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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Bacias hidrográficas e os principais fenómenos que ocorrem na Costa


Moçambicana

Curso: Ensino de Geografia

Disciplina: Geografia de Moçambique

Ano de Frequência: 2º Ano

Milange, Novembro de 2022


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do
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 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
 Rigor e coerência
Normas APA das
Referências 6ª edição em citações/referências
4.0
Bibliográficas citações e bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 1
Objectivos ............................................................................................................................... 1
Metodologia ............................................................................................................................ 1
Estruturação ............................................................................................................................ 1
1. Bacias hidrográficas ............................................................................................................ 2
1.1. Características físicas de uma bacia hidrográfica ........................................................ 2
1.1.1. Área de drenagem ................................................................................................. 2
1.1.2. Forma da bacia...................................................................................................... 2
1.1.3. Sistema de drenagem ............................................................................................ 2
1.1.4. Características do relevo da bacia ........................................................................ 3
1.1.5. Características geológicas da bacia ...................................................................... 4
1.1.6. Características agro-climáticas da bacia ............................................................... 4
1.2. Bacias hidrográficas de mocambique .......................................................................... 4
1.2.1. Bacia do rio Maputo ............................................................................................. 5
1.2.2. Bacia do Incomáti ................................................................................................. 5
1.2.3. Bacia do Limpopo ................................................................................................ 5
1.2.4. Bacia do Save ....................................................................................................... 6
1.2.5. Bacia de Zambeze ................................................................................................. 6
1.2.6. Bacia de Rovuma .................................................................................................. 6
1.2.7. Bacia de Messalo .................................................................................................. 6
1.2.8. Bacia do Govuro ................................................................................................... 6
1.2.9. Bacia de Inharrime................................................................................................ 6
1.2.10. Bacia de Mutamba ................................................................................................ 7
1.2.11. Bacia de Inhanombe ............................................................................................. 7
1.2.12. Rio Lúrio .............................................................................................................. 7
1.2.13. Rio Pungoé ........................................................................................................... 7
2. Os principais fenómenos que ocorrem na Costa Moçambicana ......................................... 8
2.1. Descrição geral do ambiente costeiro .......................................................................... 8
2.2. Erosão Costeira ............................................................................................................ 9
2.3. Desamamento de florestas costeiras (incluindo mangal) ............................................. 9
Conclusão ................................................................................................................................. 10
Bibliografia ............................................................................................................................... 11
1

Introdução
Moçambique é caracterizado por possuir vários rios permanentes, os quais atravessam
o país, tais como os rios Rovuma e Lúrio ao norte, Zambeze e Púngue na região central e rio
Save, Limpopo e Incomati ao sul.

A costa moçambicana é caracterizada por uma ampla diversidade de habitates e de


biodiversidade, com espécies endémicas e em vias de extinção; e por recursos diversos, que
incluem as pescarias, fauna e flora costeira que suportam a subsistência dos cerca da metade da
população moçambicana residente nestas zonas, e o desenvolvimento da economia do país.

Nesta senda, o presente trabalho da cadeira de Geografia de Moçambique I, visa


essencialmente abordar a temática Bacias Hidrográficas e os principais fenómenos que ocorrem
na Costa Moçambicana. Sendo assim, para a materialização do presente trabalho de pesquisa,
foram definidos os seguintes objectivos que servirão de bases orientadoras.
Objectivos
 Descrever as bacias hidrograficas de mocambique;
 Descrever os principais fenómenos que ocorrem na Costa Moçambicana.

Metodologia
A metodologia usada no estudo foi uma pesquisa bibliográfica de carácter descritivo, segundo
entendimento de Gil (2002). Consiste em pesquisa bibliográfica porque se baseou em materiais
já publicados, compostos especialmente por livros, revistas, artigos científicos, tese e por
informações especializadas em sites.

Estruturação
O trabalho esta estruturado da seguinte maneira: Introdução, Objectivos do trabalho,
Metodologia, Análise e discussão, Conclusões Referências Bibliográficas;
2

1. Bacias hidrográficas
1.1. Características físicas de uma bacia hidrográfica

Estas características são importantes para se transferir dados de uma bacia monitorada para
uma outra qualitativamente semelhante onde faltam dados ou não é possível a instalação de
postos hidrométricos (fluviométricos e pluviométricos) (Pena, 2018).
1.1.1. Área de drenagem

É a área plana (projeção horizontal) inclusa entre os seus divisores topográficos. A área de
uma bacia é o elemento básico para o cálculo das outras características físicas. É normalmente
obtida por planimetria ou por pesagem do papel em balança de precisão (Pena, 2018).
1.1.2. Forma da bacia

É uma das características da bacia mais difíceis de serem expressas em termos quantitativos.
Ela tem efeito sobre o comportamento hidrológico da bacia, como por exemplo, no tempo de
concentração (Tc). Tc é definido como sendo o tempo, a partir do início da precipitação,
necessário para que toda a bacia contribua com a vazão na seção de controlo (Pena, 2018).

Existem vários índices utilizados para se determinar a forma das bacias, procurando
relacioná-las com formas geométricas conhecidas:
a) Coeficiente de compacidade (Kc): é a relação entre o perímetro da bacia e o perímetro
de um círculo de mesma área que a bacia (Pena, 2018).
𝑃𝐵𝐻 𝑃
𝐾𝑐 = 𝐾𝐶 = 0,25
𝑃𝐶 √𝐴
O Kc é sempre um valor > 1 (se fosse 1 a bacia seria um círculo perfeito).
Quanto menor o Kc (mais próximo da unidade), mais circular é a bacia, menor o Tc e maior
a tendência de haver picos de enchente (Pena, 2018).
b) Factor de forma (Kf): é a razão entre a largura média da bacia (𝐿̅) e o comprimento do
eixo da bacia (L) (da foz ao ponto mais longínquo da área) (Pena, 2018).
𝐿̅ 𝐴 𝐴
𝐾𝑓 = 𝐿̅ = 𝐾𝑓 =
𝐿 𝐿 𝐿2
Quanto menor o Kf, mais comprida é a bacia e portanto, menos sujeita a picos de enchente,
pois o Tc é maior e, além disso, fica difícil uma mesma chuva intensa abranger toda a bacia
(Pena, 2018).
1.1.3. Sistema de drenagem
O sistema de drenagem de uma bacia é constituído pelo rio principal e seus tributários; o
estudo das ramificações e do desenvolvimento do sistema é importante, pois ele indica a maior
3

ou menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica. O padrão de drenagem de uma
bacia depende da estrutura geológica do local, tipo de solo, topografia e clima. Esse padrão
também influencia no comportamento hidrológico da bacia (Pena, 2018).
a) Ordem dos cursos d’água e razão de bifurcação (Rb):
De acordo Pena (2018), adopta-se o seguinte procedimento:
1) Os cursos primários recebem o número 1;
2) A união de 2 de mesma ordem dá origem a um curso de ordem superior; e
3) A união de 2 de ordem diferente faz com que prevaleça a ordem do maior.
Quanto maior Rb média, maior o grau de ramificação da rede de drenagem de uma bacia e
maior a tendência para o pico de cheia (Pena, 2018).
b) Densidade de drenagem (Dd): é uma boa indicação do grau de desenvolvimento de
um sistema de drenagem. Expressa a relação entre o comprimento total dos cursos
d’água (sejam eles efêmeros, intermitentes ou perenes) de uma bacia e a sua área total
(Pena, 2018).
∑𝐿
𝐷𝑑 =
𝐴
Para avaliar Dd, deve-se marcar em fotografias aéreas, toda a rede de drenagem,
inclusive os cursos efémeros, e depois medi-los com o curvímetro (Pena, 2018).
Duas técnicas executando uma mesma avaliação podem encontrar valores um pouco
diferentes (Pena, 2018).
 Bacias com drenagem pobre → 𝐷𝑑 < 0,5 𝑘𝑚/𝑘𝑚2
 Bacias com drenagem regular → 0,5 ≤ 𝐷𝑑 < 1,5 𝑘𝑚/𝑘𝑚2
 Bacias com drenagem boa → 1,5 ≤ 𝐷𝑑 < 2,5 𝑘𝑚/𝑘𝑚2
 Bacias com drenagem muito boa → 2,5 ≤ 𝐷𝑑 < 3,5 𝑘𝑚/𝑘𝑚2
 Bacias excepcionalmente bem drenadas → 𝐷𝑑 ≥ 3,5 𝑘𝑚/𝑘𝑚2
1.1.4. Características do relevo da bacia

O relevo de uma bacia hidrográfica tem grande influência sobre os factores meteorológicos
e hidrológicos, pois a velocidade do escoamento superficial é determinada pela declividade do
terreno, enquanto a temperatura, a precipitação e a evaporação são funções da altitude da bacia
(Pena, 2018).

a) Declividade da bacia: quanto maior a declividade de um terreno, maior a velocidade de


escoamento, menor Tc e maior as perspectivas de picos de enchentes. A magnitude desses picos
de enchente e a infiltração da água, trazendo como consequência, maior ou menor grau de
4

erosão, dependem da declividade média da bacia (determina a maior ou menor velocidade do


escoamento superficial), associada à cobertura vegetal, tipo de solo e tipo de uso da terra (Pena,
2018).
b) Altitude da bacia: os factores climáticos estão relacionados com a altitude da bacia
hidrográfica.

1.1.5. Características geológicas da bacia

Tem relação directa com a infiltração, armazenamento da água no solo e com a


susceptibilidade de erosão dos solos (Pena, 2018).
1.1.6. Características agro-climáticas da bacia

São caracterizadas principalmente pelo tipo de precipitação e pela cobertura vegetal (Pena,
2018).
1.2. Bacias hidrográficas de mocambique
Segundo o Encyclopedia of the Nations (2008 citado por Ribeiro, 2018), Moçambique é um
país de jusante, partilhando nove (9) das quinze (15) bacias hidrográficas internacionais da
região da Southern African Development Community (SADC).
Este autor argumenta que:
Os rios são os maiores transportadores dos principais recursos hídricos
do país, dos quais mais de 50% são originados nos países de montante.
São de notar as diferenças que se verificam entre regiões no que se refere
à variação da precipitação, período húmido e seco e de ano para ano com
inundações e secas (Ribeiro, 2018).

As bacias hidrográficas que escoam para Moçambique têm uma área de 2,5 milhões de
km2 (Ribeiro, 2018).

De acordo com o Fundo nacional de Energias (FUNAE):


Para além de apresentarem precipitações médias consideráveis
em algumas províncias, as bacias hidrográficas de Moçambique são
muito extensas, destacando-se a bacia do Zambeze com 1.390.000 km2,
que escoa água desde a Zâmbia e Angola, passando pelo Zimbabwe e
Botswana. A contribuição internacional é uma parte significativa dos
recursos hídricos Moçambicanos, representando 70% do escoamento
total no território (FUNAE, 2015).

A maior parte dos principais rios de Moçambique seguem, aproximadamente, o sentido


de oeste para leste, desaguando no Canal de Moçambique, a secção do Oceano Índico situada
entre o continente e a ilha de Madagáscar (InfoBibos, 2010 citado por Ribeiro, 2018).
5

Figura 1: Mapa das Bacias Hidrográficas de Moçambique

Fonte: (FUNAE, 2015)

1.2.1. Bacia do rio Maputo


Bacia internacional com área total de 29.030 km2, dos quais 27.460 km2 na África do Sul e
em Moçambique com 1.570 km2. Nasce na África do Sul e tem uma extensão de 120 km, com
vazão de aproximadamente 46 m3/s e as suas elevações atingem 2.000 m, com a altitude média
cerca de 815 m, sentido de oeste para leste, como pode ser observa (Ribeiro, 2018).

1.2.2. Bacia do Incomáti


Bacia internacional possui uma área de 46.200 km2, 32% situa-se em território
Moçambicano, 6% na Swazilândia e na África do Sul é de 62%. Os principais afluentes são
Komati, Crocodilo e Sábiè. O comprimento do rio em Moçambique é de 280 km, com vazão
de 111 m³/s, sentido de oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.3. Bacia do Limpopo
Bacia internacional, segundo maior dos rios africanos que desaguam no Oceano Índico, com
uma área de 412.000 km2, 1.750 km de extensão, sentido de oeste para leste, vazão 170 m3/s, é
6

partilhada por quatro Estados da região da SADC, nomeadamente África do Sul, Botswana,
Zimbabwe e Moçambique e segue o sentido oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.4. Bacia do Save
Bacia internacional partilhada por Zimbabwe e Moçambique, respectivamente com áreas
de drenagem de 83845 km2 e 22.575 km2, 79% e 21% da área total de cerca de 10.642 km2.
Tem um comprimento total de 735 km dos quais 330 no território moçambicano e 405 km no
território do Zimbabwe, sentido de oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.5. Bacia de Zambeze
Bacia internacional maior rio de Moçambique e o quarto maior do continente africano,
nasce em Kalene Hill (Zâmbia) e deságua em Chinde-Oceano Índico (Moçambique). Ocupa
uma área da bacia 1.390.000 km2 e um comprimento de 2.574 km. Tem uma vazão acima de
(3.558 m3/s) e segue o sentido de oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.6. Bacia de Rovuma
Bacia internacional com área avaliada em 155.000 km2 e 800 km de extensão. A bacia é
partilhada por três países, nomeadamente, Moçambique, Tanzânia e Malawi, com cerca de
65,39% (99,530 km2) em Moçambique, seguida de Tanzânia com 34,30% e por último Malawi
com 0,31%. Com uma vazão médio de 356 m3/s, é considerada a segunda maior bacia de
Moçambique e segue o sentido de oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.7. Bacia de Messalo
A bacia nacional, tem uma área total de 24.436,6 km2, 280 km de extensão e ocupa grande
parte da Província de Cabo Delgado e uma parte da Província de Niassa.nasce em Moçambique,
no centro-sul da província do Niassa e depois de um percurso no sentido sensivelmente SW-
NE, desagua no litoral da província de Cabo Delgado e segue o sentido de oeste para leste
(Ribeiro, 2018).
1.2.8. Bacia do Govuro
Bacia nacional com uma área de 11.500 km2, é o mais importante rio da região Norte da
Província de Inhambane. Nasce em Mapinhane distrito de Vilankulo e tem uma extensão de
225 km, percorrendo os distritos de Vilankulo e Inhassoro, deságua no Oceano Índico na Região
de Macovane, segue o sentido de sul para norte (Ribeiro, 2018).
1.2.9. Bacia de Inharrime
Bacia nacional, possui uma área estimada em 10.850 km2 e um comprimento de 150 km
abrangendo total ou parcialmente os distritos de Panda, Zavala e Inharrime. Nasce na província
de Gaza e desagua na Lagoa Poelela em Inharrime, segue o sentido de oeste para leste (Ribeiro,
2018).
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1.2.10. Bacia de Mutamba


Bacia nacional com uma área de 748 km2 e um comprimento de 65 km. Nasce perto da
Lagoa Nhangela no distrito de Inharrime, desenvolvendo-se de Oeste a Este e desagua na Baía
de Inhambane, segue o sentido de oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.11. Bacia de Inhanombe
Bacia nacional com área de 443 km2 e um comprimento de 22,5 km. Nasce em Manhenge
no distrito de Massinga e deságua no Oceano Índico em Pomene no mesmo distrito, segue o
sentido de oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.12. Rio Lúrio
Rio nacional, com área estimada em cerca de 122.000 km2 e 605 km de extensão, com
escoamento anual médio de 10,335 m3 de água. Nasce no extremo sul da província do Niassa,
a este da cidade de Cuamba, e estabelece a fronteira administrativa entre a província de
Nampula na margem direita e as províncias do Niassa e de Cabo Delgado, na margem esquerda
respectivamente a oeste e a este, deságua no Canal de Moçambique, entre as cidades de Pemba
e Nacala, segue o sentido de oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.13. Rio Pungoé

Rio internacional, situado entre Moçambique e Zimbabwe, com área de 31.151 km2 e com
extensão de 400 km. Nasce no Zimbabué, tem uma vazão média de 120 m3/s e em território
inteiramente moçambicano, deságua a norte da baía de Sofala, formando um estuário baixo e
pantanoso em cuja margem esquerda se situa a Beira, segue o sentido de norte para leste
(Ribeiro, 2018).

Rio Búzi, com área de 31.000 km2 e com extensão de 250 km. Nasce no Zimbabué, tem
uma vazão média de 79 m3/s nasce no lado moçambicano da fronteira com o Zimbabué, perto
da povoação de Espungabera, seguindo depois sensivelmente de sudoeste para nordeste, até
desaguar imediatamente a sul do estuário do Púngoè. Segue o sentido de oeste para leste
(Ribeiro, 2018).

Rio Umbelúzi, com área de 5.400 km2 e com extensão de 56 km. Nasce no Zimbabué,
tem uma vazão média de 9 m3/s, nasce na região montanhosa do norte da Suazilândia e, após
um percurso sensivelmente de oeste para leste, deságua na baía do Maputo, em estuário comum
a vários rios (Matola, Infulene, Tembe). Na zona de maior altitude do seu troço moçambicano,
fica situada a barragem dos Pequenos Libombos (Ribeiro, 2018).
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2. Os principais fenómenos que ocorrem na Costa Moçambicana


2.1. Descrição geral do ambiente costeiro

Moçambique situa-se na África oriental, entre as latitudes 10°20’ S e 26°50’ S e possui uma
área aproximada de 783.000 Km2, dos quais cerca de 4500km2 é marinha. A plataforma
continental, até a isóbata de 200m tem uma área de 104km2. A linha da costa tem um
comprimento de cerca de 2700 km e é caracterizado por uma diversidade de habitantes que
inclui praias arenosas, dunas costeiras, recifes de corais, estuários, baías, florestas e pântanos
de mangal, tapetes de ervas marinhas (Hoguane, 2007).

O clima, dum modo geral, é tropical húmido com duas estações distintas: seca ou de Inverno
e húmida ou de Verão. A precipitação média anual é cerca de 1200 mm, e ocorre
maioritariamente durante o Verão, entre os meses de Novembro e Abril (Hoguane, 2007).

De acordo com a classificação de Köppen, a zona norte do país, nas províncias de Cabo
Delgado, Niassa, Nampula e Zambeze, e nas zonas costeiras são caracterizados por clima de
savana com chuvas tropicais (BWw) (Hoguane, 2007). A circulação atmosférica é caracterizada
por zonas de influência de baixas pressões equatoriais com ventos de monção de NE durante o
Verão, a norte do rio Zambeze e (ii) zona de circulação anti-ciclónica subtropical, a sul do rio
Zambeze.

A norte de Sofala e ao longo do rio Zambezi encontra-se a zona de


transição (Sætre and Paula e Silva, 1979). Os ventos na zona sul e central
são predominantemente alísios de SE, e na zona norte são influenciados
por um regime de monções com ventos de NE, durante o verão e de SW,
durante o inverno. A temperatura do ar atmosférico aumenta com a
latitude e com a distância para o interior, sendo a temperatura média
anual cerca de 23° C e 26° C, nas zonas costeiras da região sul e norte,
respectivamente (Hoguane, 2007).

Moçambique possui muitos rios que drenam as suas águas para o Oceano Índico, dos quais
a maioria, e os mais importantes são internacionais, isto significa que são compartilhados por
mais países na região (Hoguane, 2007).

Os principais rios de acordo com Hoguane são:

Rovuma, Lúrio e Zambezi no norte; Pungué, Buzi, Gorongosa e Save no centro e


Limpopo, Incomati e Maputo no sul. A contribuição média de todos os rios de
Moçambique é estimada em cerca de 216.000 milhões metros cúbicos de água. Cerca
de 116.000 milhões de metros cúbicos, o equivalente a aproximadamente (54%) da
contribuição de todos rios do país provém dos países vizinhos. Cerca de 80% deste
9

escoamento entra no oceano através do Bano de Sofala, na zona centro do país, onde
desagua o rio Zambeze, um dos maiores rios de África, desagua na zona central de
Moçambique e contribui com cerca de 88.000 milhões de metros cúbicos de água por
ano, cerca de 67% da descarga de todos os rios de Moçambique (Sætre & Silva, 1982).
O regime dos rios de Moçambique é classificado de torrencial com escoamentos
elevados durante a estação de chuvas, de Novembro a Março e escoamentos baixos
durante a estação seca, de Abril a Outubro (Hoguane, 2007).
2.2.Erosão Costeira
A erosão costeira é um problema identificado ao longo de toda a costa. Na zona centro
agrava-se pelo facto de as marés serem muito altas, chegando a atingir cerca de 6 metros de
altura nas marés vivas, o que é o dobro das marés verificadas nas zonas sul e norte do país.
Como consequência da elevada altura das marés, as correntes de marés são fortes, causando a
erosão das margens dos rios e da praia (Hoguane, 2007).

A acção humana caracterizada pela destruição da vegetação típica da


zona e a construção inapropriada de infra-estruturas têm acelerado o
processo de erosão em alguns locais. A construção de esporões e de
muros nas praias, como tentativa de combate à erosão, tem, em alguns
casos resultado no agravamento deste fenómeno, e como consequência
muitos edifícios construídos ao longo das praias foram destruídos
(Hoguane, 2007).
2.3. Desamamento de florestas costeiras (incluindo mangal)
As florestas costeiras com ênfase nas florestas de mangal são dizimadas para suprir as
necessidades cada vez mais crescentes em energia (para cozinha) e para materiais de construção
(Hoguane, 2007).
Nesta senda, este autor argumenta que:
O mangal vermelho é o mais procurado para a construção enquanto as
outras espécies são usadas para a produção de lenha e de carvão. A acção
de desflorestamento é grave na vizinhança das cidades e vilas. Por
exemplo as primeiras vilas de Chinde e de Nova Sofala foram
abandonadas devido a erosão (Hoguane, 2007).
Associado a questões de necessidade e de satisfação em termos de energia para cozinha
e materiais de construção, o mangal sustenta uma larga proporção da população costeira e do
sector de empresariado e negociantes baseados nas cidades e vilas (Hoguane, 2007).
De acordo ainda com Hoguane:
Muitas das casas das zonas peri-urbanas foram construídas com material
proveniente das árvores de mangal e cimento. Desta forma nas soluções
para fazer face ao problema de desflorestamento de mangal devese
incluir a identificação e promoção de alternativas para o provimento de
energia para a cozinha, materiais para construção, e outras actividades
que geram rendimento para a subsistência das comunidades e sectores
que neste momento vivem do comércio do mangal (Hoguane, 2007).
10

Conclusão
Em consonância com os conteúdos apresentados no presente trabalho conclui-se que
Moçambique possui diversas Bacias hidrográficas, distribuídas ao longo das três regiões (note,
Centro e Sul). Estes rios, drenam as suas águas para o Oceano Índico, dos quais a maioria, e os
mais importantes são internacionais, isto significa que são compartilhados por mais países na
região austral de Africa.

Conclui-se igualmente que, a linha da costa com um comprimento de cerca de 2700 km


e é caracterizado por uma diversidade de habitantes que inclui praias arenosas, dunas costeiras,
recifes de corais, estuários, baías, florestas e pântanos de mangal, tapetes de ervas marinhas. E
os principais fenómenos que ocorrem nesta região são as erosões e o desmatamento de Mangal.
11

Bibliografia
FUNAE. (2015). Atlas de Energias Renováveis de Moçambique. Maputo: Ministério da
Energia. Obtido em 15 de Novembro de 2022, de http://atlas.funae.co.mz/pt-pt

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projecto de pesquisa (4ª ed.). Sao Paulo: atlas.

Hoguane, A. M. (2007). Perfil Diagnóstico da Zona Costeira de Moçambique. Revista de


Gestão Costeira Integrada, pp. 69-82.

Pena, R. F. (2018). Agentes Transformadores do Relevo. Obtido em Setembro de 06 de 2022,


de Mundo Educação: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/agentes-
modificadores-relevo.htm

Petrin, N. (18 de Agosto de 2014). Obtido em 01 de Maio de 2022, de


https://www.estudopratico.com.br/biogeografia/

Ribeiro, S. B. (2018). GESTÃO DE INUNDAÇÕES: COMO AMENIZAR SEUS EFEITOS EM


MOÇAMBIQUE. Acarape: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira.

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