Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Italianos em SC e o Trabalho: A primeira leva de italianos trazidos para SC ocorreu entre o processo de
unificação italiano. A maior parte dos italianos que chegaram em Santa Catarina eram originários de uma
região organizada ao redor da cidade de Trento, ao norte do país; na década de 1830, seria organizada a
primeira colônia italiana no estado. Nomeada como Nova Itália, ela enfrentaria uma série de dificuldades e logo
seria abandonada. Entretanto, outras colônias seriam fundadas na região e conseguiriam prosperar. Neste
sentido, destacam-se as colônias de Nova Trento, Porto Franco e Brusque. Quatro décadas depois, seria iniciada
nova leva de colonização italiana no Brasil, motivada pela procura de mão-de-obra após a abolição da
escravatura no país, em 1889. Na época, milhares de imigrantes se instalariam em Santa Catarina em regiões
isoladas como Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra, Pedras Grandes, Nova Veneza e Turvo, que eram tomadas por
florestas e pouco ocupadas por brasileiros. Tratavam-se de terras menos férteis dos que haviam sido
anteriormente ocupadas por brasileiros e alemães; de qualquer forma, a descendência da leva de 1870
conseguiu prosperar. Aproximadamente 62% dos imigrantes que entraram no Brasil na década de 1880 eram
italianos.
Em Santa Catarina, seriam popularizadas pelos italianos hábitos alimentares relacionados a seus trabalhos,
como o consumo de uva, milho, fumo e vinho produzidos pelos imigrantes que acabou alimentando
a industrialização da região. Os primeiros imigrantes se estabeleceram à medida que derrubavam a mata,
abrindo espaços para a construção de suas casas, plantio de hortaliças e preparo da terra para as culturas de
milho, feijão, amendoim, entre outras. O milho era o principal e mais rentável dos produtos agrícolas. Além de
produzir a farinha para a polenta na mesa de cada dia, as sobras, ou eram comercializadas ou, então, usadas na
engorda de porcos e na alimentação de cavalos. O excedente dos produtos plantados nas colônias servia como
produto de troca na própria colônia. Quando já se encontravam condições de comprar alguma coisa os colonos
adquiririam porcos, vacas, entre outros, mais tarde esses excedentes eram comercializados na região.
Outra atividade dos italianos na região foi o trabalho nas minas de carvão, principalmente na região carbonífera.
Os italianos trabalhavam até 15h por dia na mineração, levando alimentos de casa para sustentar a fome, a
atividade era feita com carrinhos e pequenas pás para retirada do material, havia poucos instrumentos de
proteção fora o ambiente fechado e sem estruturas. O cansaço e a falta de proteção fizeram o contato do
trabalhador com o minério levar ao surgimento de doenças, como a antracossilicose, uma doença pulmonar que
acomete pessoas que trabalham com poeira excessiva ou doenças nos rins, devido a contaminação da água,
muitos italianos faleciam jovens, entre 30 e 36 anos motivados pela mineração.
Alemães em SC e o Trabalho: A imigração Alemã em Santa Catarina começou em torno de 1828. Essa região
foi ocupada por alemães que vieram de diversas partes da Alemanha. Eles foram os primeiros europeus
imigrantes no Brasil, depois dos portugueses.
Quando D. Pedro I concordou com o noivado de sua filha Francisca de Bragança (irmã de D. Pedro II) com o
príncipe Fernando de Orleans, o governo brasileiro sancionou a lei que declarava que as terras da província de
Santa Catarina, entre os rios Pirabeiraba, Itapocu e baía de São Francisco pertenciam a ela. Foi então que essa
região ganhou o nome de colônia da Dona Francisca (atual Joinville).
Em 1843 a região era praticamente vazia, exceto a orla da praia que era ocupada pela Marinha. Em 1849, foi
firmado um acordo efetivo com o senador Schroeder de Hamburgo para a ocupação dessas terras.
Nessa época havia somente 17 famílias residindo na região do Vale do Itajaí. A casa mais perto de onde seria a
colônia de Blumenau era a da Família Wagner. Eles foram quem receberam e hospedaram o alemão protetor
dos imigrantes Hermann Blumenau, que posteriormente receberia as terras do Rio Itajaí.
Hermann se aliou ao comerciante Ferdinando Hackradt que vivia em Desterro e juntos combinaram fundar uma
empresa de agricultura e indústria. Eles acordaram que Hermann Blumenau iria buscar os alemães para
trabalhar nela e enquanto isso, Hackradt ficava na região e comandava os escravos para que eles iniciassem as
construções de ranchos, roças e engenhos.
Como Hermann demorou dois anos para voltar da Alemanha, Hackradt retornou para Desterro e saiu da
sociedade. Comunicou ao sócio que a região estava ameaçada de enchente e que a empresa não daria lucro
algum. Hermann não desistiu e conseguiu um pequeno grupo de pessoas que trouxeram algumas mudas de
plantas para imigrarem Santa Catarina.
Ao chegar, se depararam com um ambiente isolado com apenas um engenho de serra inativo, algumas cabanas,
escravos e algumas vacas. Nesse instante Hermann, seu sobrinho e mais dezesseis pessoas começaram a colônia
de Blumenau. Construíram uma igreja protestante, ranchos e plantações. Os moradores da vinhaça ajudaram
estes com dicas de adaptação e plantio, para receberem os próximos 250 alemães que viriam.
A colônia de Blumenau foi ocupada e desenvolvida na mesma época da colônia da Dona Francisca. Os alemães
tinham praticamente a mesma origem e vinham do norte, nordeste e média Alemanha. A partir dessa colônia
surgiram cidades importantes do estado como: Blumenau, Pomerode, Gaspar, Indaial e Rio do Sul.
A colônia Itajaí foi fundada em 4 de Agosto de 1860 por 55 alemães liderados pelo Barão austríaco Maximilian
von Schneeburg. Eles chegaram com pequenas embarcações e foram construindo pequenos engenhos de
farinha. A maioria dessa população vinha do norte e nordeste alemão, mas também tinha alguns
de Baden e Hessen sul da Alemanha e poloneses que falavam alemão da Prússia oriental. Atualmente essa
localidade é sede da cidade de Itajaí. Alguns alemães se dedicaram a atividade agricola, baseados na prática em
pequenas propriedade e trabalho familiar, mas com a utilização da mão de obra escrava africana, nessas
propriedades se dedicavam na produção de doces, geleias, plantação de uvas, milho, mandioca para farinha e
trigo para produção de pães. Outra atividade trazida pelos alemães foi as indústrias e o trabalhos nas fábricas:
As primeiras indústrias não vinculadas à produção colonial surgiram na década de 1880. Em Blumenau, este foi
o caso das indústrias têxteis fundadas pelos irmãos Hering, por Johann Karsten, Heinrich Hadlich e Gustav
Roeder. Em Brusque, a primeira fábrica de tecidos surgiu da iniciativa do comerciante alemão Carlos Renaux
em 1892; pouco depois, em 1898, Eduardo von Buettner, também comerciante, instalou uma fábrica de
bordados que daria origem ao segundo maior grupo textil local; a terceira maior empresa têxtil teve origem
mais artesanal, fundada em 1911 por Gustavo Schlösser, tecelão emigrado da cidade de Lodz, Polônia, que
havia trabalhado na empresa de Renaux. O tecelão Carl Gottlieb Döhler, da Saxônia, estabeleceu a primeira
fábrica de tecidos em Joinville, em 1881. No processo de industrialização do Vale do Itajaí predominou o setor
têxtil, importante também em Joinville. Ali, porém, houve maior diversificação do parque industrial, com o
surgimento, ainda no século XIX, de um forte setor metalúrgico, iniciado em 1886 por K. E. Auerbach, além de
indústrias de produtos alimentícios - como, por exemplo, a fábrica estabelecida por J.G. Stein em fins do século
XIX - ou, ainda, na área da celulose - caso da fábrica de colas, lixas e papéis criada por Gotthard Kaesemodel
em 1903.
Os empresários recrutaram a maior parte da mão-de-obra para as fábricas entre os colonos, suprindo a
falta de técnicos especializados com imigrantes trazidos da Alemanha para esta finalidade; e o crescimento
industrial, principalmente depois da 1ª Guerra Mundial, contribuiu para a expansão urbana, com a formação de
bairros operários que, ainda hoje, se confundem com a paisagem rural, visto que muitos assalariados mantêm
alguma prática agrícola complementando a renda familiar.
Com o conhecimento aprendido na Alemanha, os imigrantes, também se dedicavam ao trabalho na construção
de estradas, trabalho em usinas, manufaturas, fabricação de bebidas, e atividades em pequenas oficinas e
estabelecimentos comerciais.
Os indígenas e o Trabalho em SC: A população indígena no Estado de Santa Catarina é composta por três
povos distintos: Kaingang, Xokleng e Guarani. Registros arqueológicos e etno-históricos demonstram a
antiguidade da ocupação (aproximadamente de 2.000 anos da presença de grupos Guarani e cerca de 5.000 anos
por outras tradições, incluindo as Jê que dão origem aos Kaingang e Xokleng) nas bacias hidrográficas dos
principais rios das regiões noroeste e sudoeste do Estado do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte e noroeste
do Rio Grande do Sul. Quanto aos Guarani, cabe lembrar que ocupavam também o litoral sul/sudeste alguns
séculos antes da chegada dos primeiros colonizadores europeus. Entre os indígenas não há classes sociais como
a do homem branco. Todos têm os mesmos direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo,
pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo.
Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho
na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela
comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça,
pesca, guerra e derrubada das árvores. A formação social era bastante simples, as aldeias não tinham grandes
concentrações populacionais e as atividades eram exercidas de forma coletiva. O índio que caçasse ou pescasse
mais dividia seu alimento com os outros.
A coletividade era uma característica marcante entre os índios. Suas cabanas eram divididas entre vários casais
e seus filhos e, como não havia classes sociais, até mesmo o chefe da tribo dividia sua cabana. A formação
social era bastante simples, as aldeias não tinham grandes concentrações populacionais e as atividades eram
exercidas de forma coletiva. O índio que caçasse ou pescasse mais dividia seu alimento com os outros. A
coletividade era uma característica marcante entre os índios. Suas cabanas eram divididas entre vários casais e
seus filhos e, como não havia classes sociais, até mesmo o chefe da tribo dividia sua cabana.
s índios não trabalham para enriquecer, mas sim para suprir as necessidades alimentares dos habitantes da tribo.
Como o trabalho é coletivo, não havia competição ou desonestidade entre os índios. Os índios possuíam e
possuem uma relação de respeito com seu ambiente de trabalho (matas, florestas e rios). Só coletam ou retiram
a quantidade que precisam. Divisão do trabalho entre índios e índias: Homens: Caçam e pescam. Constroem
as habitações. Preparam a terra para a prática da agricultura. Fazem canoas e produzem os instrumentos de
trabalho. Mulheres: Coletam frutos e raízes. Elaboram a comida. Cuidam das crianças. Fazem objetos de
cerâmica, redes e cestos.
Os escravos africanos e o Trabalho em SC: Esses africanos iam trabalhar nas propriedades rurais, que
produziam farinha de mandioca, açúcar, feijão, milho, cachaça e outros produtos básicos de abastecimento.
Quatro em cada 10 famílias do Ribeirão da Ilha, em 1843, tinham escravos. Em geral, até cinco. Eles
complementavam a mão-de-obra familiar dos agricultores, muitos descendentes dos primeiros açorianos.
freguesia da Lagoa da Conceição era um verdadeiro celeiro, lá se cultivava de tudo. Também com a ajuda de
escravos, muitos deles africanos, o que indica que seus proprietários não eram pobres, pois um escravo africano
era caro. Os agricultores da Ilha compravam negros dos comerciantes do Rio de Janeiro e pagavam com
farinha, cachaça…
Depois de 1830, a chegada de africanos diminuiu muito por causa da proibição do tráfico. A população escrava
cresceu pelos nascimentos, e ficou mais crioula. Já em fins do século XVIII, de todo modo, os africanos
chegaram às centenas, para trabalhar nos empreendimentos que se desenvolviam nessa parte meridional do
Império Português. A pesca da baleia era um exemplo, conduzida a partir das chamadas armações. Elas eram
verdadeiras “fábricas”, com um grande número de atividades diversificadas – desde a pesca e o corte da baleia,
beneficiamento de carne e óleo, armazenamento etc. – que usavam um número bastante expressivo de
trabalhadores escravos, chegando facilmente a mais de uma centena. Documentos sobre seu funcionamento
demonstram que o uso dos escravos era intenso e que a maior parte deles era de homens vindos da África,
direta ou indiretamente trazidos pelo terrível comércio atlântico.