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Domínios Morfoclimáticos: Conceito

Os domínios Morfoclimáticos são divisões que se baseiam nos diferentes tipos de relevos que são resultantes
das condições climáticas atuais e do passado bem como na cobertura vegetal e nos tipos de solo.

Quantos são?
Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir das
características climáticas, botânicas, hidrológicas entre outras.

Devido à extensão territorial do Brasil ser muito grande, temos domínios


muito diferenciados uns dos outros.

Esta classificação feita, segundo


o geógrafo Aziz Ab’Sáber (1970),
dividiu o Brasil em seis domínios.
Domínios Morfoclimáticos
Domínio Amazônico
• Esse domínio ocupa cerca de 40% do território brasileiro.
• Clima equatorial (quente e úmido)
• Hidrografia abundante (bacia Amazônica);
• Floresta Equatorial Amazônica latifoliada, perenifólia (folhas permanentes);
grande biodiversidade; floresta heterogênea e densa.
• Solos pouco férteis.
• Domínio de terras baixas (depressões e planícies).
• Mata de igapó → Permanentemente inundada
• Mata de várzea → Periodicamente inundada (na cheias)
• Mata de terra firma → Livre de inundações, ocupa a maior área (aparece no
baixos platôs)

Mata de igapó Mata de várzea Mata de terra firma


As queimadas para abertura de pastos, os desmatamentos para retirada de madeira, mineração (expansão da
fronteira agrícola) são os principais impactos provocados pela ação humana na Amazônia.
Domínio do Cerrado
• Denominado Savana do Brasil, é a segunda formação vegetal mais extensa do país.
• Caracteriza-se pela presença de pequenas árvores e arbustos bastante retorcidos
(caducifólia e raízes profundas)
• Nos fundos de vales aparece as matas ciliares;
• Clima tropical típico (estações seca e úmida);
• Solos pobres e ácidos.
• Predomínio de planaltos sedimentares (chapadões) e planalto cristalinos
desgastados.
• O aproveitamento econômico do cerrado vem destruindo a vegetação natural,
sobre tudo a expansão agropecuária comercial mecanizada (cultivo da soja.)
Verão Inverno
Domínio da Caatinga
• Formação típica do clima semiárido (quente e seco com chuvas irregulares);
• É composta por arbustos e plantas xerófilas (cactáceas, com folhas em forma de
espinhos), caducifólias e carnaubeira (cera que evita transpiração).
• Rios intermitentes. São Francisco é o único perene.
• Solos rasos e salinos.
• Relevo com predomínio de planaltos cristalinos e depressões entre chapadas.
No alto das encostas das chapadas aparecem os “Brejos” (áreas mais úmidas
dentro do Sertão)
• Esse ecossistema que vem sendo agredido ao sofrer o impacto da irrigação,
drenagem, criação de pastos, latifúndios e da desertificação.
Domínio dos Mares de Morros
• Predomínio do Clima tropical de altitude
• Chuvas orográficas
• Planaltos e serras do Atlântico. Morros ondulados (meias-laranjas) e áreas
serranas (Mar, Mantiqueira, Espinhaço, etc.)
• Vegetação típica é a Mata Atlântica (muito devastada).
• Solos muito suscetíveis à erosão.
• Essa paisagem sofreu grande degradação em consequência da forte
ocupação humana. Além do desmatamento, esse domínio sofre intenso
processo erosivo (relevo acidentado e clima úmido), com deslizamentos
frequentes e formação de voçorocas.
Restam cerca de 7 a 8% de
Mata Atlântica
Nos últimos cinco anos foram
desmatados cerca
de 95 mil hectares, o equivalente
a 8 mil Maracanãs
Domínio das Araucárias
• Clima Subtropical (grande amplitude térmica e chuvas bem distribuídas);
• Domínio do Planalto Meridional com depressões.
• Mata das Araucárias ou Pinheirais.(aciculifoliada)
• Solos diversificados. Alguns com grande fertilidade natural (terra roxa) outros
pobres e ácidos.
• Calcula-se que apenas 3% da área original dos Pinheirais esteja preservada. A
retirada da madeira, para a produção de móveis e papel, e a agropecuária são
os principais fatores de sua devastação acentuada.
Domínio das Pradarias
• Clima subtropical;
• Relevo de colinas (coxilhas ou campanha gaúcha);
• Domínio de vegetação rasteira (pradarias ou pampas);
• Os campos estão diretamente ligados à agropecuária (cereais e criação de
gado). As queimadas, a desertificação e a agropecuária são os principais
impactos ambientais que ocorrem nesse ecossistema.
Faixas de transição
São áreas intermediárias entre as regiões naturais que, muitas vezes,
agrupam as características de dois ou mais domínios morfoclimáticos

Restinga: Vegetação das dunas e praias


Vegetação herbácea (gramíneas) e arbustiva (poucas árvores e espaçadas)
desenvolve-se em solo salgado e arenoso. O capim-da-praia, o capim-da-
areia são algumas das espécies vegetais desse ecossistema que também está
sendo destruído pelo excessivo crescimento urbano e pelo turismo
desordenado.
Manguezais
• Esse ecossistema apresenta características muito especiais; se, por
um lado, não possui grande variedade de vegetais, por outro é
considerado um viveiro de animais, graças à grande quantidade de
matéria orgânica nele existente. Aí vivem peixes, crustáceos, aves e
invertebrados.

• É um dos ecossistemas brasileiros mais devastados e ameaçados


pela intensa urbanização e industrialização. Certos bairros de
cidades litorâneas brasileiras foram construídos sobre áreas de
manguezais.
Mata dos Cocais
Abrange predominantemente os estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio
Grande do Norte. Está numa zona de transição entre os ecossistemas da
Amazônia e da Caatinga.
Constitui uma formação vegetal secundária, por seu acentuado
desmatamento. Nesse ecossistema predominam dois tipos de palmeira
muito importantes para a economia local:

- Babaçu - Da amêndoa se extrai o óleo; as folhas são usadas para a


cobertura de casas e o palmito, como alimento. Um rico artesanato
emprega suas fibras para confeccionar esteiras, cestos e bolsas. Da casca do
coco, podem ser retirados o alcatrão e o acetato.

- Carnaúba - Cujo produto mais conhecido e a cera. Como tudo dessa


palmeira pode ser aproveitado (folhas, caule, fibras), é conhecida como:
"árvore da providência".
Pantanal
• O pantanal é uma das principais zonas de transição encontrada no Brasil. Ele é
um complexo ambiental de suma importância, pois compreende uma grande
diversidade de fauna e flora
•Nesse sentido, a preservação dessas zonas de transição são consideradas de suma
importância para a existência dos domínios morfoclimáticos brasileiros. Pois eles
estabelecem uma relação direta com a fauna, flora, hidrografia, clima e morfologia,
conservando o equilíbrio dos frágeis sistemas ecológicos.

•A pecuária e a utilização de enormes monoculturas, fazem o despejo de uma grande


quantidade de agrotóxicos aos rios.
Questão ambiental no Brasil
• O debate sobre meio ambiente no Brasil teve seu início na década de 1970.
• Intensifica-se na década 1980, quando as questões ecológicas chegam aos meios de comunicação de massa.
• A constituição 1988 garante uma das legislações mais avançadas do mundo com relação à questão ambiental.
• 1998 sancionada a Lei de Crimes Ambientais e em 1999 foi regulamenta.
• Prevê multas que chegam a 50 milhões de reais, para uma variedade de infrações:
• Soltura de balões,
• Pesca em locais proibidos,
• Crimes contra o patrimônio,
• Pichações,
• Caça ilegal,
• Obras poluidoras,
• Queimadas e desmatamentos

Conforme dados do IBAMA, existem 480 áreas destinadas à preservação e à proteção da fauna, da flora, dos recursos
hídricos, das paisagens e dos monumentos naturais,
Existe dois tipos de Unidades de Conservação no Brasil:
Unidades de Conservação de Proteção Integral Ambas são criadas, protegidas e gerenciadas pelo Governo
Federal, através do Sistema Nacional de Unidades de
As Unidades de Conservação de Uso Sustentável Conservação da Natureza – SNUC.
Recursos hídricos e política hídrica
• O Brasil possui cerca de 12% dos recursos hídricos
do planeta
53% da água potável da América do Sul

70 % da água disponível  Região Amazônica


→7% da população

30% restantes  Distribuição desigual pelo País


→93% da população
Aquíferos subterrâneos e mananciais

• Além da riqueza hídrica superficial, o Brasil possui grande riqueza hídrica subterrânea

• Estimados em cerca de 112 bilhões de m3 , representam uma alternativa estratégica ao problema da falta de água.

• As reservas do Aquífero Guarani são suficientes para abastecer a população brasileira por 4000 anos
• As reservas do Sistema Aquífero Grande Amazônia são suficientes para abastecer a população mundial por 250 anos
Aquífero Guarani
Poluição da águas marinhas e continentais – Manguezais e rios
Poluição dos rios
Desertificação e salinização
Desmatamento ilegal
Problemas ambientais no Pantanal

Um dos principais problemas ambientais eu está ocorrendo, é devido a utilização de pesadas cargas
de agroquímicos, a exploração de diamantes e de ouro, nos planaltos, com utilização intensiva de
mercúrio, são responsáveis por profundas transformações regionais, algumas das quais vem sendo
avaliadas pela Embrapa Pantanal, como a contaminação de peixes e jacaré por mercúrio e
diagnostico dos principais pesticidas.

Um outro problema é a remoção da vegetação nativa nos planaltos para implementação de lavouras
e de pastagens, pois com isso, está fazendo com que os habitats sejam destruídos e também
acelerando os processos erosivos nas bordas do Pantanal. Como consequência disso, temos o
assoreamento dos rios na planície, a qual tem intensificado as inundações, com sérios prejuízos à
fauna, flora e economia do Pantanal.

Rio Taquari
Durante debate em uma Universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, CRISTOVÃO BUARQUE, foi questionado sobre
o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um
humanista e não de um brasileiro. Esta foi a resposta do Sr. Cristóvão Buarque:
"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido
cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a
sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O
petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-
se no direito de aumentar o diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres
humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego
provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as Reservas financeiras sirvam para queimar países
inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer
apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano.
Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou
de um país. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria
ter sido internacionalizado.
Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em
comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser
internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro,
Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares
dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que
as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os atuais candidatos a presidência dos EUA tem defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em
troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir a escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo
inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da
Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.
Como humanista aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia
seja nossa. Só nossa!".
Cristóvão Buarque
Bons Estudos

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