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Durante as migrações bárbaras, a Igreja aliou-se a muitos povos: coletava tributos dos
servos e acumulou terras doadas por reis e nobres. Com isso, tornou-se uma das maiores
proprietárias de terras do período. Também converteu os bárbaros ao cristianismo e
permitiu que integrantes do clero exercessem funções administrativas nos reinos
bárbaros.
Porém, todo esse poder e prestígio eram desfrutados apenas pelo alto clero, ligado às
elites da ordem feudal. Dificilmente os monges e padres de origem humilde,
pertencentes ao chamado baixo clero, chegavam às mais altas posições da Igreja. Entre
os séculos VI e VII surgiram inúmeros mosteiros pelo interior da Europa. Um dos
primeiros foi fundado no século VI por São Bento de Núrsia (480-547), cujos seguidores
formaram a Ordem Beneditina.
Mais tarde, surgiram outras ordens, como a Franciscana, criada por São Francisco de
Assis (1182-1226), e a Dominicana, fundada por São Domingos (1170-1221).
Os mosteiros
Os mosteiros medievais eram construídos com a intenção de ser a residência de uma
comunidade religiosa católica, formada por pessoas do mesmo sexo, que pretendia viver
isolada do mundo. Quando abrigavam a residência do clérigo responsável pela ordem
religiosa na região, o abade, denominavam-se abadias. No século X, alguns monges
beneditinos fundaram a Abadia de Cluny, na França.
O objetivo desses monges era levar uma vida dedicada à pregação, ao trabalho e à
caridade cristã sem se submeter a nenhuma autoridade terrena. Eles obedeciam apenas
ao papa e não aceitavam o envolvimento de nobres nos assuntos religiosos. Os
beneditinos de Cluny também questionavam a conduta de bispos e de muitos clérigos,
que tomavam como suas as terras doadas à Igreja e comercializavam objetos sagrados
e relíquias.