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1. A Organização Do Espaço: A Conquista E A Expansão Da Amazônia Colonial; A Produção Do Espaço Amazônico Atual ................ 01
2. O Espaço Natural: Estrutura Geológica E Características Do Relevo; Ecossistemas Florestais E Não-Florestais; O Clima; A Rede Hidro- gráfica;
Aproveitamento Dos Recursos Naturais E Impactos Ambientais ..................................................................................................................... 02
3. Organização Do Espaço Amazonense: Posição Geográfica; Mesorregiões E Microrregiões; O Processo De Ocupação: Aspectos Geopo- líticos E Planos De
Desenvolvimento Regional ............................................................................................................................................................................. 04
4. Aspectos Socioeconômicos: Ciclos Econômicos E Crescimento Da População; Dinâmica Dos Fluxos Migratórios E Problemas Sociais; O Extrativismo
Florestal (Importância Da Biodiversidade; Biodiversidade E Manipulação Genética Para Fins Comerciais; Ecoturismo); Extrati- vismo Mineral; Concentração
Fundiária E Conflitos Pela Terra; O Processo De Urbanização E Redes Urbanas; Fontes De Energia: Potencial Hidrelétrico, Hidrelétricas E Meio-Ambiente; A
Produção De Gás; Transportes: A Malha Viária, Importância Do Transporte Fluvial. A Zona Franca De Manaus ..........................................................06
5. Questões Atuais: A Questão Indígena: Invasão, Demarcação Das Terras Indígenas. A Questão Ecológica: Desmatamento, Queimadas, Poluição Das Vias
Hídricas, Alterações Climáticas .............................................................................................................................................................................................. 11
GEOGRAFIA DO AMAZONAS
realizada pelo norte-americano Thomas Lovejoy (profes-
A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO: A CONQUISTA E A EX-
PANSÃO DA AMAZÔNIA COLONIAL; A PRODUÇÃO DO
ESPAÇO AMAZÔNICO ATUAL
Devastação
Nas últimas décadas, a Amazônia tem sofrido um aumen- to no
desmatamento de suas áreas. De acordo com uma pes- quisa
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
sor da George Mason University) e pelo brasileiro Carlos Nobre
(coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para
Mudanças Climáticas), o bioma Amazônia pode sofrer perdas
irreversíveis devido ao desmatamento. O qual, segundo os pes-
quisadores, já chegou a 17% nos últimos 50 anos, sendo que o
limite seria 20%, para que não houvesse consequências irrever-
síveis para o clima e o ciclo hidrológico.
Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Ama-
zônia (Imazon), o desmatamento no bioma aumentou cerca de
40% entre os anos de 2017 e 2018, perdendo-se quase 4.000 km2
de mata nativa. A ocorrência do desmatamento deu-se,
principalmente, em áreas privadas, assentamentos e unidades de
conservação
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
médias entre 24º e 26º e chuvas abundantes durante todo o ano. A
1960: Temendo uma possível internacionalização da flores- ta, os
vegetação típica dessa região é a floresta equatorial.
militares promoveram diversas obras de infraestrutura para
integrar a Amazônia ao restante do país, a principal delas foi a
Transamazônica. A ordem era “Integrar para não Entregar”. 1970: As
diversas políticas públicas de ocupação da porção oeste do território
brasileiro refletiram diretamente no aumento do contingente
populacional da região e, em 1970, a Amazônia atingiu sete milhões
de habitantes. Como consequência dessa ocupação sem o devido
planejamento, começaram a surgir os primeiros problemas
ambientais significativos, sendo que 14 mi-
lhões de hectares foram desmatados.
1980: Os desmatamentos intensificaram-se, impulsionados pela
venda de madeiras e expansão das atividades agropecuá- rias. Esse
fato gerou repercussões internacionais, fortalecendo o discurso de
internacionalização da Amazônia, que era erronea- mente
considerada o “pulmão do mundo”. Para agravar ainda mais a
situação, em 1988, o seringueiro, ativista ambiental e líder sindical
dos seringueiros, Chico Mendes, foi assassinado. Nesse mesmo ano, foi
introduzido o PRODES (Sistema de Satélite para Monitorar o
Desmatamento na Amazônia).
1990; A soja passou a ser cultivada na região, sobretudo por
migrantes do Sul e Sudeste do Brasil. A área desmatada atingiu a marca
de 41 milhões de hectares.
2000: A pecuária foi introduzida em larga escala – 64 mi- lhões
de cabeças de gado. Outro agravante foi a expansão ur- bana e o
constante aumento populacional: conforme dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 21 milhões de
pessoas residiam na região nesse período.
2005 – 2009: Políticas públicas eficazes de preservação am- biental
passaram a ser executadas. Porém, um fato ofuscou a luta pela
redução do desmatamento – o assassinato da missio- nária e
ambientalista estadunidense Dorothy Stang. Além disso, o
desmatamento destruiu 70 milhões de hectares da floresta, no
entanto, entre os anos de 2008 e 2009, foi registrado o menor índice
de desmatamento na Amazônia em 20 anos, sendo 46% inferior ao
realizado entre 2007 e 2008.
Aspectos geográficos
O relevo do Estado do Amazonas apresenta três patamares de
altitude - igapós, várzeas e baixos platôs ou terra firme - de- finidos
pelo volume de água dos rios, em função das chuvas. Os igapós são
áreas permanentemente inundadas, com vegetação adaptada a
permanecer com as raízes sempre debaixo d’água. As várzeas
encontram-se em terreno mais elevado e são inundadas apenas na
época das cheias dos rios. A seringueira é um exemplo do tipo de
árvores existentes nessa área. Os baixos platôs ou terra firme estão
localizados nas partes mais elevadas e fora do alcance das cheias dos
rios. Na região norte do Estado, encontra-
-se o ponto mais alto do território brasileiro, o pico da Neblina, com
3.014 metros de altitude, localizado na serra de Imeri, pró- ximo à
Venezuela. A linha do Equador atravessa o Estado, fazen- do
predominar o clima equatorial, caracterizado por temperatu- ras
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
Relevo culminantes do relevo brasileiro, que são o Pico da Neblina
Na Amazônia são encontradas três principais formas de re-
levo: planícies, representadas pelas áreas inundadas pelos rios;
planaltos, representados pelas regiões de serras; e depressões,
como a região das depressões norte e sul amazônicas.
A estrutura geológica da região compreendida pelo bioma é
formada pelo Escudo das Guianas. Há presença de bacias sedi-
mentares ao longo da região do Rio Amazonas. Escudos crista- linos
são encontrados ao norte e ao sul dessas bacias sedimen- tares.
Segundo a classificação do Geógrafo Jurandir Ross, o Estado do
Amazonas explicita as seguintes variações de relevo:
- Depressão da Amazônia Ocidental.
- Depressão Marginal Norte-Amazônica.
- Depressão Marginal Sul-Amazônica.
- Planaltos Residuais Norte-Amazônicos.
- Planícies do Rio Amazonas.
- Planalto da Amazônia Oriental.
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
os animais têm que se refugiar nas par-
Clima
O clima predominante no estado é o Equatorial, caracteri- zado
pela elevada umidade do ar (80% em média) e pelas altas
temperaturas que perduram no ano. Durante o final do outono e o
inverno, pode haver a ocorrência de friagens no sul amazo- nense,
que corresponde à queda de temperaturas decorrente do avanço de
uma frente fria.
Os índices pluviométricos registrados para o estado são os
maiores do território nacional, com médias entre 1500 mm e 2500
mm anuais, superando os 3500 mm em algumas áreas.
Os fatores climáticos mais atuantes e que definem as condi- ções
observadas no Amazonas são a baixa latitude e a continen- talidade. A
proximidade da floresta densa contribui igualmente para o controle
dos elementos do clima local.
Rede hidrográfica
A bacia Amazônica estende-se por 3.889.489,6 km2, repre-
sentando um quinto de toda a reserva de água doce do planeta. Seus
rios estão condicionados ao regime das chuvas e se cons- tituem
praticamente as únicas vias de transporte dos habitan- tes locais.
Existem mais de 20 mil km de vias fluviais navegáveis, ligando
comunidades distantes na região. O rio Amazonas é o segundo mais
extenso do planeta e o primeiro em volume de água (100.000 m3).
Nasce no planalto de La Raya, no Peru, com o nome de Vilcanota,
passando a se chamar Solimões quando entra em território
brasileiro. A partir da confluência com o rio Negro, nas
proximidades da cidade de Manaus, recebe o nome de Amazonas.
Dos seus 6.515 km de extensão, 3.600 correm em território brasileiro a
uma velocidade de 2,5 km; hora, levando em seu leito toneladas de
sedimentos arrancados das margens, o que torna a sua coloração
amarelada. Sua largura varia de qua- tro a cinco km, chegando a
alcançar 10 km em certos locais. A profundidade média do rio
Amazonas chega a quase 100 metros. Entre seus mais de sete mil
afluentes, os principais são os rios Madeira (que percorre uma
extensão de 3.200 km), o Xingu e o Tapajós, na margem direita; e os rios
Negro, Trombetas e Jari, na margem esquerda.
Os rios amazônicos diferem quanto à qualidade de suas águas
e sua geomorfologia. Os principais rios, baseando-se na coloração de
suas águas são:
•De água preta: Negro
•De água clara: Tapajós
•De água barrenta: Solimões e Amazonas
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
tes mais elevadas. Quando as águas começam a baixar, as ilhas
deixam à mostra praias e canais que entrecortam toda a região
como uma rede, num percurso de aproximadamente 90 km. A
região de Anavilhanas encontra-se próxima ao Parque Nacional de
Jaú, a maior reserva florestal da América do Sul, com 2,27 milhões
de hectares, também banhada pelo rio Negro.
Parques ecológicos: Em todo o Estado do Amazonas existem
vários parques nacionais ecológicos, entre os quais se destaca o
Parque do Pico da Neblina, que abriga um conjunto de monta-
nhas ocupando 2,20 milhões de hectares.
Próximo à cidade de Manaus encontra-se o Parque Ecológi- co
de Janauary, localizado na região do rio Negro, com área de 9 mil
hectares. Possui matas de terra firme, igapós e de várzea, onde os
turistas podem passear de canoa, apreciando a vegeta- ção típica dos
igarapés. Contém ainda um lago, onde se encontra grande
quantidade de vitórias-régias que podem ser admiradas de uma
passarela rústica, construída para esse fim. O Parque de Janauary é
administrado por um consórcio turístico formado por empresas do
setor, com a cessão do Governo do Estado.
Turismo ecológico: É o grande atrativo dos roteiros de
viagens pela Amazônia, proporcionando ao turista a
oportunidade de conhecer e aprender a respeito da floresta
tropical e de seus habitantes. Seu objetivo principal é promover a
interação do homem com a natureza e a valorização da rica
diversidade biológica da região. O turismo ecológico no Estado
inclui programas de viagens de barco, pernoites em hotéis de
selva e passeios pela floresta. Podem ter a duração de horas ou de
dias, em função do interesse e disponibilidade de tempo do
visitante. Os programas são sempre realizados na companhia de guias
especializados em sobrevivência na selva, que são profis- sionais
formados em cursos administrados pelo Exército Brasi- leiro.
O desmatamento
Um dos problemas ambientais que mais tem chamado aten- ção
do mundo é o desmatamento da floresta amazônica, que põe em
risco o equilíbrio ecológico de uma região. Desde que a Amazônia
passou a ser definitivamente explorada, na década de 1970, já
foram desmatados de 12 a 13% de sua área original. Com o
desmatamento há uma quebra no equilíbrio ecológico, pois ele
afeta aevaporação,dificulta ainfiltração daágua nosolo e diminui o
abastecimento dos lençóis de água e dos próprios rios. Além disso
compromete a biodiversidade podendo signi- ficar até a
eliminação de espécies vegetais desconhecidas. Em uma pequena
porção de 300 centímetros cúbicos de floresta po- dem-se encontrar
1500 espécies de animais e vegetais.
O Amazonas é um estado brasileiro que integra a região Nor- te, ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AMAZONENSE: POSIÇÃO
com capital em Manaus. Com área de 1.559.167,878 km², o GEOGRÁFICA; MESORREGIÕES E MICRORREGIÕES; O PROCESSO
território amazonense é o mais extenso do Brasil. Uma parcela DE OCUPAÇÃO: ASPECTOS GEOPOLÍTICOS E PLANOS DE
setentrional do estado se encontra no Hemisfério Norte, sendo DESENVOLVIMENTO REGIONAL
cruzado, portanto, pela Linha do Equador.
Cinco unidades federativas fazem fronteira com o Amazo-
nas, sendo elas:
- Roraima, a nordeste;
- Pará, a leste;
- Mato Grosso, a sudeste;
- Rondônia, ao sul;
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
- Acre, a sudoeste.
As divisas internacionais do estado ficam a oeste, com Peru, e a noroeste, com Colômbia e Venezuela.
Fonte: IBGE
Sudoeste amazonense:
ALTO SOLIMÕES: Amaturá, atalaia do norte, Benjamin Constant, fonte boa, Judaí, Santo Antônio do Iça, São Paulo de Olivença, Tabatinga e
Tocantins
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
Para isso, foi criado o Projeto Radam (Radar da Amazônia)
JURUÁ: Canauari, Eurinepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itama- rati e
Juruá. 1 Disponível em https://www.coladaweb.com Acesso em
13.12.2021
Centro amazonense:
TEFÉ: Alvarães, Tefé e Uarini.
COARI: Anamã, Anori, Beruri, Caapiranga, Coari e Codajás.
MANAUS: Autazez, Careiro, Careiro da Várzea, Iranduba,
Manacapuru, Manaquiri e Manaus.
RIO PRETO: Rio preto da Eva e Presidente Figueiredo.
ITACOATIARA: Itacoatiara, Itapiranga, Nova Olinda do Norte,
Silves e Urucurituba.
PARINTINS: Barreirinha, boa Vista do Ramos, Maués, Nha- mundá,
Parintins, São Sebastião do Uatumã e Urucará.
Sul amazonense:
BOCA DO ACRE: Boca do Acre e Pauini. PURUS:
Canutama, Lábrea e Tapua.
MADEIRA: Apuí, Borba, Humaitá, Manicoré e Novo Aripuanã.
O povoamento
Durante mais de cem anos após a chegada dos europeus ao Brasil a
Amazônia era conhecida somente através das expedi- ções que eram
feitas para aprisionar índios em buscar as drogas do sertão (cacau,
canela, baunilha, madeira e etc).
Mesmo com toda colonização feita na Amazônia inclusive com
o marquês de Pombal, o único objetivo era sempre explorar. A
Amazônia também foi palco de inúmeras migrações (japo- neses,
europeus, nordestinos, sulistas e etc), que foram determi- nantes no
processo de miscigenação amazônico, que deu origem ao povo
Amazônia atual. É claro que em meio a esse longo pro- cesso deve
ser destacado o Boom das drogas do sertão, da juta, da borracha, da
zona franca de Manaus e agora do peixe liso, todos esses momentos
foram de suma importância na confecção
desta Amazônia que temos hoje.
Ocupação e desenvolvimento1
A região amazônica brasileira, após as iniciativas de integra- ção do
governo, passou a ter dois tipos de ocupação básica. A da porção
oriental que tem de um lado a Rodovia Belém-Brasília como eixo
principal e, de outro, a implantação de grandes proje- tos minerais,
como o Projeto Carajás. O desenvolvimento destes projetos ocasionou
grande ocupação ao longo da Estrada de Fer- ro de Carajás a São Luís
(no Maranhão).
Já na porção ocidental, a ocupação deu-se ao longo das ro- dovias
Cuiabá-Santarém e Brasília-Acre. Em Rondônia e também no norte do
Mato Grosso, surgiram vários núcleos de povoamen- to que
reforçaram a ocupação do oeste da Região Norte com a criação da
Zona Franca de Manaus. Neste processo, Manaus e Belém passaram a
ocupar lugar de destaque na polarização do espaço da região Norte
como metrópoles regionais.
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
que “tinha como objetivo proceder ao levantamento dos elemen-
tos básicos necessários a um planejamento racional do aprovei-
tamento integradodosrecursosnaturais daregião Amazônica”.
Durante a Presidência do general Ernesto Geisel, foi criado o
Polamazônia, que tinha por finalidade o estabelecimento de
quinze áreas prioritárias para a ocupação, visando à exploração dos
recursos agrominerais e agropecuários na Amazônia Legal. Estes 3
projetos não seriam suficientes para promover a ocupa- ção da
imensa região. Por essa razão, o presidente Emílio Gar- rastazu
Médici assinou o Decreto-Lei número 1 106, que criou o Plano de
Integração Nacional (PIN).
O PIN tinha como principais finalidades a abertura das rodo- vias
de integração Transamazônica, Porto Velho-Manaus, Perime- tral
Norte, Cuiabá-Santarém (BR-163) e Cuiabá-Porto Velho (BR- 364).
Outro decreto de abril de 1971 declarou as terras devolutas em uma
faixa de 100 km, ao lado das rodovias na Amazônia Legal, como áreas de
segurança nacional, nas quais o Instituto Nacional de Reforma Agrária
(Incra) iria implantar os planos oficiais de co- lonização por meio da
entrega dos lotes aos colonos.
As rodovias tornaram-se cunhas de ocupação (fixos e fluxos),
orientando os fluxos migratórios para a Amazônia Legal. Como
principais consequências dessa ocupação rápida, podemos des-
tacar: o acentuado crescimento populacional e urbano, o incre-
mento das trocas com outras regiões e os impactos ambientais.
Demografia do Amazonas
O Amazonas conta com 4.207.714 habitantes, sendo o 13º
estado em população do Brasil e o 2º da região Norte. Em termos
relativos, a população amazonense equivale a 22,5% de todos os
habitantes da região. Com ampla superfície territorial, a densi-
dade demográfica do estado é uma das mais baixas do país. Os
dados do Censo de 2010 apontam um valor de apenas 2,23 hab./ km².
Atualmente, essa cifra é de 2,69 hab./km².
Com taxa de urbanização de 79,09%, temos que a maior par- cela
dos amazonenses vive nas cidades. A capital, Manaus, é o
município com maior número de habitantes do estado e o 7º
mais populoso do Brasil, com 2.219.580 habitantes. Na sequên- cia
está Parintins, com 115.363 habitantes.
O último Censo Demográfico, que data de 2010, mostrou que
o Amazonas é o estado que possui a maior população indí- gena do
Brasil, com 183.514 pessoas. Os indígenas amazonen- ses
correspondem a 20,46% da população indígena brasileira, e 53,52%
da região Norte.
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
século XIX.
População
A população do Estado do Amazonas, conforme contagem
populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geo- grafia
e Estatística (IBGE), é de 3.483.985 habitantes, essa uni- dade da
federação é o segundo mais populoso da Região Norte.
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
O constante aumento da demanda mundial, acompanhada
pelo aumento de preços deste produto, trouxe para o Amazonas e
Amazônia em geral, um contingente de migrantes estimado em 300
mil pessoas, que se espalharam para os diversos rios da re- gião em
busca de coleta da borracha. Áreas até então ocupadas pelos índios
passaram a receber os seringueiros. Como a concen- tração da área
era maior nos rios madeira, Juruá e Purus, foi aí que instalaram os
inúmeros seringais.
Manaus, capital do estado chega ao final do período pro-
vincial com uma população em torno de 40 mil habitantes, pois
também recebeu migrantes de diversas nacionalidades para tra-
balhar em atividades de apoio à exportação da borracha.
Outros núcleos populacionais pelo interior do amazonas
também foram se consolidando, como Humaitá, sempre voltado ao
movimento proporcionado pela borracha.
A decadência do principal produto extrativo da floresta vai
forçar uma outra organização produtiva, a busca de outras ativi-
dades econômicas de trabalho para as populações que estavam
envolvidas com ela. A agricultura constitui-se num dos supor- tes
para estas. O outro recurso foi a migração para as cidades e,
principalmente para Manaus.
Dentro do plano de ocupação da região elaborado pelo go-
verno federal, procuram-se alternativas incentivando a migra-
ção japonesa para o trabalho agrícola. Posteriormente, a pro-
dução de fibras – juta e malva- foi introduzida nas várzeas do
amazonas. Junto com ela, fabricas de fiação e tecelagem de juta
instalaram-se em Manaus, Parintins e etc. basicamente a pro-
dução de sacaria era destinada à exportação. Porém, a grande
alteração da economia amazonense ocorreu com a implantação
da zona franca de Manaus em 1967. Sua meta foi criar um polo
comercia, com importação de mercadorias livres de qualquer co-
brança tributaria. O comercio atingiu o auge no final da década de
80. Apresentavam um fluxo de turismo nacional voltado para
compras de produtos importados que desapareceu com a aber-
tura comercial promovida pelo governo brasileiro no início dos
anos 90.
Esta abertura comercial, representada pela redução das ta-
rifas de importação, possibilitou a importação de mercadorias
por qualquer comerciante de outros lugares do país. Também era
meta a instalação de um polo industrial sendo as industrias
isentas de qualquer imposto federal.
Economia
O maior Estado do Brasil possui a maior floresta tropical do
mundo com 98% de sua área preservada. Aliando seu potencial
ecológico a uma política de negócios embasada na sustentabili-
dade, a capital do Amazonas tornou-se a 6ª cidade mais rica do país.
Parte deste sucesso se deve ao Polo Industrial de Manaus
(PIM), um modelo de desenvolvimento regional que abriga inú-
meras empresas nacionais e internacionais, gerando mais de 100
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
construída, no rio Uatumã e não foi um investimento de sucesso. Outra
mil empregos diretos e um faturamento de 35 bilhões de dólares em
importante fonte de energia no amazonas. Há no municí-
2010. O PIM é o principal mecanismo irradiador do desen-
volvimento no modelo Zona Franca de Manaus, que concede in-
centivos fiscais para a produção. Esta política de incentivos gera
emprego, renda e aumento da arrecadação de tributos federais,
estaduais e municipais não só no Amazonas, onde está situado o PIM,
mas nos demais Estados da Amazônia Ocidental (Rorai- ma, Acre,
Rondônia), além das cidades de Macapá e Santana, no Amapá (a área de
atuação do modelo Zona Francade Manaus).
Em sua política de desenvolvimento econômico, o Governo do
Amazonas busca atrair investidores comprometidos com o meio
ambiente, direcionando esforços para diversificar a eco- nomia a
partir do desenvolvimento de atividades voltadas ao
aproveitamento de recursos naturais nas áreas de agroindústria,
bioindústria, fruticultura, turismo, energia, dentre outras poten-
cialidades abundantes na região.
As políticas públicas do Estado estão voltadas para a melho- ria da
qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável. Como exemplo,
investimentos em Programas como a Zona Franca Ver- de e Bolsa
Floresta; o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus
(Prosamim); o gasoduto Coari-Manaus, que veio para mudar a matriz
energética de oito municípios, incluindo a capi- tal, e a construção
da Ponte do Rio Negro, que vai interligar a região metropolitana de
Manaus à cidade de Iranduba e áreas adjacentes.
No interior do Estado é crescente a abertura de novas opor-
tunidades de emprego e renda, com investimentos em áreas como
a piscicultura, agroindústria e produção rural. Para isso, o Governo
do Amazonas mantém um sistema de apoio ao se- tor produtivo que
alia assistência técnica, fomento e comercia- lização. A pesca é uma
das principais atividades econômicas da população amazônica e o
alimento básico para o seu sustento. Existem várias espécies de
peixes nos inúmeros rios da região, entre os quais se destacam o
tucunaré, o dourado amazônico, o gamitana e a pescada. As piranhas,
cuja carne é muito apreciada por pescadores, habitam quase todos os
rios da Amazônia.
O Amazonas surpreende pela combinação de modernidade e
conservação da natureza, dispondo de arrojados espaços cul- turais,
shopping centers, excelente rede hoteleira, restaurantes de categoria
internacional, rede de ensino diversificada, parques ecológicos e
espaços de integração social, que asseguram qua- lidade de vida e
bem-estar à população. O Estado conta ainda com diversas opções
de turismo que vão da visita de cavernas e cachoeiras, a prática do
arvorismo, pesca esportiva, festivais folclóricos e patrimônios
históricos.
Manejo florestal
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
existentes no planeta. Na Amazônia, ape-
- Conservação florestal: o manejo da floresta garante a co-
bertura florestal da área, retém a maior parte da diversidade ve- getal
original e pode ter impactos pequenos sobre a fauna, se
comparados à exploração nãomanejada.
- Serviços ambientais: as florestas manejadas prestam servi- ços
para o equilíbrio do clima regional e global, especialmente pela
manutenção do ciclo hidrológico e retenção de carbono.
Projeto de manejo
A utilização dos recursos florestais brasileiros em uma histó- rica
perspectiva precisa de análise para um programa de manejo florestal
sustentado. Esses recursos fazem uma contribuição vi- tal para
proteção de mananciais, vida silvestre, e diversidades biológicas,
geração de empregos recursos e receita através da exploração
florestal e indústria e suporte as comunidades rurais como fonte de
alimento, combustível e medicamento para mui- tos, incluindo as
regiões mais pobres.
Um entendimento dos complexos requisitos ecológicos e inter-
relações existentes no ecossistema florestal, assim como próprio
manejo. De acordo com a proposta metodológica da FAO para manejo
florestal sustentado em países das Américas cen- tral e América do
Sul, disponibilidade e exatidão de informação sobre recursos
florestais e sua utilização é a precondição para um manejo florestal
sustentado, baseado em uma legislação flo- restal balanceada
economicamente, ambientalmente e social- mente, usando esta
metodologia como guia e o conhecimento histórico do serviço
florestal americano, USDA Forest Service, em critérios e indicadores
para um manejo florestal sustentado, este projeto tem dois resultados
a serem alcançados: Aprimorar os atuais critérios e indicadores de
sustentabilidade (CIS) para o manejo florestal no Brasil; Apresentar
uma análise do setor florestal, com os tipos de trocas e ajustes
necessários para o ma- nejo florestal sustentado.
Aprimorando os critérios indicadores de sustentabilidade (CIS)
para o manejo florestal no Brasil ajudaremos a implemen- tar os
princípios florestais na Conferência sobre desenvolvimen- to e meio
ambiente nas Nações Unidas (UNCED) e da agenda 21, e é também
importante para a convenção sobre biodiversidade das Nações
Unidas, mudanças climáticas e desertificação.
Analisando e atualizando os critérios e indicadores de sus-
tentabilidade teremos transparente as necessidades para novas
pesquisas, ações na tecnologia e aumento da capacidade de medir
e entender indicadores manejo florestal e sustentável. Legislação
florestal, estatística florestal, serviços florestais, isso na terra,
modelos florestais, marketing de produtos florestais, produtos não
madeireiros, instituições não florestais, dados so- cioeconômicos,
árvores em áreas não florestais, florestas com interface urbana, e
energia da madeira serão analisados em sete propostas de critério e 49
indicadores de manejo florestal sus- tentável.
Biodiversidade da Amazônia
Em nenhum lugar do mundo existem mais espécies de ani- mais
e de plantas do que na Amazônia. Entretanto, apesar da Amazônia
ser a região de maior biodiversidade do planeta, ape- nas uma fração
dessa biodiversidade é conhecida.
A riqueza da flora compreende aproximadamente 30.000
espécies, cerca de 10% das plantas de todo o planeta. São cerca de 5.000
espécies de árvores, variando entre 40 e 300 espécies diferentes por
hectare. Os artrópodos (insetos, aranhas, escor- piões, lacraias e
centopéias, etc.) constituem a maior parte das espécies de animais
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
sar de dominar a Floresta Amazônica em termos de número de
espécies, estima-se que mais de 70% das espécies amazônicas ainda
não possuem nomes científicos.
Atualmente são conhecidas 7.500 espécies de borboletas no
mundo, sendo 1.800 na Amazônia. Para as formigas, que con-
tribuem com quase um terço da biomassa animal das copas de
árvores na Floresta Amazônica, a estimativa é de mais de 3.000
espécies.
Um total de 163 registros de espécies de anfíbios foi encon-
trado para a Amazônia brasileira. Esta cifra equivale a aproxima-
damente 4% das 4.000 espécies que se pressupõe existirem no
mundo e 27% das 600 estimadas para o Brasil. O número total de
espécies de répteis no mundo é estimado em 6.000, sendo pró-
ximo de 240 espécies o número de espécies identificadas para a
Amazônia brasileira, muitas das quais restritas à Amazônia ou a parte
dela. Mais da metade dessas espécies são de cobras, e o segundo
maior grupo é o dos lagartos.
As aves constituem um número de espécies estimado em
9.700 no mundo. Na Amazônia, há mais de 1000 espécies, das quais
283 possuem distribuição restrita ou são muito raras. A Amazônia
é a terra dos grandes Cracidae (mutuns), Tinamidae (inhambus),
Psittacidae (araras, papagaios, periquitos), Ram- phastidae (tucanos
e araçaris) e muitos Passeriformes como por exemplo, os
Formicariidae, Pipridae e Cotingidae. Na Amazô- nia, são
registradas atualmente 311 espécies de mamíferos. Os quirópteros
e os roedores são os grupos com maior número de espécies.
Um espaço de conflitos
A construção de grandes rodovias, os projetos de minera- ção
a expansão da agropecuária na região norte têm sido rea- lizados
à custa de muitas lutas, perseguições e mortes de bran- cos e
indígenas. O número dos sem-terra na região é grande e
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
SAL-GAMA: há uma jazida de aproximadamente 560 milhões de
tem aumentado ainda mais nos últimos anos. São seringueiros, toneladas de nova Olinda do norte usado para produção de
castanheiros, lavradores, peões de fazendas de pecuária, e mi- grantes
fertilizantes. Porém a facilidade de exploração noutros lugares não
de outras regiões brasileiras que se instalaram em áreas desocupadas,
estimula a exploração desta jazida.
aparentemente sem dono, para morar e produzir. Essa ocupação gera
NIÓBIO: A maior jazida deste produto encontra-se no muni- cípio
uma serie de conflitos, como se verifica no sul e sudeste do Pará.
de são Gabriel da cachoeira, está estimulada em 28 milhões de
Esses conflitos ocorreram principalmente nas áreas em que há um
toneladas
grande avanço da pecuária e da mineração, que não dei- xam espaço
para pequenas propriedades. Zona Franca de Manaus
Também os indígenas da região sofrem com a expansão É uma área empresarial destinada à atração de investimen- tos e
agropastoril e mineradora. Embora o Brasil tenha terras indíge- nas instalação de empresas, sobretudo aquelas pertencentes ao ramo
delimitadas nas chamadas reservas, que são protegidas por lei, essas industrial.
terras muitas vezes são invadidas.
Como vimos, o Norte constitui a última fronteira de expan- são
econômica dopaís, epor isso ainda verificam aí muitos con- flitos. Nos
últimos anos porem tem-se ampliado na região os mecanismos de
organização de diversas categorias sociais, como seringueiros,
produtores rurais e indígenas. É preciso reconhe- cer que essas
iniciativas tem sido respostas, a forte intervenção do estado que
marcou e ainda marca a organização desse espaço regional.
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
Nos últimos 300 anos, cerca de 10 milhões de km2 de flores- tas
Os principais produtos industriais fabricados na Zona Franca de
deram lugar a outro tipo de uso da terra. Nas regiões tropi- cais, a
Manaus são: TVs, celulares, veículos, aparelhos de som e de vídeo,
retirada da cobertura florestal poderá causar alterações no balanço
aparelhos de ar-condicionado, bicicletas, microcomputa- dores e
hídrico, tornando o clima mais seco e quente. A taxa de
chips, aparelhos transmissores/receptores, entre outros. A existência
evapotranspiração da floresta é muito maior do que qualquer cultivo
da Zona Franca de Manaus e de outros polos industriais e
ou pastagem, e com a mudança no uso do solo, o fluxo de vapor de
empresariais pelo país está inserida no contexto dos Fatores
água para a atmosfera diminui sensivelmente, alte- rando o ciclo
Locacionais da Indústria, que incluem uma série de ele- mentos
hidrológico. Na Amazônia, por exemplo, estudos preveem que a
básicos para atrair empresas para uma região a fim de se
temperatura poderá subir de 5 a 8ºC até 2100 e a redução no volume
gerar empregos e movimentar a economia.
de chuva pode chegar a 20%.
O desmatamento, a exploração madeireira e os incêndios
florestais associados aos eventos de El Niño cada vez mais fre-
QUESTÕES ATUAIS: A QUESTÃO INDÍGENA: INVASÃO, quentes e intensos, poderão aumentar significantemente as
DEMARCAÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS. A QUESTÃO emissões de carbono oriundas de mudanças no uso do solo.
ECOLÓGICA: DESMATAMENTO, QUEIMADAS, POLUI- ÇÃO DAS O ciclo vicioso de empobrecimento da paisagem amazônica à
VIAS HÍDRICAS, ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS medida que a floresta vai se tornando cada vez mais inflamável. O ciclo
se inicia com o desmatamento e/ou exploração madeireira que
A questão indígena diminuem a quantidade de água que a vegetação libera para a atmosfera
Dos cerca de 900 mil índios que habitam o território brasi- leiro, (evapotranspiração) e, consequentemente, reduz o volu- me das chuvas.
mais da metade vive na região Norte brasileira. As várias tribos e Com menos chuvas, há maior possibilidade de ocor- rência de incêndios
comunidades indígenas sofreram grande dizimação ao longo do florestais que, por sua vez, provocam a mortali- dade de árvores. Além
processo de ocupação da região, fato que só foi reverti- do com a disso, a fumaça produzida pelas queimadas (em campos agrícolas e
demarcação de terras e a criação de áreas de preserva- ção. Hoje as pastagens) e pelos incêndios florestais interfere nos mecanismos de
populações indígenas voltaram a crescer e aumen- tar formação das nuvens, dificultando a precipitação. Todos estes fatores
numericamente. podem ser ainda potencializados pelo aquecimento global que, por sua
Na década de 70, a região amazônica passou a ser alvo das vez, pode tornar cada vez mais intensos e frequentes os fenômenos de El
políticas de integração territorial do governo federal. As chama- das Niño, ameaçando ainda mais a valiosa biodiversidade da floresta
rodovias de integração nacional, como a Transamazônica, a Perimetral amazônica.
Norte, a Cuiabá-Santarém e a Manaus-Boa Vista atra- vessariam a
Todo ano tem fogo na Amazônia por causa da estação seca?3
região em várias direções, cortando e facilitando o acesso às terras
Infelizmente sim, mas por um único motivo: alguém acende um
amazônicas, expondo muito as áreas das aldeias indígenas.
fósforo. A floresta amazônica é um ambiente úmido, e o fogo natural
Em razão de suas terras serem ocupadas por madeireiras,
acontece raríssimas vezes no bioma, a cada 500 anos ou mais. Mesmo
mineradoras, construção de hidrelétricas, garimpos, entre ou- tros,
na estação seca, quando há condições ambientais e material
as comunidades nativas acabaram ficando sem condições de
combustível mais favoráveis, a umidade presente na região não
sobreviver, muitas desapareceram e outras foram totalmente
permitiria tantos focos de calor se não houvesse a ação humana
incorporadas como mão de obra barata ou migraram para as ci-
como fonte de ignição constante.
dades. A entrada de técnicas mais avançadas de exploração dos
O fogo na Amazônia é resultado de três fatores, o que cha-
recursos naturais na Amazônia trouxe muitos prejuízos para a vida
mamos de “triângulo do fogo”:
indígena que, em muitos casos, se vê envolvida neste pro- cesso.
1. Condições ambientais: no “verão amazônico”, entre maio e
Portanto, a demarcação das terras indígenas é uma forma de
outubro, quando está mais seco;
preservar e garantir a sobrevivência dos índios e seus descen- dentes;
2. Material combustível: vegetação seca em abundância, que
mas muitos setores da sociedade interessados na explo- ração
podem ser folhas e galhos caídos da copa das árvores e até árvores
destas terras são contrários e frequentemente entram em conflito
derrubadas;
com os grupos nativos.
3. Ignição: a fonte do fogo.
Como o desmatamento contribui para as mudanças climá- Existem três tipos de fogo na Amazônia:
ticas?2 1. Fogo de manejo agropecuário: empregado por produtores
Quando ocorrem mudanças no uso do solo, ou seja, uma flo- resta
rurais grandes, médios e pequenos, inclusive por populações tradi-
é derrubada e queimada, dando lugar ao estabelecimento de
cionais, para limpar o terreno de pragas e renovar o solo. Acontece
pastagem, agricultura ou outra forma de uso da terra, ocorre a
principalmente em áreas de pastagem e é sempre intencional;
liberação de uma grande quantidade de carbono na forma de
2. Fogo de desmatamento recente: queimar a vegetação der-
CO2 para a atmosfera contribuindo, assim, para o aquecimento
rubada é mais barato do que retirá-la com tratores; além disso, as
global. Estima-se que 1,6 bilhões de toneladas de carbono foram cinzas ajudam a nutrir o solo amazônico para o plantio de pasto,
emitidas para a atmosfera por ano devido às mudanças no uso
por exemplo. É sempre intencional;
do solo durante a década de 1990.
3. Incêndios florestais: é o fogo que pega a floresta viva,
espalhando-se rapidamente pelas folhas secas depositadas no solo.
Pode ser acidental, quando escapa de uma queimada pró- xima, ou
intencional, quando colocado propositalmente com a intenção de
2 Disponível em https://ipam.org.br/entenda/como-o-desmata- degradar a floresta.
mento-contribui-para-as-mudancas-climaticas/ Acesso em 12.12.2021
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
3 Disponível em https://ipam.org.br/cartilhas-ipam/tudo-o-
-que-voce-queria-saber-sobre-fogo-na-amazonia-mas-nao-sabia-para-
-quem-perguntar/ Acesso em 12.12.2021
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
cialmente, como o conceito de Amazônia Legal, que compreende
Poluição
A poluição de rios de pequeno e médio porte passam a exi- bir
trechos com alterações expressivas. A poluição nos rios desta bacia é
uma realidade em muitos pontos. O carbono e outros nutrientes
como, nitrogênio e fósforo, atingem os rios carreados pela água da
chuva não absorvida pelo solo. Em altas concentra- ções estes
compostos acabam poluindo os rios por longas dis- tâncias. A
poluição dos rios da bacia do Ji-Paraná, localizada no estado de
Rondônia são do mesmo escopo de poluição dos rios Atibaia,
afluente do Piracicaba, no estado de São Paulo.
Na Amazônia brasileira, a exploração de petróleo é relativa- mente
recente, mas alguns derramamentos já aconteceram nos rios do
entorno das áreas de exploração. Um poliduto de Urucú para Coari
foi completado em 1998. Com isto, o petróleo, trazi- do de Coari para
Manaus atravessa o rio de barcaça. Em 1999, um oleoduto quebrou
entre o porto e a refinaria em Manaus, o que resultou em um
derramamento de petróleo no igarapé de Cururú em 2001.
Vazamentos de petróleo das barcaças entre Coarí e Manaus e dos
transportes fluviais em geral, têm causado uma sucessão de pequenos
eventos de poluição de óleo. A po- luição por óleo seria especialmente
danosa se afetar as florestas de várzea, onde muitas espécies de peixe
da região procriam.
Os solos amazônicos contêm altas concentrações de mercú- rio
oriundo de fontes naturais. Os solos da Amazônia são antigos, tem
milhões de anos de idade e têm acumulado mercúrio de for- ma
gradual por meio de deposição da chuva de poeira oriunda de
erupções vulcânicas e de outras fontes ao redor do mundo.
Desmatamento
O desmatamento da Amazônia não é uma prática atual. O
bioma, que ocupa cerca de 49,29% (4.196.943 milhões de km2) do
território brasileiro nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins, mantinha-
se preservado até a década de 1970, mas passou a so- frer com a retirada
da cobertura vegetal a partir desse período.
Um dos contribuintes foi a construção da Rodovia Transa-
mazônica (BR-230) entre 1969 e 1974. Ao longo dos anos, essa prática
apresentou períodos de declínio e de aumento, o que tem gerado
inúmeros debates entre o governo federal, diversas instituições e
ambientalistas. Sabemos que o bioma Amazônia exerce influência no
equilíbrio ambiental do mundo todo e sua preservação é
indiscutivelmente essencial para que esse equilí- brio seja mantido.
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
a área dos estados que abrangem todo a Amazônia, e a Superin-
tendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), que, por
meio de incentivos à expansão agrícola, favoreceu o aumento do
desmatamento.
Dados apresentados pelo Inpe e pelo Instituto Brasileiro
para o Desenvolvimento Florestal (IBDF) mostram que foram
desmatados cerca de 152.200 km2 no ano de 1978, sendo boa
parte desse desmatamento realizada às margens das rodovias.
Durante a década de 1980, o desmatamento aumentou para
377.600km2, o que passou a chamar a atenção do governo, bem
como de ambientalistas preocupados com a preservação do bio- ma,
dada a sua importância mundial. Devido a esse aumento, o governo
federal solicitou ao Inpe, em 1988, o desenvolvimento de um
sistema que pudesse monitorar o desmatamento do bio- ma.
Criou-se então o Projeto de Monitoramento do Desmata- mento
da Amazônia Legal por Satélite (Prodes).
É importante dizer que há uma linha tênue entre a dinâmica
econômica e as taxas de desmatamento, visto que, quando a
economia vai bem, aumenta-se a procura por terras para
desenvolvimento de atividades econômicas. Posto isso, de
acordo com pesquisadores do Inpe, em 1988 e 1991, as taxas de
desmatamento apresentaram uma queda, caindo para 13.730
km2. Esses pesquisadores acreditam que essa queda está
relacionada com o período de recessão econômica vivenciado no
país durante esses anos.
Assim que a economia se recuperou, por meio do Plano Real,
em 1995, as taxas de desmatamento apresentaram um au- mento
significativo, subindo para cerca de 29.059 km2 de área devastada.
Entre 1996 e 2000, as taxas de desmatamento apre- sentaram
oscilações, com períodos de diminuição mediante a queda na
inflação. Essas taxas mantinham-se entre 17.000 km2 e 18.000 km2.
No ano de 2004, o governo federal criou o Plano de Ação para
Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal
(PPCDAm), visando reduzir o desmatamento na Amazônia e bus- car
uma maneira de desenvolver a região de forma sustentável. Nesse
período, criou-se também o DETER, um sistema de alerta e controle
do desmatamento, feito pelo Inpe. A partir de então houve uma
significativa redução das taxas de desmatamento, passando para
aproximadamente 7.989 km2, segundo o Minis- tério do Meio
Ambiente, uma redução de 10% em 10 anos.
Essa redução perdurou entre os anos de 2008 a 2015, fican- do
entre 7.989km2 e 6.207km2. Inclusive, 2012 foi o ano que
registrou o menor índice de desmatamento desde 1988. Foram
desmatados cerca de 4.571 km2, de acordo com o Prodes. Nesse
período também foram criadas diversas unidades de conserva- ção.
O PPCDAm apresentou uma meta de redução do desmata-
mento de 80% até 2020. Contudo, essa meta deixou de ser pos- sível
a partir de 2016, quando as taxas tornaram a aumentar. Nesse
ano foram desmatados cerca de 6.947km2, aumentando para
7.900km2 entre os anos de 2017 e 2018, um aumento de 13,7%
de áreas devastadas. Os estados com os maiores índices de
desmatamento são Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
Segundo pesquisas realizadas na Universidade de Oklahoma pela
revista científica Nature Sustainability, a Amazônia, no Bra- sil, já
perdeu cerca de 400 mil km2 de floresta entre 2000 e 2017, o que
não cessou em 2019, visto que o desmatamento atingiu níveis
alarmantes. O Inpe divulgou dados que indicam aumento de 278%
com relação ao período entre 2017 e 2018. Apenas no mês de julho
de 2019 foram devastados cerca de 2.254,9 km2.
Nesse mesmo mês, em 2018, foram devastados 596,6 km2.
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
Amazônia.
Além disso, em 2019, foi constatado também na Amazô- nia
um aumento expressivo do número de queimadas, número esse que
havia caído na última década, chamando a atenção do mundo todo
para o Brasil. Até agosto de 2019, foram registrados mais de 72 mil
focos de incêndio, 83% de aumento com base nos incêndios
registrados em 2018.
Segundo Douglas Morton, chefe do Laboratório de Ciências
Biosféricas da Nasa, a situação é preocupante, visto que as quei- madas
geraram uma coluna de fumaça que se deslocou pelos estados do
Brasil e também por alguns países da América do Sul. Morton associa as
queimadas à prática do desmatamento, visto que a derrubada de
árvores desenvolve um ambiente propício para o fogo devido à
presença de madeira seca.
Muitos ambientalistas e até mesmo os órgãos responsáveis pelo
monitoramento do desmatamento na Amazônia têm ques- tionado
algumas decisões do governo com relação à contenção da devastação
do bioma, bem como à fiscalização de queimadas. Algumas medidas
tomadas pelo governo federal diminuíram o poder de órgãos, como
o Ibama, no que tange às políticas de controle ambiental, o que
pode ter contribuído para o aumento do desmatamento e também
das queimadas.
Segundo a Nasa, incêndios são raros na maior parte do ano na
região da Amazônia, visto que as características climáticas, como a
grande umidade, impedem que o fogo se inicie ou se espalhe.
Portanto, as queimadas estão associadas não só às questões
naturais, mas também às atividades humanas, como a manutenção
das terras cultiváveis ou expansão das pastagens. De acordo com o
Ibama, em 2019 foram aplicadas menos multas a infratores
ambientais do que em 2018. A redução da fiscalização foi
acompanhada pelo aumento do desmatamento e dos incêndios. Essa
decisão do governo de neutralizar o papel do Ibama mediante o
Decreto 9.760, que instituiu o chamado Núcleo de Conciliação
Ambiental — cujo papel será de analisar, mudar o valor ou anular a
multa aplicada pelo órgão —, vem associada ao discurso de que as
fiscalizações provocam impacto negativo nas atividades do campo.
Todo esse cenário tem pro- vocado um imenso desconforto, inclusive
na comunidade inter- nacional, que clama por uma nova postura
quanto à devastação
da Amazônia.
Causas
No início do desmatamento da Amazônia, na década de 1970 até o
final da década de 1990, as causas estavam associadas aos projetos de
infraestrutura implantados na região, como a cons- trução de
rodovias, projetos de colonização de algumas áreas, construção de
hidrelétricas e também a expansão da mineração. Como já dito, o
desmatamento nesse período concentrava-se principalmente nas
áreas próximas às estradas e rodovias, que ficaram conhecidas como
“arco do desmatamento”, segundo o Inpe. Portanto, o
desmatamento estava limitado.
A partir dos anos 2000, mediante uma nova realidade eco-
nômica, cujas atividades preconizavam o aumento das áreas que as
viabilizassem, o desmatamento passou a ter como principais
responsáveis a expansão do agronegócio e o extrativismo vege- tal e
mineral, muitas vezes praticados de forma ilegal. A agrope- cuária
promove o avanço do desmatamento à medida que a co- bertura
vegetal das áreas é retirada, a fim de que se torne pasto ou área
agricultável. Além disso, a extração de madeira ilegal, além de crime,
é um dos grandes responsáveis pelo aumento do desmatamento na
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GEOGRAFIA DO AMAZONAS
Outras questões, como o crescimento populacional, tam- para preparo do solo para a agricultura ou pecuária.
bém são apontadas como um dos motivos do desmatamento.
Novas áreas são povoadas, fazendo com que seja necessária a
derrubada das florestas. Ademais, a falta de fiscalização dessas áreas
também contribui para o aumento do desmatamento. É
importante que crimes ambientais sejam punidos, a fim de con- ter
essas práticas que prejudicam a preservação do bioma.
Consequências
Desmatar, como o próprio nome sugere, significa retirar a
cobertura vegetal. Por si só, essa é uma prática que implica a
alteração de uma área quanto a sua cobertura original e, por
consequência, provoca desequilíbrio ecológico, ao colocar em risco
os ecossistemas nela existentes.
Sabemos que o desenvolvimento das regiões, especifica-
mente da Região Norte, por vezes requer que áreas sejam des-
matadas a fim de atender a atividades necessárias para o cres-
cimento econômico. Contudo, o desmatamento da Amazônia é
atualmente um desafio para a humanidade, assim como a busca por
um desenvolvimento regional sustentável. O bioma é de ex- trema
importância para manutenção climática, bem como para o
equilíbrio biológico do mundo, portanto sua devastação im- plica
diversas alterações climáticas e compromete toda a bio-
diversidade. As principais consequências do desmatamento da
Amazônia, além das já citadas anteriormente, são apresentadas a
seguir.
• Espécies da fauna da região perdem seu habitat à medida que
as áreas são devastadas.
• Espécies de animais e vegetais podem entrar para a lista de
espécies ameaçadas de extinção. Além de provocar desequilí- brio
ambiental, a extinção de espécies pode impactar atividades
econômicas, como a agricultura, a pesca e a pecuária.
O desmatamento da Amazônia contribui para o aumento do
aquecimento global. Segundo a Organização das Nações Unidas
(ONU), o desmatamento é a segunda maior causa das mudanças
climáticas. As florestas conseguem absorver cerca de 2 bilhões de
toneladas de dióxido de carbono, um dos gases lançados à
atmosfera que agravam o chamado efeito estufa (fenômeno res-
ponsável pela manutenção da temperatura média da Terra). Se o
bioma é devastado, há o favorecimento do aumento das tem-
peraturas.
• O desmatamento favorece o empobrecimento do solo, os
processos erosivos e também o assoreamento dos rios. A co-
bertura vegetal é fundamental para a manutenção dos solos e a
preservação dos seus nutrientes. Ao ser retirada, prejudica-se a
infiltração da água da chuva, que, ao precipitar, passa a “lavar o
solo”, deixando o propício à erosão. A lavagem do solo faz com que
ocorram deslizamentos de terra, que é depositada nos rios,
provocando então o assoreamento.
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(A) Setembro a Dezembro.
(A) O nome da fortificação foi escolhido em homenagem ao
(B) Janeiro a Março.
primogênito e herdeiro do trono português.
(C) Abril a Junho.
(B) A descoberta de ouro às margens do rio Coxipó-Mirim
(D) Julho a Agosto.
iniciou um ciclo de prosperidade econômica em Vila Bela.
(E) Fevereiro a Abril.
(C) A região guaporense, em Mato Grosso, desenvolveu-se por
meio do comércio com outras regiões da colônia por- tuguesa.
(D) No século XVIII, com o declínio do ciclo do ouro, o Real Forte
da Beira foi convertido em quartel de vigilância e de- pois, em GABARITO
presídio.
(E) As minas e lavras encontradas em Mato Grosso ao longo da
primeira metade do século XVIII eram muito profundas, o que 1. C
dificultava a sua exploração 2. E
3. C
8.(Prefeitura de Manaus - AM - Professor de Geografia -
4. CERTO
IBADE – 2018) Entre os tipos de relevos a seguir, assinale o que ocupa
a maior parte do território do estado do Amazonas. 5. CERTO
(A) Planalto 6. CERTO
(B) Chapadas 7. D
(C) Planície
(D) Depressão 8. D
9. A
9.(Prefeitura de Manaus - AM - Professor de Geografia - 10. A
IBADE – 2018) Sobre a população do estado do Amazonas, as- sinale
11. D
a alternativa que indica a faixa daquantidade de pessoas no estado.
(A) Entre 2.5 milhões e 5 milhões 12. A
(B) Inferior a 2 milhões
(C) Entre 5,5 milhões e 8 milhões
(D) Superior a 9 milhões
ANOTAÇÕES
10.(Prefeitura de Manaus - AM - Professor de Geografia -
IBADE – 2018) Entre as alternativas a seguir, assinale a que me- lhor
apresenta a característica do clima da cidade de Manaus.
(A) Baixíssima amplitude térmica com diminuição da pluvio-
sidade no meio do ano.
(B) Influência do fator continentalidade gerando médias su-
periores aos 36 graus.
(C) Elevada amplitude térmica anual com elevada pluviosi-
dade em todos os meses.
(D) Influência do fator maritimidade gerando médias inferio-
res aos 20 graus.
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