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- O I Reinado e o MT
I)Panorama do Reinado - 1822/1831
- Em 1822 a capital do MT passa a ser Cuiabá
- 25 de março 1824 - 1ª constituição do Brasil
- características:
- Estado unitário
- Centralismo Político
- Despotismo do Imperador
- Privilégios portugueses
- No I reinado destaca-se a luta entre liberais e conservadores (autonomistas e centralistas).
- O MT declara unido e obediente ao Imperador;
II)O I Reinado no MT
- A província do Mato Grosso como outra qualquer refletia os conflitos centrais do País.
- 1834 (30 de maio) - estoura em Cuiabá um movimento liberal denominado "Rusga" seu objetivo era destruir os
privilégios dos portugueses.
RUSGA
- A Rusga foi um movimento ocorrido em Mato Grosso no ano de 1834, durante o período regencial.
- Para entendermos esse movimento regional, se faz necessário buscar nesse período marcado por lutas
políticas e por vários movimentos sociais, a sua origem.
- No período regencial dois grupos políticos dominavam a vida pública nacional: os progressistas e
regressistas, mais tarde transformados em Partido Liberal e Partido Conservador, respectivamente.
- Esses dois partidos passaram a ter um domínio político durante todo o segundo reinado.
- Do ponto de vista ideológico, tinham poucas diferenças entre si;
- suas discordâncias eram apenas produtos da ambição pelo poder.
- Outro grupo sem grande expressão nacional eram os republicanos (que se tornou partido de 1870), que
engatinhavam seus primeiros passos e apoiavam as mudanças de regime político do Brasil, de monarquia para
república.
- Nas províncias, os grupos políticos liberais e conservadores se organizavam em sociedades.
- Seguindo essa tradição em Mato Grosso, os liberais se agrupavam na Sociedade dos Zelosos da
Independência e os conservadores na Sociedade Filantrópica.
- no dia 30 de maio, data da rebelião, a população saiu pelas ruas de Cuiabá.
- Membros das camadas inferiores e da guarda nacional gritavam palavras de ordem;
- armados, roubaram e saquearam casas de comércio e até mortes foram registradas.
- Podemos levantar uma questão a respeito da deflagração do movimento.
- Se os liberais (Sociedade dos Zelosos da Independência) haviam conseguido o poder, através da nomeação
de Poupino Caldas como presidente da província no dia 27 de maio, por que as camadas mais baixas participaram de
uma rebelião que já tinha data marcada (30 de maio de 1834).
- a participação de populares no movimento não pode ser considerada um ato político consciente.
- A província de Mato Grosso passava por uma grave crise econômica, com os cofres públicos vazios, o que
sempre resultava em atraso no pagamento de salários, aprofundando, conseqüentemente, a miséria social.
- Representou mais uma ocasião encontrada para os pobres usufruírem de benefícios passageiros e
extravasarem seus anseios de mudanças.
- É a partir desse contexto que podem ser explicados os saques, roubos e mortes cometidas. Assim também
pode ser explicada a repressão ao movimento, promovida por Poupino Caldas, no momento em que a Rusga explodiu.
Os governadores do MT no I Reinado:
1- José Saturnino da Costa Pereira;
2- Antônio Corrêa da Costa;
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HISTÓRIA REGIONAL
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HISTÓRIA REGIONAL
- É importante ponderar que se a região fosse tida como terra de ninguém, facilmente os paraguaios poderiam
estender os seus territórios além dos rios Apa e Branco, dominando, as terras que correspondem ao atual Mato Grosso
do Sul.
- Tendo clara as pretensões de Lopez, o governo brasileiro com a representação do Capitão Joaquim José de
Carvalho e uma guarnição de cerca de 31 homens, sob instrução de Costa Pimentel (presidente do MT), fundam na
região dos Fecho dos Morros, aos 29 de junho de 1850, o Quartel de Guarnição do Parque das Armas, servindo
também como forte permanente – Forte Olimpo.
- A fundação de um forte no Fecho dos Morros pegou Lopez de surpresa. Apesar de que Francisco Bueno da
Silva teria deixado a região sem dar início ao forte.
- A reação de Lopez já era esperada. Com um grupo de cerca de 600 homens, rumam em direção ao Fecho
dos Morros e, ao chegarem na região, abrem fogo, provocando a retirada de Bueno com cerca de dez perdas.
- Mas a ação de Lopez é justificada pela negação do Império Brasileiro em fornecer armas aos paraguaios
para manter, por meio da força, as possessões paraguaias em solo argentinos. Portanto, era uma forma de vingança de
Lopez.
- A reação do governo imperial foi rápida e precisa. Com o apoio dos guaicurus – que habitavam a região e
eram inimigos dos paraguaios – os brasileiros vencem a batalha. Aproveitando a situação, os índios invadem diversas
fazendas paraguaias e as saqueiam.
- Não tendo mais saída o Paraguai assina em 1858 um tratado de Livre Navegação pela Bacia Platina com as
demais nações platinas e o Brasil.
- Carlos Antonio Lopez, falece no ano de 1862 sem conseguir ampliar o território paraguaio sobre as terras do
Mato Grosso do Sul e, não consegue manter por muito tempo as suas conquistas em solo argentino com foi o caso da
província de Corrientes e Entre-Rios, porém assegura uma saída para o Atlântico.
- Governo de Francisco Solano Lopez
- Com o objetivo de manter os sonhos imperialistas paraguaio na bacia platina, assume o governo Francisco
Solano Lopez, filho de Lopez. Contudo, Solano Lopez busca manter a estrutura de desenvolvimento manufatureiro e
comercial aliado à burguesia paraguaia e alicerçado pelo ideal nacionalista que contava com o apoio das massas
populares.
- Mas enquanto, o Paraguai busca suas pretensões isolacionistas e expansionistas, o Brasil também se
manifestava com grande interesse na bacia platina fazendo algumas intervenções, vejamos:
1ª intervenção:
- 1852 - Assume o poder na Argentina o nacionalista Manuel Rosas, inimigo do Brasil.
- No Uruguai assume o poder o general Manoel Oribe do Partido Blanco.
- O Brasil intervém no Uruguai e coloca no poder Frutuoso Rivera do Partido Colorado.
- Em 1852 o Brasil ajuda o General Urquiza a depor Manuel Rosas.
Fica evidente o intervencionismo do Brasil na Bacia Platina.
2ª intervenção:
- Em 1858 o Paraguai assina com o Brasil um tratado de não intervenção do Uruguai, garantindo assim o livre
acesso ao mar.
- No entanto em 1864 o Brasil interfere novamente no Uruguai em favor de Venâncio Flores que depõe
Atanásio Aguire.
Este é o estopim para que o Paraguai iniciasse as suas ações que conduziriam à Guerra do Paraguai.
- Como reação à intervenção do Brasil no Uruguai – que segundo Solano Lopez ameaçava a soberania
paraguaia – em 10 de novembro de 1864, as tropas paraguaias a mando de Lopez, aprisionam o navio „Marquês de
Olinda‟ que conduziam para o Mato Grosso o presidente da Província, o baiano Frederico Carneiro de Campos, que
vem a falecer em 1867 em seu cativeiro – o navio foi aprisionando quando passava por Assunção com destino a
Cuiabá.
- Estava iniciado o maior conflito bélico da América do Sul que envolveu as principais nações platinas e o
Brasil.
- Importante salientar que as causas da Guerra do Paraguai ou da Tríplice Aliança contra o Paraguai, não estão
associadas diretamente à industrialização paraguaia, são elas:
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HISTÓRIA REGIONAL
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HISTÓRIA REGIONAL
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HISTÓRIA REGIONAL
• - A vitória do Riachuelo teve notável influência nos rumos da guerra: impediu a invasão da província
argentina de Entre Rios e cortou a marcha, até então triunfante, de López.
• - Desse momento até a derrota final, o Paraguai teve de recorrer à guerra defensiva.
BATALHAS
- Em 16 de abril de 1866, e conquistaram posição em território inimigo, em Passo da Pátria, uma semana
depois.
- Estabeleceram-se em 20 de maio, em Tuiuti, onde sofreram um ataque paraguaio quatro dias depois.
- A batalha de Tuiuti, considerada a mais renhida e sangrenta de todas as que se realizaram na América do Sul,
trouxe expressiva vitória às forças aliadas.
III)Fim da Guerra:
"Genocídio Americano"
- Destruição do Paraguai;
- Endividamento do Brasil;
- Vitória da Inglaterra.
- O MS após a Guerra do Paraguai
I)Panarama do MS após guerra do Paraguai
- Fazendas destruidas
- áreas abandonadas
- população dispersa
- crise econômica
II)A Descoberta dos Ervais Nativos
- Os Ervais Nativos do MS(Ivinhema, Amambai, Ponta Porã, Bela Vista) foram descobertos por Thomáz
Laranjeira(1872).
- Thomáz Laranjeira consegue concessão dos Ervais e passa a explorá-los. Mais tarde fundou a Cia Mate
Laranjeira.
III)Histórico dos Ervais
- A Erva(I lex Paraguaiense) é uma planta típica da América do Sul. Sua utilização fazia parte da dieta
alimentar dos índios, posteriomente o hábito foi incorporado pelos Jesuitas e colonos.
Propriedades:
- Diurético;
- Medicinal;
- Nutritivo.
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HISTÓRIA REGIONAL
- O ciclo da Erva-Mate
I)Áreas de Exploração
- A Cia Mate Laranjeira possuia cerca de 2 milhões de ha no sul do Mato Grosso do Sul, onde existe hoje, 20
municípios. Esse ciclo econômico criou toda uma mentalidade política existente até hoje no Estado.
II)Evolução econômica
- 1872/1892 - Cia pertencia a Thomaz Laranjeira
- 1892/1902 - Thomaz Laranjeira se associou aos Irmãos Murtinho
- 1902/1937 - a Cia passou para a Cia Mendes(Argentina)
III)Oposição
- O poder da Cia despertou a ira dos inimigos políticos como por exemplo Pedro Celestino Correia da Costa.
- O próprio Getúlio Vargas combateu a Cia com seu nacionalismo.
- Em 1947 - O governador Arnaldo Estevão Figueiredo tirou a concessão dos Ervais.
- O Gado do MS
I)Histórico do Gado
- O gado foi introduzido na América do Sul pelos conquistadores e Jesuitas(mission).
- No MS as primeiras fazendas, são datadas por volta de 1740.
- Após a Guerra do Paraguai advém uma leva de migrações inter-regionais: mineiros, paulistas, paranaenses,
gauchos, etc; Vão fundar fazendas nas áreas de Campos Limpos(Campos de Vacaria).
- No entanto, o gado do MS só entraria no circuito nacional após 1914, com a Criação da RFN, Ferrovia
(Trajeto - Baurú/Corumbá)
MUNICÍPIO Nº DE RESES
A Aquidauana 400.000
Cáceres 132.000
Corumbá 610.000
Miranda 90.000
Nioaque Nioaque 144.000
Poconé 360.000
Porto Murtinho 102.000
Santo Antônio do Leverger Leverger 108.000
Total de Reses 1.946.000
CORONELISMO EM MT
- O coronelismo foi o fenômeno político e social característico da Primeira República brasileira ou "República
Velha". Em todos os estados os coronéis estiveram presentes e, através do seu domínio econômico, mantinham
também o poder político. O sistema eleitoral era baseado no voto aberto, ou seja, o eleitor não tinha a garantia do
sigilo do seu voto, declarando-o publicamente. Os cargos públicos dos cartórios, escolas, delegacias e outros cargos
municipais da cidade, estavam sujeitos à influência do coronel.
- Havia uma enorme relação de dependência da população municipal para com os coronéis, seja para arrumar
emprego, dinheiro emprestado ou favores políticos. Na obra História e consciência do Brasil, Gilberto Cotrin
(1996:235) informa que, em troca dos "favores" concedidos, os coronéis exigiam que as pessoas votassem nos
candidatos políticos por eles indicados. Se determinada pessoa ousasse contrariar o coronel, tornava-se órfã de seu
patriarcalismo, podendo eventualmente sofrer a violência dos seus "capangas ou jagunços"; o voto dos eleitores era
controlado sobre pressão e ficou conhecido como o "voto de cabresto".
- Os coronéis também recorriam às fraudes para ganhar as eleições. Em Mato Grosso, os coronéis estavam
espalhados por vários municípios. Na disputa pelo poder eram comuns as lutas entre eles, sempre fortemente armados
com bandos de jagunços. O coronel mais influente do município ou região estabelecia alianças com outros poderosos
para elegerem o governador do Estado. Após ser eleito, o governador retribuía os "favores" recebidos concedendo
verbas e poderes para os municípios e os coronéis. Através dessas alianças, o poder político podia continuar nas mãos
dos mesmos grupos dominantes.
FERROVIA MADEIRA MAMORÉ
- Sob a orientação do coronel norte americano George Earl Church foi fundada, em 1868, a Bolívia
Navegation Company que, mediante a concessão do governo boliviano, pretendia canalizar o trecho encaichoeirado
dos Rios Madeira e Mamoré, com a finalidade de implantar naquela região a navegação a vapor. O interesse era o de
ligar a Bolívia ao Oceano Atlântico, pela Bacia Amazônica.
-Após um ano Church conseguiu a permissão do governo boliviano, só que desta vez para a construção de
uma ferrovia que passaria por território brasileiro, mais precisamente por Mato Grosso. O governo brasileiro incumbe
dois engenheiros alemães, Joseph e Franz Keller, para realizarem um estudo sobre a possibilidade da construção de
uma estrada de ferro entre Santo Antônio e Guajará-Mirim. Depois de darem um parecer favorável, os dois
engenheiros regressaram à Europa afirmando que trabalhadores europeus que viessem a trabalhar na construção da
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré certamente não sairiam com vida da selva amazônica. Com a aprovação do
Governo Imperial, Church funda a Mamoré-Mamoré Railway Co. Ltda. e a construtora seria a Public Works
Construction. Um ano depois de iniciada a construção, a Public Works Construction abortou o projeto e ainda
processou o coronel Church por má fé, perdas e danos. Em 1877, uma nova empresa construtora assume a obra, a P&T
- Collins, firma de construção da Filadélfia, EUA.
- 0 grande problema da construção era a falta de mão-de-obra, pois a taxa de mortalidade era alta, quase
sempre provocada por acidentes de trabalho e doenças tropicais. Além disso, eram freqüentes as greves e revoltas de
trabalhadores. Com isso a empresa se viu obrigada a importar trabalhadores e recrutar índios, bolivianos e cearenses
fugidos da seca. 0 trabalho era baseado na servidão. Ao saírem da Filadélfia, os operários eram debitados pelo custo
do transporte até Santo Antônio e só tinham direito à passagem de volta ao fim de dois anos.
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HISTÓRIA REGIONAL
- No período republicano, o governo de Rodrigues Alves assinou com a Bolívia o Tratado de Petrópolis,
através do qual se comprometia em assumir a construção da E. E Madeira - Mamoré. Em 1912, a construção chega ao
fim e junto com ela a descoberta de que o uso da ferrovia não era viável, em primeiro lugar porque o seu frete era o
mais caro do mundo; em segundo porque a borracha estava em decadência e em terceiro lugar porque a Bolívia
poderia usar opções mais rápidas e baratas para alcançar o Atlântico, seja pela navegação fluvial, via Assunção até
Buenos Aires, seja através do Canal do Panamá, construído em 1914.
HISTÓRIA DIVISIONISTA
- A criação do Estado de Mato Grosso do Sul é resultado de um longo movimento, com características sócio–
econômicas, políticas e culturais, que permeou sua formação histórica recente. A resistência sul-mato-grossense é uma
das peculiaridades que entremeiam a história de Mato Grosso do Sul desde os primeiros tempos de conquista
espanhola, depois luso-brasileira. Em cada período histórico e resistência sul-mato-grossense aparece com uma
conotação.
- O movimento divisionista no Sul de Mato Grosso tem sua origem nos fins do século XIX, 1889, quando
alguns políticos corumbaenses divulgam um manifesto, no qual propunham a transferência da capital de Mato Grosso
para Corumbá. A atitude desses políticos não se tornou vitoriosa, mas, mostrou que essa tímida ação política permitiu
marcar o início de uma longa história de lutas e revezes.
- Alguns fatores como a sistematização da pecuária, o desenvolvimento sócio-econômico das vilas e cidades, a
exploração da erva-mate pela Companhia Matte Laranjeira e a ligação entre o Sul de Mato Grosso e São Paulo,
marcaram a origem do movimento divisionista.
- O movimento divisionista pode ser dividido em quatro grandes fases que acompanham a evolução histórica
do Estado no período republicano.
- A primeira fase, de 1889-1930, é marcada pela formação das oligarquias sul-mato-grossense que lutam pelo
reconhecimento da posse da terra, fazendo oposição aos privilégios da Companhia Matte Laranjeira. É nessas lutas,
que, nos ervais e Campos de Vacaria, se manifesta à idéia divisionista. As oligarquias sulinas, nas lutas políticas,
uniram-se, nas primeiras décadas da República Velha, às oligarquias de Cuiabá, adversárias da Companhia Matte
Laranjeira e que tinham interesses nos ervais. Através dessa aliança as oligarquias sul-mato-grossense fizeram
oposição armada ao governo estadual e a Matte Laranjeira. Inicialmente, o movimento divisionista não tem um plano,
um programa político definido, os objetivos divisionista quase sempre se confundiam com interesses pessoais do
coronel. Percebe-se, neste período, que era elite, formada pelos fazendeiros que defendiam a idéia divisionista.
- A partir de 1920, com a transferência do comando da Circunscrição Militar para Campo Grande, e o aumento
do contingente militar no Sul de Mato Grosso, as oligarquias sulinas decepcionadas com as antigas alianças, aliam-se
ao militares e adotam sugestões de outros movimentos vindos de fora do Estado como forma de fortalecer a causa
local. A este fator é somada a regularização das viagens ferroviárias que propiciaram a chegada de novos migrantes e a
dinamização da economia sul-mato-grossense. Outro reflexo das viagens ferroviárias é a vinculação do sul de Mato
Grosso com a economia paulista e o conseqüente desenvolvimento das cidades exportadoras de gado, particularmente
Campo Grande, e a transferência do eixo econômico Cuiaba-Corumbá-Rio Paraguai para Campo Grande. Esta
transferência possibilita a formação de novas lideranças políticas ligadas ao comércio e a outras atividades
profissionais, e um crescimento demográfico na região sul-mato-grossense. Esse quadro, de novos fatores de ordem
sócio-econômica e política, traz significativas mudanças no movimento divisionista, o qual extrapola ervais e atingem
as cidades exportadoras de gado, particularmente Campo Grande. É o início da urbanização do movimento.
A Segunda fase, de 1930-1945, é o período em que o movimento começa a organizar-se; as lutas armadas,
gradativamente, são substituídas por pressões políticas junto ao Governo Federal. Em 1932, os sul-mato-grossenses
aliam-se aos paulistas e lutam na Revolução Constitucionalista. Neste confronto armado liderado por Bertoldo
Klinger, comandante da Circunscrição Militar em Mato Grosso e Comandante Geral das tropas rebeldes instalada no
sul de Mato Grosso num governo dissidente para o qual nomeia Vespasiano Martins. Após três meses de governo e de
luta, os divisionistas e constitucionalistas são derrotados, e o novo Estado desaparece. Essa revolução serviu para
divulgar a idéia divisionistas e Campo Grande torna-se o centro político de difusão do movimento.
- Dois anos depois, 1934, o Congresso Nacional reunía-se para elaborar uma nova Constituição. Jovens
estudantes fundam a Liga Sul-Mato-Grossense que, inicialmente objetiva angariar apoio dos sul-mato-grossenses para
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HISTÓRIA REGIONAL
o manifesto que seria encaminhado ao Presidente do Congresso Nacional Constituinte. A Liga desencadeia a
campanha divisionista no sul de Mato Grosso, coletando Treze Mil assinaturas, com as quais visava sensibilizar o
governo federal, particularmente os Constituintes, para que eles, na elaboração da Constituição, aprovassem a divisão
do Estado de Mato Grosso. Após a promulgação da Constituição, os divisionistas são derrotados, e Getúlio Vargas
adota a política nacionalista “Marcha para o Oeste”, a qual visava, entre outros objetivos, a segurança das fronteiras.
Para isso mandou instalar novas unidades militares no Sul de Mato Grosso.
- O aumento do contigente militar efetivou outros objetivos do governo que era a manutenção da ordem e
progresso dessa região fronteiriça. Os divisionistas são envolvidos pela política de Vargas; a Companhia Matte
Laranjeira adapta-se a essa política e altera sua estratégia em relação à unidade estadual. Ou seja, os ervais estavam
devastados e também a política do Instituto Brasileiro do Matte, criado por Getúlio Vargas, não lhe favoreciam
grandes lucros. Por isso ela permite que o governo estadual regularize as posses de terras dos moradores dos ervais,
em troca de indenizações sobre os arrendamentos.
- Em 1943, Getúlio Vargas, em nome da segurança das fronteiras cria o Território de Ponta Porã, o qual deixa
de fora, da nova unidade, Campo Grande a principal cidade divisionista. A Criação do Território de Ponta Porã não
atendeu aos interesses divisionistas, não satisfaz a política da Companhia Matte Laranjeira, e também não agradou ao
governo estadual. Nesse período, o Sul de Mato Grosso é marcado por grandes prosperidades, a qual não era suficiente
para equilibrar as finanças estaduais. Percebe-se, nessa fase, que a política de Getúlio Vargas foi um dos obstáculos
aos objetivos divisionistas. Percebe-se ainda, a formação de novas oligarquias e a Companhia Matte Laranjeira,
gradativamente, retira-se dos ervais.
-A terceira fase vai de 1945 a 1964
- Após a deposição de Getúlio Vargas, o novo Presidente da República é o General Eurico Gaspar Dutra, que
era mato-grossense de Cuiabá. Ele adota uma política de redemocratização do país, a qual reforça a política de
integração nacional que incentiva a manutenção da unidade estadual. Em 1946, após a promulgação da Constituição, o
governo federal extingue o Território de Ponta Porã reintegrando a região ao Estado de Mato Grosso. Apesar dessa
política, os divisionistas, durante as reuniões da Assembléia Constituinte, reorganizam-se e tentam a transferência da
Capital de Cuiabá para Campo Grande. As iniciativas divisionistas desse período são frustadas, em parte, devido a
grande representatividade política dos sul-mato-grossenses nas esferas estadual e federal, e também, por causa da
política de integração nacional do governo federal. Percebe-se que, nesse período, depois de várias reformulações em
sua estrutura organizacional, a Companhia Matte Laranjeira mostra desinteresse em reflorestar os ervais,
paradoxalmente estimula o governo estadual a regularizar as posses dos colonos.
- A Quarta fase é de 1964-1977.
O golpe de 31 de Março de 1964 põe fim a um período de democracia e inicia um regime militar autoritário.
Os militares, buscando um maior controle dos problemas da sociedade, adotam a política do desenvolvimento com
segurança, o que permitiu a criação de programas que facilitam o desenvolvimento de alguns Estados, entre eles Mato
Grosso. Nesse período, os políticos divisionistas aproximam-se dos militares o que lhes permite tomar parte de
algumas comissões que estudam (secretamente) as potencialidades políticas que impediam a divisão de Mato Grosso.
Após vários estudos, negociações, acordos políticos, o Presidente Ernesto Geisel assina em 11 de Outubro de 1977 a
Lei Complementar nº 31 que cria o Estado de Mato Grosso do Sul. Nessa fase, a Companhia Matte Laranjeira
mantinha apenas algumas fazendas de gado, o seu principal interesse econômico de outrora, a erva-mate, agora era
explorado por ervateiros autônomos.
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