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4º BIMESTRE/2022 – 2º exercício – Novembro de 2022

CONTEÚDO PARA O PROVÃO + O CENTRO SUL

Amazônia

O Complexo Regional da Amazônia ou Amazônia abrange uma área de 4,9


milhões de quilômetros quadrados, onde vivem aproximadamente 10% da
população brasileira.
A Amazônia Legal compreende cerca de 5,2 milhões de quilômetros quadrados
e foi criada como região política para a execução de planos de
desenvolvimento e ações de assistência e fiscalização.
A Grande Amazônia é um trecho da América do Sul com cerca de 7,8 milhões
de quilômetros quadrados, conhecida também como Amazônia Internacional e
abrange terras do Brasil (maior parte), Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela,
Equador, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (possessão da França). Uma
densa Floresta Equatorial, clima quente e úmido, grande rede de rios, na sua
maioria pertencentes à Bacia Amazônica. Uma enorme biodiversidade que
favorece às pesquisas, e também matéria-prima para diversos tipos de
indústrias, como os vegetais ali encontrados.

Um Desafio Amazônico: Desenvolver sem destruir


A preocupação em conservar os ecossistemas e possibilitar a sobrevivência
dos povos da floresta, e a visão da região como estoque de recursos naturais a
serem explorados sem a preocupação com a sustentabilidade e como área de
expansão para a pecuária e agricultura.
Modelos de desenvolvimento que levem em consideração a grande diversidade
sociocultural da região amazônica, sua importância para a estabilidade
climática regional e continental, sua influência na intensificação do efeito
estufa, o estoque de água e a biodiversidade que possui, e que priorizem a
redução das desigualdades sociais e a eliminação da pobreza devem ser
objetivados por meio de debates e estudos.
As peculiaridades sociais, ambientais e econômicas da Amazônia devem ser
consideradas, criando-se unidades de conservação, mas sobretudo
estabelecendo projetos de exploração sustentável na região.
O Extrativismo Sustentável e o Ecoturismo
Um novo modelo de desenvolvimento precisa ser posto em prática na
Amazônia - um modelo que combine a conservação e a preservação
ambientais com a melhoria das condições de vida da maioria dos habitantes da
região.
Recursos que fossem investidos para desenvolver atividades geradoras de
empregos e renda teria bons resultados na melhoria das condições de vida da
população.
O extrativismo sustentável, que não cause prejuízos à floresta, pois é realizado
de forma que permita a recuperação da natureza. Muitos produtos podem ser
extraídos, entre eles diversas espécies de plantas, utilizadas pela indústria
farmacêutica, e por institutos de pesquisas para o desenvolvimento de novos
medicamentos, alimentos e materiais. O conjunto de técnicas que permite a
transformação dessas espécies de plantas em produtos recebe o nome de
biotecnologia.
Diversos recursos biológicos da região têm sido apropriados e manipulados de
modo ilegal (biopirataria) por países desenvolvidos. Como dispõem de
tecnologia bastante avançada, esses países patenteiam a matéria-prima e
produzem medicamentos e alimentos a partir das espécies de plantas da
Amazônia.
Outra atividade que poderia ser uma boa fonte de recursos e renda para a
região é o ecoturismo. Pode-se dizer que o potencial da Amazônia para o
desenvolvimento dessa atividade é o maior do mundo, em razão da riqueza
dos ecossistemas da Amazônia.
Essa região compreende cerca de um terço das florestas tropicais e um quinto
da água doce do mundo. Apresenta grande variedade de espécies vegetais
(mais de 60 mil) e animais (mais de 2 mil espécies de peixes e cerca 300
espécies de mamíferos).
Por esses motivos, afirma-se que a Amazônia possui uma enorme
biodiversidade.

O Clima

O tipo de clima predominante na região é o Equatorial, com temperaturas


bastante elevadas (que chegam a ultrapassar os 26 °C, média anual) e muito
chuvoso (cerca de 3.000 mm anuais).
Embora na Amazônia as temperaturas sejam elevadas o ano todo, em alguns
pontos de seu território – no sul do Amazonas, no Acre, em Rondônia e em
trechos de Mato Grosso -, durante o inverno do hemisfério sul, ocorre a
friagem. Esse fenômeno provoca a queda brusca da temperatura durante
alguns dias, quando um ramo da Massa Polar Atlântica (mPa), proveniente do
polo sul, penetra no território brasileiro pelas planícies do Pampa e do Pantanal
e atinge a região.
Durante seis a sete meses do ano (de junho a novembro), a pluviosidade é
menor, atingindo maiores volumes nos meses restantes (de dezembro a maio).
A esse período de chuvas mais abundantes os moradores da região chamam
de inverno. Mesmo nos períodos de menor quantidade de chuvas, os índices
não são inferiores a 50 milímetros por mês.
Em alguns trechos do Pará, de Rondônia, de Mato Grosso e praticamente em
todo o estado do Tocantins, ocorre o clima Tropical, caracterizado como menos
chuvoso que o Equatorial.

A Vegetação
A Amazônia é coberta pela maior e mais exuberante floresta tropical da
superfície terrestre (Floresta Equatorial Amazônica)
Ultrapassando os limites territoriais do Brasil, a floresta abrange mais de 7,8
quilômetros quadrados e, o nosso país abrange 65% desse total.
No Complexo Regional Amazônico há também áreas de Cerrado, em trechos
dos estados do Amapá, do Tocantins, de Rondônia, de Roraima e de Mato
Grosso.
A Floresta Amazônica, de acordo com as declividades e aproximação ou não
dos rios, se divide em três tipos de matas: De Terra Firme, de Várzea e de
Igapó.

Desmatamentos e Queimadas

As queimadas, as ocupações, a mineração, a agricultura e outras formas de


devastação já resultaram no desmatamento de aproximadamente 20% de sua
área total – área maior que a dos estados do Rio de Janeiro, do Espírito Santo
e de Minas Gerais somados.
A maior parte do desmatamento é ilegal, atingindo áreas indígenas e
unidades de conservação. O objetivo do desmate é o aproveitamento da
madeira e a queimada para fins de limpeza do terreno para agricultura e
pecuária. O desmatamento irresponsável, forma enormes áreas de clareiras,
irreversíveis. O mogno é a madeira mais procurada pelo seu alto valor
comercial.
A expansão de áreas de cultivo em direção ao norte de Mato Grosso, em
especial o cultivo de soja, aumentando as fronteiras agrícolas é atualmente
uma das grandes responsáveis pelo aumento da devastação iniciada nos de
1990.

A Hidrografia
A Amazônia é banhada por uma das maiores bacias hidrográficas do mundo,
formada pelo rio Amazonas e seus inúmeros afluentes. Essa bacia
corresponde aproximadamente 20% da água doce do planeta e tem como
origem a grande quantidade de chuvas da região.
Além das chuvas, o derretimento da neve dos Andes bolivianos e peruanos
contribui para a elevação do nível das águas de alguns rios dessa bacia.
Alguns dos seus rios principais são de planície, o que favorece a navegação,
um dos meios de transporte mais utilizados na região.
O Rio Amazonas permite a navegação de embarcações até o porto de Manaus,
no rio Negro, bem próximo à confluência com o rio Solimões.
Já os rios que apresentam quedas d’água, como o Xingu, o Tapajós e o
Tocantins, permitem a obtenção de energia elétrica.
Outro problema ambiental na região são os garimpos. A extração de ouro nos
rios utiliza mercúrio, que vem poluindo trechos da bacia Amazônica. Estima-se
que 250 toneladas desse metal altamente tóxico que afeta o sistema nervoso
dos seres humanos e causa outros sérios danos ao organismo, são despejadas
anualmente nos rios da Amazônia. Esse metal é absorvido pelos peixes, que
depois serão consumidos pelas pessoas. Também outros animais e a flora são
contaminados.
O Amazonas, o rio com o maior número de espécies de peixes (entre 3 mil e 5
mil) garante a sobrevivência de grande parte da população da região.

O Extrativismo Vegetal
Algumas das principais atividades extrativistas vegetais desenvolvidas na
Amazônia são: a extração do látex, principalmente das seringueiras, para a
produção de borracha; a extração da castanha-do-pará (colhida nas
castanheiras em áreas de terra firme); a extração de madeira; a extração de
açaí; e o aproveitamento econômico da palmeira de babaçu (Maranhão e
Tocantins).
No Acre, existem milhares de seringueiros, a maioria vivendo da extração do
látex em grandes seringais demarcados como reservas extrativistas. Essas
reservas são áreas utilizadas por populações tradicionais, que baseiam sua
sobrevivência na coleta, na agricultura de subsistência e na criação de animais.
O Extrativismo Mineral

A cada ano tem crescido a participação do capital estrangeiro na exploração


mineral da Amazônia.
Um dos principais recursos minerais da região, que há muito tempo vem sendo
explorado, é o manganês, sobretudo no Pará. Destacam-se ainda:
+ as jazidas de cassiterita (minério de estanho) em Rondônia e no Amazonas,
responsáveis por 80% da produção brasileira;
+ as jazidas de bauxita (minério de alumínio) no vale do rio Trombetas, em
Paragominas, e na serra dos Carajás, no Pará;
+ a extração de minério de ferro, com o incentivo de um vultoso projeto
industrial (Grande Carajás) criado pela antiga Companhia Vale do Rio Doce
(estatal que em 1997 foi privatizada), associada a outros grupos industriais
estrangeiros. Nesse local, existem também depósitos de outros minérios, como
cobre, manganês, ouro e bauxita.

A Agricultura
Parcela considerável da população rural amazônica pratica a agricultura de
subsistência, principalmente a que vive nas margens dos rios, as chamadas
várzeas. Nesses locais, o solo é fértil, consequência da matéria orgânica
transportada pelas águas e depositada ao longo das margens.
A prática da agricultura comercial tem enfrentado alguns problemas para
alcançar melhor desempenho. O alto custo dos transportes, por causa da
distância dos grandes centros consumidores do país, e, de modo geral, a baixa
fertilidade dos solos, que requerem grande aplicação de técnicas agrícolas, são
alguns dos desafios.
Na Amazônia, algumas das principais áreas de cultivo agrícola que produzem
em escala comercial são:
+ o Maranhão, grande produtor de arroz, que a partir da década de 1990 teve
sua área de cultivo de soja ampliada, na região limítrofe entre a Amazônia e o
Nordeste;
+ as áreas de cultivo mais recentes, como as dos estados de Rondônia,
Roraima, Tocantins e Acre e as do sul do Pará e Amazonas, onde se cultivam
o milho, o feijão, o arroz, o cacau, entre outros. Rondônia vem apresentando
nos últimos anos um crescimento no cultivo de soja;
+ o centro-norte do estado de Mato Grosso, um dos principais produtores de
soja do Brasil.
Nas áreas mais recentes de cultivo de soja, vêm ocorrendo os principais
conflitos pela posse da terra, uma vez que nelas se instalaram colonos
(agricultores) provenientes do Centro-Sul e empresas. Esses conflitos
envolvem posseiros e grileiros. Também é significativo o número de indígenas
envolvidos nesses conflitos; eles acabam sendo bastante prejudicados na
maioria das vezes.

A Pecuária
Estima-se que existam atualmente mais de 80 milhões de cabeças de gado
bovino na Amazônia. A pecuária é praticada em Mato Grosso, no Pará, no
Tocantins, no Acre e em Rondônia. Nesses estados, predomina a criação
extensiva de bovinos, que apresenta, em geral, baixa produtividade.
Na Ilha de Marajó-PA, é desenvolvida a criação de búfalos, mais resistente às
condições naturais do local do que o gado bovino. O Pará concentra cerca de
metade de rebanho de búfalos do Brasil.
A derrubada da floresta para a formação de pastagens para o gado foi um dos
principais fatores responsáveis pela ampliação do desmatamento nessas
áreas.
Madeira, gado, soja. Esse tem sido o cardápio de exploração econômica da
Amazônia até agora, com perdas significativas de cobertura florestal ao longo
das décadas. A retórica de que é preciso derrubar a Amazônia para produzir
riqueza, porém, não encontra mais sustentação nos fatos.
A agricultura, e principalmente a pecuária, vieram a reboque — primeiro a
madeira, depois a pecuária, e finalmente o grão. Vários assentamentos e
incentivos à produção agropecuária foram criados oficialmente pelos governos.
Até a implantação de políticas de comando e controle para a redução do
desmatamento em 2007, a agricultura e a pecuária foram, sim, alguns dos
principais vetores responsáveis pelo aumento do desmatamento na Amazônia.

Extraído do Livro Didático – Território e Sociedade – Ensino Fundamental


Anos Finais / ELIAN ALABI LUCCI - ANSELMO LÁZARO-WILLIAM FUGII –
VOLUME 7 – 7º ANO – Capítulos 15/16/17 - páginas 214/252 – GEOGRAFIA

GUILHERME GONZAGA / GEOGRAFIA

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