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Dia mundial da biodiversidade

A Organização das Nações Unidas proclamou 22 de Maio o Dia Internacional da Diversidade,


como uma forma para sensibilizar e aumentar a compreensão sobre as questões da
biodiversidade. Quando criada pela Segunda Comissão da Assembleia Geral da ONU a 29 de
Dezembro de 1993 (data da entrada em vigor da Convenção da Diversidade Biológica), foi
designado Dia Internacional da Diversidade Biológica.

Em Dezembro de 2000, a Assembleia Geral da ONU aprovou 22 de Maio como o Dia


Internacional da Biodiversidade, para comemorar a aprovação do texto da Convenção em 22 de
Maio de 1992 pelo “Nairobi Final Act of the Conference for the Adoption of the Agreed Text of
the Convention on Biological Diversity”.

Esta data representa um grande ganho para o WWF, uma vez que encoraja a sociedade no geral,
tanto de forma individual ou colectiva, a se engajar mais em acções de conservação, o que vem
fortalecer as actividades que o WWF vem desenvolvendo em todo o mundo, tendentes a manter
um “planeta vivo” onde o ser humano viva em harmonia com a natureza.

A transferência de 29 de Dezembro para 22 de Maio deveu-se ao facto de a primeira data


coincidir com um período de muitos feriados em vários países, o que não permitia que muitos
países planeassem actividades para essa data.

Convenção sobre Diversidade Biológica

A Convenção Sobre Diversidade Biológica (CBD) estabelece normas e princípios que devem reger o uso
e a protecção da diversidade biológica em cada país signatário.

Em linhas gerais, a Convenção da Diversidade Biológica - CDB propõe regras para assegurar a
conservação da biodiversidade, o seu uso sustentável e a justa repartição dos benefícios provenientes do
uso económico dos recursos genéticos, respeitada a soberania de cada nação sobre o património existente
em seu território.

A Convenção Sobre Diversidade Biológica (CBD) já foi assinada por 175 países (em 1992 durante a Eco-
92), dos quais 168 a ratificaram, incluindo o Brasil (Decreto Nº 2.519 de 16 de março de 1998).
Um dos conflitos entre a CDB e o tratado internacional TRIPS é que, enquanto a CDB, estabelece
princípios de repartição justa e equitativa dos benefícios, valorização dos conhecimentos tradicionais
entre outros, o sistema de patentes do TRIPs protege, assegura monopólio e propriedade àquele que detém
e desenvolve novas tecnologias e produtos, inclusive os oriundos da biodiversidade acessada por meio de
conhecimento tradicional.

As propostas sobre a implementação dos princípios da CDB entre os países mega-biodiversos e aqueles
detentores de tecnologia não avançam em função de que alguns países, como é o caso dos EUA, não
ratificaram essa tratado multilateral. Portanto, não são obrigados a respeitar (e não respeitam) os
princípios da Convenção.

Estatuto jurídico da biodiversidade

A biodiversidade deve ser avaliada e sua evolução, analisada (através de observações, inventários,
conservação…) que devem ser levada em consideração nas decisões políticas. Está começando a receber
uma direcção jurídica.

 A relação "Leis e ecossistema" é muito antiga e tem consequências na biodiversidade. Está


relacionada aos direitos de propriedade pública e privada. Pode definir a protecção de
ecossistemas ameaçados, mas também alguns direitos e deveres (por exemplo, direitos de pesca,
direitos de caça).
 "Leis e espécies" é um tópico mais recente. Define espécies que devem ser protegidas por causa
da ameaça de extinção. Algumas pessoas questionam a aplicação dessas leis.
 "Lei e genes" tem apenas um século. Enquanto a abordagem genética não é nova (domesticação,
métodos tradicionais de selecção de plantas), o progresso realizado no campo da genética nos
últimos 20 anos leva à obrigação de leis mais rígidas. Com as novas tecnologias da genética e da
engenharia genética, as pessoas estão pensando sobre o patenteamento de genes, processos de
patenteamento, e um conceito totalmente novo sobre o recurso genético. Um debate muito
caloroso, hoje em dia, procura definir se o recurso é o gene, o organismo, o DNA ou os
processos.

A convenção de 1972 da UNESCO estabeleceu que os recursos biológicos, tais como plantas, eram uma
herança comum da humanidade. Essas regras provavelmente inspiraram a criação de grandes bancos
públicos de recursos genéticos, localizados fora dos países-recursos.
Novos acordos globais (Convenção sobre Diversidade Biológica), dá agora direito nacional soberano
sobre os recursos biológicos (não propriedade). A ideia de conservação estática da biodiversidade está
desaparecendo e sendo substituída pela ideia de uma conservação dinâmica, através da noção de recurso e
inovação.

Os novos acordos estabelecem que os países devem conservar a biodiversidade, desenvolver recursos para
sustentabilidade e partilhar os benefícios resultante de seu uso. Sob essas novas regras, é esperado que o
Bioprospecto ou colecção de produtos naturais tem que ser permitido pelo país rico em biodiversidade,
em troca da divisão dos benefícios.

Princípios soberanos podem depender do que é melhor conhecido como Access and Benefit Sharing
Agreements (ABAs). O espírito da Convenção sobre Biodiversidade implica num consenso informado
prévio entre o país fonte e o colector, a fim de estabelecer qual recurso será usado e para quê, e para
decidir um acordo amigável sobre a divisão de benefícios. O bioprospecto pode vir a se tornar um tipo de
Biopirataria quando esses princípios não são respeitados.

Decisão 93/626/CEE do Conselho, de 25 de Outubro de 1993, relativa à celebração da Convenção sobre a


diversidade biológica.

A Convenção sobre a diversidade biológica (CDB) (EN) foi assinada pela Comunidade e por todos os
seus Estados-Membros na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, realizada
no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de Junho de 1992. A decisão referida adopta a convenção em nome da
Comunidade Europeia.

Desde há várias décadas que se observa uma considerável redução da diversidade biológica à escala
mundial e europeia como consequência de determinadas actividades humanas (poluição, desflorestação,
etc.). Segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), em alguns países
europeus, já se encontram extintas, em percentagens que atingem os 24%, espécies de determinados
grupos, como borboletas, aves e mamíferos.

Esta situação é preocupante. Com efeito, uma diversidade biológica adequada limita os efeitos de
determinados riscos ambientais como as alterações climáticas e as invasões de parasitas. A diversidade é
essencial para a viabilidade a longo prazo das actividades agrícolas e haliêuticas, constituindo a base de
vários processos industriais e da produção de novos medicamentos. A conservação e a utilização
sustentável da diversidade biológica são indispensáveis para alcançar um desenvolvimento sustentável,
bem como os objectivos de desenvolvimento do milénio no tocante à pobreza, à saúde e ao ambiente. Em
2002, na cimeira mundial sobre o desenvolvimento sustentável de Joanesburgo, os chefes de Estado do
mundo inteiro acordaram na necessidade de reduzir de forma significativa a taxa de perda da diversidade
biológica até 2010. A CDB foi reconhecida como instrumento principal nesta matéria. Em 2001, o
Conselho Europeu de Göteborg aprovou o objectivo de deter a perda de diversidade biológica na União
até 2010.

Os Estados são responsáveis pela conservação da sua diversidade biológica e pela utilização sustentável
dos seus recursos biológicos.

As informações e os conhecimentos relativos à diversidade biológica são, geralmente, insuficientes. É,


por conseguinte, necessário desenvolver capacidades científicas, técnicas e institucionais que
proporcionem um conhecimento básico que permita conceber e aplicar medidas adequadas com o
objectivo de manter a diversidade biológica.

A CDB tem por objectivo a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável dos seus
componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios que advêm da utilização dos recursos genéticos,
inclusivamente através do acesso adequado a esses recursos e da transferência apropriada das tecnologias
relevantes, tendo em conta todos os direitos sobre esses recursos e tecnologias, bem como através de um
financiamento adequado.

De acordo com a Carta dos Nações Unidas e com os princípios do direito internacional, os Estados têm o
direito soberano de explorar os seus próprios recursos na aplicação da sua própria política ambiental e a
responsabilidade de assegurar que as actividades sob a sua jurisdição ou controlo não prejudiquem o
ambiente de outros Estados ou de áreas situadas fora dos limites da sua jurisdição.

Sob reserva dos direitos dos outros Estados e salvo disposição expressa em contrário na convenção, as
disposições da convenção aplicam-se em relação a cada parte contratante:

 No caso de componentes da diversidade biológica, em áreas situadas dentro


dos limites da sua jurisdição nacional;
 No caso de processos e actividades realizadas sob sua jurisdição ou controlo, e
independentemente de onde se manifestem os seus efeitos, dentro ou fora dos
limites da sua jurisdição nacional.

Cada parte contratante deverá, na medida do possível, cooperar directamente com outras partes
contratantes ou, quando apropriado, através das organizações internacionais competentes, relativamente a
áreas fora da sua jurisdição e em outras questões de interesse mútuo para a conservação e a utilização
sustentável da diversidade biológica.

Cada parte contratante deverá, de acordo com as suas condições e capacidades particulares:

 Desenvolver estratégias, planos e programas nacionais para a conservação e a


utilização sustentável da diversidade biológica ou adaptar para este fim as
estratégias, planos ou programas existentes;
 Integrar, na medida do possível, a conservação e a utilização sustentável da
diversidade biológica nos planos, programas e políticas sectoriais ou
intersectoriais.

Cada parte contratante deverá, na medida do possível:

 Identificar os componentes da diversidade biológica importantes para a sua


conservação e utilização sustentável, tendo em consideração a lista indicativa de
categorias estabelecida no anexo I;
 Monitorizar, mediante amostragem e outras técnicas, os componentes da
diversidade biológica identificados, prestando especial atenção aos que requerem a
adopção de medidas urgentes de conservação e aos que oferecem o maior potencial
para a utilização sustentável;
 Identificar os processos e categorias de actividades que tenham, ou seja provável
que tenham, impactes adversos na conservação e utilização sustentável da
diversidade biológica e monitorizar os seus efeitos, mediante amostragem e outras
técnicas;
 Manter e organizar, mediante qualquer mecanismo, os dados provenientes das
actividades de identificação e monitorização, em conformidade com os pontos
anteriormente referidos.

Cada parte contratante deverá, na medida do possível, adoptar medidas económica e socialmente
correctas que actuem como incentivos para a conservação e a utilização sustentável dos componentes da
diversidade biológica.

A convenção prevê:
 O estabelecimento e a continuação dos programas de educação e de formação
científica e técnica para identificação, conservação e utilização sustentável da
diversidade biológica e seus componentes, bem como a prestação de apoio para tal
fim de acordo com as necessidades específicas dos países em desenvolvimento;
 O incentivo da investigação que contribua para a conservação e a utilização
sustentável da diversidade biológica, particularmente nos países em
desenvolvimento;
 O incentivo da utilização dos progressos científicos em matéria de investigação
sobre diversidade biológica tendo em vista o desenvolvimento de métodos de
conservação e utilização sustentável dos recursos biológicos, bem como a
promoção de uma cooperação para esse efeito.

Sumário
A Convenção Sobre Diversidade Biológica (CBD) estabelece normas e princípios que devem reger o uso
e a protecção da diversidade biológica em cada país signatário.. De acordo com a Carta dos Nações
Unidas e com os princípios do direito internacional, os Estados têm o direito soberano de explorar os seus
próprios recursos na aplicação da sua própria política ambiental e a responsabilidade de assegurar que as
actividades sob a sua jurisdição ou controlo não prejudiquem o ambiente de outros Estados ou de áreas
situadas fora dos limites da sua jurisdição.

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