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AGROFLORESTAIS¹
¹Revisão bibliográfica para reposição de nota. ²Acadêmico (a) do curso de Engenharia Florestal
do Instituto de Biodiversidade e Florestas da Universidade Federal Do Oeste do Pará.
ÁREAS DEGRADADAS
Degradação do solo
Durante muito tempo, as práticas agrícolas realizadas no Brasil eram dadas pela
monocultura, cultivo de uma única espécie agrícola em determinada área ou região,
geralmente ocorrendo com maior intensidade nas grandes propriedades rurais, essa
atividade ocasiona grandes danos ao ambiente, tais como erosão, infertilidade do solo,
entre outros prejuízos ambientais (ZIMMERMANN, 2009).
No caso do solo, sua degradação resulta de processos naturais que podem ser
induzidos ou catalisados pelo homem, o processo de degradação dos solos produz a
deterioração da cobertura vegetal, do solo e dos recursos hídricos, através de uma série
de processos físicos, químicos e hidrológicos essa deterioração provoca a destruição tanto
do potencial biológico das terras quanto da capacidade das mesmas em sustentar a
população a ela ligada (PORTAL DIA DE CAMPO, 2017).
A estimativa da degradação do solo deve considerar a integração complexa de
fatores químicos, físicos e biológicos, funcionalmente dinâmicos, e objetiva caracterizar
o estado atual do solo, prever os caminhos de sua transformação e propor procedimentos
adequados para recuperação, bem como monitorar e avaliar os impactos antropogênicos
(SNAKIN et al., 1996; NORTCLIFF, 2002; MARTINS, 2009).
Em muitas áreas degradadas pela mineração o que se nota não é mais solo, mas
uma matriz de material mineral, de pobre estrutura física, pouca ou nenhuma matéria
orgânica e quantidade muito pequena de nutrientes para as plantas. Se uma cobertura
vegetal puder ser estabelecida, iniciar-se-á o processo de formação do solo por meio das
alterações químicas, físicas e biológicas do próprio solo, promovidas pela atividade
rizosférica das raízes, a falta de matéria orgânica constitui um dos principais problemas
da recuperação dessas áreas degradadas (LONGO, 2010).
Outro aspecto de grande importância a ser considerado na recuperação de áreas
degradadas pela mineração relaciona-se às características físicas dos solos. Mesmo com
o uso de fertilizantes, variedades adaptadas e controle de pragas e doenças, boas
produtividades não serão atingidas se houver degradação das características físicas do
solo (SILVA; RIBEIRO, 1992; LONGO, 2010).
A única maneira de se mitigar os impactos no solo, causados pela mineração, é
por meio do restabelecimento de uma cobertura vegetal perene sobre o local minerado
em curto tempo, posto que o processo de sucessão é lento enquanto a erosão é imediata e
acelerada, perpetuando o processo de degradação (GRIFFITH, 1980; LONGO, 2010).
Degradação de florestas
A matéria orgânica do solo é a principal fonte de nutrientes minerais para as
plantas. Assim, a perda da fertilidade natural dos solos tropicais úmidos tem como
principal causa o desaparecimento da matéria orgânica do mesmo (FRANCO, 1992).
Degradação de pastagens
São vários os fatores que podem levar à degradação das pastagens, entre eles, a
escolha incorreta da espécie forrageira, a má formação inicial, a falta de adubação de
manutenção e o manejo inadequado da pastagem. A falha em alguns desses fatores pode
acelerar o processo de degradação (PERON, 2004).
A degradação pode ser evitada com o uso de tecnologias que mantenham a
produção no patamar desejado, observadas as potencialidades do clima, solo, planta,
animal e sistema de manejo adotado. No entanto, quando as pastagens estão em processo
de degradação, estas precisam ser recuperadas ou renovadas (MACEDO, 2000).
Nesse contexto, os Sistemas Agroflorestais (SAFs) apresentam-se como
alternativas potenciais de uso do solo, uma vez que têm como objetivo recuperar as
funções ambientais, aumentar a biodiversidade (SILVEIRA, 2003) e gerar produtividade
agrícola, florestal e pecuária (FRANCO et al., 2002; SOUZA, 2013).
CONCLUSÃO
O que hoje domina no meio rural são grandes áreas intensamente cultivadas com
monoculturas, solo nu sofrendo intenso processo erosivo, zonas ripárias sem vegetação
provocando o assoreamento dos rios, e pequenos fragmentos florestais, isolados e
permanentemente perturbados pelas atividades humanas (AMADOR, 2017).
Assim como a degradação foi fruto de um processo histórico movido pelo ser
humano, a recuperação também depende de ações humanas efetivas e emergenciais. Além
da restauração, os modelos de desenvolvimento - rural e urbano - devem buscar novos
caminhos que conciliem as atividades econômicas com a conservação da biodiversidade
e dos recursos naturais (AMADOR, 2017).
REFERÊNCIAS
AMADOR, D. B. Restauração de Ecossistemas com Sistemas Agroflorestais.
http://saf.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/14.pdf. Acesso em 04 de agosto de 2017.
ÁREAS DEGRADADAS. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/informma/item/8705-recupera%C3%A7%C3%A3o-de-
%C3%A1reas-degradadas> Acesso em: 04 de agosto de 2017.
ARATO, H. D. Produção e decomposição de serapilheira em um sistema agroflorestal
implantado para recuperação de área degradada em viçosa-mg. Revista Árvore, Viçosa-
MG, v.27, n.5, p.715-721,2003.
CASTRO, A. P. Os sistemas agroflorestais como alternativa de sustentabilidade em
ecossistemas de várzea no Amazonas. 279 vol. 39(2) 2009: 279 – 288.