"Entradas e bandeiras foram expedições realizadas no século XVIII, em
direção ao interior do Brasil, com o objetivo de encontrar metais preciosos e aprisionar índios para serem mão de obra escrava. As diferenças entre as duas expedições são: as entradas foram financiadas pela Coroa portuguesa e tiveram como ponto de partida o litoral; as bandeiras foram expedições particulares saídas de São Paulo." A importância das entradas e bandeiras para o brasil: Até o século XVII, a maioria dos colonos que moravam no Brasil esteve concentrada no litoral por causa do comércio açucareiro. Com a crise dessa atividade comercial, foi preciso encontrar outras fontes de riqueza. As entradas e bandeiras foram expedições que iniciaram a ocupação do interior do Brasil. Quando as primeiras minas de ouro foram descobertas, a notícia espalhou-se rapidamente. Milhares de forasteiros vindos de outras regiões do Brasil e de Portugal chegaram a Minas Gerais para enriquecerem-se rapidamente com os metais preciosos. O êxito na mineração provocou mudanças na administração da colônia. A capital foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, que estava próximo da região de Minas, o que facilitava a fiscalização por parte da Coroa bem como o escoamento da produção aurífera para o porto da nova capital em direção a Portugal. O sertão brasileiro começou a ser povoado e, próximo das minas, surgiram as primeiras cidades, como Mariana, Ouro Preto, Pirenópolis, Cidade de Goiás. O somatório entre o grande número de pessoas explorando os metais preciosos e a forte fiscalização do rei para que o imposto fosse pago em dia despertaram os primeiros movimentos contra a presença portuguesa no Brasil. As notícias vindas da Europa a respeito do movimento iluminista, que pregou o liberalismo político e econômico, a independência dos Estados Unidos, em 1776, e a Revolução Francesa, em 1789, foram motivos de discussões sobre a urgência em romper-se os laços com Portugal e os próprios brasileiros explorarem o seu território. O deslocamento do eixo econômico do Nordeste para a região Centro–Sul do Brasil trouxe mudanças que refletiriam na independência, em 1822. Contexto históricos das entradas e bandeiras: "A União Ibérica, junção das coroas portuguesa e espanhola, no século XVII, trouxe mudanças para o Brasil. A anulação do Tratado de Tordesilhas, linha imaginária que dividia o continente americano entre as coroas ibéricas, motivou as primeiras inserções no sertão brasileiro. Se o tratado era visto como uma proibição, a sua anulação significou uma possibilidade de conhecer e explorar o interior da colônia. A invasão holandesa no Nordeste brasileiro, entre 1630 e 1650, modificou a produção açucareira no Brasil. A expulsão dos invasores levou à crise do açúcar. Os holandeses expulsos foram para as Antilhas e iniciaram a plantação da cana-de-açúcar, tornando-se fortes concorrentes de Portugal. Como não tinha meios para responder à ação holandesa no comércio europeu, o açúcar brasileiro desvalorizou-se consideravelmente, desencadeando uma crise socioeconômica no Nordeste. O litoral brasileiro, que havia sido a principal fonte de riqueza para Portugal por dois séculos, agora era apenas prejuízos. A Coroa portuguesa precisou agir rápido para reverter a situação e manter a exploração de sua colônia. Desde a sua chegada, em 1500, que os portugueses esperavam encontrar metais preciosos no Brasil. Como a Espanha encontrou várias minas de ouro na região de Potosí e lucrou com a mineração, Portugal esperava o mesmo destino quando Pedro Álvares Cabral aqui desembarcou, em 22 de abril de 1500.No entanto, as minas não estavam no litoral, mas sim no interior. Enquanto elas não foram descobertas, os portugueses perceberam que o litoral nordestino era a região ideal para a plantação de cana-de-açúcar. O comércio açucareiro estava em ascensão no comércio europeu, e o litoral brasileiro foi, então, reservado para a plantação da cana. A economia colonial brasileira não foi baseada apenas no açúcar. Não havia uma homogeneidade entre as capitanias. São Paulo seguia o sentido oposto do Nordeste. A produção paulista era de subsistência, ou seja, restrita à região e consumida pelos próprios paulistas. Não havia necessidade de fornecer matéria- prima para a Europa. Por isso, a mão de obra indígena era tão cara aos paulistas. Enquanto o Nordeste assistia à chegada dos primeiros escravos negros para trabalharem na plantação de cana-de-açúcar, para os paulistas, a mão de obra mais viável era a do índio. Por isso, os bandeirantes, quando iniciaram suas expedições para o sertão, interessaram-se pela captura desses últimos. Foi por essa razão que as bandeiras saíram de São Paulo e foram financiadas por particulares. O interesse paulista diferenciava-se do interesse da Coroa." "Principais características: Desde o desembarque português no Brasil, em 1500, que a Coroa