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Capítulo 1

História

● Povos nativos

Pesquisas arqueológicas realizadas desde o final da década de 1990 mostram que pelo
menos quatro das ilhas do arquipélago de Ilhabela foram habitadas muito antes da chegada dos
europeus ao Brasil. Mais precisamente, há pelo menos 2000 anos a região era habitada por
índios sambaquieiros, e há 700 por índios ceramistas.
Isso foi possível graças à descoberta de sítios arqueológicos pré-coloniais nas ilhas de
Vitória, Búzios e dos Pescadores. Os primeiros habitantes do arquipélago foram pescadores e
coletores que viviam em acampamentos a céu aberto perto de praias e baías. As coleções de
conchas, frutos do mar e cerâmicas deixados por eles são os únicos vestígios dos quais
arqueólogos dispõem para estudá-los. Os pesquisadores deduzem que esses habitantes pouco
exploravam as matas, provavelmente colhendo apenas frutas e ingredientes para remédios.
Antes da colonização pelos portugueses, essas tribos foram substituídas por povos
tupis-guaranis e jês, que tinham conhecimentos de cerâmica e agricultura e que deixaram o
único vestígio de uma aldeia, no chamado "sítio Vianna" na ilha principal (Ilha de São
Sebastião). Essas tribos se abrigavam provisoriamente sob rochas durante expedições de caça
e exploração das ilhas.

● Colonização portuguesa

Em 20 de janeiro de 1502 a primeira expedição exploradora enviada ao Brasil pelos


portugueses, comandada pelo navegador português Gonçalo Coelho e trazendo a bordo o
cosmógrafo italiano Américo Vespúcio, encontrou uma grande ilha que, segundo o aventureiro
alemão Hans Staden, era chamada pelos tupis de Maembipe ("lugar de troca de mercadorias e
resgate de prisioneiros"). Essa ilha, assim como fora feito em outros acidentes geográficos
importantes, foi batizada pelos membros da expedição com o nome do santo do dia, São
Sebastião. Também se diz que era chamada pelos indígenas por Ciribaí (lugar tranquilo). Na
época, a ilha servia de abrigo e também de entreposto para piratas e corsários originários
principalmente da Inglaterra, da França e da Holanda, que visitavam Ilhabela para colher lenha,
alimentos e água. Foram responsáveis por diversos ataques a embarcações e povoados
portugueses (mais precisamente Santos, São Vicente e Bertioga), o que levou a coroa
portuguesa a perder grandes quantidades de ouro e outras pedras preciosas até o século XVII.
Essas movimentações pela região deram origem a lendas de tesouros escondidos pelo território
da ilha.
Francisco de Escobar Ortiz foi o primeiro morador da Ilha de S. Sebastião e obteve de
Pero Lopes de Sousa, donatário da capitania, sete léguas de terra para si e sua nobre geração
e de sua mulher Ignez de Oliveira Cotrim, que ambos vieram da capitania do Espírito Santo para
a ilha de S. Sebastião. Ignez de Oliveira Cotrim era bisavó do Capitão Bartolomeu Pais de
Abreu, de João Leite da Silva Ortiz e de sua neta de mesmo nome Ignez de Oliveira Cotrim
casada com Antônio de Faria Sodré, irmão do Padre João de Faria Fialho. Segundo escreveu
Pedro Taques de Almeida Pais Leme, foi Francisco de Escobar Ortiz senhor de dois engenhos
de açúcar, os primeiros na ilha. Devido a sua posição estratégica era muito utilizada para fazer
"aguada" ou seja, caravelas e galeões de passagem paravam na ilha para pegar água fresca e
víveres. Entre os anos de 1588 e 1590 passaram por essa ilha os corsários ingleses Edward
Fenton e Thomas Cavendish. Este último, acompanhado de John Davis, depois de ter sido
derrotado em Vitória do Espírito Santo, voltou à ilha buscando refúgio, mas sofreu mais uma
grande perda de homens em um embate quando os portugueses entre os quais Diogo de

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Unhate, Gonçalo Pedroso, Diogo Dias, Joaquim de Escobar Ortiz e João de Abreu atacaram e
expulsaram, em uma única noite de batalha, os corsários ingleses que "infectavam" a costa.
Outras fontes afirmam que o corsário Thomas Cavendish teria passado pela ilha em 1591, e que
ele teria feito o caminho inverso: aportado em Ilhabela (saqueando Santos e São Vicente) e só
depois sofrido a estrepitosa derrota em Vitória do Espírito Santo.
A primeira concessão de terras pela coroa portuguesa da qual se sabe algo
concretamente aconteceu em 1603 e se estendeu ao longo do século XVII. Na época, o produto
mais comum a ser cultivado e depois exportado para a metrópole era a cana-de-açúcar, comum
em todo o litoral paulista, e que era plantada nas áreas voltadas para o oceano e até nas ilhas
mais afastadas, como Vitória e Búzios. O plantio da cana e a produção de açúcar ganharam
fôlego entre os séculos XVII e XVIII e implicaram na derrubada de consideráveis áreas
florestais. Com o advento do tráfico negreiro, o canal entre a ilha e o continente passou a ser
frequentado por navios negreiros. Conforme relatos da época, alguns africanos escravizados
conseguiram fugir e iniciaram os primeiros quilombos da região, em áreas distantes e de mata
fechada. Em 16 de março de 1636 seria criada a Vila de São Sebastião, que se desmembrou
político administrativamente da Vila do Porto de Santos.
A nova Vila de São Sebastião abrangia também o território da Ilha de São Sebastião
(atual Ilhabela). Entre os séculos XVII e XVIII, a vila de São Sebastião era um importante porto
para escoar o ouro encontrado nas regiões hoje correspondentes a Mato Grosso do Sul e Goiás.
Para proteger as embarcações que de lá saíam, a segurança do canal foi reforçada com fortins,
fortes, trincheiras e artilharias. A instalação desses equipamentos pode ter contribuído para o
estabelecimento das primeiras povoações brancas no local, ainda no século XVII, o que se deu
paralelamente à concessão de mais sesmarias para cultivo não só da cana, mas também de
fumo e anil. Também por esses tempos, e também por conta da mineração próspera, foi
instalada na Ponta das Canavieiras uma armação baleeira, a primeira da Capitania de São
Paulo.
Acredita-se que ela atendia basicamente a demanda local e os núcleos eram concedidos
pela coroa numa sistemática sob a qual o concessionário investia no local e, após 10 anos, toda
a infraestrutura ficava para a Fazenda Real. A Capitania do Rio de Janeiro restringiu a
circulação de embarcações de azeite por suas águas, acreditando que o atual Litoral Norte
paulista era na verdade palco de contrabando de ouro.
A partir de 1734, portanto, as baleias começaram a ser mortas para a produção de óleo.
Mais ou menos em 1850, conforme o animal ficava mais escasso, a atividade e a armação
foram abandonados. No começo do século XIX, a Ilha de São Sebastião contava com cerca de
três mil habitantes e seu principal povoado chamava-se Capela de Nossa Senhora D'Ajuda e
Bom Sucesso.

● Século XIX
Com importância política, social e econômica cada vez maior, dada a pujança das
atividades agrícolas e comerciárias da região, a Ilha de São Sebastião foi alçada por António
José da Franca e Horta (que governava São Paulo na época) em 1805 à condição de Vila, com
o nome de "Villa Bella da Princesa". Ao longo do século XIX, as atividades ligadas à cana-de-
açúcar entraram em declínio, mas foram substituídas pelo café, a exemplo do que ocorreu no
restante do Vale do Paraíba. Na vila, a produção se concentrou na Ponta do Boi, no sul da ilha,
num local denominado Fazenda Nossa Senhora das Galhetas, Figueira e Sombrio. O cultivo do
café implicava em um desmate ainda maior que o da cana-de-açúcar, e as plantas podiam ser
colocadas em altitudes de mais de 500 metros, nas escarpas da ilha principal.
Em 1854, a população da ilha era de 10.769 habitantes, concentrados no lado voltado
para o continente. Havia 225 fazendas onde 1725 pessoas escravizadas realizavam seus
trabalhos forçados; a produção da vila na época era maior que a de qualquer município litorâneo
de São Paulo. A era do café na região chegou ao fim com a abolição da escravatura no Brasil e
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a economia da ilha passou por um resgate das atividades do engenho, que na época somavam
36 e focavam em aguardente em vez de açúcar. Essa aguardente se destinava principalmente à
exportação, em pequenas quantidades, por meio do porto de Santos. A própria população
levava sua produção ao porto, usando canoas denominadas "vogas"; o conhecimento para
fabricá-las era herança dos índios que antes povoavam a região. A Comissão Geográfica e
Geológica de São Paulo deixou o seguinte relato a respeito dessas embarcações:

“ São as denominadas 'vogas' com dois mastros e uma tripulação de seis ou


mais pessoas, que fazem esta viagem. Carregam até dezoito pipas de
aguardente, em décimos ou quintos, e é por este gênero de carregamento,
que se avalia sua capacidade. Navegam à vela quando possível, e senão a
remos, quando há calmaria ou vento contrário. (...) em geral estas vogas não
levam só aguardente, embora constitua o carregamento de maior monta.
Frequentemente segue grande quantidade de 'quitandas', e é uma das cousas
mais curiosas ver uma destas 'vogas', pronta para partir. Há de tudo a bordo:
limões, cocos e outras frutas, cabritos, perus, galinhas, patos, ovos, esteiras e
objetos de barro, enfim uma infinidade de produtos diversos, que são
vendidos por conta dos donos que os confiaram ao patrão da canoa. Muitas
vezes embarcam ainda passageiros, de maneira a tornar-se um verdadeiro
enigma como tudo aquilo se arranja em caminho... ”
A fabricação dessas embarcações implicava em mais desmatamentos, uma vez que as
árvores retas e de grande porte - nomeadamente: ingá, araticum, bocuíba-açú, coabí,
guapuruvu, jequitibá, canela-moscada, canela-batalha, pau-d'alho, figueira - eram ideais para as
vogas. Além disso, outras árvores tinham de ser derrubadas ao longo do processo de
fabricação: algumas para abrir caminho para o transporte da matéria-prima, outras para que
seus troncos servissem de "esteiras rolantes" para mover essa matéria-prima, e outras cujas
copas acabavam entrelaçadas com as copas das árvores visadas pelos fabricantes. A produção
era tão intensa que a vila se tornou o principal centro de confecção de vogas no litoral de São
Paulo até o século XX.

● Séculos XX e XXI
Um novo declínio de cultivo se abateu sobre a ilha e foi seguido por um período de
estagnação econômica. Na década de 1920, imigrantes japoneses se instalaram na ilha e
trouxeram tecnologias internacionais; ao mesmo tempo, a chegada do barco a motor e das
redes de cerco alavancaram a pesca na região, antes restrita aos locais onde os métodos
tradicionais eram eficazes. Assim, o uso das canoas de voga também se viu gradativamente
obsoleto. Ao longo da primeira metade do século, a pesca ajudou a ilha a se tornar uma
potência local novamente. O Saco do Sombrio, antes um ancoradouro de navios negreiros e por
muito tempo desabitado, virou o maior porto pesqueiro da vila. Abrigava entre 20 e 25 barcos
por vez, todos protegidos dos ventos, e reunia de 450 a 500 habitantes. O local atingiu tal
importância que, em 1944, foi elevado à condição de distrito (com o nome Paranabi), juntamente
às ilhas de Búzios, Vitória e dos Pescadores. Fora a pesca, ganharam força também o
artesanato e a coleta de algas marinhas - esta última ensinada pelos japoneses e chegando ao
seu ápice entre 1925 e 1932.
A partir dos anos 1930, a vila sofreu as consequências da crise mundial consolidada no
período, somada à revolução constitucionalista e o consequente bloqueio marítimo imposto a
São Paulo. Os imigrantes japoneses deixaram o local, levando muitos pescadores e tripulantes
ao desemprego. De 1933 a 1938, os peixes em volta da ilha sumiram repentinamente,
aumentando a miséria deles. Conforme o interior do estado era desbravado com a construção
de novas estradas e ferrovias, boa parte da população migrou para lá em busca de melhores
oportunidades.

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Esse êxodo propiciou uma tendência de recuperação da mata nativa. Em 21 de maio de
1934, o governo paulista realizou, em meio à grave crise econômica pela qual atravessava o
país, uma reestruturação na divisão territorial do Estado, quando extinguiu 18 pequenos
municípios, entre eles o de Vila Bela da Princesa (cujo nome já havia mudado para Vila Bela),
que voltou a integrar o território da Vila de São Sebastião. A extinção do município foi revogada
em 5 de dezembro de 1934. Por imposição do governo de Getúlio Vargas que baixou o decreto
federal nº 2140, o nome de Vila Bela mudou, a partir de 1 de janeiro de 1939, para Formosa.
Inconformados, os moradores iniciaram um movimento popular contra o novo nome até que, em
30 de novembro de 1944, o governo estadual baixou o decreto nº 14334, mudando o nome do
município, a partir de 1 de janeiro de 1945, para Ilhabela.
As terras locais foram vendidas a preços desvalorizados e, a partir dos anos 1960, o
turismo surge como alternativa para a retomada econômica da ilha. A infraestrutura local foi
melhorada e a ilha passou a ser vendida como "símbolo da aventura, do prazer e da natureza
selvagem". O turismo e a especulação imobiliária configuraram nova ameaça à mata nativa, o
que estimulou ambientalistas a cobrarem a criação de Unidades de Conservação, culminando
na criação do Parque Estadual de Ilhabela nos anos 1970. Segundo levantamento realizado em
2005, o turismo, aliado às atividades do Porto de São Sebastião e do Terminal da Petrobras,
configuravam os principais vetores de pressão ambiental no local. Mais recentemente, a partir
de 2011, os pontos de exploração das camadas de pré e pós-sal vieram se juntar aos vetores
anteriores.

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Capítulo 2
Geografia

● Características Naturais

Uma das características marcantes de Ilhabela é a predominância da Mata Atlântica,


sendo a Serra de Ilhabela coberta pela floresta latifoliada tropical úmida de encosta. Dentre
todos os municípios abrangidos pela Mata Atlântica, Ilhabela foi aquele que mais preservou a
floresta no período compreendido entre os anos de 1995 a 2000, graças a um programa de
contenção da expansão urbana desordenada, que é desenvolvido pela administração municipal
na área de entorno do Parque Estadual de Ilhabela (PEI), criado em 20 de janeiro de 1977 pelo
decreto estadual nº 9414, com área de 27,025 hectares correspondente a cerca de 84,3% do
território do município (o que incluiu grande parte da ilha principal, 11 outras ilhas, três ilhotes,
três lajes e um parcel). A importância do parque lhe valeu inclusão na região conhecida como
reserva de biosfera pela UNESCO e nas áreas abrangidas pela Aliança para a Extinção zero
(AZE) e designação como Área Importante para a Preservação de Aves (IBA). Um levantamento
de 2015 da Fundação Florestal listou 1569 espécies de flora na área do Parque Estadual.
O município é lar de espécies endêmicas como o rato cururuá, as serpentes Siphonops
insulanus e Liotyphlops caissara e os lagartos teiú e teiú de Búzios (Tupinambis merianae
sebastiani e Tupinambis merianae buzionensis, respectivamente; esta última endêmica da Ilha
de Búzios), sendo ponto de avistamento também de 66 espécies de aves distribuídas
estritamente na mata atlântica, sendo cinco consideradas globalmente ameaçadas de extinção
em 2015.
Há alguns registros históricos sugerindo a presença de onças-pintadas na ilha. O
primeiro data de 1562, quando José de Anchieta escreveu em carta para o Rei Sebastião de
Portugal que a ilha era desabitada, porém continha "muitos tigres" (os exploradores portugueses
conheciam mais os animais da África e da Ásia, que usavam como parâmetro). Outro registro
data de 1877, quando a população local matou a última onça da qual se tem notícia na ilha,
tendo ela vindo a nado do continente. Por fim, sabe-se que, em 1912, a Comissão Geográfica e
Geológica de São Paulo registrou um local com o nome "Pedra da Onça".
A ocupação urbana é vista como potencial ameaça à preservação das espécies locais.
Estruturas como a Estrada de Castelhanos, que provê acesso veicular terrestre à Praia de
Castelhanos, preocupam especialistas, que recomendam cautela ao permitir o trânsito de
visitantes.

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Capítulo 3
Natureza

● Flora

O parque é predominantemente tomado pela Mata Atlântica, especificamente pela


floresta ombrófila densa de terras baixas, florestas montanas, altomontanas e submontanas,
entre outras. Até 2015, haviam sido catalogadas 131 famílias de espécies de fanerógamas, 364
gêneros e 642 espécies; assim, o parque contém 66% das famílias, 26% dos gêneros e 9% das
espécies de fanerógamas do estado de São Paulo.
Dentro das dezenas de espécimes da flora podemos destacar jequitibás, jatobás, o
guapuruvus, o cedros, louro-pardos, bicuibas, figueiras, canela-moscadas, pau-d’alhos, pau
d’arcos e ipês branco e amarelo.
Por possuir áreas de difícil acesso, o arquipélago de Ilhabela serve também como
refúgio para inúmeras espécies de aves migratórias que lá encontram pousada e alimento,
durante o intervalo de grandes jornadas que realizam todos os anos.

● Fauna

Até 2015, haviam sido identificadas 459 espécies de vertebrados, sendo 51 são
mamíferos, 314 aves, 41 anfíbios, 44 répteis, (sendo 5 marinhos) e 37 peixes, sendo 14 de água
doce. 40 dessas espécies estão ameaçadas de extinção (7 mamíferos, 31 aves, 1 réptil e 1
anfíbio).
Mamíferos como macaco-prego, jaguatirica e paca ainda são vistos, embora muito
raramente. O caxinguelê, por outro lado, é bastante comum. Tucanos, maritacas, tiê-sangues,
macucos, gaviões-pega-macacos, apuins-de-cauda-amarela, jacus e jacutingas, entre outros,
compõem a avifauna do parque.
O cururuá é uma espécie de roedor endêmica da Ilha de São Sebastião e está
ameaçado de extinção, não havendo nenhum dado preciso sobre o número de espécimes ainda
encontrados na natureza.
As cinco espécies de tartarugas-marinhas que ocorrem no Brasil (Chelonia mydas,
Eretmochelys imbricata, Caretta caretta, Lepidochelys olivacea e Dermochelys coriacea)
passam costumeiramente pelo arquipélago em busca de alimentos, tornando-as vulneráveis às
atividades de pesca, pois acabam capturadas juntamente a peixes. Outras espécies migratórias
também passam pela ilha, como toninhas e botos.

● Clima

O clima é tropical litorâneo úmido ou tropical atlântico, classificado como Aw. Possui um
clima quente e úmido, com temperatura média anual de 23 °C e precipitação de 1 646 mm/ano,
mais concentrados nos meses de verão. O mês mais quente é fevereiro, com temperatura
máxima de 30 °C e o mais frio é julho com mínima de 15 °C. No entanto, devido às diferenças
altimétricas, é possível a ocorrência de diferentes climas em Ilhabela, como o tropical de altitude
ou mesmo subtropical nas áreas montanhosas e nos picos. Áreas muito elevadas (acima de
1.000 m) tendem a apresentar temperaturas bastante inferiores às da parte que fica ao nível do
mar.
Uma característica distinta do clima de Ilhabela é a diferença da umidade relativa do ar
entre as duas faces da ilha. As altas montanhas que formam o território do município funcionam

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como uma barreira para as nuvens, forçando-as a se elevarem e propiciando condensação do
vapor d'água e a ocorrência de chuva orográfica.

● Chuvas Orográficas
Chuva orográfica ou chuva de relevo é a chuva provocada pelas condições do relevo.
Ocorre quando uma massa de ar carregada de umidade sobe ao encontrar uma elevação do
relevo, como uma montanha. O ar mais quente (mais leve e, geralmente, mais úmido) é
empurrado para cima. Com a queda de temperatura, o vapor se condensa, provocando chuva.
As chuvas orográficas são de pequena a média intensidade e longa duração. Ocorrem à
barlavento, ou seja, na vertente da montanha para onde o vento sopra. A face oposta, a
sotavento, é mais seca, sendo chamada de região de sombra da chuva. O fenômeno é comum
na Serra do Mar.

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Apêndice
Alguns dos vários naufrágios que aconteceram no entorno marítimo de Ilhabela
foram:

➢ Príncipe das Astúrias

○ Histórico

Em 1884 Antonio Martinez de Pinillos y Izquierdo fundava em Barcelona a armadora


Pinillos Y Yzquierdo Y Cia. Em 1908 a armadora inaugura com os navios gêmeos
Cadiz e Barcelona uma linha regular de carga e passageiros unindo a Europa a costa
da América do Sul.

Com o aumento da procura da carreira para o Brasil e Prata foram encomendados


nos estaleiros Russel & Co., em Glasgow, na Escócia, dois novos navios mistos de
porte médio. Os transatlânticos Infanta Isabel e o Principe das Asturias foram
lançados respectivamente em 1911 e 1913, realizando suas respectivas viagens
inaugurais entre Barcelona e Buenos Aires em setembro de 1912 e agosto de 1914.

Os vapores possuíam 150 metros de comprimento, com mais de 16.500 toneladas


brutas, impulsionados por máquinas a vapor do tipo Quadruple Expansion Engine,
com uma potência de 1134 NHP e dois hélices, o casco era duplo.

Os navios eram ricamente mobiliados. Os camarotes da primeira classe estavam no


nível acima do convés, alguns com sala, quarto e banheiro e os mais simples apenas
com quarto e banheiro. Todos, assim como também os salões públicos possuíam
ventiladores.

A neutralidade assumida pela Espanha na Primeira Guerra Mundial permitiu que os


dois vapores continuassem a efetuar normalmente a carreira da América do Sul
durante todo o período do conflito. A rota de travessia do Atlântico durava cerca
de 30 dias, partindo a cada dia 17 de Barcelona e escalando em Cadiz e Las
Palmas na Espanha, Canárias, além do Rio de Janeiro e Santos no Brasil,
Montevidéu, no Uruguai, antes de atingir Buenos Aires.

A viagem para a América Latina de número 6 do Príncipe das Astúrias iniciou-se em


Barcelona, com escalas em Cádiz. Saiu das Ilhas Canárias e atravessou o Atlântico
em direção a Santos.

A bordo estavam registrados oficialmente entre passageiros e tripulantes 578


pessoas, embora existam versões que mais de 800 imigrantes clandestinos
espremiam-se nos porões fugindo da Guerra na Europa.

A bordo do navio era transportada grande quantidade de metais como: Estanho,


Amianto, Cobre, Zinco, Aços, fios elétricos e vinho português. Além de 12

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estátuas de bronze, componentes do Monumento "La Carta Magna y las Cuatro
Regiones Argentinas" do Parque Palermo, em Buenos Aires, e supostamente um
valor de 40.000 libras-ouro.

Na manhã do dia 06 de março, um domingo de Carnaval, chovia forte e a cerração


tornava a visibilidade quase zero. Soprava um forte vento leste e o mar estava
muito agitado e com grandes vagas, que chacoalhavam o navio.
Já na madrugada de segunda-feira a chuva ainda caía forte e a cerração anulava
quase toda a visão. Ao se aproximar da Ilha de São Sebastião (Ilhabela), o
capitão José Lotina ordenou diminuição da marcha e mudança do curso em direção
ao alto-mar.

○ Naufrágio

As 4 horas e 20 minutos da madrugada de segunda-feira a maioria dos passageiros


que estavam a bordo do vapor, já dormiam. Porém no luxuoso salão de festas do
navio, a orquestra ainda tocava animadas marchinhas de carnaval, quando de
repente um relâmpago iluminou a noite escura e revelou quão próximo dos rochedos
da Ponta da Pirabura estava o transatlântico.
Segundo o 2º piloto, imediatamente o comandante Lotina gritou: "É terra!", e
jogando-se sobre o telégrafo de máquinas comandou "Máquinas, toda força a ré"
ordenando leme todo a boreste. Não havia tempo para o cumprimento das ordens e
o choque era inevitável.

O navio bateu violentamente na laje submersa da Ponta da Pirabura, abrindo uma


enorme fenda no casco. Segundo o relato de alguns sobreviventes com a entrada de
água na sala de máquinas, duas das caldeiras explodiram, o que provocou o rápido
naufrágio. O Príncipe das Astúrias desapareceu em menos de cinco minutos, levando
com sigo cerca de 450 almas. Muitos homens, mulheres e crianças foram lançados

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ao mar na escuridão da noite, sendo arremessados pela violência das vagas contra
o íngreme costão da ponta da Pirabura. Outros, com destino não menos cruel,
pereceram presos no interior do navio, que submergiu rápida e completamente
devido à grande profundidade do local.
Oficiais do navio relataram que na ponte de comando o Capitão José Lotina e seu
primeiro oficial Imediato Antônio Salazar Llinas decidiram pôr fim a suas vidas,
dando um tiro na cabeça; os corpos dos dois oficiais nunca foram encontrados.

➢ Dart
○ Histórico

Esse ou
Aquele???

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➢ Velasquez
○ Histórico

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13
○ Descrição

➢ Therezina
○ Histórico

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○ Acidente

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○ Naufrágio

16
17
➢ Aymoré
○ Histórico

18
○ Descrição

Sem ter mais o que dizer, subscrevo-me

Emanuel Castelo Branco Costa


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