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Direito Internacional Ambiental

UFRGS 2023
Doutorando: Matheus Gobbato Leichtweis
Roteiro

• O que é o Direito Internacional Ambiental?


• Os principais atores
• As fontes
• O desenvolvimento
• O direito internacional do Desenvolvimento
(in)sustentável
• O regime climático: O Direito Internacional das
Mudanças Climáticas
Direito Internacional Ambiental:
estrutura legal e regulatória criada pela comunidade de estados
soberanos para lidar com os danos ambientais globais"
" (RAJAMANI and PEEL, 2020)

DANOS AMBIENTAIS GLOBAIS


• transfronteiriços: poluição, danos a
ecossistemas, florestas, biodiversidade, ambiente marinho,
atmosfera...
• Dimensão global: aquecimento global, alterações climáticas
• Complexidade e multiplicidade de atores, interesses e causas.
• Ameaça: dano irreversível ao planeta, saúde, bem-estar e
sobrevivência da humanidade e outras espécies
• Eventos climáticos, desastres ambientais: secas,
queimadas, desastres naturais, aumento das temperaturas,
perda da biodiversidade)

Impacto da atividade humana na terra


• Desenvolvimento insustentável, Crescimento econômico
descontrolado, consumo irracional de recursos naturais) 🡪 Danos
irreversíveis a ecossistemas, florestas, biodiversidade, ambiente
marinho; 🡪 aquecimento global e alterações climáticas
Direito Internacional Ambiental
• COOPERAÇÃO e REGULAÇÃO internacional para
• conter, reverter e prevenir os danos ambientais (globais)
• PREVENIR, ADAPTAR E MITIGAR (Resiliência)

• REGULAÇÃO da conduta de estados, agentes econômicos e indivíduos


• TRANSFORMAÇÃO do desenvolvimento insustentável

Outras características: do Direito Ambiental Internacional


• Ampla gama de temas: Poluição, desenvolvimento, conservação da natureza, ecossistemas, florestas,
biodiversidade, energia, pesca, direito dos mares,
• Interface com a ciência = ecossistemas, gerenciamento adaptativo, regimes de pesca, regime de Ozônio,
IPCC (International Panel on Climate Change)

Os principais atores do Direito Ambiental Internacional

1. Estados
- assinam tratados e praticam atos
- Organizações interestatais (exemplo União Europeia)
- Entidades subnacionais (cidades, estados, regiões autônomas)
2. Atores não estatais
- Grupos de interesse como ONGS (WWF, Greenpeace),
- movimentos sociais organizados, autoridades locais, associações representantes de trabalhadores,
povos indígenas, empresas e grupos de interesse econômico, representantes da indústria, sindicatos,
agricultores...
- comunidade científica e tecnológica
- influenciam os valores e a base de informações.
- Mecanismos de participação (previstos expressamente ou não). Ainda são limitados. ONGS em sua maioria grande
companhias de extração de recursos
3. organizações interestatais/instituições internacionais
- Secretariados dos acordos internacionais
- monitoram, discutem, estabelecem agenda
As fontes do Direito Internacional Ambiental
“Hard Law” “Soft Law”

• Tratados (convenções ou acordos, • Declarações – consolidam princípios, costumes e


aspirações
acordos-quadro, protocolos, anexos) • Princípios estabelecidos nos próprios
• Textos contêm os próprios mecanismos para tratados/acordos de direito ambiental;
implementação: COP – Conference of Parties • Recomendações
(Committee for Scientific and Technical • Códigos de Conduta ambiental
Advice + Secretariat)
• Políticas de Responsabilidade Social (e ambiental)
• Costume – Prática estatal + opinião Corporativa (CSR)
jurídica • Standards. Ex: padrões de qualidade da OMS;
Codex Alimentarius da FAO; ISO 14001
• Princípios gerais do direito (Artigo 38 • Eco-labelling
(1) (c) do estatuto CIJ), • OECD Guidelines for Multinational Enterprises
• Equator Principles
• Decisoes judiciais e opiniões
• O Desenvolvimento do Direito Internacional Ambiental

Abordagem pontual, reativa, fragmentada


1. Século XX foco em problemas particulares de uso de recursos e exploração de recursos)
Parte dos temas clássicos do DI (Jurisdição Internacional, responsabilidade dos Estados, direito dos tratados);

2. A partir de 1972
(após Conferência Direito Internacional Ambiental adquire especificidade

de Estocolmo),

Abordagem integrada e global – "a common concern of humankind")


3. Pós 1992 (após Declaração do Rio de Princípios sobre ambiente e desenvolvimento sustentável;
Conferência do Rio) Nascimento do regime climático
•1992 Framework Convention on Climate Change (CBDR);
Direito Ambiental Internacional:
instrumentos internacionais relevantes

• 1972 Conferência de Estocolmo Sobre o Ambiente Humano (Stockholm Conference


on Human Environment)
• UNESCO 1972 Convention Concerning the Protection of the World Cultural and Natural
Heritage – World Heritage Convention
• 1971 Ramsar Convention on Wetlands
• 1972 Limits to Growth (A Report for the Club of Rome's Project on the predicament of
mankind)
• 1973 Convention on International Trade in Endangered Species (CITES)
• 1979 Convention on the Conservation of Migratory Species of Wild Animals
• 1982 UNCLOS – United Nations Convention on the Law of the Sea
• 1985 – Vienna Convention for the Protection of the Ozone Layer – Protocolo de Montreal
• 1987 – Relatório Brundtland (World Commission on Environment and Development)
Direito Ambiental Internacional:
instrumentos internacionais relevantes

• 1988 - IPCC International Panel on Climate Change


• 1989 – Basel Convention on the Transboundary Movement of Hazardous Wastes
and their Disposal
• 1992 Rio Conference on Environment and Development
• Declaração de Princípios sobre ambiente e desenvolvimento sustentável
• Agenda 21 (Programa de Açao para o século XXI)
• UN Commission on Sustainable Development (1992-2012)
• UNFCCC Framework Convention on Climate Change (Acordo-
quadro sobre Mudanças Climáticas)
• Convention on Biological diversity (Convenção sobre Biodiversidade)
• Non-binding authoritative Statement of Principles for a Global
Consensus on the Management, Conservation and Sustainable Development of All
types of Forest
Direito Ambiental Internacional:
instrumentos internacionais relevantes

• 1994 Convention to Combat Desertification


• 1994 International Tropical Timber Agreement (ITTA) – focused on timber trade, not biodiversity
• 1997 Protocolo de Kyoto
• 2000 Protocolo de Cartagena (transboundary movement of living modified organisms)
• 2000 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
• 2002 Johannesburg World Summit on Sustainable Development
• 2009 Conferência do Clima de Copenhague
• 2010 Nagoya Protocol on Access to Genetic Resources and the Fair and Equitable Sharing of Benefits Arising
from their Utilization to the Convention on Biological Diversity,
• 2012 UN COnference on Sustainable Development (Rio+20)
• The Future We Want
• High-Level Political Forum (HLPF) on Sustainable Development
• Green Economy - Economia Verde
• 2015 United Nations Sustainable Development Summit – 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
• 2015 United Nations Climate Change Conference - Acordo de Paris sobre o Clima
Diferentes regimes ou áreas do Direito Ambiental Internacional

Proteção do ambiente
Poluição transfronteiriça
Mudanças climáticas Recursos de água doce marinho: poluição e Vida selvagem
do ar
pesca

Desenvolvimento Aviação e transporte Substâncias e atividades


Participação pública Prevenção de danos
sustentável marítimo perigosas

Biodiversidade Ecossistemas Riscos nucleares Resíduos tóxicos comida


Princípios do Direito Ambiental Internacional

"Principles, for all their inherent ambiguities, form a skeletal structure for the body of international environmental law.
As such, they guide the interpretation of existing regimes and structure of new ones." (RAJAMANI, PEEL, 2020, p. 14)

Princípio do “bom vizinho” ou Princípio do poluidor pagador


Igualdade intergeracional Princípio da precaução
“no harm” (“polluter pays”)

Princípio da integração (do


Princípio do uso racional dos “responsabilidades comuns Princípio do meio ambiente nos projetos
recursos naturais mas diferenciadas” desenvolvimento sustentável econômicos e de
desenvolvimento)

Estudo de Impacto Ambiental


Direito ao desenvolvimento Erradicação da pobreza
e Comunicação do risco.
Diálogo com outras áreas do Direito Internacional:
conflito ou convergência de valores e objetivos?
Comércio Investimento Energia Propriedade Intelectual
• OMC • Investor-State Arbitrations, ICSID.. • Conventional energy (fossil-fuel) = • Technological innovation
• GATS, TRIPS • BITS – Bilateral investment treaties environmental harm • Developed X developing
• Exclusion of agricultural trade, transfer • FTAs – Free Trade Agreements • Sustainable energy (biofuels, wind) = • Cooperation in research and
of technology, and the cross-border environmental harm, impact on food development
movement of people security, species protection • Acordo TRIPS. Patent technological
pools

Direitos humanos Migração Desastres Conflitos armados


• "Human right to a healthy environment" • Migração forçada e voluntária por • Compensação • Direito Internacional Humanitário
UNGA A/76/L.75 fatores ambientais • Princípio da precaução • Proteção do ambiente em zonas de
• Acesso à informação, participação • Custos humanos das mudanças • Redução de Risco conflito
pública, remédios jurídicos climáticas • Direito Internacional Penal (ecocídio)
• Sendai Framework for Disaster Risk
• Jurisprudência (nacional e internacional) • Operações Militares???
Reduction 2015-2030
STF, CIADH OC-23/17
Medidas de implementação
• Mecanismos nacionais de comando e controle: proibição, licença ambiental, políticas ambientais
• Mecanismos nacionais de mercado: impostos, multas, subsídios, isenções
• Compliance (Procedimentos de monitoramento, sistemas de relatório, EIA, due dilligence)
• Transparency (Procedimentos, Participiação pública)
• Assistência financeira (empréstimos, seguros, financiamento de projetos)
• Assistência e transferência de tecnologia
• Nível internacional (ausência de instituição específica para solução de controvérsias)
• Dilema 1: Quanto mais estados, mais amplas, abertas e ambíguas tendem a ser as provisões dos tratados.
• Dilema 2: Quanto mais obrigações e penalidades, menos estados tendem a participar.
• Monitoramento Multilateralizado/controle institucionalizado.
• O controle é confiado aos órgãos ad hoc criados pelas diferentes convenções - Conferências das Partes,
comitês e secretariados, que desempenham aí um papel fundamental
• Um controle sistemático e organizado. Preventivo.
• Controle contínuo, a priori. cooperação e assistência substituindo a sanção.
•Disputas perante cortes internacionais
• Corte Internacional de Justiça
• Corpo de apelação da OMC (disputa entre comércio e ambientalistas)
• Tribunal Internacional do Direito do Mar
• Corte Europeia de Direitos Humanos
• Corte Interamericana de Direitos Humanos?
•Disputas perante cortes nacionais/ regionais
A efetividade do DAI "O direito ambiental internacional,
como outros campos do direito
• Impacto do DAI tem sido "modesto". internacional, é refém da soberania
• Efetividade do ponto de vista do direito (cumprimento dos tratados) X nacional, e a vontade política e seus
efetividade do ponto de vista da ciência (resolução efetiva do problema) limites são igualmente os limites do
• Responsabilidade dos estados direito internacional". P. 29
• Regras tradicionais de responsabilidade estatal, due dilligence...
• O obstáculo da SOBERANIA: "Há limites claros para o que a lei
• Regras agem depois que o dano ocorre ambiental internacional -
• Dano pode ser incremental e difícil de associar a uma única ação ou omissão (ex. estabelecida diretamente dentro da
alterações climáticas)
arquitetura atual da lei
• Responsabilidade das empresas internacional e refém da vontade
• Globalização econômica = Grandes Corporações de atuação global nacional e das políticas de poder -
• race to the bottom (Competição por mão de obra barata, menos regulação pode fazer e se espera que faça" P.
tributária, trabalhista, e ambiental para maior taxa de lucro) 29
• Iniciativas voluntárias. Responsabilidade Social Corporativa, Environmental Social
Governance
• O princípio do poluidor pagador - nacional e internacional
• Aplicável a estados e entes privados (usinas nucleares, trasnporte de óleo)
• Efetividade limitada
• Flag of convenience
Desenvolvimento sustentável
• Críticas:
• sustentabilidade fraca
• Conceito vago e impreciso.
• Contradição em termos
• “business as usual”
• Capitalismo verde = greenwashing
• Racismo Ambiental,
• Colonialismo.
• Alternativas?
• Justiça ambiental,
• Justiça climática,
• Transição justa,
• System change, not climate change!
• Radicalismo verde,
• decrescimento,
• buen vivir.
Transformações e tendências recentes

• Mainstreaming das questões ambientais


• Flexibilização do regime (movimento do HARD LAW ---> SOFT LAW)
• Obrigações substantivas --> obrigações procedimentais
• Obrigações uniformes ---> contribuições nacionais voluntárias.
• Fim da diferenciação
• Tratados ---> interpretação e implementação de tratados
• treaty-making ---> treaty interpretation and implementation
• MEA ---> COPs, reporting monitoring and review mechanisms
• Aposta na judicialização
• Cortes nacionais, Corte Internacional de Justiça, Corpo de apelação da OMC, Tribunal Internacional do Direito do
Mar, Corte Europeia de Direitos Humanos, Corte Interamericana de Direitos Humanos
• New forms of governance (decentralization and polycentrism)
• Business Community participation (Multinational Corporations, banks, investors, insurers)
• Non-state and sub-national participation
• Bottom-up
Direito internacional do
Desenvolvimento
Sustentável
• "desenvolvimento que satisfaz as
necessidades presentes,
sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir
suas próprias necessidades"
Relatório Brundtland, ("Nosso
Futuro Comum", 1987)
Desenvolvimento Sustentável: linha do tempo
• 1987 WCED Brundtland Report
• 1992 Rio UN Conference on Environment & Development (Earth Summit)
• UN Commission on Sustainable Development (1992-2012)
• Declaração de Princípios sobre ambiente e desenvolvimento sustentável
• Programa de Açao para o século XXI (Agenda 21)
• UNFCCC (Convenção-quadro para mudanças climáticas)
• 2000 – Millenium Development Goals (Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio): 2000-2015
• 2002 Johannesburg World Summit on Sustainable Development
• 2012 UN Conference on Sustainable Development (Rio+20)
• The Future We Want = Economia Verde
• High-Level Political Forum (HLPF) on Sustainable Development
• 2015 United Nations Sustainable Development Summit
• 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Os Objetivos de • 17 objetivos, 169 metas
• Obrigações procedimentais, em vez de obrigações substantivas:
Desenvolvimento • Medição, monitoramento e mecanismos de revisão e
implementação
Sustentável (ODS) • contribuições nacionais voluntárias em vez de obrigações
- Agenda 2030 uniformes
• Voluntary National Reviews
• High Level Political Forum (HLPF)
Direito Internacional das
Mudanças Climáticas

• 1992 UNFCCC (Acordo-


Quadro sobre Mudanças
Climáticas (1992)
• 1997 Kyoto Protocol
• 2015 Acordo de Paris
Direito Internacional
das Mudanças Climáticas

• Interface entre Ciência, tecnolocia, direito e política


• IPCC: 1988: Criação do IPCC pelo WMO e UNEP
• Dimensão política
• Internacional: Desafios de equidade (disparidade de riqueza,
perfis de emissão de GEE, vulnerabilidade entre estados
'desenvolvidos' e 'em desenvolvimento'
• Doméstica: Economia de combustíveis de carbono,
dependencia energética, negacionismo científico
• Dimensão jurídica do desafio
• Top-down X Bottom Up
• Natureza das obrigações?
• Grau de benefício ao Sul.
• Financiamento e implementação
Emissões totais de CO2 Ano
UNFCCC Acordo-Quadro sobre Mudanças Climáticas (1992)
Objetivo (art. 2):
• “estabilização das concentrações dos gases de efeito estufa na atmosfera a um nível que poderia prevenir a
interferência antropogênica perigosa no sistema climático”

Princípios (art. 3)
• medidas de precaução para antecipar, prevenir ou minimizar as causas das mudanças climáticas e mitigar seus
efeitos.
• a promoção do desenvolvimento sustentável.
• e cooperação para promover um "sistema econômico internacional solidário e aberto".
• o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas

Compromissos (art 4, obrigações a todas as partes


• Formular políticas nacionais para medir, comunicar e limitar emissões de GEE
• Cooperar na mitigação, adaptação e implementação, desenvolvimento e transf. de tecnologia (foco nos países em
desenvolvimento)
• Anexo I e II = estados desenvolvidos devem assumir a frente, contribuir com recursos financeiros (para o Global
Environmental Facility – GEF e Green Climate Fund)

Arquitetura Institucional:
• COPs. Subsisdiary Bodies, mecanismo financeiro
Sharm el- COP 27 Sharm el-Sheikh Climate Change Conference - November
Sheikh, Egypt 2022
Milan,​ Italy​ COP 9 Milan Climate Change Conference -
Glasgow, UK COP 26 Glasgow Climate Change Conference – October-November December 2003
2021

Madrid, Spain COP 25 UN Climate Change Conference - December 2019 New Delhi, COP 8 New Delhi Climate Change Conference -
Katowice, Poland COP 24 Katowice Climate Change Conference – December 2018
India​ October 2002

Bonn, Germany COP 23 UN Climate Change Conference - November 2017

Marrakech, Morocco COP 22 Marrakech Climate Change Conference - November 2016


Marrakech, COP 7 Marrakech Climate Change Conference -
Morocco​ October 2001
Paris, France COP 21 Paris Climate Change Conference - November 2015
Bonn, COP 6- Bonn Climate Change Conference - July
Lima, Peru COP 20 Lima Climate Change Conference - December 2014
Germany​ 2 2001
Warsaw, Poland COP 19 Warsaw Climate Change Conference - November 2013
The COP 6 The Hague Climate Change Conference -
Doha, Qatar COP 18 Doha Climate Change Conference - November 2012
Hague,​Nethe November 2000
Durban, South Africa COP 17 Durban Climate Change Conference - November 2011 rlands​
Cancun, Mexico COP 16 Cancún Climate Change Conference - November 2010

Copenhagen, Denmar COP 15 Copenhagen Climate Change Conference - December 2009 Bonn,​Germa COP 5 Bonn Climate Change Conference -
k ny​ October 1999
Poznan, Poland COP 14 Poznan Climate Change Conference - December 2008
Buenos COP 4 Buenos Aires Climate Change Conference
Bali, Indonesia COP 13 Bali Climate Change Conference - December 2007 Aires,​Argenti - November 1998
na​
Nairobi, Kenya COP 12 Nairobi Climate Change Conference - November 2006

Montreal, Canada COP 11 Montreal Climate Change Conference - December 2005 Kyoto,​ Japan​ COP 3 Kyoto Climate Change Conference -
December 1997
Buenos COP 10 Buenos Aires Climate Change Conference - December
Aires, Argentina 2004
Protocolo de Kyoto ( 1997, entrou em vigor em 2005).
• Princípios: Operacionaliza o Princípio do CBDR (Common But Differentiated responsibilities)
• Anexo I (desenvolvidos X Anexo II em desenvolvimento)
• Compromissos (aos países desenvolvidos):
• Obrigações quantificadas de mitigação de emissao de GEE
• Obrigações procedimentais (relatório, revisão e cumprimento)
• Mecanismos de flexibilização
1. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
• projetos entre países do Anexo I e países não do anexo I (desenvolvidos e em desenvolvimento)
• Certificado de redução de emissao (CER) gerado a partir de um projeto de MDL
2. Implementação Conjunta (Article 6)
• projetos entre países do Anexo I (desenvolvidos)
• Unidade de redução de Emissão (ERU) gerada por um projeto de implementação conjunta.
3. Comércio de Emissões (Artigo 17)
• compra e venda das emissões. Mercado de carbono.
• “unidades de quantidade atribuídas” (AAU)
• Unidade de remoção (RMU) atribuída em função de uso da terra, florestamento e reflorestamento
O "Fracasso" de Kyoto
• EUA não ratificaram o Protocolo. (if equity is in, we're out')
• Segunda período de compromisso (2013-2020)
• Acordo de Copenhague (2009)
• Justiça e equidade são 'colocadas de lado'
• Mudança de paradigma: iniciativas de mitigação nacional voluntárias, contra a diferenciação
severa)
• Países desenvolvidos: compromisso para mobilizar $100 bilhões para países em
desenvolvimento
• Durban Climate Conference (2011)
• 2012 Doha Amendment (2013-2020) - Canadá, Japão e Rússia Saíram
• Países desenvolvidos exigem uma nova rodada de negociações para o período pós 2020, que
vai cluminar no acordo de Paris
Acordo de Paris (2015, em vigor em 2020)
• Aplicável a todos os países (sem diferenciação entre desenvolvidos e em desenvolvimento)
• Objetivo
• (2.1): manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2º C acima dos níveis pré-industriais e perseguir esforços para
limitar o aumento da temperatura em 1.5°C acima dos níveis pré industriais"
• (4.1) 'mirar' no alcance do pico global de emissão de GEE 'o quanto antes for possível' e fazer reduções rápidas a partir de então
• Princípios
• "à luz de diferentes circunstâncias nacionais"
• Sem Anexos: em vez de categorias de parte, categorias de compromisso, ajustados conforme o país
• Compromissos
• Obrigações procedimentais para comunicar os Intended Nationally Determined Contribution (INDC,
ou Contribuições voluntárias nacionalmente determinadas) - sem obrigação de resultado (Partes devem fornecer as
informações necessárias para fins de clareza, transparência e compreensão)
• Países devem rever suas contribuiçoes a cada 5 anos.
• Ambition cycle: Progresso, transparência, banco de informação sobre implementação, Cada nova INDC deve
progredir em relaçao à última
• Adaptação (art. 8), perdas e danos, eventos climáticos,...
• Financiamento: responsabilidade dos países desenvolvidos
• 2018 Paris Rulebook (Conferência do Clima de Katowice)
• Flexibilidade e discrecionariedade, mas exigência de transparência, clareza,
• Cortes nacionais
• Non-state actors
Acordo de Paris (2015, em vigor em 2020)
UNFCCC (Acordo-quadro da ONU) Acordo de Paris
Strictly differentiated undifferentiated
Top-down Bottom-up
Legally binding Voluntary 'pledge and review'
Targets and time-tables Voluntary contributions
Favourable to developing countries A more nuanced form of differentiation
(annex-based separation)
Justiça distributiva Justiça procedimental

Overall, then, ‘rather than establishing a set of 'Thus, when compared to the past, the Paris Agreement clearly
quantitative emissions reductions that are
internationally agreed’, the Paris Agreement
‘represents a weakening of the climate regime’s substantive
‘sidestep[ped] the distributional conflict inherent in the justice dimensions’ … As Clemencon concludes, ‘it has
Kyoto Protocol negotiations by leaving it to individual effectively sidelined equity and environmental justice
countries to determine how much they wish to considerations as a guiding principle for multi- lateral
contribute to the collective mitigation effort. Sengupta,
2023 cooperation’ on climate change.' Sengupta, 2023, p. 132
• as Partes poderão cooperar voluntariamente por meio de instrumentos
Artigo 6, Mecanismos de mercado a fim de cumprir com seus objetivos e permitir maior
ambição
de Mercado (mercados • estabelece as bases para o mercado de carbono internacional, na forma
de carbono). de transações de “resultados de mitigação” entre as Partes (art. 6.2) ou
entre entidades públicas ou privadas autorizadas pelas Partes (art. 6.4).
• O mecanismo de mercado criado por meio do Artigo 6.4,
que possibilita a compra e venda de créditos de carbono s
ob autoridade e orientação da Convenção do Clima,
Mecanismos de Mercado é considerado o sucessor do Mecanismo de Desenvolvim
(mercados de carbono). ento Limpo (MDL)
Mecanismos de
Mercado

• International programs include the Clean Development


Mechanism, Article 6 of the Paris Agreement, and CORSIA
• National programs include ETS systems such as the European Union
Emissions Trading System (EU-ETS) and the California Cap and Trade
Program
• standards and crediting mechanisms managed by independent,
nongovernmental entities, such as Verra and Gold Standar
• Chicago Mercantile Exchange, CTX Global, the European Energy
Exchange, Global Carbon Credit Exchange gCCEx, Intercontinental
Exchange, MexiCO2, NASDAQ OMX Commodities Europe, Xpansid
COP 27 Sharm el-Sheikh, Egypt (a "COP da implementação)
• O Plano de Implementação de Sharm El-Sheikh
• Fundos de Perdas e Danos para os países mais vulneráveis
• Quem receberá
• Quem financia? Qual a fonte? "Ampliar fontes de desenvolvimento"
• criação de um comitê de transição para elaborar recomendações e metas sobre o
funcionamento e financiamento do fundo
• Energia e combustíveis fósseis
• O BRASIL na COP
• Delegação oficial apagada
• Paradiplomacia (Carta da Amazonia)
• Retomada da liderança ambiental e climática
• Forum Internacional dos povos Indígenas
Litigância Climática
• responsabilizar governos centrais, administrações locais e empresas por sua ação
ou por sua inação diante do avanço da crise climática
• possibilidade estratégica na luta contra a mudança do clima e a favor da defesa
dos direitos humanos
• oportunidade de trazer à tona a emergência climática no debate público.
• ferramenta jurídica apta a acionar Poder Judiciário e
• órgãos extrajudiciais para avaliar, fiscalizar, implementar e efetivar direitos e
obrigações jurídi- cas relacionados às mudanças climáticas
• Podem envolver questões relacionadas a
• à redução das emissões de gases de efeito estufa (MITIGAÇÃO),
• à redução da vulnerabilidade aos efeitos das mudanças climáticas (ADAPTAÇÃO),
• à reparação de danos sofridos em razão das mudanças climáticas (PERDAS E DANOS) e ;
• À gestão dos riscos climáticos (RISCOS).
The Closing Window EMISSIONS
GAP REPORT (UNEP, 2022)
OXFAM, 2020 (Carbon inequality)
OXFAM, 2020 (Carbon inequality)
HICKEL (2022), National responsibility for ecological breakdown: a
fair-shares assessment of resource use, 1970–2017
Litigância Climática
Perspectivas Norte X Sul Global
Perspectiva do Norte global Perspectiva do Sul Global
Technological solutions: the importance of technology , Historical responsibility: Developed countries are primarily
including the development and transfer of clean responsible for the current levels of greenhouse gas
technologies to developing countries. emissions. They have a historical obligation to take the lead
in addressing climate change.
Market-based approaches: Market-based solutions, Equity: Developed countries must take greater responsibility
such as carbon pricing, as a cost-effective way in addressing climate change, given their greater capacities
to reduce greenhouse gas emissions. and historical contributions to the problem. Developing
countries should not bear an undue burden in terms of
mitigation and adaptation measures.
Private sector engagement: Emphasis in the role of Common but differentiated responsibilities
the private sector, including through investment in Climate Debt
clean energy and energy efficiency.
Global cooperation: International agreements Access to technology and financing: Developing countries
and the participation of all countries in often face significant barriers
mitigation and adaptation efforts.
Cost-effectiveness: Addressing climate change must be cost- Human rights: Climate change has significant implications for
effective and should not place an human rights, particularly for those communities and
undue burden on developed economies. countries most vulnerable to its impacts.
Ecocentrismo X Antropocentrismo
Abordagem ecocêntrica Abordagem antropocêntrica
Protection of ecosystems and biodiversity for the well-being Human well-being: global warming and its impacts can have
of all life on earth. significant adverse consequences for human health, security,
and prosperity.
Reduction of greenhouse gas emissions, recognizing that Economic development: economic growth as essential for
these emissions are the primary cause of global warming and improving human well-being and addressing poverty.
its adverse impacts on the environment.
Climate justice: the impacts of climate change must be Mitigation and adaptation: focus on measures that both
addressed in an equitable and just manner, taking into address the impacts of climate change and promote
account the disproportionate burden on vulnerable economic development.
communities and ecosystems.
Long-term sustainability: actions taken to address climate Private sector engagement: The role of the private sector in
change must be sustainable over the long-term. addressing climate change, including through investment in
clean energy and energy efficiency.
Climate mitigation and adaptation: both mitigation International cooperation in addressing climate change,
and adaptation measures are necessary for addressing the including through international agreements and the
impacts of climate change and avoiding its worst participation of all countries in mitigation and adaptation
consequences. efforts.
Referências
Corte Interamericana de Derechos Humanos (Corte IDH). Medio ambiente y derechos humanos (obligaciones
estatales en relación con el medio ambiente en el marco de la protección y garantía de los derechos a la vida y a la
integridad personal interpretación y alcance de los artículos 4.1 y 5.1, en relación con los artículos 1.1 y 2 de la
Convención Americana sobre Derechos Humanos). Opinión Consultiva OC-23/17 de 15 de noviembre de 2017.
Serie A No. 23
ISLAM, M. Rafiqul, History of the North-South Divide in International law: Colonial Discourses, Sovereignty, and Self-
Determination, in: ALAM, S. et al, International Environmental Law and the Global South, [s.l.]: Cambridge University
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KOIVUROVA, Timo. Introduction to International Environmental Law. [S. l.]: Routledge, 2014.
MAGDOFF, Fred; FOSTER, John Bellamy. What Every Environmentalist need to know about capitalism. A citizen’s guide
do capitalism and the Environment. [S. l.]: Monthly Review Press, 2011.
RAJAMANI, Lavanya; PEEL, Jacqueline. The Oxford Handbook of International Environmental Law. Oxford, 2020.
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http://www.un.org/documents/ga/conf151/aSaat ini, orang yang dimaksud adalah bank, yaitu suatu lembaga
keuangan berupa perusahaan yang mewakili nasabah untuk melakukan:conf15126-1annex1.htm.
1992 Rio Declaração de Princípios sobre ambiente e desenvolvimento sustentável - 27 princípios
1. seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável.
2. Os Estados, (...), têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias políticas ambientais e
de desenvolvimento, e a responsabilidade de velar para que as atividades realizadas sob sua jurisdição ou sob seu controle não
causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de zonas que estejam fora dos limites da jurisdição nacional.
3. O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de tal forma que responda eqüitativamente às necessidades de desenvolvimento e
ambientais das gerações presentes e futuras
4. (...) a proteção do meio ambiente deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento (...)
5. (...) cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza como requisito indispensável ao desenvolvimento sustentável, (...)
6. Prioridade especial aos países em desenvolvimento, em particular os países menos adiantados e os mais vulneráveis do ponto de
vista ambiental
7. Espírito de solidariedade mundial + Responsabilidades comuns mas diferenciadas. "Os países desenvolvidos reconhecem a
responsabilidade que lhes cabe na busca internacional do desenvolvimento sustentável, em vista das pressões que suas sociedades
exercem sobre o meio ambiente mundial e das tecnologias e dos recursos financeiros de que dispõem.
8. -
9. -
10. Incentivar consciencia pública e participaçao nas tomadas de decisao em matéria ambiental
11. -
12. -
13. -
14. -
15. Abordagem de precauçao
16. Princípio do Poluidor Pagador
17. Estudo de Impacto Ambiental
18. e 19. Comunicação do risco.

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