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Introdução
Moçambique é caracterizado por possuir vários rios permanentes, os quais atravessam
o país, tais como os rios Rovuma e Lúrio ao norte, Zambeze e Púngue na região central e rio
Save, Limpopo e Incomati ao sul.
Metodologia
A metodologia usada no estudo foi uma pesquisa bibliográfica de carácter descritivo, segundo
entendimento de Gil (2002). Consiste em pesquisa bibliográfica porque se baseou em materiais
já publicados, compostos especialmente por livros, revistas, artigos científicos, tese e por
informações especializadas em sites.
Estruturação
O trabalho esta estruturado da seguinte maneira: Introdução, Objectivos do trabalho,
Metodologia, Análise e discussão, Conclusões Referências Bibliográficas;
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1. Bacias hidrográficas
1.1. Características físicas de uma bacia hidrográfica
Estas características são importantes para se transferir dados de uma bacia monitorada para
uma outra qualitativamente semelhante onde faltam dados ou não é possível a instalação de
postos hidrométricos (fluviométricos e pluviométricos) (Pena, 2018).
1.1.1. Área de drenagem
É a área plana (projeção horizontal) inclusa entre os seus divisores topográficos. A área de
uma bacia é o elemento básico para o cálculo das outras características físicas. É normalmente
obtida por planimetria ou por pesagem do papel em balança de precisão (Pena, 2018).
1.1.2. Forma da bacia
É uma das características da bacia mais difíceis de serem expressas em termos quantitativos.
Ela tem efeito sobre o comportamento hidrológico da bacia, como por exemplo, no tempo de
concentração (Tc). Tc é definido como sendo o tempo, a partir do início da precipitação,
necessário para que toda a bacia contribua com a vazão na seção de controlo (Pena, 2018).
Existem vários índices utilizados para se determinar a forma das bacias, procurando
relacioná-las com formas geométricas conhecidas:
a) Coeficiente de compacidade (Kc): é a relação entre o perímetro da bacia e o perímetro
de um círculo de mesma área que a bacia (Pena, 2018).
𝑃𝐵𝐻 𝑃
𝐾𝑐 = 𝐾𝐶 = 0,25
𝑃𝐶 √𝐴
O Kc é sempre um valor > 1 (se fosse 1 a bacia seria um círculo perfeito).
Quanto menor o Kc (mais próximo da unidade), mais circular é a bacia, menor o Tc e maior
a tendência de haver picos de enchente (Pena, 2018).
b) Factor de forma (Kf): é a razão entre a largura média da bacia (𝐿̅) e o comprimento do
eixo da bacia (L) (da foz ao ponto mais longínquo da área) (Pena, 2018).
𝐿̅ 𝐴 𝐴
𝐾𝑓 = 𝐿̅ = 𝐾𝑓 =
𝐿 𝐿 𝐿2
Quanto menor o Kf, mais comprida é a bacia e portanto, menos sujeita a picos de enchente,
pois o Tc é maior e, além disso, fica difícil uma mesma chuva intensa abranger toda a bacia
(Pena, 2018).
1.1.3. Sistema de drenagem
O sistema de drenagem de uma bacia é constituído pelo rio principal e seus tributários; o
estudo das ramificações e do desenvolvimento do sistema é importante, pois ele indica a maior
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ou menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica. O padrão de drenagem de uma
bacia depende da estrutura geológica do local, tipo de solo, topografia e clima. Esse padrão
também influencia no comportamento hidrológico da bacia (Pena, 2018).
a) Ordem dos cursos d’água e razão de bifurcação (Rb):
De acordo Pena (2018), adopta-se o seguinte procedimento:
1) Os cursos primários recebem o número 1;
2) A união de 2 de mesma ordem dá origem a um curso de ordem superior; e
3) A união de 2 de ordem diferente faz com que prevaleça a ordem do maior.
Quanto maior Rb média, maior o grau de ramificação da rede de drenagem de uma bacia e
maior a tendência para o pico de cheia (Pena, 2018).
b) Densidade de drenagem (Dd): é uma boa indicação do grau de desenvolvimento de
um sistema de drenagem. Expressa a relação entre o comprimento total dos cursos
d’água (sejam eles efêmeros, intermitentes ou perenes) de uma bacia e a sua área total
(Pena, 2018).
∑𝐿
𝐷𝑑 =
𝐴
Para avaliar Dd, deve-se marcar em fotografias aéreas, toda a rede de drenagem,
inclusive os cursos efémeros, e depois medi-los com o curvímetro (Pena, 2018).
Duas técnicas executando uma mesma avaliação podem encontrar valores um pouco
diferentes (Pena, 2018).
Bacias com drenagem pobre → 𝐷𝑑 < 0,5 𝑘𝑚/𝑘𝑚2
Bacias com drenagem regular → 0,5 ≤ 𝐷𝑑 < 1,5 𝑘𝑚/𝑘𝑚2
Bacias com drenagem boa → 1,5 ≤ 𝐷𝑑 < 2,5 𝑘𝑚/𝑘𝑚2
Bacias com drenagem muito boa → 2,5 ≤ 𝐷𝑑 < 3,5 𝑘𝑚/𝑘𝑚2
Bacias excepcionalmente bem drenadas → 𝐷𝑑 ≥ 3,5 𝑘𝑚/𝑘𝑚2
1.1.4. Características do relevo da bacia
O relevo de uma bacia hidrográfica tem grande influência sobre os factores meteorológicos
e hidrológicos, pois a velocidade do escoamento superficial é determinada pela declividade do
terreno, enquanto a temperatura, a precipitação e a evaporação são funções da altitude da bacia
(Pena, 2018).
São caracterizadas principalmente pelo tipo de precipitação e pela cobertura vegetal (Pena,
2018).
1.2. Bacias hidrográficas de mocambique
Segundo o Encyclopedia of the Nations (2008 citado por Ribeiro, 2018), Moçambique é um
país de jusante, partilhando nove (9) das quinze (15) bacias hidrográficas internacionais da
região da Southern African Development Community (SADC).
Este autor argumenta que:
Os rios são os maiores transportadores dos principais recursos hídricos
do país, dos quais mais de 50% são originados nos países de montante.
São de notar as diferenças que se verificam entre regiões no que se refere
à variação da precipitação, período húmido e seco e de ano para ano com
inundações e secas (Ribeiro, 2018).
As bacias hidrográficas que escoam para Moçambique têm uma área de 2,5 milhões de
km2 (Ribeiro, 2018).
partilhada por quatro Estados da região da SADC, nomeadamente África do Sul, Botswana,
Zimbabwe e Moçambique e segue o sentido oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.4. Bacia do Save
Bacia internacional partilhada por Zimbabwe e Moçambique, respectivamente com áreas
de drenagem de 83845 km2 e 22.575 km2, 79% e 21% da área total de cerca de 10.642 km2.
Tem um comprimento total de 735 km dos quais 330 no território moçambicano e 405 km no
território do Zimbabwe, sentido de oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.5. Bacia de Zambeze
Bacia internacional maior rio de Moçambique e o quarto maior do continente africano,
nasce em Kalene Hill (Zâmbia) e deságua em Chinde-Oceano Índico (Moçambique). Ocupa
uma área da bacia 1.390.000 km2 e um comprimento de 2.574 km. Tem uma vazão acima de
(3.558 m3/s) e segue o sentido de oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.6. Bacia de Rovuma
Bacia internacional com área avaliada em 155.000 km2 e 800 km de extensão. A bacia é
partilhada por três países, nomeadamente, Moçambique, Tanzânia e Malawi, com cerca de
65,39% (99,530 km2) em Moçambique, seguida de Tanzânia com 34,30% e por último Malawi
com 0,31%. Com uma vazão médio de 356 m3/s, é considerada a segunda maior bacia de
Moçambique e segue o sentido de oeste para leste (Ribeiro, 2018).
1.2.7. Bacia de Messalo
A bacia nacional, tem uma área total de 24.436,6 km2, 280 km de extensão e ocupa grande
parte da Província de Cabo Delgado e uma parte da Província de Niassa.nasce em Moçambique,
no centro-sul da província do Niassa e depois de um percurso no sentido sensivelmente SW-
NE, desagua no litoral da província de Cabo Delgado e segue o sentido de oeste para leste
(Ribeiro, 2018).
1.2.8. Bacia do Govuro
Bacia nacional com uma área de 11.500 km2, é o mais importante rio da região Norte da
Província de Inhambane. Nasce em Mapinhane distrito de Vilankulo e tem uma extensão de
225 km, percorrendo os distritos de Vilankulo e Inhassoro, deságua no Oceano Índico na Região
de Macovane, segue o sentido de sul para norte (Ribeiro, 2018).
1.2.9. Bacia de Inharrime
Bacia nacional, possui uma área estimada em 10.850 km2 e um comprimento de 150 km
abrangendo total ou parcialmente os distritos de Panda, Zavala e Inharrime. Nasce na província
de Gaza e desagua na Lagoa Poelela em Inharrime, segue o sentido de oeste para leste (Ribeiro,
2018).
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Rio internacional, situado entre Moçambique e Zimbabwe, com área de 31.151 km2 e com
extensão de 400 km. Nasce no Zimbabué, tem uma vazão média de 120 m3/s e em território
inteiramente moçambicano, deságua a norte da baía de Sofala, formando um estuário baixo e
pantanoso em cuja margem esquerda se situa a Beira, segue o sentido de norte para leste
(Ribeiro, 2018).
Rio Búzi, com área de 31.000 km2 e com extensão de 250 km. Nasce no Zimbabué, tem
uma vazão média de 79 m3/s nasce no lado moçambicano da fronteira com o Zimbabué, perto
da povoação de Espungabera, seguindo depois sensivelmente de sudoeste para nordeste, até
desaguar imediatamente a sul do estuário do Púngoè. Segue o sentido de oeste para leste
(Ribeiro, 2018).
Rio Umbelúzi, com área de 5.400 km2 e com extensão de 56 km. Nasce no Zimbabué,
tem uma vazão média de 9 m3/s, nasce na região montanhosa do norte da Suazilândia e, após
um percurso sensivelmente de oeste para leste, deságua na baía do Maputo, em estuário comum
a vários rios (Matola, Infulene, Tembe). Na zona de maior altitude do seu troço moçambicano,
fica situada a barragem dos Pequenos Libombos (Ribeiro, 2018).
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Moçambique situa-se na África oriental, entre as latitudes 10°20’ S e 26°50’ S e possui uma
área aproximada de 783.000 Km2, dos quais cerca de 4500km2 é marinha. A plataforma
continental, até a isóbata de 200m tem uma área de 104km2. A linha da costa tem um
comprimento de cerca de 2700 km e é caracterizado por uma diversidade de habitantes que
inclui praias arenosas, dunas costeiras, recifes de corais, estuários, baías, florestas e pântanos
de mangal, tapetes de ervas marinhas (Hoguane, 2007).
O clima, dum modo geral, é tropical húmido com duas estações distintas: seca ou de Inverno
e húmida ou de Verão. A precipitação média anual é cerca de 1200 mm, e ocorre
maioritariamente durante o Verão, entre os meses de Novembro e Abril (Hoguane, 2007).
De acordo com a classificação de Köppen, a zona norte do país, nas províncias de Cabo
Delgado, Niassa, Nampula e Zambeze, e nas zonas costeiras são caracterizados por clima de
savana com chuvas tropicais (BWw) (Hoguane, 2007). A circulação atmosférica é caracterizada
por zonas de influência de baixas pressões equatoriais com ventos de monção de NE durante o
Verão, a norte do rio Zambeze e (ii) zona de circulação anti-ciclónica subtropical, a sul do rio
Zambeze.
Moçambique possui muitos rios que drenam as suas águas para o Oceano Índico, dos quais
a maioria, e os mais importantes são internacionais, isto significa que são compartilhados por
mais países na região (Hoguane, 2007).
escoamento entra no oceano através do Bano de Sofala, na zona centro do país, onde
desagua o rio Zambeze, um dos maiores rios de África, desagua na zona central de
Moçambique e contribui com cerca de 88.000 milhões de metros cúbicos de água por
ano, cerca de 67% da descarga de todos os rios de Moçambique (Sætre & Silva, 1982).
O regime dos rios de Moçambique é classificado de torrencial com escoamentos
elevados durante a estação de chuvas, de Novembro a Março e escoamentos baixos
durante a estação seca, de Abril a Outubro (Hoguane, 2007).
2.2.Erosão Costeira
A erosão costeira é um problema identificado ao longo de toda a costa. Na zona centro
agrava-se pelo facto de as marés serem muito altas, chegando a atingir cerca de 6 metros de
altura nas marés vivas, o que é o dobro das marés verificadas nas zonas sul e norte do país.
Como consequência da elevada altura das marés, as correntes de marés são fortes, causando a
erosão das margens dos rios e da praia (Hoguane, 2007).
Conclusão
Em consonância com os conteúdos apresentados no presente trabalho conclui-se que
Moçambique possui diversas Bacias hidrográficas, distribuídas ao longo das três regiões (note,
Centro e Sul). Estes rios, drenam as suas águas para o Oceano Índico, dos quais a maioria, e os
mais importantes são internacionais, isto significa que são compartilhados por mais países na
região austral de Africa.
Bibliografia
FUNAE. (2015). Atlas de Energias Renováveis de Moçambique. Maputo: Ministério da
Energia. Obtido em 15 de Novembro de 2022, de http://atlas.funae.co.mz/pt-pt
Gil, A. C. (2002). Como elaborar projecto de pesquisa (4ª ed.). Sao Paulo: atlas.