
redução do fluxo migratório dirigido ao estado de acentuada redução da natalidade, o aumento da
Mato Grosso, pode-se dizer que a migração esperança de vida ao nascer. Isso vem provocando
passou a ser dominantemente de natureza inter- mudança na pirâmide etária. Observa-se um
regional. De acordo com o Censo Demográfico estreitamento em sua base, correspondente aos
de 2010, 42,75% das pessoas domiciliadas no jovens e um alargamento do meio para o topo,
município são nascidas no próprio município, proporcionado pelo aumento da participação
contra 57,25% não nascidas no município. percentual de adultos e idosos.
Quanto a pessoas provenientes de outros estados Ao longo de 11 anos, de 2000 a 2011, a
brasileiros, o censo aponta que 62,31% são naturais esperança de vida ao nascer no Brasil, incrementou-
de Mato Grosso e 37,69% vieram de outros estados. se anualmente, em média, em 3 meses e 29 dias.
Quanto a fecundidade pode-se dizer que a Em 2011, a esperança de vida ao nascer no Brasil
sociedade brasileira em geral e a mato-grossense era de 74,08 anos (74 anos e 29 dias), um
em particular, vem ao longo dos anos passando por incremento de 0,31 anos (3 meses e 22 dias) em
grandes mudanças na taxa de fecundidade (número relação a 2010 (73,76 anos). Esse ganho na última
médio de filhos que uma mulher teria ao final do seu década foi maior para os homens com 3,8 anos e de
período fértil) e que gera reflexos diretos no 3,4 anos para mulheres. Mesmo assim, em 2011, um
crescimento populacional. A redução do número de recém-nascido homem tinha a expectativa de viver
filhos por mulher foi consequência de uma série de 70,6 anos, ao passo que as mulheres viveriam 77,7
fatores. Pode-se destacar a urbanização, a melhoria anos.
nos índices de educação, maior acesso ao Em Mato Grosso, os indicadores sociais
planejamento familiar, maior ingresso de mulheres revelam que a expectativa de vida da população, no
no mercado de trabalho e mudança nos valores ano de 2010, foi de 72,48 anos. Os homens nesse
culturais. período apresentaram uma expectativa de vida de
A taxa de fecundidade é uma estimativa da quantidade de 69,54 anos e as mulheres de 75,94 anos. A
filhos que uma mulher teria ao longo de sua vida expectativa de vida em Mato Grosso foi superior à
reprodutiva. É geralmente expressa como o número de média nacional que alcançou 70,21 anos.
nascimentos por 1.000 mulheres em idade fértil. No Brasil, Vale salientar que o principal aspecto da
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística grande diferença da expectativa de vida em prol do
(IBGE), a idade fértil da mulher está na faixa dos 15 a 49 sexo feminino, é o aumento da morte de jovens e
anos
(Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/taxa-fecundidade.htm
adolescentes do sexo masculino por causas
externas, como assassinatos e acidentes
automobilísticos causados por excesso de
velocidade, imprudência ou uso de álcool. Isso
provoca impactos na distribuição etária da
população e na proporção entre os sexos, além de
trazer implicações socioeconômicas. Segundo o
IBGE, se não ocorresse morte prematura na
população masculina, a esperança média dos
brasileiros seria maior em dois ou três anos. Como
resultado dessa realidade, vem aumentando o
predomínio de mulheres na população total.

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - IDH

O índice de Desenvolvimento Humano (IDH)


As taxas de fecundidade possuem íntima relação com a renda e
escolarização de uma população
surgiu sob o argumento de que o Produto Interno
Bruto (PIB) não media adequadamente o bem-estar
O Centro-Oeste, dentre as cinco regiões da coletividade e não refletia todas as condições
brasileiras, foi a que apresentou a menor queda na econômicas e sociais. 0 crescimento econômico
taxa de fecundidade nos últimos dez anos. Enquanto deveria ser visto como uma variação quantitativa do
que a taxa de fecundidade do Brasil apresentou produto enquanto o desenvolvimento envolve
mudanças qualitativas no modo de vida das pessoas das diferentes faixas etárias. Todas as causas de
e do bem-estar coletivo. morte são contempladas para chegar ao índice:
Metodologicamente o IDH é um índice doenças, violência e acidentes.
composto por indicadores que estão divididos em O IDHM Educação (IDHM_E), acesso ao
três dimensões: conhecimento, é medido pela escolaridade da
 longevidade, população adulta e pelo fluxo escolar da população
 educação jovem. Reflete o funcionamento do sistema
 renda. educacional em períodos passados e considera
Foi criado em 1990 para integrar o Relatório de que a população adulta do município deveria ter
Desenvolvimento Humano do Programa das Nações completado, ao menos, o ensino fundamental em
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). sua passagem pelo sistema educacional.
O IDHM contém as mesmas três dimensões do Por fim temos o IDHM Renda (IDHM_R),
IDH, porém cada um com suas especificidades padrão de vida, que considera a renda municipal
metodológicas e de cálculos. per capita, ou seja, a renda média mensal,
O IDHM longevidade (IDHM_L), vida longa e expressa em reais, dos indivíduos residentes em
saudável, é medido pela esperança de vida ao determinado município. Demonstra as condições
nascer, ou seja, média de anos que as pessoas dos dos habitantes do município em garantir um
municípios viveriam a partir do nascimento, se padrão de vida capaz de assegurar suas
mantidos os mesmos padrões de mortalidade, necessidades básicas: água, alimentação,
observados em cada período. Sintetiza as moradia, transporte, etc.
condições sociais, de saúde e de salubridade do Os números do IDHM podem apresentar
município, ao considerar as taxas de mortalidade resultados em uma sequência crescente em formato
de escala que vai de 0 a 1, conforme figura a seguir:

IDHM dos Estados IDHM dos municípios de Mato Grosso


Com base nas informações apresentadas pelo Os 141 municípios do Estado de Mato Grosso,
IDHM, Mato Grosso está na 11ª posição na são apresentados na tabela 4, por ordem alfabética,
classificação dos estados brasileiros com índice de com os dados do IDHM 1991 e 2000 (recalculados
0,725 (2010), embora abaixo da média do Brasil que na nova metodologia) e apresentação do IDHM 2010
apresentou naquele ano o índice de 0,727. As (nova metodologia).
primeiras 5 posições pertencem ao: Ao analisar o histórico do comportamento do
 Distrito Federal (0,874), IDHM entre 1991 e 2010, especificamente no que
 Santa Catarina (0,840), concerne a desigualdade entre os municípios mato-
 São Paulo (0,833), grossenses, verifica-se uma sensível redução na
 Rio de Janeiro (0,832) desigualdade entre os mesmos. A diferença entre o
 Rio Grande do Sul (0,832). maior e o menor IDHM foi de 0,386 em 1991 e
Em relação ao IDHM do ano 2000, Mato 0,247 em 2010, representando uma redução de
Grosso deixou a faixa "médio” de desenvolvimento 36% em 19 anos.
e, atualmente, configura-se na faixa dos estados A melhoria na qualidade de vida das pessoas
com "alto” desenvolvimento, seguindo a tendência nos municípios mato-grossenses fica ainda mais
da evolução nacional. evidente quando se verifica que nenhum município,
A tabela 2, apresenta a relação das unidades em 2010, possuía o IDHM na faixa de classificação
federativas com seus IDHMs e respectivas “muito baixo", sendo que 98% foram classificados
dimensões e classificações, em um comparativo dos com IDHM “médio" ou “alto", mostrando um cenário
anos 1991, 2000 e2010. bem mais favorável em relação ao de 1991. Naquele
O estado de Mato Grosso apresentou uma ano 95% dos municípios mato-grossenses estavam
evolução considerável entre os períodos de 1991 a classificados na faixa de IDHM “muito baixo".
2010, de acordo com a nova metodologia. Em 1991 Este salto qualitativo deve-se, em parte, a
estava na faixa de desenvolvimento "muito baixo” melhorias macroeconômicas decorrentes da
(0,449), no ano 2000 alcançou o índice "médio” estabilidade econômica do Brasil que propiciou
de desenvolvimento (0,601) e no ultimo IDHM um aumento do poder aquisitivo ocasionado
obteve pontuação na faixa "alto” pelo efeito-renda que foi assegurado pelo
desenvolvimento (0,725), portanto, ocorreu um controle inflacionário.
significativo avanço no período.
Com base no Atlas do Desenvolvimento País, portanto, o município de Cuiabá está
Humano no Brasil 2013, o município de Cuiabá, em posicionado como 1º colocado na classificação
relação aos 5.565 municípios brasileiros, ocupa o geral dos municípios mato-grossenses com o
92º lugar. É o único município do Estado que se melhor IDHM (0,785) e reafirmado nos anos de
encontra na lista dos 100 melhores classificados do 1991 e 2000.

Cuiabá destaca-se também com melhor índice se na classificação de IDHM "baixo”


em educação (0,726) e iguala-se a Campos de Júlio desenvolvimento. São oitenta e nove municípios
em renda (0,800). Já o melhor índice em com IDHM "médio” e quarenta e nove municípios
longevidade, pertence ao município de Itanhangá com IDHM "alto".
(0,856). Destacam-se, também os municípios de
Lucas do Rio Verde (0,768), Nova Mutum (0,758),
Rondonópolis (0,755) e Sinop (0,754). São os que
integram o topo da lista do IDHM 2010.
Ainda em relação às faixas de
desenvolvimento humano municipal, IDHM 2010, o
Estado possui três municípios cujos índices situam-
29/07/2013 16h48 - Atualizado em 29/07/2013 18h13

Mato Grosso é o estado com pior IDH do


Centro-Oeste, aponta estudo
Levantamento mostra que Cuiabá é a cidade com melhor desenvolvimento.
Campinápolis é a cidade com menor índice, principalmente em educação.
Pollyana AraújoDo G1 MT

Mato Grosso figura como o 11° no ranking de estados com melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
(IDHM), como aponta estudo divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado
nesta segunda-feira (29), denominado 'Atlas de 2013'. Essa posição deixa o estado na pior colocação entre as
unidades da região Centro-Oeste, ficando atrás de Goiás, Mato Grosso do Sul e Brasília.

O índice de desenvolvimento de Mato Grosso, de 0,725, é inferior ao do IDHM Brasil (0,727), levando em
consideração que o IDH vai de 0 a 1. Isso mostra que o estado encontra-se na faixa de médio desenvolvimento
nacional. Dos 141 municípios mato-grossenses, 48 possuem alto índice de desenvolvimento e cinco estão com baixo
índice de desenvolvimento. O índice é extraído de três áreas, sendo vida longa e saudável (longevidade), acesso ao
conhecimento (educação) e padrão de vida (renda).
O estudo mostra que mais da metade da população mato-grossense, com mais de 18 anos, possui somente o
ensino fundamental, enquanto 42,3% dos jovens de 18 a 20 anos terminaram o ensino médio.
Do estado, Cuiabá é a cidade com melhor desenvolvimento e ocupa o 92º lugar dos 5.558 municípios brasileiros
com melhor IDH. Em educação, por exemplo, 90% das crianças com 5 e 6 anos estão frequentando a escola; 86,6%
da população com idades entre 11 e 13 anos já estão prestes a concluir ou já concluiu o ensino fundamental; 67,9%
dos adolescentes de 15 a 17 anos possuem o ensino fundamental completo. Contudo, o melhor índice da capital é no
quesito 'longevidade', de 0,834.
Campinápolis, a 565 km de Cuiabá, é a cidade com pior IDH, conforme o estudo que foi feito com base no dados
do último Censo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010. O município possui 14.305
habitantes e está entre os 300 com índice em torno de 0,5, sendo que a maior responsável por essa condição é a
educação, cujo índice é de 0,324. Apenas 15,15% da população com idades entre 18 e 20 anos possuem o ensino
médio completo e 55,9% das crianças com 5 e 6 frequentam a escola.
Com índice de desenvolvimento baixo também encontram-se as seguintes cidades: Porto Estrela, Nova
Nazaré e Barão de Melgaço.
Essa é a terceira vez que o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) faz o levantamento sobre a situação
nos municípios do país. As outras duas edições da pesquisa foram divulgadas em 1998 e 2003. No atlas de 2003, as
informações são as do censo de 2000, e, para 1998, a base de dados foi a de 1991.

Fonte: Mato Grosso em Números - 2013

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