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01 - (UFU MG)
A ideia já tinha aparecido em redes sociais e até em cartazes nas manifestações de rua de
2013. Agora, porém, foi assumida formalmente pela Associação Comercial, Industrial e
Empresarial de Ponta Grossa, município paranaense de 334 mil habitantes, a quase cem
quilômetros de Curitiba. Em documento que está apresentando aos candidatos a cargos
do Legislativo, a entidade propõe o fim do voto para quem é beneficiário do Bolsa Família.
O texto não cita o programa, que beneficia 13,8 milhões de famílias no País. Mas é
explícito, ao propor ao candidato a defesa do seguinte ponto: “Suspensão do direito ao
voto para beneficiados de qualquer programa de transferência direta de renda, nas esferas
municipal, estadual ou federal.”
O documento provocou reações. Foi criticado por ferir direitos previstos na Constituição.
[...]
ARRUDA, Roldão. O Estado de São Paulo. 10
Set. de 2014. Disponível em: <http://politica.estadao.com.br/
blogs/roldao-arruda/associacao-propoe-suspender-voto-de-
quem-recebe-bolsa-familia/> Acesso em: 23 abr. 2017.
O texto, do jornalista Roldão Arruda, leva a pensar que, ao longo da história brasileira,
sempre houve limitações para que alguns segmentos da sociedade participassem do voto.
Há exemplos disso também nos EUA, quando houve a restrição de mulheres e homens
que não tinham renda compatível com as exigências da época. Relacionando o contexto
da matéria jornalística com a participação popular na política ao longo da história
brasileira, responda:
Você sabe o quanto eu, sinceramente, detesto o tráfico de escravos, o quanto acredito ser
ele prejudicial ao país, o quanto desejo sua total cessão, embora isso não possa ser feito
imediatamente. As pessoas não estão preparadas para isso, e até que seja feito, colocaria
em risco a existência do governo, se tentarmos fazê-lo repentinamente.
Correspondência de José Bonifácio ao enviado britânico Henry Chamberlain, 1823. Citada em: MAXWELL,
Kenneth. Por que o Brasil foi diferente? O contexto da independência. In: MOTA, Carlos Guilherme (org.).
Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000). Formação: histórias. São Paulo: Editora Senac, 2000,
p.192 (adaptado)
A emancipação política do Brasil não significou uma ruptura total com a ordem
socioeconômica anterior, o que pode ser demonstrado pela permanência da escravidão. A
respeito da questão escravista no I Reinado:
a) Apresente duas razões pelas quais, de acordo com José Bonifácio, o fim do tráfico de
escravos ameaçaria a própria existência do governo.
03 - (UFU MG)
No início dos trabalhos da Constituinte de 1823, Dom Pedro I proferiu o seguinte discurso:
“Todas as Constituições que, à maneira de 1791 e 1792, têm estabelecido suas bases, e se
têm querido organizar, a experiência nos tem mostrado que são totalmente teóricas e
metafísicas e, por isso, inexequíveis: assim o prova a França, a Espanha e, ultimamente,
Portugal. Elas não têm feito, como deviam, a felicidade geral, mas sim, depois de uma
licenciosa liberdade, vemos que em uns países já aparece o despotismo, como
consequência necessária de ficarem os povos reduzidos à triste situação de presenciarem
e sofrerem todos os horrores da anarquia”.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. (dir.). História Geral da Civilização
brasileira. O Brasil Monárquico. Tomo II. Volume 3 [9ª. Edição]. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 209
(Adaptado).
a) preocupação com o avanço das ideias liberais e com o papel que lhe seria atribuído
na nascente estrutura política brasileira.
04 - (UFU MG)
“[...] foi o mais notável movimento popular do Brasil. O único em que as camadas mais
inferiores da população conseguiram ocupar o poder de toda uma província com certa
estabilidade. [...] primeira insurreição popular que passou da simples agitação para uma
tomada efetiva de poder.”
PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução Política do Brasil e outros estudos. São Paulo:
A citação acima diz respeito à Cabanagem, uma das principais revoltas ocorridas no
chamado Período Regencial Brasileiro. Acerca desse movimento, é correto afirmar que
b) ocorreu no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841 e foi liderado por homens pobres
(com apoio de escravos, de vaqueiros e mesmo de alguns fazendeiros) que
enfrentaram grandes proprietários de terra, comerciantes e autoridades políticas.
c) ocorreu na província da Bahia entre os anos de 1837 e 1838. Seu objetivo era, dentre
outros, a criação de uma república de caráter transitório até que Dom Pedro II
alcançasse a maioridade.
05 - (UFU MG)
A fatalidade das revoluções é que sem os exaltados não é possível fazê-las e com eles é
impossível governar. Cada revolução subentende uma luta posterior e aliança de um dos
aliados, quase sempre os exaltados, com os vencidos. A irritação dos exaltados [trouxe] a
agitação federalista extrema, o perigo separatista, que durante a Regência [ameaçou] o
país de norte a sul, a anarquização das províncias. [...] durante este prazo, que é o da
madureza de uma geração, se o governo do país tivesse funcionado de modo satisfatório –
bastava não produzir abalos insuportáveis –, a desnecessidade do elemento dinástico teria
ficado amplamente demonstrada.
NABUCO, Joaquim. Um Estadista do Império: Nabuco de Araújo,
sua vida, suas opiniões, sua época. 2ed. São Paulo: Editora
Nacional, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936, p.21.
06 - (UFU MG)
Os malês encontraram na Bahia de 1835 um campo fértil onde semear a rebeldia escrava
e tentar mudar a sociedade em favor dos africanos. Fundada na desigualdade etnorracial e
social, a Bahia vivia nesse período uma crise econômica e política. As revoltas das classes
livres pobres e dos dissidentes liberais de um lado e, de outro, as dos escravos africanos,
ameaçavam a hegemonia política dos grandes senhores da Bahia e a própria ordem
escravocrata.
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil:
a história do levante dos malês em 1835.
São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 545.
Considerando o texto acima, assinale a alternativa correta sobre a revolta dos malês de
1835.
a) Os malês representavam uma identidade étnica africana que foi recusada pela
maioria dos outros grupos de escravos, que vinham de regiões diferentes da África.
c) As classes livres e pobres uniram-se aos grandes proprietários de terra na Bahia para
derrotar os malês em sua revolta, pois ambos os grupos queriam preservar a
supremacia branca sobre os escravos.
d) A revolta dos malês representou uma resistência importante às estruturas sociais
vigentes no Brasil, sobretudo à ordem social ligada à escravidão africana.
07 - (UFU MG)
Saído do regime servil sem condições para se adaptar rapidamente ao novo sistema de
trabalho, à economia urbano-comercial e à modernização, o “homem de cor” viu-se
duplamente espoliado. Primeiro, porque o ex-agente de trabalho escravo não recebeu
nenhuma indenização, garantia ou assistência; segundo, porque se viu repentinamente em
competição com o branco em ocupações que eram degradadas e repelidas anteriormente,
sem ter meios para enfrentar e repelir essa forma mais sutil de despojamento social. Só
com o tempo é que iria aparelhar-se para isso, mas de modo tão imperfeito que ainda
hoje se sente impotente para disputar “o trabalho livre na Pátria livre”
FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Difel, 1971, p.47.
08 - (UFU MG)
“A experiência e a razão demonstram que a riqueza reina onde há liberdade e justiça e não
onde há cativos e corrupção. (…) Se este mal persiste, não cresceremos.”
ANDRADE E SILVA, José Bonifácio. Obras científicas, políticas e sociais,
São Paulo: Prefeitura Municipal de São Paulo, 1965. p. 115-158.
A frase acima foi proferida por José Bonifácio em um manifesto a favor da abolição da
escravidão e de propostas de reforma agrária. Considerando a ambientação histórica das
ideias defendidas por ele, assinale a alternativa correta.
a) Desde o Tratado Anglo-Brasileiro, no início do século XIX, compromissos foram
assumidos para abolir o tráfico de escravos. Entretanto, a influência dos proprietários
de terra e dos traficantes do Brasil se manteve muito presente até a virada do século.
09 - (UFU MG)
Neste trecho, Joaquim Nabuco, um dos principais líderes abolicionistas da década de 1880,
sugere que o fim da escravidão é necessário não apenas pela “barbaridade” que
representa em relação aos cativos, mas por ser responsável por efeitos nefastos na
sociedade, na política e na economia brasileira. Para o autor, não se impunha somente a
necessidade e eliminar o cativeiro dos escravos, mas também de regenerar as influências
da escravidão na sociedade brasileira.
10 - (UFU MG)
Mary e outros. Documentos de História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997, p. 61.
I– Com as chamadas leis abolicionistas – Lei do Ventre Livre e Lei dos Sexagenários – a
aristocracia escravocrata procurava adiar a abolição definitiva da escravidão e diminuir
a força do movimento abolicionista.
IV– O movimento abolicionista somou-se aos atos de resistência dos escravos que,
individual ou coletivamente, estavam desorganizando a produção e provocando o
medo entre os senhores escravocratas, inviabilizando a continuidade do próprio
regime de escravidão.
a) Apenas II e III
b) Apenas I e IV
c) Apenas III e IV
d) Apenas I e II
11 - (UFU MG)
A Lei de Terras decretada no Brasil em 1850 proibia a aquisição de terras públicas através
de qualquer outro meio que não fosse a compra, colocando um fim às formas tradicionais
de adquirir terras mediante posses e mediante doações da Coroa [...] Os produtos da
venda das terras públicas e das taxas de registro das propriedades seriam empregados
exclusivamente para a demarcação das terras públicas e para a ‘importação de colonos
livres’. Criou-se um serviço burocrático encarregado de controlar a terra pública e de
promover a colonização: a Repartição Geral das Terras Públicas
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República:
momentos decisivos. 7ª ed., São Paulo: Editora da Unesp, 1999, p. 171.
O projeto da lei de terras no Brasil foi inicialmente debatido no Conselho de Estado em
1842, teve sua tramitação ocorrida na Câmara dos Deputados em 1843, sendo aprovado
no Senado em 18 de Setembro de 1850. A cronologia da criação da Lei de Terras no Brasil
12 - (UFU MG)
Para os historiadores das décadas de 1960 e 1970, o Brasil e a Argentina teriam sido
manipulados por interesses da Grã-Betanha, maior potência capitalista da época, para
aniquilar o desenvolvimento autônomo paraguaio, abrindo um novo mercado consumidor
para os produtos britânicos. A guerra era uma das opções possíveis, que acabou por se
concretizar, uma vez que interessava a todos os envolvidos. Seus governantes, tendo por
base informações parciais ou falsas do contexto platino e do inimigo em potencial,
anteviram um conflito rápido, no qual seus objetivos seriam alcançados com o menor
custo possível. Aqui não há ―bandidos‖ ou ―mocinhos‖, mas interesses.
DORATIOTTO, Francisco. Maldita guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 87-96. (Adaptado).
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito militar no qual o Brasil se envolveu em sua
história. Nas novas interpretações dos historiadores para a guerra,
a) tem sido destacada a natureza democrática do governo de Solano López, bem como a
crescente industrialização do Paraguai.
[...] O anúncio [...] esse agente do industrialismo, esse representante vivo do make money,
triunfa até mesmo nas límpidas esferas onde outrora reinava soberana a inspiração.
Novo correio das Modas, ago.-set. 1854. APUD: MAUAD, Ana Maria. Imagem e autoimagem
do Segundo Reinado. In: História da Vida Privada no Brasil. Vol. 2, São Paulo: Companhia
14 - (UFU MG)
A Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850, ficou conhecida como a “Lei de Terras” no Brasil
Imperial.
d) Esta lei tornou possível a doação das terras devolutas a pequenos e a grandes
proprietários, brasileiros e estrangeiros, para a formação de novas colônias agrícolas
no país.
GABARITO
1 – a) A primeira Constituição de 1824 foi marcada pela aristocratização política por meio
da instituição do voto censitário, restringindo os direitos políticos à parcela da
população de maior poder econômico. O voto era um direito de homens, acima dos
25 anos, com renda mínima anual. Os candidatos também tinham que apresentar
renda mínima para concorrer aos cargos públicos. Esse sistema excluía grande parte
da sociedade brasileira, exemplo disso, as mulheres e os escravos.
A sociedade não estaria preparada para o fim da escravidão, por considerar que
os ex-escravos não estariam preparados para viver em sociedade na condição de
homens livres, ou seja, na concepção de José Bonifácio, era necessário “civilizá-
los” primeiro.
b) A política inglesa contra o tráfico de escravos já existia desde o início do século XIX,
sobretudo a partir da vinda da corte portuguesa para o Brasil. Tal política se justificava
pelo interesse inglês na ocupação e exploração de territórios na África, mantendo a
mão de obra no local. Com o fim do tráfico os ingleses esperavam, também,
desestruturar a produção brasileira de açúcar, minando a concorrência com aquele
produzido nas colônias antilhanas sob domínio da Inglaterra. Nesta perspectiva, o fim
do tráfico levaria à substituição gradual do trabalho escravo pelo trabalho livre,
ampliando também o mercado consumidor para os produtos ingleses. Pode-se
considerar, também, as convicções liberais e humanitárias dos ingleses que passaram
à considerar o tráfico e a escravidão inadmissíveis. Com a emancipação política do
Brasil, na condição de mediadora desse processo, a Inglaterra intensificou as pressões
ao fim do tráfico e criou uma série de medidas restritivas ao mesmo, a exemplo da Lei
Bill Aberdeen (1845).
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