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Rota 01 – O Processo Político Transicional (6 – 7.1 – 7.2 – 7.3 – 7.4 – 7.5 – 7.6)
Três tipos de governo:
o 1930-1934: Governo Provisório.
o 1934-1937: Governo Constitucional.
o 1937-1945: Estado Novo.
Rota 02 – O Governo Provisório
o Dificuldade de governar:
Pluralidade partidária.
o A Aliança Liberal era miríade de entidades políticas, aglutinadas contra
a candidatura de Júlio Prestes.
o Arthur Bernardes, Epitácio Pessoa, Venceslau Brás
(oligarquias)
Juntos com: Luís Carlos Prestes, Juarez Távora,
Siqueira Campos e Eduardo Gomes.
o Posição dos tenentes:
Estado forte e centralizado (temáticas de Oliveira Viana e de Alberto Torres).
Nacionalização das minas, de petróleo, da siderurgia, do transporte, das
comunicações e da navegação de cabotagem.
Constituição que atendesse à representação de classes (modelo de arranjo
social baseado em sindicatos socioprofissionais).
o Oligarquias:
Manutenção do liberalismo.
Federalismo.
Como articular base aliada?
o Buscar alianças nos Estados do Norte e do Nordeste.
o Nomeação de interventores militares para os Estados (novembro de 1930).
o Criação da Delegacia Regional do Norte (sob a batuta de Juarez Távora).
Juracy Magalhães, interventor na Bahia: erradicar miséria e ampliação
da rede de saúde.
Lima Cavalcanti, no Pernambuco: expropriação de bens imobiliários
oligárquicos.
Dá-se voz, portanto, ao Nordeste.
Reações:
o Juarez Távora torna-se o Vice-Rei do Norte.
Extinção da Delegacia Regional do Norte em
1931.
o Partido Democrático de São Paulo:
Exige remoção de interventores.
Sucesso parcial.
o Militarização das interventorias (nomeados pelo Presidente)
Entre 1930 e 1935, 94 interventores diferentes! Marca a reação dos
Estados a Getúlio Vargas.
Posição de Getúlio Vargas
o Centralização:
1931: Código dos Interventores:
Estados não podem contrair empréstimos externos sem aval
da União.
Restrição da dotação bélica dos entes federativos: não mais do
que 10% do orçamento estadual para ser destinado às
despesas militares.
o Controle econômico:
São Paulo perde a administração da política cafeeira:
Criação do Conselho Nacional do Café, em 1931.
1933: Departamento Nacional do
Café; diretores nacionais, e não
estaduais.
1932: Instituto Nacional do Cacau e
Instituto Nacional do Açúcar e do
Álcool.
1934: Conselho Federal do Comércio
Exterior. Política econômica
centralizada pela União.
Estados, portanto, controlados.
Como controlar a esfera municipal (coronelismo)?
o 1932: Código Eleitoral substitui a Comissão de
Verificação de Poderes.
o Justiça Eleitoral.
Sufrágio direto, secreto e universal (voto
feminino com restrições).
Eleitores: maiores de 21 anos e alfabetizados.
As reformas conduzidas por Vargas não tinham caráter liberal, mas antes visavam
controlar as esferas de poder, de modo a estabelecer novas instituições alinhadas com
a consecução dos interesses da nova classe dirigente.
Reformas sociais:
o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (Ministério da Revolução).
o Ministério da Educação e da Saúde Pública.
o 1931-1934: regulamentação de decretos relativos à proteção social do
trabalhador (urbano!).
Qual era a lógica por trás das reformas sociais? Era essencial controlar o trabalhador
urbano para manter alijadas as chamadas ideologias exógenas – socialismo e
anarquismo – e assim levar a cabo o projeto de Estado idealizado por Vargas. É uma
lógica de controle e concessão como meio para obter o controle, ou seja, controle e
legitimidade (Ângela de Castro Gomes).
Francisco Weffort: concessão de direitos era resposta às reivindicações de parte da
Aliança Liberal.
Ângela de Castro Gomes: direitos são dádivas (no sentido de Marcel Mauss –
economia da dádiva (concessões) com vistas a manter a ordem social).
o Férias, jornada de 8 horas, barreiras ao trabalho feminino (gravidez) e infantil,
carteira de trabalho e direito à pensão e à aposentadoria.
Getúlio ganha apoio das classes operárias, mas como as
manter controladas?
Modelo de sindicato único por categoria.
Somente sindicatos reconhecidos pelo Estado poderiam
beneficiar-se da legislação trabalhista.
o Sindicalização obrigatória (oficiosamente!).
o Juntas de Conciliação e de Julgamento:
Delegados (os futuros “pelegos”) nomeados
pelo poder central regem conflitos entre
empregados e empregadores.
o Surge, portanto, o corporativismo sindical (Mihail
Manoilesco).
Sindicato é público!
É faca de dois gumes (José Murilo de Carvalho): assegura
direitos aos empregados, mas cerceia representação dos
interesses contrários ao projeto político do Estado.
Afastadas lideranças operárias anarquistas e comunistas!
o Silêncio da legislação sindical:
Classes autônomas, domésticos e trabalhadores rurais (maior
contingente populacional à época).
Clube 3 de Outubro:
o Estado forte, intervenção na economia.
Representação corporativa.
o Bastião dos debates militares.
Eliminação do latifúndio mediante tributação ou simples confisco.
Contra Vargas:
o PRP alia-se ao Partido Democrática de SP:
Frente Única Paulista.
Apoio da lavoura, do comércio e da indústria paulistas.
Apoio de Arthur Bernardes.
Alto oficialato:
o Não enxerga com bons olhos a aliança entre os tenentes e Getúlio Vargas
(maioria dos interventores eram tenentes).
Vargas anistiou os tenentes insurretos da década de 1920.
E os colocou nas altas cúpulas do poder!
É problema para hierarquia militar!
No decurso do Governo Provisório, Vargas prometeu Assembleia Nacional
Constituinte:
o Eleições previstas não vêm à tona!
Estudantes vs. tenentes em São Paulo:
MMDC (Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo).
Rota 03 – A Revolução Constitucionalista
1932: São Paulo insurge-se.
o Apoio de estudantes, militares, industriais e cafeicultores.
Maior autonomia para São Paulo.
Exige-se a Constituição prometida.
o Apoio tímido de MG e do RS.
Foco revolucionário não vai além de SP (fracasso plano de Isidoro Dias
Lopes).
“Ouro para o bem de SP!”.
o Movimento sufocado em menos de 4 meses.
Mas Vargas aceita nomear interventor de SP (Armando de Salles
Oliveira) não ligado ao tenentismo.
Redução dos débitos dos agricultores atingidos pela crise.
Rota 04 – O Governo Constitucional
Maio de 1933: eleições para a Constituinte
o 16 de julho de 1934: nova Constituição. Desagrada profundamente a Vargas,
porque promoveria uma dispersão do poder.
Vargas eleito Presidente indiretamente.
1938: Haveria eleições diretas para Presidente e para Governadores.
Vargas não poderia ser candidato.
Características da nova carta:
o Inspiração na Constituição liberal da República de Weimar.
Limitação à autonomia financeira dos Estados.
Mas! Manutenção da ordem federalista.
Executivo intervém nos assuntos econômicos e sociais.
Mas! Necessita do aval do Legislativo.
Representação classista.
Novidades econômicas e sociais:
o Nacionalização das minas e das quedas d’água.
Autonomia e pluralidade sindical.
o Regulamentação do trabalho.
Gratuidade do ensino primário.
o Faculta-se às escolas o ensino da religião católica.
Conselho Superior de Segurança Nacional:
Garantir integridade do país.
“uma constitucionalização apressada, fora de tempo, apresentada como panaceia de
todos os males, traduziu-se numa organização política feita ao sabor de influências
pessoais e partidarismo faccioso, divorciada das realidades existentes. Repetia os erros
da Constituição de 1891 e agravava-os com dispositivos de pura invenção jurídica,
alguns retrógrados e outros acenando a ideologias exóticas. Os acontecimentos
incumbiram-se de atestar-lhe a precoce inadaptação! [...] Serei o primeiro revisor da
Constituição” (Discurso de Vargas proferido na Assembleia em 20 de julho de 1934).
Contexto internacional não é o da Carta Constitucional brasileira de 1934!
o Hitler, Stalin, Mussolini, Uriburu, Cárdenas.
Respostas internas:
Ação Integralista Brasileira (1932), sob o comando de Plínio
Salgado.
o Deus, Pátria, Família.
o Intervenção do Estado na Economia.
o Condenação ao pluripartidarismo.
o Anticomunista, antiliberal, militarista e corporativista.
o Anaué! e o Sigma.
Aliança Nacional Libertadora (1935):
o Inspiração no Front Populaire.
o Condenação ao Estado liberal.
o Partido único e culta à personalidade.
o Antifascismo.
o Reforma agrária.
o Prestes e Lacerda!
ANL foi posta na ilegalidade quatro meses
após sua fundação, em 1935.
Regime autoritário vs. Regime totalitário (Arendt)
o Ambos subordinam Judiciários e Legislativo ao Executivo.
o Ambos reprimem oposição política e ideológica.
o Autoritários: torna o povo apático e obediente.
o Totalitários: mobiliza massas, coopta e cria consentimentos.
Rota 05 – A Intentona Comunista
Cenário político pós 1934:
o Greves e protestos (antifascistas).
o 1935: Lei de Segurança Nacional (aprova-se não a Lei, mas um substituto)
“os crimes contra a ordem política e social, incluindo-se a greve de
funcionários públicos, a provocação de animosidades nas classes
armadas, a incitação ao ódio entre classes sociais, a propaganda
subversiva, a organização de associações ou partidos com o objetivo
de subverter a ordem pública ou social, por meios não permitidos pela
lei” (FAUSTO 2008).
A Intentona Comunista:
o ANL não suporta a clandestinidade.
“Todo poder à ANL”. (Todo poder aos soviets!)
o Agosto de 1935:
Antônio Maciel Bonfim, o Miranda, pede auxílio à URSS.
Colocar Prestes no poder!
Novembro de 1935:
o Estoura motim em Natal.
o Movimento alcança Recife e Rio de Janeiro.
Prestes comanda levante na Praia Vermelha.
Operários não aderem! Isso significou,
para a historiografia do concurso, uma
vitória do trabalhismo varguista, que
cooptou o operariado mediante a
lógica da dádiva (Ângela de Castro).
o 1936: Legislativo consente em aprovar o estado de guerra.
Comissão Nacional de Repressão ao Comunismo.
Tribunal de Segurança Nacional.
Olga Benário extraditada para a Alemanha (nascida em
Munique).
o Judia e comunista, Olga faleceu no campo de
extermínio de Bernburg, em 1942.
Havia o espectro do comunismo, mas Vargas sabia que a materialidade dessa ameaça
era remota, ou seja, havia baixíssima probabilidade de o comunismo tomar o Estado.
Mas Vargas se aproveita do espectro para acirrar seu controle político, o que
desembocará no seu plano de um Estado autoritário e centralizado.
Com a Intentona sufocada, partidos começam a se articular para as eleições de 1938.
o SP dividido:
PRP apoia Vargas, pela situação:
José Américo de Almeida (candidato oficial, nordestino).
o Obtém apoio do Nordeste, Minas Gerais e dos setores
pró-Vargas de São Paulo e do Rio Grande do Sul.
o O objetivo do PRP era ser reconduzido ao poder.
Partido Constitucionalista e Partido Democrático lançam candidatura
de Armando Salles de Oliveira.
o Havia, ainda, a candidatura de Plínio Salgado, pelos integralistas.
o Nenhum dos candidatos tem a confiança de Vargas:
Vargas enxerga em José Américo de Almeida uma campanha
populista, apresentado como “candidato novo”, denunciando
exploração imperialista.
Vargas intervém no Rio de Janeiro e destitui Pedro Ernesto:
Pedro Ernesto gozava de popularidade, acusado de ligação com a
ANL.
Rota 06 – O Plano Cohen
Cenário é semelhante ao da Espanha em 1936!
O Plano Cohen, 1937.
o O capitão Olímpio Mourão Filho foi surpreendido, ou deixou-se surpreender,
em setembro de 1937, datilografando no Ministério da Guerra um plano de
insurreição comunista.
O autor do plano seria um certo Cohen.
Plano seria fantasia a ser publicada em boletim da AIB.
30 de setembro de 1937:
o Plano é transmitido na “Hora do Brasil”.
Efeitos do Plano Cohen:
Congresso aprovou o estado de guerra e a suspensão das
garantias constitucionais por 90 dias.
Daltro Filho, comandante da III Região Militar, decretou a
federalização da Brigada Militar do Rio Grande do Sul.
Fins de outubro: o deputado Negrão de Lima percorreu os
Estados do Norte e do Nordeste, para garantir o apoio dos
governadores ao golpe.
Armando Salles de Oliveira lançou manifesto aos chefes
militares, apelando para que impedissem o golpe:
o O gesto apressou o golpe!
Sob alegação de distúrbios nos quartéis,
Vargas e a cúpula militar decidiram antecipar
o golpe, marcado para o 15 de novembro de
1937.
10 de novembro de 1937: surge o
Estado Novo.
Rota 07 – O Estado Novo
Estado Novo vs. Estado Novo Português (Salazar até Marcelo Caetano):
o Semelhanças: regimes autoritários e corporativistas.
Regimes voltados para dentro!
o Diferenças:
Longevidade
1933 a 1974.
1937 a 1945.
O que foi o Estado Novo varguista:
o Não foi rompimento com regime entabulado em 1930, mas a consolidação
desse projeto.
o Presidente nomeia interventores.
o Congresso e Assembleias Estaduais (assim como Câmara Municipais):
fechados.
Plebiscito nunca ocorreu (para validar carta de 1937).
o Governo por decretos.
Direito de aposentar civis e militares.
Rota 08 – Propaganda e Repressão
Marcas do controle social.
o Representação classista (tônica corporativista e centralizadora).
o Conselhos e órgãos técnicos.
1939: Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).
Palestras de Alexandre Marcondes Filho.
o A Hora do Brasil.
Futebol (carioca!) e carnaval (carioca!): temas nacionais.
Queima das bandeiras estaduais em cerimônias públicas.
o Surgimento da literatura regionalista! Jorge Amado,
Graciliano Ramos e José Lins do Rego.
1938: Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP):
Instituiu carreiras públicas.
o Fechamento da AIB. Incomodava porque se levantou
contra o governo quando não incluída no novo
governo instituído.
1938: Levante Integralista.
Rota 09 – Os Focos de Resistência
Os focos de resistência
o Círculos letrados:
Faculdade de Direito de São Paulo e Salvador.
UNE: Segundo Congresso Nacional de Estudantes (1938).
o Repressão!
Júlio Mesquita Filho (O Estado de São Paulo) são detidos.
Rota 10 – A Invenção do Trabalhismo
Política trabalhista teve duas vertentes (CASTRO GOMES):
o Concessão de direitos materiais aos operários.
Federações e Confederações sindicais.
Imposto sindical (1943).
CLT (1943)
Pelego: mediador.
1939: Criação da Justiça do Trabalho em substituição às Juntas
de Conciliação e Julgamento.
o Figura carismática de Vargas (conciliação – concessão – mediação).
Industrialização sem abalos sociais.