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ARY FRANÇA
USP-FAU MONOGRAFIAS
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SÃO PAULO e
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VESTÍGIOS DEIXADOS PELO ui mu | Habitaçoões Antigas
NA ILHA DE SÃO SEBASTIÃO o Ruinas de Engenho
eRestos de Terreiros para Cofe
(Bordos do Eanat de Sab Sebastiao) e Vestígios de Instalações Militares
II
(Mapeação no terreno pelo autor ) a Vestígios ou Tradições de Armação (pesca da baleia)
—.. Limites das Montanhas
m Montanhas *
Ns FIG. N.º 14
Relêvo Acidentado
OQ Planícies Dis. pru Joufto
as e
se relativamente isolada, co mum mínimo de relações com o
mundo exterior. Pode-se falar, legitimamente, em regime
de economia fechada, como característico das últimas déca-
das do século passado e duas primeiras dêste.
A êsse período, referem-se, entretanto, os velhos habi-
tantes como “bons tempos”. A julgar pelo seu testemunho,
a vida era relativamente fácil e calma, dentro de padrões
não muito elevados. A produção local bastava à população,
desfalcada pelo êxodo anterior e eram exportados, ao lado
da aguardente, os excedentes dos vários produtos, que cons-
tituiam a base das atividades econômicas locais, Assim se
obtinham meios para a aquisição de artigos indispensáveis,
cuja importação, infelizmente, não se acha documentada. Ca-
da um dos povoados das praias fazia o seu próprio comér-
cio, sempre com Santos e, embora êste fôsse muito limtiado,;
havia de que entreter os negócios de trinta lojas e vendas |
distribuídas pela vida de Ilhabela (então Vila Bela) e por ,
nove importantes povoados das praias; na sede do Municí- |
pio, então centro de Comarca, um jornal semanal, grêmios li- .
terários e recreativos, foram algumas das manifestações, co-|
pletamente desaparecidas pouco tempo depois, de uma vida ;
social mais intensa. F
Entretanto, a essa fase poucas modificações substanciais
corresponderam nas paisagens rurais da Ilha. Raros foram
us locais onde se praticaram novas derrubadas da mata, po-
dendo os limites da devastação, atingidos na fase cafeicultora
anterior, ser considerados, em geral, como não ultrapassados
em nenhuma outra ocasião. O aumento do número de en-
genhos, não significou, em geral, conquista de novos solos
pela cultura da cana; apenas maior uso das terras a êles
vizinhas. Assim, nos locais onde se localizam hoje as ruínas
de suas edificações (fig. 14), ou mesmo em tôrno dos que
einda se conservam em funcionamento, encontram-se solos
dos mais degradados pela agricultura caiçara; mas as capoei-
ras ou matas secundárias mais densas, originadas do aban-
dono das antigas lavouras de café, atingem sempre cotas
mais elevadas.
Raros foram os locais onde, então, se praticaram novas
derrubadas da mata. Nas indagações de nossos inquéritos,
2o percorrermos várias vêzes o contôrno, da Ilha, não encon-
tramos senão nas pequenas praias isoladas da costa leste e
na de Castelhanos áreas que foram, com segurança, devas-
tadas em larga escala e pela primeira vez, naqueles longos
e calmos anos. Pelas datas de construção das casas (ex-
cluídas as de pau-a-pique, normalmente de muito pequena
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panhado por mais três “Nair (4 tonel.) “Dragão” (6
tonel.) e “São Salvador” (61 tonel.), seguiram-se rápida-
tes. mente outros, de forma a em 1925 costumarem frequentar
a costa da Ilha, 25 a 30 barcos a motor (informações dos
| pescadores ilhéus), incentivando a pesca costeira com a ofer-
|
| ta de mercado para um produto que, até então, “não tinha
preço”. Mais do que isso, romperiam definitivamente com
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3 Cosa de pescador SEA
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08 Casa de pescodior-roceiro
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A FLORESTA e a EXPLORAÇÃO d
SOLO na BAIA de CASTELHANOS s.5c84;7u0
(Carta baseada em fotogiafras aczeas(Janetro
de 1954) é em campanha de campo pulo autor
(Vevezetzo de 1951)
E3Praias e Plantcies SAO SEBASTIAD
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2 Areas Atualmente Gultivadas
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CJ Areas Cultivadas no Passado (capoeiras)
ET Floresta Virgem
-—Limite Inferior da Floresta Localização da lata
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Fig. n.º 16
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de São Sebastião e Ubatuba. Tinha em 1932, no apogeu
da pesca de cerco flutuante, pelos dados que recolhemos no
local, 500 habitantes aproximadamente, dedicando-se os ho-
mens sômente à pesca. O local, até poucos anos antes, quan-
do ali foram estabelecer-se alguns japoneses (em 1918) não
era povoado. Consta ter sido em meados do século passado
desembarcadouro clandestino de escravos africanos, do que
não ficou vestígio. Com a difusão rápida que conheceu o
cerco flutuante, introduzido ali pelo nipônico Kamati (91,
p. 178) por volta de 1920 e do barco-motor para recolher
pescado (iniciativa de outro japonês, de nome Naka), .regis-
trou-se o afluxo de habitantes da própria Ilha para a íngre-
me encosta que enquadra a pequena reentrância sem praias.
Às casas, os varais para a secagem de redes e mesmo os ran-
chos para canoas passaram a dependurar-se nas rochas vizi-
nhas ao mar, as primeiras, de preferência, subindo até níveis
da ordem de 150 m de altura. 4 vendas, abastecidas pelos
barcos de pesca que ali estacionavam e 113 habitações, em
geral toscas, de carater provisório, foram o reflexo da incom-
parável posição do local (v. fig. 15), um saco abrigado de
tôda agitação marítima e um ponto central, entre os costões
do leste e sul da Ilha, áreas onde mais se difundiram os
cercos flutuantes (fig. 13). Era, ao mesmo tempo, refúgio
contra o mau tempo e pôsto de reabastecimento de víveres
para as tripulações dos barcos de pesca, além de “habitat”
dos pescadores de cercos, de que existiram 12 nos arredores.
Esse curioso povoado, em fevereiro de 1951, não passava, en-
tretanto, de um decadente agrupamento com 32 habitações
-(8 desabitadas), uma capela, escola fechada, 2 vendas (uma
fechada) e muitos vestígios de casas desaparecidas. Conser-
va-se ainda a maior parte dos ranchos para canoas e dos
varais para redes, mas a maioria não tem hoje utilidade. Atual-
mente, dos chefes de famílias, somente três são pescadores
exclusivos. A maior parte da população (132 habitantes em
fevereiro de 1951) reparte as suas atividades entre a pesca
e a lavoura (esta, há poucos anos, era ocupação só de mu-
lheres); várias roças de subsistência hoje se distribuem pelo
acidentado morro em que se localiza o povoado (v. fig. n.º
15).
Outro exemplo, não menos expressivo de alterações ra-
dicais ocasionadas pela pesca comercial e pela sua recente
"decadência, encontra-se nas pequenas planícies e encostas
de morros do fundo da baía de Castelhanos. A carta da fig.
n.º 16, em que localizamos as áreas atualmente ocupadas por
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