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IGREJA E CULTURA NA IDADE MÉDIA

Origem e difusão do cristianismo


O imperador romano Constantino governou de 306 a 337. Ele garantiu a liberdade de
culto aos cristãos em 313 e assim a religião cristã disseminou-se por todo o Império
Romano. Mas foi em 391, sob o governo de Teodósio, que o cristianismo se tornou a
religião oficial do Império.
Apesar da perseguição nos primeiros séculos da nossa era, os seguidores de Cristo se
espalharam por diversos lugares da Europa, da Ásia e da África. Formavam pequenas
comunidades que se reuniam semanalmente para orar e praticar a comunhão. Com o
tempo, um grupo se destacou nessas reuniões e passou a conduzir as cerimônias; esse
grupo seria chamado posteriormente de clero. Surgia, aos poucos, a hierarquia que seria
desenvolvida pela Igreja: os bispos conduziam as reuniões, e os presbíteros e diáconos
eram seus auxiliares.
A Igreja medieval
Segundo os evangelhos, a Igreja foi instituída pelo próprio Jesus Cristo, que teria
encarregado o apóstolo Pedro de edificar a Igreja cristã. Pedro teria fundado, em Roma,
a primeira igreja.

Durante as migrações bárbaras, a Igreja aliou-se a muitos povos: coletava tributos dos
servos e acumulou terras doadas por reis e nobres. Com isso, tornou-se uma das maiores
proprietárias de terras do período. Também converteu os bárbaros ao cristianismo e
permitiu que integrantes do clero exercessem funções administrativas nos reinos
bárbaros.
Porém, todo esse poder e prestígio eram desfrutados apenas pelo alto clero, ligado às
elites da ordem feudal. Dificilmente os monges e padres de origem humilde,
pertencentes ao chamado baixo clero, chegavam às mais altas posições da Igreja. Entre
os séculos VI e VII surgiram inúmeros mosteiros pelo interior da Europa. Um dos
primeiros foi fundado no século VI por São Bento de Núrsia (480-547), cujos seguidores
formaram a Ordem Beneditina.
Mais tarde, surgiram outras ordens, como a Franciscana, criada por São Francisco de
Assis (1182-1226), e a Dominicana, fundada por São Domingos (1170-1221).
Os mosteiros
Os mosteiros medievais eram construídos com a intenção de ser a residência de uma
comunidade religiosa católica, formada por pessoas do mesmo sexo, que pretendia viver
isolada do mundo. Quando abrigavam a residência do clérigo responsável pela ordem
religiosa na região, o abade, denominavam-se abadias. No século X, alguns monges
beneditinos fundaram a Abadia de Cluny, na França.
O objetivo desses monges era levar uma vida dedicada à pregação, ao trabalho e à
caridade cristã sem se submeter a nenhuma autoridade terrena. Eles obedeciam apenas
ao papa e não aceitavam o envolvimento de nobres nos assuntos religiosos. Os
beneditinos de Cluny também questionavam a conduta de bispos e de muitos clérigos,
que tomavam como suas as terras doadas à Igreja e comercializavam objetos sagrados
e relíquias.

Nos mosteiros, os monges dedicavam-se integralmente a uma vida regrada, de trabalho


intelectual e oração, sob uma rígida hierarquia. Visitantes que não faziam parte da Igreja
eram aceitos de vez em quando e se recolhiam na hospedaria. Era o caso de algum nobre
que destinava recursos à ordem religiosa e que, de passagem pela localidade, poderia
nela se hospedar para descansar. Andarilhos pobres também eram aceitos, como
demonstração do princípio de caridade da própria ordem. Esses, porém, eram abrigados
no asilo.
Questões:
1. Comente sobre o nascimento do cristianismo e sua consolidação no Império Romano.
2. Explique como as migrações bárbaras contribuiu para o fortalecimento da Igreja
católica.
3. Explique as funções dos mosteiros medievais.
4. Identifique a crítica dos monges a conduta dos bispos e de muitos clérigos.

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