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GEOGRAFIA DO AMAZONAS

1. A Organização Do Espaço: A Conquista E A Expansão Da Amazônia Colonial; A Produção Do Espaço Amazônico Atual ................ 01
2. O Espaço Natural: Estrutura Geológica E Características Do Relevo; Ecossistemas Florestais E Não-Florestais; O Clima; A Rede Hidro- gráfica;
Aproveitamento Dos Recursos Naturais E Impactos Ambientais ..................................................................................................................... 02
3. Organização Do Espaço Amazonense: Posição Geográfica; Mesorregiões E Microrregiões; O Processo De Ocupação: Aspectos Geopo- líticos E Planos De
Desenvolvimento Regional ............................................................................................................................................................................. 04
4. Aspectos Socioeconômicos: Ciclos Econômicos E Crescimento Da População; Dinâmica Dos Fluxos Migratórios E Problemas Sociais; O Extrativismo
Florestal (Importância Da Biodiversidade; Biodiversidade E Manipulação Genética Para Fins Comerciais; Ecoturismo); Extrati- vismo Mineral; Concentração
Fundiária E Conflitos Pela Terra; O Processo De Urbanização E Redes Urbanas; Fontes De Energia: Potencial Hidrelétrico, Hidrelétricas E Meio-Ambiente; A
Produção De Gás; Transportes: A Malha Viária, Importância Do Transporte Fluvial. A Zona Franca De Manaus ..........................................................06
5. Questões Atuais: A Questão Indígena: Invasão, Demarcação Das Terras Indígenas. A Questão Ecológica: Desmatamento, Queimadas, Poluição Das Vias
Hídricas, Alterações Climáticas .............................................................................................................................................................................................. 11
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realizada pelo norte-americano Thomas Lovejoy (profes-
A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO: A CONQUISTA E A EX-
PANSÃO DA AMAZÔNIA COLONIAL; A PRODUÇÃO DO
ESPAÇO AMAZÔNICO ATUAL

A Amazônia é o maior bioma do Brasil e abriga a maior flo- resta


tropical do mundo. Ela ocupa nove países da América do Sul, como
Bolívia, Equador e Peru. Um quinto de água doce que vai para os
oceanos do planeta são da Amazônia. Além disso, das 100 mil classes de
plantas que existem nos países do sul, 30 mil estão nessa região.
O espaço amazônico se encontra hoje bem diferente dos
tempos passados. No início durante a ocupação pelos europeus, a
Amazônia era um espaço pouco transformado, apresentando uma
imensa área natural, utilizada principalmente para as ativi- dades
extrativistas, além de algumas áreas que tinham sua ve- getação
retirada e substituída por uma pequena lavoura voltada para suas
necessidades, denominadas de roça.
Nesse tempo os elementos criados pela natureza sofreram
poucas modificações, pois a população só utilizava ou extraia da
natureza só o que necessitava para a sua subsistência. As gran- des
rodovias ainda não existiam. Os rios não apresentavam a po- luição que
hoje apresentam, embora já fossem utilizados como via de
transporte. Além de servirem como fonte de alimentos.
Nas últimas décadas, essa situação vem-se modificando em
decorrência de fatores sociais, políticos, econômicos. Isto ocor- re
porque o governo vem incentivado grandes investimentos na
Amazônia, provocando um intenso e violento processo de ocu- pação
e povoamento. Tal processo desencadeou e desencadeia inúmeras
consequências negativas para o espaço amazônico.
Peguemos como exemplo a mata, que é derrubada desorde- nada
e aceleradamente; a implantação de grandes projetos, alta- mente
lucrativo para um pequeno grupo de pessoas e empresas, isso sem falar
dos processos de grilagem de grandes proprieda- des rurais,
promovida pelos grandes latifundiários que esperam a valorização
econômica para obterem mais lucros.
O bioma enfrenta sérios problemas de degradação devido à
exploração ilegal de madeira e avanço da agropecuária. Por isso, com o
intuito de elaborar e promover a sustentabilidade – aliado ao
desenvolvimento social e econômico das populações amazô- nicas – o
governo brasileiro criou o programa Amazônia Legal. Atualmente,
nove estados compõem o projeto: Acre, Amapá, Amazonas, Mato
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
- A Amazônia é considerada a região de maior biodiversida-
de do planeta.
- O bioma Amazônia não é exclusivo do território brasileiro,
abrangendo áreas de outros países.
- Compreende o conjunto de ecossistemas que correspon- dem
à Floresta Amazônica, maior floresta tropical do mundo, e também a
Bacia Amazônica, maior bacia hidrográfica do planeta.
- A fauna é extremamente rica e conta com mais de 30 mi- lhões
de espécies.
- A flora da Amazônia é bastante diversificada, constituída por
árvores, ervas, arbustos, lianas e trepadeiras.
- Cerca de 17% do bioma foi devastado nos últimos 50 anos.

Devastação
Nas últimas décadas, a Amazônia tem sofrido um aumen- to no
desmatamento de suas áreas. De acordo com uma pes- quisa

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sor da George Mason University) e pelo brasileiro Carlos Nobre
(coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para
Mudanças Climáticas), o bioma Amazônia pode sofrer perdas
irreversíveis devido ao desmatamento. O qual, segundo os pes-
quisadores, já chegou a 17% nos últimos 50 anos, sendo que o
limite seria 20%, para que não houvesse consequências irrever-
síveis para o clima e o ciclo hidrológico.
Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Ama-
zônia (Imazon), o desmatamento no bioma aumentou cerca de
40% entre os anos de 2017 e 2018, perdendo-se quase 4.000 km2
de mata nativa. A ocorrência do desmatamento deu-se,
principalmente, em áreas privadas, assentamentos e unidades de
conservação

Localização do bioma Amazônia, segundo o Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística. (Fonte: IBGE.)

O processo de ocupação com intuitos financeiros promoveu


– e ainda promove – vários problemas ambientais (desmatamen- to,
queimadas, tráfico de espécies animais e vegetais, etc.). Nes- se
sentido, acompanhe a ordem cronológica de ocupação e destrui- ção da
maior floresta tropical do mundo.
1494: A assinatura do Tratado de Tordesilhas entre Portugal e
Espanha concedeu aos espanhóis o direito de domínio da porção
oeste da América do Sul, onde está localizada a floresta Amazônica.
1540: Apesar do domínio espanhol na região, os portugue-
ses ocuparam a Amazônia e impediram a invasão de ingleses,
franceses e holandeses na floresta.
1637: Os portugueses realizaram a primeira grande expedi- ção
pela Amazônia, sendo composta por mais de 2 mil pessoas. Durante
essa jornada, ocorreu a exploração de frutos como o cacau e a
castanha.
1750: Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri, cujo
conteúdo proporcionava o direito de domínio da floresta
Amazônica àquele que realizasse a ocupação e exploração da
mata. Nesse sentido, os portugueses conquistaram o direito de
domínio na Amazônia.
Fim do século XIX: Esse período foi marcado pela exploração da
borracha. Essa atividade tornou-se bastante expressiva para a
economia local, visto que as fábricas inglesas importavam a
matéria-prima em grandes quantidades. Estima-se que entre as
décadas de 1870 e 1900, cerca de 300 mil nordestinos migraram para
a região.

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médias entre 24º e 26º e chuvas abundantes durante todo o ano. A
1960: Temendo uma possível internacionalização da flores- ta, os
vegetação típica dessa região é a floresta equatorial.
militares promoveram diversas obras de infraestrutura para
integrar a Amazônia ao restante do país, a principal delas foi a
Transamazônica. A ordem era “Integrar para não Entregar”. 1970: As
diversas políticas públicas de ocupação da porção oeste do território
brasileiro refletiram diretamente no aumento do contingente
populacional da região e, em 1970, a Amazônia atingiu sete milhões
de habitantes. Como consequência dessa ocupação sem o devido
planejamento, começaram a surgir os primeiros problemas
ambientais significativos, sendo que 14 mi-
lhões de hectares foram desmatados.
1980: Os desmatamentos intensificaram-se, impulsionados pela
venda de madeiras e expansão das atividades agropecuá- rias. Esse
fato gerou repercussões internacionais, fortalecendo o discurso de
internacionalização da Amazônia, que era erronea- mente
considerada o “pulmão do mundo”. Para agravar ainda mais a
situação, em 1988, o seringueiro, ativista ambiental e líder sindical
dos seringueiros, Chico Mendes, foi assassinado. Nesse mesmo ano, foi
introduzido o PRODES (Sistema de Satélite para Monitorar o
Desmatamento na Amazônia).
1990; A soja passou a ser cultivada na região, sobretudo por
migrantes do Sul e Sudeste do Brasil. A área desmatada atingiu a marca
de 41 milhões de hectares.
2000: A pecuária foi introduzida em larga escala – 64 mi- lhões
de cabeças de gado. Outro agravante foi a expansão ur- bana e o
constante aumento populacional: conforme dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 21 milhões de
pessoas residiam na região nesse período.
2005 – 2009: Políticas públicas eficazes de preservação am- biental
passaram a ser executadas. Porém, um fato ofuscou a luta pela
redução do desmatamento – o assassinato da missio- nária e
ambientalista estadunidense Dorothy Stang. Além disso, o
desmatamento destruiu 70 milhões de hectares da floresta, no
entanto, entre os anos de 2008 e 2009, foi registrado o menor índice
de desmatamento na Amazônia em 20 anos, sendo 46% inferior ao
realizado entre 2007 e 2008.

O ESPAÇO NATURAL: ESTRUTURA GEOLÓGICA E CA-


RACTERÍSTICAS DO RELEVO; ECOSSISTEMAS FLORES- TAIS
E NÃO-FLORESTAIS; O CLIMA; A REDE HIDROGRÁ- FICA;
APROVEITAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS E
IMPACTOS AMBIENTAIS

Aspectos geográficos
O relevo do Estado do Amazonas apresenta três patamares de
altitude - igapós, várzeas e baixos platôs ou terra firme - de- finidos
pelo volume de água dos rios, em função das chuvas. Os igapós são
áreas permanentemente inundadas, com vegetação adaptada a
permanecer com as raízes sempre debaixo d’água. As várzeas
encontram-se em terreno mais elevado e são inundadas apenas na
época das cheias dos rios. A seringueira é um exemplo do tipo de
árvores existentes nessa área. Os baixos platôs ou terra firme estão
localizados nas partes mais elevadas e fora do alcance das cheias dos
rios. Na região norte do Estado, encontra-
-se o ponto mais alto do território brasileiro, o pico da Neblina, com
3.014 metros de altitude, localizado na serra de Imeri, pró- ximo à
Venezuela. A linha do Equador atravessa o Estado, fazen- do
predominar o clima equatorial, caracterizado por temperatu- ras

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Relevo culminantes do relevo brasileiro, que são o Pico da Neblina
Na Amazônia são encontradas três principais formas de re-
levo: planícies, representadas pelas áreas inundadas pelos rios;
planaltos, representados pelas regiões de serras; e depressões,
como a região das depressões norte e sul amazônicas.
A estrutura geológica da região compreendida pelo bioma é
formada pelo Escudo das Guianas. Há presença de bacias sedi-
mentares ao longo da região do Rio Amazonas. Escudos crista- linos
são encontrados ao norte e ao sul dessas bacias sedimen- tares.
Segundo a classificação do Geógrafo Jurandir Ross, o Estado do
Amazonas explicita as seguintes variações de relevo:
- Depressão da Amazônia Ocidental.
- Depressão Marginal Norte-Amazônica.
- Depressão Marginal Sul-Amazônica.
- Planaltos Residuais Norte-Amazônicos.
- Planícies do Rio Amazonas.
- Planalto da Amazônia Oriental.

Formas de relevo da Amazônia


Segundo o dicionário técnico da nova classificação para o
Brasil, é possível dividir o relevo amazônico em três principais
formas:
I. Depressão: Caracteriza-se por ser uma superfície en-
tre.100~500m de atitude, com sua inclinação formada por pro-
cessos prolongados de erosão. É mais plana do que o planalto.
II. Planalto: O termo parece-nos sugestivo, porém nada tem a
ver com plano alto. Trata-se de uma superfície irregular com
altitude acima de 300m. É o produto da erosão sobre as rochas
cristalinas (metamórficas) ou sedimentares. Pode apresentar
morros, serras ou elevações íngremes, de topo plano (chapadas).
III. Planície: É uma superfície muito plana com o máximo de
l00m de altitude, formada pelo acúmulo recente de sedimentos
movimentados pelas águas do mar, de rios ou de lagos. Ocupa
porção modesta no conjunto do relevo brasileiro.

Classificação atual do relevo A recente classificação do pro-


fessor Jurandyr Ross resultou de uma pesquisa baseada em le-
vantamentos feitos pelo RADAMBRASIL, que fotografou cada
pedaço do País com equipamentos especiais de radar – instala- dos
em um avião – e imagens de satélites, no período de1970 a 1985.
Examinando o mapa da classificação atual, podemos ob- servar que
apresenta, conforme ordem crescente de altitude, a seguinte
divisão:
1. Planície do rio Amazonas: Compreende uma estreita faixa de
terras planas que acompanha principalmente os rios Ama- zonas,
Solimões, Purus, Juruá, Javari e Madeira, com altitudes inferiores a
100m e desníveis máximos de 60m. Foi o que restou daquela que se
considerava uma planície gigantesca, reduzida cerca de vinte vezes
do tamanho que se imaginava.
2. Depressão da Amazônia Ocidental: É a mais ampla porção
da Região, apresentando altitudes entre 100 a 200m.
3. Depressão Marginal Norte-Amazônica: As altitudes va-
riam entre 200 e 300 metros.
4. Depressão Marginal Sul-Amazônica: Também apresenta
uma variação de 200 a 300 metros de altitude.
5. Planalto da Amazônia oriental: Recoberto por mata densa e
com altitude entre 400 e 500 metros, abrange terras que vão de
Manaus até o Oceano Atlântico.
6. Planaltos residuais Norte-Amazônicos: Possui as maio- res
altitudes da região, variando entre 800 e 1.200m, e os pon- tos
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Flora e fauna
(3.014m) e o pico 31de março (2.992m), ambos na serra do Ime- ri,
A vegetação típica do Estado é a floresta equatorial, que se divide
fronteira do Amazonas com a Venezuela. Nessas terras altas, as
em três tipos: matas de terra firme, matas de igapó e ma- tas de várzea.
tempestades caem muito à noite, e índice pluviométrico fica acima
Nas matas de terra firme encontram-se as grandes árvores de madeira
de 3.000mm por ano, criando uma intensa nebulosidade que
de lei da Amazônia. Em alguns locais as co- pas das árvores são tão
dificulta ou impede a obtenção de imagens de satélites ou fotos
grandes que impedem a passagem de até 95% da luz do sol, tornando
aéreas.
o interior da floresta escuro, mal ventilado e úmido. Entre as principais
Existem outros picos com menor altitude no extremo-norte dos espécies existentes nessa região encontram-se as castanheiras-do-
municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e
pará, a seringueira, o guaraná e o timbó, árvore utilizada pelos índios
Barcelos, como o Aracá, Rondon, Tunuí, Macaco, entre outros, e as
para envenenar os peixes.
serras Tapirapecó, Traíra, Daraá, do Padre, Curupi- ra, Bela As matas de igapó localizam-se nos terrenos mais baixos,
Adormecida, Urucuzeiro, Kaburi, dos Porcos, da Pedra, Unaiuxi e
próximos aos rios, mantendo-se permanentemente alagadas.
Parima. O perfil topográfico apresentado acima repre- senta um corte
Durante o período de cheia, as águas inundam as margens dos rios,
transversal de noroeste a sudeste, com cerca de 2.000km de
avançam pela floresta e chegam quase a alcançar as co- pas das
comprimento, que vai das altíssimas serras do norte da Região, na árvores, formando os “igapós”. Quando esse fenôme- no acontece
fronteira com a Venezuela, até o norte do Estado de Mato Grosso.
nos pequenos rios e afluentes, são denominados “igarapés”. As
Podemos notar claramente as estreitas faixas de planície situadas às
árvores encontradas nesse tipo de matas podem atingir 20 metros de
margens do rio Amazonas, a partir das quais seguem-se vastas altura, mas é comum encontrar-se árvores de dois a três metros, com
extensões de planaltos e depressões. ramificação baixa e densa, de difícil penetração. Sua espécie mais
famosa é a vitória-régia, conhe- cida como a “rainha dos lagos”. A
Ecossistema florestal folha da vitória-régia pode chegar a medir um metro e oitenta
É uma extensão em que elementos bióticos (seres vivos) e
centímetros de diâmetro. As bordas de suas folhas são levantadas e
elementos abióticos (clima, solo, água) interagem, com o bióti- po da
espinhosas, para evitar a ação destruidora dos peixes, e as raízes se
árvore predominando em seu componente vegetal. Nestas árvores
fixam no fundo da água, formando um bulbo com um cordão fibroso
predominam outras formas de vida do ecossistema em densidade,
revestido de espinhos. A flor também se abre protegida por espinhos
frequência e cobertura.
e muda de cor, do branco para o rosa, com o passar do tempo. O
Entre os ecossistemas florestais estão florestas tropicais,
bulbo da vitória-régia é muito apreciado pelos índios e as sementes se
florestas sazonais e úmidas. Da mesma forma, os ecossistemas
assemelham às do milho. No período de seca as vitórias-régias
florestais são florestas mediterrâneas, florestas temperadas, flo- restas
desaparecem, voltando suas sementes a germinar na estação das
mistas, florestas de coníferas, além de plantações flores- tais e
cheias.
pomares de frutas.
As matas de várzea localizam-se entre a terra firme e os
igapós, variando de acordo com a proximidade dos rios. Nelas
Vegetação
podem ser encontradas árvores de grande porte como a serin-
A vegetação, de maneira geral, é caracterizada por uma flo- resta
gueira, as palmeiras e o jatobá. A Floresta Amazônica concentra grande
densa e pela presença de árvores de grande porte. O bioma possui cerca
diversidade de espécies de plantas medicinais, comestí- veis,
de 3.650.000 km² de florestas contínuas. De manei- ra específica, a
oleaginosas e colorantes, muitas das quais ainda não foram
vegetação é classificada em três categorias:
investigadas em profundidade. Suas propriedades continuam
- Mata de terra firme: vegetação localizada em regiões de
sendo estudadas em laboratórios. Acredita-se que 25% de todas as
altitudes mais elevadas, essas são, portanto, caracterizadas por não
essências farmacêuticas utilizadas atualmente pela medicina tenham
haver inundações e sua vegetação ser sempre seca. Há pre- sença de
sido extraídas das florestas tropicais. A variedade da flo- ra amazônica
árvores de grande porte, como castanheira, palmeira e mogno.
tem como seu principal habitat as matas de iga- pó e terra firme.
- Mata de igapó: vegetação localizada em terrenos de me- nores
Dentre as espécies mais conhecidas de plantas medicinais extraídas da
altitudes, estando esses inundados praticamente por todo o tempo.
Amazônia encontram-se o guaraná, que apresenta propriedades
Há presença de vegetação baixa, como musgos e ar- bustos. Nessas
vitalizantes, rejuvenescedoras e afrodi- síacas, atuando como tônico
matas, é possível encontrar a vitória-régia, planta aquática, símbolo
do coração e ativando as funções cerebrais e a circulação periférica;
do bioma Amazônia.
a copaíba, que contém um azeite desinflamatório e cicatrizante,
- Matas de várzea: vegetação localizada em regiões de alti- tudes
utilizada em casos de úl- ceras e faringites; e o urucu, que possui
intermediárias e que são inundadas em uma determinada época
sementes com proprie- dades capazes de aumentar a pigmentação de
do ano. As áreas mais altas permanecem inundadas por menos
tecidos adiposos, tornando a pele resistente e com coloração
tempo. Já as áreas menos elevadas permanecem inunda- das por um
natural. Contém betacaroteno (vitamina A) e pode ser ingerido em
tempo maior. As espécies encontradas nessas áreas são semelhantes
cápsulas ou utilizado na culinária, como corante natural. A fauna da
às encontradas nas matas de igapó, apresen- tando, também, árvores
região Amazônica também é rica e variada, incluindo felinos,
de até 40 metros de altura.
roedores, aves, quelonios e primatas. Algumas espécies encontram-se
em perigo de extinção e passam a ser protegidas pelos órgãos
Na Amazônia, uma pesquisa revelou que o bioma conta com cerca
espe- cializados do Governo, para terem garantida a sua sobrevivência.
de 14.003 espécies de plantas que se dividem em árvores, ervas,
Este é o caso do macaco uacari branco e do pequeno sagüi, que apenas
arbustos, lianas e trepadeiras. Desse total, cerca de 76% encontra-se
podem ser encontrados atualmente nos arredores da ci- dade de
no Brasil. A flora apresenta elevado potencial medi- cinal e econômico.
Manaus.
É possível encontrar espécies de bromélias e orquídeas, bem como
seringueiras e buritis, entre outras plantas e árvores.

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os animais têm que se refugiar nas par-
Clima
O clima predominante no estado é o Equatorial, caracteri- zado
pela elevada umidade do ar (80% em média) e pelas altas
temperaturas que perduram no ano. Durante o final do outono e o
inverno, pode haver a ocorrência de friagens no sul amazo- nense,
que corresponde à queda de temperaturas decorrente do avanço de
uma frente fria.
Os índices pluviométricos registrados para o estado são os
maiores do território nacional, com médias entre 1500 mm e 2500
mm anuais, superando os 3500 mm em algumas áreas.
Os fatores climáticos mais atuantes e que definem as condi- ções
observadas no Amazonas são a baixa latitude e a continen- talidade. A
proximidade da floresta densa contribui igualmente para o controle
dos elementos do clima local.

Rede hidrográfica
A bacia Amazônica estende-se por 3.889.489,6 km2, repre-
sentando um quinto de toda a reserva de água doce do planeta. Seus
rios estão condicionados ao regime das chuvas e se cons- tituem
praticamente as únicas vias de transporte dos habitan- tes locais.
Existem mais de 20 mil km de vias fluviais navegáveis, ligando
comunidades distantes na região. O rio Amazonas é o segundo mais
extenso do planeta e o primeiro em volume de água (100.000 m3).
Nasce no planalto de La Raya, no Peru, com o nome de Vilcanota,
passando a se chamar Solimões quando entra em território
brasileiro. A partir da confluência com o rio Negro, nas
proximidades da cidade de Manaus, recebe o nome de Amazonas.
Dos seus 6.515 km de extensão, 3.600 correm em território brasileiro a
uma velocidade de 2,5 km; hora, levando em seu leito toneladas de
sedimentos arrancados das margens, o que torna a sua coloração
amarelada. Sua largura varia de qua- tro a cinco km, chegando a
alcançar 10 km em certos locais. A profundidade média do rio
Amazonas chega a quase 100 metros. Entre seus mais de sete mil
afluentes, os principais são os rios Madeira (que percorre uma
extensão de 3.200 km), o Xingu e o Tapajós, na margem direita; e os rios
Negro, Trombetas e Jari, na margem esquerda.
Os rios amazônicos diferem quanto à qualidade de suas águas
e sua geomorfologia. Os principais rios, baseando-se na coloração de
suas águas são:
•De água preta: Negro
•De água clara: Tapajós
•De água barrenta: Solimões e Amazonas

Encontro das águas: A aproximadamente 10 km de Manaus, as


águas escuras do rio Negro se encontram com as águas bar- rentas do
rio Solimões, correndo lado a lado, sem se misturarem, por uma
extensão de cerca de seis km, quando passam então a formar o rio
Amazonas, até chegar ao oceano Atlântico. Trata-se de um fenômeno
muito apreciado por turistas, que decorre das diferenças de
densidade, temperatura e velocidade de ambos os rios.
Pororoca: É o fenômeno do encontro das correntes de maré do
oceano com a corrente fluvial, que ocorre na foz do rio Ama- zonas,
onde as marés se manifestam com grande amplitude e
impetuosidade.
Anavilhanas: Situado no rio Negro, o arquipélago de Anavi-
lhanas é formado por 400 ilhas que abrigam complexo ecossiste- ma da
Amazônia. A região está protegida por legislação federal que criou a
Estação Ecológica de Anavilhanas, com área de 350 mil hectares. No
período das cheias do rio Negro, metade das ilhas ficam submersas e

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tes mais elevadas. Quando as águas começam a baixar, as ilhas
deixam à mostra praias e canais que entrecortam toda a região
como uma rede, num percurso de aproximadamente 90 km. A
região de Anavilhanas encontra-se próxima ao Parque Nacional de
Jaú, a maior reserva florestal da América do Sul, com 2,27 milhões
de hectares, também banhada pelo rio Negro.
Parques ecológicos: Em todo o Estado do Amazonas existem
vários parques nacionais ecológicos, entre os quais se destaca o
Parque do Pico da Neblina, que abriga um conjunto de monta-
nhas ocupando 2,20 milhões de hectares.
Próximo à cidade de Manaus encontra-se o Parque Ecológi- co
de Janauary, localizado na região do rio Negro, com área de 9 mil
hectares. Possui matas de terra firme, igapós e de várzea, onde os
turistas podem passear de canoa, apreciando a vegeta- ção típica dos
igarapés. Contém ainda um lago, onde se encontra grande
quantidade de vitórias-régias que podem ser admiradas de uma
passarela rústica, construída para esse fim. O Parque de Janauary é
administrado por um consórcio turístico formado por empresas do
setor, com a cessão do Governo do Estado.
Turismo ecológico: É o grande atrativo dos roteiros de
viagens pela Amazônia, proporcionando ao turista a
oportunidade de conhecer e aprender a respeito da floresta
tropical e de seus habitantes. Seu objetivo principal é promover a
interação do homem com a natureza e a valorização da rica
diversidade biológica da região. O turismo ecológico no Estado
inclui programas de viagens de barco, pernoites em hotéis de
selva e passeios pela floresta. Podem ter a duração de horas ou de
dias, em função do interesse e disponibilidade de tempo do
visitante. Os programas são sempre realizados na companhia de guias
especializados em sobrevivência na selva, que são profis- sionais
formados em cursos administrados pelo Exército Brasi- leiro.

O desmatamento
Um dos problemas ambientais que mais tem chamado aten- ção
do mundo é o desmatamento da floresta amazônica, que põe em
risco o equilíbrio ecológico de uma região. Desde que a Amazônia
passou a ser definitivamente explorada, na década de 1970, já
foram desmatados de 12 a 13% de sua área original. Com o
desmatamento há uma quebra no equilíbrio ecológico, pois ele
afeta aevaporação,dificulta ainfiltração daágua nosolo e diminui o
abastecimento dos lençóis de água e dos próprios rios. Além disso
compromete a biodiversidade podendo signi- ficar até a
eliminação de espécies vegetais desconhecidas. Em uma pequena
porção de 300 centímetros cúbicos de floresta po- dem-se encontrar
1500 espécies de animais e vegetais.

O Amazonas é um estado brasileiro que integra a região Nor- te, ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AMAZONENSE: POSIÇÃO
com capital em Manaus. Com área de 1.559.167,878 km², o GEOGRÁFICA; MESORREGIÕES E MICRORREGIÕES; O PROCESSO
território amazonense é o mais extenso do Brasil. Uma parcela DE OCUPAÇÃO: ASPECTOS GEOPOLÍTICOS E PLANOS DE
setentrional do estado se encontra no Hemisfério Norte, sendo DESENVOLVIMENTO REGIONAL
cruzado, portanto, pela Linha do Equador.
Cinco unidades federativas fazem fronteira com o Amazo-
nas, sendo elas:
- Roraima, a nordeste;
- Pará, a leste;
- Mato Grosso, a sudeste;
- Rondônia, ao sul;

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- Acre, a sudoeste.
As divisas internacionais do estado ficam a oeste, com Peru, e a noroeste, com Colômbia e Venezuela.

Fonte: IBGE

Divisão geográfica do Amazonas


O território amazonense está dividido em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias, conforme o IBGE. Os 62
municípios que formam o estado estão agrupados em 11 regiões imediatas, as quais formam quatro regiões intermediárias. São elas:
Manaus, no norte e centro;
Tefé, no oeste;
Lábrea, no sul;
Parintins, no leste.

O Amazonas possui atualmente nove microrregiões que são;


REGIÃO DO ALTO SOLIMÕES: Amaturá, Atalaia do norte, Benjamin Constant, Santo Antônio do Iça, São Paulo de Olivença, tabatinga e
Tocantins.
REGIÃO DO TRIÃNGULO JUTAÍ-SOLIMÕES-JURUÁ: Alvarães, Fonte boa, Japurá, Juruá, Jutaí, Maraã, Tefé e Uarini. REGIÃO DO
PURUS: Boca do Acre, Canutama, Lábrea, Pauini, Tapuá.
REGIÃO DO JURUÁ CARAURI, XUNA E ITAMARATI: Eirunepé , Envira, Guajará, Ipixuna e Itamarati. REGIÃO DO
MADEIRA: Apuí, Borba, Humaitá, Manicora e Novo Aripuanã.
REGIÃO DO ALTO RIO NEGRO: Barcelos Santa Isabel do rio negro e São Gabriel da cachoeira.
REGIÃO DO RIO NEGRO-SOLIMÕES: Anamã, Anori, Autazes, Beruri, Caapiranga, Careiro-castanho, Careiro da Várzea, Coari, Codajás,
Iranduba, Manicoré, Manaquiri, Manaus, Novo Airão, Rio preto da Eva.
REGIÃO DO MÉDIO AMAZONAS: Itacoatiara, Itapiranga, Maués, nova Olinda do Norte, Presidente Figueiredo, silves e Ueucuri- tuba.
REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS: Barreirinha, boa vista do Ramos, Nhamundá, Parintins, são Sebastião do Uatumã e Urucará. As mesorregiões
apresentam outra divisão político-administrativa que toma como referência a posição geográfica de cada município, os rios e centros regionais
de maior expressão. São as seguintes:
Norte amazonense:
RIO NEGRO: Barcelos, Santa Isabel e São Gabriel da cachoeira JAPURÁ: Japurá
e Maraã.

Sudoeste amazonense:
ALTO SOLIMÕES: Amaturá, atalaia do norte, Benjamin Constant, fonte boa, Judaí, Santo Antônio do Iça, São Paulo de Olivença, Tabatinga e
Tocantins

8
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
Para isso, foi criado o Projeto Radam (Radar da Amazônia)
JURUÁ: Canauari, Eurinepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itama- rati e
Juruá. 1 Disponível em https://www.coladaweb.com Acesso em
13.12.2021
Centro amazonense:
TEFÉ: Alvarães, Tefé e Uarini.
COARI: Anamã, Anori, Beruri, Caapiranga, Coari e Codajás.
MANAUS: Autazez, Careiro, Careiro da Várzea, Iranduba,
Manacapuru, Manaquiri e Manaus.
RIO PRETO: Rio preto da Eva e Presidente Figueiredo.
ITACOATIARA: Itacoatiara, Itapiranga, Nova Olinda do Norte,
Silves e Urucurituba.
PARINTINS: Barreirinha, boa Vista do Ramos, Maués, Nha- mundá,
Parintins, São Sebastião do Uatumã e Urucará.

Sul amazonense:
BOCA DO ACRE: Boca do Acre e Pauini. PURUS:
Canutama, Lábrea e Tapua.
MADEIRA: Apuí, Borba, Humaitá, Manicoré e Novo Aripuanã.

O povoamento
Durante mais de cem anos após a chegada dos europeus ao Brasil a
Amazônia era conhecida somente através das expedi- ções que eram
feitas para aprisionar índios em buscar as drogas do sertão (cacau,
canela, baunilha, madeira e etc).
Mesmo com toda colonização feita na Amazônia inclusive com
o marquês de Pombal, o único objetivo era sempre explorar. A
Amazônia também foi palco de inúmeras migrações (japo- neses,
europeus, nordestinos, sulistas e etc), que foram determi- nantes no
processo de miscigenação amazônico, que deu origem ao povo
Amazônia atual. É claro que em meio a esse longo pro- cesso deve
ser destacado o Boom das drogas do sertão, da juta, da borracha, da
zona franca de Manaus e agora do peixe liso, todos esses momentos
foram de suma importância na confecção
desta Amazônia que temos hoje.

Ocupação e desenvolvimento1
A região amazônica brasileira, após as iniciativas de integra- ção do
governo, passou a ter dois tipos de ocupação básica. A da porção
oriental que tem de um lado a Rodovia Belém-Brasília como eixo
principal e, de outro, a implantação de grandes proje- tos minerais,
como o Projeto Carajás. O desenvolvimento destes projetos ocasionou
grande ocupação ao longo da Estrada de Fer- ro de Carajás a São Luís
(no Maranhão).
Já na porção ocidental, a ocupação deu-se ao longo das ro- dovias
Cuiabá-Santarém e Brasília-Acre. Em Rondônia e também no norte do
Mato Grosso, surgiram vários núcleos de povoamen- to que
reforçaram a ocupação do oeste da Região Norte com a criação da
Zona Franca de Manaus. Neste processo, Manaus e Belém passaram a
ocupar lugar de destaque na polarização do espaço da região Norte
como metrópoles regionais.

O regime militar e a ocupação da Amazônia


Para acelerar a ocupação e a exploração econômica da Ama-
zônia, as instituições regionais criadas a partir do governo Getú- lio
Vargas foram modernizadas a partir de 1966, sob a chancela da
“Operação Amazônia”. Empreendida pelo governo Castelo Branco,
reorganizou a legislação básica e as normas institucio- nais para atrair
os grandes capitais corporativos, colocando a região na mira dos
investidores.
Para ocupar a Amazônia, era necessário conhecer essa imensa região.

9
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
que “tinha como objetivo proceder ao levantamento dos elemen-
tos básicos necessários a um planejamento racional do aprovei-
tamento integradodosrecursosnaturais daregião Amazônica”.
Durante a Presidência do general Ernesto Geisel, foi criado o
Polamazônia, que tinha por finalidade o estabelecimento de
quinze áreas prioritárias para a ocupação, visando à exploração dos
recursos agrominerais e agropecuários na Amazônia Legal. Estes 3
projetos não seriam suficientes para promover a ocupa- ção da
imensa região. Por essa razão, o presidente Emílio Gar- rastazu
Médici assinou o Decreto-Lei número 1 106, que criou o Plano de
Integração Nacional (PIN).
O PIN tinha como principais finalidades a abertura das rodo- vias
de integração Transamazônica, Porto Velho-Manaus, Perime- tral
Norte, Cuiabá-Santarém (BR-163) e Cuiabá-Porto Velho (BR- 364).
Outro decreto de abril de 1971 declarou as terras devolutas em uma
faixa de 100 km, ao lado das rodovias na Amazônia Legal, como áreas de
segurança nacional, nas quais o Instituto Nacional de Reforma Agrária
(Incra) iria implantar os planos oficiais de co- lonização por meio da
entrega dos lotes aos colonos.
As rodovias tornaram-se cunhas de ocupação (fixos e fluxos),
orientando os fluxos migratórios para a Amazônia Legal. Como
principais consequências dessa ocupação rápida, podemos des-
tacar: o acentuado crescimento populacional e urbano, o incre-
mento das trocas com outras regiões e os impactos ambientais.

ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS: CICLOS ECONÔMICOS E


CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO; DINÂMICA DOS
FLUXOS MIGRATÓRIOS E PROBLEMAS SOCIAIS; O EX-
TRATIVISMO FLORESTAL (IMPORTÂNCIA DA BIODIVER- SIDADE;
BIODIVERSIDADE E MANIPULAÇÃO GENÉTICA PARA FINS
COMERCIAIS; ECOTURISMO); EXTRATIVIS- MO MINERAL;
CONCENTRAÇÃO FUNDIÁRIA E CON-
FLITOS PELA TERRA; O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E
REDES URBANAS; FONTES DE ENERGIA: POTENCIAL
HIDRELÉTRICO, HIDRELÉTRICAS E MEIO-AMBIENTE; A PRODUÇÃO
DE GÁS; TRANSPORTES: A MALHA VIÁRIA,
IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE FLUVIAL. A ZONA
FRANCA DE MANAUS

Demografia do Amazonas
O Amazonas conta com 4.207.714 habitantes, sendo o 13º
estado em população do Brasil e o 2º da região Norte. Em termos
relativos, a população amazonense equivale a 22,5% de todos os
habitantes da região. Com ampla superfície territorial, a densi-
dade demográfica do estado é uma das mais baixas do país. Os
dados do Censo de 2010 apontam um valor de apenas 2,23 hab./ km².
Atualmente, essa cifra é de 2,69 hab./km².
Com taxa de urbanização de 79,09%, temos que a maior par- cela
dos amazonenses vive nas cidades. A capital, Manaus, é o
município com maior número de habitantes do estado e o 7º
mais populoso do Brasil, com 2.219.580 habitantes. Na sequên- cia
está Parintins, com 115.363 habitantes.
O último Censo Demográfico, que data de 2010, mostrou que
o Amazonas é o estado que possui a maior população indí- gena do
Brasil, com 183.514 pessoas. Os indígenas amazonen- ses
correspondem a 20,46% da população indígena brasileira, e 53,52%
da região Norte.

10
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
século XIX.
População
A população do Estado do Amazonas, conforme contagem
populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geo- grafia
e Estatística (IBGE), é de 3.483.985 habitantes, essa uni- dade da
federação é o segundo mais populoso da Região Norte.

A capital do Estado é Manaus, uma cidade que ocupa o sétimo


lugar no ranking de maior PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro,
porém esse dado é restrito somente à cidade, além disso, a capital é
a maior cidade de toda Região Norte, com uma população de
1.802.014 habitantes, no entanto, o crescimento está ocorrendo de
forma desordenada e sem planejamento ade- quado. Manaus é uma
das cidades que mais recebe imigrantes no país.
A população do Amazonas é composta por brancos (24,2%), negros
(3,1%), pardos ou mestiços (66,9%), indígenas (4,0%) e
amarelos (0,3%).
Apesar de possuir uma população superior a 3,4 milhões de
pessoas, o território amazonense é pouco povoado, isso é evi-
denciado nos dados de densidade demográfica que corresponde a 2,2
habitantes por quilômetro quadrado.
Do total da população, aproximadamente 79% vivem em
centros urbanos, a capital, Manaus, abriga mais de 50% dos ha-
bitantes do Estado.
A configuração da estrutura etária do Estado se apresenta da
seguinte forma: 43,8% da população tem idade entre 0 e 14 anos,
52% correspondem àquelas que têm entre 15 e 59 anos e 4,2% da
população são pessoas acima de 60 anos.
Já a distribuição da população por sexo é relativamente
equivalente, as mulheres representam 49,7% e os homens 50,3% da
população. O Estado concentra a maior população indígena do
país, localizados em áreas de difícil acesso.
O processo de formação étnica da população do Amazonas, possui
uma grande variação social, deste modo, o processo de- formação
populacional do Estado é composto pelos seguintes grupos
étnicos:
- Brancos (24,2%)
- Negros (3,1%)
- Pardos ou mestiços (66,9%)
- Indígenas (4,0%)
- Amarelos (0,3%)

A expansão econômica e o crescimento populacional


A economia amazonense sempre esteve ligada a extração dos
produtos da floresta. Foi esta que ao longo do século XIX e XX
forneceu produtos para as diversas atividades de pequenas indústrias
locais. A madeira, por ser básica para a construção civil, tem até hoje
sua importância. Porem foi, sem sombra de dúvida, a borracha que
deu um grande impulso à economia re- gional a partir de meados do

11
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
O constante aumento da demanda mundial, acompanhada
pelo aumento de preços deste produto, trouxe para o Amazonas e
Amazônia em geral, um contingente de migrantes estimado em 300
mil pessoas, que se espalharam para os diversos rios da re- gião em
busca de coleta da borracha. Áreas até então ocupadas pelos índios
passaram a receber os seringueiros. Como a concen- tração da área
era maior nos rios madeira, Juruá e Purus, foi aí que instalaram os
inúmeros seringais.
Manaus, capital do estado chega ao final do período pro-
vincial com uma população em torno de 40 mil habitantes, pois
também recebeu migrantes de diversas nacionalidades para tra-
balhar em atividades de apoio à exportação da borracha.
Outros núcleos populacionais pelo interior do amazonas
também foram se consolidando, como Humaitá, sempre voltado ao
movimento proporcionado pela borracha.
A decadência do principal produto extrativo da floresta vai
forçar uma outra organização produtiva, a busca de outras ativi-
dades econômicas de trabalho para as populações que estavam
envolvidas com ela. A agricultura constitui-se num dos supor- tes
para estas. O outro recurso foi a migração para as cidades e,
principalmente para Manaus.
Dentro do plano de ocupação da região elaborado pelo go-
verno federal, procuram-se alternativas incentivando a migra-
ção japonesa para o trabalho agrícola. Posteriormente, a pro-
dução de fibras – juta e malva- foi introduzida nas várzeas do
amazonas. Junto com ela, fabricas de fiação e tecelagem de juta
instalaram-se em Manaus, Parintins e etc. basicamente a pro-
dução de sacaria era destinada à exportação. Porém, a grande
alteração da economia amazonense ocorreu com a implantação
da zona franca de Manaus em 1967. Sua meta foi criar um polo
comercia, com importação de mercadorias livres de qualquer co-
brança tributaria. O comercio atingiu o auge no final da década de
80. Apresentavam um fluxo de turismo nacional voltado para
compras de produtos importados que desapareceu com a aber-
tura comercial promovida pelo governo brasileiro no início dos
anos 90.
Esta abertura comercial, representada pela redução das ta-
rifas de importação, possibilitou a importação de mercadorias
por qualquer comerciante de outros lugares do país. Também era
meta a instalação de um polo industrial sendo as industrias
isentas de qualquer imposto federal.

A dinâmica dos fluxos migratórios e os problemas sociais


A migração para o estado do Amazonas teve por caracte-
rística uma centralização na cidade de Manaus. Com a criação da
zona franca de Manaus e a expansão do setor secundário e
terciário, Manaus atraiu população tanto urbana, originaria de
outras cidades do país quanto rural do interior do amazônico.
A expansão urbana não poderia deixar de causar problemas in-
fraestruturas, uma vez que o ritmo do crescimento populacional foi
maior que a capacidade de atendimento aos serviços públi- cos.

Economia
O maior Estado do Brasil possui a maior floresta tropical do
mundo com 98% de sua área preservada. Aliando seu potencial
ecológico a uma política de negócios embasada na sustentabili-
dade, a capital do Amazonas tornou-se a 6ª cidade mais rica do país.
Parte deste sucesso se deve ao Polo Industrial de Manaus
(PIM), um modelo de desenvolvimento regional que abriga inú-
meras empresas nacionais e internacionais, gerando mais de 100

12
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
construída, no rio Uatumã e não foi um investimento de sucesso. Outra
mil empregos diretos e um faturamento de 35 bilhões de dólares em
importante fonte de energia no amazonas. Há no municí-
2010. O PIM é o principal mecanismo irradiador do desen-
volvimento no modelo Zona Franca de Manaus, que concede in-
centivos fiscais para a produção. Esta política de incentivos gera
emprego, renda e aumento da arrecadação de tributos federais,
estaduais e municipais não só no Amazonas, onde está situado o PIM,
mas nos demais Estados da Amazônia Ocidental (Rorai- ma, Acre,
Rondônia), além das cidades de Macapá e Santana, no Amapá (a área de
atuação do modelo Zona Francade Manaus).
Em sua política de desenvolvimento econômico, o Governo do
Amazonas busca atrair investidores comprometidos com o meio
ambiente, direcionando esforços para diversificar a eco- nomia a
partir do desenvolvimento de atividades voltadas ao
aproveitamento de recursos naturais nas áreas de agroindústria,
bioindústria, fruticultura, turismo, energia, dentre outras poten-
cialidades abundantes na região.
As políticas públicas do Estado estão voltadas para a melho- ria da
qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável. Como exemplo,
investimentos em Programas como a Zona Franca Ver- de e Bolsa
Floresta; o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus
(Prosamim); o gasoduto Coari-Manaus, que veio para mudar a matriz
energética de oito municípios, incluindo a capi- tal, e a construção
da Ponte do Rio Negro, que vai interligar a região metropolitana de
Manaus à cidade de Iranduba e áreas adjacentes.
No interior do Estado é crescente a abertura de novas opor-
tunidades de emprego e renda, com investimentos em áreas como
a piscicultura, agroindústria e produção rural. Para isso, o Governo
do Amazonas mantém um sistema de apoio ao se- tor produtivo que
alia assistência técnica, fomento e comercia- lização. A pesca é uma
das principais atividades econômicas da população amazônica e o
alimento básico para o seu sustento. Existem várias espécies de
peixes nos inúmeros rios da região, entre os quais se destacam o
tucunaré, o dourado amazônico, o gamitana e a pescada. As piranhas,
cuja carne é muito apreciada por pescadores, habitam quase todos os
rios da Amazônia.
O Amazonas surpreende pela combinação de modernidade e
conservação da natureza, dispondo de arrojados espaços cul- turais,
shopping centers, excelente rede hoteleira, restaurantes de categoria
internacional, rede de ensino diversificada, parques ecológicos e
espaços de integração social, que asseguram qua- lidade de vida e
bem-estar à população. O Estado conta ainda com diversas opções
de turismo que vão da visita de cavernas e cachoeiras, a prática do
arvorismo, pesca esportiva, festivais folclóricos e patrimônios
históricos.

Recursos naturais e aproveitamento econômico


No amazonas os recursos naturais de sua floresta, solos e rios,
são sem dúvida o seu potencial econômico. Explorados com equilíbrio e
visando a sua conservação pode trazer aos seus ha- bitantes
perspectivas de melhores condições de vida. Começa- remos por
analisar a rede hidrográfica como fonte de energia e como via de
transporte. Podemos conhecer melhor o potencial hidrelétrico
destes rios e sua importância como lugar de circu- lação de pessoas e
mercadorias embora sejam vistos frequen- temente como recursos
ou potenciais econômicos, os rios na Amazônia servem ainda como
lugar de lazer com seus milhares de igarapés e praias que se formam as
suas margens e como con- templação pela população local em
virtude de suas característi- cas singulares tais como largura,
extensão e profundidade.
No estado do amazonas apenas a hidrelétrica de Balbina foi
13
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
pio de Coari uma base de exploração da Petrobras- denominada poderão ter maiores facilidades de co- mercialização no marcado
urucu. A produção em urucu chega a 55 mil barris/dia que são internacional.
escoados para a refinaria de Manaus pelo oleoduto até a mar- gem
do rio Solimões e de La segue nas embarcações.
Um gasoduto no meio da floresta
Também no município de Coari foi descoberta uma jazida de gás
natural estimada em 130 que pode durar 30 anos para serem
consumidas pela Petrobras no município de Coari. O gás natural vem
aparecendo na atualidade como uma das melhores opções para a
substituição do óleo na geração de energia.

Transportes fluviais no Amazonas e sua importância


Como os rios da Amazônia são extensos e largos isso facilita o
transporte fluvial, inclusive esse meio de transporte é utilizado na
Amazônia desde a colonização e tem sido até hoje. As mar- gens dos
rios amazônicos, encontramos vários núcleos urbanos, cidades que
embora com um nº reduzido de habitantes, mantem relações
comerciais com Manaus por meio do transporte fluvial.

Manejo florestal

O que é o manejo florestal?


O Código florestal brasileiro de 1965(artigo 15) definiu que as
florestas da Amazônia só poderiam ser utilizadas através de planos
de manejo. Em 1989, a ordem de serviço 001-89IIBAMA DIREN
definiu um extensivo protocolo de plano de manejo, in- cluindo
especificação de técnicas de extração para diminuir os danos à
floresta, estimativas do volume a ser explorado, trata- mentos
silviculturais e métodos de monitoramento do desenvol- vimento
da floresta após a exploração. O ciclo de corte mínimo foi fixado, na
época, em 30anos.
Em resumo, o manejo florestal é um conjunto de técnicas
empregadas para colher cuidadosamente parte das árvores
grandes de tal maneira que as menores, a serem colhidas futura-
mente, serão protegidas. Com a atuação do manejo a produção de
madeira pode ser contínua ao longo dos anos.

Por que manejar florestas?


As principais razões para manejar a floresta são:
- Continuidade da produção a adoção do manejo garante a
produção continuidade da produção, a adoção do manejo garan- te a
produção de madeira na área indefinidamente, e requer a metade
do tempo necessário na exploração não manejada.
- Rentabilidade, os benefícios econômicos do manejo supe-
ram os custos, tais benefícios decorrem do aumento da produ-
tividade do trabalho e da redução dos desperdícios de madeira.
- Segurança de trabalho: as técnicas de manejo diminuem
drasticamente os riscos de acidentes de trabalho. No projeto pi-
loto de manejo florestal (ímazon/ WWF), os riscos de acidentes
durante o corte na operação manejada foram 17 vezes menores se
comparado às situações de perigo na exploração predatória.
- Respeito à lei, manejo florestal é obrigatório por lei, as empre- sas
que não fazem manejo estão sujeitas a diversas penas. embora, a ação
fiscalizadora tenha sido pouca efetiva até o momento, é cer- to que essa
situação vai mudar, recentemente, tem aumentado as pressões da
sociedade para que as leis ambientais e florestais sejam cumpridas.
Oportunidades de mercado, as empresas que adotam um bom manejo
são fortes candidatas a obter um selo verde como a certificação é uma
exigência cada vez maior dos compradores de madeira, especialmente
na Europa e nos estados unidos, as empre- sas que tiverem um selo
verde, provando a autenticidade da origem manejada de sua madeira,

14
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
existentes no planeta. Na Amazônia, ape-
- Conservação florestal: o manejo da floresta garante a co-
bertura florestal da área, retém a maior parte da diversidade ve- getal
original e pode ter impactos pequenos sobre a fauna, se
comparados à exploração nãomanejada.
- Serviços ambientais: as florestas manejadas prestam servi- ços
para o equilíbrio do clima regional e global, especialmente pela
manutenção do ciclo hidrológico e retenção de carbono.

Projeto de manejo
A utilização dos recursos florestais brasileiros em uma histó- rica
perspectiva precisa de análise para um programa de manejo florestal
sustentado. Esses recursos fazem uma contribuição vi- tal para
proteção de mananciais, vida silvestre, e diversidades biológicas,
geração de empregos recursos e receita através da exploração
florestal e indústria e suporte as comunidades rurais como fonte de
alimento, combustível e medicamento para mui- tos, incluindo as
regiões mais pobres.
Um entendimento dos complexos requisitos ecológicos e inter-
relações existentes no ecossistema florestal, assim como próprio
manejo. De acordo com a proposta metodológica da FAO para manejo
florestal sustentado em países das Américas cen- tral e América do
Sul, disponibilidade e exatidão de informação sobre recursos
florestais e sua utilização é a precondição para um manejo florestal
sustentado, baseado em uma legislação flo- restal balanceada
economicamente, ambientalmente e social- mente, usando esta
metodologia como guia e o conhecimento histórico do serviço
florestal americano, USDA Forest Service, em critérios e indicadores
para um manejo florestal sustentado, este projeto tem dois resultados
a serem alcançados: Aprimorar os atuais critérios e indicadores de
sustentabilidade (CIS) para o manejo florestal no Brasil; Apresentar
uma análise do setor florestal, com os tipos de trocas e ajustes
necessários para o ma- nejo florestal sustentado.
Aprimorando os critérios indicadores de sustentabilidade (CIS)
para o manejo florestal no Brasil ajudaremos a implemen- tar os
princípios florestais na Conferência sobre desenvolvimen- to e meio
ambiente nas Nações Unidas (UNCED) e da agenda 21, e é também
importante para a convenção sobre biodiversidade das Nações
Unidas, mudanças climáticas e desertificação.
Analisando e atualizando os critérios e indicadores de sus-
tentabilidade teremos transparente as necessidades para novas
pesquisas, ações na tecnologia e aumento da capacidade de medir
e entender indicadores manejo florestal e sustentável. Legislação
florestal, estatística florestal, serviços florestais, isso na terra,
modelos florestais, marketing de produtos florestais, produtos não
madeireiros, instituições não florestais, dados so- cioeconômicos,
árvores em áreas não florestais, florestas com interface urbana, e
energia da madeira serão analisados em sete propostas de critério e 49
indicadores de manejo florestal sus- tentável.

Biodiversidade da Amazônia
Em nenhum lugar do mundo existem mais espécies de ani- mais
e de plantas do que na Amazônia. Entretanto, apesar da Amazônia
ser a região de maior biodiversidade do planeta, ape- nas uma fração
dessa biodiversidade é conhecida.
A riqueza da flora compreende aproximadamente 30.000
espécies, cerca de 10% das plantas de todo o planeta. São cerca de 5.000
espécies de árvores, variando entre 40 e 300 espécies diferentes por
hectare. Os artrópodos (insetos, aranhas, escor- piões, lacraias e
centopéias, etc.) constituem a maior parte das espécies de animais

15
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
sar de dominar a Floresta Amazônica em termos de número de
espécies, estima-se que mais de 70% das espécies amazônicas ainda
não possuem nomes científicos.
Atualmente são conhecidas 7.500 espécies de borboletas no
mundo, sendo 1.800 na Amazônia. Para as formigas, que con-
tribuem com quase um terço da biomassa animal das copas de
árvores na Floresta Amazônica, a estimativa é de mais de 3.000
espécies.
Um total de 163 registros de espécies de anfíbios foi encon-
trado para a Amazônia brasileira. Esta cifra equivale a aproxima-
damente 4% das 4.000 espécies que se pressupõe existirem no
mundo e 27% das 600 estimadas para o Brasil. O número total de
espécies de répteis no mundo é estimado em 6.000, sendo pró-
ximo de 240 espécies o número de espécies identificadas para a
Amazônia brasileira, muitas das quais restritas à Amazônia ou a parte
dela. Mais da metade dessas espécies são de cobras, e o segundo
maior grupo é o dos lagartos.
As aves constituem um número de espécies estimado em
9.700 no mundo. Na Amazônia, há mais de 1000 espécies, das quais
283 possuem distribuição restrita ou são muito raras. A Amazônia
é a terra dos grandes Cracidae (mutuns), Tinamidae (inhambus),
Psittacidae (araras, papagaios, periquitos), Ram- phastidae (tucanos
e araçaris) e muitos Passeriformes como por exemplo, os
Formicariidae, Pipridae e Cotingidae. Na Amazô- nia, são
registradas atualmente 311 espécies de mamíferos. Os quirópteros
e os roedores são os grupos com maior número de espécies.

Ameaças à Biodiversidade da Amazônia


Apesar de sua grande diversidade, a Amazônia está sendo
empobrecida pelo avanço do desmatamento que inviabiliza a
continuidade da existência de populações de diversas espécies,
inclusive várias de interesse comercial. Outra grande ameaça à
biodiversidade, que também decorre do desmatamento, é o con-
junto de mudanças ambientais globais que alteram ciclos natu- rais
e põem em risco muitas espécies naturais e à saúde do ser humano.
Segundo levantamento da organização não governamental
WWF, com base em dados da ONU, mostra que a média de des-
matamento na Amazônia brasileira é a maior do mundo, sen- do
30% mais intensa que na Indonésia, a segunda colocada no
ranking.
Na Amazônia a eliminação de florestas cresceu exponen-
cialmente durante as décadas de 70 e 80 e continua em taxas
alarmantes. A mudança no uso do solo tem mostrado afetar a
hidrologia regional, o ciclo global do carbono, as taxas de eva-
potranspiração, a perda de biodiversidade, a probabilidade de
fogo e uma possível redução regional na quantidade de chuvas. Os
dados oficiais, elaborados pelo INPE sobre o desmatamento,
mostram que já foram eliminados cerca de 570 mil quilômetros de
florestas na região.
Entretanto, a situação pode ser ainda mais grave, pois se-
gundo levantamentos oficiais, identificam apenas áreas onde a
floresta foi completamente retirada por meio de práticas conhe-
cidas por corte raso, e não aquelas por atividades de madeireiras e
queimadas, na qual não são contabilizadas.

Um espaço de conflitos
A construção de grandes rodovias, os projetos de minera- ção
a expansão da agropecuária na região norte têm sido rea- lizados
à custa de muitas lutas, perseguições e mortes de bran- cos e
indígenas. O número dos sem-terra na região é grande e
16
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
SAL-GAMA: há uma jazida de aproximadamente 560 milhões de
tem aumentado ainda mais nos últimos anos. São seringueiros, toneladas de nova Olinda do norte usado para produção de
castanheiros, lavradores, peões de fazendas de pecuária, e mi- grantes
fertilizantes. Porém a facilidade de exploração noutros lugares não
de outras regiões brasileiras que se instalaram em áreas desocupadas,
estimula a exploração desta jazida.
aparentemente sem dono, para morar e produzir. Essa ocupação gera
NIÓBIO: A maior jazida deste produto encontra-se no muni- cípio
uma serie de conflitos, como se verifica no sul e sudeste do Pará.
de são Gabriel da cachoeira, está estimulada em 28 milhões de
Esses conflitos ocorreram principalmente nas áreas em que há um
toneladas
grande avanço da pecuária e da mineração, que não dei- xam espaço
para pequenas propriedades. Zona Franca de Manaus
Também os indígenas da região sofrem com a expansão É uma área empresarial destinada à atração de investimen- tos e
agropastoril e mineradora. Embora o Brasil tenha terras indíge- nas instalação de empresas, sobretudo aquelas pertencentes ao ramo
delimitadas nas chamadas reservas, que são protegidas por lei, essas industrial.
terras muitas vezes são invadidas.
Como vimos, o Norte constitui a última fronteira de expan- são
econômica dopaís, epor isso ainda verificam aí muitos con- flitos. Nos
últimos anos porem tem-se ampliado na região os mecanismos de
organização de diversas categorias sociais, como seringueiros,
produtores rurais e indígenas. É preciso reconhe- cer que essas
iniciativas tem sido respostas, a forte intervenção do estado que
marcou e ainda marca a organização desse espaço regional.

A agricultura Logomarca da Zona Franca de Manaus.


Uma das mais tradicionais culturas da região é a da pimenta do Os bens produzidos em sua área possuem esse selo
reino introduzida pelos imigrantes japoneses. Eles se instala- ram na
década de 1930 na região de Bragantina, entre Belém e Bragança Seu objetivo principal é atrair empresas e promover uma maior
(Pará). A produção é voltada para os mercados nacio- nal e ocupação e integração territorial com a região Norte do país.
internacional. Atualmente, existem mais de 500 empresas instaladas em seus
Outra cultura introduzida pelos japoneses foi a juta, planta- da domínios.
nas várzeas e que teve seu momento de auge assim como a borracha Oficialmente, no Decreto de Lei nº 288, de 28 de fevereiro de
mais tarde. 1967, a Zona Franca de Manaus é: “uma área de livre comér- cio de
O Norte também produz malva, planta fornecedora de fibra para importação e exportação e de incentivos fiscais especiais,
a indústria. Além desses cultivos destinados a industrias a região estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um
norte produz várias culturas alimentares, o arroz, o milho centro industrial, comercial e agropecuário dotado de con- dições
, o feijão, a soja e etc. econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores
locais e da grande distância, a que se encontram, os centros
Pecuária consumidores de seus produtos”.
Até a década de 1970, a criação de gado bovino –leiteiro e de Portanto, apenas na definição oficial, já identificamos algu- mas
corte- para consumo regional desenvolveu-se em poucas áreas de características básicas da Zona Franca de Manaus, a saber:
pastagem naturais, formadas pelos cerrados e campos. Porem pouco a) a existência de incentivos fiscais especiais, ou seja, a con- cessão
tempo depois começaram a se instalar na região poderosas de isenção de impostos e outros benefícios para as em- presas e
empresas agropecuárias, que substituíram grandes trechos de indústrias que se instalarem nessa região;
floresta por pastos cultivados. b) o objetivo de industrializar e desenvolver comercial e eco-
A pecuária dessas novas áreas é extensiva e destinada ao corte. nomicamente a região da Amazônia em seu interior, tendo em vista
O gado e criado solto nos pastos, a atividade apresentou grande a dificuldade de obtenção de produtos de outras localida- des em
crescimento, passando de pouco mais de 1,7 milhões de cabeças em face das grandes distâncias e dificuldades no transporte;
1970 para 24 milhões em 2000. Destaque para a criação de búfalos c) o desenvolvimento dos setores industrial, comercial e
em Marajó 60% do total nacional. agropecuário, o que significa um maior incentivo ao processo de
ocupação da Amazônia e interiorização do território;
A extração mineral
MINA DE CASSITERITA: Existente no mundo de presidente Os incentivos fiscais especiais acima citados tinham previsão de
Figueiredo, tem sua exploração controlada hoje por um fundo de duração apenas até o ano de 1997. Porém, temendo a fuga de
pensão de empresas estatais. É um minério cujo preço é de- finido empresas da região, o governo brasileiro prorrogou por várias vezes o
pelas bolsas mundiais de mercadorias, e, ressalta-se, tem caído muito seu encerramento, primeiramente para o ano de 2013, depois para
nos últimos anos, é usada para a fabricação de ligas metálicas. 2023 e, por último, para 2073.
OURO: Disputado por garimpeiros e empresas, as ocorrên- cias A construção da Zona Franca de Manaus ocorreu justamente no
desde minério no estado do amazonas são nos municípios do alto rio período de maior crescimento do processo de industrializa- ção do
negro, Maués e residualmente em Humaitá. Em 1997, no rio Bóia, Brasil. Mesmo assim, esse fato é visto como uma espécie de “ponto
afluente do rio Jutaí, no alto Solimões, a política federal expulsou fora da curva” da industrialização brasileira, haja vis- ta que a maior
um grupo de 300 garimpeiros, do mesmo modo que esta atividade já parte das empresas, investimentos e instalações concentrou-se na
foi reprimida em santa Isabel do rio negro. região Sudeste do país.

17
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
Nos últimos 300 anos, cerca de 10 milhões de km2 de flores- tas
Os principais produtos industriais fabricados na Zona Franca de
deram lugar a outro tipo de uso da terra. Nas regiões tropi- cais, a
Manaus são: TVs, celulares, veículos, aparelhos de som e de vídeo,
retirada da cobertura florestal poderá causar alterações no balanço
aparelhos de ar-condicionado, bicicletas, microcomputa- dores e
hídrico, tornando o clima mais seco e quente. A taxa de
chips, aparelhos transmissores/receptores, entre outros. A existência
evapotranspiração da floresta é muito maior do que qualquer cultivo
da Zona Franca de Manaus e de outros polos industriais e
ou pastagem, e com a mudança no uso do solo, o fluxo de vapor de
empresariais pelo país está inserida no contexto dos Fatores
água para a atmosfera diminui sensivelmente, alte- rando o ciclo
Locacionais da Indústria, que incluem uma série de ele- mentos
hidrológico. Na Amazônia, por exemplo, estudos preveem que a
básicos para atrair empresas para uma região a fim de se
temperatura poderá subir de 5 a 8ºC até 2100 e a redução no volume
gerar empregos e movimentar a economia.
de chuva pode chegar a 20%.
O desmatamento, a exploração madeireira e os incêndios
florestais associados aos eventos de El Niño cada vez mais fre-
QUESTÕES ATUAIS: A QUESTÃO INDÍGENA: INVASÃO, quentes e intensos, poderão aumentar significantemente as
DEMARCAÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS. A QUESTÃO emissões de carbono oriundas de mudanças no uso do solo.
ECOLÓGICA: DESMATAMENTO, QUEIMADAS, POLUI- ÇÃO DAS O ciclo vicioso de empobrecimento da paisagem amazônica à
VIAS HÍDRICAS, ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS medida que a floresta vai se tornando cada vez mais inflamável. O ciclo
se inicia com o desmatamento e/ou exploração madeireira que
A questão indígena diminuem a quantidade de água que a vegetação libera para a atmosfera
Dos cerca de 900 mil índios que habitam o território brasi- leiro, (evapotranspiração) e, consequentemente, reduz o volu- me das chuvas.
mais da metade vive na região Norte brasileira. As várias tribos e Com menos chuvas, há maior possibilidade de ocor- rência de incêndios
comunidades indígenas sofreram grande dizimação ao longo do florestais que, por sua vez, provocam a mortali- dade de árvores. Além
processo de ocupação da região, fato que só foi reverti- do com a disso, a fumaça produzida pelas queimadas (em campos agrícolas e
demarcação de terras e a criação de áreas de preserva- ção. Hoje as pastagens) e pelos incêndios florestais interfere nos mecanismos de
populações indígenas voltaram a crescer e aumen- tar formação das nuvens, dificultando a precipitação. Todos estes fatores
numericamente. podem ser ainda potencializados pelo aquecimento global que, por sua
Na década de 70, a região amazônica passou a ser alvo das vez, pode tornar cada vez mais intensos e frequentes os fenômenos de El
políticas de integração territorial do governo federal. As chama- das Niño, ameaçando ainda mais a valiosa biodiversidade da floresta
rodovias de integração nacional, como a Transamazônica, a Perimetral amazônica.
Norte, a Cuiabá-Santarém e a Manaus-Boa Vista atra- vessariam a
Todo ano tem fogo na Amazônia por causa da estação seca?3
região em várias direções, cortando e facilitando o acesso às terras
Infelizmente sim, mas por um único motivo: alguém acende um
amazônicas, expondo muito as áreas das aldeias indígenas.
fósforo. A floresta amazônica é um ambiente úmido, e o fogo natural
Em razão de suas terras serem ocupadas por madeireiras,
acontece raríssimas vezes no bioma, a cada 500 anos ou mais. Mesmo
mineradoras, construção de hidrelétricas, garimpos, entre ou- tros,
na estação seca, quando há condições ambientais e material
as comunidades nativas acabaram ficando sem condições de
combustível mais favoráveis, a umidade presente na região não
sobreviver, muitas desapareceram e outras foram totalmente
permitiria tantos focos de calor se não houvesse a ação humana
incorporadas como mão de obra barata ou migraram para as ci-
como fonte de ignição constante.
dades. A entrada de técnicas mais avançadas de exploração dos
O fogo na Amazônia é resultado de três fatores, o que cha-
recursos naturais na Amazônia trouxe muitos prejuízos para a vida
mamos de “triângulo do fogo”:
indígena que, em muitos casos, se vê envolvida neste pro- cesso.
1. Condições ambientais: no “verão amazônico”, entre maio e
Portanto, a demarcação das terras indígenas é uma forma de
outubro, quando está mais seco;
preservar e garantir a sobrevivência dos índios e seus descen- dentes;
2. Material combustível: vegetação seca em abundância, que
mas muitos setores da sociedade interessados na explo- ração
podem ser folhas e galhos caídos da copa das árvores e até árvores
destas terras são contrários e frequentemente entram em conflito
derrubadas;
com os grupos nativos.
3. Ignição: a fonte do fogo.
Como o desmatamento contribui para as mudanças climá- Existem três tipos de fogo na Amazônia:
ticas?2 1. Fogo de manejo agropecuário: empregado por produtores
Quando ocorrem mudanças no uso do solo, ou seja, uma flo- resta
rurais grandes, médios e pequenos, inclusive por populações tradi-
é derrubada e queimada, dando lugar ao estabelecimento de
cionais, para limpar o terreno de pragas e renovar o solo. Acontece
pastagem, agricultura ou outra forma de uso da terra, ocorre a
principalmente em áreas de pastagem e é sempre intencional;
liberação de uma grande quantidade de carbono na forma de
2. Fogo de desmatamento recente: queimar a vegetação der-
CO2 para a atmosfera contribuindo, assim, para o aquecimento
rubada é mais barato do que retirá-la com tratores; além disso, as
global. Estima-se que 1,6 bilhões de toneladas de carbono foram cinzas ajudam a nutrir o solo amazônico para o plantio de pasto,
emitidas para a atmosfera por ano devido às mudanças no uso
por exemplo. É sempre intencional;
do solo durante a década de 1990.
3. Incêndios florestais: é o fogo que pega a floresta viva,
espalhando-se rapidamente pelas folhas secas depositadas no solo.
Pode ser acidental, quando escapa de uma queimada pró- xima, ou
intencional, quando colocado propositalmente com a intenção de
2 Disponível em https://ipam.org.br/entenda/como-o-desmata- degradar a floresta.
mento-contribui-para-as-mudancas-climaticas/ Acesso em 12.12.2021

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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
3 Disponível em https://ipam.org.br/cartilhas-ipam/tudo-o-
-que-voce-queria-saber-sobre-fogo-na-amazonia-mas-nao-sabia-para-
-quem-perguntar/ Acesso em 12.12.2021

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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
cialmente, como o conceito de Amazônia Legal, que compreende
Poluição
A poluição de rios de pequeno e médio porte passam a exi- bir
trechos com alterações expressivas. A poluição nos rios desta bacia é
uma realidade em muitos pontos. O carbono e outros nutrientes
como, nitrogênio e fósforo, atingem os rios carreados pela água da
chuva não absorvida pelo solo. Em altas concentra- ções estes
compostos acabam poluindo os rios por longas dis- tâncias. A
poluição dos rios da bacia do Ji-Paraná, localizada no estado de
Rondônia são do mesmo escopo de poluição dos rios Atibaia,
afluente do Piracicaba, no estado de São Paulo.
Na Amazônia brasileira, a exploração de petróleo é relativa- mente
recente, mas alguns derramamentos já aconteceram nos rios do
entorno das áreas de exploração. Um poliduto de Urucú para Coari
foi completado em 1998. Com isto, o petróleo, trazi- do de Coari para
Manaus atravessa o rio de barcaça. Em 1999, um oleoduto quebrou
entre o porto e a refinaria em Manaus, o que resultou em um
derramamento de petróleo no igarapé de Cururú em 2001.
Vazamentos de petróleo das barcaças entre Coarí e Manaus e dos
transportes fluviais em geral, têm causado uma sucessão de pequenos
eventos de poluição de óleo. A po- luição por óleo seria especialmente
danosa se afetar as florestas de várzea, onde muitas espécies de peixe
da região procriam.
Os solos amazônicos contêm altas concentrações de mercú- rio
oriundo de fontes naturais. Os solos da Amazônia são antigos, tem
milhões de anos de idade e têm acumulado mercúrio de for- ma
gradual por meio de deposição da chuva de poeira oriunda de
erupções vulcânicas e de outras fontes ao redor do mundo.

Desmatamento
O desmatamento da Amazônia não é uma prática atual. O
bioma, que ocupa cerca de 49,29% (4.196.943 milhões de km2) do
território brasileiro nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins, mantinha-
se preservado até a década de 1970, mas passou a so- frer com a retirada
da cobertura vegetal a partir desse período.
Um dos contribuintes foi a construção da Rodovia Transa-
mazônica (BR-230) entre 1969 e 1974. Ao longo dos anos, essa prática
apresentou períodos de declínio e de aumento, o que tem gerado
inúmeros debates entre o governo federal, diversas instituições e
ambientalistas. Sabemos que o bioma Amazônia exerce influência no
equilíbrio ambiental do mundo todo e sua preservação é
indiscutivelmente essencial para que esse equilí- brio seja mantido.

Desmatamento nos últimos 30 anos


A construção da Rodovia Transamazônica, que corta o Brasil na
direção Leste-Oeste com o objetivo de ligar a Região Norte do Brasil às
demais regiões, deu início ao desmatamento na Ama- zônia. Essa
construção de grandes proporções atraiu um grande contingente
populacional para a área (que antes estava limitada às regiões
litorâneas e ribeirinhas) e foi então que o desmata- mento passou a
desenvolver-se, especialmente às margens da rodovia, cujas áreas
foram desapropriadas para atender às prá- ticas agrícolas, bem como
aos projetos de colonização da região. Segundo o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), criado na década de 1970 a fim de fazer
levantamentos quan- to ao desmatamento da Amazônia, o governo
federal passou a subsidiar a ocupação de terras na Amazônia a partir
desse pe- ríodo, explorando economicamente algumas áreas. Antes
desse momento, especificamente em 1953, o governo preocupou-
se em criar meios para desenvolver a Região Norte econômica e so-

20
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
a área dos estados que abrangem todo a Amazônia, e a Superin-
tendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), que, por
meio de incentivos à expansão agrícola, favoreceu o aumento do
desmatamento.
Dados apresentados pelo Inpe e pelo Instituto Brasileiro
para o Desenvolvimento Florestal (IBDF) mostram que foram
desmatados cerca de 152.200 km2 no ano de 1978, sendo boa
parte desse desmatamento realizada às margens das rodovias.
Durante a década de 1980, o desmatamento aumentou para
377.600km2, o que passou a chamar a atenção do governo, bem
como de ambientalistas preocupados com a preservação do bio- ma,
dada a sua importância mundial. Devido a esse aumento, o governo
federal solicitou ao Inpe, em 1988, o desenvolvimento de um
sistema que pudesse monitorar o desmatamento do bio- ma.
Criou-se então o Projeto de Monitoramento do Desmata- mento
da Amazônia Legal por Satélite (Prodes).
É importante dizer que há uma linha tênue entre a dinâmica
econômica e as taxas de desmatamento, visto que, quando a
economia vai bem, aumenta-se a procura por terras para
desenvolvimento de atividades econômicas. Posto isso, de
acordo com pesquisadores do Inpe, em 1988 e 1991, as taxas de
desmatamento apresentaram uma queda, caindo para 13.730
km2. Esses pesquisadores acreditam que essa queda está
relacionada com o período de recessão econômica vivenciado no
país durante esses anos.
Assim que a economia se recuperou, por meio do Plano Real,
em 1995, as taxas de desmatamento apresentaram um au- mento
significativo, subindo para cerca de 29.059 km2 de área devastada.
Entre 1996 e 2000, as taxas de desmatamento apre- sentaram
oscilações, com períodos de diminuição mediante a queda na
inflação. Essas taxas mantinham-se entre 17.000 km2 e 18.000 km2.
No ano de 2004, o governo federal criou o Plano de Ação para
Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal
(PPCDAm), visando reduzir o desmatamento na Amazônia e bus- car
uma maneira de desenvolver a região de forma sustentável. Nesse
período, criou-se também o DETER, um sistema de alerta e controle
do desmatamento, feito pelo Inpe. A partir de então houve uma
significativa redução das taxas de desmatamento, passando para
aproximadamente 7.989 km2, segundo o Minis- tério do Meio
Ambiente, uma redução de 10% em 10 anos.
Essa redução perdurou entre os anos de 2008 a 2015, fican- do
entre 7.989km2 e 6.207km2. Inclusive, 2012 foi o ano que
registrou o menor índice de desmatamento desde 1988. Foram
desmatados cerca de 4.571 km2, de acordo com o Prodes. Nesse
período também foram criadas diversas unidades de conserva- ção.
O PPCDAm apresentou uma meta de redução do desmata-
mento de 80% até 2020. Contudo, essa meta deixou de ser pos- sível
a partir de 2016, quando as taxas tornaram a aumentar. Nesse
ano foram desmatados cerca de 6.947km2, aumentando para
7.900km2 entre os anos de 2017 e 2018, um aumento de 13,7%
de áreas devastadas. Os estados com os maiores índices de
desmatamento são Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
Segundo pesquisas realizadas na Universidade de Oklahoma pela
revista científica Nature Sustainability, a Amazônia, no Bra- sil, já
perdeu cerca de 400 mil km2 de floresta entre 2000 e 2017, o que
não cessou em 2019, visto que o desmatamento atingiu níveis
alarmantes. O Inpe divulgou dados que indicam aumento de 278%
com relação ao período entre 2017 e 2018. Apenas no mês de julho
de 2019 foram devastados cerca de 2.254,9 km2.
Nesse mesmo mês, em 2018, foram devastados 596,6 km2.
21
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
Amazônia.
Além disso, em 2019, foi constatado também na Amazô- nia
um aumento expressivo do número de queimadas, número esse que
havia caído na última década, chamando a atenção do mundo todo
para o Brasil. Até agosto de 2019, foram registrados mais de 72 mil
focos de incêndio, 83% de aumento com base nos incêndios
registrados em 2018.
Segundo Douglas Morton, chefe do Laboratório de Ciências
Biosféricas da Nasa, a situação é preocupante, visto que as quei- madas
geraram uma coluna de fumaça que se deslocou pelos estados do
Brasil e também por alguns países da América do Sul. Morton associa as
queimadas à prática do desmatamento, visto que a derrubada de
árvores desenvolve um ambiente propício para o fogo devido à
presença de madeira seca.
Muitos ambientalistas e até mesmo os órgãos responsáveis pelo
monitoramento do desmatamento na Amazônia têm ques- tionado
algumas decisões do governo com relação à contenção da devastação
do bioma, bem como à fiscalização de queimadas. Algumas medidas
tomadas pelo governo federal diminuíram o poder de órgãos, como
o Ibama, no que tange às políticas de controle ambiental, o que
pode ter contribuído para o aumento do desmatamento e também
das queimadas.
Segundo a Nasa, incêndios são raros na maior parte do ano na
região da Amazônia, visto que as características climáticas, como a
grande umidade, impedem que o fogo se inicie ou se espalhe.
Portanto, as queimadas estão associadas não só às questões
naturais, mas também às atividades humanas, como a manutenção
das terras cultiváveis ou expansão das pastagens. De acordo com o
Ibama, em 2019 foram aplicadas menos multas a infratores
ambientais do que em 2018. A redução da fiscalização foi
acompanhada pelo aumento do desmatamento e dos incêndios. Essa
decisão do governo de neutralizar o papel do Ibama mediante o
Decreto 9.760, que instituiu o chamado Núcleo de Conciliação
Ambiental — cujo papel será de analisar, mudar o valor ou anular a
multa aplicada pelo órgão —, vem associada ao discurso de que as
fiscalizações provocam impacto negativo nas atividades do campo.
Todo esse cenário tem pro- vocado um imenso desconforto, inclusive
na comunidade inter- nacional, que clama por uma nova postura
quanto à devastação
da Amazônia.

Causas
No início do desmatamento da Amazônia, na década de 1970 até o
final da década de 1990, as causas estavam associadas aos projetos de
infraestrutura implantados na região, como a cons- trução de
rodovias, projetos de colonização de algumas áreas, construção de
hidrelétricas e também a expansão da mineração. Como já dito, o
desmatamento nesse período concentrava-se principalmente nas
áreas próximas às estradas e rodovias, que ficaram conhecidas como
“arco do desmatamento”, segundo o Inpe. Portanto, o
desmatamento estava limitado.
A partir dos anos 2000, mediante uma nova realidade eco-
nômica, cujas atividades preconizavam o aumento das áreas que as
viabilizassem, o desmatamento passou a ter como principais
responsáveis a expansão do agronegócio e o extrativismo vege- tal e
mineral, muitas vezes praticados de forma ilegal. A agrope- cuária
promove o avanço do desmatamento à medida que a co- bertura
vegetal das áreas é retirada, a fim de que se torne pasto ou área
agricultável. Além disso, a extração de madeira ilegal, além de crime,
é um dos grandes responsáveis pelo aumento do desmatamento na

22
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
Outras questões, como o crescimento populacional, tam- para preparo do solo para a agricultura ou pecuária.
bém são apontadas como um dos motivos do desmatamento.
Novas áreas são povoadas, fazendo com que seja necessária a
derrubada das florestas. Ademais, a falta de fiscalização dessas áreas
também contribui para o aumento do desmatamento. É
importante que crimes ambientais sejam punidos, a fim de con- ter
essas práticas que prejudicam a preservação do bioma.

Consequências
Desmatar, como o próprio nome sugere, significa retirar a
cobertura vegetal. Por si só, essa é uma prática que implica a
alteração de uma área quanto a sua cobertura original e, por
consequência, provoca desequilíbrio ecológico, ao colocar em risco
os ecossistemas nela existentes.
Sabemos que o desenvolvimento das regiões, especifica-
mente da Região Norte, por vezes requer que áreas sejam des-
matadas a fim de atender a atividades necessárias para o cres-
cimento econômico. Contudo, o desmatamento da Amazônia é
atualmente um desafio para a humanidade, assim como a busca por
um desenvolvimento regional sustentável. O bioma é de ex- trema
importância para manutenção climática, bem como para o
equilíbrio biológico do mundo, portanto sua devastação im- plica
diversas alterações climáticas e compromete toda a bio-
diversidade. As principais consequências do desmatamento da
Amazônia, além das já citadas anteriormente, são apresentadas a
seguir.
• Espécies da fauna da região perdem seu habitat à medida que
as áreas são devastadas.
• Espécies de animais e vegetais podem entrar para a lista de
espécies ameaçadas de extinção. Além de provocar desequilí- brio
ambiental, a extinção de espécies pode impactar atividades
econômicas, como a agricultura, a pesca e a pecuária.
O desmatamento da Amazônia contribui para o aumento do
aquecimento global. Segundo a Organização das Nações Unidas
(ONU), o desmatamento é a segunda maior causa das mudanças
climáticas. As florestas conseguem absorver cerca de 2 bilhões de
toneladas de dióxido de carbono, um dos gases lançados à
atmosfera que agravam o chamado efeito estufa (fenômeno res-
ponsável pela manutenção da temperatura média da Terra). Se o
bioma é devastado, há o favorecimento do aumento das tem-
peraturas.
• O desmatamento favorece o empobrecimento do solo, os
processos erosivos e também o assoreamento dos rios. A co-
bertura vegetal é fundamental para a manutenção dos solos e a
preservação dos seus nutrientes. Ao ser retirada, prejudica-se a
infiltração da água da chuva, que, ao precipitar, passa a “lavar o
solo”, deixando o propício à erosão. A lavagem do solo faz com que
ocorram deslizamentos de terra, que é depositada nos rios,
provocando então o assoreamento.

Causas das queimadas da Amazônia


Nos últimos anos, as queimadas na região da Amazônia ga-
nharam um maior destaque, pois trata-se de centenas de milha- res
de focos de incêndio ao ano, e as motivações para tal ato são
bastante diversificadas. Destacam-se três motivos centrais para a
realização das queimadas na Amazônia.
O primeiro motivo diz respeito à realização de incêndios li-
gada ao desmatamento. Retira-se a vegetação considerada boa para
uso em outras atividades econômicas, em seguida, faz-se uso do
fogo para eliminação dos arbustos que sobram, técnica executada
23
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
(A) Ucaiali, Piranhas e Solimões
O segundo motivo fica por conta das queimadas realizadas em
(B) Urubamba, Amazonas, Potengi e Parnaíba
áreas de agricultura que já existem, que foram desmatadas
(C) Potengi, Acre e Solimões
anteriormente. Elas ocorrem para o preparo do solo, com elimi-
(D) Amazonas, Pindaré e Ucaiali
nação de ervas daninhas e fertilização do solo para o desenvol-
(E) Solimões, Amazonas, Marajó eAcre
vimento agrícola. O incêndio é uma técnica primitiva bastante
eficiente, rápida e barata, esses fatores motivam os grandes pro-
3. (Prefeitura de Barra Bonita - SC - Nutricionista - AMEOSC
prietários de terra a promovê-lo. – 2019) No Brasil, a caverna mais profunda fica no Amazonas com
O terceiro e último motivo são os incêndios florestais. Eles cerca de 670 metros de desnível. Ela é chamada de:
podem ser iniciados de maneira acidental, principalmente no (A) Abismo Verde.
período da estiagem, e podem afetar áreas gigantescas de co- (B) Caverna do Diabo.
berturas vegetais, ocasionando impacto direto aos animais, rios e (C) Abismo Guy Collet.
sociedades tradicionais e ribeirinhas. Em alguns casos, eles podem (D) Toca da Onça.
ser considerados criminosos, quando indivíduos nos rea- lizam de
maneira indiscriminada, e acabam com grandes áreas verdes. 4. (TJ-AM - Assistente Judiciário - Suporte ao Usuário de
Informática - CESPE / CEBRASPE – 2019) Com relação a aspectos
Consequências das queimadas na Amazônia econômicos de Manaus, julgue o item subsecutivo.
Grande parte da devastação ambiental ocorrida na floresta é O polo industrial da Zona Franca de Manaus, grande pro- dutor
causada por queimadas. As consequências das queimadas na de eletroeletrônicos, motocicletas e bens de informática, além de
Amazônia são muitas e ameaçam vários aspectos do meio natu- ral e do desenvolvedor de atividades termoplásticas e químicas, gera números
equilíbrio planetário. Dessas consequências, as imedia- tas são: expressivos de empregos e circulação de renda no município e região.
- Erosão e empobrecimento do solo; ( ) CERTO
- Eliminação da biodiversidade local; ( ) ERRADO
- Diminuição da circulação do volume das águas superficiais;
- Alteração das condições de temperatura e umidade e pre- 5. (TJ-AM - Assistente Judiciário - Suporte ao Usuário de In-
sença de vapor d’água na atmosfera — chuva; formática - CESPE / CEBRASPE – 2019) A exploração de petróleo e
- Emissão de gases poluentes na atmosfera, contribuindo para gás natural faz parte de uma ação geopolítica de desenvolvi- mento
o aquecimento global e efeito estufa; econômico do Amazonas e da Amazônia brasileira. Nesse contexto, a
- Alterações climáticas mundiais; atuação da PETROBRAS nos municípios amazonenses acontece de
- Danos à saúde, como aumento de doenças respiratórias. diversas formas, de acordo com as atividades de- senvolvidas na
região. A respeito desse assunto, julgue o item que se segue.
A província petrolífera do Urucu, próxima ao rio de mesmo
nome, no município de Coari, é atualmente a maior reserva ter-
EXERCÍCIOS restre de petróleo e gás natural do Brasil. A extração mineral nessa
bacia, que integra a bacia do rio Solimões, beneficia vinte municípios
1. (Cispar - PR - Técnico em Saneamento - FAFIPA – 2020) amazonenses, entre eles Coari, Tefé, Anamã e Ma- naus, que
Embora haja grande oferta de água nesta região hidrográfica, recebem os royalties da exploração mineral.
configuram-se como os piores do país, em que 55,7% dos do- ( ) CERTO
micílios não são abastecidos de água por rede geral; do volume total ( ) ERRADO
de água distribuída em sistemas públicos, 32,4% não rece- be
tratamento e 92,9% dos municípios não possuem redes de 6. (TJ-AM - Assistente Judiciário - Suporte ao Usuário de In-
esgotamento sanitário (IBGE, 2002). Não obstante, essa região, tão formática - CESPE / CEBRASPE – 2019) A rede urbana do estado do
aclamada por suas riquezas naturais, também ostenta gran- diosa Amazonas se localiza em meio à floresta amazônica, a maior floresta
sociodiversidade, que se verifica pela ocorrência de 180 povos tropical do planeta. A respeito dos municípios amazo- nenses e de
sua relação com o território, julgue o item a seguir.
indígenas, 357 comunidades remanescentes quilombolas e milhares
Estado de dimensões continentais, o Amazonas possui uma rede
de comunidades de seringueiros, ribeirinhos ou baba- çueiros (Heck e
urbana formada por municípios de pequeno porte demo- gráfico,
col., 2005). Este texto remete à qual unidade de federação brasileira?
apesar da grande concentração populacional na capital, Manaus,
(A) Acre (AC).
único município amazonense com mais de um milhão de habitantes.
(B) Pará (PA).
( ) CERTO
(C) Amazonas (AM).
( ) ERRADO
(D) Rondônia (RO).
(E) Tocantins (TO)
7. (TCE-RO - Auditor de Controle Externo – Direito - CESPE
– 2019) Ao tempo da América Portuguesa, durante o reinado de
2. (IDAF-AC - Técnico em Defesa Agropecuária e Florestal - D. José I, foram construídas diversas fortificações na Amazônia, entre
IBADE – 2020) O aquífero amazônico foi recentemente rebatiza- do as quais o Real Forte da Beira, na margem direita do rio Guaporé.
pelos pesquisadores da Universidade Federal do Pará - UFPA de Sistema A respeito dessa fortificação e seu contexto histórico, e da
Aquífero Grande Amazonas O SAGA compreende uni- dades exploração econômica na região amazônica, assinale a opção correta.
litoestratigráficas posicionadas do Eo-Neo Cretáceo à Era Cenozóica
que ocorrem em quais bacias brasileiras?

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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
(A) Setembro a Dezembro.
(A) O nome da fortificação foi escolhido em homenagem ao
(B) Janeiro a Março.
primogênito e herdeiro do trono português.
(C) Abril a Junho.
(B) A descoberta de ouro às margens do rio Coxipó-Mirim
(D) Julho a Agosto.
iniciou um ciclo de prosperidade econômica em Vila Bela.
(E) Fevereiro a Abril.
(C) A região guaporense, em Mato Grosso, desenvolveu-se por
meio do comércio com outras regiões da colônia por- tuguesa.
(D) No século XVIII, com o declínio do ciclo do ouro, o Real Forte
da Beira foi convertido em quartel de vigilância e de- pois, em GABARITO
presídio.
(E) As minas e lavras encontradas em Mato Grosso ao longo da
primeira metade do século XVIII eram muito profundas, o que 1. C
dificultava a sua exploração 2. E
3. C
8.(Prefeitura de Manaus - AM - Professor de Geografia -
4. CERTO
IBADE – 2018) Entre os tipos de relevos a seguir, assinale o que ocupa
a maior parte do território do estado do Amazonas. 5. CERTO
(A) Planalto 6. CERTO
(B) Chapadas 7. D
(C) Planície
(D) Depressão 8. D
9. A
9.(Prefeitura de Manaus - AM - Professor de Geografia - 10. A
IBADE – 2018) Sobre a população do estado do Amazonas, as- sinale
11. D
a alternativa que indica a faixa daquantidade de pessoas no estado.
(A) Entre 2.5 milhões e 5 milhões 12. A
(B) Inferior a 2 milhões
(C) Entre 5,5 milhões e 8 milhões
(D) Superior a 9 milhões
ANOTAÇÕES
10.(Prefeitura de Manaus - AM - Professor de Geografia -
IBADE – 2018) Entre as alternativas a seguir, assinale a que me- lhor
apresenta a característica do clima da cidade de Manaus.
(A) Baixíssima amplitude térmica com diminuição da pluvio-
sidade no meio do ano.
(B) Influência do fator continentalidade gerando médias su-
periores aos 36 graus.
(C) Elevada amplitude térmica anual com elevada pluviosi-
dade em todos os meses.
(D) Influência do fator maritimidade gerando médias inferio-
res aos 20 graus.

11. (Prefeitura de Manaus - AM - Professor - 1º ao 5º Ano


- IBADE – 2018) Com relação aos aspectos geográficos da cidade de
Manaus, leia as afirmativas a seguir:
I. É a maior cidade da região Norte do Brasil
II. A cidade localiza-se na confluência dos rios Amazonas e
Solimões
III. Seu relevo é totalmente diferenciado do relevo dos mu-
nicípios vizinhos.

Está correto apenas o que se afirma em:


(A) II.
(B) I e III.
(C) III.
(D) I.

12. (ADAF - AM - Motorista Fluvial - INSTITUTO AOCP – 2018)


O rio Amazonas é navegável durante todo o ano, havendo restrições
de navegação somente na época da seca, que ocorre normalmente
nos meses de

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GEOGRAFIA DO AMAZONAS

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