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República Oligárquica

1894 - 1930

1. (Fuvest 2016) A destruição de Canudos se deveu menos ao antirrepublicanismo do


Conselheiro do que a fatores como a atuação da Igreja contra o catolicismo pouco ortodoxo
dos beatos e as pressões dos proprietários de terras contra Canudos, cuja expansão trazia
escassez de mão de obra e rompia o equilíbrio político da região.
Roberto Ventura, Euclides da Cunha. Esboço biográfico. Adaptado.

a) Identifique e explique os fatores que, segundo o texto, motivaram a campanha de Canudos,


entre 1896 e 1897.
b) Relacione o episódio de Canudos ao panorama político e social da Primeira República.

2. (Uema 2015) A charge a seguir apresenta uma crítica às práticas do Brasil da década de
1920, especialmente no momento das eleições.

Analise a charge para explicar UMA das características da dinâmica política brasileira durante
a República Velha, considerando o contexto histórico da época.

3. (Pucrj 2015)

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Publicada em 11 de outubro de 1904, a imagem acima opõe o jovem Oswaldo Cruz, então
Diretor Geral de Saúde Pública do Rio de Janeiro, à figura do “Zé Povinho” – personagem
usado pelos caricaturistas do período para representar o povo. Ela trata da tensão causada na
cidade pela discussão da proposta de se tornar obrigatória, pela primeira vez, a vacinação
contra a varíola.

A partir das tensões sugeridas na caricatura, faça o que se pede.


a) Caracterize a conjuntura política e cultural que ajuda a explicar esta animosidade contra o
projeto de vacinação;

b) Cite dois outros exemplos de embates e insurreições na Primeira República que marcam a
distância entre os projetos políticos e culturais dos primeiros governos republicanos e as
aspirações e práticas dos trabalhadores da cidade ou do campo.

4. (Fuvest 2015) A cidade do Rio de Janeiro abre o século XX defrontando-se com


perspectivas extremamente promissoras. Aproveitando-se de seu papel privilegiado na
intermediação dos recursos da economia cafeeira e de sua condição de centro político do país,
a sociedade carioca via acumularem‐se no seu interior vastos recursos enraizados
principalmente no comércio e nas finanças, mas derivando já para as aplicações industriais. A
mudança da natureza das atividades econômicas do Rio foi de monta, portanto, a transformá ‐lo
no maior centro cosmopolita da nação, em íntimo contato com a produção e o comércio
europeus e americanos, absorvendo-os e irradiando-os para todo o país. Muito cedo, no
entanto, ficou evidente o anacronismo da velha estrutura urbana do Rio de Janeiro diante das
demandas dos novos tempos.

SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão. Tensões sociais e criação cultural na Primeira
República. São Paulo: Brasiliense, 1983. Adaptado.

a) Cite dois exemplos que justifiquem o mencionado “anacronismo da velha estrutura urbana
do Rio de Janeiro”.
b) Cite duas importantes mudanças socioeconômicas pelas quais a cidade do Rio de Janeiro
passou no princípio do século XX.

5. (Fuvest 2014) A República não foi uma transformação pacífica. Bem ao contrário. Para além
da surpresa provocada pelo golpe de Estado de 15 de novembro, seguiu‐se uma década de
conflitos e violências de toda ordem, na qual se sucederam as dissensões militares, os conflitos
intraoligárquicos, os motins populares, a guerra civil, o atentado político contra a vida de um
presidente da República. No interior dessas lutas se forjou a transformação do Estado Imperial
em Estado Republicano, do Império Unitário em República Federativa, do parlamentarismo em

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presidencialismo, do bipartidarismo organizado nacionalmente em um sistema de partidos
únicos estaduais. Forjou‐se um novo pacto entre as elites e um novo papel para as forças
armadas.

Wilma Peres Costa. A espada de Dâmocles. São Paulo: Hucitec, 1996, p. 16.

a) Identifique e caracterize um episódio conflituoso próprio dos primeiros anos da República no


Brasil.

b) Explique o “novo papel para as forças armadas” a que se refere o texto.

6. (Ufg 2014) Analise a fotografia e leia a carta a seguir.

Ilmo. Sr. Francisco de Souza

Aspiro boa saúde com a Exma. Família. Tendo eu frequentado uma fazenda sua deliberei,
saudando-o em uma cartinha, pedir um cobrezinho. Basta dois contos de réis. Eu reconheço
que o senhor não se sacrifica com isto e eu ficarei bem agradecido e não terei razão de lhe
odiar nem também a gente de Virgulino terá esta razão.

Sem mais do seu criado, obrigado.

Hortêncio, vulgo Arvoredo, rapaz de Virgulino.

A TARDE. 20 jan. 1931. In: Coletânea de documentos históricos para o primeiro grau. São
Paulo: SE/CENP, 1980, p. 51.

A fotografia e a carta apresentadas remetem ao cotidiano do Cangaço brasileiro, entre as


décadas de 1920 e 1930. Nesse contexto, esse fenômeno social era interpretado pelo Estado
brasileiro, que o combatia, como símbolo de desordem social. Diante do exposto, explique uma
característica

a) associada ao Cangaço brasileiro, presente na carta;


b) atribuída, na fotografia, ao Cangaço e aos cangaceiros.

7. (Ufpe 2013) “A república que não foi” é uma expressão cunhada pelo historiador José Murilo
de Carvalho, para se referir à frustração das expectativas de mudanças prometidas pelos
republicanos. Os primeiros anos da República foram marcados por diversos movimentos
contestatórios populares. Acerca desses movimentos, analise as proposições a seguir.
( ) Caracterizada tradicionalmente como um movimento messiânico, a Revolta do
Contestado teve entre suas motivações o protesto contra a construção de uma ferrovia,
que ligava São Paulo à região Sul.

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( ) A Revolta dos Cabanos, ocorrida no Pará, se deveu à irrelevância política, à qual esse
estado foi relegado após a proclamação da República.
( ) Em 1912, marinheiros estacionados no Rio de Janeiro revoltaram-se contra os rigorosos
castigos físicos aos quais eram submetidos, num movimento conhecido como Revolta da
Chibata, liderada por João Cândido.
( ) Ocorrida no Rio de Janeiro em 1904, a Revolta da Vacina originou-se, entre outras
razões, devido à repugnância que a população demonstrava pela inoculação obrigatória
do vírus da varíola.
( ) Os revoltosos de Canudos, na Bahia, foram facilmente massacrados pelas tropas
enviadas pelo governo federal, que não precisou lançar mão de grandes esforços para
destruir de vez o Arraial de Belo Monte.

8. (Ufpr 2013) “Diria o historiador cearense Gustavo Barroso sobre os cangaceiros: foram
heróis e bandidos. Barroso prefere unir os dois adjetivos com a conjunção ‘e’ do que usar ‘ou’
para excluir uma das opções”.

(MILLAN, Polianna. “Heróis ou bandidos?”. Gazeta do Povo. 12/07/2008.


http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=786236)

Comente a ideia defendida pelo historiador, explicando o contexto histórico da atuação dos
bandos de cangaceiros do final do século XIX até 1940 e explorando as diferentes
interpretações conferidas a esses personagens.

9. (Ufjf 2012) Na edição de 09 de junho de 1888, a Revista Ilustrada publicou a charge abaixo.
Nela, a República, representada por uma mulher, tendo a cabeça ornada pelo barrete frígio,
tenta conter fazendeiros que trazem a bandeira “Abaixo a Monarquia abolicionista. Viva a
República com indenização”.

Com base na ilustração acima e em seus conhecimentos, responda ao que se pede:

a) Aponte a principal razão que motivou muitos fazendeiros defenderem, após a abolição da
escravidão, em 13 de maio de 1888, a substituição do regime monárquico pelo republicano
no Brasil.
b) Apesar da alteração representada pelo fim da monarquia em 1889, a implantação do regime
republicano não significou transformações profundas para a sociedade brasileira. Aponte
dois argumentos que confirmem esta afirmativa.

10. (Uftm 2012) Observe a charge de Raul, publicada na Revista da Semana em 03 de março
de 1917, no Rio de Janeiro.

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a) A que situação política a charge faz referência?
b) Cite e comente duas características do processo eleitoral nesse período.

11. (Ufrj 2011) Porcentagem de votantes nas eleições presidenciais entre 1894 e 1930

Candidato vencedor Nº de votantes % de votantes


(em milhares) sobre a população
Prudente de Morais (1894) 345 2,2
Campos Sales (1898) 462 2,7
Rodrigues Alves (1902) 645 3,4
Afonso Pena (1906) 294 1,4
Hermes da Fonseca (1910) 698 3,0
Venceslau Brás (1914) 580 2,4
Rodrigues Alves (1918) 390 1,5
Epitácio Pessoa (1919) 403 1,5
Artur Bernardes (1922) 833 2,9
Washington Luís (1926) 702 2,3
Júlio Prestes (1930) 1890 5,6

Fonte: adaptado de Carvalho, José Murilo de. “Os três povos da República”. In: Carvalho,
Maria Alice Resende de (org). República no Catete. Rio de Janeiro: Museu da República, 2001,
p. 72.

Os dados eleitorais presentes na tabela indicam uma pequena participação popular nas
eleições presidenciais na Primeira República (1890-1930).
Identifique duas restrições impostas pela Constituição de 1891 ao exercício do voto.

12. (Ufba 2010) O episódio de Canudos resultou em um dos clássicos da literatura brasileira:
Os sertões. Euclides da Cunha, seu autor, na época era jornalista e acompanhou a luta no
próprio local como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo.
Apesar de demonstrar preconceitos de “civilizado” falando de “incultos” e apesar de dar ênfase
exagerada às condições geográficas e étnicas, configurando um determinismo geográfico e
racial nas suas explicações, Euclides da Cunha deu atenção ao caráter comunitário da
economia de Canudos. Deixou claro que o movimento não era isolado, revelando a revolta
desesperada das populações miseráveis ignoradas por um sistema sociopolítico que lhes
exigia fidelidade sem lhes dar nada em troca.

(NADAI; NEVES, 1995, p. 271).

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Os movimentos messiânicos — expressões dos desequilíbrios socioeconômicos entre o litoral
e o interior do Brasil no final do século XIX — ocorreram, sobretudo, em contextos rurais,
dentre os quais o arraial de Canudos representa uma das mais importantes experiências.

Com base nessas considerações e no conteúdo do texto, cite uma forma de sobrevivência
econômica e uma prática espiritual da população referida.

13. (Ufg 2010) Analise a imagem e leia o fragmento a seguir.

Protesto contra a perseguição que se está fazendo à gente de Antônio Conselheiro […]
Não se lhe conhecem discursos. Diz-se que tem consigo milhares de fanáticos […] Se na
última batalha é certo haverem morrido novecentos deles e o resto não se desapega de tal
apóstolo, é que algum vínculo moral e fortíssimo os prende até a morte. Que vínculo é este?

ASSIS, Machado de. Jornal Gazeta de Notícias, 31 jan. 1897. In: ASSIS, Machado de, 1839-
1908. Obra Completa. Organização de Aluízio Leite Neto, Ana Lima Cecílio e Heloísa Jahn. Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. p. 1365-1366. V. 2.

A figura de Antônio Conselheiro está associada à Guerra de Canudos (1893-1897). Quatro


expedições militares foram necessárias para destruir a comunidade de Belo Monte, na Bahia.

Considerando o contexto das primeiras décadas republicanas, explique


a) as críticas presentes na charge e no texto de Machado de Assis;
b) o interesse do governo republicano em disseminar uma imagem negativa sobre a
comunidade liderada por Antônio Conselheiro.

14. (Pucrj 2010) Analise o discurso de Antônio Conselheiro, em Canudos, em 1890:

“(...) a república é o ludibrio [zombaria ou desprezo] da tirania para os fiéis (...) e por mais
ignorante que seja o homem, conhece que é impotente o poder humano para acabar com a
obra de Deus (...). O presidente da república, porém, movido pela incredulidade que tem
atraído sobre ele toda sorte de ilusões, entende que pode governar o Brasil como se fora um
monarca legitimamente constituído por Deus; tanta injustiça os católicos contemplam
amargurados.”

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Prédica “Sobre a república” Apud Jacqueline Hermann. Religião e Política no Alvorecer da
República In: O Brasil Republicano. Volume 1. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p.
147-148.

a) INDIQUE a crítica central que o documento apresenta ao governo republicano.


b) IDENTIFIQUE um grupo social e sua principal motivação para se fixar em Canudos.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
a) (1) pressão dos grandes proprietários de terra sobre o governo, uma vez que Canudos
retirava seus braços de trabalho e (2) pressão da Igreja Católica sobre o governo, uma vez
que Conselheiro praticava uma espécie de Catolicismo Ortodoxo.
b) Canudos surgiu a partir das péssimas condições políticas, econômicas e sociais do Sertão
Nordestino brasileiro, marcado por secas constantes e pela submissão do sertanejo aos
desmandos dos grandes proprietários de terra.

Resposta da questão 2:
A Charge apresenta uma das facetas do Coronelismo, base da chamada Política dos
Governadores, implementada por Campos Salles. Os coronéis promoviam uma política
conhecida como voto de cabresto, na qual obrigavam as populações do interior a votar em
candidatos pré-escolhidos. A manipulação eleitoral foi uma das características políticas mais
marcantes da República Oligárquica.

Resposta da questão 3:
a) A partir dos primeiros anos da República, começou a evidenciar-se a grande distância
que separava a nova ordem moderna que as lideranças políticas e intelectuais tentavam
instaurar na capital federal e as práticas e tradições costumeiras dos ex-escravos e seus
descendentes, alvos maiores desse impulso civilizador. Dessa distancia entre os projetos
republicanos e as aspirações e experiências populares resultaram momentos de tensão e
conflito como aquele expresso na imagem - que remete para a antipatia dos trabalhadores
cariocas em relação aos princípios da Ciência defendidos pelas autoridades republicanas.

b) O candidato poderá citar:


- Guerra de Canudos (1897): ataque do exército republicano ao Arraial de Canudos, visto
como foco de atraso e de resistência monárquica.
- Revolta da Chibata (1910): revolta dos marinheiros contra a imposição de castigo físico aos
marujos da Armada.
- Guerra do Contestado (1912-1916): conflito armado em uma região de fronteira entre
Paraná e Santa Catarina que opôs forças dos governos federal e estadual à população
cabocla local, marcada por crenças messiânicas que as autoridades republicanas não
conseguiam compreender.
- Greve geral (1917): articulação de amplo movimento grevista em São Paulo e no Rio de
Janeiro para combater os baixos salários e as más condições de vida dos trabalhadores
urbanos.

Resposta da questão 4:
a) Podemos citar: 1) a insalubridade da cidade, responsável pela epidemia de algumas
doenças, como a varíola e 2) a presença de diversos cortiços na cidade, construídos em
antigos casarões.

b) Podemos citar: 1) derrubada dos cortiços (política do “bota-abaixo” de Pereira Passos) e 2)


grande chegada de imigrantes à cidade.

Resposta da questão 5:
a) As revoltas da Armada que ocorreram no Rio de Janeiro no contexto da República da
Espada, 1889-1894. Estes revoltas foram caracterizadas por conflitos entre o exército, que
possuía ideias republicanas, e a marinha que defendia ideias monarquistas. Também
ocorreu a Guerra de Canudos, no sertão da Bahia, com a destruição desta comunidade. No
Rio Grande do Sul ocorreu a Revolução Federalista entre os maragatos e pica-paus.

b) Com a proclamação da República em 1889 as forças armadas entraram em atrito. Desde o II


Reinado, 1840-1889, o exército defendia a República enquanto a marinha defendia a
monarquia. No começo da República Velha, 1889-1930, principalmente na República da

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Espada, 1889-1894, os militares foram para o governo (Deodoro e Floriano) e entraram em
conflito com a marinha através das Revoltas da Armada. Ao longo da República Velha, os
militares interferiram na política e atuou reprimindo movimentos sociais como em Canudos e na
Guerra do Contestado.

Resposta da questão 6:
a) A Carta não é uma forma usual de apresentação do Cangaço, entendido normalmente
como a ação violenta de um bando armado. Através da carta, há um pedido formal de
dinheiro – cobrezinho – com uma ameaça velada, na medida em que sugere que, realizado
o pagamento, não haverá problema com os homens de Virgulino (lampião).

b) A fotografia retrata uma imagem convencional dos cangaceiros - a de bando armado.

Resposta da questão 7:
V – F – F – V – F.

Verdadeira. Iniciada em 1912 e liderada pelo pregador José Maria, a Revolta do Contestado
ocorreu numa região disputada pelos estados de Santa Catarina e Paraná, perdurando até
1916, quando foi debelada por forças militares dos dois estados, com apoio do Exército
nacional.
Falsa. A Revolta dos Cabanos ocorreu no Pará, na década de 1830, durante o período
regencial do Império, e entre suas motivações estava a disputa pela propriedade da terra entre
membros da elite local e a população mais pobre.
Falsa. A Revolta da Chibata foi levada a efeito em 1910 no Rio de Janeiro, e simbolizou a
indignação de marinheiros aos maus tratos, inclusive físicos, sofridos por eles quando
embarcados. A Revolta foi violentamente contida, sendo os revoltosos presos, deportados para
a Amazônia e alguns executados.
Verdadeira. A resistência à vacinação obrigatória foi a culminância de um processo de
intervenção do Estado sobre a vida dos cariocas pobres que vinham sendo retirados de suas
tradicionais habitações, os chamados cortiços, expulsos de bairros da região central do Rio de
Janeiro. Essas medidas foram tomadas em nome da modernização da cidade, então capital
federal.
Falsa. Os rebeldes de Canudos foram vencidos após uma longa resistência, tendo sido
necessárias quatro expedições militares para vencê-los, entre as quais as duas últimas
organizadas pelo governo federal. Tal ocorrência foi muito bem descrita por Euclides da Cunha,
no clássico romance Os sertões.

Resposta da questão 8:
As duas visões sobre os cangaceiros podem ser percebidas dentro de uma mesma ótica, ou
seja, estão relacionada ao espectador. Dessa forma, o autor pretendeu reforçar uma ideia de
que, para um mesmo grupo, as camadas mais pobres e exploradas da sociedade nordestina,
os cangaceiros eram heróis ao enfrentar os grandes coronéis, mas ao mesmo tempo eram
bandidos, pois muitas de suas ações eram marcadas pela violência, incluindo o roubo, para
que pudessem sobrevier e manter o grupo armado.

Resposta da questão 9:
a) O candidato deverá destacar que a adesão de muitos fazendeiros ao republicanismo
deveu-se ao fato de que a abolição da escravidão foi efetivada sem indenização da
propriedade. Mas há uma falha na pergunta. Grande parte dos fazendeiros apoiou a abolição
por concordar com a iniciativa do Estado. Destaca-se um grupo de fazendeiros cafeicultores,
da região do Vale do Paraíba, escravista, que foram efetivamente prejudicados com a
abolição por não receberem indenização. Apesar de sua influência política, era um grupo
minoritário.
b) O candidato poderá destacar, dentre outros: a continuidade do caráter agroexportador da
economia brasileira; a manutenção dos níveis de exclusão política e social; a manutenção da
estrutura fundiária baseada na grande propriedade. A mudança promovida foi de cunho
político, não alterando as estruturas socioeconômicas do país.

Resposta da questão 10:

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a) A charge faz referência ao contexto político da República Velha, 1889-1930, isto é, a
política do café com leite que consistia em alternância de poder no executivo federal entre
São Paulo rico em café e Minas Gerais rica em leite.

b) O voto era de cabresto imperando a força dos coronéis no pleito eleitoral. A cidadania era
restrita uma vez que a constituição de 1891 não permitiu o voto para analfabetos. Havia muitas
fraudes eleitorais. A Comissão Verificadora de Poderes foi a justiça eleitoral da época que
“diplomava” os candidatos apoiados pelos coronéis e “degolavam” os candidatos de oposição.

Resposta da questão 11:


O candidato poderá indicar que estavam excluídos do voto: os mendigos; analfabetos; praças
de pré, excetuando os alunos das escolas militares de ensino superior; os religiosos de ordens
monásticas, sujeitas a voto de obediência, regra ou estatuto, que importasse a renúncia da
liberdade individual.

Comentário:

Uma das características mais destacada quanto à limitação ao exercício da cidadania é a


exigência de alfabetização. Vale notar a que os “praças” não votavam, ou seja, os soldados
que não possuíam patente (a maioria).

Resposta da questão 12:


Sobrevivência econômica — produção agrícola de subsistência, comércio com localidades
próximas.

Prática espiritual — messianismo / catolicismo popular / atuação profética de Antonio


Conselheiro.

Resposta da questão 13:


a) Na charge, há um jogo de palavras. A ironia de que Antônio Conselheiro “estaria pintando
o diabo” estabelece uma relação com a religiosidade popular, que encara o diabo como a
representação do mal. Nesse sentido, a crítica relaciona-se à demonização de Antônio
Conselheiro, disseminada durante o período republicano, quando sua figura passa a ser
associada ao Monarquismo e ao fanatismo religioso. Ao mesmo tempo, há a indicação de
um líder resistente, que “está dando o que fazer” e “pintando o diabo”. No fragmento de
Machado de Assis, a referência ao desconhecimento do discurso dos amotinados de
Canudos indica que, na realidade, há indiferença quanto aos princípios que mobilizam os
seguidores de Conselheiro. Ainda, quando faz tal crítica, Machado sugere que é preciso algo
mais do que apenas adjetivar os seguidores de Conselheiro como fanáticos, propondo,
então, uma reflexão sobre o vínculo estabelecido entre o Conselheiro e seus seguidores –
vínculo, segundo ele, “moral e fortíssimo”.

b) Era importante para o governo republicano disseminar uma imagem negativa da


comunidade de Canudos, visto que a resistência dessa comunidade às incursões militares
associava a República à fraqueza político-administrativa. Esse movimento reforçava as
dificuldades vividas, no decurso das primeiras décadas republicanas, quando assistia-se às
várias mobilizações sociais no campo e na cidade, que exigiam do governo ações pontuais
para controlar os descontentamentos. Além disso, as pregações de Antônio Conselheiro foram
vinculadas ao monarquismo por introduzirem críticas às políticas implementadas pelo regime
republicano, tais como o casamento e o registro civil, e a separação entre Igreja e Estado.

Resposta da questão 14:


a) O candidato deverá mencionar como crítica central do documento a ideia de que a
República era um tipo de governo que não respeitava as leis de Deus, representando, assim,
a “tirania para os fiéis”. O presidente “movido por sua incredulidade”, realizava uma série de
“injustiça aos católicos”, de que são exemplos a instituição do casamento civil e as eleições,
que, segundo o Conselheiro, seriam manifestações do Anticristo.

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Para Antônio Conselheiro, o legítimo poder emanava da vontade divina, explicando-se, assim,
a sua defesa pela volta do regime monárquico no Brasil.

b) O candidato poderá identificar um dos seguintes grupos sociais: sertanejos pobres, ex-
escravos e indígenas. A principal motivação que levou essas pessoas a seguirem Antônio
Conselheiro e a se fixarem em Canudos era a situação difícil de suas vidas. Uma população
pobre, sem terra (em decorrência da injusta situação fundiária do país), desassistida pelo
governo. Os moradores de Canudos acreditavam que, após o Juízo Final, viveriam um
momento de justiça e prosperidade.

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