Você está na página 1de 8

Geografia

Principais Problemas Ambientais no MT

Discentes: Bruno Esquer Ribeiro, Lara Miranda Barbosa,


Gustavo Nascimento da Silva, Kaio Veronese de Brito, Maria Cecilia Dorta
Rodrigues, Rhaldrian Ferreira da Silva

Docente: Wandson do Nascimento Silva

Turma: 1A MSI

Tangará da Serra – Mato Groso

2022

1
Principais Problemas Ambientais no MT

O estado do Mato Grosso localizado na região Centro-Oeste do Brasil, é uma das 27


unidades federativas que compõe o país, o estado possui a maior parte do seu território
ocupado pela Amazônia Legal. O estado está dividido em 141 municípios, tendo como
os mais populosos e importantes as cidades de: Cuiabá (a capital do estado), Várzea
Grande, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Cáceres e Sorriso. O Mato Grosso é o
terceiro maior estado do país, sendo o 17º estado mais populoso do Brasil e concentra
1,7% da população brasileira.

O Mato Grosso possui três biomas, sendo eles:

Amazônia: Região que representa um dos maiores expoentes da biodiversidade do


planeta, a Amazônia é também um dos destinos mais cobiçados do ecoturismo, mais de
500.000 km² da Amazônia estão no território do estado do Mato Grosso, com áreas de
densa floresta formada por espécies com mais de 50 metros de altura cortadas por
grandes rios. A floresta amazônica, ainda misteriosa e inexplorada, abriga uma riqueza
natural incalculável, tanto do ponto de vista do turismo quanto da biotecnologia. A
região já possui, em vários municípios, estrutura para a exploração do ecoturismo,
turismo de observação, pesca esportiva, sem abrir mão da preservação da natureza.

Cerrado: É considerado o segundo maior bioma da América do Sul ocupando uma


área de 2.036.448 km2. O Cerrado é a segundo maior formação vegetal brasileira e
originalmente ocupava uma área de quase dois milhões de km², sendo que hoje ocupa
cerca apenas 20% do total. No Mato Grosso a área ocupada pelo Cerrado é de
aproximadamente 300 mil km², ocupa 34% do território estadual. No entanto, é neste
bioma considerado um dos mais importantes do Brasil que brotam rios que dividem as
três principais bacias hidrográficas do Brasil: Platina, Tocantins e Amazônica.

Pantanal: É uma região com alto índice de quantidade de chuvas, e alagamentos


ocasionados pelo transbordamento de inúmeros córregos e lagos, cujas águas fertilizam
o solo com uma camada de lama humífera (húmus), constituída por restos de animais e
vegetais misturados à areia. Considerado um dos patrimônios naturais do Brasil, possui
uma biodiversidade apenas superada pela existente na Amazônia, porém apresentando

2
maior número de indivíduos por espécies, tendo mais de 650 espécies de aves, 80
espécies de mamíferos e 50 espécies de répteis, além da grande diversidade de insetos
que o Pantanal possui.

Esses biomas são os mais afetados pelos problemas ambientais que o Mato Grosso
enfrenta, como: as queimadas, o desmatamento, a poluição do ar, degradação de áreas
legalmente protegidas, alterações de paisagens, contaminação do solo, a escassez de
água, a poluição dos rios entre outros.

Queimadas: Até 16 de novembro de 2020, Mato Grosso teve 8,5 milhões de hectares
queimados, uma área vinte e seis vezes maior que a da cidade de Cuiabá. Cerca de 38%
dessas ocorrências se concentraram no bioma Amazônia com mais de 3,2 milhões de
hectares incendiados, seguidas do Cerrado, onde houve mais de 3,1 milhões de hectares
queimados cerca de 36% do total, áreas com incêndio no Pantanal, por sua vez,
representaram 25% do total (2,1 hectares). A Amazônia teve cerca de 6,4% de toda a
área do bioma no estado consumida pelas chamas, o Cerrado mato-grossense teve 9%
de sua área atingida e o Pantanal foi o mais afetado pela ação do fogo, tento 40,1% de
seu território queimado. Os incêndios em Unidades de Conservação foram responsáveis
por 9% do total das áreas queimadas em Mato Grosso: 806 mil hectares. As 10
Unidades de Conservação com as maiores áreas queimadas estão no Cerrado ou no
Pantanal, a Área de Proteção Ambiental Estadual das Cabeceiras do Rio Cuiabá, com
124 mil hectares atingidos pelo fogo e o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense,
que teve 112 mil hectares dos seus 135 mil hectares afetados pelos incêndios. O
município de Mato Grosso com maior área afetada por incêndios foi Poconé, que abriga
a maior parte do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, com 869 mil hectares
consumidos pelas chamas, esse município sozinho teve 13% de toda a área atingida pelo
fogo no estado. Os meses que teve mais focos de incêndios, varia entre os biomas. Na
Amazônia, os meses com maior área destruída pelas queimadas, foram entre agosto e
outubro. No Cerrado os meses foram entre julho e outubro. No Pantanal os meses foram
entre julho e setembro.

Escassez de Água: O nível dos rios de Mato Grosso não tem sido suficiente para
abastecer a população de alguns municípios do estado no período de seca mais severa e
alguns já adotaram medidas preventivas para que não falte água. Com o nível baixo, o
Rio Cuiabá, considerado a maior fonte de abastecimento de água da Baixada Cuiabana,
já recebe reforço da usina de Manso, que passou a permitir maior fluxo de água. A cota
3
máxima do rio atingiu apenas 3,5 metros em 2021, de acordo com o diretor da
Secretaria de Defesa Civil de Cuiabá, José Pedro Zanetti, há uma grande escassez de
água e o Rio Cuiabá chegou a até 32 centímetros. Em Rondonópolis, o nível do Rio
Vermelho atingiu 1,5 metro de altura, um nível considerado baixo, já que o ideal seria
de 4,5 metros, o município construiu 10 novos reservatórios que vão armazenar 22
milhões de litros de água. Já em Tangará da Serra, os reservatórios também estão sendo
preparados e a prefeitura publicou um decreto que prevê multar as pessoas que
desperdiçarem água na cidade.

Contaminação do solo: A contaminação do solo ou poluição do solo é causada pela


presença de produtos químicos xenobióticos ou outras alterações no ambiente natural do
solo. É causada por atividade industrial, produtos químicos agrícolas ou descarte
inadequado de resíduos. Considerando a possibilidade de que os agrotóxicos utilizados
nas principais culturas, como soja, algodão e milho, podem gerar resíduos que
contaminam o meio ambiente, deve-se ser feita uma análise necessária preliminar sobre
a possibilidade de contaminação das águas subterrâneas por resíduos de agrotóxicos
utilizados nas principais regiões agrícolas do país. Uma dessas áreas agrícolas se
localiza na cidade de Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso, os principais
agrotóxicos aplicados nas diferentes culturas da região foram avaliados quanto às suas
propriedades físico-químicas, seus potenciais de contaminação de acordo com critérios
da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e pelo índice de vulnerabilidade
de águas subterrâneas. De acordo com os resultados encontrados, a região apresenta
risco de contaminação ambiental por resíduos de agrotóxicos, uma vez que 45,6% dos
agrotóxicos comumente empregados na agricultura local são classificados como
extremamente tóxicos ou altamente tóxicos. Além disso, vários desses ingredientes
aditivos, cerca de 22%, já foram detectados em diferentes compartimentos ambientais
de outras regiões do estado de Mato Grosso. Em virtude do tipo de solo da região e de
suas características físico-químicas, pode-se considerar que na região de Campo Novo
do Parecis, o solo favorece a percolação de princípios ativos, contribuindo para o
aumento do risco de contaminação de águas subterrâneas. Através do levantamento
realizado sobre os produtos utilizados nas áreas agrícolas do município, foi verificado o
uso de 114 produtos agrícolas na região.

4
Degradação de Áreas Legalmente Protegidas: A degradação ambiental ocorre através
do esgotamento de recursos naturais como: ar, água, solo, destruição de ecossistemas,
destruição de habitat, extinção da vida selvagem e poluição. No Mato Grosso, 36 mil
quilômetros quadrados são cobertos pela Unidade de Conservação (UC), que
corresponde a 4% do Estado, dessas áreas conservadas, 4% já foi desmatada, e a maior
parte do desmatamento ocorreu antes da criação. A ZSEE-MT traz novas áreas
indicadas para criação de unidades de conservação, essas áreas cobrirão 63,7 mil
quilômetros quadrados (7% do estado), sendo elas 34 mil em áreas florestais e 29 mil
em áreas do cerrado. O estado de Mato Grosso é o estado da Amazônia Legal que
representa menor área protegida, o Mato Grosso é o 3º maior estado do Brasil e é o com
menos área de conservação. O desmatamento e a degradação das florestas liberam
Gases do efeito estufa (GEE), que resulta no aquecimento global, o Mato Grosso é
responsável por 40% do desmatamento na Amazônia Brasileira nos últimos dez anos.
Esses desmatamentos podem ter gerado emissões de (3,7 bilhões de toneladas de
carbono) uma média de cerca de 100 milhões de toneladas de carbono por ano. Muitas
propriedades e posses rurais de Mato Grosso desmataram além do permitido pela
legislação ambiental, para evitar isso deverá ser criado mais Unidades de Conservação.

Alterações de Paisagens: As alterações que ocorrem na paisagem são provocadas tanto


por fatores naturais quanto sociais, estes com resultados mais imediatos e aqueles com
resultados a longo prazo com raras exceções, a exemplo dos deslizamentos de encostas.
Durante 10 dias, pesquisadores percorreram a área do Pantanal mato-grossense para
saber o porquê a paisagem tem mudando ao longo dos anos, quais os pontos que
contribuíram para as alterações da fauna e flora na região. Outra preocupação dos
pesquisadores é o uso do Rio Paraguai para o escoamento da produção de Mato Grosso.
A hidrovia Paraguai-Paraná, vai de Cáceres, a Nova Palmira, no Uruguai. O Rio
Paraguai é o principal formador do Pantanal, as curvas acentuadas ajudam a controlar a
velocidade da água. A região de Cáceres tem solução para esses problemas, como a
navegação fluvial que é o meio de transporte mais barato do mundo. Também está
prevista a implantação de terminais portuários particulares. Um deles deverá ser
construído acima da Estação Ecológica de Taiamã. Além disso, as alterações climáticas
no bioma podem afetar a formação de metano, que é um dos principais vilões do efeito
estufa, esses eventos extremos climáticos podem facilitar a remoção do metano que

5
ficaria recolhido na massa da água ser transferido para a atmosfera, a adição de metano
na atmosfera em grandes quantidades é um dos causadores do aquecimento global.

Poluição dos rios: O Mato Grosso tem uma grande variedade de rios, sendo eles os
principais os rios Cuiabá, Coxipó e Vermelho que banham cidades populosas de Mato
Grosso, eles fazem parte das duas maiores bacias hidrográficas do Brasil: a Amazônica
e a Platina. O estado tem 131 rios reconhecidos pela Agência Nacional de Águas
reconhecidos por abastecer a população. Seis rios e córregos de Mato Grosso são
considerados impróprios para banho, em alguns trechos dos rios Cuiabá, Paraguai e
Bugres foram encontrados quantidades irregulares de coliformes fecais, esgoto e níveis
de PH. Foram considerados como impróprios para banho os seguintes trechos do Rio
Cuiabá: comunidade de São Gonçalo Beira Rio e no trecho de Bonsucesso, no
município de Várzea Grande, a Praia da Carne Seca, localizada no rio Paraguai, segue
imprópria devido à presença de embarcações que realizam a extração de areia do rio, já
o Rio Bugre devido ao pH abaixo da média no ano de 2015 o rio foi classificado como
impróprio.

Poluição do ar: A poluição do ar é um dos principais problemas que levam uma pessoa
a ficar doente por condições respiratórias, a poluição pode ser causada por fatores
naturais ou humanos. Calor, umidade baixa, fumaça e inúmeros focos de incêndio
comprometem a qualidade do ar em Mato Grosso, em cinco municípios do estado, o ar
já é considerado inadequado para a saúde, de acordo com os padrões estabelecidos pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). Além de Cuiabá, Várzea Grande,
Rondonópolis, Sinop e Barra do Garças também estão com a qualidade do ar
comprometida. Um fator que contribui para a má qualidade do ar é a liberação de
monóxido de carbono pelos veículos que circulam nas ruas das cidades. De acordo com
o serviço de monitoramento suíço IQAir, o índice de qualidade do ar no dia 15 de
Setembro de 2020 foi de 178 US AQI em Cuiabá, o que é considerado insalubre e muito
prejudicial à saúde, ultrapassando o índice de Chengdu, na China de 152 US AQI e em
Nova Deli, capital da Índia de 157 US AQI , em Cuiabá também foi encontrado a
concentração de 108,3 microgramas por metro cúbico do poluente PM2.5 que é o
resultado de vários processos, entre eles a agricultura e incêndios.

6
Referências:
Wikipédia, a enciclopédia livre. Mato Grosso. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mato_Grosso. Acesso em: 01/03/2022.
Coisas do Mato Grosso. Biomas. Disponível em:
http://www.coisasdematogrosso.com.br/mato-grosso/biomas/. Acesso em: 01/03/2022.
Coisas do Mato Grosso. Cerrado. Disponível em:
http://www.coisasdematogrosso.com.br/mato-grosso/biomas/exibir.asp?
id=5&item=CERRADO#:~:text=O%20Cerrado%20%C3%A9%20a%20segunda,a
%2034%25%20do%20territ%C3%B3rio%20estadual. Acesso em: 01/03/2022.
Brasil Escola. Pantanal Mato-Grossense. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/pantanal-matogrossense.htm. Acesso em:
01/03/2022.
Instituto Centro de Vida. Balanço dos incêndios em Mato Grosso em 2020. Disponível
em:
https://www.icv.org.br/website/wp-content/uploads/2021/01/balancodosincendiosemma
togrossoem2020.pdf. Acesso em: 01/03/2022.
G1. Rios têm água insuficiente para abastecer população e municípios de MT adotam
medidas para evitar escassez. Disponível em:
https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2021/07/01/rios-tem-agua-insuficiente-
para-abastecer-populacao-e-municipios-de-mt-adotam-medidas-para-evitar-
escassez.ghtml. Acesso em: 01/03/2022.
AgroLink. Municípios “eficientes” estão em áreas com produção de grãos. Disponível
em: http://www.agrolink.com.br/noticias/municipios--eficientes--estao-em-areas-com-
producao-de-graos_189488.html. Acesso em: 02/03/2022.
AmbScience. Principais causas de solos contaminados. Disponível em:
https://ambscience.com/solos-contaminados/. Acesso em: 02/03/2022.
Instituto Centro de Vida. A importância das Áreas Protegidas Propostas no ZSEE-MT.
Disponível em:
https://www.icv.org.br/drop/wp-content/uploads/2013/08/icv_importanciaareasprotegid
aspropostas_zsee.pdf . Aceso em: 02/03/2022.
G1. Pesquisadores estudam alterações no Pantanal mato-grossense e alertam para
preservação do bioma. Disponível em:
https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2019/12/30/pesquisadores-estudam-
alteracoes-no-pantanal-mato-grossense-e-alertam-para-preservacao-do-bioma.ghtml.
Acesso em: 02/03/2022.
G1. Série mostra rios que banham as três cidades mais populosas de MT. Disponível
em: https://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2015/11/serie-mostra-rios-que-banham-
cidades-mais-populosas-de-mt.html. Acessado em: 02/03/2022.

7
G1. Seis rios e córregos de MT são impróprios para banho, diz relatório. Disponível em:
http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2015/10/seis-rios-e-corregos-de-mt-sao-
improprios-para-banho-diz-relatorio.html. Acesso em: 02/03/2022.
G1. Qualidade do ar em MT é considerada inadequada, segundo padrões da OMS.
Disponível em: https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2018/07/26/qualidade-do-
ar-em-mt-e-considerada-inadequada-segundo-padroes-da-oms.ghtml. Acesso em:
02/03/2022.
Olhar Direto. Nível de poluição no ar em Cuiabá ultrapassa o de metrópoles da China e
Índia. Disponível em: https://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?
id=475825&noticia=nivel-de-poluicao-no-ar-em-cuiaba-ultrapassa-o-de-metropoles-da-
china-e-india&edicao=4. Acesso em: 02/03/2022.

Você também pode gostar