Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Mato Grosso
WP CURSOS
www.wpcursos.com.br
(66) 9.9923-2324 – (66) 3544 1568 – atendimento@wpcursos.com.br
Geografia de Mato Grosso
Região Centro-Oeste 2
O Pantanal:
Cultural da Humanidade.
Os centros urbanos:
A rede urbana do Centro-Oeste desenvolveu-se de maneira linear, seguindo as
rodovias de integração e as ferrovias que ligam à Região Sudeste. Brasília, metrópole
nacional, Goiânia, metrópole, assim como Campo Grande e Cuiabá, capitais
regionais, situam-se sobre os grandes eixos viários. As cidades que exibem forte
crescimento – como Dourados (MS), Rondonópolis (MT) e Anápolis (GO) – estão
também situadas nesses eixos.
A cidade-capital:
Brasília representa um caso especial, entre as grandes cidades brasileiras. Não
simplesmente por ser uma cidade planejada: Belo Horizonte, fundada em 1897, e
Goiânia, fundada em 1933, constituem outros exemplos de cidades planejadas no
Brasil. A singularidade de Brasília reside na finalidade específica que orientou seu
planejamento urbano – a criação de uma cidade-capital, condição que determinou a
expansão demográfica e econômica da região.
O Plano Piloto constitui o cerne da nova capital. É ele que está submetido ao
plano urbanístico, com seu rígido sistema de aprovação de plantas destinado a
conservar as características originais da cidade. Ideologicamente, esse plano, de
autoria de Lúcio Costa, vinculava-se à tradição de pensamento urbanístico do francês
Le Corbusier e da escola arquitetônica da Carta de Atenas, cujos princípios remontam
ao IV Congresso de Arquitetura Moderna, realizado em 1933. A cidade deveria ser, a
um só tempo, funcional e harmônica: uma engrenagem de residências, consumo e
trabalho. Para isso, os planejadores deveriam dispor da capacidade de organizar o
espaço de forma absoluta, excluindo as incertezas e os conflitos inerentes ao
desenvolvimento espontâneo das aglomerações urbanas. A ordem seria um produto
da autoridade e do saber urbanístico
A base espacial do plano urbanístico reside na segregação funcional. No
interior do Plano Piloto, definiram-se as áreas reservadas às diferentes funções
urbanas – administração pública, residências, comércio local e central, etc.
Um eixo viário retilíneo, chamado Eixo Monumental, foi implantado e reservado
aos palácios e edifícios destinados aos órgãos de poder político, à administração e às
embaixadas. Esse eixo é cortado por um outro, arqueado, chamado Eixo Rodoviário,
destinado à circulação expressa. Com 13 quilômetros de extensão e cinco pistas sem
cruzamentos, ele separa a circulação municipal da circulação local. Juntos, os dois
eixos têm o formato de asas de avião.
Ao longo do Eixo Rodoviário alinham-se as superquadras, destinadas à
moradia. Nessas áreas encontram-se escolas, igrejas e espaços de comércio local.
Esses serviços localizam-se no interior dos conjuntos de superquadras, direcionado a
circulação de pessoas para dentro e não para as ruas. O comércio de grande porte foi
alocado em uma zona separada, no cruzamento entre os dois grandes eixos da
cidade. Todo o sistema de zoneamento e circulação da cidade prioriza o automóvel,
a circulação expressa.
Concebida por Oscar Niemeyer, a arquitetura da capital é coerente com o plano
urbanístico, visando reforçar simbolicamente a função de sede dos órgãos de poder
político, que constitui a razão de ser de Brasília.
A cidade polinucleada:
Referências Bibliográficas:
TERRA, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil – Lygia Terra; Regina
Araújo; Raul Borges Guimarães. 2ª edição. São Paulo: Moderna.
3. OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO
A Retirada da Laguna
A retirada da Laguna foi, sem dúvida, a página mais brilhante escrita pelo
Exército Brasileiro em toda a Guerra da Tríplice Aliança. O Visconde de Taunay, que
dela participou, imortalizou-a num dos mais famosos livros da literatura brasileira. A
retomada de Corumbá foi outra página brilhante escrita pelas nossas armas nas lutas
da Guerra da Tríplice Aliança. O presidente da Província, então o Dr. Couto de
Magalhães, decidiu organizar três corpos de tropa para recuperar a nossa cidade que
há quase dois anos se encontrava em mãos do inimigo. O 1º corpo partiu de Cuiabá
a 15.05/1867, sob as ordens do Tte. Cel. Antônio Maria Coelho. Foi essa tropa levada
pelos vapores "Antônio João", "Alfa", "Jaurú" e "Corumbá" até o lugar denominado
Alegre. Dali em diante seguiria sozinha, através dos Pantanais, em canoas, utilizando
o Paraguai -Mirim, braço do rio Paraguai que sai abaixo de Corumbá e que era
confundido com uma "boca de baía".
Desconfiado de que os inimigos poderiam pressentir a presença dos brasileiros
na área, Antônio Maria resolveu, com seus Oficiais, desfechar o golpe com o uso
exclusivo do 1º Corpo, de apenas 400 homens e lançou a ofensiva de surpresa. E
com esse estratagema e muita luta corpo a corpo, consegui o Comandante a
recuperação da praça, com o auxílio, inclusive, de duas mulheres que o
acompanhavam desde Cuiabá e que atravessaram trincheiras paraguaias a golpes de
baionetas.
Quando o 2º Corpo dos Voluntário da Pátria chegou a Corumbá, já encontrou
em mãos dos brasileiros. Isso foi a 13/06/1867. No entanto, com cerca de 800 homens
às suas ordens o Presidente Couto de Magalhães, que participava do 2º Corpo, teve
de mandar evacuar a cidade, pois a varíola nela grassava, fazendo muitas vítimas. O
combate do Alegre foi outro episódio notável da guerra. Quando os retirantes de
Corumbá, após a retomada, subiam o rio no rumo de Cuiabá, encontravam-se nesse
porto "carneando" ou seja, abastecendo-se de carne para a alimentação da tropa eis
que surgem, de surpresa, navios paraguaios tentando uma abordagem sobre os
nossos.
A soldadesca brasileira, da barranca, iniciou uma viva fuzilaria e após vários
confrontos, venceram as tropas comandadas pela coragem e sangue frio do
Comandante José Antônio da Costa. Com essa vitória chegaram os da retomada de
Corumbá à Capital da Província (Cuiabá), transmitindo a varíola ao povo cuiabano,
perdendo a cidade quase a metade de sua população. Terminada a guerra, com a
derrota e morte de Solano Lopez nas "Cordilheiras" (Cerro Corá), a 1º de março de
1870, a notícia do fim do conflito só chegou a Cuiabá no dia 23 de março, pelo vapor
"Corumbá", que chegou ao porto embandeirado e dando salvas de tiros de canhão.
Dezenove anos após o término da guerra, foi o Brasil sacudido pela Proclamação da
República, cuja notícia só chegou a Cuiabá na madrugada de 9 de dezembro de 1889
Origem do nome
Referências:
Mato Grosso possui um grande território, nesse existe uma grande variedade
de recursos e paisagens naturais. Diante da imensa biodiversidade, serão abordadas
as principais características do relevo, clima, vegetação, hidrografia, além das
reservas ecológicas que se faz presente na região.
Relevo
O Relevo apresenta as irregularidades da superfície terrestre. O território de
Mato Grosso é composto por um relevo de baixas altitudes, dessa forma, grande parte
do espaço estadual é plano.
No entanto, esse tipo de relevo se divide em três tipos de compostos, chamados
de unidade, sendo todos distintos. São eles: - Planalto mato-grossense: formação a
partir de planaltos cristalinos e chapadões sedimentares, nesse as altitudes podem
variar entre 400 a 800 metros em relação ao nível do mar. Esse planalto tem a função
de divisor de águas de importantes bacias, tais como Paraguai e alguns rios da bacia
do Amazonas. - Planalto Arenítico-basáltico: formado pelos dois últimos elementos,
podem ser encontrados no sul de Mato Grosso. - Planalto mato-grossense: se
estabelece em uma área rebaixada, já no sul do planalto brasileiro se encontra o
divisor entre as duas bacias, Paraguai e Amazonas.
A partir dessas considerações, as principais elevações (serras) do relevo
contido no Estado do Mato Grosso:
- Serra dos Parecis
- Serra Formosa
- Serra do Norte
- Serra dos Caiabis
- Serra dos Apiacás
- Serra do Roncador
Além das serras citadas, existe outra variação do relevo que são as
depressões, desse modo as duas principais são:
- Depressão do Alto Xingu
- Depressão do Médio Araguaia
Clima
O clima do estado sofre variações de acordo com a localização geográfica.
Com base nessa afirmativa o clima que predomina é o tropical Equatorial na porção
norte do estado, característica do clima amazônico, no qual há elevadas temperaturas,
algo em torno de 26ºC em relação à média anual e uma grande incidência de
precipitações que chegam a 2.000 mm ao ano.
Outro tipo de clima de grande influência no Estado é o tropical Típico, que
possui duas estações bem definidas, sendo uma seca e outra chuvosa, chuvas que
variam entre 1.200 a 1.800 mm/ ano. Em algumas áreas, existe o clima tropical de
Altitude, que possui temperaturas amenas.
Vegetação
Uma grande parcela do território mato-grossense é composta por cobertura vegetal
de floresta equatorial, que corresponde ao tipo de vegetação da floresta amazônica.
Já ao sul da capital, Cuiabá, o tipo de vegetação que predomina é o cerrado, esse
bioma é composto por árvores baixas com troncos retorcidos, folhas e cascas grossas,
além de uma vasta vegetação rasteira formada por capins nativos e arbustos. Na área
que está localizado o Pantanal o tipo de vegetação é variado, chamada pelos
estudiosos de área de transição entre cerrado, campos, floresta seca, floresta
equatorial, floresta tropical, desse modo, não há um tipo homogêneo de vegetação.
Hidrografia/Bacias Hidrográficas
Mato Grosso é um dos lugares com maior volume de água doce no mundo.
Considerado a caixa-d'água do Brasil por conta dos seus inúmeros rios, aquíferos e
nascentes. O planalto dos Parecis, que ocupa toda porção centro-norte do território, é
o principal divisor de águas do estado. Ele reparte as águas das três bacias
hidrográficas mais importantes do Brasil: Bacia Amazônica, Bacia Platina e Bacia do
Tocantins.
Os rios de Mato Grosso estão divididos nessas três grandes bacias
hidrográficas que integram o sistema nacional, no entanto, devido à enorme riqueza
hídrica do estado, muito rios possuem características específicas e ligações tão
estreitas com os locais que atravessam que representam, por si só, uma unidade
geográfica, recebendo o nome de sub-bacias.
As principais sub-bacias do estado são: Sub-bacia do Guaporé, Sub-bacia do
Aripuanã, Sub-bacia do Juruena-Arinos, Sub-bacia do Teles Pires e Sub-Bacia do
Xingu. Os rios pertencentes a Bacia Amazônica drenam 2/3 do território mato-
grossense.
Fonte:
Governo de Mato Grosso.
Disponível em:
http://www.mt.gov.br/geografia.
5. ASPECTOS POLÍTICO-ADMINISTRATIVOS
Agronegócio
Plantação de soja
A Produção de grãos em Mato Grosso está associada à atividade pecuária. O
mapeamento mostra que a atividade pecuária predomina em pelo menos 40% de
Mato Grosso, com animais de grande porte e rebanho de corte. A atividade predomina
no sul do estado, no nordeste, na região do Rio Araguaia e no norte, entre Alta Floresta
e Nova Bandeirantes.
A área para a produção de grãos e fibras apresenta maior concentração na
região centro-norte do estado, especialmente nos municípios de Sinop, Sorriso e
Lucas do Rio Verde, e no centro-sul, sobretudo nos municípios de Campo Verde e
Primavera do Leste.
A atividade associa-se à pecuária de animais de grande porte, dispersa por
todas as regiões do estado. O Mapa da Cobertura e Uso da Terra de Mato Grosso é
resultado da interpretação de imagens de satélite que são comparadas à análise de
informações obtidas em trabalhos de campo, análises de tipologia agrícola e de
documentação acessória disponível, como estatísticas e textos.
O IBGE também publica o manual Geoestatísticas de Recursos Naturais da
Amazônia Legal, que apresenta avaliações qualitativas e quantitativas de dados sobre
a organização e a distribuição dos recursos naturais e da cobertura da terra
disponíveis para a Amazônia Legal, com base em estatísticas do Banco de Dados e
Informações Ambientais, também do instituto, obtidos por aplicativos computacionais
de análise espacial.
O mapa é disponibilizado nos formatos shape – arquivo que contém dados
geoespaciais em forma de vetor – e PDF, que auxilia no processo de gestão
ambiental, além de servir de apoio para a avaliação de impactos ambientais e
elaboração de zoneamentos ecológico e econômico e de processos de
transformação¹.
Fonte:
Governo de Mato Grosso.
Disponível em: http://www.mt.gov.br/geografia.
1
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2015-06/ibge-disponibiliza-mapa-da-cobertura-e-uso-da-terra-de-mato-grosso.
Pesquisa e tecnologia
O que poucos sabem é que Mato Grosso, além de grãos, é o maior produtor de
pescado de água doce do país, responsável por 20% da produção do Brasil, com
75,629 mil toneladas (IBGE 2013). E esse mercado tem muito a crescer. O potencial
está na abundância de rios e lagos em território mato-grossense.
Atualmente, 72% do pescado produzido no estado são destinados ao consumo
interno, de acordo com dados de 2014 do Imea (Instituto Mato-grossense de
Economia Agropecuária). O segundo maior consumidor do peixe produzido no estado
é o Pará (9,71%), seguido do Tocantins (2,35%). O plano do Governo do Estado é
estimular o aumento da produção e atrair empresas de beneficiamento do peixe para
exportá-lo para outros estados.
A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural
(Empaer) é uma das que investe no setor, tanto em pesquisa quanto na produção. A
instituição mantém no município de Nossa Senhora do Livramento uma estação de
piscicultura onde são produzidos e comercializados alevinos de espécies como pacu,
tambacu e tambatinga. A meta da instituição é fechar o primeiro quadrimestre de
2015 com uma produção de 800 mil alevinos. Para isso a Empaer conta com
39 tanques de reprodução com capacidade para produzir um milhão de alevinos –
sendo 12 tanques de pesquisa e 27 para recria. A instituição também oferece cursos
para produtores rurais e técnicos agrícolas sobre noções básicas de piscicultura.
A borracha natural é outro foco da política de incentivos desenvolvida pelo
Governo de Mato Grosso, que quer agregar valor à borracha produzida no estado,
com beneficiamento e industrialização. O estado é o segundo maior produtor de
borracha natural do país, com 40 mil hectares de área plantada e 25 mil famílias
envolvidas na atividade, conforme dados da Empaer.
Pioneira no estado em produção e pesquisa da seringueira, a empresa possui
um campo experimental no município de Rosário Oeste (128 km ao Norte de Cuiabá)
com jardim clonal e viveiro para atender a agricultura familiar. Os produtores contam
com o apoio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf
Eco), que disponibiliza uma linha de crédito com prazo de 20 anos para pagamento e
oito de carência. Paralelamente, a Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secitec)
investe em inovação e qualificação de mão de obra com a criação do primeiro parque
tecnológico de Mato Grosso, além de negociação com centros europeus para
cooperações na área de tecnologia.
Energia também não falta para mover esta máquina. Superavitário no setor
energético, Mato Grosso alcançou em 2014 a produção de 14 milhões/MWh. Desse
montante, consumiu 9 milhões/MWh e exportou 5 milhões/MWh via o Sistema
Interligado Nacional (SIN).
Economia criativa
Paraíso do ecoturismo
Cachoeiras, safaris, trilhas ecológicas, observação de pássaros, mergulho em
aquários naturais. Seja no Pantanal, no Cerrado ou no Araguaia, Mato Grosso é o
destino certo para quem gosta de ecoturismo e para quem planeja investir no
segmento que mais cresce no setor de turismo.
Dados da Organização Mundial de Turismo (OMT) apontam que o ecoturismo
cresce em média 20% ao ano, enquanto o turismo convencional apresenta uma taxa
de aumento anual de 7,5%, conforme divulgado pelo Ministério do Turismo em 2014.
A organização estima ainda que pelo menos 10% dos turistas em todo o mundo sejam
adeptos do turismo ecológico.
Como belezas naturais não faltam em Mato Grosso, os governos Federal e
Estadual têm investido em infraestrutura de acesso a paraísos naturais mato-
grossenses, como o Pantanal. Exemplo disso é o projeto de substituição de pontes de
madeira ao longo da rodovia Transpantaneira – que liga a cidade de Poconé até a
localidade de Porto Jofre, cortando a planície alagável. Ao todo serão construídas 31
pontes de concreto.
Chapada dos Guimarães é outro ponto prioritário para a Sedec quando o
assunto é infraestrutura. No município, que atrai visitantes adeptos do turismo de
contemplação e de esporte de aventura, será executada a conclusão do Complexo
Turístico da Salgadeira e a pavimentação da MT-060 e MT-020. O Governo do Estado
também retomou o diálogo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) para o andamento das obras do Portão do Inferno e da
entrada da Cachoeira Véu de Noiva, os dois principais pontos de contemplação do
Parque Nacional de Chapada.
Fonte:
Governo de Mato Grosso. Disponível em:
http://www.mt.gov.br/economia.
7. FORMAÇÃO ÉTNICA
População²
Pardos – 55,2%.
Brancos – 36,7%.
Negros – 7%.
Indígenas – 1,1%.
Religião:
Semelhante ao que ocorre em todo território nacional o Mato Grosso é
predominantemente povoado por pessoas cristãs, sendo na sua maioria católicos e
uma fração menor dividida em inúmeras denominações evangélicas, contando ainda
com a presença de religiões afrodescendentes.
Cultura:
Dança e música
• Cururu
Música e dança típica de Mato Grosso. Do modo como é apresentado hoje é
uma das mais importantes expressões culturais do estado. Teve origem à época dos
jesuítas, quando era executado dentro das igrejas. Mais tarde, após a vinda de outras
ordens religiosas, caiu na marginalidade e ruralizou-se. É executada por dois ou mais
cururueiros com viola de cocho, ganzás (kere-kechê), trovos e carreiras.
• Congo
Esta dança é um ato de devoção a São Benedito. No reinado do Congo os
personagens representados são: o Rei, o Secretário de Guerra e o Príncipe. Já no
reino adversário, Bamba, fica o Embaixador do Rei e doze pares de soldados. Os
músicos ficam no reino de Bamba e utilizam: ganzá, viola caipiria, cavaquinho,
chocalho e bumbo.
• Chorado
Dança surgida na primeira capital de Mato Grosso, Vila Bela de Santíssima
Trindade, no período colonial. A dança leva esse nome, pois representa o choro dos
negros escravos para seus senhores para que os perdoassem dos castigos imposto
aos transgressores. O ritmo da música é afro, com marcações em palmas, mesa,
banco ou tambor.
• Siriri
Dança com elementos africanos, portugueses e espanhóis. O nome indígena é
referência aos cupins com asa, que voavam num ritmo parecido com a dança nas
luminárias. A música é uma variação do cururu, só que com ritmo bem mais rápido.
Os instrumentos utilizados são: viola de cocho, o ganzá, o adufe e o mocho. Os versos
são cantigas populares, do cotidiano da região.
Linguajar
• Currupira
Este personagem faz parte do folclore nacional, mas tem bastante espaço no
meio rural de Mato Grosso. Um garoto com os pés virados, que vaga pela mata
aprontando estripulias. Em Mato grosso diz -se que ele protege os animais selvagens
da caça e chama garotos que caçam passarinhos para dentro da mata – esta parte é
usada pelos adultos para manter as crianças longe da mata fechada.
• O Minhocão
Este ser mítico é o Monstro do Lago Ness de Cuiabá. Relatos dos mais antigos
atestam que um ser em forma de uma cobra gigante, com cerca de 20 metros de
cumprimento e dois de diâmetro, morava nas profundezas do rio e atacava
pescadores e banhistas. A lenda percorre toda extensão do rio e foi passada de boca
a boca pelos mais velhos.
• Boitatá
O nome quer dizer “cobra de fogo” (boia = cobra / atatá = fogo). É uma cobra
transparente que pega fogo como se queimasse por dentro. É um fogo azulado. Sua
aparição é maior em locais como o Pantanal, onde o fenômeno de fogo fátuo é mais
comum. Esse fenômeno se dá por conta da combustão espontânea de gases
emanados de cadáveres e pântanos.
• Cabeça de Pacu
Se você estiver de passagem por Mato Grosso é bom ficar atento ao Pacu. De
acordo com a lenda local, quem come cabeça de Pacu nunca mais saí de Mato
Grosso. Se o viajante for solteiro não tardará a casar com uma moça da terra, caso
for casado, vai fincar raízes e permanecer no estado.
Gastronomia
A igreja dedicada à Nossa Senhora foi uma das primeiras a serem levantadas
em Cuiabá, ainda no século XVIII. A construção atual, entretanto, data de 1918,
iniciada durante a presidência de Dom Francisco de Aquino Correia, que também era
arcebispo de Cuiabá na época. Tombada estadualmente em 1977, a Igreja foi
reinaugurada em 2004 após passar por um amplo processo de recuperação feito em
parceria pelos governos estadual e federal.
Palácio da Instrução
Artesanato
Indígena
FOLCLORE
Cavalhada
Dança Do Chorado
6
ABUTAKKA, Antonio. A formação e ocupação do território mato-grossense. Artigos da Secretaria de
Estado de Planejamento – SEPLAN. Governo do Mato Grosso. Disponível em:
http://www.seplan.mt.gov.br/documents/363424/3935270/A+forma%C3%A7%C3%A3o+e+ocupa%C3%
A7%C3%A3o+do+territ%C3%B3rio+mato-grossense.pdf/dd149e42-ce2e-4eb0-8ad7-fffa31ce3d43.
Como característica preliminar, pode-se dizer que essa área vem-se afirmando,
nas últimas décadas, como uma economia baseada predominantemente na pecuária
extensiva de corte e de leite, e, principalmente, na produção intensiva de milho, algodão
e soja, afora experiência isolada de indústrias madeireiras.
Esses sistemas produtivos têm sido responsáveis pela produção de matérias
primas para a agroindústria e algumas mercadorias processadas, em geral destinadas
à exportação como: grãos, carnes e algodão e, portanto, desencadeadores do próprio
processo de agroindustrialização regional. Esses produtos são exportados
principalmente para os estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil e para os países da
comunidade europeia, Estados Unidos, China, Rússia, etc.
Deve-se ainda considerar que o território mato-grossense partilha vasta área de
fronteira interna com vários estados brasileiros e externa com a Bolívia. Embora só tenha
recebido atenção há pouco tempo, essa área de fronteira internacional ocupa lugar
potencialmente estratégico no espaço econômico latino-americano e sua integração,
seja nas articulações com o Mercosul, seja em possíveis vias de escoamento pelo
pacífico. Partindo-se de uma visão geral sobre o território mato-grossense, pode-se,
identificar seus desdobramentos particulares nas distintas frações do seu espaço, em
seus tempos respectivos, os principais vetores da expansão recente e as implicações
no redesenho de sua estrutura espacial. Efetivamente no século XVIII, inicia-se a
ocupação do Estado de Mato Grosso, através das incursões dos bandeirantes à região,
em busca de ouro e na captura e aprisionamento de mão-de-obra indígena, mercadoria
que viabilizou, durante longo tempo, a economia da colônia de povoamento de São
Vicente, (atualmente estado de São Paulo). Durante todo o século XVIII, mesmo após a
descoberta de ouro na região de Cuiabá, o espaço mato- grossense permaneceu “vazio”
dado que as atividades econômicas implementadas na região de Cuiabá, basicamente
mineração do ouro e de diamantes, fundavam-se num sistema comumente designado
como o de pilhagem do período colonial e num povoamento temporário e itinerante.
(DSEE/ZSEE – Relatório sobre o Processo de Ocupação do Estado de Mato Grosso.
Cuiabá: SEPLAN, 1997).
Sob a lógica da expansão capitalista, de concentração-centralização do capital e
da dominação- subordinação, no que diz respeito às suas relações sociais e de
produção, o desenvolvimento econômico brasileiro, em termos espaciais, pode ser visto
como um processo de articulação e integração nacional que se desenvolveu, de forma
desigual e combinada, segundo três fases distintas: a do isolamento das regiões; a da
articulação comercial e a de integração produtiva.
Diante disso, contextualiza-se também a formação histórica de Mato Grosso,
caracterizando-se:
1) o período da ocupação do território e da constituição da região, ainda sob uma longa
fase de isolamento, que perdura até às primeiras décadas do século XX;
2) o da diversificação da base produtiva incipiente e sua articulação comercial com
centros produtores- consumidores nacionais e internacionais; e,
3) o da criação das condições materiais e não-materiais (década de 1970) para a efetiva
integração produtiva da região (década de 1980) ao movimento de produção/reprodução
do capital hegemônico nacional quando este, concretamente, apropria-se do espaço, via
instrumento jurídico da propriedade da terra, subordinando à sua lógica de
desenvolvimento os processos de trabalho e de produção existentes em quase todos os
segmentos da economia regional.
Assim, para melhor compreensão sobre o processo de ocupação do estado de
Mato Grosso, uma vez que ele será apresentado de uma forma sintética, achou-se
melhor dividir essa abordagem em sete fases, ou seja:
A primeira fase de ocupação do território mato-grossense tem seu início nos
séculos XVII-XVIII, com a penetração portuguesa em terras de Mato Grosso promovida
pelas incursões de bandeirantes paulistas. A partir de então, o avanço bandeirante em
direção ao oeste intensificou-se cada vez mais, na medida em que o aprisionamento de
índios para o trabalho escravo na Província de São Paulo constituía-se numa atividade
bastante lucrativa. O final dessa fase encerra-se quando o ouro de Mato Grosso, que
tinha proporcionado grande riqueza ao final do século XVIII, à Coroa Portuguesa,
começa a dar sinais de esgotamento, disso resultando o esvaziamento dos principais
núcleos populacionais ligados à mineração.
A segunda fase de ocupação do território mato-grossense acontece nos séculos
XIX-XX. Ela mostra que os núcleos portuários mais antigos, como Cuiabá, Corumbá e
Cáceres, convivem com uma intensa atividade econômico comercial. Cáceres firma-se
como centro exportador da poaia, cuja extração e comercialização geraram grande
movimento agrícola e comercial nas cidades de Barra do Bugres, Vila Bela da
Santíssima Trindade e Cuiabá, e também através da exportação da seringa (látex),
extraída na Bacia Amazônica.
A terceira fase de ocupação é marcada pela “Marcha para o Oeste” (1930- 1950),
cujo fator principal foi uma política de interiorização da economia e de incorporação das
regiões, em especial, Centro-Oeste e Norte ao processo de reprodução do capital
hegemônico nacional. Enquanto área de fronteira, a necessidade de legitimar os limites
estabelecidos, através de uma ocupação efetiva do território, foi uma constante em toda
a formação histórica de Mato Grosso.
A quarta fase de ocupação do território mato-grossense é marcada com a
construção de Brasília. (Final da década de 1950 a 1960).
A quinta fase (final da década de 1960 a 1970) foi intitulada como sendo a da
implementação dos primeiros programas de desenvolvimento da região Centro Oeste,
corporificados, em grande parte, no I e II PND (Programa Nacional de Desenvolvimento),
e com a intensificação do fluxo migratório dirigido a essa região.
A sexta fase de ocupação compreendeu os programas de desenvolvimento, pós
década de 1970, como o POLOCENTRO, o POLONOROESTE e o PRODEAGRO.
Somente a partir dessa década e fruto de uma intervenção do Estado Nacional,
planejada e dirigida à ocupação do Centro-Oeste e Amazônia, é que se criam, na região,
as condições efetivas para a apropriação do espaço pelo capital e, além disso, para sua
transformação em espaço econômico integrado ao movimento dominante da
produção/reprodução do capital tanto nacional como internacional. (SIQUEIRA, 1990).
A sétima fase é a atual, ou seja, os avanços recentes da fronteira agrícola do
território rumo a “consolidação”. Dessa forma, as frentes de expansão fizeram surgir um
conjunto variado de formas de apropriação do espaço agrário, tornando-se estas
também responsáveis pela transformação da paisagem natural do Estado. Essa
transformação implicou não somente na organização de um setor primário dinâmico,
baseado numa gama variada de produtos (extrativos vegetais, agrícolas, pecuários,
etc.), mas também num leque de impactos sócio-econômicos e ambientais de natureza
e intensidade diversas.
De maneira geral, a agricultura empresarial localizou-se nas áreas planas dos
cerrados, cujos solos são potencialmente de boa qualidade. A pecuária, além de estar
também nesse tipo de ambiente, tende a ocupar áreas mais antigas, anteriormente
exploradas pela agricultura tradicional, ou expande-se para a região de fronteira de
ocupação, em áreas onde as condições ecológicas e/ou o fator distância (fretes) são
desfavoráveis à grande empresa de exploração agrícola. (DSEE/ZSEE - Relatório sobre
o Processo de Ocupação do Estado de Mato Grosso. Cuiabá: SEPLAN, 1997). Em
linhas gerais, o modelo de ocupação pautado na agricultura “moderna” mantém-se
ancorado no modelo agroexportador de contexto “maior” (nacional/internacional) e nas
políticas agrícolas nacionais (crédito e financiamento).
Esse modelo de ocupação, na medida em que privilegia a agropecuária de caráter
empresarial e as cadeias agro-industriais associadas aos produtos de mercado externo
(soja, cana-de-açúcar, carnes, milho, madeira) tende a adequar-se às normas e padrões
determinados pelos mercados nacionais e internacionais, inclusive quanto à mitigação
dos impactos ambientais derivados.