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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: A Constituição Ambiental no Ordenamento Jurídico Moçambicano

Nome de Estudante: Alberto Mozumbir Pita

Código de Estudante: 708222834

Curso: Licenciatura em Gestão


Ambiental

Disciplina: Política Ambiental

Ano de frequência: 2º

Docente: Eugénio Fernando


Alexandre

Quelimane, Junho de 2023


Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuaçã do
Subtotal
o máxima tuto
r
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia adequada
ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do
discurso académico
Conteúdo
(expressão escrita 2.0
cuidada,
Análise e coerência / coesão
discussão textual)
 Revisão bibliográfica
nacional e internacionais
2.0
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo,
espaçamento entre linhas
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 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Índice

1. Introdução...............................................................................................................................4

1.1.Objectivos.....................................................................................................................4

1.1.1. Objectivo geral:.................................................................................................4

1.1.2. Objectivos especificos:......................................................................................4

2. Constituição Ambiental no ordenamento jurídico moçambicano..........................................5

2.1. A proteção constitucional do meio ambiente em Moçambique...................................6

2.2. A legislação ambiental moçambicana..........................................................................6

2.3. Desafios e perspectivas na proteção ambiental em Moçambique........................7

3. Críticas a constituição Ambiental moçambicana...................................................................7

4. Importância Constituição Ambiental......................................................................................8

5. Objectivos Constituição Ambiental........................................................................................8

6. Conclusão.............................................................................................................................10

7. Referências bibliográficas....................................................................................................11
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1. Introdução
A Constituição Ambiental de Moçambique foi aprovada em 2004 e representa um importante
marco no ordenamento jurídico do país. Ela estabelece as bases legais para a protecção e
gestão do meio ambiente, reconhecendo o direito ao ambiente saudável como um direito
humano fundamental e estabelecendo as responsabilidades do Estado, da sociedade e dos
indivíduos na preservação desse direito.

O objectivo da Constituição Ambiental é proteger e preservar a biodiversidade, os recursos


naturais e os ecossistemas em Moçambique, com enfoque na prevenção da poluição e do
desequilíbrio ecológico. Além disso, a Constituição busca garantir o desenvolvimento
sustentável do país, equilibrando o desenvolvimento económico e social com a protecção do
meio ambiente.

Dentre as principais disposições da Constituição Ambiental de Moçambique, destaca-se a


criação do Conselho Nacional do Ambiente (CONAM), que tem como objectivo coordenar as
políticas e estratégias de protecção ambiental e garantir a participação da sociedade civil nas
decisões relacionadas ao meio ambiente. Além disso, a Constituição prevê a obrigatoriedade
de avaliações de impacto ambiental para a realização de projectos que possam causar danos
ao meio ambiente.

A Constituição Ambiental de Moçambique é uma importante ferramenta para garantir a


protecção do meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável do país. No entanto,
como em qualquer legislação, a aplicação efectiva das leis é fundamental para garantir a
preservação do meio ambiente e a promoção do desenvolvimento sustentável.

1.1.Objectivos

1.1.1. Objectivo geral:


 Conhecer a constituição Ambiental no ordenamento jurídico moçambicano.

1.1.2. Objectivos específicos:


 Definir os Objectivos Constituição Ambiental;

 Citar desafios e perspectivas na protecção ambiental em Moçambique;

 Apresentar Críticas a constituição Ambiental moçambicana.


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2. Constituição Ambiental no ordenamento jurídico moçambicano


A Constituição da República de Moçambique, em seu artigo 84, estabelece que o Estado é
responsável pela protecção do ambiente, da fauna e flora, e pela conservação dos recursos
naturais. Essa responsabilidade tem como objectivo garantir a qualidade de vida e o bem-
estar das gerações presentes e futuras.

Além disso, a Constituição Moçambicana prevê a obrigação do Estado e da sociedade de


adoptarem medidas e políticas públicas que visem a protecção do ambiente e a
sustentabilidade do desenvolvimento. Nesse sentido, a legislação ambiental é de fundamental
importância na protecção dos recursos naturais e na garantia de um meio ambiente saudável.

A legislação ambiental moçambicana é composta de diversas leis e regulamentações que têm


como objectivo controlar e gerenciar as diversas fontes de poluição, proteger ecossistemas e
habitats naturais, além de disciplinar actividades económicas que possam afectar o meio
ambiente. Dentre as principais leis ambientais, destacam-se:

 - Lei de Bases do Ambiente - Lei nº 20/97, de 1º de Outubro: essa lei define as


bases gerais para a gestão ambiental no país, estabelecendo os princípios,
objectivos e competências das instituições envolvidas no processo;

 - Lei de Florestas e Fauna Bravia - Lei nº 10/99, de 12 de Julho: regulamenta o


uso e a exploração de recursos florestais e da fauna bravia, com o objectivo de
garantir a sua conservação e uso sustentável;

 - Lei das Áreas de Conservação - Lei nº 16/2017, de 26 de Junho: disciplina a


criação, gestão e protecção das áreas de conservação do país, com o objectivo de
proteger ecossistemas, espécies e recursos genéticos;

 - Lei das Águas - Lei nº 14/2019, de 10 de Maio: estabelece o regime jurídico das
águas e disciplina a sua gestão, uso e aproveitamento, com o objectivo de garantir
a sua disponibilidade e qualidade.

A Constituição de Moçambique estabelece ainda que todas as pessoas têm o direito a um


meio ambiente saudável e equilibrado, sendo dever do Estado e da sociedade assegurar esse
direito. Nesse sentido, a legislação ambiental e os organismos governamentais e não-
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governamentais envolvidos na protecção do ambiente têm um papel fundamental na garantia


desse direito.

É importante destacar também que a Constituição moçambicana reconhece a necessidade de


uma gestão participativa e descentralizada do ambiente, com a participação das comunidades
e organizações locais. Isso é fundamental para a promoção da responsabilidade social e para
o fortalecimento da democracia e cidadania.

Em resumo, a Constituição Ambiental no ordenamento jurídico moçambicano é


extremamente importante na protecção dos recursos naturais e na garantia do direito a um
meio ambiente saudável e equilibrado. A legislação ambiental, como instrumento de
concretização dos princípios constitucionais, tem um papel fundamental nesse processo.

2.1. A protecção constitucional do meio ambiente em Moçambique


A Constituição da República de Moçambique de 1990 estabelece em seu artigo 84 a garantia
da protecção e conservação dos recursos naturais, fauna, flora e do ambiente. O artigo dispõe
que “o Estado tem o dever de proteger, conservar e valorizar o ambiente, fauna e flora (...)
garantindo a qualidade de vida e bem-estar das presentes gerações e das gerações futuras”.
Essa disposição mostra a importância que a Constituição de Moçambique atribui à protecção
do meio ambiente, assim como a necessidade de se tornar uma preocupação constante na
política do país.

Na obra “Direitos culturais, meio ambiente e manifestações populares”, o autor Rogério


Dultra dos Santos enfatiza a necessidade de se garantir a protecção do meio ambiente como
um direito fundamental, independente de grupos sociais. Ele afirma que “o meio ambiente é
um valor do qual todos são titulares”, não sendo possível “titularizá-lo” em detrimento de
qualquer outro grupo social (Santos, 2012, p. 63).

2.2. A legislação ambiental moçambicana


O Estado de Moçambique, ciente de sua responsabilidade constitucional em assegurar a
protecção do meio ambiente, possui um conjunto extenso de legislações ambientais para
garantir essa protecção. Além das leis de base que regulamentam os actos gerais, existe
também a promoção de leis específicas para temas ambientais, como a lei das Áreas de
Conservação, a lei das Florestas e Fauna Bravia e a lei das Águas.

A lei das Áreas de Conservação, por exemplo, estabelece as directrizes para a criação e
utilização das áreas de conservação de Moçambique. Ela regulamenta as actividades
7

económicas e sistemas de patrulha para evitar a caça e extracção de madeira. O principal


objectivo dessa legislação é proteger os ecossistemas, as espécies e os recursos genéticos,
buscando garantir o uso sustentável e a conservação dos recursos naturais.

Por sua vez, a lei das Águas é essencial para controlar a gestão das águas em Moçambique.
Entre as disposições que o Decreto-Lei apresenta, está a regulamentação da exploração das
águas superficiais e subterrâneas, a estrutura do sector hídrico e a gestão dos recursos
hídricos em áreas urbanas e rurais (Reis, 2016, p. 16).

2.3. Desafios e perspectivas na protecção ambiental em Moçambique


Apesar dos avanços observados na legislação ambiental moçambicana, ainda existem muitos
desafios a serem superados. Em Moçambique, assim como em outros países em
desenvolvimento, os principais problemas relacionados ao meio ambiente são o
desmatamento e a exploração indiscriminada dos recursos naturais, a poluição da água e ar
nas zonas urbanas, além da falta de recursos financeiros para a gestão ambiental.

Para resolver esses problemas, é urgente que as comunidades locais, o governo e as indústrias
aliem esforços e tomem medidas concretas para proteger o meio ambiente. É importante
lembrar que a formação educacional e a capacitação técnica dos profissionais envolvidos na
protecção ambiental também são essenciais para a promoção de políticas públicas que
busquem a protecção e conservação do meio ambiente.

Para Gándara (2009),

“a educação ambiental deveria ser um factor integrador em todos os processos


educativos, seja no ensino formal, seja no não-formal”. Ainda de acordo com o autor,
a educação ambiental deveria ter a função de fomentar a consciência crítica, a
responsabilidade social e o respeito pelos direitos humanos dos indivíduos com
relação ao meio ambiente (p. 102).

3. Críticas a constituição Ambiental moçambicana


Algumas críticas apontadas por autores em relação à Constituição Ambiental moçambicana
incluem algumas limitações em sua aplicação e a necessidade de maiores esforços para o
cumprimento efectivo das leis ambientais.

De acordo com o autor Kiriro wa Ngugi (2009), apesar da existência de leis e políticas
ambientais rigorosas na Constituição de Moçambique, nem sempre as mesmas são
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efectivamente aplicadas. O autor enfatiza que há uma necessidade urgente de construir


capacidades internas e melhorar os sistemas de controle e monitoramento para garantir que as
leis em vigor sejam implementadas. Ngugi (2009) destaca que, embora a Constituição
Ambiental esteja marcada com a responsabilidade do Estado em proteger o meio ambiente, é
comum que a poluição seja simplesmente ignorada pelos governantes.

Outra crítica válida à Constituição Ambiental moçambicana é apresentada por Chaves (2011),
ao afirmar que a gestão dos recursos naturais tende a responder com base em interesses
imediatos das classes dominantes, especialmente em relação à exploração de recursos
minerais que é extremamente lucrativa em Moçambique. Além disso, há uma falta de
compromisso com a questão ambiental da parte dos investidores internacionais que trabalham
na exploração dos recursos naturais do país.

Por fim, é importante destacar que, apesar das críticas, é fato que a Constituição Ambiental
representa um primeiro passo importante na promoção de políticas ambientais em
Moçambique e que deve ser louvado em seus avanços.

4. Importância Constituição Ambiental


A Constituição Ambiental de Moçambique é um documento extremamente importante para a
protecção ambiental e o desenvolvimento sustentável do país. Entre seus objectivos, destaca-
se a protecção do meio ambiente como um direito humano fundamental, reconhecendo que
todos têm o direito de viver em um ambiente saudável. Além disso, a Constituição Ambiental
de Moçambique busca equilibrar a protecção ambiental com o desenvolvimento económico e
social do país.

Como aponta o jurista Eduardo Vera Cruz, "a Constituição Ambiental é o fundamento
normativo político-jurídico da protecção do ambiente em Moçambique". Além disso,
segundo a professora Carla Lourenço, a Constituição Ambiental "é um instrumento jurídico
que deve servir para orientar a criação e aplicação de políticas, leis e regulamentos
ambientais, promovendo a aplicação de princípios de gestão ambiental compatíveis com o
desenvolvimento sustentável".

5. Objectivos Constituição Ambiental


Dentre os objectivos da Constituição Ambiental de Moçambique, também está a promoção da
gestão integrada dos recursos naturais e a protecção da biodiversidade e dos ecossistemas. De
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acordo com a especialista em gestão ambiental, Lúcia Ortiz, "a biodiversidade exerce uma
função imprevisível e crucial no que se refere à oferta de recursos e de serviços
ecossistémicos que permitem a vida humana e a qualidade de vida". Assim, a protecção da
biodiversidade é essencial para garantir um futuro sustentável para o país.

A Constituição Ambiental de Moçambique também estabelece os princípios da prevenção e


da precaução, que exigem que os responsáveis por actividades que possam causar danos
ambientais tomem medidas para evitar esses danos antes que ocorram. Além disso, a
Constituição reconhece a importância da educação e da informação para a protecção
ambiental, garantindo o acesso à informação sobre questões ambientais e promovendo a
educação ambiental nas escolas e na sociedade em geral.
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6. Conclusão
Em resumo, a Constituição Ambiental de Moçambique é um documento fundamental para a
protecção do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável do país. Ela estabelece os
princípios e directrizes para a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas, a promoção
da gestão integrada dos recursos naturais e a garantia do direito à informação e à educação
ambiental para todos os cidadãos moçambicanos.

A Constituição Ambiental e as legislações ambientais em Moçambique têm o papel


fundamental de proteger os recursos naturais, fauna, flora e o ambiente, garantindo a
qualidade de vida e o bem-estar das presentes e futuras gerações. Embora existam desafios,
há uma tendência positiva na protecção ambiental em Moçambique, inclusive com a
promoção de acções concretas e direccionadas. A continuidade dessas acções é fundamental
para garantir que o meio ambiente seja preservado e utilizado de forma sustentável.
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7. Referências bibliográficas

Chaves, Sofia. (2011). Moçambique e a sua Política Ambiente: Prováveis Desafios para o
Século XXI. Revista Internacional em língua portuguesa.

Constituição da República de Moçambique. Recuperado em:


http://www.wipo.int/edocs/lexdocs/laws/pt/mz/mz005pt.pdf.

Gándara, José Manuel. (2009). Educação e meio ambiente. São Paulo: Cortez.

Lei das Águas. Recuperado em: http://www.africalegis.com/homepage/legislacao-foco/lei-


das-aguas-14-2019.htm.

Lei das Áreas de Conservação. Recuperado em: http://www.cenamo.org/lestudio2017/wp-


content/uploads/2018/03/Lei_n16-2017_DC._06.11.17.pdf.

Lei de Bases do Ambiente. Recuperado em:


http://www.africalegis.com/homepage/legislacao-foco/lei-de-bases-do-ambiente.htm.

Lei de Florestas e Fauna Bravia. Recuperado em: http://www.verde-natureza.com/pt/lei-n10-


99-de-12-de-julho-lei-de-florestas-e-fauna-bravia/.

Ngugi, Kiriro wa. (2009). The effectiveness of environmental law in developing societies: a
study of environmental management in Mozambique. African Journal of International and
Comparative Law. Vol. 17, pp. 97-118.

Reis, Ludgero de Oliveira. (2016). A problemática dos recursos hídricos e o desenvolvimento


sustentável em Moçambique. Rev. Conhec. Liberd., Vol. 10, p. 16-23.

Santos, Rogério Dultra dos. (2012). Direitos culturais, meio ambiente e manifestações
populares: uma análise crítica. São Paulo: RT.

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