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Bioma Amazônia

O que é o bioma Amazônia:

O bioma Amazônia é classificado como o maior e mais diversos bioma do país,


estendendo-se por quase metade do território do Brasil.
Além de ser o maior em extensão, também é o mais rico, pois conta com inúmeras
espécies animais e vegetais distribuídas por toda sua extensão.
O bioma amazônico tem uma área total de cerca 6,9 milhões de km 2. No Brasil, tem
cerca de 4,2 km2, o que representa 60% da área do bioma. Em relação à população,
estima-se que a região abrangida seja habitada por 35 milhões de pessoas.
O bioma fica localizado na região norte do país, passando por nove estados: Acre,
Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

A
Amazônia é o maior bioma do Brasil (Fonte: IBGE).
Além destes estados brasileiros, a Amazônia também atinge oito países localizados
na América do Sul: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Características do bioma Amazônia
O bioma Amazônia se caracteriza pela enorme biodiversidade, isto, pela grande
variedade em sua fauna e flora. Também possui uma diversidade nos relevos
encontrados. O seu ecossistema mais importante é a Floresta Amazônica, a maior
do mundo.

Flora

A flora da Amazônia é formada predominantemente por áreas de florestas, com


árvores bastante altas e robustas. Estima-se que façam parte do bioma entre 30 e 40
mil espécies diferentes de plantas, árvores e flores.
São alguns exemplos de espécies nativas da região: palmeira, vitória-régia, guaraná,
açaí, castanheira, jatobá, mogno e seringueira.

A seringueira é uma árvore típica do bioma amazônico. A árvore produz o látex,


utilizado na fabricação de borracha.
A vegetação encontrada no bioma amazônico é classificada em três tipos: terra firme,
várzea e igapó.
As florestas de terra firme ficam localizadas em regiões com mais altitude e se
caracterizam pelas árvores mais altas e densas.
As florestas de várzea são áreas mais rebaixadas, quase sempre próximas a rios e
que eventualmente sofrem cheias. É nessa região que o solo amazônico é mais rico
em nutrientes.
Já as florestas de igapó se localizam nas regiões mais baixas do bioma e estão
constantemente alagadas. Por isso, as vegetações encontradas são típicas de
alagamento, como as vitórias-régias - espécie típica da região.

A vitória-régia, que vive nos igapós, é um dos símbolos da Amazônia.

Fauna

Existe uma infinidade de animais que fazem parte desse bioma. Estudos sobre a
região indicam que devem existir pelo menos 30 milhões de espécies na fauna
amazônica e alguns destes animais sequer são conhecidos ou foram registrados.
A Amazônia também tem a maior concentração de diferentes espécies de peixes. Pelo
menos dois mil tipos vivem e se reproduzem nas águas do Rio Amazonas.
São encontrados no bioma muitos mamíferos, aves, répteis, anfíbios, insetos e peixes.
Alguns exemplos desses animais são: onça, tamanduá, macaco, sapo, coruja, bicho-
preguiça, capivara, jaguatirica, tartaruga, jacaré, formiga, pirarucu, peixe-boi, boto,
papagaio e tucano.

O bicho-preguiça é um dos animais típicos da fauna da Amazônia.

Clima

O clima do bioma amazônico é caracterizado pela frequência de chuvas ao longo de


todo ano, sendo a média superior a 2000 milímetros por ano.
As temperaturas em geral também têm pouca variação e costuma ficar entre 23°C e
28°C. Em algumas regiões a alteração pode ser ainda menor e a temperatura não
varia mais do que dois ou três graus.
Essas características fazem com que o clima do bioma seja constante ao longo dos
meses e por isso as estações do ano também não são muito definidas, já que as
variações climáticas são pouco perceptíveis. Além disso, essas características
proporcionam a existência de tamanha diversidade no bioma.
O clima do bioma amazônico é classificado como equatorial úmido. Conheça mais
sobre o clima equatorial.
Relevo
O relevo do bioma pode ser classificado como irregular, já que apresenta diferentes
formas. Na Amazônia existem três principais tipos: planaltos, planícies e depressões.
Planaltos, planícies e depressões formam o relevo do bioma amazônico .

Os planaltos são encontrados nas regiões mais elevadas e possuem picos de até
300 metros.
As planícies, ao contrário, são regiões mais planas e ficam localizadas em zonas de
menor altitude. Em geral, não chegam a ultrapassar 100 metros.
As depressões podem ser encontradas em regiões ainda mais baixas e estão
frequentemente localizadas ao nível do mar. A depressão é o relevo com menor
altitude dentro do bioma amazônico.
Para conhecer ainda mais sobre o assunto, veja quais são as formas de relevo.
Solo
O solo do bioma é, em sua maior parte, pouco fértil e pobre em concentração de
nutrientes. A pouca fertilidade se deve à baixa quantidade de nutrientes verificada em
seu solo.
Esse dado pode parecer bastante curioso quando observamos a variedade de
espécies no bioma. Entretanto, alguns fatores, como o excesso de chuvas da região,
podem ser apontados como uma das razões da pobreza do solo.
De modo geral, somente a camada mais externa do solo possui maior concentração
de nutrientes, derivados principalmente dos processos de decomposição da fauna e
da flora da região.
Mas existe solo fértil em parte da Amazônia: nas regiões mais próximas a rios ou
cursos de água. Acredita-se que a própria água carregue grande quantidade de
nutrientes vindos de outras regiões, fazendo com que o solo nestas áreas seja mais
rico do que em outras áreas.

Desmatamento na Amazônia
O desmatamento na Amazônia é um problema ambiental que ameaça um
dos principais biomas do mundo. O aumento nas taxas é uma realidade que
preocupa a comunidade internacional.

O desmatamento na Amazônia é um problema ambiental que ameaça a


biodiversidade desse bioma desde a década de 1970. Várias causas estão por trás
dessa prática, como a construção de grandes obras de infraestrutura na região Norte
do Brasil e o avanço da fronteira agrícola para áreas recobertas pela floresta.
Deixando de lado a tendência de queda observada a entre 2004 e 2015, o crescimento
expressivo e contínuo nas taxas de desmatamento na Amazônia nos últimos anos é
preocupante.
Causas do desmatamento na Amazônia

O desmatamento na Amazônia se tornou o principal problema ambiental desse bioma,


que abriga a maior floresta equatorial do mundo e possui a maior biodiversidade do
planeta, com milhões de espécies de plantas e animais, algumas delas ainda não
catalogadas.
Inúmeras são as causas que suscitam a remoção da cobertura vegetal da Floresta
Amazônica, causas essas que estão diretamente atreladas ao momento histórico-
econômico do Brasil, conforme veremos a seguir.
A década de 1970 é tida como o marco inicial para o avanço do desmatamento na
Amazônia. Durante esse período, foram os projetos de infraestrutura para a região
que ocasionaram a retirada da cobertura vegetal para a construção principalmente de
estradas, como foi o caso da Rodovia Transamazônica (BR-230).
A Rodovia Transamazônica teve seu primeiro trecho inaugurado no ano de 1972, mas
o processo de abertura de novas áreas se estendeu entre 1969 e 1974. A ideia era a
de que a via percorresse um trajeto de 8 mil km para ligar a região Norte às demais
áreas do território brasileiro através da região Nordeste.
Concomitante às obras de engenharia havia ainda o incentivo governamental para
ampliar as correntes migratórias em direção à Amazônia, processo que vinha
acontecendo, mas de forma gradual nas décadas anteriores. Tais incentivos incluíam
ainda o fomento à produção agropecuária que, já na segunda metade do século XX,
começava a incorporar as novas técnicas produtivas resultantes da Revolução Verde.
As causas iniciais para o desmatamento da Amazônia, portanto, foram a abertura de
áreas para obras de infraestrutura e para a produção agrícola e criação de animais,
ou seja, pastagem.
A abertura de áreas para a produção agropecuária ainda é uma das causas do
desmatamento na Amazônia na atualidade.
O fenômeno descrito como expansão da fronteira agrícola no Brasil, caracterizado
pela ampliação das áreas de monocultivos, como o da soja e do algodão, e da
pecuária extensiva pautada pela lógica produtiva do agronegócio, aconteceu durante
as últimas décadas do século XX e é também causa do desmatamento na Amazônia.
Inicialmente, a expansão de áreas compreendeu os trechos no Mato Grosso,
expandindo-se posteriormente para outros estados da região Norte recobertos pela
Amazônia.
Além dessas causas citadas, existem outras motivações econômicas que levam ao
desmatamento na Amazônia, como a especulação, pensando aqui nos lotes de terras
e áreas a serem exploradas para atividades agropecuárias, por exemplo, e também a
mineração de recursos como minério de ferro e bauxita, principalmente no estado do
Pará. Destaca-se ainda a extração de madeira para a utilização na indústria.

Desmatamento na Amazônia nos últimos 30 anos

O mapeamento do desmate na Floresta Amazônica fica a cargo do Instituto Nacional


de Pesquisas Espaciais (Inpe), que, desde 1988, monitora a variação da cobertura
vegetal na Amazônia Legal por meio do Prodes (Projeto de Monitoramento do
Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite). Anualmente, são divulgados dados
que mostram a evolução desse problema ambiental, como taxas de desmatamento e
área desmatada por estado brasileiro.
Nos últimos 30 anos, foram registradas muitas oscilações na taxa de desmatamento
da Amazônia. Sabe-se que, desde o início do mapeamento do Inpe, a floresta já
perdeu uma área de aproximadamente 800 mil km² de cobertura nativa.
O ano de 1995 representa um marco negativo nesse cômputo, tendo em vista que foi
quando o desmatamento atingiu o recorde para a década de 1990 e um dos maiores
valores já registrados: 29.059 km² de área desmatada, sendo as maiores parcelas
registradas nos estados de Mato Grosso, Pará e Rondônia.
A taxa de desmatamento na Amazônia acompanha, frequentemente, o momento
econômico do país. Oscilações na economia, como um período de inflação recorde e
posterior estabilização mediante o advento de um novo plano monetário nacional,
marcaram a década de 1990 no Brasil, e esse segundo momento condicionou queda
na remoção da cobertura vegetal na floresta a partir da segunda metade dos anos 90,
com um mínimo de 13.227 km² em 1997.
O desmatamento na Amazônia atingiu patamares recordes em 1995 e 2004.
A partir de então, se identificou um novo movimento ascendente no desmatamento na
Amazônia, permanecendo na faixa dos 17 mil km² anuais até 2002, quando houve um
salto significativo que culminou em um segundo ponto recorde em 2004, quando a
área desmatada foi de 27.772 km².
Seguindo a tendência anterior, registrou-se maior remoção nos três estados já
mencionados: Mato Grosso, Pará e Rondônia, sendo o estado do Centro-Oeste o que
encabeçou a lista do desmatamento entre 1991 e 2005, com exceção do ano 2000,
quando a área desmatada na Amazônia paraense foi maior.
O ano de 2004 foi um ponto de inflexão no desmatamento da Amazônia. A partir de
então, iniciou-se um período de pouco mais de uma década em que se observou uma
queda contínua na curva do desmatamento da Floresta Amazônica, com poucas
oscilações para cima, isto é, com poucos momentos de aumento no desmate. Entre
2004 e 2005, o desmatamento caiu em aproximadamente 30%, saindo dos então
27.772 mil km² para 19.014 km².
A redução aconteceu como resultado da criação do Plano de Ação para a Prevenção
e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), elaborado após os
índices alarmantes atingidos em 2004 e que foi colocado em prática com a criação de
áreas de proteção e a intensificação do monitoramento e fiscalização.
No ano de 2012, o Brasil atingiu o ponto mais baixo no desmatamento da Amazônia
Legal, quando a área desmatada foi de 4.571 km², representando assim uma queda
de mais de 80% entre 2004 e 2012. A única exceção para a queda contínua no período
aconteceu em 2008, quando houve um aumento de aproximadamente 11% com
relação a 2007.
Até o ano de 2017, o desmatamento na Amazônia apresentou oscilação, voltando
novamente a apresentar variação positiva a partir de 2018. O movimento de ascensão
da curva do desmatamento se mantém até o presente.

Desmatamento na Amazônia na atualidade

O desmatamento na Amazônia atualmente é motivo de preocupação para


pesquisadores, ambientalistas, populações tradicionais que dependem dos recursos
da floresta e diversos setores da sociedade civil nacional e internacional.
Isso acontece porque, diferentemente dos períodos precedentes, tem havido
novamente um aumento nas taxas de remoção da cobertura vegetal, que teve início
a partir de 2017 e tem mantido movimento ascendente e tendência de crescimento,
segundo mostram os dados mais recentes do Inpe.
Foi de 87,6% o aumento da área desmatada entre 2017 e 2021, saltando de 6.947
km² para 13.038 km². Os intervalos em que aconteceu maior aceleração na taxa de
desmatamento são 2018-2019, em que o Inpe identificou uma ascensão de 34,4%, e
2020-2021, quando a área desmatada foi ampliada em 20,5%.
Nesse mesmo intervalo de tempo, se registrou um aumento nos focos de incêndio e
queimadas na Amazônia, fenômeno que tem sido provocado com a intenção de abrir
novas áreas em meio à vegetação.
Com isso, os últimos anos foram marcados pelo agravamento do desmatamento da
Amazônia e pela flexibilização das normas ambientais, com a redução na fiscalização
das áreas ameaçadas e menor aplicação de multas àqueles que praticam o
desmatamento ilegal.
Na COP 27 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), a
gravidade do problema foi reconhecida pelos representantes brasileiros e houve o
compromisso de reduzir significativamente o desmatamento nos biomas do país até o
ano de 2030, o que inclui a Amazônia. A principal meta é a de que a taxa de remoção
da cobertura vegetal, até lá, esteja zerada.

Consequências do desmatamento na Amazônia

O desmatamento na Amazônia acarreta problemas em escala local, regional e global,


pois a floresta é abrigo de milhões de espécies, entre animais e plantas, além de
desempenhar papel importante nas condições atmosféricas da região Norte do Brasil
e no clima mundial. No segundo caso, isso acontece porque a floresta é uma grande
reserva de carbono que conseguia, até pouco tempo, reter o dióxido de carbono (CO2)
da atmosfera e auxiliar no controle do clima.
Com a retirada da cobertura vegetal da Floresta Amazônica, as seguintes
consequências são observadas:

 Maior vulnerabilidade do solo, tornando-o suscetível a processos erosivos;

 Assoreamento dos rios em decorrência da fragilização e erosão dos solos;


 Perda de biodiversidade tanto na fauna quanto na flora, além do aumento do
número de espécies ameaçadas de extinção;

 Desequilíbrio ecossistêmico;

 Poluição atmosférica decorrente das queimadas;

 Agravamento das mudanças climáticas em função da emissão de gases


poluentes na atmosfera."

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