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Ano de Frequência: 02
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Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
Exploração dos
2.0
dados
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
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Índice
1.0.Introdução..............................................................................................................................................4
1.1.Objectivos..............................................................................................................................................5
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1.1.1.Objectivo geral...................................................................................................................................5
1.1.2. Objectivos específicos.......................................................................................................................5
1.2.Metodologia..........................................................................................................................................6
2.0.Conceito de política...............................................................................................................................6
3.0.A história política de Moçambique: da independência aos nossos Dias................................................6
4.0.Os elementos do Estado.......................................................................................................................10
5.0.Pensamento político de Severino ngoenha...........................................................................................11
6.0.A convivência política em Moçambique..............................................................................................12
7.0.Valores para boa convivência política.................................................................................................14
8.0.Conclusão............................................................................................................................................16
9.0.Referências bibliográficas...................................................................................................................17
1.0.Introdução
Moçambique tornou-se independente em 1975, depois de uma luta armada de libertação
nacional. A FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique, que havia conduzido a luta
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durante 10 anos, formou o primeiro governo, com um programa de trabalho orientado para a
construção de uma sociedade socialista.
Em termos de estrutura encontra-se subdividido em III partes, sendo que a parte I, integra a
introdução onde são definidos os objetivos geral e específicos,a metodologia de investigação, na
parte II é o desenvolvimento onde é apresentada a revisão bibliográfica que suporta a
investigação. Na parte III, são apresentadas as conclusões da pesquisa. A referencia bibliografica
encerra o presente trabalho de pesquisa.
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1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo geral
A presente pesquisa, apresenta o seguinte objectivo geral:
1.2.Metodologia
Lakatos e Marconi (2003:192) definem metodologia como o estudo da organização, dos
caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer
ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para
fazer uma pesquisa científica.
2.0.Conceito de política
A política é uma atividade orientada ideologicamente para a tomada de decisões de um grupo
para alcançar determinados objetivos. Também pode ser definida como sendo o exercício do
poder para a resolução de um conflito de interesses. A utilização do termo passou a ser popular
no século V a.C., quando Aristóteles desenvolveu a sua obra intitulada precisamente “Política”.
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A África do Sul tinha como objectivos retaliar a FRELIMO pelo apoio dado ao ANC (Congresso
Nacional Africano), através da destruição das infraestruturas e da sua economia, por forma a
obrigar a FRELIMO a sentar-se a uma mesa de negociações. Com o apoio militar sulafricano, a
RENAMO aumentou o seu exército, de menos de 1000 efectivos em 1980, para 8000 efectivos
em 1982 (Human Rights Watch, 1994: 8). Com zonas de combate em Manica e Sofala,
rapidamente as suas operações militares se expandiram por todo o país. Em 1982, a guerra tinha-
se alastrado às províncias do sul, Gaza e Inhambane, e à Zambézia.
Como diz Hanlon (1997), desde os anos 60, quando a FRELIMO iniciou a guerra, pairava sobre
ela a nuvem da guerra fria, com os Estados Unidos e a NATO ao lado de Portugal, o que levou
este movimento a aliar-se à União Soviética e à China. Nos anos 70, o abrandamento da guerra
fria trouxe novas esperanças à África Austral, e o debate sobre a Nova Ordem Internacional
havia mesmo criado ao ‘terceiro mundo’ a esperança de acesso ao ‘financiamento internacional
para os seus programas de modernização’.
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O governo de Moçambique foi rotulado como comunista, e entrou na ‘lista negra’ dos Estados
Unidos da América, que em consequência disso apoiou indirectamente e encorajou a guerra de
desestabilização contra Moçambique, através da África do Sul.
A guerra que durou até aos anos 90 teve prejuízos inestimáveis e a componente externa de apoio
a esta guerra, se bem que não possa ser ignorada, reflecte apenas uma parte das razões que
levaram à sua manutenção. É também necessário tomar em linha de conta os problemas internos
do país e as políticas e estratégias utilizadas pela FRELIMO como resposta à crise existente, que
marcaram um distanciamento entre o governo e a população, criando um descontentamento que
ajudou a alimentar o conflito armado.
A guerra, a seca e as calamidades naturais alargaram o âmbito das pressões internas para
alteração das políticas da FRELIMO. A situação económica e social sofriam uma degradação
crescentes. Em algumas províncias era já visível o espectro da fome e era necessário mobilizar
recursos para o pagamento da dívida externa .
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As medidas de emergência para tentar suster a economia não poderiam ser permanentes. Era
difícil manter os níveis de emprego na indústria com baixos níveis de rendimento ou subsidiar a
improdutividade das machambas estatais e manter também os subsídios para a alimentação das
populações urbanas ou para as áreas sociais como a saúde, a habitação e a educação, que
acabaram por conduzir a uma deterioração destes serviços. Entrara-se já numa fase de ruptura do
mercado, com uma hegemonia do mercado negro e uma consequente baixa cambial.
Nos princípios da década de 80, a situação económica do país transportava já sinais alarmantes:
crescimento do nível de importações sem que houvesse disponibilidade de divisas; os subsídios
estatais à educação, saúde e despesas correntes do sector estatal incluindo as empresas estatais
levaram a um déficit no orçamento do Estado. Isto resultou no endividamento público interno e
externo;depois de 1984, Moçambique entra na fase da crise da dívida e perde a credibilidade
‘creditícia’ junto dos mercados internacionais (PNUD, 1998: 51).
Em 1990 a FRELIMO introduziu uma nova constituição que permitia eleições multipartidárias, a
liberdade de imprensa e o direito à greve. Desde 1987 que se faziam esforços para estabelecer
conversações entre a FRELIMO e a RENAMO. Em Julho de 1990 o governo e a RENAMO
deram início às conversações em Roma e em Outubro de 1992, também em Roma, Joaquim
Chissano e Afonso Dlakama assinaram o Acordo de Paz.
O processo de transição política já embrionário na década de 80, tem a sua concretização nos
anos 90. As crises económicas sucessivas e os processos de transição que marcaram
Moçambique entre 1974/75 e 1999 têm custos sociais, que se reflectem na qualidade de vida das
populações. A necessidade de contrair os níveis de consumo para os adaptar à realidade
económica do país e a incapacidade e impossibilidade do Estado para prover o bem estar social
impede que se crie um sistema para a minimização dos efeitos sociais negativos das reformas
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José Francisco Rezek, por exemplo, pensa que são três os elementos do Estado: (1) território; (2)
população; e (3) governo:“O Estado ostenta três elementos conjugados: uma base territorial, uma
comunidade humana estabelecida sobre essa área e uma forma de governo não subordinado a
qualquer autoridade exterior (...) Atributo fundamental do Estado, a soberania o faz titular de
competências (...) já se terá visto insinuar, em doutrina, que os elementos constitutivos do Estado
não seriam apenas o território, a população e o governo: a soberania seria um quarto elemento
(...) Essa teoria extensiva encerra duplo erro. A soberania não é elemento distinto: ela é atributo
da ordem jurídica, do sistema de autoridade, ou mais simplesmente do terceiro elemento, o
governo, visto este como síntese do segundo – a dimensão pessoal do Estado -, e projetando-se
sobre seu suporte físico, o território.” (REZEK, 1996, pp. 160, 226, 227 e 228).
Paulo Henrique Gonçalves Portela também defende a ideia de que são três os elementos
constitutivos do Estado: (1) território; (2) povo; e (3) governo soberano:
“O estudo do Estado... parte também do exame de seus três elementos essenciais... o território, o
povo e o governo soberano (...) O governo soberano, também chamado de “poder soberano”, é a
autoridade maior que exerce o poder político do Estado (...) a soberania é o atributo do poder
estatal que confere a este poder o caráter de superioridade frente a outros núcleos de poder que
atuam dentro do Estado, como as famílias e as empresas...” (PORTELA, 2015, pp. 168 e 169)
Outro autor que sustenta uma teoria de três elementos formadores do Estado é Sahid Maluf: (1)
população; (2) território; (3) governo:
“No tocante à sua estrutura, o Estado se compõe de três elementos: a) população; b) território; c)
governo (...) A condição de Estado perfeito pressupõe a presença concomitante e conjugada
desses três elementos, revestidos de características essenciais: população homogênea, território
certo e inalienável e governo independente”. (MALUF, 1998, p. 23) (negritos nossos).
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No contrato político, Ngoenha busca instruir as forças políticas e sociais moçambicanas para que
estas consigam assegurar a democracia e a soberania em Moçambique. A história política do país
nos mostra que, após a independência, o país possuía uma república unipartidária e após a guerra
civil, na segunda república, instaurouse o sistema democrático no país dando a oportunidade de
mais partidos pleitearem o governo moçambicano.
Todavia, o governo sob o comando da Frente de Libertação Nacional, segundo o filósofo, e com
a interferência da Comunidade Internacional, faz a vontade dos doadores – FMI e BM- a fim de
ter investimentos, mas, concomitantemente, isola politicamente a Renamo24 e os outros partidos
da oposição. No entanto, este isolamento diminui a possibilidade de uma verdadeira democracia,
como também, o centralismo político tende a impedir a possibilidade da construção de uma
cultura política moçambicana, isto é, a criação de um substrato político nacional a partir de
valores dos homens moçambicanos.
Fato que altera a forma como os cidadãos, anteriormente, compreendiam e se relacionavam com
o governo. Assim, a legislatura da II República instaurou o sistema democrático em
Moçambique construindo no país um parlamento representativo, partidos políticos, meios de
comunicação de massas privados como: televisão, jornais, rádios, instituições de ensino
secundário e superior. Ocorreram novas formações políticas, organizações civis e sociais,
crescimento econômico e sobretudo, liberdade de opinião.
Logo, a democracia instaurada em Moçambique é uma democracia liberal que possui valores,
leis e lógica produtivista dos países ocidentais. Este fato, leva Ngoenha a conceituar o Estado da
II República como dólar-crático, uma vez que, para o filósofo, neste governo tudo se fez em
função do dólar. As elites políticas, os funcionários públicos utilizam o serviço público a favor
dos seus próprios interesses econômicos. A corrupção invadiu a mentalidade dos servidores do
Estado, e estes utilizam os valores ocidentais de democracia como um instrumento para
realização de interesses econômicos próprios, em detrimento dos interesses da população. A
dólar-cracia tornou o Estado ausente da vida pública, colocou a economia onde a paz tinha lugar
e tal ausência resultou em uma extrema desigualdade entre ricos e pobres, aumentando
progressivamente a violência social.
Neste contexto, Ngoenha afirma que a lógica produtivista, que fundamenta o Estado dólar-
crático, precedeu os valores propriamente políticos da democracia. O princípio da justiça, que
regulamenta a vida social, no campo econômico e do direito foi negligenciado em função da
dólar-cracia, que se tornou o fim que justifica todos os meios. Estes fatos, leva-nos a perceber
que, apesar da II República buscar instaurar um sistema democrático em Moçambique, com a
criação de um parlamento, partidos, dentre outros elementos constituintes de uma sociedade
democrática, a [...] segunda República muito depressa oscilou da democracia a “dólarcracia”.
Com a passagem da primeira República à segunda república, deitou-se fora a água suja e o bebé.
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As forças sociais e os partidos devem se considerarem adversários, mas guardarem entre eles os
anseios da nação. Devem disputarem apenas projetos políticos que incrementem as liberdades
nacionais, a participação da população nos debates e nos espaços democráticos. Para mais, não
devem rivalizar por questões étnicas e por apoios internacionais.
Devem, por fim, se unificarem para que Moçambique triunfe. Neste sentido, a interlocução entre
as diferentes forças políticas é uma forma de salvaguardar, com prudência, os interesses dos
moçambicanos, evitando que os estrangeiros tenham acesso aos anseios da nação e se sintam
autorizados a quererem intervir em suas decisões.
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8.0.Conclusão
Conclui-se que há em Moçambique um “democratismo (que é diferente da democracia), super
liberalismo que se traduz em privatizações sumárias, tutela governativa, pois a dimensão
económica e social da vida colectiva impõe-se em detrimento do projecto político,
enfraquecendo o Estado Moçambicano e o impossibilitando de cumprir o seu papel enquanto um
Estado democrático, por necessitar cumprir as imposições antidemocráticas do FMI e do Banco
Mundial.
Para uma boa convivência política em Moçambique as forças sociais e políticas do país devem
estabelecer um contratualismo moçambicano. Isto é, um contrato político que estabeleça os
princípios, os valores materiais e imateriais, inalienáveis e imprescritíveis, que todo país possui e
que simboliza sua liberdade, autonomia e soberania. Mas, que além de tudo todos os governantes
devam respeitar e defender.
Conclui-se ainda que são três os elementos constitutivos do Estado: (1) território; (2) povo; e (3)
governo soberano
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9.0.Referências bibliográficas
ADAM, Yussuf (1997) ‘Evolução das estratégias para o desenvolvimento no Moçambique pós-
colonial’. In: SOGGE, D.(1997), ed. Moçambique: perspectivas sobre a ajuda e o sector civil.
Amsterdam: Frans Beijaard, pp. 1-14.
HANLON, Joseph (1997) Paz sem benefícios: como o FMI bloqueia a reconstrução de
Moçambique. Maputo: Centro de Estudos Africanos.