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SEXTO MATERIAL DE REVISÃO VESTIBULAR UFU: BRASIL IMPÉRIO

01 - (UFU MG)

Leia o texto a seguir.

Associação propõe suspender voto de quem recebe Bolsa Família

No Paraná, associação comercial propõe a candidatos a defesa da 'suspensão do direito ao


voto' para beneficiários de programa. Se fosse adotada agora, medida prejudicaria Dilma
Rousseff.

A ideia já tinha aparecido em redes sociais e até em cartazes nas manifestações de rua de
2013. Agora, porém, foi assumida formalmente pela Associação Comercial, Industrial e
Empresarial de Ponta Grossa, município paranaense de 334 mil habitantes, a quase cem
quilômetros de Curitiba. Em documento que está apresentando aos candidatos a cargos
do Legislativo, a entidade propõe o fim do voto para quem é beneficiário do Bolsa Família.

O texto não cita o programa, que beneficia 13,8 milhões de famílias no País. Mas é
explícito, ao propor ao candidato a defesa do seguinte ponto: “Suspensão do direito ao
voto para beneficiados de qualquer programa de transferência direta de renda, nas esferas
municipal, estadual ou federal.”

O documento provocou reações. Foi criticado por ferir direitos previstos na Constituição.
[...]
ARRUDA, Roldão. O Estado de São Paulo. 10
Set. de 2014. Disponível em: <http://politica.estadao.com.br/
blogs/roldao-arruda/associacao-propoe-suspender-voto-de-
quem-recebe-bolsa-familia/> Acesso em: 23 abr. 2017.

O texto, do jornalista Roldão Arruda, leva a pensar que, ao longo da história brasileira,
sempre houve limitações para que alguns segmentos da sociedade participassem do voto.
Há exemplos disso também nos EUA, quando houve a restrição de mulheres e homens
que não tinham renda compatível com as exigências da época. Relacionando o contexto
da matéria jornalística com a participação popular na política ao longo da história
brasileira, responda:

a) Como a Primeira Constituição de 1824 organizou a participação da sociedade na


política?

b) Quais foram as principais mudanças eleitorais implantadas no período Vargas?


02 - (UFU MG)

Você sabe o quanto eu, sinceramente, detesto o tráfico de escravos, o quanto acredito ser
ele prejudicial ao país, o quanto desejo sua total cessão, embora isso não possa ser feito
imediatamente. As pessoas não estão preparadas para isso, e até que seja feito, colocaria
em risco a existência do governo, se tentarmos fazê-lo repentinamente.
Correspondência de José Bonifácio ao enviado britânico Henry Chamberlain, 1823. Citada em: MAXWELL,
Kenneth. Por que o Brasil foi diferente? O contexto da independência. In: MOTA, Carlos Guilherme (org.).
Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000). Formação: histórias. São Paulo: Editora Senac, 2000,
p.192 (adaptado)

A emancipação política do Brasil não significou uma ruptura total com a ordem
socioeconômica anterior, o que pode ser demonstrado pela permanência da escravidão. A
respeito da questão escravista no I Reinado:

a) Apresente duas razões pelas quais, de acordo com José Bonifácio, o fim do tráfico de
escravos ameaçaria a própria existência do governo.

b) Caracterize a política inglesa em relação ao tráfico de escravos no Brasil.

03 - (UFU MG)

No início dos trabalhos da Constituinte de 1823, Dom Pedro I proferiu o seguinte discurso:
“Todas as Constituições que, à maneira de 1791 e 1792, têm estabelecido suas bases, e se
têm querido organizar, a experiência nos tem mostrado que são totalmente teóricas e
metafísicas e, por isso, inexequíveis: assim o prova a França, a Espanha e, ultimamente,
Portugal. Elas não têm feito, como deviam, a felicidade geral, mas sim, depois de uma
licenciosa liberdade, vemos que em uns países já aparece o despotismo, como
consequência necessária de ficarem os povos reduzidos à triste situação de presenciarem
e sofrerem todos os horrores da anarquia”.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. (dir.). História Geral da Civilização
brasileira. O Brasil Monárquico. Tomo II. Volume 3 [9ª. Edição]. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 209
(Adaptado).

Ao se dirigir aos parlamentares da constituinte de 1823, Dom Pedro I se remete ao


contexto político europeu do final do século XVIII e primeiras décadas do século XIX,
demonstrando

a) preocupação com o avanço das ideias liberais e com o papel que lhe seria atribuído
na nascente estrutura política brasileira.

b) inabilidade política, ao se colocar contrário aos desejos despóticos e centralizadores


da classe senhorial brasileira.
c) ressentimento com a Revolução do Porto, ocorrida em 1820, que vetou o retorno de
D. João VI ao trono de Portugal.

d) alinhamento com o modelo inglês de governo, almejando o apoio dos britânicos no


processo de reconhecimento da Independência do Brasil.

04 - (UFU MG)

“[...] foi o mais notável movimento popular do Brasil. O único em que as camadas mais
inferiores da população conseguiram ocupar o poder de toda uma província com certa
estabilidade. [...] primeira insurreição popular que passou da simples agitação para uma
tomada efetiva de poder.”

PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução Política do Brasil e outros estudos. São Paulo:

Brasiliense, 1975. p. 69. (Adaptado)

A citação acima diz respeito à Cabanagem, uma das principais revoltas ocorridas no
chamado Período Regencial Brasileiro. Acerca desse movimento, é correto afirmar que

a) ocorreu na cidade de Salvador, em 1835, com significativa participação de africanos


escravizados de origem muçulmana. O levante durou menos de 24 horas e foi
duramente reprimido. Os revoltosos sobreviventes foram mortos, presos ou
degradados.

b) ocorreu no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841 e foi liderado por homens pobres
(com apoio de escravos, de vaqueiros e mesmo de alguns fazendeiros) que
enfrentaram grandes proprietários de terra, comerciantes e autoridades políticas.

c) ocorreu na província da Bahia entre os anos de 1837 e 1838. Seu objetivo era, dentre
outros, a criação de uma república de caráter transitório até que Dom Pedro II
alcançasse a maioridade.

d) ocorreu na província do Grão-Pará, entre 1835 e 1840, em decorrência da exploração


sofrida pelos trabalhadores submetidos a um regime de trabalho de semiescravidão.
Esses foram violentamente reprimidos e aproximadamente 30 mil pessoas morreram
assassinadas por tropas imperiais e em incêndios.

05 - (UFU MG)

A fatalidade das revoluções é que sem os exaltados não é possível fazê-las e com eles é
impossível governar. Cada revolução subentende uma luta posterior e aliança de um dos
aliados, quase sempre os exaltados, com os vencidos. A irritação dos exaltados [trouxe] a
agitação federalista extrema, o perigo separatista, que durante a Regência [ameaçou] o
país de norte a sul, a anarquização das províncias. [...] durante este prazo, que é o da
madureza de uma geração, se o governo do país tivesse funcionado de modo satisfatório –
bastava não produzir abalos insuportáveis –, a desnecessidade do elemento dinástico teria
ficado amplamente demonstrada.
NABUCO, Joaquim. Um Estadista do Império: Nabuco de Araújo,
sua vida, suas opiniões, sua época. 2ed. São Paulo: Editora
Nacional, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936, p.21.

Na obra Um Estadista do Império, escrita entre os anos de 1893 e 1894, Joaquim


Nabuco faz uma análise da história do Brasil Imperial. O trecho acima remete ao período
regencial (1831-1840) do país. Com base no texto e em seus conhecimentos, faça o que se
pede.

a) Explique como Joaquim Nabuco interpretou o período regencial no Brasil.

b) O período da Regência é citado por diversos autores, incluindo Nabuco, como o de


uma experiência republicana federalista. Aponte duas razões pelas quais a Regência
no Brasil ganhou essa interpretação.

06 - (UFU MG)

Leia o texto a seguir.

Os malês encontraram na Bahia de 1835 um campo fértil onde semear a rebeldia escrava
e tentar mudar a sociedade em favor dos africanos. Fundada na desigualdade etnorracial e
social, a Bahia vivia nesse período uma crise econômica e política. As revoltas das classes
livres pobres e dos dissidentes liberais de um lado e, de outro, as dos escravos africanos,
ameaçavam a hegemonia política dos grandes senhores da Bahia e a própria ordem
escravocrata.
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil:
a história do levante dos malês em 1835.
São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 545.

Considerando o texto acima, assinale a alternativa correta sobre a revolta dos malês de
1835.

a) Os malês representavam uma identidade étnica africana que foi recusada pela
maioria dos outros grupos de escravos, que vinham de regiões diferentes da África.

b) Os malês estavam em uma camada intermediária entre as classes livres pobres e os


escravos, pois estavam em uma situação social superior à dos escravos.

c) As classes livres e pobres uniram-se aos grandes proprietários de terra na Bahia para
derrotar os malês em sua revolta, pois ambos os grupos queriam preservar a
supremacia branca sobre os escravos.
d) A revolta dos malês representou uma resistência importante às estruturas sociais
vigentes no Brasil, sobretudo à ordem social ligada à escravidão africana.

07 - (UFU MG)

Saído do regime servil sem condições para se adaptar rapidamente ao novo sistema de
trabalho, à economia urbano-comercial e à modernização, o “homem de cor” viu-se
duplamente espoliado. Primeiro, porque o ex-agente de trabalho escravo não recebeu
nenhuma indenização, garantia ou assistência; segundo, porque se viu repentinamente em
competição com o branco em ocupações que eram degradadas e repelidas anteriormente,
sem ter meios para enfrentar e repelir essa forma mais sutil de despojamento social. Só
com o tempo é que iria aparelhar-se para isso, mas de modo tão imperfeito que ainda
hoje se sente impotente para disputar “o trabalho livre na Pátria livre”
FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Difel, 1971, p.47.

Os primeiros anos pós-Abolição, no Brasil, foram marcados por ameaças de convulsão


social e de reorganização do sistema produtivo. Nesse cenário, a força de trabalho estava
marcada

a) pelos fortes fluxos migratórios de ex-escravos para a região Nordeste, onde a


permanência da lavoura açucareira constituía um importante polo de trabalho
assalariado.

b) pela aceleração do emprego nas atividades industriais, cuja preponderância do setor


de bens de produção propiciou um forte crescimento da economia nas primeiras
décadas do século XX.

c) por um processo de transformações, nas quais os imigrantes passavam a ocupar um


papel de relevo, especialmente por causa da marginalização de expressivas parcelas
de libertos.

d) pelo crescimento do trabalho livre em setores de subsistência, especialmente após a


forte crise do setor cafeeiro provocada pela Abolição.

08 - (UFU MG)

“A experiência e a razão demonstram que a riqueza reina onde há liberdade e justiça e não
onde há cativos e corrupção. (…) Se este mal persiste, não cresceremos.”
ANDRADE E SILVA, José Bonifácio. Obras científicas, políticas e sociais,
São Paulo: Prefeitura Municipal de São Paulo, 1965. p. 115-158.

A frase acima foi proferida por José Bonifácio em um manifesto a favor da abolição da
escravidão e de propostas de reforma agrária. Considerando a ambientação histórica das
ideias defendidas por ele, assinale a alternativa correta.
a) Desde o Tratado Anglo-Brasileiro, no início do século XIX, compromissos foram
assumidos para abolir o tráfico de escravos. Entretanto, a influência dos proprietários
de terra e dos traficantes do Brasil se manteve muito presente até a virada do século.

b) As restrições ao tráfico interprovincial dividiram o Império em duas regiões


conflituosas em meados do século XIX: o Sudeste cafeeiro, onde se reduzia
drasticamente o número de cativos, e o Nordeste açucareiro e algodoeiro, apoiado nas
relações escravistas.

c) O crescimento econômico do Brasil durante o século XIX deveu-se à industrialização,


uma vez que as baixas rendas e o reduzido consumo, intrínsecos ao trabalho escravo,
restringiam o ritmo do crescimento exclusivamente ao setor agrário da economia.

d) No século XIX, inspirados nas ideias de Montesquieu e Hobbes, os Liberais Exaltados


eram contra a escravidão no Brasil, defendendo a igualdade, a liberdade e a
fraternidade entre todos os cidadãos.

09 - (UFU MG)

Considere o fragmento a seguir.

“O nosso caráter, o nosso temperamento, a nossa organização toda, física, intelectual e


moral, acha-se terrivelmente afetada pelas influências com que a escravidão passou
trezentos anos a permear a sociedade brasileira. A empresa de anular essas tendências é
superior, por certo, aos esforços de uma só geração, mas, enquanto essa obra não estiver
concluída, o abolicionismo terá sempre razão de ser”.

Joaquim Nabuco. O Abolicionismo. 1883

Neste trecho, Joaquim Nabuco, um dos principais líderes abolicionistas da década de 1880,
sugere que o fim da escravidão é necessário não apenas pela “barbaridade” que
representa em relação aos cativos, mas por ser responsável por efeitos nefastos na
sociedade, na política e na economia brasileira. Para o autor, não se impunha somente a
necessidade e eliminar o cativeiro dos escravos, mas também de regenerar as influências
da escravidão na sociedade brasileira.

A respeito deste assunto, cite três efeitos (um na sociedade, um na política e um na


economia) negativos que a escravidão, aos olhos dos abolicionistas, possa ter criado no
Brasil ao longo de seus trezentos anos de existência.

10 - (UFU MG)

Reflita sobre as ideias apresentadas no fragmento abaixo.


“A abolição da escravidão é uma necessidade da honra e da paz nacional. O escravo é na
nossa sociedade uma vergonha e uma ameaça. (…) Concentrando em si nossa riqueza, a
nossa pátria está em seus músculos.”
PATROCÍNIO, José do. Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro, 7/08/1882. IN: DEL PRIORE,

Mary e outros. Documentos de História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997, p. 61.

Sobre o movimento abolicionista no Brasil, é correto afirmar que:

I– Com as chamadas leis abolicionistas – Lei do Ventre Livre e Lei dos Sexagenários – a
aristocracia escravocrata procurava adiar a abolição definitiva da escravidão e diminuir
a força do movimento abolicionista.

II– Ao vincular a existência do escravo à ideia de “vergonha e ameaça” para a sociedade,


discurso abolicionista refletia, tanto as ameaças de intervenções internacionais para
por fim à escravidão, quanto o boicote que os produtos brasileiros sofriam no exterior.

III– Os republicanos organizaram e lideraram o movimento abolicionista como uma


estratégia de luta contra a monarquia, o que explica o abandono dos ex-escravos à
própria sorte, após a Lei Áurea.

IV– O movimento abolicionista somou-se aos atos de resistência dos escravos que,
individual ou coletivamente, estavam desorganizando a produção e provocando o
medo entre os senhores escravocratas, inviabilizando a continuidade do próprio
regime de escravidão.

Assinale a alternativa correta.

a) Apenas II e III

b) Apenas I e IV

c) Apenas III e IV

d) Apenas I e II

11 - (UFU MG)

A Lei de Terras decretada no Brasil em 1850 proibia a aquisição de terras públicas através
de qualquer outro meio que não fosse a compra, colocando um fim às formas tradicionais
de adquirir terras mediante posses e mediante doações da Coroa [...] Os produtos da
venda das terras públicas e das taxas de registro das propriedades seriam empregados
exclusivamente para a demarcação das terras públicas e para a ‘importação de colonos
livres’. Criou-se um serviço burocrático encarregado de controlar a terra pública e de
promover a colonização: a Repartição Geral das Terras Públicas
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República:
momentos decisivos. 7ª ed., São Paulo: Editora da Unesp, 1999, p. 171.
O projeto da lei de terras no Brasil foi inicialmente debatido no Conselho de Estado em
1842, teve sua tramitação ocorrida na Câmara dos Deputados em 1843, sendo aprovado
no Senado em 18 de Setembro de 1850. A cronologia da criação da Lei de Terras no Brasil

a) coincide com a pressão internacional pelo fim do tráfico atlântico de escravos,


despertando temores nas autoridades em relação à falta de mão-de-obra para a
lavoura.

b) conflui com os momentos inicial e final do período regencial, em que propostas


radicais de reforma agrária foram debatidas no âmbito da alta burocracia Imperial.

c) destaca o predomínio do grupo político favorável à vinda de imigrantes para trabalhar


como proprietários em terras doadas pelo Estado, sem necessidade de compra.

d) reflete a preocupação dos dirigentes políticos nacionais em favorecer a diversificação


da produção agrícola nacional, como forma de enfrentar a crise da lavoura cafeeira.

12 - (UFU MG)

Para os historiadores das décadas de 1960 e 1970, o Brasil e a Argentina teriam sido
manipulados por interesses da Grã-Betanha, maior potência capitalista da época, para
aniquilar o desenvolvimento autônomo paraguaio, abrindo um novo mercado consumidor
para os produtos britânicos. A guerra era uma das opções possíveis, que acabou por se
concretizar, uma vez que interessava a todos os envolvidos. Seus governantes, tendo por
base informações parciais ou falsas do contexto platino e do inimigo em potencial,
anteviram um conflito rápido, no qual seus objetivos seriam alcançados com o menor
custo possível. Aqui não há ―bandidos‖ ou ―mocinhos‖, mas interesses.
DORATIOTTO, Francisco. Maldita guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 87-96. (Adaptado).

A Guerra do Paraguai foi o maior conflito militar no qual o Brasil se envolveu em sua
história. Nas novas interpretações dos historiadores para a guerra,

a) tem sido destacada a natureza democrática do governo de Solano López, bem como a
crescente industrialização do Paraguai.

b) tem sido enfatizada a importância do conflito para o fortalecimento do regime


monárquico brasileiro.

c) tem sido valorizada a dinâmica geopolítica interna do continente sul-americano, em


oposição às teorias da responsabilidade externa pela guerra.

d) têm sido destacados os interesses expansionistas brasileiros como a principal causa


da guerra.
13 - (UFU MG)

O trecho a seguir, escrito na década de 1850, refere-se à proliferação de anúncios


comerciais na mídia escrita e em espaços urbanos do Brasil, especialmente na corte do Rio
de Janeiro.

[...] O anúncio [...] esse agente do industrialismo, esse representante vivo do make money,
triunfa até mesmo nas límpidas esferas onde outrora reinava soberana a inspiração.
Novo correio das Modas, ago.-set. 1854. APUD: MAUAD, Ana Maria. Imagem e autoimagem

do Segundo Reinado. In: História da Vida Privada no Brasil. Vol. 2, São Paulo: Companhia

das Letras, 2002. p. 202.

Considerando a citação apresentada e o contexto da época, marque a alternativa


INCORRETA.

a) Os anúncios que proliferavam na mídia e nos espaços urbanos do Rio de Janeiro na


década de 1850 eram financiados por comerciantes norte-americanos. Tais anúncios
faziam propaganda abolicionista, pregavam a respeito da necessidade da
industrialização e divulgavam ideias liberais.

b) A década de 1850 representa um momento da História do Brasil em que o liberalismo


e os valores burgueses começavam a seduzir setores da elite imperial. Sintomas disso
são as primeiras tentativas de industrialização e a construção das primeiras estradas de
ferro no Brasil.

c) A partir da década de 1850, o processo de introdução de ideias liberais e valores


capitalistas no Brasil imperial foi intensificado. O fim do tráfico negreiro, o
desenvolvimento das lavouras de café e o advento da literatura romântica, por
exemplo, são alguns fenômenos articulados a esse processo.

d) A ideologia da industrialização, as ideias antiescravistas e o liberalismo, que ganhavam


força no Brasil a partir da década de 1850, ora disputavam espaço ora se conjugavam
com os valores tradicionais das elites do Império, fundados no ruralismo, nas relações
senhoriais, no poder patriarcal, no clientelismo e na distinção social.

14 - (UFU MG)

A Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850, ficou conhecida como a “Lei de Terras” no Brasil
Imperial.

Sobre as consequências desta lei para o Brasil, é correto afirmar que:


a) Esta lei tornou possível a compra e a regulamentação de terras, inclusive por
pequenos proprietários, alterando as formas de acesso à propriedade fundiária no
país.

b) A “Lei de Terras” deu aos grandes proprietários a possibilidade de aumentar suas


posses e de regularizá-las junto ao governo, mediante o pagamento de um imposto
adicional.

c) A “Lei de Terras” iniciou a reforma agrária no Brasil, possibilitando a divisão dos


latifúndios improdutivos entre os sem-terra, o que inaugurou uma nova era de
política agrária no país.

d) Esta lei tornou possível a doação das terras devolutas a pequenos e a grandes
proprietários, brasileiros e estrangeiros, para a formação de novas colônias agrícolas
no país.
GABARITO

1 – a) A primeira Constituição de 1824 foi marcada pela aristocratização política por meio
da instituição do voto censitário, restringindo os direitos políticos à parcela da
população de maior poder econômico. O voto era um direito de homens, acima dos
25 anos, com renda mínima anual. Os candidatos também tinham que apresentar
renda mínima para concorrer aos cargos públicos. Esse sistema excluía grande parte
da sociedade brasileira, exemplo disso, as mulheres e os escravos.

b) Entre as mudanças eleitorais implantadas no período de Getúlio Vargas destacam-se:


criação da Justiça Eleitoral; voto secreto; voto feminino; redução da idade eleitoral de
21 anos para 18 anos. Embora a constituição de 1934 determinasse eleições diretas
para presidência da República, ficou estabelecido nas Disposições Transitórias que o
primeiro presidente seria eleito pelos parlamentares.

2 – a) Segundo José Bonifácio, o fim do tráfico de escravos significaria uma ameaça à


existência do governo porque

 Geraria uma crise econômica decorrente da diminuição da mão de obra


disponível, considerada indispensável para manter a estrutura produtiva do país;

 Contrariava frontalmente os interesses das elites brasileiras que davam suporte à


recém criada Monarquia;

 A sociedade não estaria preparada para o fim da escravidão, por considerar que
os ex-escravos não estariam preparados para viver em sociedade na condição de
homens livres, ou seja, na concepção de José Bonifácio, era necessário “civilizá-
los” primeiro.

b) A política inglesa contra o tráfico de escravos já existia desde o início do século XIX,
sobretudo a partir da vinda da corte portuguesa para o Brasil. Tal política se justificava
pelo interesse inglês na ocupação e exploração de territórios na África, mantendo a
mão de obra no local. Com o fim do tráfico os ingleses esperavam, também,
desestruturar a produção brasileira de açúcar, minando a concorrência com aquele
produzido nas colônias antilhanas sob domínio da Inglaterra. Nesta perspectiva, o fim
do tráfico levaria à substituição gradual do trabalho escravo pelo trabalho livre,
ampliando também o mercado consumidor para os produtos ingleses. Pode-se
considerar, também, as convicções liberais e humanitárias dos ingleses que passaram
à considerar o tráfico e a escravidão inadmissíveis. Com a emancipação política do
Brasil, na condição de mediadora desse processo, a Inglaterra intensificou as pressões
ao fim do tráfico e criou uma série de medidas restritivas ao mesmo, a exemplo da Lei
Bill Aberdeen (1845).

3–A

4–D

5 – a) O candidato deverá identificar no texto de Joaquim Nabuco uma crítica ao período


regencial no Brasil, caracterizado como uma época de “agitação federalista extrema”,
de “anarquização das províncias”, trazendo uma ameaça de fragmentação política do
Brasil.
b) O candidato deverá argumentar que o período regencial foi chamado de “uma
experiência republicana federalista”, a partir da ocorrência da ausência de um rei
soberano no comando da Nação, ficando o governo sob responsabilidade dos
regentes, que teria enfraquecido o poder centralizado no país. A criação das Guardas
Nacionais, que atuavam principalmente nos municípios, paróquias e curatos, servindo
de instrumento político armado para as elites locais, também deve ser mencionada,
assim como a criação do Ato Adicional de 1834, visto comumente como o grande
marco das medidas descentralizadoras do período regencial. Deve, também,
mencionar a criação dos Códigos Criminal (1830) e de Processo Criminal (1832), que
determinavam a escolha de júris populares escolhidos localmente, bem como
deixavam aos poderes locais a escolha dos membros do judiciário.

6–D

7–C

8–A

9 – Preconceito racial / concentração de poder político / industrialização tardia e


retardatária.

10 – A

11 – A

12 – C

13 – D

14 – A

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