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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Império Romano

Américo Lazaro

708222055

Licenciatura em Ensino de Biologia


História das Sociedades I
1º Ano, Turma: J

Nampula, Junho, 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Império Romano

Licenciatura em Ensino de História

Trabalho de carácter avaliativo apresentado na


cadeira de História das Sociedades I, 1º Ano,
Turma: J, orientado pelo:

Tutor: Moisés Filipe Mbiza

Nampula, Junho, 2022


ii

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 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
iii

Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução ............................................................................................................................................... 5
Império Romano...................................................................................................................................... 6
1.1. Formação de Roma.................................................................................................................. 6
1.1.1. As origens de Roma ........................................................................................................ 6
1.1.2. A Monarquia ................................................................................................................... 7
1.1.3. A organização da sociedade romana ............................................................................... 8
1.1.4. A família romana ............................................................................................................. 8
1.2. Os períodos da história de Roma ............................................................................................. 8
1.2.1. Período Monárquico: o domínio etrusco ......................................................................... 9
1.2.2. Período Republicano ....................................................................................................... 9
1.2.3. O Império Romano ........................................................................................................ 12
1.3. Razões da Expansão romana e as regiões abrangidas ........................................................... 16
1.4. Legado de Roma para a humanidade ao nível cultural, político e religioso .......................... 17
1.4.1. A Política do Pão e Circo .............................................................................................. 17
1.4.2. Cultura Romana............................................................................................................. 17
1.4.3. Religião Romana ........................................................................................................... 18
1.5. Crise e decadência do Império Romano ................................................................................ 18
Conclusão .............................................................................................................................................. 19
Referências Bibliográficas .................................................................................................................... 20
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Introdução

O presente trabalho é da cadeira de História das Sociedades I, lecionada no curso de


licenciatura em ensono de Historia, na Universidade Católica de Mocambique. O artigo
subordina-se ao tema: Imperio Romano. Onde ira se abordar os seguintes pontos: Formação
de Roma, Período monárquico, Período da República, Razões da Expansão romana e as
regiões abrangidas, Decadência de Roma e Legado de Roma para a humanidade ao nível
cultural, político e religioso.

O artigo tem como objectivos:

Objectivo geral:

 Abordar o historial do Império Romano desde a sua formação, sua expansão até a sua
decadência.

Objectivos específicos:

 Descrever cada tópico em abordagem neste artigo;

Enfatizar os tópicos em abordagem de modo que a informação tenha uma solidez.

Metodologias

 Salientar que, para a concretização deste trabalho, foi usada uma Pesquisa
Bibliográfica que consiste desenvolver o trabalho a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos, assim como consultas na
internet.
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Império Romano

1.1.Formação de Roma
Os romanos eram politeístas e atribuíam sua criação à ação de deuses ancestrais. Muitos
deuses romanos também fazem parte do panteão grego, embora seus nomes tenham sido
traduzidos para o latim, língua oficial de Roma.

Considerando-se descendentes de divindades, os romanos acreditavam que a origem de Roma


estaria ligada ao destino dos gêmeos Rômulo e Remo.

Segundo a mitologia, os irmãos eram filhos da princesa latina Rhea Sílvia e de Marte, deus da
guerra, e foram condenados à morte logo ao nascer, pois Amúlio, o tio-avô deles, temia que
pleiteassem o trono da cidade de Alba Longa, que ele havia usurpado do avô dos meninos. •
Os gêmeos foram então colocados em um cesto e atirados no rio Tibre, mas foram salvos por
uma loba, que os encontrou nas margens do rio e os amamentou. Anos mais tarde, foram
adotados pelo pastor Fáustolo.

Portanto, atingindo a fase adulta, Rômulo e Remo mataram Amúlio e devolveram o trono ao
avô. Como recompensa, puderam fundar sua própria cidade: Roma. Entretanto, após um
desentendimento, Rômulo assassinou o irmão e reinou sozinho em Roma.

A história de Roma durante a Antiguidade é dividida em três grandes períodos:

 Monarquia, de 753 a.C., ano que se convencionou para sua fundação, até 509 a.C., ano
em que o último rei, Tarquínio, o Soberbo, foi deposto.
 República, de 509 a.C. até 27 a.C.
 Império, de 27 a.C. a 395 d.C., ano da divisão do Império em Ocidental e Oriental,
com capitais em Roma e em Constantinopla (na atual Turquia), respectivamente.

1.1.1. As origens de Roma


A península Itálica, onde se localiza Roma, já era ocupada desde o primeiro milênio antes de
Cristo por vários povos. Atraídas pelo solo fértil e pelo clima ameno, tribos úmbrias, latinas e
sabinas, entre outras, fundaram aldeias agrícolas e pastoris na região.

Os povos itálicos (italiotas), entre os quais estavam os latinos e os sabinos, foram os primeiros
a chegar, ocupando o centro da península. Em seguida, vieram os etruscos, uma comunidade
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de comerciantes e navegadores. Este povo se fixou primeiramente no centro do território para


depois se expandir rumo ao norte. A parte dominada pelos etruscos ficou conhecida por
Etrúria e Tarquínia, sendo Voltera e Arezzo algumas de suas principais cidades. Os gregos
ocuparam o sul da península e a Sicília e povoaram a região na forma de colônias,
acompanhando o movimento de colonização da história grega. Isso ocorreu por volta do
século VII a.C. As principais cidades que fundaram foram Nápoles, Siracusa e Tarento.

A cidade de Roma surgiu em meados do século VIII a. C., da união de sete aldeias sabinas e
latinas, estabelecidas às margens do rio Tibre. Essas aldeias mantiveram contato estreito com
os gregos e com os etruscos.

A região é cercada pelos montes Apeninos, que cortam o território do centro até o leste. Ao
norte, há os Alpes. Os dois conjuntos de montes serviram como muralhas naturais: além de
impedirem a chegada dos ventos frios do norte (que poderiam arruinar a agricultura),
dificultaram a entrada de potenciais invasores.

1.1.2. A Monarquia
A Monarquia foi a primeira forma de governo dos romanos. O rei era escolhido pelo Senado,
composto de um conselho de anciãos de origem nobre e chefes de famílias aristocráticas,
chamados de pater familias.

 Os primeiros reis romanos foram latinos. Depois, com o avanço do domínio dos
etruscos, os últimos reis foram provenientes deste grupo.
 O rei desempenhava funções legislativas, judiciárias, administrativas, militares e
religiosas. Porém, o poder dele não era ilimitado: antes de tomar suas decisões, ele
precisava consultar o Senado e dependia da Assembleia, formada por soldados de até
45 anos, para aprovar as novas legislações.
 O cargo de rei não era hereditário. Após a morte do monarca, o Senado escolhia quem
iria sucedê-lo, e a Assembleia se manifestava a favor ou contra a decisão.
 Com a monarquia, Roma passou de pequena cidade para um centro comercial e
político. O desenvolvimento ficou mais acentuado quando o poder real passou para a
mão dos etruscos. Hábeis comerciantes, expandiram a influência econômica de Roma
para toda a planície do Lácio. Com isso, a cidade prosperou e se modernizou.
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1.1.3. A organização da sociedade romana


A sociedade romana era formada por quatro grupos principais: patrícios, plebeus, cliente e
escravos.

Os patrícios eram os membros da aristocracia e proprietários de vastas extensões de terras e


de grandes rebanhos. Eram os únicos com direito a fazer parte do Senado romano. • Os
pequenos proprietários, os agricultores, os artesãos e os comerciantes, chamados plebeus,
eram pessoas livres e formavam a maioria da população de Roma. Exerciam as principais
atividades econômicas e não tinham direitos políticos.

Os clientes, pessoas livres e pobres, dependiam das famílias patrícias, para as quais prestavam
regularmente favores e serviços, além de dar-lhes apoio político e militar. Em troca, recebiam
ajuda econômica e proteção. Quanto mais clientes um patrício tivesse sob sua proteção, mais
importância política e social ele conquistava.

Havia também os escravos, que eram, em geral, prisioneiros de guerra ou plebeus e clientes
endividados. Eles realizavam todo tipo de trabalho, principalmente os que envolviam mais
esforço físico. Nas representações, eles costumam ser retratados com poucas roupas, ao
contrário dos patrícios, que são representados com túnicas longas. No período monárquico, a
população escrava não era numerosa.

1.1.4. A família romana


A origem da palavra família é latina e designava o conjunto de bens que um pater familias
possuía. Esses bens incluíam familiares, escravos, clientes, terras, animais, plantações,
moradias, meios de transporte e todo tipo de objetos que constituíam o inventário do patriarca.

Na Roma Antiga, a ideia de família. As famílias de plebeus, o conceito de família também


estava ligado à figura do pai, a liderança masculina. Apesar de não dispor de tantos bens
quanto os patrícios, os chefes de famílias plebeias também exerciam autoridade sobre a vida
dos filhos, que não deixavam de responder a ele mesmo após o casamento.

1.2.Os períodos da história de Roma


A história de Roma é dividida em três momentos:

 Monárquico (753-509 a.C.);

 Republicano (507-27 a.C.);


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 Imperial (27 a.C. – 476 d.C.).

1.2.1. Período Monárquico: o domínio etrusco


Muitas das informações sobre o período Monárquico fundamentam-se nas lendas contadas
pelos romanos. Nessa época, a cidade deve ter sido governada por reis de diferentes origens;
os últimos de origens etrusca, devem ter dominado a cidade por cerca de cem anos.

Durante o governo dos etruscos, Roma adquiriu o aspecto de cidade. Foram realizadas
diversas obras públicas entre elas, templos, drenagens de pântanos e um sistema de esgoto.

Nessa época, a sociedade romana estava assim organizada:

 Patrícios ou nobres: Descendentes das famílias que promoveram a ocupação inicial de


Roma. Eram grandes proprietários de terra e de gado.

 Plebeus: Em geral, eram pequenos agricultores, comerciantes, pastores e artesãos.


Constituíam a maioria da população e não tinham direitos políticos.

 Clientes: eram homens de negócios, intelectuais ou camponeses que tinham interesse


em fazer carreira pública e que por isso recorriam à proteção de algum patrono,
geralmente um patrício de posses.

 Escravos: Eram plebeus endividados e principalmente prisioneiros de guerra.


Realizavam todo o tipo de trabalho e eram considerados bens materiais. Não tinham
qualquer direito civil ou político.

O último rei etrusco foi Tarquínio, o Soberbo. Ele foi deposto em 509 a.C., provavelmente
por ter descontentado os patrícios com medidas a favor dos plebeus.

No lugar de Tarquínio, os patrícios colocaram no poder dois magistrados, chamados cônsules.


Com isso, terminava o período Monárquico e tinha inicio o período Republicano.

1.2.2. Período Republicano


República é uma palavra de origem latina e significa “coisa pública”. Durante a passagem da
monarquia para a república, eram os patrícios que detinham o poder e controlavam as
instituições políticas. Concentrando o poder religioso, político e a justiça, eles exerciam o
governo procurando se beneficiar.
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Para os plebeus, sem direito à participação política, restavam apenas deveres, como pagar
impostos e servir o exército.

1.2.2.1.Organização política e social na república


Na república, o poder que antes era exercido pelo rei foi partilhado por dois cônsules. Eles
exerciam o cargo por um ano e eram auxiliados por um conselho de 100 cidadãos,
responsáveis pelas finanças e pelos assuntos externos. Esse conselho recebia o nome de
Senado, e a ele competia promulgar as leis elaboradas pela Assembleia de Cidadãos,
dominada pelos patrícios.

À medida que Roma cresceu e se tornou poderosa, as diferenças entre patrícios e plebeus se
acentuaram. Marginalizados, os plebeus desencadearam uma luta contra os patrícios, que se
estendeu por cerca de dois séculos (V-IV a.C.)

Durante esses dois séculos, os plebeus conquistaram seus direitos. Entre eles, o de eleger seus
próprios representantes, chamados tribunos da plebe. Os tribunos tinham o poder de vetar as
decisões do Senado que fossem prejudiciais aos interesses dos plebeus.

Outras conquistas foram a proibição da escravização por dívidas e o estabelecimento de leis


escritas, válidas tanto para os patrícios quanto para plebeus. Até então, em Roma, as leis não
eram escritas e os plebeus acabavam julgados conforme os critérios dos patrícios.
Estabelecendo as leis por escrito, os plebeus garantiam um julgamento mais justo.

Os plebeus conquistaram ainda a igualdade civil, com a autorização do casamento entre


patrícios e plebeus; a igualdade política, com o direito de eleger representantes para diversos
cargos, inclusive o de cônsul; e a igualdade religiosa, com o direito de exercer funções
sacerdotais

1.2.2.2.A estrutura do poder na República Romana


 Cônsules: chefes da República, com mandato de um ano; eram os comandantes do
exército e tinham atribuições jurídicas e religiosas.

 Senado: composto por 300 senadores, em geral patrícios. Eram eleitos pelos
magistrados e seus membros eram vitalícios. Responsabilizavam-se pela elaboração
das leis e pelas decisões acerca da política interna e externa.

 Magistraturas: responsáveis por funções executivas e judiciária, formadas em geral


pelos patrícios.
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 Assembleia Popular: composta de patrícios e plebeus; destinava-se a votação das leis


e era responsável pela eleição dos cônsules.

 Conselho da Plebe: composto somente pelos plebeus; elegia os tributos da plebe e era
responsável pelas decisões em plebiscitos (decretos do povo).

1.2.2.3.A expansão das fronteiras romanas


Iniciado durante a República, o expansionismo romano teve basicamente dois objetivos:
defender Roma do ataque dos povos vizinhos rivais e assegurar terras necessárias à
agricultura e ao pastoreio. As vitórias nas lutas conduziram os romanos a uma ação
conquistadora, ou seja, a ação do exército levou à conquista e incorporação de novas regiões a
Roma. Dessa forma, após sucessivas guerras, em um espaço de tempo de cinco séculos, a
ação expansionista permitiu que o Império Romano ocupasse boa parte dos continentes
europeu, asiático e africano.

O avanço das forças militares romanas colocou o Império em choque com Cartago e
Macedônia, potências que nessa época dominavam o Mediterrâneo. As rivalidades entre os
cartagineses e os romanos resultaram nas Guerras Púnicas (de puni, nome pelo qual os
cartagineses eram conhecidos).

As Guerras Púnicas desenvolveram-se em três etapas, durante o período de 264 a 146 a.C. Ao
terminar a terceira e ultima fase das Guerras Púnicas, em 146 a.C., Cartago estava destruída.
Seus sobreviventes foram vendidos como escravos e o território cartaginês foi transformado
em província romana. Com a dominação completa da grande rival, Roma iniciou a expansão
pelo Mediterrâneo oriental (leste). Assim, nos dois séculos seguintes, foram conquistados os
reinos helenísticos da Macedônia, da Síria e do Egito. No final do século I a.C., o
mediterrâneo havia se transformado em um “lago romano” ou, como eles diziam, Mare
Nostrum(“nosso mar”).

1.2.2.4.Período de instabilidade política


Com o fim das Guerras Púnicas, em 146 a.C., iniciou-se um período de intensa agitação
social. Além dos escravos, povos da Península Itálica também se revoltaram, só que exigindo
o direito à cidadania romana. A expansão das conquistas e o aumento das pilhagens
fortaleceram o exército romano, que então se colocou na luta pelo poder. Assim, esse período
ficou marcado por uma acirrada disputa política entre os principais generais, abrindo caminho
para os ditadores.
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Essa crise se iniciou com a instituição dos triunviratos ou triarquia, isto é, governo composto
de três indivíduos. O Primeiro Triunvirato, em 60 a.C., foi composto de políticos de prestigio:
Pompeu, Crasso e Júlio César. Esses generais iniciaram uma grande disputa pelo poder, até
que, após uma longa guerra civil, Júlio César venceu seus rivais e recebeu o título de ditador
vitalício.

Durante seu governo, Júlio César formou a mais poderosa legião romana, promoveu uma
reforma político-administrativa, distribuiu terras entre soldados, impulsionou a colonização
das províncias romanas e realizou obras públicas.

O imenso poder de César levou os senadores a tramar sua morte, o que aconteceu em 44 a.C.
Os generais Marco Antonio, Lépido e Otávio formaram, então, o Segundo triunvirato,
impedindo que o poder passasse para as mãos da aristocracia, que dominava o Senado.

A disputa pelo poder continuou com o novo triunvirato. Em 31 a.C., no Egito, Otávio
derrotou as forças de Marco Antônio e retornou vitorioso a Roma. Fortalecido com essa
campanha, Otávio pôde governar sem oposição. Terminava, assim, o regime republicano e
iniciava o Império.

1.2.3. O Império Romano


Após vencer Marco Antonio, Otávio recebeu diversos títulos que lhe conferiram grande
poder. Por fim, em 27 a.C., o senado atribuiu-lhe o título de Augusto, que significava
consagrado, majestoso, divino.

O período Imperial, tradicionalmente, costuma ser dividido em dois momentos:

 Alto Império: período em que Roma alcançou grande esplendor (estende-se até o
século III d.C.)

 Baixo Império: fase marcada por crises que conduziram a desagregação do Império
Romano (do século III ao século V).

A. Alto Império

Augusto, durante seu governo (27 a.C. a 14 d.C.), adotou uma série de medidas visando
controlar os conflitos sociais, solucionar problemas econômicos e, com isso, consolidar o
império fazendo com que Roma atingisse seu apogeu e vivesse um longo período de
prosperidade e de relativa tranquilidade social, também conhecido como Pax Romana. Isso
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foi possível porque o imperador Otávio abandonou a política agressiva de conquistas,


promoveu a aliança entre aristocracia e os cavaleiros (plebeus enriquecidos) e apaziguou a
plebe com a política do “pão e circo” (panem et circenses) (anexo), que consistia em distribuir
trigo para a população carente e organizar espetáculos públicos de circo.

Do governo de Augusto aos dois séculos que se seguiram, o Império Romano, por meio de
conquistas militares, ampliou ainda mais o seu território. Seus domínios estendiam-se pela
Europa, Ásia e África.

As conquistas abasteciam o império não apenas de riquezas e terras, mas também de escravos,
principal mão-de-obra e todas as atividades, tanto econômicas quanto domésticas.

A comunicação entre Roma, o centro do vasto império, e as demais regiões era garantida pela
existência de uma extensa rede de estradas. Daí provém o famoso ditado: “Todos os caminhos
levam a Roma”.

As estradas romanas, além de possibilitar a comunicação entre as diferentes regiões do


império, facilitavam a movimentação de tropas e equipamentos militares, contribuindo para o
sucesso das campanhas.

Após a morte de Augusto (14 d.C.) até o fim do século II, quatro dinastias se sucederam no
poder. São elas:

 Dinastia Júlio-Claudiana (14-68): Com os imperadores Tibério, Calígula, Cláudio e


Nero, essa dinastia esteve ligada à aristocracia patrícia romana. Principal característica
dessa fase: os constantes conflitos entre o Senado e os imperadores.

 Dinastia Flávia (68-96): Com os imperadores Vespasiano, Tito e Domiciano,


apoiados pelo exército, o Senado foi totalmente submetido.

 Dinastia Antonina (96 – 193): Com Nerva, Trajano, Adriano, Antonio Pio, Marco
Aurélio e Cômodo, assinalou-se uma fase de grande brilho do Império Romano. Os
imperadores dessa dinastia, exceto o último, procuraram adotar uma atitude
conciliatória em relação ao Senado.

 Dinastia Severa (193 – 235): Com Sétimo Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo e
Severo Alexandre, caracterizou-se pelo inicio de crises internas e pressões externas,
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exercidas por povos diversos, prenunciando o fim do Império Romano, a partir do


século III da era cristã.

B. Baixo Império

Essa fase foi marcada por crises em diferentes setores da vida romana, que contribuíram para
pôr fim ao grande império.

Uma das principais crises diz respeito à produção agrícola. Por séculos, os escravos foram a
principal mão de obra nas grandes propriedades rurais. Entretanto, com a diminuição das
guerras, o reabastecimento de escravos começou a ficar difícil.

Além disso, com o passar do tempo, os romanos tornaram-se menos hostis aos povos
conquistados, estendendo a eles, inclusive, parte de seus direitos. Ou seja, os povos
dominados deixaram de ser escravizados.

Essas circunstâncias colaboraram para transformar a produção no campo. Por causa dos
custos, muitos latifúndios começaram a ser divididos em pequenas propriedades. Nelas, o
trabalho escravo já não era mais tão importante. Nessa época, os lucros com a produção
agrícola eram baixos.

O lugar dos escravos passou a ser ocupado, aos poucos, por camponeses, que arrendavam a
terra em troca da prestação de serviços nas terras do proprietário. Havia também os colonos
que, sem poder abandonar a terra, não tinham direito à liberdade, pois estavam ligados a ela
por lei e por fortes laços pessoais.

O centro de produção rural era conhecido como Villa. Protegido por cercas e fossos, era
habitado pelos donos das terras e todos aqueles que dela dependiam.

Ao mesmo tempo em que a vida no campo se transformava, um grande número de pessoas


começou a deixar as cidades em direção ao campo, provocando a diminuição do comércio e
da produção artesanal. Para uma população empobrecida, as cidades já não representavam
mais uma alternativa de vida.

Arrecadando menos impostos pela diminuição das atividades produtivas, o governo romano
começou a enfraquecer e as enormes fronteiras já não tinham como ser vigiadas contra a
invasão de povos inimigos.
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 Divisão do Império
Em 395, o imperador Teodósio dividiu o império em duas partes: Império Romano do
ocidente, com capital em Roma; e Império Romano do Oriente, com capital em
Constantinopla. Com essa medida, acreditava que fortaleceria o império. Achava, por
exemplo, que seria mais fácil proteger as fronteiras contra ataques de povos invasores. Os
romanos chamavam esses povos de bárbaros, por terem costumes diferentes dos seus.

A divisão estabelecida por Teodósio não surtiu o efeito esperado. Diversos povos passaram a
ocupar o território romano. Em 476, os hérulos, povo de origem germânica, invadiram Roma
e, comandados por Odoacro, depuseram o imperador Rômulo Augústulo.

Costuma-se afirmar que esse acontecimento marca a desagregação do Império Romano. Na


verdade, isso refere-se ao Império Romano do Ocidente, pois a parte oriental ainda
sobreviveu até o século XV.

Embora as invasões de povos inimigos tenham papel decisivo no fim do Império Romano do
Ocidente, outras circunstâncias também foram determinantes, tais como:

 elevados gastos com a estrutura administrativa e militar;

 perda do controle sobre diversas regiões devido ao tamanho do império;

 aumento dos impostos dos cidadãos e dos tributos dos vencidos;

 corrupção política;

 crise no fornecimento de escravos com o fim das guerras de expansão;

 continuidade das lutas civis entre patrícios e plebeus;

 a difusão do cristianismo.

O fim do poderio romano constituiu um longo processo, que durou centenas de anos. A partir
daí, começou a se formar uma nova organização social, política e econômica, o sistema
feudal, que predominou na Europa ocidental até o século XV.
16

1.3.Razões da Expansão romana e as regiões abrangidas


Um dos aspectos que mais caracterizam o que foi sentido por Roma durante a época de
República, certamente reflete na conquista e na expansão em território o que, no caso,
acarretou também em uma série de mudanças sociais na cidade.

Na fase de República, certamente o marco para a feição e desenvolvimento da população com


características sociais próprias foi a partir da conquista crescente de novas terras. Durante essa
fase, Roma passou por um número sem igual de transformações, começando pela economia
agropastoril que disputava o seu espaço com o comércio já um tanto quanto articulado
principalmente nas regiões mais próximas do mar Mediterrâneo.

Com uma ampliação grande no número de escravos, ocorreu também na nação romana uma
grande oferta de alimentos. Por outro lado, os magistrados e generais eram os principais
avantajados, já que levavam benefícios com base na tributação oriunda das mais novas
províncias.

Roma sempre foi uma nação forte e com grande capacidade para se auto proteger de grande
parte das invasões estrangeiras que ocorreram durante essa fase. A evolução dos exércitos
militares romanos foi incrível e intensificada com o passar dos anos, principalmente ao longo
da era monárquica.

Sendo assim, no começo da República os romanos já haviam conquistado quase que toda a
península itálica, passando a exercer uma política verdadeiramente imperialista, com destaque
para as expansões de caráter expansionistas.

um factor importante nessa época é que Roma entrou em um conflito com o Cartago, uma
colônia fenícia localizada na região norte da África. O choque ocorreu pelo fato de que os
fenícios controlavam o comércio marítimo em todos os arredores do mar Mediterrâneo
localizado na região africana.

O conflito marcado entre Cartago e Roma foi chamado de Guerra Púnica e marcou o seu
início durante o ano de 264 antes de Cristo, que foi a época em que os romanos se anexaram à
Sicília, o que ocorreu até o ano de 146 antes de Cristo, que foi quando o exército romano
destruiu de vez a região de Cartago.

Nesse momento, começa a expansão territorial romana por todos os lados: tanto no continente
europeu como também no africano, neste segundo com destaque para as regiões do Oriente
17

Médio. Isso aconteceu principalmente pelo fato de que os romanos foram atraídos pelas
riquezas presentes daquele lado do oriente.

Sendo assim, as conquistas não foram nada limitadas: Roma conquistou o Egito, a Macedônia
e a própria ilha que está localizada hoje a Grécia. Além disso, toda a parte ocidental do
continente europeu, assim como o Oriente Médio, a península ibérica e a Gália, que também
tiveram seus territórios dominados pelos romanos.

1.4.Legado de Roma para a humanidade ao nível cultural, político e religioso


Durante todo o período em que existiu o Império Romano foi responsável por fomentar
práticas próprias que se espalharam pelo mundo e que fazem com que seja lembrado até os
dias de hoje, e permanência de sua cultura e sociedade se fazem presentes até hoje em
diversas sociedades do mundo ocidental.

1.4.1. A Política do Pão e Circo


Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão
gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos.
Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e
melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de
desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer, aos
romanos, alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos
estádios (o mais famoso foi o Coliseu de Roma), onde eram distribuídos alimentos. Desta
forma, a população carente acabava se esquecendo dos problemas da vida. Assim, as chances
de revolta eram diminuídas.

1.4.2. Cultura Romana


A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos
aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.

Os balneários romanos foram espalhados pelas grandes cidades. Eram locais muito
frequentados por senadores e membros da aristocracia romana. Eles utilizavam estes espaços
para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais.

A língua romana era o latim, que depois de um tempo, espalhou-se pelos quatro cantos do
império dando origem, na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol.
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A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não


conseguiam explicar de forma científica. Tratava também da origem de seu povo e da cidade
que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e
Remo e O rapto de Proserpina.

1.4.3. Religião Romana


Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Grande parte dos deuses
romanos foi retirada do panteão grego, porém, os nomes originais foram mudados. Muitos
deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses
eram antropomórficos, ou seja, possuíam características (qualidades e defeitos) de seres
humanos, além de serem representados em forma humana. Além dos deuses principais, os
romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das
casas e protegiam a família.

Principais deuses romanos: Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.

1.5.Crise e decadência do Império Romano


Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política.
A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento
no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos,
provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o pagamento de
tributos originados das províncias.

Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas.
Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas obrigações militares.

Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração
pelas fronteiras do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolveu dividir o
império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do
Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.

Em 476, chegou ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos
bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc.
Foi o fim da Antiguidade e início de uma nova época, chamada de Idade Média.
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Conclusão

Com este artigo, descobre-se o quão importante é Roma como centro de difusão cultural do
Ocidente foi tamanha que até os dias atuais algumas características do maior Império da
Antiguidade ainda se fazem presentes.

As influências romanas são tantas que nos deparamos com elas todos os dias. Se não
conhecemos um Augusto, um Júlio, um César, um Adriano, um Antônio, já pudemos ler em
um texto, em um artigo no caso deste, sobre quem eram eles e que marcos deixaram na
história de Roma.

Portanto, ocorre em virtude da importância de Roma para o mundo ocidental. São nomes que
permaneceram conhecidos ao longo do tempo e são utilizados até os dias atuais. Mas não são
apenas os nomes que demonstram as influências romanas em nossa vida atual.

A língua que falamos em Moçambique, a língua portuguesa que herdamos dos colonizadores,
é uma língua derivada da língua falada em Roma: o latim. Também são derivados do latim o
espanhol, o francês, o romeno e o italiano.

Além disso, há que salientar que, o latim influenciou inúmeras palavras em idiomas como o
inglês e o alemão. O latim também é utilizado para dar os nomes científicos de plantas e
animais. A Igreja Católica, que se diz herdeira de Roma, tem ainda hoje como língua oficial o
latim. Há não muito tempo, as missas eram todas celebradas em latim.

As palavras que usamos, esta la patente o latim para definir alguns termos, principalmente os
jurídicos. É o caso do habeas corpus. Nesse campo do conhecimento e da organização social
— a ciência jurídica, o mundo ocidental sofreu intensa influência romana. Os códigos
jurídicos atuais são também influência romana. Os Códigos de Lei romanos foram
construídos ao longo do tempo, adaptando-se às mudanças que ocorriam nas relações sociais
da população.
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Referências Bibliográficas

1. FUNARI, Pedro Paulo. (2002). Grécia e Roma. São Paulo. Brazil: Contexto.
2. https://www.monteirolobatomaceio.com.br/repository/files/a-formaaao-de-
roma.pdf Acesso no dia 30 de junho de 2022
3.

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