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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Relação de coordenação e subordinação

José Mussi

708222421

Licenciatura em Ensino de Biologia

Técnica de Expressão de Língua Portuguesa

1º Ano, Turma: S

Nampula, Junho,2022
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Relação de coordenação e subordinação

Trabalho de carácter avaliativo apresentado na


cadeira de Técnica de Expressão de Língua
Portuguesa, 1ᵒ Ano, Turma: S, orientado pelo:

Tutor: Osvaldo D. Macário

Nampula, Junho, 2022


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 Índice 0.5
 Introdução 0.5
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organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
iii

Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução ............................................................................................................................................... 5
1. Relação de coordenação e subordinação ......................................................................................... 6
1.1. Conceito de orações coordenadas ........................................................................................... 6
1.1.1. Tipos de orações coordenadas ......................................................................................... 6
1.1.2. Oração coordenada sindética ........................................................................................... 6
1.1.3. Oração coordenada assindética ....................................................................................... 9
1.2. Orações subordinadas .............................................................................................................. 9
1.2.1. Tipos de orações subordinadas ........................................................................................ 9
Conclusão .............................................................................................................................................. 20
Referências Bibliográficas .................................................................................................................... 21
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Introdução

As gramáticas do português definem a coordenação como a relação sintática entre duas


orações independentes e a subordinação como a relação sintática em que uma oração (a
subordinada) completa o sentido de uma outra, chamada principal. Na prática, essas
definições funcionam de modo bastante precário. Em primeiro lugar, porque o conceito de
independência entre orações coordenadas é bastante discutível - Independentes segundo que
critérios? Em uma sequência como “João chegou, tomou banho e saiu”, fica difícil concluir
que as três orações são independentes. Em segundo lugar, porque a divisão entre coordenação
e subordinação às vezes não fica bastante clara, como no caso das orações coordenadas
explicativas e subordinadas causais, o que leva a crer que a diferença entre elas não é alguma
coisa que tenha um caráter "digital", mas antes "analógico".

A análise pragmático-discursiva das relações oracionais é de suma importância, mas, antes


disso, essas relações devem ser objeto de uma prévia descrição no nível sintático Afinal, até
mesmo para compreender uma metáfora, os falantes têm necessidade de entender antes o
sentido literal, para, a partir dele, estabelecer estratégias especiais que possam resolver
incompatibilidades e extrair o sentido figurado.

Objectivo geral:

 Abordar a relação de subordinação e coordenação no estudo de períodos compostos.

Objectivos específicos:

 Dar conceitos de subordinação e coordenação;


 Descrever as componentes de subordinação e coordenação.
 Dar exemplos de cada caso abordado

Metodologia

 Salientar que, para a concretização deste trabalho, foi usada uma Pesquisa
Bibliográfica que consiste desenvolver o trabalho a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos, assim como consultas na
internet.
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1. Relação de coordenação e subordinação

1.1.Conceito de orações coordenadas


As orações coordenadas são orações independentes que já possuem sozinhas um significado
completo. Dessa forma, não existe uma relação sintática entre elas.

1.1.1. Tipos de orações coordenadas


Estes tipos de orações são classificados de duas maneiras: as orações coordenadas sindéticas e
assindéticas.

1.1.2. Oração coordenada sindética


Nas orações coordenadas sindéticas, há uma conjunção coordenativa que conecta as palavras
ou termos das frases e, dependendo da conjunção utilizada, elas pode ser de cinco tipos:
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

1.1.2.1. Oração coordenada sindética aditiva


As orações coordenadas sindéticas aditivas são aquelas em que o uso das conjunções (ou
locuções conjuntivas) transmite a ideia de adição. As conjunções aditivas são: e, nem, não só,
mas também, mas ainda, como, assim, etc.

Exemplos:

Fomos para a escola e fizemos o exame final.

 1ª Oração: Fomos para a escola

 2ª Oração: fizemos o exame final

Joelma adora pescar, mas também gosta muito de navegar.

 1ª Oração: Joelma adora pescar

 2ª Oração: gosta muito de navegar

Com os exemplos, podemos perceber que esse tipo de conjunção adiciona informações ao que
foi dito anteriormente. Além disso, é importante perceber que as orações acima, quando
separadas, são independentes, uma vez que possuem um sentido completo.
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1.1.2.2. Oração coordenada sindética adversativa


As orações coordenadas sindéticas adversativas são aquelas que transmitem, por meio das
conjunções utilizadas, uma ideia de oposição ou de contraste. As conjunções adversativas
são: e, mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão, etc.

Exemplos:

Pedro Henrique estuda muito, porém não passa no vestibular.

 1ª Oração: Pedro Henrique estuda muito

 2ª Oração: não passa no vestibular

Daiana combinou com os amigos de ir à festa, no entanto, estava chovendo muito naquela
noite.

 1ª Oração: Daiana combinou com os amigos de ir à festa

 2ª Oração: estava chovendo muito naquela noite

Note que as conjunções utilizadas nas orações acima transmitem a ideia de oposição ao que
foi dito anteriormente. Além disso, as frases são independentes, uma vez que, se separadas,
possuem um sentido completo.

1.1.2.3.Oração coordenada sindética alternativa


Nas orações coordenadas sindéticas alternativas, as conjunções enfatizam uma escolha dentre
as opções existentes. As conjunções alternativas utilizadas são: ou, ou… ou; ora…ora;
quer…quer; seja…seja, etc.

Exemplos:

Jaquelina ora quer comer hambúrguer, ora quer comer pizza.

 1ª Oração: Jaquelina ora quer comer hambúrguer

 2ª Oração: ora quer comer pizza

Faça o que sua mãe manda ou ficará de castigo o resto do dia.

 1ª Oração: Faça o que sua mãe manda

 2ª Oração: ficará de castigo o resto do dia


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Em ambos os exemplos, as orações são independentes, e as conjunções utilizadas indicam


opções e, por isso, são chamadas de alternativas.

1.1.2.4. Oração coordenada sindética conclusiva


As orações coordenadas sindéticas conclusivas expressam conclusões e, por isso, fazem uso
das conjunções (ou locuções) conclusivas: logo, assim, portanto, por fim, por conseguinte,
pois, então, consequentemente, etc.

Exemplos:

Não gostamos do restaurante, portanto não iremos mais lá.

 1ª Oração: Não gostamos do restaurante

 2ª Oração: não iremos mais lá

Alice não realizou a prova, assim fará a substitutiva no final do ano.

 1ª Oração: Olivete não realizou a prova

 2ª Oração: fará a substitutiva no final do ano

Nos exemplos, as palavras em destaque são conjunções conclusivas que transmitem a ideia de
conclusão sobre algo que foi mencionado na oração principal.

1.1.2.5. Oração coordenada sindética explicativa


Nas orações coordenadas sindéticas explicativas, as conjunções ou locuções que ligam as
orações expressam uma explicação. São elas: isto é, ou seja, a saber, na verdade, porque, que,
pois, entre outros.

Exemplos:

Madalena não queria falar, ou seja, ela estava de mau humor.

 1ª Oração: Madalena não queria falar

 2ª Oração: ela estava de mau humor

Pedro não foi ao jogo de futebol porque estava cansado.

 1ª Oração: Leo não foi ao jogo de futebol

 2ª Oração: estava cansado

Os exemplos mostram que com o uso das conjunções explicativas, as orações independentes
se unem com o intuito de explicar sobre o que foi dito anteriormente.
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1.1.3. Oração coordenada assindética


Diferente das orações coordenadas sindéticas, as orações coordenadas assindéticas não
exigem conjunções que conecta os termos ou palavras da frase.

Exemplos:

 Júlia estava triste, cansada, decepcionada.

 Ao chegar à escola conversamos, estudamos, lanchamos

Nos exemplos acima não existe nenhuma conjunção (ou locução conjuntiva) que liga as
orações e, portanto, temos orações coordenadas assindéticas.

1.2.Orações subordinadas
As orações subordinadas, diferente das coordenadas, são orações dependentes. Assim,
quando separadas, não possuem um sentido completo e, por isso, recebem esse nome, de
forma que uma está subordinada à outra.

1.2.1. Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas são classificadas de três (3) maneiras: substantivas, adjetivas e
adverbiais. Isso irá depender da relação sintática estabelecida.

1.2.1.1.Orações Subordinadas Substantivas


As orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem a função de substantivo. Há
que salientar, que o substantivo é uma das classes de palavras que nomeia os seres, objectos,
fenómenos, entre outros.

Esse tipo de oração pode se apresentar de duas (2) maneiras: orações desenvolvidas ou
orações reduzidas.

Nas orações desenvolvidas, as conjunções integrantes “que” e “se” estão no início das
orações, e podem acompanhar pronomes, conjunções ou locuções conjuntivas.

Portanto, as orações reduzidas não apresentam uma conjunção integrante, e surgem com o
verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio.

Dito isso, as orações desenvolvidas podem desempenhar o papel de sujeito, predicado,


complemento nominal, objeto direto, objeto indireto e aposto, sendo classificadas em seis
tipos: subjetiva, predicativa, completiva nominal, objetiva direta, objetiva indireta, apositiva.
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1.2.1.1.1. Oração subordinada substantiva subjetiva


As orações subordinadas substantivas subjetivas exercem a função de sujeito da oração
principal. Lembre-se que o sujeito é aquele ou aquilo de que(m) se fala.

Exemplos:

É importante que você beba água.

 Oração principal: É importante

 Oração subordinada: que você beba água

É possível que Regina saia outra vez.

 Oração principal: É possível

 Oração subordinada: que Regina saia outra vez

Note que a oração principal não apresenta sujeito e a oração subordinada, além de completar o
sentido da primeira, desempenha o papel de sujeito da oração.

1.2.1.1.2. Oração subordinada substantiva predicativa


As orações subordinadas substantivas predicativas exercem a função de predicativo do
sujeito da oração principal e sempre apresentam um verbo de ligação (ser, estar, parecer,
permanecer, continuar, ficar, etc.).

Vale lembrar que o predicativo do sujeito é o termo que tem a função de atribuir uma
qualidade ao sujeito.

Exemplos:

Meu medo é que ela não vença o campeonato.

 Oração principal: Meu medo é

 Oração subordinada: que ela não vença o campeonato

Nosso desejo é que ele passe nos exames finais.

 Oração principal: Nosso desejo é

 Oração subordinada: que ele passe nos exames finais

Nos exemplos, nota-se que a partir da presença do verbo de ligação, qualifica-se o sujeito da
oração.
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1.2.1.1.3. Oração subordinada substantiva completiva nominal


As orações subordinadas substantivas completivas nominais exercem a função
de complemento nominal do verbo da oração principal, completando o sentido do nome da
oração principal. Esse tipo de oração sempre é iniciada com uma preposição.

Note que o complemento nominal completa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou


advérbio).

Exemplos:

Tenho esperança de que a humanidade se conscientize.

 Oração principal: Tenho esperança

 Oração subordinada: de que a humanidade se conscientize

Tínhamos certeza de que ela passaria nos exames de admissão.

 Oração principal: Tínhamos certeza

 Oração subordinada: de que ela passaria nos exames de admissão

Nos exemplos acima, as orações subordinadas completivas sempre começam com uma
preposição: "de". Ambas complementam os nomes (substantivos) da oração principal:
esperança; certeza.

1.2.1.1.4. Oração subordinada substantiva objetiva direta


As orações subordinadas substantivas objetivas diretas exercem a função de objeto direto do
verbo da oração principal e, por isso, o complemento não vem acompanhado de preposição.

Vale destacar que o objeto direto é um complemento verbal que completa o sentido dos
verbos transitivos das orações.

Exemplos:

Desejo que todos tenham uma boa noite.

 Oração principal: Desejo

 Oração subordinada: que todos tenham uma boa noite

Espero que você passe no concurso.


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 Oração principal: Espero

 Oração subordinada: que você passe no concurso

Nos exemplos acima, as orações subordinadas não apresentam preposição e possuem o valor
de objeto direto da oração principal.

Assim, elas completam o sentido do verbo transitivo, visto que sozinho ele não fornece a
informação completa. Exemplo: quem deseja, deseja algo; quem espera, espera algo.

1.2.1.1.5. Oração subordinada substantiva objetiva indireta


As orações subordinadas substantivas objetivas indiretas exercem a função de objecto
indirecto do verbo da oração principal, complementando-o.

Vale lembrar que o objeto indireto tem a função de completar o sentido do verbo transitivo na
oração. Assim, nesse tipo de oração, a conjunção subordinativa integrante é sempre precedida
de uma preposição (que ou se).

Exemplos:

Necessito de que tu preenchas o formulário de novo.

 Oração principal: Necessito

 Oração subordinada: de que tu preenchas o formulário de novo

Gostaria de que todas as pessoas se conscientizassem.

 Oração principal: Gostaria

 Oração subordinada: de que todas as pessoas se conscientizassem

Nos exemplos acima, as orações subordinadas completam o sentido dos verbos transitivos da
oração principal, pois sozinhos eles não possuem um sentido completo (quem necessita,
necessita de algo; quem gosta, gosta de algo ou de alguém). Além disso, podemos notar que
antes das conjunções (que) temos as preposições (de).

1.2.1.1.6. Oração subordinada substantiva apositiva


As orações subordinadas substantivas apositivas exercem a função de aposto de qualquer
termo presente na oração principal. Nesse caso, a oração principal pode terminar com dois
pontos, ponto e vírgula ou vírgula.
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Vale lembrar que o aposto é um termo que tem como função exemplificar ou especificar outro
já mencionado anteriormente na oração.

Exemplos:

Meu único objectivo: vencer as olimpíadas.

 Oração principal: Meu único objectivo

 Oração subordinada: vencer as olimpíadas

Só lhe peço isso: que nos ajude.

 Oração principal: Só lhe peço isso

 Oração subordinada: que nos ajude

Nos exemplos acima, as frases subordinadas têm a função de aposto, visto que especificam
melhor algo mencionado na oração principal.

1.2.1.2.Orações Subordinadas Adjetivas


As orações subordinadas adjetivas são aquelas que funcionam como adjunto adnominal, as
quais possuem a mesma função do adjetivo e, por isso, recebem esse nome.

Essas orações podem ser desenvolvidas ou reduzidas. Nas orações desenvolvidas, os verbos
aparecem nos modos indicativo e subjuntivo e sempre iniciam-se com um pronome relativo
(que, quem, qual, quanto, onde, cujo, etc.), os quais exercem a função de adjunto adnominal
do termo antecedente.

Portanto, nas orações reduzidas, os verbos aparecem no infinitivo, gerúndio ou particípio e


não começam com um pronome relativo.

Dito isso, as orações subordinadas adjetivas desenvolvidas são classificadas em dois tipos:
explicativa e restritiva.

1.2.1.2.1. Oração subordinada adjetiva explicativa


As orações subordinadas adjetivas explicativas, recebem esse nome pois tem o intuito
de explicar algo que foi dito anteriormente. Esse tipo de oração subordinada é separada por
algum sinal de pontuação, geralmente vírgulas.

Exemplos:

Os livros de José de Alencar, que foram indicados pela professora, são muito bons.
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 Oração principal: Os livros de José de Alencar são muito bons

 Oração subordinada: que foram indicados pela professora

O sistema de aprendizado, que foi desenvolvido pela escola, surpreendeu todos.

 Oração principal: O sistema de aprendizado surpreendeu todos

 Oração subordinada: que foi desenvolvido pela escola

Nos exemplos acima, as orações subordinadas adjetivas explicativas aparecem entre vírgulas,
adicionando um comentário extra sobre o antecedente da oração principal.

Note que, nesses casos, as orações subordinadas aproximam-se de um aposto explicativo e


podem ser retiradas sem que isso afete o significado da outra.

1.2.1.2.2. Oração subordinada adjetiva restritiva


As orações subordinadas adjetivas restritivas, ao contrário das explicativas, que ampliam a
explicação sobre algo, restringem, especificam ou particularizam o termo antecedente. Aqui,
elas não são separadas por sinais de pontuação.

Exemplos:

Os estudantes que não leem costumam ter mais dificuldades para escrever um texto.

 Oração principal: Os estudantes costumam ter mais dificuldades para escrever um


texto

 Oração subordinada: que não leem

As pessoas que fazem exercícios todos os dias tendem a viver mais.

 Oração principal: As pessoas tendem a viver mais

 Oração subordinada: que fazem exercícios todos os dias

A partir dos exemplos acima, nota-se que, diferente das orações adjetivas explicativas, se as
orações subordinadas foram removidas, afetarão o significado da oração principal.

Outra coisa a se destacar é que essas não apresentam vírgulas e restringem o termo
antecedente, em vez de explicá-los.
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1.2.1.3.Orações Subordinadas Adverbiais


As orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem a função de
advérbio funcionando como adjunto adverbial.

As orações desse tipo são iniciadas por uma conjunção ou locução subordinativa, as quais têm
a função de conectar as orações (principal e subordinada).

Assim, dependendo do termo utilizados são classificadas em nove tipos: causais,


comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, temporais,
proporcionais.

1.2.1.3.1. Oração subordinada adverbial causal


As orações subordinadas adverbiais causais exprimem a causa ou motivo que a oração
principal faz referência. As conjunções ou locuções integrantes adverbiais utilizadas são:
porque, que, como, pois que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, desde que, etc.

Exemplos:

Não fomos à praia já que estava chovendo muito.

 Oração principal: Não fomos à praia

 Oração subordinada: já que estava chovendo muito

Não vou estudar hoje porque estou com dor de cabeça.

 Oração principal: Não vou estudar hoje

 Oração subordinada: porque estou com dor de cabeça

As orações subordinadas exemplificadas acima, destacam o motivo que a oração principal faz
referência. As conjunções integrantes que expressam isso são: "já que" e "porque".

1.2.1.3.2. Oração subordinada adverbial comparativa


As orações subordinadas adverbiais comparativas expressam comparação entre as orações
principal e subordinada.

As conjunções ou locuções integrantes adverbiais utilizadas são: como, assim como, tal como,
tanto como, tanto quanto, como se, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que
(combinado com menos ou mais), etc.

Exemplos:
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Minha mãe está muito nervosa como eu estava antes.

 Oração principal: Minha mãe está muito nervosa

 Oração subordinada: como eu estava antes

Ela não estudou para a prova o tanto quanto deveria.

 Oração principal: Ela não estudou para a prova

 Oração subordinada: o tanto quanto deveria

Nos exemplos acima, as orações subordinadas fazem uma comparação utilizando as


conjunções integrantes: "como" e "tanto quanto".

1.2.1.3.3. Oração subordinada adverbial concessiva


As orações subordinadas adverbiais concessivas expressam concessão em relação à oração
principal. Dessa forma, elas apresentam uma ideia contrária ou oposta.

As conjunções ou locuções integrantes adverbiais utilizadas nessas orações são: embora,


conquanto, por mais que, posto que, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, em
que pese, etc.

Exemplos:
Embora não queira, vou te fazer uma massagem.

 Oração principal: vou te fazer uma massagem

 Oração subordinada: Embora não queira

Mesmo que não goste da sandália, vou comprar.

 Oração principal: vou comprar

 Oração subordinada: Mesmo que não goste da sandália

Acima, podemos ver que a conjunção "embora" e a locução concessiva "mesmo que"
presentes nas orações subordinadas expressam uma ideia oposta em relação às orações
principais.

1.2.1.3.4. Oração subordinada adverbial condicional


As orações subordinadas adverbiais condicionais expressam condição. As conjunções ou
locuções integrantes adverbiais utilizadas são: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que,
desde que, a menos que, sem que, etc.
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Exemplos:

Se estiver chovendo, não iremos ao evento.

 Oração principal: não iremos ao evento

 Oração subordinada: Se estiver chovendo

Caso ele não esteja na escola, irei visitá-lo.

 Oração principal: irei visitá-lo

 Oração subordinada: Caso ele não esteja na escola

As orações subordinadas dos exemplos acima, exprimem uma condição por meio do uso das
conjunções integrantes utilizadas: "se" e "caso".

1.2.1.3.5. Oração subordinada adverbial conformativa


As orações subordinadas adverbiais conformativas expressam conformidade em relação ao
que foi expresso na oração principal. As conjunções integrantes adverbiais utilizadas são:
conforme, segundo, como, consoante, de acordo, entre outros.

Exemplos:
Segundo as regras impostas pelo governo, a quarentena deverá ser respeitada.
 Oração principal: a quarentena deverá ser respeitada

 Oração subordinada: Segundo as regras impostas pelo governo

Farei a massa do pão consoante os ensinamentos da minha mãe.

 Oração principal: Farei a receita de pão

 Oração subordinada: consoante os ensinamentos da minha mãe

Conforme os exemplos acima, as orações subordinadas expressam conformidade sobre a


oração principal enfatizada pelas conjunções utilizadas: "segundo" e "consoante".

1.2.1.3.6. Oração subordinada adverbial consecutiva


As orações subordinadas adverbiais consecutivas expressam consequência. As locuções
conjuntivas integrantes adverbiais utilizadas são: de modo que, de sorte que, sem que, de
forma que, de jeito que, etc.

Exemplos:

A palestra foi ruim, de forma que não entendemos nada.


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 Oração principal: A palestra foi ruim

 Oração subordinada: de forma que não entendemos nada

Nunca abandonou seus sonhos, de sorte que acabou concretizando-os.

 Oração principal: Nunca abandonou seus sonhos

 Oração subordinada: de sorte que acabou concretizando-os

Em ambos os exemplos, as orações subordinadas exprimem as consequências expressas na


orações principais. Para isso, as locuções conjuntivas utilizadas foram: "de modo que", "de
sorte que".

1.2.1.3.7. Oração subordinada adverbial final


As orações subordinadas adverbiais finais expressam finalidade. As conjunções e locuções
integrantes adverbiais utilizadas nesse caso são: a fim de que, para que, que, porque, etc.

Exemplos:

Nós estamos na faculdade para que possamos aprender mais.

 Oração principal: Eles não estão na faculdade

 Oração subordinada: para que possam aprender mais

O atleta treinou dias a fim de que atingisse a melhor pontuação na prova final.

 Oração principal: O atleta de basquetebol treinou dias

 Oração subordinada: a fim de que atingisse a melhor pontuação na prova final

As orações subordinadas acima, utilizaram as locuções conjuntivas ("para que" e "a fim de
que") com o intuito de indicar a finalidade de algo que foi mencionado na oração principal.

1.2.1.3.8. Oração subordinada adverbial temporal


As orações subordinadas adverbiais temporais expressam circunstância de tempo. As
conjunções e locuções integrantes adverbiais utilizadas são: enquanto, quando, desde que,
sempre que, assim que, agora que, antes que, depois que, logo que, entre outros.
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Exemplos:

Ele ficará famoso quando publicar seu livro.

 Oração principal: Ele ficará famoso

 Oração subordinada: quando publicar seu livro

Eu ficarei mais feliz assim que souber a nota final do exame.

 Oração principal: Eu ficarei mais feliz

 Oração subordinada: assim que souber a nota final do exame

Com o uso da conjunção "quando" e da locução conjuntiva "assim que", as orações


subordinadas dos exemplos indicam circunstâncias temporais.

1.2.1.3.9. Oração subordinada adverbial proporcional


As orações subordinadas adverbiais proporcionais expressam proporcionalidade. As
locuções conjuntivas integrantes adverbiais utilizadas são: à proporção que, à medida que, ao
passo que, tanto mais, tanto menos, quanto mais, quanto menos, etc.

Exemplos:

A chuva piorava à medida que o furacão chegava mais perto.

 Oração principal: A chuva piorava

 Oração subordinada: à medida que o furacão chegava mais perto

Quanto mais se esforçava no treino, mais feliz ficava.

 Oração principal: mais feliz ficava

 Oração subordinada: Quanto mais se esforçava no treino

As locuções conjuntivas integrantes dos exemplos ("à medida que" e "quanto mais")
enfatizam a proporção expressa na oração principal.
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Conclusão

Este trabalho pretende ser uma contribuição ao estudo dos processos sintáticos da
coordenação e da subordinação em português, estudando, de modo específico, o problema dos
limites entre esses dois tipos de relação sintática e alguns efeitos pragmático-discursivos
envolvidos em ambos esses processos. O modelo utilizado é o da gramática funcional.

Normalmente, os estudos de coordenação e subordinação só vão aparecer quando se estuda o


período composto, especialmente no caso do ensino de língua portuguesa permitindo a falsa
impressão de que a coordenação e a subordinação só existem dentro do período composto,
não ocorrendo também dentro da oração. As relações de coordenação e subordinação são
relações inerentes à própria natureza da sintaxe, que é por si o princípio organizador da frase.

Outra coisa também comumente observada, mas não menos falha, é a questão de se fazer o
estudo da coordenação antes do da subordinação, mesmo o estudo da coordenação sendo mais
complexo. A função é o que faz a relação de dependência (de subordinação) entre dois
elementos que se articulam para formar um sintagma e que, por sua vez irá se articular com
outro sintagma para contrair uma nova função.

O facto de estudar a identidade funcional de uma oração coordenada ser necessário observar a
subordinação, pois a identidade funcional só pode ser atestada a partir do estudo dessa
relação. Junto à ideia de identidade funcional está a ideia de identidade categórica dos termos
coordenados.

Uma característica fundamental da natureza da coordenação é a formação de sequências


abertas, as quais sempre há a possibilidade de se agregar mais um elemento. Nesta ordem de
ideia pode-se ressalta a diferença entre junção e translação, visto o primeiro como um
fenómeno quantitativo e o segundo como um fenômeno qualitativo. A possibilidade de
coordenar funções diferentes surge do pressuposto da existência de orações originais
coordenadas como a única hipótese para explicar a coordenação de dois termos, no caso de
esses termos exercerem na frase funções diferentes.
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Referências Bibliográficas

1. https://www.todamateria.com.br/oracoes-coordenadas-e-subordinadas/ Acesso no dia


09 de junho de 2022
2. NEVES, M . H . M . (1996). A Articulação de orações: reflexões de base
funcionalista. (Inédito).
3. Universidade Católica de Moçambique/IED. 1º Ano. Técnica de Expressão de
Língua Portuguesa. Módulo Único, 24 Unidades.

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